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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE CASCAVEL

MANTENEDORA: UNIÃO EDUCACIONAL DE CASCAVEL – UNIVEL


COORDENAÇÃO DO CURSO GRADUAÇÃO EM DIREITO
COORDENAÇÃO DO TRABALHO DE CURSO

PROJETO DE ARTIGO

“ANÁLISE DA POLÍTICA ANTIDROGAS NO BRASIL: A SEGREGAÇÃO, A


CRIMINALIDADE E A LIBERDADE”

Henrique Mendes de Souza

Cascavel, 07 de maio de 2015.


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SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇÃO.........................................................................................................3
1.1 Título da pesquisa.......................................................................................................3
1.2 Autor(a): Nome do(a) pesquisador(a).........................................................................3
1.3 Professor(a) Orientador(a)..........................................................................................3
1.4 Curso: Direito...............................................................................................................3
2. OBJETO.......................................................................................................................3
2.1 Tema:...........................................................................................................................3
2.2 Delimitação do Tema...................................................................................................5
2.3 Formulação do problema.............................................................................................5
3 Hipóteses......................................................................................................................6
4 OBJETIVOS....................................................................................................................6
4.1 Objetivo geral...............................................................................................................6
4.2 Objetivos específicos...................................................................................................7
5 JUSTIFICATIVA...........................................................................................................7
6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................9
7 METODOLOGIA..........................................................................................................9
8 PROPOSTA DE SUMÁRIO.......................................................................................10
9 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES............................................................................10
10 ORÇAMENTO............................................................................................................11
11 REFERÊNCIAS INICIAIS..........................................................................................11
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1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 Título da pesquisa:

“Análise da política antidrogas no Brasil: uma abordagem hermenêutica a


partir dos princípios”

1.2 Autor:

Henrique Mendes de Souza

1.3 Professora Orientadora:

Kátia Salomão.

1.4 Curso:

Direito.

2. OBJETO

2.1 Tema:

A proibição para a utilização das drogas veio com o intuito de resguardar a


sociedade em um todo, o que demonstra ser falha, vez que a proibição acaba sendo
mais prejudicial que o próprio uso das drogas, pois a ligação da proibição das
drogas com a violência e clara, ou seja, o Estado com a idéia de controlar um
problema de saúde com medidas punitivas acaba agravando estes problemas.
(Karam, 2013, p. 01).

O Direito como uma ciência primariamente normativa ou finalística; por isso


mesmo a sua interpretação há de ser, na essência, teleológica. O hermeneuta
sempre terá em vista o fim da lei, o resultado que a mesma precisa atingir em sua
atuação prática. A norma enfeixa um conjunto de providências, protetoras, julgadas
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necessárias para satisfazer a certas exigências econômicas e sociais; será


interpretada de modo que melhor corresponda àquela finalidade e assegure
plenamente a tutela de interesses para a qual foi regida" (MAXIMILIANO, 1993, pp.
151/152)".

Portanto, será analisada a política proibicionista implantada no Brasil,


analisando segregação social atrelada à substancia tida como ilícita, sua relação
com a criminalidade e a liberdade individual.

2.2 Delimitação do Tema

O intuito deste artigo é analisar a (des)eficácia da atual política antidrogas,


observando ainda a lógica proibicionista segregatória que interfere na liberdade
individual de cada um, bem como sua relação direta com a criminalidade.

2.3 Formulação do problema

A política antidrogas no Brasil

Os princípios são aplicados de forma equitativa no que tange à política de


antidrogas no Brasil?

3 HIPÓTESES

Para o problema apresentado, têm-se as seguintes hipóteses:

a) Em nosso ordenamento jurídico a análise da política antidrogas recebe


uma abordagem justa mediante o uso dos princípios?
b) Investigar a estruturação da política antidrogas no Brasil?
c) Demonstrar que a política antidrogas no Brasil se mostrou eficaz e tornou-
se obsoleta.
d) Quais as possíveis conseqüências que a política antidrogas trouxe à
sociedade.
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4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral

Através da presente pesquisa, realizar-se-á um levantamento bibliográfico


sobre a política antidrogas no Brasil, a fim de discutir se a forma repressiva contra as
drogas é eficaz.

4.2 Objetivos específicos


1) Compreender o contexto histórico proibicionista do ponto de vista teórico;
2) Analisar a criação histórica das Leis Antidrogas no Brasil, sob enfoque
teórico jurídico;
3) Contrapor os princípios constitucionais a chamada “Guerra às Drogas” no
Brasil;
4) Propor a discussão da política antidrogas no Brasil, com o enfoque na
descriminalização.

5 JUSTIFICATIVA

Tendo em vista a modificação da política antidrogas proibicionista em outros


países, investigaremos a situação destes Estados que modificaram a política
antidrogas, onde a liberação destas que no Brasil foram arbitrariamente tornadas
ilícitas gera empregos, renda para o país e eventual redução da violência.

6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O presente artigo visa discutir a atual política antidrogas buscando fazer uma
crítica à proibição arbitrária, ao fomento à criminalidade, por meio de levantamentos
bibliográficos, a fim de despertar interesses jurídicos, políticos, filosóficos e
sociológica, sobre a atual política antidrogas proibicionista.

Insta salientar primeiramente a relação histórica das drogas, as quais têm


como primeiros relatos de uso em 5.400 – 5.000 a.C., sendo que o primeiro relato foi
um jarro de cerâmica encontrando no norte do Irã, com resíduos de vinho resinado.
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Bem como os primeiros indícios de utilização de maconha foi com os chineses, os


quais utilizavam da fibra de cânhamo. (Pereira, 2012).

Portanto, a história nos mostra que o consumo de drogas acompanha


diretamente a história da humanidade, tendo sido inclusive responsável por parte da
evolução social. Ocorre que a proibição, que foi efetivada através da criminalização
de produtores, comerciantes e consumidores das drogas tornadas ilícitas, é um
fenômeno recente, tendo em vista, que a nível mundial deu-se no século XX. Com a
proibição, a ideia era atingir um número inviável de abstinência como uma tentativa
de solução para que fossem evitados os riscos, danos que eventualmente a
utilização dessas substâncias tornadas ilícitas poderiam trazer. (Karam, 2011).

Ainda segundo a Doutrinadora:

O proibicionismo, em uma primeira aproximação, pode ser entendido


como um posicionamento ideológico, de fundo moral, que se traduz
em ações políticas voltadas para a regulação de fenômenos,
comportamentos ou produtos vistos como negativos, através de
proibições estabelecidas notadamente com a intervenção do sistema
penal, sem deixar espaço para as escolhas individuais, para o âmbito
de liberdade de cada um, ainda quando os comportamentos regulados
não impliquem em um dano ou em um perigo concreto de dano para
terceiros. (Perduca, 2005, p. 51)

A proibição de substâncias psicoativas mostrou-se ineficaz já em seu


primeiro momento, quando na década de 20 os EUA em uma tentativa fracassada
proibiu a produção, comercialização e o consumo do álcool naquele país.

Tal período histórico é lembrado como um dos tempos mais infames da


recente história norte-americana, vez que ao ser proibido a produção,
comercialização e o consumo do álcool, surgiram diversos bandidos,
contrabandistas, e os chamados gângsteres, sendo o mais famoso Alphonse Gabriel
Capone, popularmente conhecido como “Al Capone”, que era conhecido por ser um
homem sem escrúpulos, frio e violento.

A inserção da proibição no ordenamento jurídico pátrio veio com forte


influência de outros países, principalmente os EUA. A primeira Lei declarada
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antidrogas no Brasil foi a 6.368/76 a qual vigorou por 30 anos, aonde trazia a pena
de detenção de 06 (seis) meses a 02 (dois) anos ao usuário 1, sendo que no ano de
2002, com o advento da Lei 10.409, que tinha o intuito de revogar a lei anterior, no
entanto teve a maior parte vetada, por possuir vícios de inconstitucionalidade.
Portanto, passou a vigorar somente sua parte processual.

Dessa forma, a anterior legislação antitóxicos se transformara em um


verdadeiro centauro do Direito: a parte material continuava sendo a de 1976,
enquanto a processual, a de 2002. Colocando fim nesta situação, adveio a Lei n.
11.323/06, a qual revogou expressamente as leis anteriores. (CAPEZ, 2012, p. 347).

A grande problemática da proibição das drogas está intimamente ligada com


a equidade, afinal se imaginarmos a figura da deusa Têmis – ou Minerva - de olhos
vendados e uma balança na mão, medindo dois pesos contrapostos, podemos
pensar que o resultado disso trará sempre uma derrota ou prejuízo a uma das partes
disputantes. Como o justo pode trazer um prejuízo a alguém? E mais: pode a justiça
causar mais mal do que a injustiça? Afinal, na concepção de Rawls, deve, através
das instituições sociais, garantir que não ocorram distinções arbitrárias entre as
pessoas na atribuição de direitos e deveres básicos na sociedade e garantir também
regras que proporcionem um equilíbrio estável entre reivindicações de interesses
concorrentes das vantagens da vida social e na distribuição de renda e riqueza.
(Rawls, 1981).

No entanto, na proibição das substancias psicoativas claramente existe tal


distinção, seja porque algumas substâncias são tidas como ilícitas e outras não,
atendendo interesses político-financeiros. O mundo, com seus mais de 40 anos de
guerra declarada às drogas, os resultados são somente negativos, afinal, são
mortes, prisões lotadas, proliferação de doenças, tendo milhares de vidas afetadas,
e a circulação destas substâncias não é reduzida. (Karam, 2013, p. 08).

Como define a Juíza de Direito aposentada Maria Lucía Karam, em seu


artigo “Drogas: dos perigos da proibição à necessidade da Legalização:
1
Adquirir, guardar ou trazer consigo, para uso próprio, substancia entorpecente ou que determine dependência
física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 20 (vinte) a 50 (cinquenta) dias-multa.
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A proibição não é apenas uma política falida. É muito pior do


que simplesmente ser ineficiente. A proibição causa danos
muito mais graves e aumenta os riscos e os danos que podem
ser causados pelas drogas em si mesmas. O mais evidente e
dramático desses riscos e danos provocados pela proibição é a
violência, resultado lógico de uma política baseada na guerra
(Karam, 2013, pg. 2).

O modelo adequado de política antidrogas está longe de ser o proibicionista,


incriminatório que vivemos, apesar de todos os avanços que tivemos com o advento
da Lei 11.636/06, a qual deixou de aplicar penas ao usuário de drogas, a
criminalidade continua extremamente grande, estando ligada principalmente ao
tráfico de drogas.

Graças a esta política antidrogas discriminatória, que declarou a “guerra às


drogas”, não é propriamente uma guerra contra as drogas, e sim uma guerra contra
pessoas. Pessoas estas que são arbitrariamente selecionadas por serem
produtoras, comerciantes ou consumidoras destas drogas psicoativas. Não são as
drogas que causam violência. O que causa violência é a proibição. A produção e o
comércio de drogas não são atividades violentas em si mesmas. (Karam, 2010, p.
3).

Enquanto as drogas permanecerem na ilegalidade, não será possível fazer


um levantamento sobre o perfil do usuário, quais substâncias são consumidas, quais
estratégias devem ser tomadas para reduzir o consumo, enfim, para atuar com
responsabilidade e comprometimento com cada caso. Seja do dependente químico,
seja do usuário recreativo seja daquele que visualiza na venda uma forma de
trabalho. Precisamos legalizar para diagnosticar e regulamentar de forma eficaz para
que seja possível, então, controlar. (LAVATTO, 2013, p. 05).

Como observa Salo de Carvalho, “nenhuma norma penal criminalizadora


será legítima se intervier nas opções pessoais ou se impuser aos sujeitos
determinados padrões de comportamento que reforçam concepções morais. A
secularização do direito e do processo penal, fruto da recepção constitucional dos
valores do pluralismo e da tolerância à diversidade, blinda o indivíduo de
intervenções indevidas na esfera da interioridade”.
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7 METODOLOGIA

Metodologia de Abordagem: o método de abordagem utilizado na presente pesquisa


é o dedutivo, onde, a partir da relação entre enunciados básicos, denominadas
premissas tiram-se uma conclusão, ou seja, serão analisadas várias legislações e
pensamentos doutrinários, apontando-se os mais adequados para aplicação ao caso
concreto.
Metodologia de Procedimento: a presente pesquisa tem como base o procedimento
monográfico, explorando-se a legislação, a doutrina e artigos, fazendo-se após, uma
análise comparativa e dialética, dos pensamentos dos diversos estudiosos sobre o
assunto.
Técnicas de Pesquisa: os instrumentos utilizados no desenvolvimento deste trabalho
caracterizam-se pelas pesquisas bibliográfica, documental e legislativa, e ainda,
englobam os artigos de revista e internet, além de vários outros meios e técnicas de
pesquisa direta e indireta. O acadêmico deverá pesquisar em livros de metodologia
a técnica a ser aplicada conforme a pesquisa a ser realizada.

8 PROPOSTA DE SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A origem histórica da marginalização das drogas.
2.2 Entre Leis e Princípios: a constituição das Leis antidrogas no Brasil.
3 POLÍTICA ANTIDROGAS E A SEGREGAÇÃO SOCIAL
3.1 Princípio da Isonomia e as classes sociais.
4 Respeito à Dignidade da Pessoa Humana VS Política Antidrogas.
5 DA PROIBIÇÃO AO TRÁFICO
6 CONCLUSÃO
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9 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Exemplo:
ANO 2015
MÊS 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Escolha do assunto x                  
Delimitação do tema x                  
Formulação do problema  x                  
Determinação da metodologia  x                  
Pesquisa bibliográfica x x x x x x x         
Redação e protocolo do projeto   x                  
Encontros com o orientador   x x x x  x x x x x  
Entrega da redação parcial, proposta de
sumário, pré-qualificação
   x x x x  x          

Entrega do TC (Artigo/Monografia)            x  x      
Entrega do Artigo com as correções definidas
pelo orientador
             x     x  

Avaliação final                   x  
Protocolo digital da versão final                     x

10 ORÇAMENTO

Material Quantidade Valor Unitário Valor Total Origem

Caneta Bic 02 1,00 2,00 Do


pesquisador
Folhas papel 500 0,15 15,00 Do
pesquisador
Cópias 25 0,10 2,50 Do
pesquisador
Carga horária - - - Da Instituição
do orientador
Encadernação 02 5,00 10,00 Do pesquisador

11 REFERÊNCIAS INICIAIS

CÓDIGO PENAL BRASILEIRO. São Paulo, Saraiva, 2015.


11

COSTA JÚNIOR, P. J. da.. Curso de direito penal. São Paulo: Saraiva, 2000.

CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: legislação penal especial, volume 4 / 7ª


edição – São Paulo: Saraiva 2012.

PEREIRA, Jeferson Botelho. Tráfico e uso de drogas: atividade sindical complexa e


ameaça transacional. Leme: J. H. Mizuno 2012.

KARAM, Maria Lucia. Lei 11.343/06: novos e repetidos danos aos direitos
fundamentais. Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, São Paulo, ano
14, nº 167, 2006.

KARAM, Maria Lucia (2009.a). Escritos sobre a Liberdade, vol.1: Recuperar o desejo
da liberdade e conter o poder punitivo. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris.

KARAM, Maria Lucia. Lei 11.343/06: novos e repetidos danos aos direitos
fundamentais. Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, São Paulo, ano
14, nº 167, 2006.

PERDUCA, Marco. Vamos criminalizar a proibição, Rio de Janeiro, FIOCRUZ, 2005.

MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação do Direito; 13ª Edição. Editora


Forense. 1993. pp. 151/152)".

CARVALHO, Salo de. A política criminal de drogas no Brasil: estudo criminológico e


dogmático da Lei 11.343/06. 5. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

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