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FACULDADE ESTÁCIO DO AMAPÁ

GESTÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

TATILENE GOMES DOS SANTOS

A ATUAÇÃO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EM


INSTITUIÇÕES DE ENSINO COM MODELOS DIFERENTES DE
GESTÃO

MACAPÁ/AP
2019
TATILENE GOMES DOS SANTOS

A ATUAÇÃO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EM


INSTITUIÇÕES DE ENSINO COM MODELOS DIFERENTES DE
GESTÃO

Artigo apresentado à Gestão de Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade Estácio do


Amapá, como requisito básico para obtenção do título de Pedagogo, sob orientação da Prof.ª
Dr.ª Diney Adriana Nogueira de Oliveira.

Data da apresentação: _____ /_____/_______.

Nota: _________.

________________________________________________
Pro.ª Dr.ª Diney Adriana Nogueira de Oliveira
Orientadora – Faculdade Estácio do Amapá

________________________________________________
Nome
Titulação – Instituição

________________________________________________
Nome
Titulação – Instituição

MACAPÁ/AP
2019
2

A ATUAÇÃO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EM INSTITUIÇÕES


DE ENSINO COM MODELOS DIFERENTES DE GESTÃO
Tatilene Gomes dos Santos1
Diney Adriana Nogueira de Oliveira 2

RESUMO

A presente pesquisa busca compreender e comparar a atuação da coordenação pedagógica nos diferentes modelos
de gestão existentes em três escolas da cidade de Macapá, estado do Amapá: Escola Estadual Professora Risalva
Freitas do Amaral, que funciona através da gestão militar, Escola Municipal Wilson Malcher que possui a gestão
por indicação política e a Escola Estadual General Azevedo Costa que pratica a gestão democrática. Trata-se de
uma pesquisa bibliográfica e de campo, de cunho qualitativo, através de entrevistas com coordenadores e gestores
das instituições pesquisadas. Esse estudo proporcionou respostas acerca das diferentes gestões escolares e até que
ponto elas influenciam no trabalho da coordenação pedagógica. Percebe-se que as mesmas possuem os mesmos
objetivos educacionais, porém, têm diferentes formas de atuação do trabalho técnico pedagógico, fato esse que se
pode comprovar através dessa pesquisa. Libâneo (2008), Luck (2011) e Silva (2010) são os principais teóricos nos
quais essa pesquisa foi embasada.

Palavras-chave: Coordenação pedagógica. Gestão escolar. Instituições de ensino.

INTRODUÇÃO
A coordenação pedagógica é uma área de atuação nas instituições escolares que
serve para auxiliar o trabalho educacional no cotidiano escolar, buscando organizar e direcionar
essas atividades que são realizadas pelos alunos, professores ou demais sujeitos que fazem parte
da comunidade escolar. A coordenação pedagógica possui papel de suma importância para o
fazer educacional nas escolas. É ela quem viabiliza os métodos a serem praticados, as
atribuições e competências da comunidade escolar, logísticas e organizações materiais e
pessoais, dentre outras funções.
O artigo em questão visa pesquisar e comparar a atuação da coordenação
pedagógica em instituições de ensino com modelos de gestões diferenciadas, o caso das escolas:
Escola Estadual Prof. Risalva Freitas do Amaral, que funciona, atualmente, através da gestão
militar, Escola Municipal Wilson Malcher que possui a gestão por indicação política e a Escola
Estadual General Azevedo Costa que pratica a gestão democrática, todas situadas na cidade de
Macapá, estado do Amapá.

1
Acadêmica concluinte do curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Estácio do Amapá. E-mail:
tatilenegomessantos@gmail.com
2
Prof.ª Dr.ª e Orientadora de TCC do curso de Pedagogia da F aculdade Estácio do Amapá. E-mail:
diney.oliveira@estacio.br
3

A atuação do coordenador pedagógico nas escolas em que há diferentes modelos de


gestão deve ser adequada conforme as necessidades da instituição, buscando trabalhar em
conjunto com os demais profissionais, elaborando propostas pedagógicas que venham a
contribuir com a melhoria do processo de ensino e aprendizagem nesses ambientes. Mesmo
essas escolas sendo partes da mesma esfera de ensino, ou seja, da rede estadual, percebe-se que
as mesmas possuem diferentes formas de atuação do trabalho técnico pedagógico, fato esse que
se pretende analisar através dessa pesquisa, levando em consideração a diferenciação desses
modelos de gestão.
Nesse artigo, serão realizadas pesquisas bibliográficas e de campo, com abordagem
de cunho qualitativa, através de observações desses espaços, além de entrevistas com os
gestores e coordenadores pedagógicos dessas instituições, buscando sanar dúvidas a respeito
dessas diferentes práticas escolares. Importantes teóricos contribuíram para a realização dessa
pesquisa, dentre eles: Libâneo (2008), Luck (2011) e Silva (2010).
Os objetivos desse estudo são: realizar uma abordagem histórica sobre essa função,
observar a atuação de coordenadores pedagógicos em instituições com modelos de gestões
diferenciadas, e ainda, compreender se existe diferenciação no trabalho pedagógico em cada
um desses modelos gestacionais.
Muito se questiona quando o assunto é gestão escolar, sabe-se que os métodos
pedagógicos são de suma importância para a realização das atividades de forma significativa,
mas será que nesses estabelecimentos de ensino a atuação da coordenação pedagógica é
diferenciada?

1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

Estudar a história humana é compreender a sociedade atual, sabendo que todos


esses acontecimentos passados contribuíram e contribuem para a formação da humanidade nas
diversas áreas do conhecimento, bem como resgatar fatos relevantes do trajeto da educação no
Brasil, auxiliando na compreensão da função da coordenação pedagógica, cargo esse, que
possui bastante relevância na história da educação.
Os movimentos históricos, as mobilizações políticas e as reformas econômicas
refletem diretamente no desenvolvimento da educação e no perfil do cidadão na sociedade.
Nesse sentido, para a compreensão dos processos que envolvem o desenvolvimento da
realidade da educação, Lombardi (2010) aponta que a administração deve ser encarada como
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um longo processo de transformação que traz consigo as contradições sociais e dos interesses
políticos.
Destaca-se, então, a forma como se deu o desenvolvimento histórico da educação
brasileira, onde eventos paralelos influenciaram diretamente na conjectura atual, como em
momentos de crise, por exemplo, que refletiram em grandes mudanças na formação do ser
humano, nos níveis de ensino e no perfil do cidadão atuante e crítico. Dessa forma, serão
abordados, aqui, apontamentos históricos em relação à função do coordenador pedagógico
enquanto profissional atuante nas escolas, a finalidade do cargo, suas funções e os elementos
necessários para que se conheça o perfil do trabalhador da área educacional.
Os primeiros relatos sobre a educação escolar ocorrem no período dos Jesuítas, há
aproximadamente cinquenta anos após a chegada dos portugueses e tinham o objetivo de
aculturar e converter os nativos, afim de civilizar e convertê-los religiosamente. Possuíam uma
espécie de coordenador denominado de “Prefeito Geral dos estudos” e seguiam os planos de
estudo de Padre Manoel da Nóbrega. Seguiam regras rígidas e procedimentos que buscavam a
construção da hegemonia católica, as aulas eram repetitivas, com provas orais e escritas que
visassem o aproveitamento técnico apenas. (NEGRÃO, 2000)
A educação brasileira controlada pela coroa portuguesa permaneceu por mais de
dois séculos, mais precisamente entre nos séculos XVI e XVII, com total doutrinação baseada
nos modelos europeus. A educação jesuítica perdurou entre os anos de 1549 e 1719, com o
objetivo de garantir a hegemonia religiosa, tanto na catequese com os índios quanto na
formação da elite branca e masculina. Negrão (2000) ressalta:

A formação religiosa configurava-se como o maior pilar do sistema educativo


jesuítico. Cuidava-se para que a fidelidade doutrinária fosse mantida, irrestritamente,
evitando-se quaisquer textos, autores, questões polêmicas ou debates em discordância
com a doutrina da Igreja, para que nada expusesse a fé e a piedade dos alunos
(NEGRÃO, 2000, p.02).

Para que ocorresse essa doutrinação existiam mecanismos de controle, com aqueles
que controlavam e a forma como isso acontecia, com regras específicas que exerciam poderes
sobre a educação, inclusive relacionado ao currículo e as práticas docentes. Portanto, a religião
era tida como principal forma de domínio, onde qualquer outro conhecimento que não
condissesse com os dogmas da igreja seria excluído do meio.

Entende-se que essa função foi e é considerada como uma necessidade nas
instituições de ensino, sendo aplicada de variadas formas, levando em consideração cada
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momento histórico e a realidade da sociedade em que se vive. Pode-se afirmar, ainda, que em
um ambiente educacional sem a intervenção de um profissional técnico, podem ocorrer falhas
e o fazer pedagógico ser prejudicado.
Saviani (2006), ressalta que essa mudança não só reestruturou o processo
pedagógico já construído pelos Jesuítas como também descaracterizava a função do supervisor
pedagógico já implementado na figura do prefeito de estudos. Dessa forma, foi designada novas
funções ao cargo no período:

(...) a ideia de supervisão englobava os aspectos políticos administrativos (inspeção e


direção) em nível de sistema concentrados na figura do diretor geral, e os aspectos de
direção, coordenação e orientação do ensino, em nível local, a cargo dos comissários
ou diretores dos estudos, os quais operavam por comissão do diretor geral dos estudos
(SAVIANI, 2006, p. 22).

Assim sendo, houve uma reestruturação da educação e do papel do coordenador


pedagógico, que antes era envolvido meramente aos aspectos do ensino e agora possuía cunho
administrativo, bem como houve a implementação de outros cargos ramificados e submissos
ao diretor geral que visavam as tarefas que seriam designadas ao supervisor pedagógico.
No período Pombalino houve uma grande queda na educação brasileira devido ao
total desaparecimento da estrutura educacional implantada pelos Jesuítas e nenhum esforço
executado para a continuidade do trabalho executado por eles, porém, apenas em 1776 um
grupo de pessoas trabalharam em prol da educação por meio da criação de cursos literários e
teológicos, e em 1778, o Seminário de Olinda, criado por Dom Azeres Coutinho, governador
interino e bispo de Pernambuco e definido por Piletti (1996) como:

Tinha uma estrutura escolar propriamente dita, em que as matérias apresentavam uma
sequência lógica, os cursos tinham uma duração determinada e os estudantes eram
reunidos em classe e trabalhavam de acordo com um plano de ensino previamente
estabelecido (PILETTI, 1996, p. 37).

O modelo do Seminário de Olinda se assemelhava em parte a estrutura educacional


imposta pelos Jesuítas, com uma organização eficiente, disciplinas específicas e uma ordem
cronológica de ensino, bem como uma classificação mediante um planejamento pré-
estabelecido e um trabalho voltado para uma educação de qualidade.
Posteriormente, depois da chegada da família real ao Brasil em 1808, foram
realizadas algumas mudanças na educação brasileira, apesar de as aulas continuarem sendo
executadas por professores leigos e a ideia de supervisão escolar continuar a cargo do diretor
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geral e dos comissários de estudo. Mas onde ocorreram mudanças relevantes na educação foi
após a independência do Brasil, a partir da criação do Método Mútuo, onde a figura do
coordenador pedagógico toma visibilidade, estando ele responsável pelo processo educacional
e desenvolvimento dos alunos.
A Supervisão Pedagógica foi oficializada através da primeira Lei de Diretrizes e
Bases no ano de 1971, essa atividade educacional vem sofrendo influências ao longo da história,
principalmente nos aspectos social, econômico, político e religioso, se buscando aprimorar mais
e mais essa prática em busca da melhoria na educação brasileira. O Artigo 33 da referida lei
refere-se às funções do coordenador como administradores, planejadores, orientadores,
inspetores, supervisores e demais especialistas em educação.
Shiroma et al (2011) ressalta que de 1964 a 1985, o Brasil enfrenta o período da
Ditadura Militar que abafou sem hesitação quaisquer entraves que pudessem impedir o processo
de adaptação e econômica que o país passava, de forma imposta, as decisões eram centralizadas
ao poder executivo e os discursos em prol de uma educação de qualidade foram silenciados.
Naquele momento a educação era voltada meramente ao mercado de trabalho, pois
o país passava por um momento de intensa industrialização, comandada por economistas e
baseadas no gerencialismo. O foco principal eram os interesses econômicos, ou seja, o ensino
fundamental era voltado a formação de mão-de-obra para os setores industriais e o ensino
superior englobava a elite intelectual, que pelo menor esboço de críticas sociais e políticas,
tinham suas falas suprimidas.
Como pode-se observar o cargo de Coordenador Pedagógico sofreu mudanças e
evolução no decorrer dos tempos, tanto na nomenclatura quanto em suas funções até chegar ao
que é conhecido atualmente com todas as suas atribuições e compromissos políticos e sociais
no âmbito escolar com o objetivo de direcionar as práticas pedagógicas a um crescimento
significativo.
O reconhecimento da Coordenação Pedagógica na história é relativamente recente,
tendo início nos anos 80, em substituição à Supervisão Pedagógica que tinha a função direta de
fiscalizar professores, por ter sido outorgada durante um regime autoritário, agora possui cunha
político e pedagógico diretamente influenciável na vida do aluno.
No final dos anos 80, se percebe que os termos coordenador, coordenador
pedagógico, de área ou disciplina, vêm em conjunto com as demais nomenclaturas para
mencionar a atuação pedagógica nas escolas, sendo que o cargo de coordenador pedagógico
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surge no ano de 1985 através do Regimento Comum das Escolas Municipais. (AUGUSTO,
2006)
Em 1985 o regime militar termina oficialmente, porém deixa como herança os
problemas decorrentes da má administração e desequilíbrio financeiro do setor público e da
divina externa. Por isso, existia a possibilidade do surgimento de novas políticas para atender a
situações sociais do momento. Portanto, no período denominado de “Nova República”
decorrentes do movimento “Diretas Já”, alguns presidentes como Tancredo Neves e José
Sarney passaram pelo poder com a pretensão de fazer o país chegar a uma conquista
democrática (SHIROMA et al, 2011).
A partir dos anos 90 a Coordenação Pedagógica foi reconhecida legalmente, por
meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. Foi nessa época que surgiram
as primeiras necessidades de um especialista em educação no ambiente escolar afim de orientar
as práticas educativas, dando surgimento ao orientador educacional, ao supervisor educacional
e ao coordenador pedagógico, denominados especialistas da educação.
Mesmo após a preconização da LDB, a execução do trabalho pedagógico demonstra
múltiplas faces em todo o país, sendo comum também o descaso em algumas secretarias de
diversos municípios que acabam atribuindo funções fora dos padrões pedagógicos dificultando
assim o desenvolvimento eficaz de uma educação de qualidade. Nesse momento, também se
colocava em evidência a importância do supervisor escolar, visto como um especialista da
educação, que atuava diretamente na fiscalização voltada aos professores, coordenando a
atuação dos mesmos e contribuindo na resolução de assuntos administrativos e pedagógicos,
visando a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
Nesse argumento, “quem dera coordenar fosse simples como diz o dicionário:
dispor segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar” AUGUSTO, (2006, p.01). É
fato que esse profissional discorre inúmeras funções em seu cotidiano, muitas vezes além de
suas competências. A triste realidade é que, muitas vezes, ele não possui o reconhecimento
merecido por parte dos colegas professores, nem da sociedade escolar.
Independente do termo que se utiliza para designar esse profissional, o fato é que
ele é uma das peças fundamentais na construção do ensino e aprendizagem, suas contribuições
são fundamentais para que o trabalho escolar seja eficiente, seja juntamente com os professores,
com os alunos ou com a comunidade envolvida.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Licenciatura
em Pedagogia, o graduado na área deverá atuar na função de professor, gestor ou na pesquisa,
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de tal forma que busque explorar os conhecimentos do campo em todas as vertentes frente a
questões que embasem o processo educativo e explorem discussões em nível nacional
(BRASIL, 2006).
Assim, atualmente o papel do Coordenador Pedagógico é de agente do ensino,
atuante na instituição educacional, desde a origem da educação brasileira até os dias de hoje,
com função de fazer pedagógico, apesar de seu enfoque ter sido desviado para outras atividades,
por muito tempo ficou impedido por questões políticas ou sociais de desenvolver um trabalho
eficaz.

2 A GESTÃO ESCOLAR E SEUS DIFERENTES MODELOS

A gestão escolar tem como função principal otimizar os procedimentos diários da


instituição, aumentar e melhorar a eficiência do ensino, visa proporcionar a organização e
desburocratizar atividades simples do cotidiano. É diferente da administração educacional que
trabalha com os recursos materiais e financeiros com a finalidade de garantir a qualidade, a
gestão escolar tem a finalidade de dar significado a estes recursos e a maneira pela qual serão
utilizados no processo.

Dessa maneira, gestão escolar é a forma de administrar a escola como um todo,


visando a evolução do sistema educacional, observando as dificuldades e as necessidades de
cada área na busca da promoção e o desenvolvimento de todos os setores. Para tanto, é
necessário possuir habilidades no gerenciamento em aspectos que englobem desde as questões
financeiras até as pedagógicas, ou seja, deve ter a capacidade de gerir a instituição como um
todo, não apenas no foco administrativo, mas no ensino em geral.
Para Libâneo (2008, p.101), gestão possui uma definição precisa, para ele, significa
“os processos intencionais e sistemáticos de se chegar a uma decisão e de fazer a decisão
funcionar caracterizam a ação que denominamos gestão”, implicando em experiências que
abrangem a contribuição através de ações que possibilitam a participação de indivíduos na
escola, além das tomadas de decisão sobre o futuro da instituição.
Assim, a gestão deve ser algo compartilhado com a coordenação pedagógica e com
a comunidade escolar composta por pais, professores, estudantes e funcionários, as decisões
voltadas ao planejamento, implementação e avaliação precisam ser descentralizadas seja no
quesito pedagógico ou burocrático.
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No âmbito escolar, o conceito de gestão almeja experiências que envolvem a


participação por meio de ações que busquem a colaboração das pessoas na escola e no
direcionamento e tomada de decisões. Ponto de vista embasado por Lück (2011, p. 25) ao
afirmar que:
[...] a gestão educacional corresponde à área de atuação responsável por estabelecer o
direcionamento e a mobilização capazes de sustentar e dinamizar o modo de ser e de
fazer dos sistemas de ensino e das escolas, para realizar ações conjuntas, associadas e
articuladas, visando o objetivo comum da qualidade do ensino e seus resultados.

Nesse sentido, a utilização do termo gestão na área educacional não significa apenas
a simples substituição de uma terminologia por outra, mas engloba novas expectativas em
relação aos processos de gerência das atividades relacionadas a escola, que assumiu diferentes
modelos de administração.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, em seu artigo 3º,
inciso VIII, institui que o ensino será ofertado nos princípios da gestão democrática do ensino
público, com base na referida lei, bem como na legislação dos sistemas de ensino (BRASIL,
1996). A gestão democrática tem seu conceito fundamental voltado para uma concepção de
sociedade que visa como princípio básico a democracia, uma vez implantada, ela busca a efetiva
estruturação da qualidade da educação, já que cria vínculos com a comunidade onde está
inserida e envolve os diversos agentes em uma corresponsabilidade pela aprendizagem e
desenvolvimento estudantil.
De acordo com o artigo 14 da Lei nº 9394/96 (LDB), destacam-se principalmente
três aspectos essenciais: descentralização administrativa, participação da sociedade civil e
autonomia crescente dos sistemas e das escolas públicas, conferindo apoio à gestão
democrática. (BRASIL, 1996)
Apesar dessa conquista constar na lei e acompanhar a tendência da hegemonia
mundial, muitos impasses na prática ainda dificultam a sua aplicação, porém, enfrentar essas
limitações ainda é fator essencial para a produção de mudanças, pois isto não pode impedir a
escola de exercer seu papel fundamental, a educação, deve-se superar todas a divisões e
segmentações existentes na escola.
A gestão institucional participativa é uma atividade democrática e consiste em um
direito do cidadão, portanto exige deveres e responsabilidades, podendo assegurar que um
gestor sozinho não tem condições de aplicar a gestão democrática, pois, para que ela ocorra, se
faz necessária a participação de todos que estão inseridos no contexto educacional (HORA,
1994).
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Pais, professores e comunidade escolar em geral devem-se fazer participativos em


uma gestão democrática, tendo a divisão igualitária de direitos e deveres, uma vez que o futuro
do alunado e consequentemente da comunidade em geral está em jogo, pois alunos brilhantes
são posteriores cidadãos bem-sucedidos.
Silva (2010) expõe que, diferente do que muitos imaginam, a gestão democrática
está muito além da escolha de um gestor para uma determinada instituição, almeja-se muito
mais que isso, visa boa qualidade educacional e a participação ativa de todos os indivíduos que
a compõem, centralizando nas políticas internas e externas à instituição. É uma forma de acordo
entre esses sujeitos.
A gestão democrática propõe a descentralização, participação e transparência do
processo administrativo, ou seja, as decisões tomadas devem contar com a participação de todos
os envolvidos no cotidiano escolar, sejam eles pais, professores, funcionários e os próprios
estudantes, bem como a divisão da administração, das decisões e das ações, que devem ser de
conhecimento de todos.
A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96) em seu artigo 3° dispõe
sobre os princípios e fins da educação nacional, sobretudo em seu artigo 3º, inciso VIII, relata
o princípio da gestão democrática, mais especificamente em seu artigo 14, que trata das normas
de gestão democrática nas escolas de ensino público (BRASIL, 1996).
Apesar da gestão democrática ser assegurada na forma da lei, existe uma
flexibilidade, principalmente com relação aos conselhos escolares, pois não estabelece um
critério deliberativo. A referida lei também não assegura a universalização da gestão
democrática em todos os sistemas de ensino e não demonstra de forma concreta os critérios
para a execução desse processo.
O trabalho de gestor escolar demanda experiência no exercício do magistério, pois
o mesmo deve conhecer a dinâmica das salas de aula, bem como reconhecer a função docente,
para tanto, relacionando-se ao papel educador na gestão, Saviani (2000, p. 208) explica que:

Ao diretor cabe, então, o papel de garantir o cumprimento da função educativa que é


a razão de ser da escola. Nesse sentido, é preciso dizer que o diretor de escola é antes
de tudo, um educador; antes de ser um administrador ele é um educador. Mais do que
isso: em termos típico-ideais, ele deveria ser o educador por excelência dado que, no
âmbito da unidade escolar, lhe compete a responsabilidade máxima em relação à
preservação do caráter educativo da instituição escolar. Esta é, em verdade, a condição
precípua para que ele administre a escola mediante formas (atividades-meios)
saturadas de conteúdo (atividades-fins).
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Gerir é ensinar e ensinar é gerir, desta maneira, gestão e ensino são valores
simultâneos que caminham juntos em busca de apenas um objetivo, a evolução do processo de
ensino e aprendizagem, que visam consequentemente cidadãos críticos e preparados para a
vivência em sociedade, devendo também valorizar os profissionais do ensino, e só passando
por esse papel é que se conhece a verdadeira realidade da ocupação.
O gestor escolar deve ter o conhecimento e a capacidade de mediar ações, de saber
resolver os conflitos adversos, respeitando as pessoalidades do indivíduo, o que geralmente é
adquirido com experiência e formação acadêmica, portanto, para ser um excelente profissional
é necessário obter esses dois fatores preponderantes. ( LUCK 2011)
Assim, a sociedade deve se fazer presente na escola afim de colaborar e atingir
metas juntamente com o corpo docente, pedagógico e administrativo escolar, para que o
ambiente se torne fértil e salutar, para que ocorram as práticas pedagógicas e a democracia
possa fluir em uma gestão participativa que vise uma cultural organizacional permeada pela
autonomia e descentralização do poder.
Na segunda metade do século XIX a Administração Pública Burocrática surge
como forma de combate a corrupção e ao nepotismo, através de mudanças econômicas e sociais
do Estado, do desenvolvimento tecnológico e da globalização. Engloba fatores que visam a
noção geral do interesse público, garante o cumprimento das responsabilidades, controla
procedimentos, opera os sistemas administrativos, entre outras características que visam o
controle da administração (CORDEIRO, 2017).
Dessa forma, esse modelo de administração surgiu para exterminar ações
irregulares que ocorriam na administração pública, pondo em prática um maior controle nesses
ambientes gestacionais, garantindo que se cumprissem as responsabilidades de cada agente
participativo, defendendo, assim, a integridade desses setores.
Pereira (2005) ressalta que as organizações que são administradas como se fossem
máquinas, são classificadas como burocráticas e seu surgimento representou um progresso no
quesito organização, aspecto moral e de gestão. Baseada nos princípios de administração do
exército prussiano e implantada em diversos países europeus e nos Estados Unidos, surgiu como
substituição ao modelo patrimonialista muito vigente na monarquia em um período que não se
distinguiam o patrimônio público dos privados.
O autor também ressalta que no período monárquico, o Estado era considerado
propriedade do rei, o nepotismo e empreguismo eram corriqueiros. Esse tipo de administração
não condizia com os modelos em ascensão na época, dentre eles o capitalismo industrial e as
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democracias parlamentares. Portanto, no capitalismo era claro a diferenciação entre Estado e


mercado, bem como a necessidade da separação também da sociedade civil, para que exista a
democracia.
O princípio da administração burocrática se deu no país através da criação do
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). De acordo com Pereira (2005, p.
243), “[...] a criação do DASP representou não só a primeira reforma administrativa do país,
com a implantação da administração pública burocrática, mas também a afirmação dos
princípios centralizadores e hierárquicos da burocracia clássica”.

Dessa forma a burocracia no Brasil tem diversas facetas nas mais diferenciadas
esferas, distinguindo em suas expressões e características, no meio político, diretorial, técnico,
profissional, auxiliar e proletária. Os modelos de administração passaram por transformações,
sendo primariamente como assistencialista, depois patrimonialista, para finalmente se chegar a
um modelo competente, eficiente e profundo que envolva os valores da sociedade.
Nas palavras de Cruz (2006), o modelo de gestão burocrática possui a rigidez como
sua maior característica, onde os gestores possuem total domínio no processo de trabalho,
seguindo as normas, de modo a dar à instituição uma organicidade rígida. A seguir, a autora
descreve a origem da organização formal burocrática:

Seu surgimento se deu como forma de dominação estatal na antiga Mesopotâmia,


Índia, Rússia, China e antigo Egito. Emergindo como mediação dos interesses
particulares e gerais, pode ser caracterizada no modo de produção asiático,
coordenando os esforços da sociedade, determinando maior divisão de trabalho,
separando mais rigidamente a agricultura e o artesanato (CRUZ, 2006, p. 03).

O modelo burocrático é excessivamente administrativo o que por diversas vezes


interfere em ações que deveriam ser simples e rápidas, o formalismo é algo que impede a
autonomia, há a centralização do poder com regras e diretrizes, todas as decisões são tomadas
por um superior, incapaz de fugir de um planejamento rígido e da impessoalidade, onde as
pessoas não mantêm um relacionamento entre si e sim entre cargos e funções.
As escolas que adotam esse modelo de gestão dizem claramente aos professores o
que deve ser feito e como deve ser executado aquela tarefa, de maneira até mesmo forçada,
imposta e diversas vezes ameaçadora, onde as regras devem ser seguidas ou até medidas
drásticas podem ser tomadas como a demissão do servidor. O modelo de gestão autocrática, de
acordo com Leite (2013), os autocráticos, geralmente, reproduzem modelos que tiveram
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referência no passado, seja no seio familiar, na sociedade ou mesmo com seus primeiros chefes,
que de repente, praticavam o autoritarismo em suas empresas.
De acordo com as diretrizes educacionais, os estabelecimentos de ensino devem ter
uma sugestão pedagógica própria, focada nos objetivos que se pretende alcançar mediante a
ação educacional, desse modo, os Colégios Militares se encaixam nesse modelo, pois priorizam
princípios e práticas atuais sem deixar de levar em consideração os costumes militares, levando
seus alunos a descobrirem suas potencialidades, autorrealização e a qualificação para o mercado
de trabalho e para a vida. (BRASIL, 1998)
Este estilo de liderança é vantajoso em alguns casos, em outros pode ser
problemático e trazer desvantagens, como em situações em que o líder começa a abusar do
poder e passa a ser visto pelos outros como um ditador, causando ressentimento entre os
mesmos. Nos colégios militares esse tipo de gestão é dito como disciplinar, criativo e que
desperta no aluno um espírito de liderança, produtividade e responsabilidade.
Souza (2002) afirma que, embora o Sistema Militar de Ensino procure uniformizar
a realização de suas atividades, há variações em suas unidades, elas procuram trabalhar de
forma singular quando se trata de aspectos relacionados à disciplina, trabalho pedagógico,
avaliação e trabalho docente.
Assim, para o político profissional, ter um gestor ao seu lado é uma forma de
controlar também a instituição que ele administra. Essa forma de escolha reforça o
autoritarismo, o que distancia a escola de um ambiente estimulador e democrático, muito
comum em escolas com gestão burocrática e autocrática. Uma maneira de inibir esse
“apadrinhamento político” seria através de concurso público para área, já bastante executado
em alguns estados brasileiros.
A eleição dos gestores é utilizada em modelos democráticos, porém apenas a
votação em si não define o modelo, pois como já relatado anteriormente, há a necessidade da
participação da comunidade escolar em geral nas decisões e propostas. Na seleção mista ocorre
a combinação de diferentes formas, englobando os conhecimentos técnicos do candidato e
participação de todos os agentes de ensino (MENDONÇA, 2001).
Assim, a escola pode ser um espaço de aprisionamento ou de libertação, podendo
vivenciar a participação. Porém, para que isso ocorra, é viável a realização da gestão
democrática, mesmo que todas as formas de gestão sejam encontradas no Brasil, sendo cada
uma delas alvos de críticas, a eleição ainda é a melhor forma de participação democrática.
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3 ANÁLISE DO ESTUDO E VIVÊNCIAS A RESPEITO DA ATUAÇÃO DE


COORDENADORES PEDAGÓGICOS NAS ESCOLAS PROF. RISALVA FREITAS
DO AMARAL, WILSON MALCHER E GENERAL AZEVEDO COSTA

A coordenação pedagógica possui atribuições necessárias para um bom


desempenho das instituições de ensino, podendo se perceber os reflexos da atuação de
coordenadores pedagógicos desde os resultados que os alunos alcançam no decorrer do ano
letivo escolar até mesmo no fazer pedagógico de professores atuantes. Faz-se importe que seja
recorrente o debate a respeito das funções do coordenador dentro das instituições de ensino,
visando a melhoria e valorização do corpo técnico pedagógico escolar.
A seguir, serão apresentadas as entrevistas realizadas com gestores e coordenadores
dos estabelecimentos estudados, bem como as discussões com os principais teóricos e críticos
que estudam as escolas e seus participantes. A partir dessas discussões, serão expostos os
resultados e, só assim, chegar a conclusões mais detalhadas da atuação dos coordenadores
pedagógicos em instituições com modelos diferentes de gestão.
A primeira entrevista se deu com o a gestora da Escola Estadual Risalva Freitas do
Amaral, a qual será denominada gestora 1, e com a coordenadora pedagógica, que será chamada
de coordenadora 1. A gestora 1 explana primeiramente sobre a introdução do projeto de gestão
compartilhada, como se deu a escolha e os motivos que contribuíram na seleção da escola, onde
é citado a investigação e o modelo inspirado em escolas militares de outros estados, uma
construção paulatina que foi consolidada no ano de 2017. Serão utilizadas tabelas para a
exposição das entrevistas realizadas.

Tabela 1 – A introdução do projeto de gestão compartilhada na Escola Estadual Risalva Freitas


do Amaral
Como se deu a organização do projeto de gestão compartilhada e os
Pergunta motivos que levaram a atual escola a ser contemplada com esse modelo
de gestão?
“Inicialmente foram realizadas pesquisas e identificamos na escola
Resposta da Risalva, uma certa carência de uma melhor atenção educacional,
gestora 1 devido a sua localização periférica e ainda pelo motivo de a escola ser
considerada nova em suas atividades. ”
Fonte: SANTOS, Tatilene Gomes dos. 2019.

Para Souza (2002), a escola que possui sua gestão compartilhada com os militares
acaba se tornando referência educacional e devido a isso, contribui de forma significativa para
15

a melhoria do local em que está situada, trazendo inúmeros benefícios, o mais visível é a maior
presença dos alunos na escola.
É evidente a mudança que a gestão militar compartilhada proporciona às escolas,
elas passam a ser mencionadas como um modelo a ser seguido e devido a isso, despertam o
interesse, não apenas da comunidade local, mas dos demais bairros da cidade e
consequentemente ocorre o aumento da procura por vagas nesses estabelecimentos. É
importante salientar, ainda, que os pais e/ ou responsáveis dos alunos da escola pesquisada,
possuem uma maior participação na vida escolar desses estudantes.
A gestora acrescentou que houve um período de turbulência que a escola teria
vivido no período de transição do modelo, onde houve a necessidade da adaptação de todos os
membros da escola, priorizando primeiramente outros fatores, levou um tempo para haver essa
adaptação e para que a gestão conhecesse todo o meio em que estava inserido para que por fim
viesse fazer alguma intervenção e a consolidação do mecanismo.
A segunda pergunta à gestora foi relacionada às funções da coordenação
pedagógica na escola e como se dá a relação entre gestão e coordenação, ela cita que o setor
apenas trata do rendimento dos alunos e o acompanhamento do trabalho dos professores, ou
seja, meramente do campo do ensino e aprendizagem.

Tabela 2 – As funções da coordenação pedagógica


Pergunta Quais as funções da coordenação pedagógica e como se dá a relação
entre gestão e coordenação?
“Funções relacionadas ao planejamento do docente e a execução do
mesmo, se os educadores seguem a linha metodológica da escola que
é modificado de acordo com as necessidades dos alunos. A nossa
Resposta da
relação já foi aprimorada, se adaptaram de acordo como o modelo de
gestora 1
gestão militar, que no início todos se mostraram bastante receosos e
que tiveram que se afeiçoar ao mecanismo, de forma que foi definido
um rito a ser seguido para que houvesse mais organização no meio. ”
Fonte: SANTOS, Tatilene Gomes dos. 2019.

A diretora também alude que o departamento já compreendeu seu papel na escola


e que anteriormente teriam dificuldades em lidar com certas situações, como em casos de
indisciplina, de orientações e de cobranças aos pais, alunos e professores, que geralmente é
solucionado em conjunto com a direção.
Sobre as funções do coordenador pedagógico escolar, Augusto (2006) expõe o fato
de que esse profissional discorre inúmeras funções em seu cotidiano, muitas vezes além de suas
16

competências. A triste realidade é que, muitas vezes, ele não possui o reconhecimento merecido
por parte dos colegas professores, nem da sociedade escolar.
No caso da gestão militar compartilhada, de acordo com as palavras da gestora, a
coordenação pedagógica desempenha as mesmas funções que nas demais escolas com outros
modelos de gestão, porém, quando ela fala que a coordenação precisou se adaptar aos
mecanismos da gestão militar, se percebe uma relevante singularidade nessa atuação,
diferenciando-a das demais.
Quando questionada sobre os pontos positivos relacionados ao modelo de gestão
compartilhada de ensino militar a resposta da gestora foi um tanto quanto positiva, afirmando
que essas mudanças são visíveis quando se trata do comportamento dos alunos, da presença dos
pais na escola e ainda, a autoridade do professor está sendo regatada na escola.

Tabela 3 – Pontos positivos da gestão militar compartilhada


Pergunta Quais os pontos positivos para uma instituição que possui a gestão
militar compartilhada?
“Em relação à mudança de comportamento do alunos, da comunidade
e dos próprios profissionais da educação que se mostraram mais
disciplinados cada um em seu papel social, após um tempo de
implantação já vimos que todos são muito conscientes dos seus papeis
e do que a escola se propõe a fazer, é visível também o resgate da
Resposta da
autoridade do professor dentro da sala de aula, apesar de ainda
gestora 1
existirem pessoas que não têm uma visão muito apurada das situações
que permeiam esse ensino e sobre todas as mudanças que ocorreram
no meio, a gente já observa que entre 2017 e 2019, a questão
indisciplinar já melhorou bastante, mas não é algo que se pode ver da
noite para o dia”.
Fonte: SANTOS, Tatilene Gomes dos. 2019.

Oliveira (2016) expõe o mito e a cultura do medo que os defensores da gestão


militar defendem, acreditando que as escolas com esse modelo de gestão possuem poderes de
controle social, sempre enfatizando o atual quadro da violência social que se vive, porém, o
autor acredita que esses dados não passam de mitos como fontes de fortalecimento das unidades
escolares militarizadas.
É importante ressaltar que as mudanças não acontecem de uma hora para a outra e
sim de forma gradual, a questão pedagógica está muito interligada com a disciplina e a própria
autoridade dentro da sala de aula, o professor possui um papel muito importante nesse processo,
caso houverem dificuldades, ele poderá sempre contar com o apoio da gestão.
17

Em entrevista com a coordenadora pedagógica, a mesma ressalta as melhorias


ocorridas após a gestão militar compartilhada, principalmente em relação a participação dos
pais, o que anteriormente era vago, após a inserção do modelo se mostraram bastante presentes
e participativos, bem como mais exigentes em relação aos seus protegidos, como demonstra na
seguinte fala:

Tabela 4 – Melhorias após a introdução da gestão militar compartilhada


Pergunta Quais as melhorias ocorridas na escola após a implementação da
gestão militar compartilhada?
“Quando a gente se reunia com os pais, antes vinham entre 10 e 12
pais, atualmente faltam apenas 4 ou 5, eles eram muito ausentes, hoje
eu percebo que eles têm uma preocupação maior, não sei se é o fato de
Resposta da ser militar, eu penso que sim. Agora eles estão na escola e
coordenadora 1 acompanham melhor, mas quando eles não veem a gente encaminha a
situação para o conselho tutelar, então é uma coisa que para eles é
terrível ouvir que isso acontecerá, eles se desesperam, mas no mais a
relação tem sido boa. ”
Fonte: SANTOS, Tatilene Gomes dos. 2019.

Comparando as respostas da gestora 1 e da coordenadora 1, se percebe uma


consonância de ideias, ambas afirmam que a gestão militar compartilhada possibilitou
melhorias para a instituição em que atuam, desde o comportamento disciplinar dos alunos até a
presença dos pais ou responsáveis nas reuniões ou até mesmo quando solicita a presença deles
no ambiente escolar, diferentemente do que ocorria antes da gestão compartilhada.
A segunda entrevista ocorreu na Escola Estadual Municipal Wilson Malcher que
conta com a gestão por indicação. Foi entrevistado o atual coordenador pedagógico que será
denominado por coordenador 2, que iniciou respondendo a respeito do trabalho da coordenação
pedagógica e como se dá a organização da dinâmica do trabalho escolar.

Tabela 5 – O trabalho da coordenação pedagógica na Escola Municipal Wilson Malcher


Pergunta Como ocorre o trabalho da coordenação pedagógica na Escola Escola
Municipal Wilson Malcher?
“Nosso trabalho pedagógico está organizado em eixos, nós temos
metas a serem alcançadas através do nosso plano de ação, que é
Resposta do elaborado juntamente com a comunidade escolar. Temos três
coordenador 2 coordenadores, o primeiro é responsável pela parte teórica, o segundo
pela parte de planejamento e o terceiro pela parte prática, portanto,
trabalhamos sob o olhar da gestão democrática.”
Fonte: SANTOS, Tatilene Gomes dos. 2019.
18

O coordenador pedagógico é peça fundamental na construção de uma escola


transformadora, é ele quem pesquisa, elabora e possibilita ações de inserção de todos tanto nas
decisões quanto na construção do Projeto Político Pedagógico, ferramenta essencial para que a
escola desenvolva seus trabalhos e alcance seus objetivos de forma significativa.
Para Antunes (2005, p. 19), “a escola, em geral, apresenta um discurso favorável à
democracia. Mas é necessário (...) que nossas práticas não sejam negadoras daquilo que
defendemos”, portanto, mais que falar em democracia, é necessário viver a democracia e
quando se trata de ambiente educacional, essa união de ideias deve ser constante em prol da
melhoria da educação.
A terceira pergunta ao o coordenador 2 foi relacionada aos desafios que eles
encontram, bem como os maiores problemas enfrentados por sua equipe. Ele retratou que o
maior desafio de toda escola é alcançar o sucesso do aluno no final do ano letivo, mas que a
maior problemática que enfrentam diariamente é a relação com os professores atuantes na
escola.

Tabela 6 – Os desafios da coordenação pedagógica na Escola Municipal Wilson Malcher


Pergunta Quais são os desafios da coordenação pedagógica e os maiores
problemas encontrados na Escola Municipal Wilson Malcher?
“Com certeza temos um desafio aqui na escola que é ver o aluno
alcançar o êxito ao final do ano escolar, mas posso dizer que o maior
desafio atual é a relação que temos com os professores que acabam
Resposta do
desrespeitando a hierarquia escolar e acham que podem fazer o que
coordenador 2
bem entendem aqui dentro da escola. Na maioria das vezes esses
professores não entendem que a coordenação pedagógica está aqui pra
mediar o fazer pedagógico e acabamos sendo taxados de autoritários.”
Fonte: SANTOS, Tatilene Gomes dos. 2019.

A educação é uma espécie de sociedade, onde todos os envolvidos com ela devem
ter participação e direito aos bônus e aos ônus, uma vez que fazê-la de forma individual é quase
impossível. Comunidade, pessoal de apoio, professores, coordenadores e direção, fazem parte
dos da educação em uma escola, é importante que todos caminhem juntos para que o ato
educacional ocorra nesse ambiente. (LIMA E SANTOS, 2007)
Pode-se dizer que a atuação não coordenada do professor, muitas vezes é
incompleta, levando em consideração as funções desempenhadas pelo coordenador pedagógico
que são inúmeras e essenciais para o trabalho dos docentes, dos alunos e de outros setores da
19

escola. No caso da escola pesquisada que possui a política da democracia, é essencial que cada
área desempenhe seu papel em consonância com os demais.
A próxima pergunta ao coordenador 2 objetivou saber como se dá a dinâmica entre
coordenação escolar e gestão na Escola Municipal Wilson Malcher, o mesmo afirmou que o
gestor é também parte da coordenação pedagógica, que muito contribui para o andamento dos
afazeres diários.

Tabela 7 – A dinâmica entre coordenação e gestão escolar


Pergunta Como acontece a dinâmica de trabalho entre coordenação e gestão na
Escola Municipal Wilson Malcher?
“O gestor é um coordenador pedagógico, ele é parte integrante da
coordenação, nós sentamos com o diretor e pensamos as melhores
Resposta do gestor formas de trabalhar e atingir nossa maior meta, que é a alfabetização.
2 Atualmente a escola passou por transformações e uma das principais
está sendo essa relação entre gestão e coordenação, onde procuramos
trabalhar juntos buscando o êxito dos alunos.”
Fonte: SANTOS, Tatilene Gomes dos. 2019.

A gestão e a coordenação na escola são recém-chegadas e por se tratar de uma


escola grande e com uma boa demanda de alunos, os desafios estão sendo ultrapassados aos
poucos. Ele complementou, ainda, que a atual gestão busca trabalhar de forma horizontal, onde
todos que ali trabalham possuem voz e participação nas decisões da escola.

O líder escolar que delega, envolve, como companheiros de trabalho, professores e


demais funcionários da escola, no processo de tomada de decisão, criando também,
desta forma, seu comprometimento com as decisões tomadas. Trata-se de uma ação
criadora de elevada sinergia, isto é, de força conjunta dinamizadora de ações coletivas.
(LÜCK, 2001, p. 55).

Nessa visão, se percebe a importância do gestor escolar como um líder, mas não
como um ser que tudo sabe e que em tudo manda, o gestor deve ter a sabedoria de desenvolver
um trabalho juntamente com os outros participantes, envolvendo-os no processo, de maneira
dinâmica e coletiva.
Lima e Santos (2007), enfatizam a importância que o coordenador pedagógico
possui no cotidiano escolar do professor, ele precisa se conscientizar da função formativa que
a coordenação lhe proporciona, oferecendo novas metodologias, práticas e suporte necessário
para sua atuação em sala de aula juntamente com os alunos.
20

Nesse sentido, de acordo com as palavras do entrevistado, sabendo que a gestão


democrática é garantida por lei, observou-se que a Escola Estadual General Azevedo Costa
trabalha de forma interativa com a participação de todos da comunidade escolar e que a
coordenação pedagógica possui papel fundamental nesse processo de reflexão, construção e
aplicação dos métodos educacionais.
O seguinte entrevistado foi o gestor da Escola Estadual General Azevedo Costa,
que será denominado gestor 3, e a primeira indagação foi quanto à relação entre a direção da
escola e a coordenação pedagógica, uma vez que a instituição conta com a gestão democrática
participativa.

Tabela 8 – Relação entre coordenação e direção na Escola Estadual General Azevedo Costa
Pergunta Como se dá a relação entre coordenação e gestão na Escola General
Azevedo Costa?
“Ela é importantíssima para o sucesso da escola, a gestão possui ótima
relação com o colegiado, no qual fazem parte o grêmio estudantil,
conselho escolar, associação de professores e associação de pais e
Resposta do gestor
mestres. Se essa relação não for boa, com certeza isso determinará o
3
fracasso escolar. É importante que cada um conheça seu papel dentro
da escola e a gestão precisa dar condições para a realização dos
trabalhos escolares.”
Fonte: SANTOS, Tatilene Gomes dos. 2019.

Para Luck (2009, p. 95), “a coordenação pedagógica é, de todas as dimensões da


gestão escolar, a mais importante, pois está mais diretamente envolvida com o foco da escola,
que é o de promover aprendizagem e formação dos alunos”. Nesse sentido, a relação com esse
setor escolar deve ser constante, tanto pela gestão pedagógica quanto pelos demais setores da
escola, visando alcançar os objetivos em prol do público alvo, que são os estudantes.
O autor é tem toda razão quando afirma a importância que a coordenação
pedagógica possui em um ambiente educacional, á que lida diretamente com os alunos e
professores, personagens essenciais que convivem diretamente em sala de aula, onde acontece
as trocas de conhecimentos.
Como exposto pelo entrevistado, se não houver uma boa relação entre o diretor da
escola, não apenas com a coordenação, mas também com os demais colegiados envolvidos no
contexto escolar, o ensino/aprendizagem se torna falho, principalmente quando a escola está
inserida no sistema gestacional democrático.
21

A última entrevista foi realizada com a coordenadora da Escola Estadual General


Azevedo Costa, que foi questionada quanto aos desafios e problemas enfrentados pela equipe
pedagógica na escola, a mesma relatou que as relações com pais de alunos ou responsáveis e
com os próprios estudantes são os principais percalços encarados no cotidiano.

Tabela 9 – Os principais desafios da coordenação pedagógica na Escola Estadual General


Azevedo Costa
Pergunta Quais os principais desafios enfrentados pela coordenação pedagógica
na escola General Azevedo Costa?
“ Um grande desafio que temos é a relação com os pais ou responsáveis
por falta do acompanhamento dos mesmos na vida escolar do aluno,
que muitas vezes dizem não ter tempo para comparecer à escola
quando são chamados e isso prejudica muito nosso trabalho, pois só
Resposta da conseguimos trabalhar de forma efetiva quando podemos contar com
coordenadora 3 o apoio da família e a falta desse apoio gera outra problemática com os
alunos, que acabamos tendo que resolver questões que fogem da nossa
competência. Mas o bom é que aqui na escola existe o núcleo de
conflitos e acabamos dividindo esses casos com eles, não ficando
centralizados na coordenação. ”
Fonte: SANTOS, Tatilene Gomes dos. 2019.

É responsabilidade dos coordenadores pedagógicos esclarecerem aos pais ou


responsáveis toda a dinâmica do processo de ensino e aprendizagem, mas também é importante
que os pais saibam o verdadeiro papel da coordenação dentro de uma escola, uma vez que
muitos desconhecem as competências desses profissionais, responsáveis por organizar,
planejar, executar projetos e mediar o processo de ensino e aprendizagem.
Oliveira e Araújo (2010, p. 107) afirmam que “ambas as instituições possuem papel
primordial para o desenvolvimento pleno da criança, ainda que suas funções pareçam ser
diferentes, estão internamente ligadas”. Devido a essa conexão, faz-se de suma importância
haver uma relação estreita entre elas, pois as desavenças que ocorram com o aluno em ambas,
pode afetar seu desenvolvimento e suas relações pessoais.
As palavras da coordenadora 3 deixaram muito claro que, sem o apoio familiar, a
escola não consegue rendimentos positivos dos alunos e se faz necessário que a família tome
consciência de que essa ausência prejudica não apenas o estudante, mas todos os envolvidos no
processo. Assim sendo, é importante o acompanhamento desse educando por um profissional
que possa mediar essa relação, conhecendo o contexto do aluno e as dificuldades que este e sua
família encaram, permitindo, assim, a união entre a família e a escola.
22

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da presente pesquisa sobre a atuação da coordenação pedagógica em


escolas com modelos distintos de gestão, pôde-se perceber que mesmo com essas diferenças
administrativas, as instituições possuem objetivos em comum que incluem garantir o
aprendizado do aluno, possibilitar suporte pedagógico aos professores para que desempenhem
suas funções com dignidade e ainda, incluir a família no âmbito escolar.
No caso da Escola Estadual Risalva Freitas do Amaral, que conta com a gestão
militar compartilhada, o trabalho da coordenação pedagógica, de acordo com as informações
obtidas nas entrevistas, teve que adequar suas metodologias ao formato que o mecanismo
militar exige, o que deixou a equipe pedagógica, pais, alunos e professores receosos de como
se daria esse novo modelo de administração, sendo que a escola já desenvolvia seus trabalhos
antes da implantação desse novo sistema, que necessitou a existência de uma readequação na
forma de trabalhar.
Na escola Municipal de Ensino Fundamental Wilson Malcher, onde há a gestão por
indicação, foram entrevistados o diretor e o coordenador pedagógico e de acordo com o que se
absorveu durante as conversas, a equipe pedagógica e a direção caminham juntas, buscando
sempre alcançar os objetivos propostos através de reuniões, sempre entrando em consenso,
respeitando a opinião e argumentos de cada setor. Para a equipe dessa escola, não há uma
hierarquia vertical, pois, todos possuem os mesmos direitos de argumentos e decisões em
consenso, prevalecendo sempre o respeito a cada um.
A Escola Estadual General Azevedo Costa possui a gestão democrática e
participativa, que de acordo com o diretor entrevistado, é de relevante importância uma escola
onde todos têm voz e são livres para opinar nas decisões da instituição. De acordo ele, a gestão
escolar conta com a participação de todo o colegiado, que fazem parte a associação de
professores, associação de pais e o grêmio estudantil, acreditando que através dessa inclusão, o
desenvolvimento do ensino e da aprendizagem na escola se dá de forma contínua e significativa.
Quando questionados sobre a opinião dos entrevistados quanto ao modelo de gestão
aplicado em suas escolas, observou-se que todos foram diretos ao dizer que quem faz o modelo
ser significativo é a equipe pedagógica juntamente com os demais participantes, que
independente do modelo, são responsáveis por possibilitar uma educação para todos.
Perante o exposto, pode-se concluir que o papel da coordenação pedagógica nessas
escolas com diferentes modelos de gestão é sempre o de auxiliar, planejar, mediar relações,
23

dentre outras competências que são essenciais para um bom desempenho escolar, porém,
existem algumas particularidades no modo de trabalhar em cada uma delas, podendo destacar
a que mais chamou a atenção, a coordenação da escola com a gestão militar compartilhada,
onde se percebeu certa perda da autonomia do corpo técnico, pois precisaram se adequar ao
novo modelo gestacional, o que causou muito estranhamento por parte dos profissionais, alunos
e familiares.

ABSTRACT

This research aims to understand and compare the performance of pedagogical coordination in
the different management models existing in three schools in the city of Macapá, Amapá state:
Professor Risalva Freitas do Amaral State School, which works through military management,
Wilson Malcher Municipal School. it has management by political indication and the General
Azevedo Costa State School that practices democratic management. This is a bibliographic and
field research, of qualitative nature, through interviews with coordinators and managers of the
researched institutions. This study provided answers about the different school managements
and to what extent they influence the work of pedagogical coordination. It is noticed that they
have the same educational objectives, but have different ways of performing the pedagogical
technical work, a fact that can be proven through this research. Libaneio (2008), Luck (2011)
and Silva (2010) are the main theorists on which this research was based.

Keywords: Pedagogical coordination. School management. Educational Institutions.

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Apêndice – Roteiro de entrevistas realizadas com gestores e coordenadores das escolas


pesquisadas

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Contamos com sua colaboração neste trabalho, participando dessa entrevista, para a execução
desta pesquisa, intitulada “A ATUAÇÃO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EM
INSTITUIÇÕES DE ENSINO COM MODELOS DIFERENTES DE GESTÃO”.

Escola:________________________________________________
Nome: ________________________________________________
Função: _______________________________________________

1) Como se dá a relação entre direção e coordenação pedagógica nesse estabelecimento de


ensino?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2) Quais as funções da coordenação pedagógica nessa instituição?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3) Quais os desafios do dia a dia escolar enfrentados pela equipe gestora?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4) Como ocorre a dinâmica de trabalho da equipe pedagógica?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

5) Você considera importante o modelo de gestão aplicado nesse estabelecimento? Porque?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
27

Anexo A – Ofício encaminhado à Escola Estadual General Azevedo Costa


28

Anexo B – Ofício encaminhado à Escola Estadual Risalva Freitas do Amaral


29

Anexo C – Ofício encaminhado à Escola Municipal Wilson Malcher

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