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Narração
Fica o aviso para quem quiser ouvir! Essa história aqui fará sentido se você
gostar de sonhar, aqui estamos sonhando; deixe sua mente limpa e viaje
conosco na aventura que logo será sua vez.
Narração (cont.)
I. Caminhava a Leoa tão próxima da gente Humana, iam por uma estrada lisa
ainda que a poeira voasse curta; seguiam e todo o ambiente reaparecia em um
tom amarronzado. “Que bom”, pensavam. Para eles o ar do campo provocava
uma memória ou sonho em desfile com tanta tranquilidade, ahh deveria ser
mais assim. Era a pista de uma areia assentada pelos dias quentes, e não ventava
tanto como em outros locais das roças daquele mundo. É bem verdade que o
clima ameno favorecia a travessia naquele dia, mas somente uma cerca dividia
a estrada de suas passagens. Tudo isso para aqueles rostos!
II. Aquele silêncio dividido em seu compassado caminhar, estes dois em sua
cumplicidade, e eles veem se aproximar um bando de animais correndo.
Vinham para eles olhando da parte de cima de um monte elevado que havia
naquela área, chegariam analisando por um ânimo total. À direita, bem rente
aos dois caminhantes, esses animais tanto insistiram que a Leoa por fim
apressou o passo também, ao que a gente Humana tentou igualar vendo a
ameaça dos outros animais atrás da cerca, cerca essa que só representava uma
divisória, nunca um isolamento definitivo entre partes. Curiosamente, naquela
confusão estavam outros leões errantes, ambos sentiam. “Apenas uma grade
dividindo a estrada da beira e esses perseguidores”, era o que a Leoa pensaria
alto. “Vamos embora, não sabemos o que isso significa. O iminente é o que de
certa forma une todo mundo!”, afirma a gente Humana. Escapam sem mais
dizer, sim, era o que dava.
IV. Mas a expressão do ator na capa da fita Yoms não era nada boa; além da
propaganda aparente ficava a deixa de que Yoms estava em guerra e seus atores
também se viam em uma enrascada. Ambos notaram, estavam atentos e
olhando de um lado ao outro. Nisso veem entrar alguns dos animais da cerca
da estrada, eles ainda tinham o cheiro da Leoa e da gente Humana na memória.
Eram farejadores natos!
Assim, mais uma vez escapam então de tudo aquilo, só que dessa vez por uma
rua diferente, que para sua surpresa dava bem no meio da cidade. A presença
deles diante de muitos que atravessavam a rua em marcha foi apenas monótona,
era como se já conhecessem e viviam em círculos. “Digo bem alto, começa a
Leoa, para que os ouvidos possam notar sem sombra de dúvida; saibam que
não somos nenhuma ameaça à cidadela!” A Humana complementa então que
“já estão de saída!”
FIM
Narrador
(para o palco e a plateia)
A professora disse aos alunos, assim: “Quero um poema de cada um!”
Professora
(para as crianças)
Vamos nos distrair um pouco? (pausa) A estorinha de vocês vai ser um
passatempo.
Criança
(para outra criança)
Ãn, ah não, que coisa, me lasquei.
Narrador
(para o palco e a plateia)
Sim, eu estava lá e era uma das criancinhas que ficou meio, digamos, sem
jeito! “Como é que faz isso, tia”, foi o que tantos outros falaram, como se
generalizando a angústia.
Professora
(sozinha)
Era precisava perguntar, ficamos contra a parede; só tinham visto um poema
de longe até então. Só a fotografia, as marcas, nunca leram um troço desses!
Professora
(calma)
Vamos lá, crianças. 20 minutos.
Criança
(para outra)
Ai, meus, só isso? Ei, me dá uma força aê?
Criança
(para outra)
A sofrida ao lado! Para mim fica claro.
Criança
(para a Professora)
“Sei lá (pausa) escreve o da batatinha.
Criança
(para outra criança)
Mas eu não entendi de cara, estava com a cabeça a mil!
Criança
(para outra criança)
Como é que é, precisava de uma resposta?
Criança
(para outra criança)
“Tá no livro, uai... tô na mesma.
Criança
(para outra criança)
Verdade! Ah, o livro. Mas vou fazer igual? Ela vai descobrir.
Criança
(para outra criança)
Aí já não é comigo (...)
Criança
(para outra criança)
Babou, babou, amigo será... que se eu trocasse uma palavra ou outra (...)
Criança
(para outra criança)
Só rindo! Gente boa.
Criança
(para a Professora)
“Batatinha quando nasce... Hum, se bobolha pelo chão”, tá bom duas frases,
tia???”
Criança
(para outra criança)
Mas que enrascada. Ficou horrível, cara.
Criança
(para outra criança)
Ela sabe minha jogada.
Criança
(para a Professora)
Tia, posso ir ao banheiro? Nem penso direito.
Professora
(para o aluno)
Claro, filhinho. Mas não demora.
Criança
(para a plateia)
Vou não.
Professora
(rindo, para a plateia)
Acabou o seu?
Criança
(para a plateia)
Tô quase.
Professora
(para o aluno)
Você está bem?
Criança
(para a Professora)
Ahãmn...
[A Professora faz que sim com a cabeça e anda palco, os alunos acompanham seu trajeto.]
Professora
(para a plateia)
Corre ao banheiro, lavo o rosto (...) mas continuam suando. Que alternativa
que resta? Eu vejo que estão perdendo!
Criança
(para a Professora)
É, fomos nos esgueirando pelos fundos da escola. “Vai ser alguém”, fico
incitando para mim, talvez funcione. “Vai aprender quando?”, eu me
pergunto (...) não seria legal apenas me esquivar.
Narrador
(para o palco e a plateia)
Já fora da escola, me perdi legal. E agora anos depois revendo isso, rindo,
percebo que agi mal, quem sabe o que teria feito? Devia ter ficado lá e tido
bons momentos com meus amigos, errando ou não, mas juntos, pois é!
[Encerra.]
[Música no som e todas as formigas entram em cena realizando algum serviço, a turma
toda, e as especiais com o devido cuidado.
Algumas formigas deixam cair os itens que seguram na mão enquanto correm. A seguir é
o PROFESSOR que escolhe a forma de se apresentar:]
Professor
(reverenciando, para a plateia)
Oi, oi, e agora estamos juntos! Hoje vamos contar a história do que fazem
as formigas todos os dias em casa.
Professor
(maneiras, para a plateia)
Dia após dia as formigas se atiram ao açúcar e não tem quem consiga sair
com elas dessa vida.
Formigas
(grito e se movem no palco)
Criança 1
Ah, dias e dias, e um copo só na pia e lá vem elas, sempre sedentas.
Criança 2
Açúcar atrás açúcar e as formigas continuam se fartando, a boca cheia.
[Troca de música.]
Criança 3
(assustada)
Meus amigos!
Professor
(maneiras)
Mas nada aconteceu...
Professor (cont.)
(para plateia)
E vocês?
Professor
(se despedindo)
Por enquanto não falamos nada mais, os dias são de ação, dias e dias além
(...)
[Desce o pano e o cenário está em branco, as crianças de agrupam e uma a uma começa a falar.]
Criança 1
Se uma plantinha, se ela brota tão forte por debaixo de algum concreto, e se ainda
sobrevive, ela faz o impossível? Olha você aí também para a plantinha!
Criança 2
Que bela inciativa, as plantas nos ensinam como é a Vida, mostram para a gente o que
é ser forte. Você então pode ver que a nossa realidade, nosso natural, não é estarmos
por baixo, mas irmos sim ao real lugar, à superfície para que os bons raios de sol...
Todas juntas
(...) nos atinjam. Ficamos mais intensos ainda!
Criança 3
Viram como aquela primeira coragem da plantinha foi importante!? Nada mais é o
mesmo depois dessa atitude, nossa amiga plantinha fez o que devia, faça você também
FIM
[Abre o palco e um cachorro está cachorro está deitado no chão de (cenário) uma rua.]
Um deles
(para a plateia)
(...) “ele” é “ela”, é uma linda fêmea que por causa do mal conhecido hoje em
dia por preconceito, foi nomeada assim, em itálico. Só nunca prestaram
atenção, nem havia sido vista com bons olhos.
Outra deles
(para a plateia)
Chamavam de ele, aquilo, sem se dar conta do que ela era!
Alguém
(para a plateia)
Por este tratamento, “ela” sempre fugia e se escondia por detrás da sujeira e
panos sujos, e assim diziam que era um cachorro das ruas, porque para quem
não sabe diferenciar, tudo era a mesma coisa...
Mas um belo dia sua beleza que foi ressaltada, a justiça sendo feita, a
barriguinha dela se estufou: estava esperado seus filhinhos!
Sua única vontade agora era correr para o campo, longe das cidades, e ter uma
vida tranquila por fim, para criar com carinho e atenção as crias para o novo
mundo!
E mais
(para a plateia)
E então, com todas as crianças que forem ler essa história, em cada sentimento
bom depositado nela, aí sim, e muito mais, a felicidade chegará aos cães das
ruas, que com sua bondade e companhia seguem a gente
FIM
Narradora 1
“Uma viagem pela gente” é uma fantasia sobre a estada na Terra do
astronauta Neulom, habitante do longínquo planeta Q’Tar. Ele aterrissa
por acaso no continente perdido de Mu, por volta de 50 mil anos atrás,
isso mesmo, nos primórdios da civilização humana! Mas isso foi bom, pois
se não fosse por uma pessoa como nosso amigo das estrelas não teríamos
acesso a todas essas informações do Cosmo, não falaríamos tão cedo de
justiça e igualdade de pensamento, não teríamos festejado a Vida! A tudo
isso estamos destinados, digamos que ele deu apenas... umas dicas
celestiais. Isso faz parte da boa vontade que Deus, para todos.
Mas alguma coisa muda no momento em que Neulom e alguns amigos
vão dar uma volta fora da Terra, vocês saberão que nada será o mesmo
quando voltarem... nem eles mesmos. Estejam prontos!
Narradora 2
A história do mundo azul, o nosso planeta Terra, mudou completamente no
momento em que Neulom apareceu pela primeira vez aqui; na verdade, ele
aterrissou, se estatelou, não é!? É isso, minha gente, vamos contar como foi.
A Terra, sabia Neulom bem antes de sua jornada começar, era um lugar
seguro e cheio de vida simples; e mais, sabia ele que o ar era muito bom
mesmo, enxia as pessoas de coisas tranquilas. E sem falar das águas limpinhas
e da brisa suave atiçada pelo vento todos os dias. Tão aprazível também era a
noite neste paraíso, oferecendo tamanho conforto para renovarmos as
energias no quentinho de uma fogueira. Eram os primórdios do mundo azul,
bem verdade dizer. Aqui na Terra toda nova manhã o Sol raiava de alegria;
queria ajudar, era sua forma de retribuir a Deus também! E qualquer um
podia ir para onde quisesse, construir sua casa onde bem entendesse, a isso
chamavam de liberdade.
Narradora 3 (cont.)
(...) descrever coisas do tipo, mas, justamente por isso, sentiam de uma forma
única tal relação. A curiosidade se alia à mente de Deus! E Neulom e sua
nave cruzaram o planeta azul, sempre somando, desde o primeiro contato
ensinando à gente daquela era a existir melhor do que no dia anterior; estava
ali para trazer esse conhecimento, para ajudar sem nada pedir em troca. Sim,
ter boa vontade foi o meio mais útil para o povo de Neulom aprender, e olha,
naquela época nem existia a palavra preguiça. Bons tempos, a intuição estava
em alta! Bastava relembrar.
Narradora 1
Primeiro ele foi ao continente de Mu, e dali pode descrever o comecinho das
raças, fez muitos aliados. Era fácil fazer amizades verdadeiras porque as
pessoas eram verdadeiras!
Mesmo muito bem recebido, engraçado como em cada lugar deste globo por
onde Neulom passou ele foi chamado por um nome diferente, deve ser
porque muita gente o achava parecido com alguém que conheciam,
poderíamos até pensar e citar aqui uma lista de nomes, estilos de cabelo ou
barba. Isso ele não sabia ainda compreender direito naquele momento, mas
achou foi divertido; da mesma forma ainda estava entendendo as línguas
daqui, então tudo estava valendo. Pois ficava na dele quando era preciso e
observava muito, sabia ouvir também; o silêncio sempre foi um bom método
para se ter certeza; e as pessoas que o viam queriam ser como ele, isso é, ser
diferentão como Neulom no seu traje todo desenhado com temas de
pássaros, ou melhor, o próprio traje era em formato de pássaro! Quem viaja
atrai a atenção das pessoas que querem viajar também.
Narradora 2
Nosso amigo ensinou tudo o que podia à gente comum, mais precisamente o
que conseguiriam entender; falou desde uma forma fácil de preparar as
comidas até como saber quais dias haviam em nossos meses e anos; esse
tantão de informações era passada no começo apenas com gestos, depois com
sinais, desenhos em paredes. Logo passou ao alfabeto, às contagens
matemáticas e assim por diante. Neulom comentou a função dos 365 dias que
vivemos, e como cada um serve a um propósito.
Narradora 3
Entretanto, mesmo com toda a bondade de nosso hóspede, ainda assim
algumas almas bobas quiseram se aproveitar da vinda de Neulom para obter
dos tais benefícios próprios, os chamados egoísmos. Certa vez inclusive
pediram para ele fazer coisas que ele não sabia ainda que eram ruins; queriam
que Neulom ficasse contra quem não quer o Bem, eita. “Ah, não ia dar
certo”, ele pensou alto. A sorte quis que obviamente não fosse disso. Neulom
já ouvira falar desses equívocos mas não tão de perto, e foi logo mostrando
como era justo. “Dizer a verdade é legal”, falava ele, ensinando com a devida
calma. “Vão perder mais tempo consertando essas asneiras, pensem melhor.”
E todo mundo soube se curar daqueles tipos de atos apenas seguindo as
instruções dele. Neulom nunca pode entender como as pessoas mentiam, isso
ele não entendia mesmo! Vivia pensando inclusive em um solução para tais
falhas.
Dessa maneira explicados, também agora com a força da clemência, como
retribuição Neulom ajudou a saberem de umas das melhores vantagens deste
planeta: as plantas e vegetais, e também as frutas; descobriu-se como tirar o
melhor da fauna e flora do planeta azul; pois é, os seres humanos viram como
era possível aproveitar, curar o corpo, se nutrir; estavam plenamente
integrados com a Natureza e, por este motivo, não sofriam das chamadas
doenças. Além do mais, havia tanta água! As águas limpam.
Que surpresa, tanta gente ficou contente com a vinda desse amigo! As
crianças cantavam e brincavam.
Assim Neulom pode passar muitas gerações aqui, até ser visto com os cabelos
brancos e tudo. E nada o impedia de conversar mais, ouvir, agradecer!
Narradora 1
Algo então acontece, algo esperado, é que Neulom sentiu uma grande falta de
sua outrora morada, o distante planeta Q’Tar; ele foi lá fazer uma visitinha,
nem precisou se despedir de nós todos, isso porque achou que seria mesmo
uma coisa rápida. Chamou para esse passeio alguns dos seus conhecidos,
queria que eles conhecessem a sua família, seu antigo lar também, seria bem
interessante, aprenderiam coisas diferenciadas! “Depois levaria mais gente,
claro que sim”, disse Neulom, sempre com sua maneira sensata.
Narradora 1 (cont.)
(...) o sangue da gente fluir, atrai as ideias. Todos os amigos então sorriram
uns para os outros após as palavras de Neulom, de tão contentes. Fariam
como ele indicara.
Depois, saíram dentro da nave de ouro zarpando devagar e devagar, sumindo
de vista lá no céu, com Neulom pensando “Até já, me esperem aí.”
Narradora 2
Após um intervalo de muita diversão para Neulom e companhia, as boas
férias em Q’Tar tiveram seu fim... E que bom que aprenderam sem igual
naquele ambiente, poxa. Se despediram com tamanha cortesia, nunca haviam
sido tão bem tratados!
Mas quando Neulom voltou do Espaço com seus amigos algo muito diferente
se passou, ele logo achou esquisito, não reconheceu mais nada na Terra, só
viu prédios e pessoas apressadas com tamanha indiferença uns pelos outros
que também ele ficou abatido. “Que está havendo que pouco se falam ou
olham cara a cara!?”, pensou consigo. E mais, onde teriam se escondido as
matas verdes e as nuvens azuladinhas, tão limpas? Viu a densa fumaça das
fábricas, era ruim demais. Que era aquilo que tantos chamavam de sujeira?
“Que isso? Eu dei só uma saidinha de algumas horas!”, falou Neulom para os
outros, o espanto já era unânime. “Mas cadê o grande continente?”, se
perguntavam.
Que falta fazia o canto e as danças das crianças naquele momento. Ficaram
todos querendo saber o porquê, e a quê tudo isso. Muitos dos pequenos
habitantes na Terra agora não tiravam os olhos de umas telinhas chamadas
celulares, estava escrito em todo canto, como uma febre. A nave de ouro
acusava tudo com suas leituras!
“Seria isso culpa do que chamavam de concreto e plásticos ou tão poucos
sorrisos e olás?”, comentava Neulom ao saírem da nave. Eles nesse instante
avistam alguém, estava rindo sozinho com um desses tais celulares; parecia
que gostava de conversar, mesmo que fosse virtualmente, pois é, sem ninguém
ao lado. Era uma pessoa que não olhava para frente!
Narradora 2 (cont.)
Os amigos perguntam para o contrariado Neulom: “Que faremos agora?” Só
que ele está pensativo demais para responder qualquer coisa... Eles por fim
voltam para dentro da nave e saem dali o quanto antes.
Narradora 3
Nosso caro viajante se escondeu com a brilhante nave de ouro no alto de uma
montanha, chateado e ilhado com a forma de pensar daquelas pessoas; mas
que nova época era aquela! Ficou quieto, encucado com tantas mudanças;
havia agora isso de Internet, eletrodomésticos, carros, armas de destruição;
tinham parafraseado as palavras de Deus, tinham se esquecido do que era
carinho e uma boa conversa... as pessoas tinham fome em um mundo tão
vasto! “Se você não gosta da sua realidade não precisa mudá-la, você deve
primeiro mudar a si mesmo”, refletiu Neulom, quase sussurrando uma
solução.
Sem dúvida, era hora de zarpar, já não se sentia bem. Quem o viu sumindo
achou que a nave era mesmo uma estrela cadente passando no firmamento
atrás da montanhona.
Quanto aos demais amigos que foram com Neulom, estes agora tinham as
feições descoradas, sentiam saudade, muita mesmo. Neulom perguntou o que
queriam fazer, se pensavam voltar ou não com ele. “Como assim, decidimos
ir para Q’Tar. Voltaremos juntos!”, eles logo disseram. “Se ficarmos
escondidos, acabaremos num local que chamam de “museu”, cadastrados
toscamente entre as cabanas dos homens das cavernas, feito estátuas.
Seríamos uma notícia a ser esquecida, alguns minutos só.” Neulom acena
afirmativamente, para depois complementar que “mesmo que pudessem
conviver ali no contexto da Terra globalizada, mesmo que se misturassem,
nunca se sentiriam em casa de verdade.
Narradora 1
Pobres viajantes do Tempo, ficaram acabrunhados, a sensação era a de que
algo fora perdido. O que havia acontecido com as pessoas? Neulom sentia
essas novidades tristes, sem sentimento; até o desejo de poder e outros
defeitos faziam parte do cotidiano daquela gente, quantas distorções,
orgulhos!
Então Neulom religou sua nave e riscou os céus ainda mais, deixando as
nuvens repartidas e embelezando a vista com o inesperado. Foi lá para Q’Tar
saber o que houve. Talvez em seu planeta de origem alguém tivesse um
palpite, ali a justiça ainda era viva, e muito menos havia televisão ou...
zoológicos! Claro que era questão de honra de agora em diante melhorar as
coisas, ou melhor, consertar.
Chegando lá procurou os oráculos de seu planeta natal, e com isso conseguiu
se consultar direto com os planos espirituais. “Na verdade, ficou Neulom
sabendo, cabe a cada um de nós levantar a primeira bandeira branca e fazer
algumas concessões para preservar a harmonia dos relacionamentos, mas isso
não significa se submeter completamente à vontade alheia; quando fazemos
nossa parte, abrindo mão de algumas coisas, a tendência natural é que o outro
também reconheça a necessidade de fazer concessões.” Parecia simples.
“Então eu desejo uma melhora suficiente para descobrir a verdade”, afirmou
Neulom, com a cabeça já erguida.
Narradora 3
Que visão! E com seus amigos de antes, Neulom fundou o Lar de Sempre,
para que aquela maneira simples de existir fosse perpetuada. O refúgio foi
implantado em uma das luas de Q’Tar, de nome Tett, da mesma forma que
os pais de Neulom muito antes dele fizeram quando moldaram Q’Tar à sua
maneira. Será que os antepassados de Neulom passaram por essa mesma
diferença de tempo em outros planetas? Poxa, haja dilatação... O certo é que
eram grandes arquitetos do Grande Arquiteto, sim, de nosso Deus, interior e
exterior. Sabiam eles que o que importa é a Vida continuar em sua forma
plena, diante da paz de espírito e total união entre si.
Narradora 3 (cont.)
Em Tett cada cidadão também seria versado nas leis do Universo, passando
sempre adiante seus conhecimentos e experiências. Que as próximas gerações
ajam corretamente, não é mesmo!? É o que se espera. Sorriam então com a
felicidade normal dos seres!
Diante disso, viram como essa mesma felicidade continuou seu percurso
naturalmente, dia após dia. “Nunca há o fim, dizem, mas o meio, e a
continuação.”
FIM