Você está na página 1de 2

HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

A língua portuguesa, que tem como orígem a modalidade falada do latim, desenvolveu-se na
costa oeste da Península Ibérica (atuais Portugal e região espanhola da Galiza, ou Galícia)
incluída na província romana da Lusitânia. A partir de 218 a.C., com a invasão romana da
península, e até o século IX, a língua falada na região é o romance, uma variante do latim que
constitui um estágio intermediário entre o latim vulgar e as línguas latinas modernas (português,
castelhano, francês, etc.).

Durante o período de 409 d.C. a 711, povos de origem germânica instalam-se na Península
Ibérica. O efeito dessas migrações na língua falada pela população não é uniforme, iniciando um
processo de diferenciação regional. O rompimento definitivo da uniformidade linguística da
península irá ocorrer mais tarde, levando à formação de línguas bem diferenciadas. Algumas
influências dessa época persistem no vocabulário do português moderno em termos como roubar,
guerrear, etc.

No período que vai do século IX (surgimento dos primeiros documentos latino-portugueses) ao


XI, considerado uma época de transição, alguns termos portugueses aparecem nos textos em
latim, mas o português (ou mais precisamente o seu antecessor, o galego-português) é
essencialmente apenas falado na Lusitânia.

No século XI, com o início da reconquista cristã da Península Ibérica, o galego-português


consolida-se como língua falada e escrita da Lusitânia.

A separação entre o galego e o português se iniciará com a independência de Portugal (1185) e se


consolidará com a expulsão dos mouros em 1249 e com a derrota em 1385 dos castelhanos que
tentaram anexar o país. No século XIV surge a prosa literária em português, com a Crônica Geral
de Espanha (1344) e o Livro de Linhagens, de dom Pedro, conde de Barcelona.

Entre os séculos XIV e XVI, com a construção do império português de ultramar, a língua
portuguesa faz-se presente em várias regiões da Ásia, África e América, sofrendo influências
locais

No século XVI, com o aparecimento das primeiras gramáticas que definem a morfologia e a
sintaxe, a língua entra na sua fase moderna: em Os Lusíadas, de Luis de Camões (1572), o
português já é, tanto na estrutura da frase quanto na morfologia, muito próximo do atual.

O mundo lusófono (que fala português) é avaliado hoje entre 170 e 210 milhões de pessoas. O
português, oitava língua mais falada do planeta (terceira entre as línguas ocidentais, após o inglês
e o castelhano), é a língua oficial em sete países: Angola (10,3 milhões de habitantes), Brasil (151
milhões), Cabo Verde (346 mil), Guiné Bissau (1 milhão), Moçambique (15,3 milhões), Portugal
(9,9 milhões) e São Tomé e Príncipe (126 mil).

O português é uma das línguas oficiais da União Européia desde 1986, quando da admissão de
Portugal na instituição. Em razão dos acordos do Mercosul (Mercado Comum do Sul), do qual o
Brasil faz parte, o português será ensinado como língua estrangeira nos demais países que dele
participam.

Português brasileiro ou português do Brasil são os termos usados para classificar a variedade
da língua portuguesa falada pelos mais de 185 milhões de brasileiros que vivem dentro e fora do
Brasil, sendo hoje, a variante do português mais falada, lida e escrita no mundo.

Devido à importância do Brasil no Mercosul, esta variante vem sendo ensinada em países da
América do Sul ligados ao bloco (e é popular especialmente na Argentina). Também há falantes
de português brasileiro como língua materna nos países onde há grandes comunidades brasileiras,
nomeadamente nos Estados Unidos, Paraguai, Japão e em diversos países da Europa.

Antes da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, havia mais de mil línguas no país, faladas
por índios de diversas etnias. Essas línguas exerceram grande influência na variante brasileira,
agregando novos termos além de uma entonação característica. Outra grande influência foi
exercida pelas numerosas línguas africanas que chegaram através do tráfico negreiro. No decorrer
de sua história, o português brasileiro incorporou empréstimos de termos não só das línguas
indígenas e africanas, mas também do francês, do castelhano, do italiano e do inglês.

Há várias diferenças entre o chamado português europeu e o português brasileiro, abreviados: PE


e PB (ou PT e PT-BR), respectivamente. Essas diferenças encontram-se no vocabulário,
pronúncia e sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas, enquanto nos textos formais as
diferenças são bem menores (comparáveis às existentes entre o inglês dos Estados Unidos e do
Reino Unido). Ambas as variedades são, sem dúvida, dialetos da mesma língua e os falantes de
ambas as variedades podem entender-se perfeitamente.

Você também pode gostar