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São Paulo
2017
Teresa Cristina de Freitas Alves
São Paulo
2017
SUMÁRIO
RESENHA CRÍTICA
AMARAL, Aracy. História da arte moderna na América Latina (1780 -1990). IN:
AMARAL, Aracy. Textos do Trópico de Capricórnio – Artigos e ensaios (1980 – 2005).
Vol.2: Circuitos de arte na América Latina e no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2006, p.128-
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1 QUALIFICAÇÃO DA AUTORA
Aracy Abreu Amaral (São Paulo, 1930), renomada profissional no mundo das artes,
com mais de cinquenta anos de atuação em uma trajetória profissional extensa e
diversificada ela soube dialogar com as atividades de crítica, historiadora, professora,
curadora e diretora de museus. Graduou-se Bacharel em Jornalismo pela Pontífica
Universidade Católica de São Paulo, Mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo e
Doutora em Artes pela Universidade de São Paulo. Seus exames de Livre Docência e de
Titular foram realizados na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo. Recebeu Título de Mestre em História da Arte na Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras da Universidade de São Paulo (FFCL/USP) com o trabalho As Artes Plásticas na
Semana de 22, publicado em 1970. Nas décadas seguintes, lança outros títulos, como
Blaise Cendrars no Brasil e os Modernistas (1970) e Tarsila – Sua Obra e Seu Tempo
(1975). O último é resultado da pesquisa para o doutorado, concluído no mesmo ano na
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Recebe bolsa
de fomento à pesquisa da Fundação Calouste Gulbenkian, de Lisboa, e da Fundação John
Simon Guggenheim, de Nova York.
Como crítica de arte, além da sólida formação teórica, Aracy é uma profissional
atuante e reconhecida. Para ela, o trabalho do curador é vinculado à pesquisa histórica e à
crítica, o que permite objetivar determinado enfoque com seleção de obras e de tema
específico. Também acredita que o papel do curador é o de acompanhar ativamente, do
início ao fim, a realização da exposição.
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2 RESUMO DA OBRA
Latina, lembrando que para Bayon no livro “Arte Moderno en América Latina” (1985), a
alcunha era uma expressão convencionada pela Europa, com objetivo de incluir todos os
países do continente. O autor rememora Charles Wagley, que afirmou em seu livro “The
Latin America Tradition” (1968), que os países latino-americanos em um primeiro
momento possuem em comum apenas a religião católica e as duas línguas impostas. No
entanto, Amaral retoma outra ideia de Wagley: os pontos de contato do continente são
maiores que as diferenças.
A autora acredita que existe uma escassez de estudos sobre a América Latina e
grande desinteresse em realizá-lo, visto a dimensão da produção poética do continente. A
culpa em parte é a percepção de não nos entendermos como um continente homogêneo, -
coisa que a autora também não enxerga que sejamos -, mas esse dado quando enraizado nos
pesquisadores é limitador. Outro problema, é que parece existir uma tendência – e desejo –
dos pesquisadores em primeiro dar conta da história da arte da sua própria região antes de
pensar a poética continental.
Contra esses impedimentos, são citados os trabalhos de Juan Acha e Nestor Garcia
Canclini. Este último, com sua viagem da Argentina ao México, onde teve a oportunidade
de refletir e compreender a produção artística na América Latina, em suas diferenças e
semelhanças. Um contraponto as publicações externas, vinda da Europa e Estados Unidos,
que se impõe aos pesquisadores do continente, sem que os escritores dessas obras tenham
colocados os pés aqui.
Esses dados são inseridos pela autora para tentar chegar à resolução dessa questão
da produção de uma história da arte da América Latina. Ainda que para Amaral não
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3 CONCLUSÃO DA RESENHISTA
A leitura do texto de Aracy Amaral, nos mostra como os estudos sobre a história
da arte na América Latina são insuficientes. Não há nas universidades uma disciplina
voltada para esses estudos e durante a discussão foi possível perceber que vários autores,
críticos e historiadores de arte latino-americanos, em especial cubanos, são desconhecidos
pela academia brasileira. Percebe-se, que Amaral neste artigo dedicou-se a um projeto de
compreensão maior da arte na América Latina.
4 CRÍTICA DA RESENHISTA
A obra fornece subsídios à que se tome frente a um projeto de pesquisa onde se faça
uma leitura historiográfica da América Latina, visto não termos pesquisas que aprofundem
esse tema. Com profundo conhecimento acerca do desenrolar histórico, a autora empenha-
se em apresentar clara e detalhadamente as circunstâncias e características da diversidade
de culturas e consequentemente de produções artísticas que são inspiradas nessa
diversidade, o que nos coloca no papel de desbravadores desses registros para mostrarmos
ao mundo o universo da arte na América Latina . É uma leitura que exige conhecimentos
prévios para ser entendida, além de diversas releituras e pesquisas quanto a conceitos,
autores e contextos apresentados, uma vez que as conclusões emergem a partir de
esclarecimentos e posições de diversos estudiosos das artes.
5 INDICAÇOES DA RESENHISTA
A obra tem por objetivo abrir possibilidades e oferecer sugestões para estudantes
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Não se trata de um simples estudo, com passos a serem seguidos, mas um estudo
minucioso sobre a grande diversidade cultural, regional, social que apresentam um universo
ímpar de belezas puras que nascem dessa miscigenação de povos e que mostram o grande
potencial da arte na América Latina.