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APLICAÇÕES DA ENERGIA

NUCLEAR NA SAÚDE
APLICAÇÕES DA ENERGIA
NUCLEAR NA SAÚDE

Regina Pinto de Carvalho


Silvia Maria Velasques de Oliveira

São Paulo
2017
Publicado por
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC
Rua Maria Antonia, 294 - 4º andar
Vila Buarque - 01222-010 São Paulo - SP - Brasil
www.sbpcnet.org.br

International Atomic Energy Agency - IAEA


Vienna International Centre
PO Box 100 / 1400 Vienna, Austria
www.iaea.org

Revisão
Vera Lúcia De Simoni Castro

Revisão técnica
João Alberto Osso Junior
Rejane Spiegelberg Planer
Ana Márcia Greco de Sousa

Ilustração
Henrique Cupertino

Diagramação
Christiane Morais

Ficha Catalográfica
Caroline Souza

Apoio
Agência Internacional de Energia Nuclear - IAEA
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC
Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN
Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares - SBBN
Sociedade Brasileira de Física - SBF

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C331a

Carvalho, Regina Pinto de.


Aplicações da energia nuclear na saúde [livro eletrônico] / Regina Pinto de Carvalho,
Silvia Maria Velasques de Oliveira. – São Paulo : SBPC ;Viena : IAEA, 2017.
1 livro digital. : il.

Inclui bibliografia.
Disponível em : http://portal.sbpcnet.org.br/livro/energianuclearnasaude.pdf
ISBN 978-85-86957-26-0

1. Medicina nuclear. 2. Física aplicada. 3. Educação - Ensino médio.


I. Título. II. Oliveira, Silvia Maria Velasques de.

CDD 616.075 75
CAPÍTULO I - NOÇÕES SOBRE O NÚCLEO ATÔMICO 9
A composição do núcleo 9
Reações nucleares 11
Conservação da massa durante uma reação nuclear 12
Decaimento radioativo 13
Por que o conceito de meia-vida física é importante na Medicina? 14
Fissão nuclear 15
Fusão nuclear 16
O espectro eletromagnético 17
Ondas de rádio 18
Ondas de TV 18
Micro-ondas 18
Radiação infravermelha 18
Luz visível 19
Radiação ultravioleta 19
Raios X 19
Raios gama (raios γ) 19
Radiação ionizante 20

CAPÍTULO II - PRODUÇÃO E DETECÇÃO DE RADIAÇÃO IONIZANTE 21


Obtenção de material radioativo 21
Partículas carregadas 21
Nêutrons 23
Raios X 23
Métodos de obtenção e características de alguns radioisótopos 24
Cobalto-60 24
Tecnécio-99m 25
Flúor-18 25
Iodo-131 26
Irídio-192 26
Carbono-11 27
Césio-137 27
Interação da radiação com a matéria 28
Radiação eletromagnética 28
Partículas carregadas 30
Nêutrons 30
Interação da radiação com seres vivos 31
Dose letal para componentes da fauna e da flora 31
Detecção da radiação 32
Primeiros detectores 32
Detectores atuais 32
Cintiladores 33
Cintiladores com circuito de coincidência 34
Detector semicondutor 35

CAPÍTULO III - USOS DA RADIAÇÃO IONIZANTE NA SAÚDE 37


Diagnóstico 37
Raios X 37
Raios γ 38
Radiofármacos para diagnóstico 38
Tomografia por emissão de pósitrons 39
Tratamento 40
Fontes γ para teleterapia 40
Braquiterapia 40
Radiofármacos para tratamento 41
Esterilização de material hospitalar e alimentos 41
Controle de insetos 41

CAPÍTULO IV - MITOS E VERDADES SOBRE A RADIOATIVIDADE 43

CAPÍTULO V - ATIVIDADES 47
Questões para discussão 47
Simulação de um decaimento radioativo 47

APÊNDICES 51
A1: Unidades de medida de radiação 51
A2: Formação de imagens cintilográficas 53
A3: Doses de radiação em procedimentos médicos 58

SUGESTÕES DE LEITURA 61
Este livro é dedicado a estudantes e a professores do ensino médio. Recentemente,
o assunto energia nuclear foi introduzido na área de Ciências da Natureza e não se
identificou material didático em língua portuguesa com informações consistentes que
atendessem às necessidades dos professores.
A Física Nuclear estuda os fenômenos que possibilitam o uso da energia nuclear.
Há diversas aplicações importantes de radioisótopos produzidos em aceleradores ou reatores
dedicados, como, por exemplo, em diagnóstico ou terapia, agricultura ou meio ambiente.
Fogem ao escopo desta publicação aplicações na indústria, dentre as quais geração de energia
elétrica através de reatores nucleares de potência.
São descritas as características básicas do núcleo atômico e de suas transformações,
os principais radioisótopos em uso no país e o funcionamento de alguns tipos de detectores
de radiação, que permitem identificar a presença de exposição às radiações ionizantes em
seres humanos ou no meio ambiente. São propostas algumas questões para pesquisa e debate
entre os estudantes e atividades simples que ilustram conceitos básicos.
Sempre que possível, as ilustrações foram planejadas de forma a ser legíveis para pessoas
daltônicas. Se você, caro leitor, é portador dessa característica e teve dificuldades com a
interpretação das figuras, entre em contato conosco: suas observações serão bem-vindas e
nos ajudarão a melhorar nosso trabalho.

Gostaríamos de agradecer às inúmeras pessoas que colaboraram na redação do texto,


fornecendo informações ou opinando sobre o material: Professores Edvane Borges (UFPE),
Juliana Batista da Silva, Carlos Malamut, Andréa Vidal, Thessa C. Alonso e sua equipe
(CNEN), Hérika Vasconcelos, Napoleão Ramalho, Orlando Aguiar e seus orientados
(UFMG), Ana Márcia G. Sousa e seus alunos (Faculdade Pitágoras), João Alberto Osso
Júnior (International Atomic Energy Agency - IAEA).
Agradecemos imensamente ao professor Aldo Malavasi (International Atomic Energy
Agency - IAEA), que abraçou o nosso projeto e permitiu que ele atingisse uma escala muito
maior do que poderíamos imaginar.

Silvia e Regina
abril/2017

7
I - NOÇÕES SOBRE O NÚCLEO ATÔMICO

Até o fim do século XIX, o átomo era descrito por um modelo simplificado, baseado
em observações sobre o comportamento dos materiais. Nesse modelo, os elétrons negativos
se movimentam em torno de núcleos positivos. Esses núcleos seriam compostos de prótons,
partículas positivas de massa aproximadamente 2.000 vezes maior que a massa dos elétrons.
Algumas descobertas feitas pelos cientistas no fim do século XIX e início do século XX
modificaram esse modelo simplificado. Hoje, considera-se que o átomo possui um núcleo
positivo e tem elétrons negativos situados em uma região em torno desse núcleo. O volume do
átomo é determinado pela chamada nuvem eletrônica (região onde se situam os elétrons),1
e sua massa é principalmente devida à massa do núcleo.

A composição do núcleo
As primeiras informações sobre o núcleo atômico, no fi m do século XIX, foram
resultado da descoberta da radioatividade pelo físico francês Henri Becquerel (1852-1908)
e dos estudos subsequentes feitos pela química polonesa Marie Curie (1867-1934), auxiliada
por seu marido, o físico francês Pierre Curie (1859-1906).2 As emissões provenientes do
núcleo foram denominadas partículas α (letra grega, alfa), β (letra grega, beta) ou γ (letra
grega, gama), de acordo com sua capacidade de penetração na matéria (FIGURA I-1).
As energias envolvidas nessas emissões são da ordem de MeV (milhões de elétrons-volt).3
A proposta de que o núcleo era composto apenas de partículas positivas deixava a desejar,
uma vez que essas partículas sofreriam repulsão eletrostática entre si, impedindo que o
núcleo fosse estável. A descoberta do nêutron, em 1932, pelo físico inglês James Chadwick
(1891-1974), fez com que o modelo para o núcleo fosse modificado. O nêutron é uma
partícula de massa semelhante à do próton e sem carga elétrica. Existem forças de atração,

1
O raio de um átomo é em média 104 vezes maior que o de seu núcleo: se o núcleo tivesse um raio igual
a um pontinho feito por uma caneta (~1 mm), o átomo teria a dimensão de uma sala de aula (~10 m).
2
Pierre Curie fazia pesquisas sobre magnetismo, e sua esposa, Marie Sklodowska Curie, pesquisava as
emissões de certos átomos, ao que denominou de radioatividade. Percebendo a importância do trabalho de
Marie, Pierre passou a auxiliá-la e adiou seus estudos sobre materiais magnéticos, que ficaram inacabados
devido à sua morte precoce.
3
1MeV = 106 eV = 1,6.10 -13 J

9
denominadas forças nucleares, entre os núcleons, que são as partículas que compõem o núcleo
(prótons e nêutrons). Assim, as forças nucleares de atração entre os núcleons compensam a
repulsão eletrostática entre os prótons, e é possível se ter núcleos estáveis, com um número
de nêutrons igual ou maior ao de prótons.
As forças nucleares são mais fortes que as forças eletromagnéticas e gravitacionais.
No entanto, elas têm alcance muito curto. Por isso, não é possível se ter núcleos estáveis muito
grandes: a atração nuclear age apenas entre os núcleons vizinhos, ao passo que a repulsão
eletrostática atua entre todos os prótons, quer estejam próximos, quer estejam afastados uns
dos outros.
Hoje, sabe-se que as partículas α são compostas de 2 prótons e 2 nêutrons e são semelhantes
ao núcleo do elemento hélio; as partículas β são idênticas aos elétrons, e as partículas γ são
fótons de alta energia (TABELA I-1). Nêutrons e prótons existem em permanência dentro
do núcleo; as partículas β são criadas no momento de sua emissão.

Tabela I-1 – Características das partículas nucleares

Partícula Composição Barrada por

α 2 prótons e 2 nêutrons folha de papel


β elétron lâmina de Al
γ fóton de alta energia placa de Pb ou alguns metros de concreto

n nêutron bloco de boro ou parafina

Figura I-1 – Materiais que podem blindar as partículas

α
ícula
par t
β
ícula
par t
γ/X
raio bloco de
parafina
ron placa de
nêut chumbo
lâmina de
folha de alumínio
papel

Outras partículas também podem ser emitidas de um núcleo, como os pósitrons, de


mesma massa que os elétrons, porém com carga positiva, descritos pelo símbolo β+ (beta-
mais), ou os neutrinos, de massa muito menor que a dos elétrons e sem carga, descritos
pelo símbolo ν (letra grega, nú – pronuncia-se ni) ou ν (ni-barra), no caso do antineutrino.
Os neutrinos transportam quantidade de movimento e energia, sendo responsáveis pela
conservação dessas grandezas durante as transformações nucleares.
10
Reações nucleares
Reações nucleares
Após aa emissão
Após emissãoespontânea
espontâneadedepartículas
partículas  , α,
 βouou , γ,umum núcleo
núcleo teráterá
sua sua composição
composição
modificada. EssaEssa
modificada. emissão
emissãoé denominada
é denominadadecaimento
decaimento radioativo.
radioativo.
A emissão
A emissão de uma departícula
uma partícula  diminui
α diminui em 2emo 2número
o número dedeprótons
prótonse etambém
também em em 2 o
número2 o número de nêutrons
de nêutrons do núcleo;
do núcleo; então,então, este núcleo
este núcleo se transforma
se transforma em outro,
em outro, comcom carga
carga menor
menor em 2 unidades, e massa
em 2 unidades, e massa menor em 4 unidades. menor em 4 unidades.
Uma emissão
Uma emissão β diminui diminui
a cargaa do carga do núcleo
núcleo em 1 cargaem 1negativa,
carga negativa,
ou seja,ouaumenta
seja, a
aumenta a carga do núcleo em 1 unidade positiva; a massa
carga do núcleo em 1 unidade positiva; a massa total do núcleo não é alterada. Isso equivaletotal do núcleo não é
alterada. Isso equivale a transformar um nêutron em próton. A essa emissão sempre será
a transformar um nêutron em próton. A essa emissão sempre será associada a emissão de
associada a emissão de um antineutrino  , que transporta energia e quantidade de
um antineutrino
movimento, sem ν, que transporta
alterar a carga ouenergia
a massa e quantidade
do núcleo. de movimento, sem alterar a carga
ou a massa Na do emissão
núcleo.   , 1 carga positiva é retirada do núcleo, e sua massa não é alterada,
Na emissão β+, 1 carga positiva é retirada do núcleo, e sua massa não é alterada, o que
o que equivale a transformar um próton em um nêutron. A essa emissão está sempre
equivale a transformar
associada a emissãoum de próton em um
um neutrino nêutron. A essa emissão está sempre associada
 , que permite a conservação da energia e da
a emissão de um
quantidade neutrino ν, que permite a conservação da energia e da quantidade de
de movimento.
movimento.A emissão  carrega a energia em excesso do núcleo; ela ocorre para levar ao
A emissão
estado γ carregaum
fundamental a energia em excesso
núcleo que do núcleo;
se encontrava em um ela estado
ocorre de para levarenergia
maior ao estado
fundamental um núcleo
(representado por um que se encontrava
asterisco após o símboloem umdoestadoelemento),de maior
depoisenergia (representado
das emissões de
por umpartículas.
asterisco após o símbolo do elemento), depois das emissões de partículas.
As emissões
As emissões nuclearesnucleares
podempodem ser representadas
ser representadas de forma de forma
análoga análoga às reações
às reações químicas:
químicas: cada núcleo é representado pelo símbolo do elemento
cada núcleo é representado pelo símbolo do elemento ao qual corresponde; um número à ao qual corresponde;
um número
esquerda, abaixoàdo esquerda,
símbolo,abaixo do símbolo,
representa o número representa
de prótons o número de prótons
desse núcleo; 4
umdesse
número
núcleo;4 um número à esquerda, acima do símbolo, representa o número de massa do
à esquerda, acima do símbolo, representa o número de massa do núcleo (número de prótons
núcleo (número de prótons + número de nêutrons).
+ número de nêutrons).
A seguir, temos alguns exemplos de emissões ou reações nucleares. Nessas
A seguir, temos alguns
equações é usado o símbolo exemplos
n para deos emissões
nêutrons, ou ou, reações
em alguns nucleares.
casos, 01Nessas equações é
n . Os prótons,
1
usado o símbolo n para os nêutrons, ou, em alguns casos, 0 n . Os prótons, que são núcleos
que são núcleos de hidrogênio, são representados pelos símbolos p, 11 p ou por 11 H ; para
de hidrogênio, são representados pelos símbolos p, 11 p ou por 11 H ; para os deutérios, que são
os deutérios, que são núcleos de hidrogênio com 2 núcleons, sendo 1 próton e 1 nêutron,
núcleos de hidrogênio com2 2 núcleons, 2
sendo 1 próton e 1 nêutron, usam-se os símbolos d,
2 usam-se os símbolos d, d ou H . Os trítios (núcleos de hidrogênio com 3 núcleons, ou
1 d ou 1 H . Os trítios (núcleos de hidrogênio com 3 núcleons, ou seja, 1 próton e 2 nêutrons)
2 1 1

seja, 1 próton ecomo2 nêutrons)


3 são representados como 31 H .
são representados 1H .
O decaimentos
O decaimentos α, β e γ, podem
e  podem ser representados
ser representados da forma
da forma abaixo:
abaixo:

92 U  2 
238
94 Pu 234 4

234 * 234
92 U  92 U  
14
6C  N   
14
7 1

As emissões nucleares acontecem para trazer o núcleo ao seu estado fundamental (estado
de mais baixa energia). Normalmente, núcleos muito grandes são instáveis; quando emitem
partículas, transformam-se em outro elemento químico (quando o número de prótons se
altera) ou em isótopos do mesmo elemento (quando apenas o número de nêutrons se altera).5
Quando emite fótons, um núcleo instável se desfaz de um excesso de energia e se aproxima
do seu estado fundamental.
4
É dispensável escrever o número de prótons, uma vez que esse é determinado pelo símbolo do elemento;
porém, pode ser útil exibir tal número, para facilitar a visualização do processo nuclear.
7
4
É dispensável escrever o número de prótons, uma vez que esse é determinado pelo símbolo do elemento;
porém, pode ser útil exibir tal número, para facilitar a visualização do processo nuclear.
5
Isótopos são núcleos que diferem pelo número de nêutrons, mas têm o mesmo número de prótons. Eles
correspondem, portanto, ao mesmo elemento químico, porém têm massas diferentes.
11
fundamental
instáveis; (estadoemitem
quando de maispartículas,
baixa energia). Normalmente,
transformam-se em núcleos muito grandes
outro elemento são
químico
instáveis;o quando
(quando número de emitem
prótons partículas,
se altera)transformam-se
ou em isótopos em outro elemento
do mesmo químico
elemento (quando
5
(quando
apenas o o número
número dede prótons
nêutrons
Um núcleo pode também ser modificado se
se altera)
altera). ou em
Quando isótopos
emite do mesmo
fótons, um elemento
núcleo
artificialmente, se for bombardeado (quando
instável se por
5
apenas
desfaz deo número
um excessode nêutrons
de energia seealtera).
se aproximaQuando emite
do seu fótons,
estado um núcleo instável se
fundamental.
partículas, fótons ou por outros núcleos. Teremos assim uma reação nuclear em que o núcleo
desfaz deUmum excesso
núcleo detambém
pode energia eser semodificado
aproxima do seu estado fundamental.
artificialmente, se for bombardeado por
podepartículas,
se transformar
Umfótons
núcleoem
ou um
pode isótopo
portambém do modificado
ser
outros núcleos.mesmo elemento,
Teremos assimem outro
artificialmente,
uma seelemento,
for nuclear
reação quebrar-se
bombardeado
em queporo em
dois núcleo
ou maispode
partículas,núcleos
fótons menores
ou por outros
se transformar ou emfundir-se
núcleos.
um isótopo comdooutro
Teremos núcleo,
assim
mesmo umaformando
reação
elemento, um núcleo
emnuclear
outro em quemaior.
elemento,o
Em todos os casos, pode
núcleo podeemsedois
quebrar-se haver
transformar emissão de
em um menores
ou mais núcleos partículas
isótopo do ou mesmoou de
fundir-se fótons,
elemento,
com outroe os núcleos
emnúcleo, e partículas
outro elemento,
formando
resultantes
um da reação
quebrar-se
núcleo em doiscarregam
maior. Emou todos energia
mais núcleos cinética:
os casos,menores
pode haver háfundir-se
ou sempre
emissãoconservação
com de
ou massa/energia
outro núcleo,
de partículas fótons, e e
deformando
um núcleo
os núcleos de
de quantidade maior. Em
e partículas
movimento.todos
resultantes da reação carregam energia cinética: háfótons,
6 os casos, pode haver emissão de partículas ou de sempree
6
os núcleostemos
conservação
A seguir, edepartículas
massa/energiaresultantes
alguns exemplos dedareações
reaçãode
e de quantidade carregam
movimento.
nucleares: energia cinética: há sempre
conservação de massa/energia
A seguir, temos alguns eexemplos
de quantidade nucleares:6
de movimento.
de reações
A seguir, temos alguns exemplos de reações nucleares:
1 235 236 * 141 92 1
0 n  92 U  ( 92 U )  56 Ba  36 Kr 30 n  E
1 235 236 * 141 92 1
0 n  92 U  2 ( 92 3U ) 4 56 Ba 
1 H  H  He  1n36KrE 30 n  E
1 2 0
2 3
HN
 1
1 14 H1p24He 1
11  40 n  E
C   E
7 1 6 2
2 1 p 556 C  2 1  E
14 1 11 4
55
25 MnN7
1 H  26 Fe  20 n  E
55
MnO 121Hp 
25 18
55
 1826 Fe  1
F  1n2 0nE E
8 1 9 0
18
O  11p  189F  01n  E
8

As reações
As reações nucleares
nucleares podem podem
também também ser representadas
ser representadas indicando-se
indicando-se o núcleo
o núcleo inicial, as
inicial, As
as reações
partículasnucleares podem
envolvidas entre também
parênteses sere representadas
o núcleo final. indicando-se
Assim, as o
três
partículas envolvidas entre parênteses e o núcleo final. Assim, as três últimas reações citadas núcleo
últimas
inicial, as
reações partículas
citadas podemenvolvidas entre parênteses
ser representadas como abaixo:e o núcleo final. Assim, as três últimas
podem ser representadas como abaixo:
reações citadas podem ser representadas como abaixo:
14
N ( p ,  ) 11C
55 N ( p ,  ) 55
14 11
Mn ( d , 2n) CFe
55 55
18 ( d , 2n)18 Fe
Mn O ( p , n) F
18
O ( p , n) 18F
Conservação da massa durante uma reação nuclear
Conservação da massa durante uma reação nuclear
A massa de um núcleo não é igual à soma das massas dos prótons e nêutrons que
A massa
o compõem. Na de um núcleo
junção não é igual
das partículas paraà asoma das massas
formação dos prótons
do núcleo, e nêutrons
pode haver que
liberação
Conservação
o compõem.
de da massaadas
Na junção
energia, diminuindo durante
massa total.uma
partículas para reação
a formação
Inversamente, nuclear
do núcleo,
a fim pode
de separar haver liberação
o núcleo em suas
de energia,de
partículas
A massa diminuindo
um núcleoapode
constituintes, massa é total.
não ser Inversamente,
necessário
igual à soma fornecer aenergia
fim de
das massas separar
dosao o núcleo
sistema.
prótons eEssa em suas
energia,
nêutrons que o
partículas
denominada constituintes,
energia de pode
ligaçãoser
do necessário
núcleo, é fornecer energia
determinada pela ao sistema.
equação
compõem. Na junção das partículas para a formação do núcleo, pode haver liberação de Essa energia,
Einstein, que de
denominada
relaciona energia
massa (m) edeenergia
ligação(E):
do núcleo, é determinada pela equação de Einstein, que
energia, diminuindo a massa total.
relaciona massa (m) e energia (E):
Inversamente, a2fim de separar o núcleo em suas partículas
E  m  c ,
constituintes, pode ser necessário fornecer energia ao sistema. Essa energia, denominada
m  c 2 ,
onde c é constante e igual à velocidadeEda luz:
energia
ondedec éligação do enúcleo,
constante igual à évelocidade
determinada
c =da3.10pela
luz:8 equação de Einstein, que relaciona massa
m/s.
(m) e energia (E): 8
c = 3.10 m/s.

E =Δm.c2
5
Isótopos são núcleos que diferem pelo número de nêutrons, mas têm o mesmo número de prótons. Eles
onde5 Isótopos
c é constante e igual à velocidade da luz:
são núcleos que diferem pelo número de nêutrons, mas têm o mesmo número de prótons. Eles
correspondem, portanto, ao mesmo elemento químico, porém têm massas diferentes.
6correspondem, portanto, ao mesmo elemento químico, porém têm massas diferentes.
Como veremos a seguir, massa pode ser transformada8 em energia, e vice-versa.
6 c = 3.10 m/s.
Como veremos a seguir, massa pode ser transformada em energia, e vice-versa. 8
8
Nas reações nucleares, a soma das massas dos produtos iniciais pode ser diferente da
soma das massas dos produtos finais, e o saldo aparece como energia cedida ou liberada pelo
sistema.

Como veremos a seguir, massa pode ser transformada em energia, e vice-versa.


6

12
Nas
Nas reações
reações nucleares,
nucleares, a a soma
soma das das massas
massas dos dos produtos
produtos iniciais
iniciais pode
pode ser
ser
Os exemplos
diferente
diferente somamais
dadasoma das espetaculares
dasmassas
massasdos da equivalência
dosprodutos
produtos finais,e eoentre
finais, osaldo
saldomassa
aparecee energia
aparece como são
comoenergia a chamada
energia
cedida
cedida ou
ouliberada
liberada pelo
pelosistema.
sistema.
criação de pares, e o fenômeno inverso, a destruição de pares.
A OsOsexemplos
criação de ummais
exemplos par espetaculares
mais espetacularesdadaequivalência
elétron-pósitron equivalência
pode ocorrer entre
entre
com massa
massa e eenergia
a energia energia são
sãoa apor um
fornecida
chamada
chamadacriação
criaçãodedepares,
pares,e eoofenômeno
fenômenoinverso,
inverso,a adestruição
destruiçãodedepares.
pares.
fóton, Adesde
Acriaçãoquedede
criação essa
umenergia
um par seja suficiente.
parelétron-pósitron
elétron-pósitron pode
podeIsso devecom
ocorrer
ocorrer acontecer
coma aenergianasfornecida
energia vizinhanças
fornecida por de um
por
núcleo,
um
umfóton,que
fóton, recua,
desde
desde quepara
que essaque
essa se tenha
energia
energia seja conservação
sejasuficiente.
suficiente. Issoda
Isso quantidade
deve
deve acontecerde
acontecer nas
nasmovimento.
vizinhanças
vizinhançasdede
um
umnúcleo,
núcleo, que
que recua,
recua,para
para que
quesesetenha
tenhaconservação
conservação dadaquantidade
quantidade de
demovimento.
movimento.
Na destruição de pares, um elétron se encontra com um pósitron e são gerados dois fótons
de mesmaNa
Nadestruição
destruição
energia dedepares,
(0,511 MeVum
pares, umelétron
cada um). se
elétron encontra
Asesoma dascom
encontra comum umpósitron
energias doise efótons
pósitron
dos são
sãogerados
gerados
é equivalente
dois
doisfótons
fótonsdedemesma
mesmaenergia
energia(0,511
(0,511MeVMeVcada cadaum).
um).AAsomasomadas dasenergias
energiasdos dosdois
dois
às massas
fótons do elétron
fótonsé éequivalente e do
equivalenteàsàsmassaspósitron,
massasdo e a
doelétron direção
elétrone edo da emissão
dopósitron, dos fótons
pósitron,e ea adireção pode
direçãodadaemissão ser determinada
emissãodos dos
usando-se
fótons
fótonspode
podeaser
lei de conservação
serdeterminada
determinada do momento.
usando-se
usando-se a alei
leidedeconservação
conservaçãodo domomento.
momento.

Decaimento
Decaimento radioativo
Decaimentoradioativo
radioativo
Em um átomo, o núcleo está cercado pelos elétrons e, portanto, não sofre a influência da
EmEmum umátomo,
átomo,oonúcleo
núcleoestá
estácercado
cercadopelos
peloselétrons
elétronse,e,portanto,
portanto,não
nãosofre
sofrea a
temperatura,
influência da pressão ou de qualquer
influência dada temperatura,
temperatura, dada pressão
outro
pressão ou
fator externo.
ou dede qualquer
Asoutro
qualquer outro
transformações
fator que acontecem
fator externo.
externo. AsAs
no núcleo, como
transformações
transformações queo decaimento
que acontecem
acontecemno radioativo,
nonúcleo, dependem
núcleo,como
como somenteradioativo,
oodecaimento
decaimento das suas condições
radioativo, dependem
dependem internas.
somente
somente das
dassuas
Durante suas condições
condiçõesinternas.
o decaimento internas.
radioativo, o número N de núcleos radioativos (núcleos capazes
de emitir partículas) diminuiradioativo,
Durante
Durante o odecaimento
decaimento radioativo,
com oonúmero
o tempo número NNdedeuma
t, segundo núcleos
lei radioativos
núcleos radioativos(núcleos
exponencial: (núcleos
capazes
capazesdedeemitir
emitirpartículas)
partículas)diminui
diminuicom tempot,t,segundo
comootempo segundouma
umalei
leiexponencial:
exponencial:

NNNN
0e
N =N
tt e-λt,
0 e ,0,

onde N é o número inicial de núcleos radioativos, e λ é uma constante que depende de


onde
ondeNN0 00é éoonúmero
númeroinicial
inicialdedenúcleos
núcleosradioativos,
radioativos,e e é éuma
umaconstante
constanteque
quedepende
dependedede
cada
cada tipo
cadatipo de decaimento.
tipodededecaimento.
decaimento.
O Otempo
Otempo
tempo necessário
necessáriopara
necessário paraacontecer
para aconteceroodecaimento
acontecer odecaimento
decaimento dadametade
metadedos
dosnúcleos
da metade núcleosdedeuma
dos núcleosumade uma
amostra
amostra é édenominado
denominado meia-vida
meia-vida
amostra é denominado meia-vida T T . Assim,
. Assim,seseno
noinício
início dedeuma
umaobservação
observação
1 1 T . Assim, se no início de uma observação existem
existem NNexistem
22 ½
núcleos
Nnúcleos radioativos
núcleos radioativos em
radioativosemcerta
certa
em amostra,
amostra,
certa decorrido
amostra,decorridoootempo
tempo
decorrido dedeuma
o tempo umademeia-vida,
meia-vida, teremos
teremosteremos
uma meia-vida,
NN 11 NN NN
núcleos
núcleosradioativos;
núcleos radioativos;após
radioativos; após222meias-vidas,
meias-vidas, teremos    núcleos
meias-vidas,teremos
teremos núcleosradioativos,
núcleos radioativos,
radioativos,e ee assim
22 22 22 44
por
assimdiante.
assim por A Figura
pordiante.
diante. I-2 mostra
AAFigura
FiguraI-2 a variação
I-2mostra
mostra dodo
a avariação
variação número
donúmerodedede
número núcleos
núcleosradioativos
núcleos radioativos em
emfunção
radioativosem
função
função
do do
dotempo.
tempo. tempo.

Figura I-2––Variação
FiguraI-2 Variaçãodo
donúmero
númerodedenúcleos
núcleosradioativos
radioativosem
emfunção
funçãodo
dotempo
tempo
Figura I-2 – Variação do número de núcleos radioativos em função do tempo

N
Número de núcleos

N/2
AAmeia-vida
meia-vidadosdoselementos
elementosradioativos
radioativospode
podevariar
variardedevalores
valoresmuito
muitograndes
grandes
(milhões de anos) a
(milhões de anos) N/4a muito pequenos (milésimos de segundos). Veja na TabelaI-2
muito pequenos (milésimos de segundos). Veja na Tabela I-2
alguns
algunsvalores
valoresdedemeias-vidas.
meias-vidas.
N/8
99
T 2T 3T Tempo
½ ½ ½

A meia-vida dos elementos radioativos pode variar de valores muito grandes (milhões de
anos) a muito pequenos (milésimos de segundos). Veja na Tabela I-2 alguns valores de meias-vidas.
13
Tabela I-2 – Meia-vida de alguns elementos
Nome do elemento Símbolo Meia-vida
Urânio-238 238
U 4,5 milhões de anos
Rádio-226 226
Ra 1.600 anos
Césio-137 137
Cs 30,2 anos
Iodo-131 131
I 8,0 dias
Tecnécio-99 metaestável 99m
Tc 6,0 h
Iodo-128 128
I 25 min
Prata-110 110
Ag 24,6 s
Radônio-217 217
Rn 1 ms

Fonte: MEYERHOF, W. E. Elements of Nuclear Physics – New York: McGraw-Hill, 1967.

Encontram-se na natureza apenas os elementos com meia-vida maior que a idade da


Terra, uma vez que os outros já decaíram desde a sua formação. Assim, podemos falar em
radioatividade natural (elementos radioativos existentes na natureza) e radioatividade
induzida ou fontes artificiais de radiação (elementos que sofreram transformações provocadas
em laboratório). Em alguns locais, elementos radioativos enterrados no subsolo afloraram
em razão de ações humanas como a mineração, modificando a radioatividade natural da
região.7 Podemos também ter elementos radioativos formados por bombardeamento de raios
cósmicos, na alta atmosfera, e que depois chegam à superfície da Terra.
O valor da meia-vida T½ para cada núcleo depende da sua constituição interna, que é
objeto de estudos da Física de Partículas.
O conceito de meia-vida é usado também em outras áreas, relacionado com qualquer
grandeza que diminui exponencialmente com o tempo. No caso de se ter diversos usos
para esse conceito no mesmo texto, a meia-vida relacionada com o decaimento radioativo é
denominada meia-vida física,8 para diferenciá-la de outras. Em particular, em Farmacologia,
define-se a meia-vida biológica de um fármaco como o tempo necessário para que metade
da dose administrada a um ser vivo seja eliminada do organismo, por vias renal, gástrica,
respiratória, etc. A composição da meia-vida física do radioisótopo com a meia-vida biológica
(que depende da biodistribuição) é chamada de meia-vida efetiva.

Por que o conceito de meia-vida física é importante na Medicina?


O conceito de meia-vida física é levado em consideração porque é um dos parâmetros
importantes para o planejamento do procedimento.
Em aplicações de radioisótopos com finalidade diagnóstica ou terapêutica, deve-se
distinguir quando a exposição é externa (por exemplo, fontes seladas para braquiterapia)
ou interna (por exemplo, radiofármacos para imagens ou terapia, quando as fontes são
incorporadas).9 No caso de fontes seladas para braquiterapia, o planejamento do tratamento

7
Modernamente, esse fenômeno passou a ser chamado de NORM (do inglês “Natural Occurrence of Radioative
Materials”).
8
Neste livro, sempre que não houver ambiguidade, a meia-vida física será chamada simplesmente de meia-vida.
9
Na braquiterapia, as fontes são inseridas diretamente no local que se quer irradiar; os radiofármacos são
substâncias que contêm elementos radioativos e que, administradas ao paciente, concentram-se no local
de interesse para o exame ou tratamento.
14
leva em consideração,
física dentreNo
de cada elemento. outros
que fatores, a meia-vida
diz respeito física de cada
a radiofármacos, a elemento.
questão é No que diz
mais
respeito a radiofármacos, a questão é mais complexa porque também
complexa porque também deve ser considerada a meia-vida biológica, que depende da deve ser considerada
biodistribuição
a meia-vida do material
biológica, dentro dodacorpo.
que depende Nesta publicação,
biodistribuição não entraremos
do material dentro doemcorpo.
detalhes sobre meia-vida biológica.
Neste livro, não entraremos em detalhes sobre meia-vida biológica.
QuandoQuando radiofármacos
radiofármacos são são
usadosusados
para para exames,
exames, sua meia-vida
sua meia-vida física física é
é compatível
compatível com o tempo de aquisição da imagem (no máximo 20 a 30 min). Mas, de
com o tempo de aquisição da imagem (no máximo 20 a 30 min). Mas, de nada adiantaria
nada adiantaria esse cuidado, se a imagem fosse adquirida antes do ponto máximo da
esse cuidado, se adoimagem
biodistribuição fosse adquirida
radiofármaco no corpo, antes do ponto
para obter máximo
a melhor imagem da biodistribuição
possível. Os do
radiofármaco
técnicos queno corpo,os
realizam para obtertêm
exames a melhor
formaçãoimagem possível.
profissional queOspermite
técnicos que realizam
calcular com os
exames
cuidadotêmtodos
formação profissional
os parâmetros paraque
umpermite
bom exame.calcular comque
Depois cuidado todos foi
o material os parâmetros
excretado para
umpelo
bompaciente,
exame. são
Depois que o material foi excretado pelo paciente, são
tomados cuidados com a proteção radiológica por profissionais tomados cuidados
especializados
com em gerênciapor
a proteção radiológica deprofi
rejeitos radioativos.
ssionais especializados em gerência de rejeitos radioativos.

Fissão
Fissãonuclear
nuclear
Um Umdos exemplos
dos exemplosmaismais
interessantes de reação
interessantes de reação nuclear é aéfiassão:
nuclear ela ela
fissão: ocorre quando
ocorre
umquando
núcleoumsenúcleo
separaseem outros
separa em dois,
outrosem geral
dois, em porgeralcausa de uma
por causa interferência
de uma externa.
interferência
O externa.
urânio-235,
O urânio, por exemplo, ao capturar um nêutron, divide-se em dois núcleos, qual
por exemplo, ao capturar um nêutron, divide-se em dois núcleos, cada
cada
com qualdacom
cerca cercada
metade damassa
metade da massa
total. total.
Durante a fiDurante
ssão, sãoa liberados
fissão, sãooutros
liberados outrose uma
nêutrons
nêutrons
grande e uma grande
quantidade quantidade
de energia. Um de energia.típico
exemplo Um exemplo
de fissãotípico de fissão
é dado é dado pela
pela reação:
reação:

236 *
n  235 141 92
92 U  ( 92 U )  56 Ba  36 Kr  3n  E

E=175 MeV

A energia
A energia liberada
liberada corresponde
corresponde à diferença
à diferença em em massa
massa entre
entre os os componentesiniciais
componentes
iniciais e os finais da reação. Embora essa seja a reação mais 235para o 235 U ,
provável
e os finais da reação. Embora essa seja a reação mais provável para o U, existem outras
existem outrascom
possibilidades, possibilidades, com outros
outros produtos produtos de fissão.
de fissão.
A Figura I-3 mostra um esquema
A Figura I-3 mostra um esquema da fissão da fissãonuclear.
nuclear.

Figura I-3 – Descrição esquemática da fissão nuclear


Figura I-3 – Descrição esquemática da fissão nuclear

n
235
U 236
U* n
236
U* n
n
Durante a fissão do 235 U , cada núcleo se divide em dois outros e libera certa
quantidade de energia, além de 3 nêutrons. Se cada nêutron atingir outro núcleo,
teremos a fissão de 3 núcleos, fornecendo 3x3 nêutrons e três vezes a quantidade de
energia inicial,
Durante e assim
a fissão porU,diante.
do 235 O número
cada núcleo de nêutrons
se divide e a outros
em dois energiaeliberada aumentam
libera certa quantidade
cada vez mais. A uma reação desse tipo chamamos de uma reação em cadeia
de energia, além de 3 nêutrons. Se cada nêutron atingir outro núcleo, teremos a fissão de 3
(FIGURA
núcleos, I-4).
fornecendo 3×3 nêutrons e três vezes a quantidade de energia inicial, e assim por
diante. O número de nêutrons e a energia liberada aumentam cada vez mais. A uma reação
11
desse tipo chamamos de uma reação em cadeia (FIGURA I-4).

15
Figura I-4 – Reação em cadeia na fissão nuclear

Neutron (n)

É possível controlar a reação de fissão, de forma que, em cada reação, apenas um nêutron
seja aproveitado para uma nova fissão; isso é o que acontece em um reator nuclear, onde
o material físsil é rodeado de absorvedores em posições e quantidade convenientes. Nesse
caso, a energia liberada é sempre constante.10
A energia da fissão do 235U é aproveitada em reatores de potência para aquecimento
de água, cujo vapor movimenta turbinas que geram energia elétrica. Em outros tipos de
reatores (reatores multipropósito), o que se pretende utilizar são os nêutrons liberados nas
reações de fissão para pesquisa ou produção de radioisótopos.

Fusão nuclear
Outro exemplo de reação nuclear é a fusão, que ocorre quando dois núcleos leves
se unem para formar um núcleo mais pesado. Um exemplo é a fusão de um deutério
( ) e um trítio ( ) em hélio, com a emissão de um nêutron e certa quantidade de energia
(FIGURA I-5):

10
Se mais de um nêutron for aproveitado em cada reação, a energia liberada aumentará exponencialmente
de um estágio para o seguinte, podendo causar grandes estragos. Quando o material físsil é usado em
grandes proporções e se aproveita propositadamente de mais de um nêutron de cada reação, obtém-se
uma arma letal. Atualmente existe um acordo internacional para que não se faça uso desse tipo de arma.
16
Figura I-5 – Descrição esquemática da fusão
hélio
deutério
fusão +
+
Como a soma das massas iniciais é maior que a das massas finais, há liberação
+
de energia.
Para ocorrer a fusão, os núcleos têm de vencer a repulsão eletrostática, ao se
aproximarem; por isso é necessária uma grande quantidade de energia para iniciar o
+ uma vez que a energia liberada pela fusão é maior
processo; ele continua em seguida,
energia
que a fornecida e pode ser usada para iniciar outras reações de fusão.
A fusão do hidrogênio+em hélio é a principal fonte de energia no Sol e nas
estrelas. A energia inicial deve ter sido fornecida durante a sua formação, com a
aproximação de partículas, e a seguir foi obtida uma reação em cadeia.
+
O espectro eletromagnético

O conjunto de ondas eletromagnéticas, classificadas de acordo com sua


trítioou comprimento de onda, é denominado espectro nêutron
frequência eletromagnético. Os nomes
dados às diversas regiões do espectro eletromagnético (FIGURA I-6) são relacionados
apenas com o modo como as ondas são produzidas ou observadas, já que todas elas
Como a soma das massas
podem iniciais
ser escritas é maior
em termos que a elétricos
de campos das massas finais,e há
e magnéticos liberação
se propagam de energia.
através
do vácuo com a mesma velocidade, igual à velocidade da luz, c.
Para ocorrer a fusão, os núcleos têm de vencer a repulsão eletrostática, ao se aproximarem;
por isso é necessária uma grande
Figura I-6 quantidade de energia(atenção
– O espectro eletromagnético. paraaoiniciar o processo;
diagramar, micro-ondas com hífen) ele continua

em seguida, uma vez que a energia liberada pela fusão é maior que a fornecida e pode ser
usada para iniciar outras reações de fusão.
A fusão do hidrogênio em hélio é a principal fonte de energia no Sol e nas estrelas.
A energia inicial deve ter sido fornecida durante a sua formação, com a aproximação de
partículas, e a seguir foi obtida uma reação em cadeia.

O espectro eletromagnético
O conjunto de ondas eletromagnéticas, classificadas de acordo com sua frequência ou
comprimento de onda, é denominado
As grandezas queespectro
caracterizameletromagnético. Os são
as ondas eletromagnéticas nomes dados às diversas
seu comprimento
10 11
regiões do espectro de onda, sua frequência
eletromagnético (que varia inversamente
(FIGURA ao comprimento apenas
I-6) são relacionados de onda) com
ou sua o modo
energia (que é diretamente proporcional à frequência). Tradicionalmente, usa-se uma
como as ondas são produzidas
dessas grandezasou observadas,
para a radiaçãojádeque todas
cada elasSãopodem
região. ser escritas
apresentadas a seguir em
as termos
de campos elétricos e magnéticos e se propagam através do vácuo com a mesma velocidade,
características de cada região do espectro eletromagnético.
igual à velocidade daOndas
luz,dec.rádio
São as ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda entre 1 m e vários
Figura I-6 – O quilômetros (frequências menores que 108 Hz ). São usadas para transportar as
espectro eletromagnético
informações das emissoras de rádio e TV, sendo que cada uma colocará no espaço

o
1 km 10
1 m muito pequenos
Para valores 1 mm 1 onda,
de comprimentos de 1 nm
μmusa-se a unidade Angstrom:11 A  10
10
m. λ
11
A frequência é geralmente medida em Hertz: 1 Hz = 1 oscilação/s.
13
Visível

Micro-ondas Infravermelho Ultravioleta

Raios X
Tv/rádio Raios γ

f (Hz)
103 104 105 106 107 108 109 1010 1011 1012 1013 1014 1015 1016 1017 1018 1019 1020 1021 1022

17
As grandezas que caracterizam as ondas eletromagnéticas são seu comprimento de onda,11
sua frequência12 (que varia inversamente ao comprimento de onda) ou sua energia (que é
diretamente proporcional à frequência). Tradicionalmente, usa-se uma dessas grandezas para
caracterizar a radiação de cada região. São apresentadas a seguir as características de cada
região do espectro eletromagnético.

Ondas de rádio
São as ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda entre 1 m e vários quilômetros
(frequências menores que 108 Hz). São usadas para transportar as informações das emissoras de
rádio e TV, sendo que cada uma colocará no espaço ondas com uma frequência determinada.
As ondas de rádio podem ser geradas por fontes terrestres, através da oscilação de elétrons nos
fios de circuitos elétricos. Existem também fontes extraterrestres de ondas de rádio, sendo o
Sol a mais importante delas. A radioastronomia estuda as informações vindas do espaço por
meio de ondas de rádio emitidas por elétrons acelerados em estrelas e outros sistemas celestes.
Como a soma das massas iniciais é maior que a das massas finais, há liberação
Ondas de TV de energia.
Para ocorrer a fusão, os núcleos têm de vencer a repulsão eletrostática, ao se
As ondas de TV são aproximarem;
ondas de rádio deépequeno
por isso comprimento
necessária uma de onda,
grande quantidade entre
de energia para1iniciar
m e 10o m
(f entre 108 Hz e 107 Hz) e, como
processo; aquelas,
ele continua podem
em seguida, umaser
vez produzidas por meio
que a energia liberada de écircuitos
pela fusão maior
que a fornecida e pode ser usada para iniciar outras reações de fusão.
elétricos. No Brasil, os canais de TV do
A fusão dehidrogênio
2 a 6 emitem
em hélioondas de frequência
é a principal menores
fonte de energia no Solque
e nasas da
faixa de transmissão de FM em rádio
estrelas. (estasinicial
A energia estãodeve
compreendidas entre
ter sido fornecida .
8,88a 10
durante sua Hz
8 .108aHz).
e 1,08com
formação,
aproximação de partículas, e a seguir foi obtida uma reação em cadeia.
Os demais canais situam-se em frequências maiores que as da faixa FM; tais canais são
denominados canais baixos ou altos,
O espectro de acordo com a posição da faixa de frequência em
eletromagnético
relação à FM. As faixas situadasO acima dasdedeondas
conjunto FM eletromagnéticas,
são denominadas VHF (Very
classificadas Highcom
de acordo Frequency).
sua
frequência ou comprimento de onda, é denominado espectro eletromagnético. Os nomes
Micro-ondas dados às diversas regiões do espectro eletromagnético (FIGURA I-6) são relacionados
apenas com o modo como as ondas são produzidas ou observadas, já que todas elas
São as ondas eletromagnéticas com
podem ser escritas em comprimento de onda
termos de campos elétricos entre 1e mm
e magnéticos e 1 matravés
se propagam (f entre
do vácuo com a mesma velocidade, igual à velocidade da luz, c.
10 Hz e 109 Hz) e podem ser produzidas por osciladores em circuitos elétricos. A energia
12

da micro-onda é usada nos laboratórios de Física


Figura I-6 – O espectro para provocar
eletromagnético. transições
(atenção ao diagramar, micro-ondasem elétrons de
com hífen)

alguns átomos e assim obter informações sobre o material. O forno de micro-ondas foi
inventado a partir de um acontecimento ocorrido em um laboratório de Física, quando um
dos pesquisadores deixou uma barra de chocolate próxima ao equipamento. Ele constatou
que o chocolate havia derretido ao absorver as micro-ondas. Isso ocorreu porque a energia
das micro-ondas é suficiente para aquecer as moléculas por vibração.
As micro-ondas são também usadas na transmissão de sinais de TV ou de telefone.
Atualmente se detectam micro-ondas vindas do espaço e que fornecem informação sobre
a constituição presente e passada do Universo.
As grandezas que caracterizam as ondas eletromagnéticas são seu comprimento
Radiação infravermelha
de onda,10 sua frequência11 (que varia inversamente ao comprimento de onda) ou sua
energia (que é diretamente proporcional à frequência). Tradicionalmente, usa-se uma
É a radiação eletromagnética com comprimentos
dessas grandezas para a radiação dede onda
cada maiores
região. do que a da
São apresentadas luz visível,
a seguir as
características de cada região do espectro eletromagnético.
de 0.7 μm a 1 mm, ou seja, frequências imediatamente inferiores às da luz vermelha (entre
1014 Hz e 1011 Hz). Em geral, a radiação
Ondas de rádio infravermelha é obtida em vibrações ou rotações de
átomos ou moléculas, causando uma mudança na energia interna do objeto que a recebe, e
São as ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda entre 1 m e vários
por isso é chamada de radiação
quilômetros de(frequências
calor. Os menores
corpos quecelestes
108 Hzemitem radiação
). São usadas infravermelha
para transportar as
que complementa as informações
informações das obtidas observando
emissoras de rádio e TV,suasendo
emissão deuma
que cada luz colocará
visível.no espaço

o
11
Para valores muito pequenos
10
devalores
Para comprimentos decomprimentos
muito pequenos de onda, usa-se a unidade
de onda, Angstrom:
usa-se a unidade Angstrom: 1 A  10 m .
10

11
A frequência é geralmente medida em Hertz: 1 Hz = 1 oscilação/s.
12
A frequência é geralmente medida em Hertz: 1 Hz = 1 oscilação/s.
13
18
de rádio

São
ticasascom
ondas
comprimentos
eletromagnéticas
de onda
comentre
comprimentos
1 m e vários
de onda entre 1 m e vários
etros
es que 108 Hz ). Luz
(frequências São visível
usadas
menores 108 Hz
quepara transportar
). São usadas
as para transportar as
ações
dio e das
TV,emissoras
sendo quedecada
rádiouma
e TV,
colocará
sendono queespaço
cada uma colocará no espaço
É a radiação eletromagnética à qual o olho humano é sensível. Dentro da faixa visível, a
variação de frequência ou de comprimento de onda será percebida como uma variação de cor,
(f entre 7.1014 Hz e 4.1014 Hz). A sensibilidade
o o
rimentos
alores muito
de onda,
pequenos
usa-seindo
de deAngstrom:
4.000
acomprimentos
unidade de onda, (violeta)m. a
10 a10unidade
1 Ausa-se 7.0001 A (vermelho)
Angstrom: 10 10 m .
uência
Hertz: é1 geralmente
do olho não é uniforme para toda a faixa visível, sendo maior para o verde-amarelado e
Hz = 1 oscilação/s.
medida em Hertz: 1 Hz = 1 oscilação/s.
13 13
menor para o vermelho e o violeta. Em geral, a luz visível é emitida quando elétrons fazem
transições nas camadas externas dos átomos. A cor da luz informa sobre os átomos do objeto
que a está emitindo e por isso o estudo da luz visível emitida pelo Sol e outras estrelas nos
informa sobre sua composição.

Radiação ultravioleta
As ondas eletromagnéticas com comprimento de onda entre 1 nm e 400 nm, ou seja, com
frequências imediatamente superiores à da luz violeta (entre 1015 Hz e 1017 Hz) são chamadas
de radiação ultravioleta. Ela é produzida pela transição de elétrons nas camadas externas dos
átomos.
O Sol é uma fonte de radiação ultravioleta, mas a maior parte dessa é absorvida pelo
ozônio da atmosfera terrestre.
A radiação ultravioleta absorvida pela pele humana torna possível a produção de
vitamina D, que auxilia na absorção de cálcio dos alimentos. Essa radiação provoca também
o bronzeamento da pele. A exposição prolongada à radiação ultravioleta, porém, pode
provocar queimaduras e câncer de pele.
A radiação ultravioleta tem a capacidade de destruir bactérias e por essa razão é utilizada
para a esterilização de instrumentos e ambientes cirúrgicos, sistemas de ar-condicionado,
etc., através do uso de lâmpadas especiais.

Raios X
São as ondas eletromagnéticas com comprimento de onda entre 0,01 nm e 10 nm,
(f entre 1016 Hz e 1019 Hz). Os raios X são produzidos em transições dos elétrons nos níveis mais
internos dos átomos ou durante a desaceleração de partículas carregadas. Os comprimentos
de onda dessa radiação correspondem ao espaçamento dos átomos nos sólidos, e por isso é
possível analisar a estrutura dos materiais através do espalhamento de raios X.
Os raios X são também usados em diagnósticos médicos, visto que penetram com
facilidade em tecidos humanos pouco densos, sendo barrados pelo tecido ósseo.
Em sistemas de estrelas binárias, em que duas estrelas orbitam em torno do seu centro
de massa comum, há emissão de raios X, graças à aceleração do material que as compõe.
Essa radiação, no entanto, não consegue atravessar nossa atmosfera, e a astronomia de raios X
é feita com observatórios em órbita.

Raios gama (raios γ )


São as ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda menores que 10 pm (f maiores
que 1019 Hz). Podem ser emitidos em transições dos núcleos atômicos ou em reações nucleares.
Os raios γ são altamente penetrantes e há probabilidade de causar câncer, danos nos
tecidos humanos ou alterações genéticas. Sua capacidade de destruir os tecidos humanos é
usada na Medicina para eliminar tumores cancerígenos. São também usados para diagnósticos
médicos, como veremos no Capítulo III.
Na Astronomia de raios γ, a detecção desse tipo de radiação informa sobre processos
nucleares que ocorrem no Universo.

19
Raios X de alta frequência são similares aos raios γ, diferindo destes apenas pela sua
origem. Se não se sabe o que provocou o aparecimento da radiação, não se podem distinguir
os dois tipos.
Existe ainda outro tipo de radiação, gerado pela aniquilação de um elétron e um pósitron,
já descrita nesse capítulo. Embora não seja proveniente do núcleo atômico, ela é denominada
radiação γ, graças à sua alta energia.

Radiação ionizante
As ondas eletromagnéticas de alta frequência (raios X e raios γ) têm energia suficiente
para provocar ionização dos átomos (arrancar elétrons) quando incidem sobre um material.
Elas são chamadas de radiação ionizante. Ondas de frequência menor não são capazes de
ionizar materiais, porém podem produzir outros tipos de efeitos, de acordo com a energia
que cedem ao material. Elas são denominadas radiação não ionizante.

20
II - PRODUÇÃO E DETECÇÃO
DE RADIAÇÃO IONIZANTE

Socorro!
Acabou-se, Um nêutron!
U-235!

Como vimos no capítulo anterior, existem fontes naturais de radiação ionizante.


Na maioria das vezes, porém, precisamos usar um material radioativo com características
específicas de energia, atividade, meia-vida, etc. Vários isótopos que não existem naturalmente
podem ser obtidos através de reações nucleares.

Obtenção de material radioativo


Diversos isótopos radioativos que não se encontram na natureza podem ser
fabricados artif icialmente, bombardeando elementos estáveis com nêutrons, partículas
carregadas ou fótons de energia conveniente. Os feixes de partículas carregadas são
obtidos usando um acelerador linear de partículas ou um cíclotron. Para se obter
um feixe de nêutrons, usam-se os reatores ou as reações indiretas com partículas
carregadas; e feixes de raios X podem ser obtidos com intensidade e energia bem
determinadas.

Partículas carregadas
Num acelerador de elétrons, um fi lamento metálico é aquecido para separar elétrons
dos átomos do metal; a seguir, esses elétrons são acelerados por um campo elétrico
e concentrados em um feixe, usando campos magnéticos.13 Alguns aceleradores têm
diversos estágios de aceleração, com campos elétricos alternados e sincronizados com
o movimento dos elétrons, de modo a acelerá-los sempre na mesma direção (FIGURA
II-1). O feixe de elétrons é então dirigido a um alvo e usado para fi ns de pesquisa ou
de fabricação de radioisótopos.

13
Partículas carregadas em movimento, quando imersas em um campo magnético, são desviadas de sua
trajetória.
21
Para obter partículas com alta energia,
de grande extensão. Um equipamento mais co
em que são aceleradas,
Figura II-1 – Esquema de um acelerador linear
bomba
as partículas são desvia
+ /uma
- trajetória em de
espiral.
vácuo A cada volta, os val
alvo
am ão

ajustados, para que as partículas aumentem


sã o
p

aceleradas são extraídas pela borda do disposi


o

atingir o alvo (FIGURA II-2).


s

lin s p étic rren po r


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Figura II-2 – Esquema


t a r g e s , p sm o r

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A B C D E F
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fonte de
II-1 – Esquema
Figura Figura de um de
acelerador-linear
/+
partículas II-1 – Esquema um acelerador linear
Feixes de prótons podem ser obtidos de forma semelhante. Nesse caso, a fonte dos
prótons é o gás hidrogênio, composto de moléculas de H2. As moléculas são separadas em
átomos, que são ionizados, usando-se uma descarga elétrica. Um campo magnético separa as
partículas positivas das negativas, e a seguir os prótons são acelerados por um campo elétrico
de intensidade conveniente.
Para obter partículas com alta energia, é necessário se ter um acelerador linear de grande
extensão. Um equipamento mais compacto é o cíclotron: ao mesmo tempo em que são
aceleradas, as partículas são desviadas por campos magnéticos, percorrendo uma trajetória
n
ro

em espiral. A cada volta, os valores de campos elétrico e magnético são ajustados, para que
ot

as partículas aumentem mais e mais


desua energia; as partículas aceleradas são extraídas pela
cl

Feixes de prótons
Feixes podempodem
de prótons ser obtidos forma
ser obtidos semelhante.
de forma Nesse Nesse
semelhante. caso, acaso,
fontea fonte

bordaé do dispositivo e se movimentam em linha reta até atingir o alvo (FIGURA II-2).
ad ess tico

dos prótons o gás hidrogênio, composto de moléculas


dos prótons é o gás hidrogênio, composto deAsmoléculas de H . As moléculas
de carregadas são
H2. As moléculas são no interior de duas
partículas se deslocam
m

2
 elétrica.
é

separadas em átomos,
separadas que sãoque
em–átomos, ionizados,
sãoum usando-se
ionizados, uma descarga
usando-se elétrica.
uma descarga Um campo Um campo
as agn

Figura II-2 Esquema de cíclotron


as

magnético separa as partículas positivas das negativas,


magnético separa as partículas positivas das negativas, e a B
uniformee a seguir
seguir encurva
os prótons suasãotrajetória;
os prótons são cada vez que pass
r u po m


a.

acelerados por um campo elétrico de intensidade conveniente.


acelerados por um campo elétrico de intensidade conveniente.
,

E
d

partículas são aceleradas por um campo elétrico ,c


/o am tal ím da
ra
m

Para obter
Para partículas com alta
obter partículas com energia, é necessário
alta energia, se ter um
é necessário acelerador
se ter linear linear
um acelerador
nd tur
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um co Sã ãs

de grande extensão. Um equipamento mais compacto é o cíclotron: ao mesmo tempo tempo


qu

s e oc on tro o

de grande extensão. Um equipamento mais compacto é o cíclotron: ao mesmo


s d Um

po ch iz le nt
t

o
s

em queem sãoque
aceleradas, as partículas são desviadas por campos magnéticos, percorrendo
a

A Figura II-3 mostra o cíclotron usa


e

são aceleradas, as partículas são desviadas por campos magnéticos, percorrendo


to se or e e
.
m uas

fe ntra
D

uma trajetória em espiral. A cada volta, os valores de campos elétrico e magnético são são
o

uma trajetória em espiral. A cada volta, os valores de campos elétrico e magnético


i

.
de

Tecnologia suaNuclear as(CDTN


partículas - CNEN, Belo Ho
oi te é , lv
e

ajustados, para queparaasque


partículas aumentem mais emaismaise sua
maisenergia; as partículas
d

ix

ajustados, as partículas aumentem energia;


di es o so vo
a

a
m

aceleradas são extraídas pela borda do dispositivo e se movimentam em linha reta atéreta até
e

estãoe se colocados em posição vertical, portanto


o

aceleradas são extraídas pela borda do dispositivo movimentam em linha


ra ; tic ca n
or

r
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atingir atingir
o alvo o(FIGURA II-2). II-2).
18
f

alvo (FIGURA
acelerados prótons, provenientes da ionização d
a
o

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se

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u
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II-2 – Esquema
Figura Figura de um de
cíclotron
um alvo que pode ser sólido, líquido ou gasoso
s

II-2 – Esquema um cíclotron


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er ov içã - o

As partículas carregadas se deslocam no interior


no de duas de
estruturas em forma D. Um
emdeforma decampo
D. Ummagnético
a
or

As partículas carregadas
As partículas se deslocam interior duas estruturas campo magnético
 carregadas se deslocam no interior de duas estruturas em forma de D. Um campo magnético
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uniforme B encurva sua trajetória; cada vezcada


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B encurva passamquena interseção entre as duas estruturas,
as duas essas
s, p D ost

uniforme sua trajetória;


trajetória; cada vezque passam na interseção entre estruturas, essas partículas
ac rva

uniforme encurva sua


passam na interseção entre as duas estruturas, essas
da

são aceleradas porpor


umumcampo
por umelétrico E ,, cuja Eintensidade
intensidade tema forma
a tem
forma de onda quadrada.
em (C m

partículas são aceleradas campo elétrico tem adeforma


onda quadrada.
ra

partículas são aceleradas campo elétrico , cuja intensidade de onda quadrada.


e le

s ar 3
le II-

A Figura II-3 mostra


A Figura o cíclotron
II-3 mostra usado usado
o cíclotron 22 no Centro
no Centro de Desenvolvimento da
de Desenvolvimento da
Tecnologia NuclearNuclear
(CDTN(CDTN
- CNEN, Belo Horizonte, MG). Nesse caso, os eletroímãs
e

Tecnologia - CNEN, Belo Horizonte, MG). Nesse caso, os eletroímãs


N ra
gu

estão colocados em posição


estão colocados vertical,
em posição portanto,
vertical, o campo
portanto, magnético
o campo é horizontal.
magnético São São
é horizontal.
uc
Fi

acelerados prótons, provenientes da ionização de gás hidrogênio; estes se chocam contra


acelerados prótons, provenientes da ionização de gás hidrogênio; estes se chocam contra
A Figura II-3 mostra o cíclotron usado no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia
Nuclear (CDTN - CNEN, Belo Horizonte, MG). Nesse caso, os eletroímãs estão colocados
em posição vertical, portanto, o campo magnético é horizontal. São acelerados prótons,
provenientes da ionização de gás hidrogênio; estes se chocam contra um alvo que pode
ser sólido, líquido ou gasoso, produzindo radioisótopos e/ou um feixe de raios X que
pode ser utilizado para outros fins. A produção de raios X será detalhada mais adiante,
neste capítulo.
Figura II-3 – Cíclotron (CDTN-CNEN)

eletroímãs alvo
© Regina P. Carvalho

saída do
feixe

Nêutrons
Um feixe de nêutrons é facilmente obtido no interior de um reator de fissão: a fissão
do urânio resulta em núcleos de menor massa e nêutrons, que estarão disponíveis em
grande quantidade no interior do reator, porém com baixa energia, por causa da existência
do material moderador contido no reator (em geral, água, ou água pesada - onde alguns
átomos de hidrogênio foram substituídos por deutério, isótopo do hidrogênio que contém
um próton e um nêutron). Outra forma de se obterem nêutrons é o uso de reações indiretas:
partículas carregadas, provenientes de um acelerador, incidem sobre um alvo, onde ocorre
uma reação em que nêutrons são emitidos com energia determinada.

Raios X
Quando partículas carregadas são desaceleradas, há a emissão de raios X devido
ao fenômeno conhecido como bremsstrahlung, palavra alemã que significa radiação de
frenamento. Para isso, o feixe proveniente de um acelerador é forçado a se chocar contra
um alvo (normalmente, os alvos são constituídos de tungstênio). Os raios X obtidos têm
um espectro contínuo de energia, isto é, sua energia pode ter qualquer valor em uma
faixa determinada.
Ao mesmo tempo, ao se chocarem contra o alvo, as partículas deslocam elétrons
internos dos átomos desse alvo (elétrons que estão nos níveis de energia mais baixos).
Esses elétrons são arrancados, e elétrons de níveis mais altos “caem” para ocupar o lugar
dos elétrons arrancados; a diferença entre os níveis de energia inicial e final é da ordem
de grandeza da energia dos raios X. São então emitidos raios X com valor de energia bem
definido para cada material do alvo, denominados raios X característicos.
A Figura II-4 mostra o espectro de energia dos raios X emitidos por um alvo de
molibdênio.
23
ro eletromagnético. (atenção ao diagramar, micro-ondas com hífen)

Figura II-4 – Emissão de raios X por um alvo de molibdênio

(A) (B)
ordem de grandeza da energia dos raios X. São então emitidos raios X com valor de
energia bem definido para cada material do alvo, denominados raios X característicos.
ordem
I de grandeza
A Figura II-4da energia
mostra
K α
dos raiosdeX.
o espectro São então
energia emitidos
dos raios raios Xpor
X emitidos
M comumvalor
alvo de
energia bem
molibdênio. definido para cada material do alvo, denominados raios X característicos. raio X, K β
L
A Figura II-4 mostra o espectro de energia dos raios X emitidos por um alvo de
acterizam as ondasmolibdênio.
3 K
eletromagnéticas são seu comprimento
(que varia inversamente ao comprimento de onda) ou sua raio X, Kα
proporcional à frequência). Tradicionalmente, usa-se
Figura II-4 uma
– Emissão de raios X por um alvo de molibdênio
adiação de cada região.2 São apresentadas a seguir as
do espectro eletromagnético. Kβ
Figura II-4 – Emissão de raios X por um alvo denúcleo
molibdênio

1 elétron
magnéticas com comprimentos de onda entre 1 m e vários
menores que 108 Hz ). São usadas para transportar as deslocado da
de rádio e TV, sendo que cada uma colocará no espaço camada K

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 elétron


o incidente
λ 1(A ) 10
comprimentos de onda, usa-se a unidade Angstrom:
10
m.
da em Hertz: 1 Hz = 1 oscilação/s.
Em (A), vemos o espectro de energia13 dos raios X emitidos por um alvo de molibdênio, onde os picos
representam os raios X característicos do material; em (B) temos a ilustração da emissão de raios X
Em (A), vemos o espectro de energia dos raios X emitidos por um alvo de molibdênio, onde os picos
característicos.
representam os raios X característicos do material; em (B) temos a ilustração da emissão de raios X
característicos.
Em (A), vemos o espectro de energia dos raios X emitidos por um alvo de molibdênio, onde os picos
representam os raios X característicos do material; em (B) temos a ilustração da emissão de raios X
Métodos de obtenção e características
Métodos de obtenção e característicascaracterísticos.
de alguns radioisótopos
de alguns radioisótopos

Cobalto-60
Métodos de obtenção e características de alguns radioisótopos
Cobalto-60
O cobalto-60 é um emissor de γ energéticos, e sua produção é feita bombardeando-se
Cobalto-60
O cobalto-60 é um emissor de γ energéticos, e sua produção é feita
cobalto-59 (estável)cobalto-59
bombardeando-se com nêutrons:
(estável) com nêutrons:
O cobalto-60 é um emissor de γ energéticos, e sua produção é feita
bombardeando-se cobalto-59 (estável)59 com nêutrons:
60
27 Co  n  27 Co

59 60
O fluxo de nêutrons é obtido27no Cointerior
 n 27 deCoum reator nuclear, onde algumas das
O fluxo
barras de nêutronssão
de absorvedores é obtido no interior
substituídas de um
por barras de reator nuclear, onde algumas das barras
cobalto-59.
O cobalto-60
fluxo são
de absorvedores de nêutrons é obtido
substituídas
é instável e por nopara
interior
decaibarras de um reator nuclear, onde algumas das
de cobalto-59.
níquel-60:
barras de absorvedores são substituídas por
O cobalto-60 é instável e decai para níquel-60:barras de cobalto-59.
O cobalto-6060 é instável e decai para níquel-60: T1  5,3 anos
Co60 Ni    e  
27 28 2

Nessa reação,
60
60
27 Cosão 28 Ni
emitidos  energias Tde12 1,3
   γe com 5,3 anos
MeV e 1,1 MeV, em
proporções iguais. O cobalto-60 é conveniente para uso em aparelhos industriais. O
valor deNessa reação, são
sua meia-vida (daemitidos
ordem deγ 5com energias
anos) permitedetrocas
1,3 MeV e 1,1
de fonte em MeV, em
intervalos
proporções
Nessa do
maiores iguais.
reação,
que deO
assão emitidos
outros γ com
cobalto-60 é conveniente
energias
radioisótopos, paraMeV
de 1,3 usomais
de meias-vidas eem1,1aparelhosemindustriais.
MeV, com
curtas; proporções Oiguais.
isso, a fonte
O valor
se de mais
torna
cobalto-60suafoi
meia-vida
econômica
usado em (da ordem
e gera menos
equipamentosde rejeitos
5 anos) permite trocas
para radioativos.
Radioterapia,Pormasde fonte
causa em energia
da alta intervalos
gradativamente dafontes
as
maiores
emissão do
γ, que
o as de
transporteoutros
e o radioisótopos,
manuseio do de meias-vidas
cobalto-60 mais
exigem curtas;
meios decom isso,
proteção
foram substituidas por aceleradores de elétrons. Por causa da alta energia da emissão γ, o a fonte
como
se torna mais
blindagens
transporte econômica
e eo controle
manuseio e geraa menos
remoto.
para troca derejeitos
fontesradioativos. Por causa
de cobalto-60 da alta
exigem energia
meios da
de proteção
emissão γ, o transporte e o manuseio do cobalto-60 exigem meios de proteção como
como blindagens e controle remoto.
blindagens e controle remoto.

20

24 20
Tecnécio-99m 1314
Tecnécio-99m 13
O Tecnécio-99m
Tecnécio-99m
Tecnécio-99m
13
Tecnécio-99m
tecnécio-99m 13 13
13 13
é um emissor γ, obtido no decaimento do molibdênio-99; este é um
Tecnécio-99m
Tecnécio-99m
produto da O tecnécio-99m
fissão do urânio-235 é um emissor em reatores , obtidonucleares: no decaimento do molibdênio-99; este é
O O Oda tecnécio-99m
tecnécio-99m
tecnécio-99m é ééé um
um um emissor
emissor
emissor ,
obtidoobtido
, obtido nono no decaimento
decaimento
decaimento dodo do molibdênio-99;
molibdênio-99;
molibdênio-99; este
este éé
umOproduto O
O tecnécio-99m
tecnécio-99m fissão
tecnécio-99m do
é umé emissorurânio-235 um
um emissor emissor em
, obtido ,
reatores
,
, obtido obtido nucleares:
no
no decaimento no decaimento
decaimento do
do molibdênio-99; do molibdênio-99;
molibdênio-99; este esteéeste éé é
este
umumumum produto
produto
produto
produto dada da
dafissão fissão
fissão
fissão dodo do
do urânio-235
urânio-235
urânio-235
urânio-235 emem em
em reatores
reatores
reatores
reatores nucleares:
nucleares:
nucleares:
nucleares:
um
um produto produto da fissãoda fissão do do
urânio-235 urânio-235 em em
reatores reatores nucleares:nucleares:
1 235 236 * 99 134
0n  1 92 U 235
 ( 92 U236)  * 42 Mo 99
 50 Sn 134
301 n 1   E
1 1 nn U (((236 * U* ))
42 Mo Sn 1 3311 nn
235   Sn 0  EEE
1 235 236 * 99 134
0nnU

235
U U 236
(236 U *U ) 99 99 Mo
Mo 
134 134 Sn
Sn 331 3n0
0
1
n  1235
0 92  n235
000

92

92U (92
92
92 236
U
92 U
( * 92
92) U
 92 )
92
92 U
99
42

Mo ) 99

42Mo
42 50
42 Mo
134
42

Sn134 
50
50 0 3 1 Sn
50 n
5050
 0 n
0n EEE
0 

O molibdênio-99 é separado quimicamente dos outros produtos de fissão e decai


O molibdênio-99 O Ometaestável:
molibdênio-99
molibdênio-99 é separado ééé separado
separado quimicamente quimicamente
quimicamente dosdos outros
dos outros
outros produtos
produtos
produtos dedefissão
fissão eeedecai
decaiem
em O tecnécio
OOmolibdênio-99
molibdênio-99
O
molibdênio-99 molibdênio-99 é separado ééseparado
separadoseparado
quimicamente quimicamente
quimicamente
quimicamente dos dos dos
outros dos outros
outros outros
produtos produtos
produtos produtos dede
de
de fissão de fissão
fissão
efissão
fissão decai e decai
eedecai
decai
decai
tecnécio em metaestável:
tecnécio metaestável:
ememem
em tecnécio em tecnécio
tecnécio
tecnécio
tecnécio
Tecnécio-99m
metaestável:
metaestável:
metaestável:
metaestável:
metaestável: 13
99
99m43Tc     e T1  66h
42 Mo T11 66
O tecnécio-99m 99
99 99
99 é Mo
99
99 Mo
um
99 MoMo
m 
 
emissor
99
99
m
m Tc
9999 m
99m Tcm
Tc
Tc 
,


 
 
obtido
 
   T no T
 T66 2T
1T
decaimento 1 66
h h66
 66h66h hhdo molibdênio-99; este é
42 Mo 42 
42Mo 42 
42
42
43 Tc 4343Tc  43    e e 1
43
43
e
e e 1 2 222
um produto 99
Mo da fissão do urânio-235 em ereatores nucleares:
2 2

O 99 9942 99 tem meia-vida de 66 horas e pode ser transportado desde o produtor até
42 Mo tem
99 Mo
OO 99 Mo
O O99O
42MoMo
42aMo tem tem meia-vida
1meia-vida
meia-vida 235dede de
de 66 66
66 horas
*horas
horas eeeépode
pode aser
ser transportado
transportado desde
desde ooprodutor
produtor
ootecnécio, atéaté
aaté
o hospital 42O 42 temclinica.
Oou tem tem
meia-vida No
meia-vidalocal da
66 de utilização,
66
horas horas eeepode
pode
pode feita
pode ser
ser ser transportado
extração
transportado
transportado químicadesde
desde
desde oprodutor
do produtor
produtor
produtor até até
42
tem
meia-vida meia-vida n  de 66
U de 66
horas ( 236
horas
U e pode
)  99
ser
Mo ser
 134
transportado
transportado
Sn  3 1
n desde
   desde
E o o
produtor até até
ooo hospital
ohospital hospital
hospital ou aou ouclinica.
aaa clinica.
clinica. 0
NoNo No 92 local
local dada da
92 utilização,
utilização, 42 é feita
éé99 feita
50
aaa extração
extração
0 química
química dodo do tecnécio,
tecnécio, aa
o ohospital
ohospital hospital
ou ou aaclinica.
ou clinica. No No local
dalocal da da utilização,
utilização,
utilização, ééfeita
éfeita
a99feita amamextração
extraçãoextração
extração química
química
química dotecnécio,
do a aa a a
tecnécio,
tecnécio,
m
aou clinica. No Tc
partir da clinica.
mistura No local
Mo/Tc; olocal tecnécio da
utilização, utilização,
metaestável é feita extração
4399 99
m Tc Tcemite química γ química
com do140 do keVtecnécio,
tecnécio, e decai
partirpartir da mistura
partir da mistura Mo/Tc; Mo/Tc; o tecnécio metaestável 99 m 99 m43Tc
m99
43Tc emite emite γ com
γγγ14com 140140 keV keV e decai
eee decai
decai com
partir
com
partir
partir da partir dada
meia-vida
da
misturada O
mistura
mistura
mistura
mistura deMo/Tc;
molibdênio-99
Mo/Tc;
Mo/Tc;
6Mo/Tc;
horas
Mo/Tc;o o
tecnécio ooseparado
oétecnécio
para tecnécio
otecnécio
otecnécio
estado
tecnécio
metaestável
metaestável
metaestável
metaestável
fundamental
metaestável
quimicamente
metaestável 43Tc 43do Tc
dos43
emite emite
43tecnécio-99:
outros
emite γ
emite
emite
com γ com
140
com
γprodutos
com com 140
140
keV
140
140
de keV
keV
e
keV
keV
fissão
decaie e decai
decai
decai
meia-vida com
com de 6 horas
meia-vida
meia-vida dedepara
666horas o estado
horas para
para ooofundamental
estado
estado fundamental
fundamental do tecnécio-99: do tecnécio-99:
15 14
14 14
comcom com com
em
meia-vida meia-vida
meia-vida
tecnécio
meia-vida de
de 6metaestável:
dehoras 66horas
de horas horas
para para
para para
o estado ooestado
estado estado fundamental
fundamental
fundamental
fundamental dododo
do tecnécio-99: do tecnécio-99:
tecnécio-99:
tecnécio-99:
tecnécio-99: 14 14
14

99 m
Tc 9943Tc99  T1  6h
4399
T6T 2T T11 6 6 66h
hhh
1T 11226 hh66
99mm
99 m 99 m43Tc
99 m 99 m Tc
99
Mo
99 Tc

43Tc  

99
99 99
Tc
9999 mTcTc
Tc
Tc 

 

 
  T T 1 2h
43 Tc  42
43 43Tc 43
43
Tc 
43 Tc
43  4343
43
43   e 1
2 2
2 2
Como a meia-vida do Mo-99 é 10 vezes maior que a do Tc-99m, esse pode ser
Como Como
Como aaaa meia-vida
99 a meia-vida meia-vida do
do
doquímica Mo-99 Mo-99
Mo-99 ééé 10
évezes
10 10 vezes
vezes
vezes maior maior
maior que
que aaa dodo Tc-99m,
Tc-99m, esse
esse pode
pode ser
serser
estocado,
ComoComo Como a
sendo
aComo 42aMo
meia-vida
Omeia-vida meia-vida extração
meia-vida
tem do
do do
Mo-99
meia-vida
Mo-99
do
Mo-99 Mo-99
ééde10 10 éfeita
66 10
vezes
10
horas
nomaior
vezes vezes
eno
maior
momento
maior
pode
maior
que
que serque aaque da
do que aaTc-99m,
transportado
do do do
utilização.
Tc-99m, doTc-99m,
Tc-99m,
Tc-99m, esse
desde
esse
esse
Assim,
esse
podeesse pode
podemesmo
pode
ser
o produtor
pode ser ser ser
até
estocado,
tendo estocado,
estocado,
estocado, meia-vida
estocado, sendo
sendo
sendo
sendo de a a
a extração extração
extração
aextração
apenasextração 6 química química
química
horas,
química o feita
Tc-99mfeita
feita nono nomomento
estará momento
momento disponível dada dada utilização.
utilização.
utilização.para uso Assim,
Assim,
Assim,
até cercamesmomesmo
mesmo
de
estocado,
estocado,
sendo otendo
a sendo
hospital
extração sendo aa clinica.
aouextração
química Noquímica
química
feita local
no feitadafeita
momento nofeita
utilização,no
momento
da momento momento
éestará
feita
utilização. da da
autilização.
extração
Assim,
utilização.
utilização. Assim,
química
mesmo
Assim,
Assim,mesmo
do
tendo mesmo mesmo
tecnécio,
meia-vida a
tendo
tendo
uma meia-vida
meia-vida
meia-vida
semana
tendo meia-vidadepois de de
de
do
de apenas apenas
apenas
recebimento
apenas 6 6 6
horas,horas,
horas,
6 ohoras, do o o o
Tc-99m
material.Tc-99m
Tc-99m
o Tc-99m estará estará
estará disponível
disponível
disponível para para
para uso uso
uso até até
até cercacerca
cerca dede de
tendotendo
meia-vidameia-vida de de
apenas apenas 6 horas,6 horas, o
Tc-99m Tc-99m estará estará disponível m disponível
99disponível para para
usopara
uso
até usoaté
cerca até
cerca cerca
de de de
de uma
apenasuma
uma
uma semana
partir 6dahoras,
semana
semana
Após
semana odepois
mistura depois
depois o Tc-99m
decaimento
depois dodo
Mo/Tc;dodo
recebimentodo estará
recebimento
recebimento
recebimento tecnécio-99m
o tecnécio disponível
dodododo material.
material.
material. em
material.
metaestável para uso43Tc
tecnécio-99, até emite cerca esteγde decai
comumaem 140semana
keV edepois
rutênio-99 decai do
uma uma
semana
recebimento semana depois dodepois do
material. do
recebimentorecebimento do do
material. material.
Após Após
Após oo; de
o
adecaimento
decaimento dodo tecnécio-99m
otecnécio-99m em
em tecnécio-99,
tecnécio-99, este
e,este decai
decai aem
em rutênio-99
rutênio-99
oodecaimento
decaimento do tecnécio-99m em tecnécio-99, este decai
14 em rutênio-99
com com
Após
emissão
Após Após
ooApós
meia-vida decaimento
decaimento
decaimento

6 horas
meia-vida do
do do parado
tecnécio-99mdessa tecnécio-99m
tecnécio-99m
tecnécio-99m
estado
emissão emfundamental
em em em
é bastante
tecnécio-99, tecnécio-99,
tecnécio-99,
tecnécio-99,
dolonga, tecnécio-99:
este este
este
este
decai decai
decai
decai
portanto,
em emem rutênio-99
atividade
rutênio-99
rutênio-99
em rutênio-99 com
com com
com emissão
emissão
emissão   ;; meia-vida

aaade meia-vida
meia-vida dessa
dessa emissão
emissão ééé bastante
bastante longa,
àlonga, e, portanto,
e, portanto, aaa atividade
atividade
;; aa;meia-vida
; ameia-vida dessa emissão éécomparada
bastante longa, e, portanto,
portanto, aa atividade
atividade

com com com
(emissões
emissão emissão
emissão
-  por  unidade meia-vida
tempo)
dessa dessa dessa
éemissão
muito emissão
emissão baixa,
é bastante bastantebastante
longa, longa, longa,
doportanto,
e,portanto, e,
isótopo
e, portanto,
metastável:
aatividade
atividade atividade
emissão β
(emissões
(emissões ; a meia-vida
por unidade dessade emissão
tempo) éééTc é
muito bastantebaixa, longa,
comparada e, àà6àdo do a
isótopo metastável: (emissões
(emissões
(emissões porpor unidadeunidade dede tempo) tempo) émuito
muito muito baixa,
baixa, comparada
comparada T1 ààdo do isótopo
hisótopo
isótopo metastável:
metastável:
depor unidade de tempo) muito baixa, comparada do isótopo metastável:
99 m 99
por(emissões
(emissõesunidade por
por unidade unidade
tempo) de tempo) de
é muitotempo) é43Tc
muitoé
baixa, 43baixa, baixa,
comparada comparada comparada à doà isótopo do2 isótopo 3
metastável:
metastável:
metastável:
99
99     e T1  211  10 anos
43Tc 44 Ru 310333anos
Como99aTc 99 Tc
99
99
99 99 Tc
meia-vida 99 Tc

Tc 

99
99 99
99
99 Ru
do
Ru Ru
RuMo-99
 
  



 é 
10
 vezes
T T
 T211 TT11122211
2T
1maior 10211

211 3211
211que
 10310
10
anos 10a anos
anos
anos
doanosTc-99m, esse pode ser
43 43
43 44Tc 43
4343
Ru 44 
44 Ru 
44
44
44    e   e
e e ee 1 1 2 2
2
estocado,
Flúor-18 sendo a extração química feita no2
momento da utilização. Assim, mesmo
tendo
Flúor-18
Flúor-18
Flúor-18
Flúor-18 meia-vida de apenas 6 horas, o Tc-99m estará disponível para uso até cerca de
Flúor-18
Flúor-18
Flúor-18 uma O semana depois do recebimento do material.
flúor-18 é emissor de pósitrons e pode ser obtido por bombardeamento de
O flúor-18
oxigênio-18 OApós
O
O flúor-18 é
flúor-18
Oflúor-18
com emissor
flúor-18o
flúor-18 decaimento
prótons. é é
é emissor de
emissor
emissor
emissor
é emissor
pósitrons do
dede de
de e
tecnécio-99m pode
pósitrons
pósitrons
pósitrons
pósitrons eser obtido
epodeem
eeserpode
pode
pode ser ser
ser
por
tecnécio-99,
ser obtido bombardeamento
obtido
obtido
obtido por este
por
por
por decai emderutênio-99
bombardeamento
bombardeamento
bombardeamento
bombardeamento
oxigênio-18
dede de
de
com O O
flúor-18
prótons. é é
emissor de de
pósitronspósitrons e e
pode pode ser
obtido obtido por por bombardeamento
bombardeamento de de
oxigênio-18
oxigênio-18
com Oemissão
oxigênio-18
oxigênio-18 com
oxigênio-18 com
com
com

prótons. prótons.
prótons.
;prótons.
a émeia-vida
um isótopo dessa estável emissão do oxigênio é bastante e existe longa, eme,pequena
portanto,proporçãoa atividade
oxigênio-18
oxigênio-18 com comprótons. prótons.
naO oxigênio-18
(emissões
O OO
natureza. O O oxigênio-18
oxigênio-18
oxigênio-18
É
O oxigênio-18
oxigênio-18
oxigênio-18 possível
por unidade é
é
um
um
é é é
umisótopo
é
fazer
umédeum
isótopo
um
um tempo)
isótopoum isótopo
isótopo
isótopo
isótopo
estável
estável estável
estável
estável
enriquecimento
éestável
muito
estável
do
do do oxigênio
baixa,
do
oxigênio
do
do
do
oxigênio
oxigênio
oxigênio
oxigênioda
comparada
oxigênio
e água,
existe e
e e existe
e e
existe existe
existe
concentrando
e em
existe à do
existe em
em
em em
em pequena
isótopo
em
pequena
pequena
pequena
pequena as
pequena
pequena
proporção
proporção na
proporção
proporção
moléculas
metastável:proporção
proporção
proporção
natureza.
nana na oÉÉoxigênio
natureza.
natureza.
natureza. possível É É possível fazer um
possível fazer
fazer enriquecimento
um um enriquecimento
enriquecimento da água, dada da concentrando
água,
água, concentrando
concentrando as moléculas
asas as moléculas
moléculas em que
em
na
nao natureza.
oxigênio
que
na natureza.
natureza. ÉÉ possível
possível
aparece
Épossível aparece
possível
fazerfazer
nessa
fazer
um
forma
nessa
fazer umumforma
um enriquecimento
isotópica.
enriquecimento
enriquecimento
enriquecimento
isotópica. da água, da da água,
água, água,
concentrando concentrando
concentrando
concentrando as
as moléculas moléculas
as moléculas
moléculas
emem em que
que ooooxigênio
aoxigênio aparece
aparece nessa
nessa forma
forma isotópica.
isotópica.
em
em que em
Para oque
que queooprodução
Para
oxigênio
a
oxigênio produção
oxigênio
oxigênio aparece aparece
aparece
do
aparecedonessa
nessa
99
Tc
flúor-18, 
nessa
flúor-18,
nessa
forma
99
Ru
forma
forma
usam-se 
forma

isotópica.
usam-se isotópica.
 isotópica.
isotópica.
 
prótons
prótons T1 acelerados
acelerados  211  103 anos
em um
em um cíclotron: gás
cíclotron: gás hidrogênio
Para Para
Para aa produção
produção dodo flúor-18,
flúor-18, usam-se
usam-se prótons
prótons acelerados
acelerados em
em um
um cíclotron:
cíclotron: gás
egás
hidrogênio a Para (Haa2produzindo
)produção
aéprodução ionizado, dodo flúor-18,
produzindo
flúor-18, usam-se
prótons
usam-se prótons
eprótons
elétrons. acelerados Osem
acelerados prótons em em um
são
um cíclotron:
acelerados
cíclotron: gásgás
43 44 e 2
Para Para
) éhidrogênio
(H2hidrogênioionizado, produção produção do flúor-18,do flúor-18,
prótons usam-se
e usam-se
elétrons. prótons Os prótons acelerados
prótons aceleradossão acelerados em
um um cíclotron:
cíclotron:
e enviados gás
gáscontra
hidrogênio
hidrogênio
hidrogênio
hidrogênio
enviados (H )(H
contra
2
(H
é
(H(H
2))é22é
(H
ionizado,
2 um
) é
2)) ionizado,
ionizado,
alvo
ionizado,
éé ionizado,
ionizado,
produzindo
de produzindo
água
produzindo
produzindo
produzindo
produzindo
enriquecida.prótons prótons
prótons
prótons
prótons
prótons
e e
elétrons.
Quando
e
eelétrons. elétrons.
ee elétrons.
elétrons.
elétrons.
Os
esses Os Os
prótons
Os
Os
prótons
Os prótons
prótons
prótons
prótons
prótons são são
são
sãosão
são
acelerados
atingem
acelerados
acelerados
acelerados
acelerados
acelerados
núcleos e deee eeeum
alvo de água enriquecida. Quando esses prótons atingem núcleos de oxigênio-18, ocorre a reação:
Flúor-18
oxigênio-18, ocorre a reação:
13
O símboloOm flúor-18
indica que éo isótopo
emissorestáde pósitrons
numa
18 forma
1
e pode
metastável.
18 1
ser obtido por bombardeamento de
oxigênio-18 com prótons. O  p  F n
OOsímbolo
símbolo mindica
indica que oooisótopo
isótopo está numa forma metastável.
13
13 O
13 13 m que está 8numa 1 forma9 metastável.
0
13 O símbolo
13
14 O símbolo
símbolo mmindica
símbolo
m indicaindica
m
que que
indica
oque ooisótopo
que isótopo
isótopo está está
isótopo
está
numa numa
está
numa numa
forma forma
forma metastável.
forma metastável.
metastável.
O Essa é a forma principal de decaimento; em cerca de 10% dos casos, pode ocorrer o fenômeno chamado
metastável.
O oxigênio-18 é um isótopo estável do oxigênio e existe em pequena proporção
Essa éééforma
aaainterna:
forma principal dedecaimento;
decaimento; em cerca de 10% dos casos, pode ocorrer ooofenômeno
afenômeno chamado
14
14 Essa forma
14
14 14
de
Essa Essa
14 Essa
na é
Essa
conversãoa
natureza.
O flúor-18
é a forma
é a forma forma Éprincipal
principal
possível
principal
principal
principal um
de de
de
dedecaimento;
decaimento;
é decaimento;
instável,
de
elétron fazere ema um
decaimento;
absorve aem
em
cerca
em
em cerca
cerca
enriquecimento
principal
de cerca
energia
cerca do
de
10%
de
de10%
10%
reação
de
dos
10%
10%
raio dos
de
dos
casos,edos
dosda
casos,
casos,
casos,água,
édecaimento
casos,
ejetado,
pode pode
pode
pode
pode ocorrer
ocorrer
concentrando
oenvolve
ocorrer
podendo
ocorrer
ocorrer ofenômeno
fenômeno
oionizar
fenômeno aas
emissão
fenômeno chamado
chamado
moléculas
de
chamado
matéria em
chamado
chamado
de
de
em conversão
conversão
que interna:
interna:
ointerna:
oxigênio um
um elétron
elétron
aparece absorve
absorve
nessa aa energia
energia do
do raio
raio   ee éé ejetado,
ejetado, podendo
podendo ionizar
ionizar aa matéria
matéria
ememem
um
de depósitron:
conversão
conversão
suaconversão
de
de conversão vizinhança,
interna: interna:
o interna: um
um um
que elétron
um aumentaelétron
elétron
a dose
elétron
absorve absorve
absorveaforma
a
airradiada.
absorve energia
a do
energia
energia isotópica.
energiado raio
doe raio
do raio
raio  e é ejetado,
e é eejetado,
éejetado, é ejetado,podendo
podendo
podendo
podendo ionizar
aionizar
ionizar
ionizar a matéria
a em
matéria
a matéria
matéria em em
sua vizinhança, o que aumenta a dose irradiada.
oPara aque
sua vizinhança, oo produção
que aumenta do flúor-18,
aa dose  usam-se
irradiada. Tprótons acelerados em um cíclotron:21gás
1  110 min
suasímbolo
vizinhança,
sua vizinhança, ooaumenta aumenta
que aumenta adose
a18 dosedoseirradiada.
18 irradiada.
9 F 8 O     p
sua vizinhança,
O m queindica que a odose
isótopo está numa forma metastável.
14
sua vizinhança, que aumenta irradiada.
irradiada.
21
Essahidrogênio (H2) é ionizado, produzindo prótons
de 10%edos elétrons. Os prótons
ocorrer são acelerados 2121e
2
15
é a forma principal de decaimento; em cerca 21 casos, pode o fenômeno 21 21
chamado
de conversão interna: um elétron absorve
+ a energia do raio γ e é ejetado,
- podendo ionizar15a matéria em
Logo após a emissão, o pósitron ( ) encontra um elétron (e ) em sua vizinhança ; eles
sua vizinhança, o que aumenta a exposição.
se aniquilam, com a emissão de 2 fótons de 0,511 MeV em direções opostas:
13 25 metastável.
O símbolo m indica que o isótopo está numa forma
   e   2
14
Essa é a forma principal de decaimento; em cerca de 10% dos casos, pode ocorrer o fenômeno chamado
de conversão interna:
O produto um elétron absorve
do decaimento, a energia do
oxigênio-18, raio  e eé não
é estável ejetado, podendo ionizar a matéria em
tóxico.
oxigênio-18, ocorre a reação:
enviados contra um alvo de água enriquecida. 18 1 Quando
18 1 esses prótons atingem núcleos de
8 O 1 p 9 F 0 n
oxigênio-18, ocorre a reação:
O flúor-18 é instável, e a principal188 O reação
11 p18 de decaimento
1
9 F 0 n
envolve a emissão de um
pósitron: O flúor-18 é instável, e 18a Oprincipal 1 18 reação
1 de decaimento envolve a emissão de
8 1 p 9 F 0 n
um pósitron:
O flúor-18 é instável, e a principal reação de decaimento envolve a emissão de
um pósitron: 18 18 
  p deTdecaimento
1  110 min min
O flúor-18 é instável, e9 aF 8 O   reação
principal 2 envolve a emissão de
18 18  T1  110 min
um pósitron: 9 F 8 O     p 2
Logo após a emissão, 18oFpósitron
18 ( +) encontra T 
um 110 min (e-) em sua vizinhança15; eles
elétron
9  8 O   +  p
1
Logo após
apósa aemissão,
se aniquilam,
Logo oopósitron
com a emissão
emissão, de 2(β
pósitron ( +) encontra
fótons de 0,511
) encontra
2 umMeV
um elétron (e-)-)em
em(edireções
elétron emsua
sua vizinhança
opostas:
vizinhança 15 ; eles
16
; eles
se aniquilam, com acom
se aniquilam, emissão de 2de
a emissão fótons
2 fótons de 0,511
de 0,511 MeV MeV emem direções
direçõesopostas:
opostas:
Logo após a emissão, o pósitron (+) encontra  um
 elétron (e-) em sua vizinhança15; eles
  e  2
se aniquilam, com a emissão de 2 fótons +de0,511 MeV em direções opostas:
β +  e-e→ 2γ
 2
O produto do decaimento, oxigênio-18, é estável e não tóxico.
   e   2
O produto do decaimento,
O produto oxigênio-18,
do decaimento, oxigênio-18, é estável e nãoe não
é estável tóxico.tóxico.
Iodo-131
O produto do decaimento, oxigênio-18, é estável e não tóxico.
Iodo-131
Iodo-131
O iodo é obtido a partir do decaimento do telúrio-131. O 131Te é produzido em
Iodo-131
Oreator,
iodo ébombardeando-se
obtido a partir do decaimento comdo telúrio-131.para seOtransformar
telúrio-131 é produzido
131 em
O iodo é obtido a telúrio-130
partir do decaimento nêutrons do telúrio-131. O 131Te em Te, e este
é produzido em
reator,reator,
bombardeando-se
bombardeando-se telúrio-130  -com
telúrio-130 comnêutrons
nêutronspara parasesetransformar
transformar em
em telúrio-131,
131
Te, e este e
decai
O em
iodoiodo-131
é obtidopor
a emissão
partir
este decai em iodo-131 por emissão β :do :
decaimento do telúrio-131. O 131
Te é produzido em
131
decai
reator, em iodo-131 portelúrio-130
bombardeando-se emissão com : nêutrons para se transformar em Te, e este
130

Te  01 n 131 52Te  
decai em iodo-131 por emissão  : 13052 1 131
131 131 52Te  0 n  52Te  T  1  25 min
52Te  53 I     e 2
131 130
131Te  1n 131 Te   T1  25 min min
52Te  52 53 I  0   e52 2
Após o bombardeamento,
131 131 é realizada a separação T1  25 min química do iodo; por exemplo,
52Te  53 I     e
pode serApósfeitaoabombardeamento,
evaporação do gásépor aquecimento.
realizada
2
a separação química do iodo; por exemplo,
podeoser
Após O feita a evaporação
bombardeamento,
iodo-131 decai do
éem gás
realizada por aaquecimento.
xenônio-131 separação química
(estado excitado)do iodo;
por   , com
por exemplo,
emissão pode
Após o bombardeamento, é realizada a separação química do iodo; por exemplo, 
serpode
feita a evaporação
energia
ser feita 606 do
Odeaiodo-131
keV;
evaporaçãogás em
decai porgás
do emaquecimento.
seguida, o xenônio
xenônio-131
por aquecimento. decai excitado)
(estado ao seu estado  , com
fundamental
por- emissão por
Oenergia
iodo-131 
de decai em
keV;xenônio-131 (estado excitado) deporaoemissão β , com energia
 , com 606
de
16
emissão com
606 energia emde 364,5
seguida, keV e meia-vida
o xenônio decai 12 dias.
seu estado fundamental

por
keV; em O iodo-131
seguida,  o decai em
xenônio decai xenônio-131
ao seu estado
16
(estado excitado)por
fundamental poremissão
emissão γ com energia de
emissão
energia de 606com energia
keV; de 364,5 okeV
em seguida, xenônioe meia-vida
decai ao de seu
12 dias.
estado fundamental por
364,5 keV  e meia-vida de 12
17
131 dias.131 16*
  e de 12Tdias. 1  8 dias
emissão com energia de 364,5 53 IkeV 54 Xe emeia-vida 2
131
I 131
Xe *
  
  T1  8 dias
131 * 131 T 1 2  12 dias
54 Xe  54 Xe  
53 54 e
131 131131 * * 131 
I Xe     T1 T182 dias
 12 dias
53 Xe
54
54  Xe
54  e 2 2
Irídio-192 131 * 131
Xe  Xe   T1  12 dias
54 54 2
Irídio-192
Irídio-192

Irídio-192
O15irídio é umpercorrida
AOdistância
irídio é dos
um metais
dospelo mais mais
metais densos;
pósitron
sua densidade
densos;
até seu sua
encontro
é de aproximadamente
densidade
com um elétron ée sua
de aniquilação,
aproximadamente 23 g/cm3.
em geral, tem
O 23g/cm
irídio-192
3
. O pode
umAvalor
15 entre
distância 6 ser
mm obtido
irídio-192 e pode
10pelo
percorrida
em
mm.ser reator,
obtido
pósitron
por
em
até seu
captura
reator,
encontro porde
com
nêutrons
captura
um elétronde
pelo irídio-191:
nêutrons
e sua peloem
aniquilação, irídio-
geral, tem
191:um
16
Esta
valoremissão ocorre
entre 6 mm e 10em cerca de 80% dos casos; podem ocorrer também emissões  com menor
mm.
15
A distância percorrida pelo pósitron até seu
191encontro 192 com um elétron e sua aniquilação, em geral, tem
energia, quando oocorre
Esta emissão núcleoemnãocerca
decai de 77 Ir dos
diretamente
80% (n , para
) 77oIrseu
casos; estadoocorrer
podem fundamental.
também emissões  com menor
16
um valor entre 6 mm e 10 mm.
energia, quando o núcleo não decai diretamente para o seu estado fundamental. 22
16
Esta emissão ocorre em cerca de 80% dos casos; podem ocorrer também emissões  com menor
A energia da radiação
energia, quando 17
varia entre 0,2 e 0,6 MeV e decai principalmente
o núcleo não decai diretamente para o seu estado fundamental.
em platina-192, 22
que é estável:
192 22
Ir 192 0
78 Pt  1   
77 T 1  74 dias
16
A distância percorrida pelo pósitron até seu encontro com2 um elétron e sua aniquilação, em geral, tem
Carbono-11
um valor entre 6 mm e 10 mm.
17
Esta emissão ocorre em cerca de 80% dos casos; podem ocorrer também emissões γ com menor energia,
quando O carbono-11
o núcleo é produzido
não decai empara
diretamente cíclotron, por fundamental.
o seu estado bombardeamento de prótons sobre
um alvo gasoso de nitrogênio (N2), que contém 2% de oxigênio (O2):
26
14
7 N(p, )116 C

11 11
191:
O irídio é um dos metais mais densos; 191 sua densidade é de aproximadamente
3 Ir (n ,  )192 77 Ir captura de nêutrons pelo irídio-
23g/cm O. O
A energia irídio-192
irídioda é um
radiação pode
dos varia serentre
metais obtido
mais 0,2 em 77
densos;
e reator,
0,6 MeVsua por densidade
e o densidade é deé aproximadamente
radioisótopo decai principalmente
191: 3 O irídio é um dos metais mais densos; sua de aproximadamente
23g/cm
em platina-192,
23g/cm . O 3 irídio-192
. Odaque pode
é estável:
irídio-192 ser
18 obtido em reator, por captura de nêutrons pelo irídio-
pode entre ser obtido em192MeV reator, por captura de nêutrons pelo irídio-
A energia radiação varia 0,2 e 0,6
191 e decai principalmente em platina-192,
191:191: 17 77 Ir ( n ,  ) 77 Ir
que é estável: 191
77 Ir ( n ,0Ir()n192
191 Ir 192
192
Ir  192
Pt   77, ) 77 Ir
A energia da radiação varia entre 0,2 e 0,6 MeV e decai77 78 77  1 dias
T 1 principalmente
 74 dias em platina-192,
17 2
que é
A energiaestável:da radiação variavaria entreentre 0,2 e0,2 0,6e MeV e decai principalmente em platina-192,
O ACarbono-11
irídio energia
é um 17da
dos radiação
metais mais
192 densos;
192 0 sua 0,6 MeV
densidade e decai
é de principalmente
aproximadamente em platina-192,
que que
é estável: 17 Ir  Pt    
23g/cm3. O irídio-192 é estável: pode ser obtido
77 78 1 T 1  74 de dias
O carbono-11
192
é em
Ir 192 192 reator,
77 produzidoIr Pt 
192
0
em
Pt  por
0
captura
cíclotron,
  
2
por
nêutrons pelo irídio-
bombardeamento de prótons sobre
191: Carbono-11
Carbono-11 77
78
78
1
1 T 1 T  74  dias
74 dias
um alvo gasoso de nitrogênio 191 (N2), que contém 2%2 de oxigênio (O2):
2 1
OCarbono-11
carbono-11 é produzido
Carbono-11 77 Irem )192
(n , cíclotron,
77 Ir por bombardeamento de prótons sobre um
O carbono-11
alvo gasoso de nitrogênio (N2), que contémé produzido em cíclotron,
14 2% por bombardeamento
de)11oxigênio (O2): de prótons sobre
N ( p,  C
A energiaumdaalvo Ogasoso
radiação de nitrogênio
varia
carbono-11 entre 0,2 e(N
é produzido 0,62),MeVquecíclotron,
em contém
e decai 2%
7
pordebombardeamento
oxigênio em
principalmente
6 (O2platina-192,
): de prótons sobre
17 O carbono-11 é produzido em cíclotron, por bombardeamento de prótons sobre
que é estável:
um alvo gasoso de nitrogênio (N2),(N que contém 2% de oxigênio (O2):(O ):11
um alvo gasoso
É formado de nitrogênio ), que contém11 2% de oxigênio
Ir então, principalmente, (p, )116CO C 2; forma-se também CO, que deve ser
2 14 2
78 Pt  1    7 N
192 192 0
separado antes77das próximas etapas 14 1
Tde  74
produção.11
dias
11 N(142p,  ) C 11
O C sofre decaimento com emissão 7 N ( p,  de ) 6pósitron:
C
7 6
Carbono-11 É formado então, principalmente, 11 CO2; forma-se também 11CO, que deve ser
O carbono-11
separado É antes
formado dasseentão,
combina
próximas comde
etapas
principalmente, oxigênio,
produção.
11
CO11formando,
2; forma-se
principalmente,
também 11
CO,
11
CO2; forma-se
11 que deve ser
É formado então, principalmente, CO ;T 
forma-se 20 min
O carbono-11 é produzido em cíclotron, por bombardeamento etapas de produção.que deve ser
de também
prótons CO,
sobre
11 11 0 
também
separado
11 11
OCO, C sofre
antes que
das decaimento
deve
próximas ser separado
etapas
6 C
com  de B
emissão 
5 antes 
1 das
produção. de pósitron:
próximas2 1
2
um alvo gasoso separado antes das(Npróximas
de nitrogênio 2), que contém etapas2% de deprodução.
oxigênio (O 2):
O 11C
O carbono-11 O sofre
11
C
sofre
sofre
decaimento
decaimento
decaimento comcom com
emissão emissão
emissão de pósitron:
de
de pósitron:
pósitron:
O 11CO2 pode ser usado 11 para
N115(pBse 0substituir
 alguns
T1  20 min de 12C por 11C em moléculas
átomos
6 C14  
11
, 0) 6C
1
orgânicas, através 11 de 7 procedimentos químicos,
T
2
1  20min obtendo-se assim diferentes
C 11
11 5 B11  0 
C 5 B 1 usando-se radioisótopos, T 20 min para uso diagnóstico ou
min
11 radiofármacos (substâncias6preparadas
6 1 2 1
2 12 11
ÉOformado
CO 2 pode então,
terapêutico). serprincipalmente,
usado para
Como se substituir
a meia-vida 11
COdo alguns átomos
2; forma-se
isótopo é muitode
também 11 C por
CO, que
curta, todo Co em
deve sermoléculas de
procedimento
orgânicas,
11
separadoOantes CO 2 pode
das
produção
11 através
eser
próximas usadode
etapas
transporte procedimentos
para se substituir
depara
do produção.
radioisótopo, químicos,
alguns
assim átomos
como obtendo-se
de de12
a preparaçãoC por assim
11 diferentesdeve
12 doCradiofármaco,
em
11 moléculas
O
radiofármacosCO 2 pode ser
(substâncias usado preparadas se substituir
usando-se alguns átomos
radioisótopos, paraC por
uso C em moléculas
diagnóstico ou
Oorgânicas,
11 11
OCorgânicas,
sofre
serCOfeito através
decaimento
no
pode menor
ser
através de
com
tempo
usado procedimentos
emissão
possível.
para se
de procedimentos de pósitron:
substituir químicos,
alguns
químicos, átomos obtendo-se
de assim
carbono-12
obtendo-se diferentes
assim carbono-11
por diferentes
terapêutico). 2 Como a meia-vida do isótopo é muito curta, todo o procedimento de
emradiofármacos
moléculas
radiofármacos
produção
(substâncias
orgânicas,
e transporte (substâncias preparadas
através
do11 radioisótopo,
de
preparadas usando-se
procedimentos
assim usando-se
como
radioisótopos,
químicos,
radioisótopos,
a preparação
para uso diagnóstico
obtendo-se
para uso
do oradiofármaco,
assim ou
diferentes
diagnóstico
deve ou
terapêutico).
Césio-137
terapêutico). Como 11 a meia-vida
Como a preparadas
meia-vida do isótopo
doT  20é muito
min
1 isótopo éradioisótopos,
curta,
muito curta, todotodo procedimento de
radiofármacos
ser feito (substâncias
noe transporte
menor 6 C 5 B
tempo
0 
1 usando-se para ouso procedimento
diagnósticodeou
produção
produção e transportedo possível.
radioisótopo,
do radioisótopo, assim 2
assimcomo comoa preparação
a preparação do radiofármaco,
do radiofármaco, devedeve
terapêutico).
ser feito no menor tempo possível.
serser
feito Onocésio-137
menor obtidopossível.
como produto da fissão do urânio-235 em reatores nucleares:
O 11CO2Césio-137
pode usado para setempo substituir alguns átomos de 12C por 11C em moléculas
Césio-137
orgânicas, através de procedimentos
Césio-137 1 235
químicos,236 *
obtendo-se assim diferentes
radiofármacos Césio-137
(substâncias preparadas 0 n usando-se
92 U  ( 92 U )  97
radioisótopos, 37 Rb  para
137
55 Csuso 201diagnóstico
nE ounucleares:
O césio-137
O césio-137 obtidocomo
é obtido comoproduto produto da da fissão
fissão do dourânio-235
urânio-235 emem reatores
reatores nucleares:
terapêutico). Como O césio-137 a meia-vida obtido docomo isótopoproduto é muito
da fissãocurta, do todo
urânio-235o procedimento
em reatores denucleares:
produção e transporte O
O césio-137
césio
do obtido
é 1separado
radioisótopo, como
235 assim produto
quimicamente
236como * a 97 da dosfissão
preparação dodourânio-235
137outros produtos em
1radiofármaco, reatores
deve e nucleares:
de fissão preparado
0 n  92 U  ( 92 U )  37 Rb  55 Cs  2 0 n  E
como cloreto
ser feito no menor de césio
tempo possível. 1 (CsCl) para uso como fonte de radiação β e γ.
n  235
192 U235U( 236 92 U
*
) * 97
( 236 Rb97Rb 137
55 Cs
137 Cs201 n
201En  E instável, que, por sua
0 n com  92 U ) de
O césio-1370 decai 37
92 meia-vida 30
37 anos 55em bário-137
Césio-137 vez,Odecai césiopara é separado
seu estado quimicamente
fundamental em dos 153 outros produtosγ: de fissão e preparado
s, emitindo
como cloreto
O césio de césio (CsCl)
é separado para uso
quimicamente como fonte
dos dos de
outros radiação
produtos β e de
γ. fissão e preparado
O césio O
O césio-137 césio
éobtido
separado é separado
decai compara
quimicamente quimicamente
meia-vida de
dos 30 anos
outros outros
em produtos
bário-137
produtos de de fissão
instável,
fissão e que, epor
preparado
preparado sua como
Ocomo cloreto
césio-137
como cloretode césio
como (CsCl)
deestado produto
césio fundamental da
(CsCl) para usousofissãocomo do
como fonte
urânio-235 de
fonte radiação
em
de radiação β e
reatoresγ. nucleares:
β e γ.
vez, decai
cloreto deOcésio para
césio-137 seu
(CsCl) para
decai com uso como
meia-vida em
fonte 153
de 30 de s, emitindo
radiação γ:
β e γ. instável,
O césio-137 decai com meia-vida deanos30 anos em bário-137
em bário-137 que,que,
instável, por sua
por sua
vez, decai
Ovez,césio-137 para 1 seu
ndecai
 estado
235
U
decai 0para 92seu estado com
 ( fundamental
236meia-vida
U *
)  97
Rbem
de  153
30
137
Cs s,
anos
 2emitindo
1
nem
em 1530 s, emitindo γ: E γ:
bário-137 instável, que, por sua vez,
92 fundamental 37 55
decai para
17 Emseu estado
cerca de 5%fundamental como meia-vida
das vezes, ocorre deósmio-192
decaimento em 153 s, emitindo γ:
(isótopo estável), por captura de
O césio é separado
elétrons: Ir  quimicamente
192
77
0
1
192
 Os   ; nesse
76
dos decaimento,
outros produtos
a energiade da fissão
radiaçãoe preparado
e a meia-vida são da mesma
como cloreto de césio (CsCl) para uso como fonte
17 Em cerca de 5% das vezes, ocorre o decaimento em ósmio-192 de radiação β e γ.
T  30(isótopo
anostambémestável), por captura de
ordem de grandeza que 137 as do 137decaimento
* 1  em platina; 1podem ser formados, em pequenas
O césio-137 decai com 55 Cs
meia-vida 56 Ba
de 
30 
anos
0  
em p bário-137
2 instável, que, por sua
17 Em quantidades,
192
17 cerca de 0 outros
 15%
Irestado 192
dedas radionuclídeos
vezes,  ocorre que têm meia-vida
odecaimento, curta
decaimentoa energia (entre
em ósmio-192 30 min
(isótopo e 19h).
e a estável), por
sãocaptura de
elétrons:
vez, decai para seu
Em 77 cerca 76 Os
fundamental
5% das vezes,
; nesse
em 153
ocorre emitindo
os,decaimento emdaósmio-192
γ: radiação (isótopo
meia-vida
estável), da mesma
por captura de
T  153 s
mesma 23
137 * 137
doBa Ba em
 56decaimento,
  platina;
192 0 192
elétrons:
ordem Ir 192
de 77grandeza 0 76 Os
 1Irque as192
56  decaimento
; nesse a energia
podem
1
da radiação
2ser também e a formados,
meia-vida são
em dapequenas
elétrons: 77 1  76 Os   ; nesse decaimento, a energia da radiação  e a meia-vida são da mesma
quantidades, outros radionuclídeos
ordem de grandeza que têm meia-vida
que as do decaimento curtapodem
em platina; (entre 30
sermin e 19h).formados, em pequenas
também
ordem
A de grandeza
energia do quedoas137
γ doCsdecaimento em platina; podem ser também formados, em pequenas
quantidades, outros radionuclídeos que têm meia-vida curta (entre 30 min e 19h).é de 30 anos. Essas
é de 662 keV, e sua meia-vida 23
quantidades, físicas
características outros radionuclídeos
permitiramque seutêm meia-vida
uso curta (entre 30 hospitalares
em equipamentos min e 19h). e industriais. 23
17
No de
Em 18cerca
Em entanto,
cerca 5%avezes,
5%dedas separação
das odo
ocorreocorre
vezes, césio
decaimentodeemoutros elementos
ósmio-192
o decaimento é complicada,
(isótopo(isótopo
em ósmio-192 estável), e, de
por captura
estável), por por razões
captura 23
de elétrons:
elétrons:econômicas,
192 0 192esse foi substituído
; nesse por outros
decaimento, radioisótopos,
a energia da radiação γ como o Ir-192,
e a meia-vida sãoque tem 25%
da mesma
77 Ir  1  76 Os   ; nesse decaimento, a energia da radiação  e a meia-vida são da mesma
ordem de
da sua emissão
grandeza com
que as do energia deem604
decaimento keV,podem
platina; portantoser próxima à do Cs-137.
também formados, Além disso,
em pequenas o
quantidades,
ordem de grandeza que as do decaimento em platina; podem ser também formados, em pequenas
cloretoradionuclídeos
outros de césio se apresenta em formacurta
que têm meia-vida de pó que,30em
(entre caso
min e 19deh).acidente, se houver perda
quantidades, outros radionuclídeos que têm meia-vida curta (entre 30 min e 19h).
do encapsulamento, pode se espalhar facilmente e provocar contaminação.
27 23
Interação da radiação com a matéria

Ao atingir um material, a radiação ionizante interage com ele de diversas


A energia do γ emitido é de 662 keV, e a meia-vida da cadeia de decaimento é de 30 anos.
Essas características físicas permitiram seu uso em equipamentos hospitalares e industriais. No
entanto, a separação do césio de outros elementos é complicada, e, por razões econômicas, para
uso em braquiterapia, foi substituído pelo 192Ir, que tem 8% da sua emissão com energia de
604 keV, portanto próxima à do 137Cs. Além disso, o cloreto de césio se apresenta em forma
de pó que, em caso de acidente, se houver perda do encapsulamento, pode se espalhar
facilmente e provocar contaminação.

Interação da radiação com a matéria


Ao atingir um material, a radiação ionizante interage com ele de diversas formas: poderá
haver transformações químicas ou nucleares, emissão de novas partículas ou o início de uma
cadeia de reações nucleares.

Radiação eletromagnética
A radiação eletromagnética (raios X e raios γ) interage com a matéria em três diferentes
formas: o efeito fotoelétrico, o efeito Compton e a formação de pares.
No efeito fotoelétrico, um fóton arranca um elétron ligado a um átomo ao se
chocar contra ele. É necessário que o fóton tenha energia igual ou maior que a energia
de ligação do elétron com o átomo, por isso a emissão de elétrons só ocorre a partir de
um dado limiar de energia. Caso o fóton tenha mais energia que esse limiar, o saldo de
energia é recuperado como energia cinética do elétron ejetado.19 Esse fenômeno ocorre
para energias mais baixas do fóton (FIGURA II-5A).
No efeito Compton, um fóton e um elétron livre ou fracamente ligado a um átomo
se comportam como duas partículas que se chocam; como resultado, temos a modificação
na trajetória e na energia de ambos, seguindo as leis de conservação de energia e da
quantidade de movimento. Esse fenômeno ocorre para energias intermediárias do fóton
(FIGURA II-5B).
Se a energia do fóton é bastante alta, pode ocorrer a formação de pares: o fóton
desaparece, dando surgimento a um elétron e a um pósitron. A energia mínima do fóton
deve corresponder às massas do elétron e do pósitron. Caso o fóton possua energia maior
que o valor mínimo, o saldo em energia será convertido em energia cinética das partículas
criadas. A formação de pares deve acontecer nas vizinhanças de um núcleo, que recua,
para que se tenha conservação da quantidade de movimento (FIGURA II-5C).
O pósitron criado dessa forma logo encontra um elétron, e o par se aniquila, gerando
fótons de energia correspondente às massas e às energias do par.20

19
Após a emissão do fotoelétron, o átomo se acomoda emitindo raios X ou um elétron mais fracamente
ligado, que é chamado de elétron Auger.
20
A radiação emitida na aniquilação de pares é chamada radiação g, embora não tenha origem nuclear.
28
Figura II-5 – Ilustração do efeito fotoelétrico (A) do efeito Compton (B) e da
formação de pares (C)
fóton
fótons elétrons desviado
incidentes arrancados

fóton
incidente

elétron
livre
elétron
desviado
(A) (B)
fóton

e-

(C)
e+

A Figura II-6 mostra as regiões de energia onde cada um dos três fenômenos tem maior
probabilidade de ocorrer, de acordo com o tamanho do núcleo-alvo.
Figura II-6 – Interação de um fóton com a matéria, em função da sua energia e do
número atômico do alvo

Zalvo
120

100

efeito produção
80 de pares
fotoelétrico
dominante dominante
60
efeito
Compton
40 dominante

20

0
0,01 0,05 0,1 0,5 1 5 10 50 100 Efóton (MEV)

29
Partículas carregadas
Partículas carregadas têm maior probabilidade de se chocarem com os átomos que de interagir
diretamente com os núcleos. Elas, então, interagem com a matéria principalmente por excitação
ou ionização dos átomos. Quando se chocam com os núcleos, as partículas são absorvidas e
afetam a estrutura nuclear. Durante a interação com a matéria, as partículas carregadas sofrem
desaceleração ou mudança na trajetória e emitem radiação eletromagnética, perdendo energia.
Os elétrons interagem com a matéria provocando ionização ou emitindo radiação de
frenamento (bremsstrahlung). Partículas α provocam ionização e capturam elétrons, tornando-se
átomos de He neutro. O alcance das partículas α é sempre muito pequeno, e a transferência
de energia se dá no final de sua trajetória. Fragmentos de fissão têm grandes massas: podem
provocar ionização, mas seu alcance é muito reduzido.

Nêutrons
Os nêutrons, por não possuírem carga elétrica, interagem com a matéria através de
espalhamento ou captura. No espalhamento, os nêutrons se chocam com outras partículas e
ocorre troca de energia. A troca é mais efetiva se as partículas que se chocam têm massas iguais
ou semelhantes. A captura de nêutrons leva um núcleo a um estado excitado, provocando
reações nucleares ou a fissão do núcleo.
Os dois tipos de interação dos nêutrons acontecem em um reator de fissão. Tomando
como exemplo um reator de urânio-235: sabemos que o U235 captura nêutrons lentos e
sofre fissão, emitindo nêutrons rápidos. Para que a reação continue, é necessário diminuir a
energia cinética dos nêutrons emitidos;21 isso é conseguido fazendo com que eles se choquem
com átomos de massa ligeiramente maior que a deles. Normalmente são usados água leve22
(espalhamento pelos núcleos de hidrogênio), água pesada (moderação mais efetiva pelos
átomos de deutério), ou barras de grafite ou sódio metálico, que têm núcleos um pouco
maiores que o nêutron e ficarão com a maior parte da energia após a colisão. O esquema
simplificado de um reator é dado na Figura II-7.
Figura II-7 – Esquema de um reator vareta de
controle

moderador moderador

combustível combustível

absorção

fissão
H2O

Os nêutrons que atingem o material físsil da vareta de combustível provocam a fissão, com liberação de
outros nêutrons; estes são termalizados (têm sua energia cinética reduzida) ao se chocarem com os núcleos
do moderador; alguns nêutrons são capturados pelos núcleos da vareta de controle, e apenas alguns dos
nêutrons liberados estarão disponíveis para iniciar novos processos de fissão.

21
Os nêutrons lentos são chamados nêutrons térmicos, uma vez que possuem energia correspondente à
velocidade de um nêutron livre à temperatura ambiente. O efeito de reduzir a energia do nêutron é
chamado termalizar o nêutron.
22
Chamamos “água leve” à água na qual os núcleos dos dois átomos de hidrogênio têm apenas um próton, e nenhum
nêutron; na “água pesada”, ao menos um dos átomos de hidrogênio tem um ou mais nêutrons em seu núcleo.
30
Interação da radiação com seres vivos
Em seres vivos, ao incidir sobre os órgãos ou tecidos, a radiação ionizante provoca
primeiramente efeitos físicos; em seguida, efeitos químicos e, por último, efeitos biológicos.
Ao incidir sobre uma célula, a radiação pode ionizar diretamente uma molécula-alvo ou
ionizar a água contida na célula, gerando radicais livres, que, por sua vez, reagem com a
molécula-alvo. A segunda hipótese tem maior probabilidade de ocorrência, em razão de a
água ser o principal componente da célula. A radiação pode danificar qualquer componente
da célula, mas os danos mais severos são causados quando o DNA, que se encontra no interior
do núcleo da célula, é atingido.
Após a ionização, e dependendo do grau de dano causado ao núcleo da célula, pode
ocorrer:

a) reparação do dano e a célula continua a se reproduzir normalmente;


b) reprodução, mas a descendência da célula será inviável (morte da descendência);
c) mutações no DNA e transmissão dessas mutações para sua descendência;
d) ou, se os danos forem muito severos, a célula pode morrer (“apoptose”). Isso é positivo
porque os danos não serão transmitidos.

Dentro do ciclo celular, as células mais sensíveis à radiação são as que estão na fase de
mitose (divisão celular) e as que não são diferenciadas. Isso ocorre porque durante a mitose
o DNA é replicado, e qualquer dano pode impedir a reprodução da célula; as células não
diferenciadas se dividem mais frequentemente que as diferenciadas e precisam de toda a
informação contida no DNA. Já células diferenciadas utilizam apenas parte da informação
do DNA, além de se reproduzirem menos frequentemente, ou, em alguns casos, não se
reproduzirem. Então, um dano a apenas parte do DNA pode não ser importante para essas
células. Seguindo esse raciocínio, verifica-se que, no corpo humano, as células mais afetadas
pela radiação ionizante são as de medula óssea e alguns componentes do sangue (por exemplo,
os leucócitos), que se multiplicam rapidamente; em seguida, vêm as células das paredes do
intestino e dos órgãos reprodutores, que também se multiplicam consideravelmente. As
células menos afetadas são os neurônios e as células dos músculos, que não se multiplicam.

Dose letal para componentes da fauna e da flora


Os organismos vivos apresentam uma resistência diferenciada em relação aos efeitos
biológicos das radiações ionizantes. Em geral, quanto maior a sua complexidade orgânica,
estrutural e neurológica, menor sua resistência. Quanto mais simplificado for o organismo,
maior a sua resistência23. A Figura II-8 mostra faixas aproximadas de dose letal para diferentes
organismos vivos.

Essa regra é conhecida como Lei de Bergonié-Tribondeau, em homenagem aos dois médicos franceses
23

que primeiro a estabeleceram, em 1906: J.A.Bergonié (1857-1925) e L.M.Tribondeau (1872-1918).


31
Figura II-8 – Dose letal de radiação para diversos organismos vivos

Vírus
Moluscos
GRUPOS TAXONÔMICOS

Protozoários
Bactérias
Musgos, liquens, algas
Insetos
Crustáceos
Répteis
Anfíbios
Peixes
Plantas superiores
Pássaros
Mamíferos
1 10 100 1.000 10.000

DOSE AGUDA LETAL (Gy)

A dose é dada na unidade Gray (Gy), que representa a quantidade de energia absorvida por unidade de
massa. (baseado em: UNSCEAR 2008, Report to the General Assembly, Annex E. Disponível em:
<http://www.unscear.org/unscear/en/publications/>. Acesso em: maio 2017).

Detecção da radiação
O conhecimento das formas de interação da radiação com a matéria possibilita o
desenvolvimento de detectores próprios para cada tipo de radiação que se deseja medir.
Em geral, um detector de radiação é constituído de um elemento ou material sensível à radiação
e um sistema que transforma os efeitos da radiação em uma grandeza que se possa medir e
relacionar com a quantidade dessa radiação. Na maioria das vezes, a energia da radiação é
transformada em uma grandeza elétrica, que se pode medir facilmente e com precisão.

Primeiros detectores
O primeiro detector de radiação foi usado acidentalmente por Becquerel: ele embrulhou
um mineral radioativo com filme fotográfico e mais tarde verificou que o filme tinha sido
sensibilizado pela radiação, que na época tinha origem desconhecida. A emulsão fotográfica
consiste em grãos de haletos de prata, sendo o mais usado o brometo (AgBr). A radiação é capaz
de ionizar o material, e os íons Ag- que se encontram na trajetória da radiação se transformam
em prata metálica. O filme é tratado com soluções reveladoras e fixadoras, que mostram as
regiões onde incidiu a radiação. As emulsões fotográficas foram usadas no passado para controle
da radiação recebida pelos profissionais que trabalhavam com radiação ionizante. Eles foram
substituídos por dosímetros termoluminescentes, que serão descritos mais adiante.

Detectores atuais
Os detectores mais comuns usados atualmente são os detectores de gás, os cintiladores
e os semicondutores.
Nos detectores de gás, a radiação ioniza o gás colocado em uma câmara, provocando
a passagem de corrente elétrica por um circuito. O mais conhecido deles é o contador de
Geiger-Müller, que leva o nome dos físicos que o inventaram, no início do século XX.
Consiste em uma câmara metálica cilíndrica que tem um fio condutor em seu interior e
é preenchida com gás a baixa pressão. O fio e a carcaça metálica são submetidos a uma
32
diferença de potencial. Ao penetrar o contador, a radiação ioniza o gás nele contido, e os
íons se deslocam sob a ação da diferença de potencial, provocando uma descarga elétrica
quando alcançam o filamento ou a carcaça (FIGURA II-9). Esses detectores são compactos
e podem ser transportados para medidas em diversos locais.
Figura II-9 – Esquema de um contador de Geiger-Muller
gás hélio, neônio ou
eletrodo positivo argônio a baixa pressão
(fio central)

pulso
elétrico
+ -
fonte
450 V
radioativa

elétrico
pulso
janela fina pulso
de mica elétrico
eletrodo negativo
(tubo de alumínio)
medidor

Cintiladores
Detectores mais modernos usam cintiladores, que são cristais que emitem luz após a
ionização provocada pela passagem de radiação, ou detectores semicondutores: nestes,
a radiação incide sobre uma junção p-n,24 criando pares de elétrons e buracos que depois
se reúnem e emitem um sinal elétrico ou luminoso, multiplicado e analisado por meios
eletrônicos. Os diversos tipos de detectores são adaptados para caracterizar o tipo de radiação,
a quantidade de partículas ou a sua energia. Em geral, os processos de ionização são eficientes
para fótons e partículas carregadas. Para distinguir diferentes formas de radiação, usam-se
anteparos que eliminam da detecção as partículas menos penetrantes, comparando-se as
medidas feitas com o anteparo e sem ele.
O tipo mais comum de cintilador é o detector de iodeto de sódio com pequenas
quantidades de tálio [NaI(Tl)], embora existam também cintiladores que usam cristais
orgânicos ou plásticos; os fótons emitidos pela cintilação geram elétrons, por meio do
efeito fotoelétrico; o sinal elétrico precisa ser amplificado e analisado por meios eletrônicos,
por exemplo, por uma válvula fotomultiplicadora. A Figura II-10 mostra o esquema de
detector cintilador, acoplado a uma fotomultiplicadora.
A radiação excita os átomos do cristal cintilador, e, quando esses átomos retornam ao
estado fundamental, são emitidos fótons. A luz emitida é canalizada até a fotomultiplicadora
e incide sobre uma placa metálica, onde arranca elétrons pelo efeito fotoelétrico. Os elétrons
arrancados são acelerados por uma diferença de potencial entre a placa fotoelétrica e outra
placa, denominada dinodo; ao se chocarem com o dinodo, os elétrons arrancam outros
elétrons, que são acelerados na direção de um segundo dinodo, e assim por diante. A cada
colisão, o número de elétrons é multiplicado; ao final do processo, existe um número de
elétrons suficiente para ser analisado como um pulso elétrico.

Uma junção p-n é uma região onde um material que contém excesso de elétrons livres (tipo n, negativo)
24

se justapõe a um material com falta de elétrons livres (tipo-p, positivo). O excesso ou a falta de elétrons
é obtido inserindo-se no semicondutor pequenas quantidades de outros átomos, denominados dopantes
ou impurezas.
33
Figura II-10 – Esquema de um detector cintilador, com fotomultiplicadora

partícula
carregada
detector
cintilador

Fótons

guia de luz
fotocatodo

fotomultiplicadora
dinodos

Um exemplo de detector cintilador é a câmara de cintilação usada em Medicina Nuclear


para exames de diagnóstico com radioisótopos que emitem radiação γ. Nessa câmara,
o cristal cintilador, ao ser bombardeado com radiação γ, emite fótons na região visível.
Os fótons são recebidos por uma série de pequenas fotomultiplicadoras que têm seus sinais
comparados entre si. É possível localizar a origem da cintilação verificando qual ou quais
fotomultiplicadoras apresentaram o sinal mais forte. Após a análise, os sinais elétricos são
enviados a um computador que constrói uma imagem do objeto que emitiu a radiação.
Fazendo-se medidas em diversos ângulos em torno do emissor, pode-se obter uma
reconstrução tridimensional da imagem (tomografia).
A utilização da câmara de cintilação é descrita no Apêndice A2.

Cintiladores com circuito de coincidência


Para a detecção da emissão g proveniente da aniquilação de pares, é necessário
usar um sistema de cintiladores mais sofisticado. A aniquilação acontece quando um
pósitron encontra um elétron e os dois se aniquilam, gerando dois fótons g cuja soma
da energia é equivalente às massas das duas partículas. Os dois fótons são emitidos em
direções contrárias. Nesse caso, a detecção é feita através de dois conjuntos de pequenos
cintiladores, colocados em posições opostas com relação ao emissor. Os sinais somente
serão analisados quando forem detectados simultaneamente por duas fotomultiplicadoras,
colocadas a 180 o entre si, ou seja, quando houver coincidência temporal entre os dois
sinais. A posição das fotomultiplicadoras informa sobre o local onde ocorreu a aniquilação.
Esse sistema é usado para a detecção de emissores b+, uma vez que a aniquilação ocorre
em região muito próxima à da emissão.

34
Detector semicondutor
O princípio de funcionamento dos detectores semicondutores é baseado no fato de que,
nos materiais semicondutores, os elétrons preenchem totalmente o nível de energia que
chamamos de banda de valência, não sendo possível haver deslocamento dos elétrons. O
nível de energia mais alto, denominado banda de condução, está vazio e poderia permitir
o fluxo de elétrons, porém há uma separação entre as duas bandas (a banda proibida), que
precisa ser vencida fornecendo-se energia ao material.
Um exemplo de detector semicondutor é o TLD (do inglês Thermoluminescent Dosimeter,
Dosímetro Termoluminescente). Ele é um pequeno detector usado dentro de um porta-
dosímetro pela pessoa exposta à radiação, e analisado a cada 30 dias, para se conhecer a dose
de radiação recebida pelo trabalhador (FIGURA II-11).25

Figura II-11 – Detectores Termoluminescentes (TLDs)

(A) (B)
2 cm
© Cláudio R. Soares

© Peterson L. Squair
pastilhas anteparos

© Luiz Cláudio M. Belo


© Regina P. Carvalho

(C) (D)

(A): detector para calibração (dourado) e para uso em crachás (azul); (B): detector desmontado, que mostra
as pastilhas e anteparos; (C): equipamento para medição da dose absorvida pelo TLD; (D): luminescência
da pastilha sob aquecimento

25
Os TLDs podem também ser acoplados a anéis, pulseiras ou óculos, usados para medir doses absorvidas
em mãos ou lentes dos olhos, quando estes possam receber exposições maiores que no restante do corpo.
35
O TLD é construído a partir de uma pastilha de material semicondutor - em geral, CaF
ou LiF, contendo impurezas; as impurezas criam níveis de energia na banda proibida, que
funcionam como “armadilhas” para elétrons ou “buracos”.26 Ao receber a radiação, o cristal é
ionizado, e os elétrons emitidos ficam presos nas impurezas (FIGURA II-12). Posteriormente,
para se determinar a dose de radiação que incidiu sobre o TLD, este é aquecido de forma
controlada; com o aquecimento, os elétrons presos nas impurezas caem para os níveis de
energia que ocupavam antes, emitindo fótons. Uma fotomultiplicadora transforma os fótons
em pulsos elétricos. A intensidade e o número de pulsos elétricos informam sobre a dose de
radiação recebida e sua energia. Após o aquecimento, o TLD volta ao seu estado original
e pode ser usado novamente.
Figura II-12 – Níveis de energia de um material semicondutor que contém impureza

banda de
condução
banda de
condução
armadilha de
elétron
armadilha
de buraco

banda de valência
banda de
valência transição correspondente
à emissão de um fóton
termoluminescente

Os elétrons do semicondutor estão na banda de valência, e só são liberados se adquirirem energia suficiente
para atingir a banda de condução. A presença de uma impureza faz com que sejam criados níveis intermediários
entre as bandas de condução e de valência, que funcionam como “armadilhas”. Com o aquecimento, os
elétrons presos voltam ao seu nível fundamental e emitem fótons.

Quando se deseja detectar um tipo específico de emissão, usam-se diversas pastilhas


sobre o mesmo suporte, colocando-se sobre algumas delas anteparos que barram a passagem
de certo tipo de partícula. A comparação entre a radiação recebida pelas pastilhas cobertas
e não cobertas vai informar sobre o tipo de radiação que incidiu sobre elas.
Outro tipo de detector é o detector de germânio, usado nos laboratórios de preparação
de radioisótopos. O elemento germânio é um semicondutor com uma banda proibida bastante
estreita. A incidência de radiação g promove a transferência de elétrons da banda de valência
para a banda de condução. Sob a ação de um campo elétrico aplicado ao cristal, os elétrons
se deslocam e provocam pulsos de corrente elétrica, que podem ser medidos; o número de
pulsos é proporcional ao número de fótons g que incidiram sobre o detector.
O detector de germânio deve ser operado a baixas temperaturas. Para isso, usa-se
nitrogênio líquido, com temperatura de -196 oC. Isso é necessário porque a banda proibida
é estreita; a temperaturas acima da do nitrogênio líquido, a energia térmica dos elétrons
é suficiente para vencer a barreira de energia. Se não houver o resfriamento do detector,
a medida dos pulsos produzidos pelos elétrons levará em conta não somente os produzidos
pela passagem de fótons g, mas também os produzidos pela agitação térmica do cristal.

Os “buracos” são ausências de elétrons e se comportam como se fossem “elétrons com carga positiva”.
26

36
III - USOS DA RADIAÇÃO
IONIZANTE NA SAÚDE

A radiação ionizante, ao atravessar um material, pode provocar mudanças nos


átomos e nas moléculas, enquanto, ao mesmo tempo, a própria radiação sofre atenuação.
Essas características são usadas para diagnósticos, tratamentos, esterilização de material
hospitalar ou de alimentos, controle de insetos transmissores de doenças, dentre outras
aplicações em Saúde. Os radioisótopos são escolhidos de forma a ter a energia e a meia-vida
conveniente para cada utilização específica.27
Diagnóstico
Raios X
A atenuação da radiação ao atravessar um material depende do seu número atômico
e da sua densidade. Por exemplo, em nosso corpo, os ossos atenuam mais a radiação
que o tecido mole; a atenuação também pode indicar alterações no tecido (infl amações,
infecções ou presença de formações não esperadas, como nódulos benignos ou malignos).
É possível, então, usar a radiação para adquirir uma imagem anatômica, através da
transmissão de raios X.
Os raios X são colimados em direção aos órgãos em estudo do paciente, através
do ajuste do equipamento, para atingir a região de interesse. A fi m de evitar a radiação
espalhada para regiões do corpo que não precisam ser irradiadas, são usadas proteções
para órgãos específicos, como gônadas ou tireoide. Na radiologia diagnóstica, os raios
X são atenuados de forma diferenciada, dependendo da densidade do órgão em estudo.
Os equipamentos mais simples usam chapas fotográficas para a obtenção da imagem. Em
equipamentos mais sofisticados, a chapa fotográfica é substituída por detectores cintiladores,
cuja informação é processada com técnicas digitais, produzindo imagens diretamente na
tela de um computador.

27
Este capítulo mostra apenas algumas das inúmeras aplicações da radiação na Saúde, a título de exemplo.
Elas foram escolhidas para mostrar as características mais importantes dos radioisótopos em cada caso.

37
Raios 
Raios g
Os raios permitem a obtenção de uma imagem fisiológica de órgãos internos
Os raios
usando-se g permitem
radiofármacos, a obtenção de uma
obtidos imagem fisiológica
incorporando de órgãos
radioisótopos internosde
emissores usando-se
 a
determinadas
radiofármacos, obtidos moléculas.
incorporando Esses radiofármacos
radioisótopossão administrados
emissores ao paciente por
de g a determinadas vias
moléculas.
Esses intravenosa,
radiofármacos intramuscular
são administrados ou oral,aoe paciente são absorvidos
por viaspreferencialmente por alguns ou
intravenosa, intramuscular
órgãos.
oral, e são absorvidos preferencialmente por alguns órgãos.
Um detector gama de cintilação (chamado de câmara de cintilação), situado em
Um detector gama de cintilação pode girar em torno do paciente ou fazer uma
um equipamento chamado de gama câmara, pode girar em torno do paciente ou fazer
varredurauma horizontal,
varredura horizontal, registrandoregistrandoos locais deos acumulação
locais de do radiofármaco.
acumulação Posteriormente,
do radiofármaco.
usando-se ferramentas
Posteriormente, usando-secomputacionais, faz-se a reconstrução
ferramentas computacionais, de uma imagem
faz-se a reconstrução de umaem
nção de uma3imagem imagem
dimensões. em Assim
fisiológica 3 dimensões.
de éórgãos
possível Assim obter
internos é possível
uma imagem obter uma imagem do
dinâmica dinâmica
órgãododeórgão de
interesse.
incorporando interesse. 2 sãoemissores
No Apêndice
radioisótopos mostradosdeos processos a de aquisição e processamento de imagens.
iofármacos são administrados A
A radiação g tem radiação
ao paciente  tem
a vantagem a vantagem
porda vias da
monocromaticidade monocromaticidade
(os fótons(os fótonsem
emitidos emitidos em
determinada
l, e são absorvidos transiçãodeterminada
preferencialmente
têm a mesma transição têm alguns
por
energia), a omesma
que se energia), o que se para
torna importante tornase importante
diferenciarpara se
os fótons
diferenciar os fótons provenientes da emissão do radiofármaco de outros fótons que
provenientes da emissão possamdoser radiofármaco de outros fótons que eventualmente possam ser
ção (chamado de eventualmente
câmara de cintilação), detectados.
situado em
detectados.
a câmara, pode girar em torno do paciente ou fazer
andoa obtenção
os locais de uma de imagem fisiológica
Radiofármacos
acumulação para de órgãos internos
do diagnóstico
radiofármaco.
obtidos Radiofármacos
ntas computacionais, faz-se a reconstrução de umade  a
incorporando radioisótopos para diagnóstico
emissores
sses
em aradiofármacos
possível obter de
obtenção uma são
umaimagem
Radiofármacos Radiofármacos
administrados
imagem dinâmica aodosão
são substâncias
fisiológica desubstâncias
paciente
órgão deporinternos
preparadas
órgãos preparadas
vias usando-se usando-se radioisótopos,
radioisótopos, que serãoque serão
absorvidas
ou oral, e são absorvidos absorvidas preferencialmente
preferencialmentenos porórgãos
algunsque se deseja analisar ou tratar. O radioisótopo
s, obtidos preferencialmente
incorporando radioisótopos nos órgãosemissores que se deseja de analisara ou tratar. O radioisótopo é escolhido
em da monocromaticidade é escolhido(osdefótons acordoemitidos com suas em propriedades (meia-vida, tipo e energia da emissão,
Esses radiofármacos
de acordo são administrados ao paciente por vias
e cintilação
ma energia), (chamado decom
facilidade desuas
câmara depropriedades
transporte).
cintilação), (meia-vida,
O radiofármaco
situado em é tipo e energia
preparado da emissão,
e transportado até facilidade
o local de de
ar ou e osão que
oral, transporte). se torna
absorvidos
O radiofármaco
importante
preferencialmente para
épaciente
preparado
sepor alguns
e transportado
dedagama
emissão câmara, aplicação,
pode girar
do radiofármaco seguindo-se
emde torno
outrosdofótons normas queeou regulamentos
fazer de até o localradiológica
proteção de aplicação,dasseguindo-se
pessoas
os. registrandonormas os locais e regulamentos
envolvidas no processo.
de acumulação de proteção
do radiofármaco. radiológica para as pessoas envolvidas no processo.
a de cintilação (chamado de câmara de cintilação), situado em
ferramentas computacionais, O radioisótopo faz-se a reconstrução em de uma
o de gama câmara, podeOgirar emmais
radioisótopo tornomais usado usado
do paciente emdiagnósticos
oudiagnósticos
fazer éé oo 99m43Tc (tecnécio-99 metaestável).
(tecnécio-99 metaestável).
Assim é possível UmaosUma obter uma
vantagem imagem dinâmica do órgão de
al, registrando de do
vantagem
locais tecnécio-99m
do
acumulação tecnécio-99m é éque
do radiofármaco. que ele ele tem valências de
tem valências de44aa7,7,podendo
podendomarcarmarcar
e ferramentas diferentes
diferentes moléculas;
moléculas;
computacionais, faz-se é
é possívelpossível
a reconstrução então
então obter obter
de uma diversos radiofármacos, usados em
diversos radiofármacos, usados em diversos diversos
.vantagem
cias preparadas
Assim da monocromaticidade
é possível usando-se
tiposobterde radioisótopos,
diagnóstico,
uma imagem (osconforme
fótons
que
dinâmica
tipos de diagnóstico, conforme o órgão em estudo. Outra
emitidos
serão
o órgão
do órgão em
em estudo.
de Outra vantagem
vantagemé éserseremissor
emissor  egnão
e não
a mesma
gãos que se energia),
desejaser o
analisar que
emissor ou se
β, já torna
tratar. que O importante
radioisótopo
as câmaras de para se
cintilação usadas para diagnóstico somente detectam
nientes da emissãoser emissor β, já que as câmaras
do radiofármaco defótons
cintilação usadas para diagnóstico somente detectam
ropriedades (meia-vida,
da radiação tipo assim de
γ, ee energia sedaoutros
emissão,
evita radiação que
a vantagemradiação
etectados.
ármaco é preparado
monocromaticidade
eγ, transportado
e assim se evita (os
até o
fótons
radiação
local de desnecessária para opara
emitidos desnecessária
em o paciente. Além disso, a
paciente. Além disso, a energia
êm a mesma energia), energia odaque suaseemissão  (140 keV)
torna importante para é suficiente
se para que ela escape do corpo do
regulamentos da suapaciente
emissão g (140 keV) é pessoas
suficiente 27 para que ela escape do corpo do paciente e seja
ovenientes da de proteção
emissão radiológica
do eradiofármaco
seja facilmente das
de detectada.
outros fótons que
stico facilmente detectada. 28
r detectados. 99 m
O 43Tc é administrado ao paciente como sal (pertecnetato) ou ligado a uma
m diagnósticos éO é administrado
o 99m43Tc (tecnécio-99 ao paciente como sal (pertecnetato) ou ligado a uma molécula
metaestável).
substâncias preparadas molécula que seráradioisótopos,
usando-se absorvida preferencialmente
que serão em um órgão do corpo.
nóstico
que ele tem que será absorvida
valências de 4
O analisara preferencialmente
7,
pertecnetato podendo marcar
se acumula em principalmentedonos
um órgão corpo.
locais onde estiver havendo
e nos órgãos que se deseja ou tratar. O radioisótopo
ão obter diversos O radiofármacos,
pertecnetato
regeneração do usados
se acumula
tecido em
ósseo diversos
principalmente
(fraturas, inflamaçõesnos locais
ou onde
tumores).estiver havendo regeneração
suas propriedades (meia-vida, tipo e energia da emissão,
o substâncias
gão em estudo. preparadas
Outra
do tecido vantagem
ósseo usando-seé ser radioisótopos,
emissor  e não que serão
O radiofármaco é preparado e(fraturas,
O tecnécio ligado
transportado inflamações
àatéexametazima
o local ou tumores).
de se acumula no cérebro, permitindo estudar
ente nos órgãos
cintilação usadas que
para sediagnóstico
desejano
alterações analisar somente
fluxo ou tratar. O desse
detectam
sanguíneo radioisótopo
mas e regulamentos O tecnécio
de proteção ligadoradiológica
à exametazima se acumulaOutro
das pessoas órgão. radiofármaco
no cérebro, permitindomuitoestudar
utilizado é o
alterações
omção suas propriedades
desnecessária para (meia-vida,
o paciente. tipoAlém e energia
disso, da
a emissão,
99 m
no fluxo Sestamibi:
sanguíneo neste, um átomo 43Tc
deradiofármaco se muito
liga autilizado
6 moléculas de MIBI
.V)O éradiofármaco
suficiente para é preparado
que ela e desse órgão.
transportado
99 m escape do corpo do
Outro
até o local de é o Sestamibi: neste,
usado
normas em diagnósticos
um átomo de
e regulamentos é o
de proteçãoTc
(metoxiisobutilnitrila); (tecnécio-99
se liga esse metaestável).
composto
a 6 moléculas
radiológica das pessoasé absorvido preferencialmente pelos
de MIBI (metoxiisobutilnitrila); esse compostomúsculos do
.27 43
99 m
o-99m é queé ele coração
tem
absorvido e é de
valências usado
preferencialmente 4 a 7, empodendo
diagnósticos
pelos marcar
músculos cardiológicos.
do coração O e é43Tc usadoligado ao MDP
em diagnósticos
paciente como sal (pertecnetato) ou ligado a uma
ívelusado
ais entãoem obter diversos radiofármacos,
cardiológicos.
diagnósticos éO 99 m
ligado
o 43Tc (tecnécio-99 usadosao MDP em diversos
(metilenodifosfonato) é absorvido preferencialmente
metaestável).
ncialmente
me o órgão em
em um órgão
estudo. do
Outra corpo.
vantagem é ser emissor  emarcar
não ósseas (FIGURA III-1).
cio-99m
principalmente nos ele
é que ossos
nos tem e permite
valências
locais onde a de
pesquisa
4 a 7,
estiver de metástases
podendo
havendo
aras
ossível de cintilação
então obter usadas para diagnóstico
diversos radiofármacos, usados em diversossomente detectam
s, inflamações
ta ou 27tumores).
radiação desnecessária para o paciente. Além dedisso, a usados nesse caso, é de 100 keV a 300 keV, que
orme o se órgão A faixaOutra
em estudo. de eficiência
vantagem dos detectores
é ser emissorNaI,  emais
não
tazima acumula no cérebro, permitindo estudar
(140
âmaras keV)
de é suficiente
compreende para que
a energia ela escape
da emissão dodoTc-199m.
corpo do
se órgão. 27 cintilação usadas paramuito
Outro radiofármaco diagnósticoutilizado somenteé o detectam 34
etectada.
evita radiação
99 m desnecessária para o paciente. Além disso, a
e Tc se liga a 6 moléculas de MIBI
rado
 (140 ao
43 paciente como sal (pertecnetato) ou ligado a uma
keV) é suficiente para que ela escape do corpo do
topreferencialmente
é absorvido preferencialmente
em um 99órgão pelos
do corpo. músculos do
e detectada.27 m
ticos cardiológicos.
acumula principalmente O nos43Tc ligado
onde aoestiver MDPhavendo
nistrado ao paciente
28
A faixa como sal locais
de eficiência (pertecnetato)
dos detectores ouNaI,
de ligadomaisausadosuma nesse caso, é de 100 keV a 300 keV, que compreende
(fraturas, inflamaçõesa energia ou
da tumores).
emissão do Tc-99m.
ida preferencialmente em um órgão do corpo.
exametazima se acumula no cérebro, permitindo estudar
e acumula principalmente nos locais onde estiver havendo
neo desse órgão. Outro radiofármaco muito utilizado é o38
eo (fraturas,99inflamações
m
ou tumores).
omoà exametazima se acumula ano 6cérebro,
NaI, mais
o9m. de usados43
nessesecaso,liga
Tc é de 100 keVmoléculas a 300 keV, que
permitindo de MIBI estudar
composto
guíneo desseé absorvido
órgão. Outro preferencialmente
radiofármaco pelos muitomúsculos
utilizado
34 doé o
99 m 99 m
Figura III-1 – 99mTc-sestamibi (A) e 99mTc-MDP (B)
(A) (B)
O
O O
O
HO OH OH
N
N O P P
C N O O
99m
Tc 99m
Tc
N C N
O
N O O P
P
O OH OH
HO
O O O

Tomografia por emissão de pósitrons


Outra técnica empregada no radiodiagnóstico é a chamada PET (do inglês Positron
Emission Tomography, Tomografia por Emissão de Pósitrons). Para realizar essa técnica, um
radioisótopo emissor de pósitrons é administrado ao paciente, e o pósitron emitido se aniquila
com um elétron da vizinhança, gerando dois fótons de energia igual a 0,511 MeV cada um
(correspondentes à aniquilação da massa de um elétron e um pósitron). Os fótons se espalham
em direções opostas e podem ser detectados pela câmara de cintilação popularmente chamada
de PET SCAN.
O radioisótopo mais comumente empregado é o flúor-18. Ele pode ser incorporado a
algumas moléculas orgânicas como a fluorodesoxiglicose (FDG), um análogo da glicose,
com um átomo de flúor substituindo uma hidroxila (FIGURA III-2).
Quando é injetada no paciente por via endovenosa, a FDG se concentra em órgãos que
absorvem glicose, como o cérebro, que a usa em sinapses; os músculos, para gerar movimento;
células com crescimento mais acelerado, como as cancerosas, ou em processos inflamatórios.
Os locais onde houver concentração da FDG terão emissão mais acentuada de pares de fótons,
detectados por cintiladores com circuito de coincidência, descritos no Capítulo II. Após a
injeção, o paciente deve permanecer durante uma hora em repouso, para evitar acúmulo de
FDG nos músculos, e em silêncio e penumbra, para evitar acúmulo no cérebro.
Figura III-2 – Estrutura da glicose (A) e da fluorodesoxiglicose [18F-FDG] (B)

OH (A) OH (B)

O O
HO HO
HO HO
OH 18
F
OH OH

A FDG não é metabolizada pelo organismo; após o decaimento do flúor-18 em


oxigênio-18, a molécula captura um próton; a glicose “pesada” (que contém oxigênio-18
no lugar de oxigênio-16) é metabolizada da mesma forma que a glicose “normal”.
Em 2 horas, 20% do radiofármaco administrado é excretado por via renal.

39
O flúor-18 apresenta uma série de vantagens para seu uso nos diagnósticos por imagem:

• o pósitron emitido tem baixa energia;


• não há emissão g na reação de decaimento; os únicos fótons emitidos provêm
da aniquilação elétron-pósitron, e suas energias têm valor bem definido (0,511
MeV cada um, correspondentes à aniquilação das duas partículas). Isso facilita
a detecção desses fótons.
• o flúor-18 decai em oxigênio-18, estável e não tóxico.

Outro exemplo de radiofármaco é a C11-colina (vitamina do grupo B), onde um dos


átomos de carbono-12 é substituído por carbono-11 (FIGURA III-3). Ela é usada para
exames de próstata ou do sistema nervoso central.

Figura III-3 – Estrutura da colina


(A) (B)
H2 H2
HO C CH3 HO C CH3
11
+ +
C N C N
H2 H2
CH3 CH3

CH3 CH3

(A) Estrutura da colina; (B) um dos átomos de carbono-12 é substituído por carbono-11, formando a 11C-colina.

Tratamento
A radioterapia é empregada no tratamento de câncer usando-se fontes g externas ao
corpo (teleterapia), fontes inseridas diretamente no local que se quer irradiar (braquiterapia)
ou radiofármacos (doses internas). Também podem ser utilizados emissores de partículas
carregadas; nesse caso, como as partículas têm alcance muito curto, esses emissores são úteis
na terapia de lesões superficiais, na braquiterapia e como radiofármacos.

Fontes g para teleterapia


Inicialmente, foram muito usados equipamentos de cobalto-60 para teleterapia; a partir
do fim do século XX, esses passaram a ser substituídos por aceleradores lineares. As fontes
de cobalto-60 ainda são bastante utilizadas na indústria.
Braquiterapia
Braquiterapia
Um dos Um radioisótopos
dos radioisótopos maismais
empregados braquiterapia éé oo 192
empregadosnanabraquiterapia 77 Ir , na
na forma
formadede fios
finos
fiosfeitos
finoscom
feitosuma
comliga
umadeliga
Ir (30%) e Pt (70%).
de Ir (30%) O fio O
e Pt (70%). é revestido com uma
fio é revestido com uma capa capa
de platina
oudeaçoplatina ou aço inox, que blinda a radiação  proveniente do decaimento, e apenas a g é
inox, que blinda a radiação b proveniente do decaimento, e apenas a radiação
radiação  no
aproveitada é aproveitada
tratamento. no tratamento.
O fioOé fio é inserido
inserido dentro
dentro do tumor,
do tumor, e aeradiação
a radiação  destrói
g destrói as as células
células tumorais;asascélulas
tumorais;
células sadias, mais distantes, são
sadias, mais distantes, são preservadas. preservadas.
Como
Como o radioisótopo
o radioisótopo é muito
é muitodenso, os fios
denso, podem
os fios ter pequenas
podem ter pequenas dimensões e, no e, no
dimensões
entanto, a dose de radiação será alta. A pequena dimensão da fonte permite
entanto, a taxa de dose será alta. A irradiação pode ser realizada em poucos minutos, em o tratamento
ambulatorial (o paciente não precisa ficar internado).
regime ambulatorial (o paciente não precisa ficar internado).
Radiofármacos para tratamento 40
O iodo-131 é um emissor  e , administrado ao paciente por via oral, como solução
aquosa do sal iodeto de sódio (131I-NaI). O iodo acumula-se principalmente na tireoide,
Radiofármacos para tratamento
O iodo-131 é um emissor b e g, administrado ao paciente por via oral, como solução
aquosa do sal iodeto de sódio (131I-NaI). O iodo acumula-se principalmente na tireoide, e a
radiação β pode destruir nódulos benignos, metástases ou tecidos remanescentes de cirurgia
no caso de carcinoma. O radiofármaco meta-iodobenzilguanidina (131I-MIBG) é usado
para tratamento de feocromocitomas e neuroblastomas, originados pela glândula tireoide e
localizados no sistema neuroendócrino. Para acompanhar a evolução da terapia, a radiação
γ do 131I é aproveitada para realizar imagens cintilográficas.

Esterilização de material hospitalar e alimentos


A esterilização de instrumentos hospitalares ou alimentos pode ser feita usando radiação g,
que destrói as células dos micro-organismos presentes no material. Como a irradiação é
feita sem alterar a temperatura do material, o procedimento não afeta as características
dele. As fontes usadas são os aceleradores (raios X de alta energia) ou fontes de cobalto-60
(raios g).
O material hospitalar pode ser irradiado dentro de embalagens especiais, resistentes
à radiação. Dessa forma, se evita que ele sofra nova contaminação, antes de ser utilizado.
Usando doses bem determinadas de radiação, é possível eliminar micro-organismos
presentes na superfície dos alimentos sem modificar as suas características. A técnica foi
testada com sucesso em grãos e temperos, que tiveram sua durabilidade prolongada.
O sangue para transfusão pode ser irradiado com fontes de cobalto-60: baixas doses
eliminam linfócitos, que poderiam ser rejeitados pelo paciente que recebe o sangue; doses
mais altas matam micro-organismos, mas é preciso tomar cuidados especiais para não
deteriorar componentes importantes do sangue (por exemplo, manter o material congelado
durante a irradiação).

Controle de insetos
Certos insetos constituem pragas que destroem lavouras ou causam doenças no ser
humano. Uma das técnicas de controle é a SIT (do inglês Sterile Insect Technique, técnica
de esterilização de insetos). A técnica é usada há cerca de 50 anos para controle de moscas
da fruta e moscas tsé-tsé e está atualmente sendo testada no Brasil para controle do
mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, febre amarela, chikungunya e zika vírus.
Nesta técnica, cria-se em laboratório uma grande quantidade de mosquitos, e os
machos são irradiados para que se tornem estéreis. No caso do Aedes aegypti, os machos
são separados das fêmeas na fase de pupas, uma vez que as pupas fêmeas são maiores
que as machos, sendo possível fazer uma filtração. A Figura III-4 mostra as fases de
desenvolvimento do inseto.

41
Figura III-4 – Fases de desenvolvimento de um mosquito

a fêmea se
alimenta de
sangue e bota ovos

o adulto ovos
emerge

ciclo de
vida do
mosquito

pupa larva

Depois de alcançarem a fase adulta, os insetos machos são submetidos à radiação γ, que,
na dose correta, modifica o esperma do mosquito, tornando-o estéril, sem eliminar a sua
capacidade de acasalamento. Os machos estéreis são soltos na natureza, onde competem com
os machos selvagens no acasalamento. As fêmeas só acasalam uma vez na vida; portanto,
se acasalar com um macho estéril, uma fêmea selvagem não vai gerar descendentes, e a
população de mosquitos será reduzida.29

29
Informação gentilmente cedida pela professora Edvane Borges (UFPE).

42
IV - MITOS E VERDADES
SOBRE A RADIOATIVIDADE

A radioatividade é uma característica atômica pouco conhecida da população em geral,


e é comum encontrarmos afirmações parcial ou totalmente equivocadas sobre o assunto.
Neste capítulo, procuramos esclarecer algumas dúvidas.

A radioatividade surgiu durante a Segunda Guerra Mundial: essa afirmação é


falsa. Elementos radioativos existem na Terra desde a sua formação. Os radionuclídeos de
meia-vida curta decaíram com o tempo, restando os que têm meia-vida maior que a idade
da Terra (urânio, polônio, rádio, etc).
Existem também na natureza elementos radioativos com meia-vida mais curta, que são
resultado, por exemplo, de colisões entre núcleos estáveis e partículas provenientes do vento
solar. Um desses elementos é o carbono-14, formado na alta atmosfera quando o carbono-12
é bombardeado; tem meia-vida de 5.730 anos, e é usado na datação de fósseis pré-históricos.
A ideia de que a radioatividade surgiu durante a Segunda Guerra Mundial vem, talvez,
do fato de que, durante o confl ito, foi desenvolvida a bomba atômica, que usa a fissão do
urânio para gerar uma grande quantidade de energia; essa fissão tem como subproduto uma
série de elementos radioativos. No entanto, no início do século XX (e, portanto, antes dessa
guerra), já existiam aplicações da radioatividade na Medicina.

A bomba atômica foi inventada por Einstein: essa é outra afirmação falsa. Einstein
não trabalhou diretamente no desenvolvimento da bomba atômica. Ele propôs a equação
E = Mc2 que explica fenômenos como fusão e fissão nucleares.30 A equação fornece a base
teórica para o processo, mas não é suficiente para a construção do dispositivo. A equação
de Einstein relaciona os conceitos de massa e energia como duas manifestações da mesma
propriedade da matéria e pode explicar, por exemplo, o aparecimento de energia na fissão
de núcleos grandes (como acontece em reatores nucleares) ou na fusão de pequenos núcleos
(como no Sol e em outras estrelas) com a transformação de pequenas quantidades de massa
em grandes quantidades de energia.

30
Diz-se que a equação de Einstein é a equação mais citada, e a menos compreendida, de toda a Física.
43
Qualquer material exposto à radiação se torna radioativo: isso depende das
circunstâncias, e é preciso fazer uma distinção entre radiação ionizante e não ionizante.
A radiação ionizante tem energia suficiente para ionizar os átomos onde incide, ou seja,
arrancar elétrons desses átomos. Eventualmente, ela pode interagir também com os núcleos.
Já a radiação não ionizante é aquela cuja energia não é suficiente para ionizar os átomos ou
interagir com os núcleos.
Assim, a radiação não ionizante nunca é capaz de gerar material radioativo. Exemplos de
radiação nessa categoria são as micro-ondas, luz visível, radiação ultravioleta ou infravermelha,
ondas de rádio. Pequenas exposições a essa radiação podem ser benéficas, mas ela pode causar
danos, se a exposição for muito intensa. Os danos são de natureza diferente dos provocados
pela radiação ionizante. Esses tipos de radiação não são capazes de interagir com núcleos e
gerar elementos radioativos.
Já a radiação ionizante tem energia suficiente para arrancar elétrons dos átomos ou
interagir diretamente com os núcleos. No caso de interação com os núcleos, podem ser
gerados núcleos instáveis, que decaem para um estado de mais baixa energia emitindo
fótons ou partículas; porém, isso depende do tipo de radiação, da sua intensidade e do tipo
de material irradiado.

Comida preparada num forno de micro-ondas fica radioativa e pode provocar


câncer: essa afirmação é falsa. As micro-ondas são ondas eletromagnéticas de comprimento
de onda maior que o da luz visível (frequência menor e, portanto, energia menor). Trata-se,
portanto, de radiação não ionizante, que não tem energia suficiente para interagir com os
núcleos dos átomos em que incide. Essa radiação interage com certas moléculas dos alimentos
aumentando sua energia de vibração, ou seja, aquecendo os alimentos. Da mesma forma, se
incidir diretamente sobre uma pessoa, a radiação de micro-ondas pode provocar queimaduras.

Se se tornar radioativo, um material será radioativo para sempre: essa é mais


uma falsa afirmação. Suponhamos que um objeto foi irradiado com nêutrons ou partículas
carregadas, e que alguns de seu átomos se transformaram em radioisótopos. Nesse caso,
existe a possibilidade de se fazer uma extração química ou física dos elementos em questão,
e o resto do objeto não será radioativo. Mesmo que esse procedimento não seja possível, a
radioatividade não dura “para sempre”, já que radioisótopos têm meias-vidas bem definidas.
Depois de decorridas entre 5 e 10 meias-vidas, considera-se que não há mais atividade desse
elemento. Apenas se a meia-vida do elemento formado for muito longa é que o objeto será
radioativo por um longo período.

Uma pessoa que sofreu danos por radiação pode contaminar outras pessoas:
essa afirmação nem sempre é verdadeira. Os danos por radiação vão desde queimaduras
na pele até lesões internas e alterações no DNA. As lesões não são transmitidas; somente
alterações nas células reprodutivas podem gerar algum efeito danoso nos descendentes.
Em geral, as pessoas que sofreram danos por radiação devem ser isoladas porque sua
imunidade fica diminuída; são as outras pessoas do seu entorno que podem contaminá-las
com micro-organismos que elas não serão capazes de combater.
Se foi contaminada por ingestão ou inalação de algum radioisótopo, e se este continua
em seu organismo, a pessoa estará radioativa; neste caso, as pessoas de seu entorno precisam
se proteger, e as secreções devem ser isoladas, por um período equivalente a 5 a 10 meias-
vidas do radioisótopo. No caso da meia-vida biológica para o elemento em questão ser menor
que a sua meia-vida física, a pessoa será descontaminada mais rapidamente.
44
Qualquer nível de radiação faz mal à saúde: isso não é verdade. Nosso organismo
recebe continuamente radiação ionizante proveniente de fontes naturais, existentes na
superfície do globo terrestre ou vindas do espaço. Ele se adaptou para conviver com essa
radiação de fundo, e se atribuem a ela as mudanças genéticas que provocaram a evolução do
ser humano. Em doses baixas, portanto, a radiação pode ser inócua ou até benéfica. Em doses
elevadas, a radiação ionizante pode provocar destruição de células ou modificações no DNA.
Além disso, a radiação pode ser usada como instrumento de diagnóstico ou de tratamento
de vários problemas de saúde, sendo nesse caso benéfica, desde que seu uso seja controlado.
Por outro lado, radiação não ionizante pode ser benéfica e até necessária ao desenvolvimento
dos seres vivos: as plantas absorvem radiação visível, infravermelha e ultravioleta, em pequenas
doses, para realizar a fotossíntese, em que transformam água e gás carbônico em matéria
orgânica; pessoas precisam de pequenas doses dessas mesmas radiações, provenientes do Sol,
para o bom funcionamento do seu corpo.

Ingerir iodo não radioativo neutraliza os efeitos da radioatividade: isso depende


das circunstâncias. O iodo, quando ingerido, acumula-se principalmente nas glândulas
tireoides. Essas glândulas absorvem o elemento até se tornarem saturadas, quando não ocorre
mais absorção.
A ingestão de pastilhas de iodo pode, então, ser recomendada se houver contaminação
do ambiente por esse elemento, causada, por exemplo, num acidente em usina nuclear, com
perda de material combustível. A pastilha de iodeto de sódio não radioativo pode impedir
a incorporação do isótopo radioativo na tireoide, desde que seja administrada antes da
incorporação no organismo de iodo radioativo.
A radioatividade, porém, pode ser proveniente de outros elementos radioativos, e nesse
caso a ingestão das pastilhas é inútil.

Pessoas que recebem a mesma dose de radiação apresentam o mesmo tipo


de dano: tal afirmação não é verdadeira. Verifica-se que o dano causado pela radiação
é diferente para cada pessoa, dependendo de diversos fatores: idade, sexo, estado físico.
As crianças são mais sensíveis à radiação porque seus órgãos estão em fase de crescimento,
e alguns efeitos biológicos podem ter resposta com intensidade ou tempo diferentes dos de
um adulto.
O estado físico do indivíduo exposto à radiação influencia na radiossensibilidade. Se
uma pessoa é forte, resistente, bem alimentada, sua resposta aos possíveis danos da radiação
será atenuada quando comparada à de uma pessoa fraca, subalimentada e com deficiência
imunológica.

45
V - ATIVIDADES

Questões para discussão


1) Relate um caso de uso da radiação no seu dia a dia.
2) Relate um caso de uso da radiação na Medicina, ao qual você ou algum conhecido já
tenha se submetido.
3) A radioatividade pode ser considerada não natural?
4) O que tem sido feito com os resíduos das aplicações nucleares?
5) Uma substância radioativa tem, inicialmente, um número No de partículas radioativas.
Qual será o número de partículas radioativas depois de decorrida uma meia-vida?
E depois de decorridas duas meias-vidas?

Prepare-se para discutir essas questões em sala de aula; para isso, faça uma pesquisa
usando as fontes recomendadas no final do livro, entrevistas com seus conhecidos e familiares,
ou outras fontes interessantes.

Simulação de um decaimento radioativo


Os físicos descobriram uma nova partícula, os chocolátons, e vamos investigar suas
propriedades. Uma dessas partículas, denominada “M&M”, tem a propriedade interessante
de que tende a decair, isto é, tende a desaparecer, mas de forma muito especial, que veremos
no seguinte experimento.

Material necessário
Um pacote grande de chocolates “M&M”31
Uma bandeja com bordas elevadas

Procedimento
a) Obtenha e conte uma quantidade inicial de chocolátons. Anote a contagem como C(0).
b) Despeje as partículas numa bandeja. Quando os “M&Ms” perdem sua energia e entram
em repouso, você notará que algumas das partículas estão diferentes. Alguns “M&Ms” têm

31
Os chocolates podem ser substituídos por moedas.
47
um “M” branco visível. Tais partículas decaíram e agora são comestíveis (coma todos os
“M&Ms” que estão com o “M” para cima).
c) Conte o número de chocolátons que sobraram (os que estão com o “M” para baixo).
Anote o número como C(1).
d) Repita os passos b) e c), mudando o número da contagem para C(2), C(3), etc., até
completar 10 contagens ou até acabarem os chocolátons (se as partículas acabarem, não inclua
a contagem zero nas suas anotações).
e) Faça um gráfico do número de “M&Ms” restantes em função do número de
lançamentos. Isto é, o número de “M&Ms” ficará no eixo-y (variável dependente), e o
número de lançamentos no eixo-x (variável independente).
Trace uma curva suave ligando os pontos. Essa será a curva de decaimento dos seus doces.
f ) A meia-vida das partículas é o número de lançamentos necessários para que metade
do número inicial de partículas tenha decaído. Qual a meia-vida dos chocolátons? Compare
seus resultados com os dos seus colegas, levando em conta que eles começaram com um
número diferente de partículas.

(adaptado de: Science snacks – Radioactive-decay Model em www.exploratorium.edu


- acesso em: maio/2017) e de um texto escrito por Lisa M. Besozzi, bolsista NSF na Ohio
Wesleyan University (1998), que não está mais disponível on-line.

Agora repita seu experimento usando outras partículas, os dádions:

Material
100 ou mais dados de jogar
1 bandeja de bordas elevadas
1 cartolina branca

Procedimento
a) Jogue seus dádions sobre a bandeja. Separe os que tiverem caído com o número 6 para
cima: esses são os que “decaíram”.
b) Faça uma coluna com os dádions que decaíram, no canto esquerdo da cartolina.
c) Recolha os dádions que ficaram na bandeja, misture-os e jogue novamente. Haverá
um novo conjunto que caiu com o número 6 para cima.
d) Faça uma nova coluna com os dádions que decaíram no item c), colocando-a à direita
da primeira.
e) Repita os passos c) e d) até completar 10 colunas, ou até acabarem os dádions.
f ) Analise a figura formada sobre a cartolina: ela representa a curva de decaimento dos
dádions, onde o número de jogadas está no eixo horizontal, e o número de partículas que
decaíram está no eixo vertical (FIGURA V-1).
g) Com base na figura obtida, determine a meia-vida dos dádions. Quais as semelhanças
e as diferenças entre o decaimento dos chocolátons e dos dádions?32

32
Observe que as grandezas medidas são diferentes nos dois experimentos: para os chocolates, foi medida
a quantidade de “partículas” que não “decaíram”, ao passo que, em relação aos dados, foi medida a
quantidade de “partículas” que “decaíram”. As duas quantidades, no entanto, seguem a mesma lei de
decaimento, e por isso os gráficos são semelhantes. Nas medidas reais, o que se tem é a quantidade de
partículas que decaíram.
48
Figura V-1 – Curva de decaimento dos dádions

N/2
© Regina P. Carvalho

N/4

N/8

T½ 2T ½ 3T ½ Jogadas

49
APÊNDICES

A1 - Unidades de medida de radiação

A atividade de uma amostra radioativa é medida como o número de desintegrações


ocorridas em certa unidade de tempo.
A unidade de medida de atividade mais antiga é o curie (Ci), que expressa a atividade
de 1g do elemento rádio:

1 Ci = 3,7.1010 s-1

A unidade SI para atividade é o becquerel:

1Bq = 1 s-1 = 2,7.10 -11 Ci

A exposição a uma fonte radioativa é a capacidade de ionização dessa fonte.


Ela é expressa como a carga produzida por massa de ar puro e seco. A unidade SI para
exposição é dada em coulombs por quilograma de ar:

C/kg

A unidade mais comumente usada é o roentgen:

1 R = 2,58.10 -4 C/kg

A dose absorvida é expressa como a energia cedida pela radiação para uma certa
quantidade de massa do absorvedor. A unidade mais usada é o rad (do inglês radiation absorbed
dose, dose de radiação absorvida):

1 rad = 0,01 J/kg

A unidade SI para dose absorvida é o Gray (Gy):

1 Gy = 100 rad = 1 J/kg


51
A dose equivalente é a energia absorvida por um tecido biológico; ela leva em conta
o efeito causado no tecido por cada tipo de radiação. A unidade mais usada é o rem (do
inglês roentgen equivalent man, equivalente humano do roentgen) e é obtida multiplicando-se
a exposição dada em roentgen por um fator que depende do tipo de radiação, o RBE (do
inglês Relative Biological Efectiveness, efetividade biológica relativa):

1 rem = 1 rad.RBE

A unidade SI para a dose equivalente é o sievert (Sv):

1 Sv = 100 rem = 1 Gy.RBE

A dose efetiva considera os efeitos epidemiológicos devidos à dose equivalente nos


diversos órgãos, através de um parâmetro w que varia para cada órgão do corpo e é obtido
nas estatísticas de incidência de câncer causado por radiação. A unidade de medida para a
dose efetiva é também o sievert.

52
A2 - Formação de imagens cintilográficas

Após a administração de um radiofármaco, este se acumula em determinados órgãos do


paciente, emitindo radiação. Os fótons g são absorvidos por um cristal, que usa a energia
absorvida para emitir luz visível ou ultravioleta, no processo chamado de cintilação.
A luz visível é então transformada em sinal elétrico, em um conjunto de pequenas
fotomultiplicadoras. Um computador faz o processamento dos sinais elétricos e calcula
um par de sinais eletrônicos, representando as coordenadas espaciais x e y, que fornecem
a posição correspondente à emissão do fóton. Temos assim uma imagem cintilográfica,
que pode ser usada para diagnóstico.

Sistemas para aquisição de imagens planas


A imagem cintilográfica de um órgão do paciente é formada por meio da análise dos
fótons g emitidos pelo radiofármaco ali acumulado. No entanto, uma parte desses fótons
é absorvida pelos tecidos ou espalhada por efeito Compton, antes de chegar ao sistema de
detecção. É necessário que a emissão passe por um conjunto de colimadores, pequenos
cilindros de chumbo que permitem que sejam coletados somente os fótons emitidos em
dada direção.
A imagem é, portanto, obtida pela exclusão de uma grande parte da radiação emitida pelo
radiofármaco incorporado pelo paciente. Há baixa densidade de fótons nas imagens, porque
os fótons absorvidos ou espalhados pelos tecidos são eliminados. A geometria do colimador
tem influência na eficiência de detecção dos fótons não espalhados. Essa eficiência geométrica
varia diretamente com o tamanho da abertura e indiretamente com o comprimento e a
espessura do cilindro colimador.
Os fótons g selecionados atingem então o cristal cintilador. A espessura do cristal é
importante: ele não pode ser muito fino, para que os fótons g entreguem toda sua energia a
ele, produzindo luz visível ou ultravioleta, que vai interagir com as fotomultiplicadoras; ao
mesmo tempo, se o cristal for muito espesso, os fótons de luz visível podem não alcançar a
fotomultiplicadora. Os detectores, em sua maioria, utilizam o iodeto de sódio dopado com
tálio, NaI(Tl).

53
Junto ao cristal encontram-se as fotomultiplicadoras, acopladas ao cristal com graxa
óptica, material que as mantém fixas e é transparente aos fótons gerados no cristal.33 Quando
estimuladas por poucos sinais de luz ou até mesmo por partículas β, elas produzem pulsos
elétricos. Usualmente o conjunto cristal-fotomultiplicadoras é conhecido como detector
de cintilação, ou “cabeça de detecção”. O sistema é acoplado de maneira que haja a menor
perda por reflexão. A luz incide no fotocatodo, liberando elétrons de baixa energia, que
são acelerados, em razão da aplicação de uma diferença de potencial entre o fotocatodo e o
primeiro dinodo. Ao se chocarem com o dinodo, os elétrons provocam a liberação de um
número maior de elétrons, que também serão acelerados para o segundo dinodo, e assim
sucessivamente. Os elétrons produzidos nas fotomultiplicadoras são coletados e produzem
um pulso de corrente que pode ser medido por um circuito eletrônico adequado.
O conjunto de colimadores, cristal cintilador e fotomultiplicadoras é chamado de gama
câmara.
O pulso emitido pelas fotomultiplicadoras é analisado mediante um processamento
eletrônico. O analisador de altura de pulso (PHA, do inglês Pulse Height Analyzer) descarta
sinais de radiação ambiente, retroespalhada ou de emissão de energias diferentes da estipulada
pela janela de energia de interesse, determinando assim quando um pulso representa um
fóton que deverá ser computado para a formação da imagem.
O sistema de aquisição utilizado para a formação da imagem é ilustrado na Figura A2-1.
Figura A2-1 – Esquema do sistema de detecção de uma gama câmara

gama câmara

eletrônica
fotomulti- associada
plicadoras

cintilador

colimadores

sinal convertido em
imagem no monitor

Baseada em: WAGENAAR, Douglas J. Gamma camera basics. Joint Program in Nuclear Medicine,
March 1996. Disponível em: <http://www.med.harvard.edu/JPNM/physics/didactics/basics.html>.
Acesso em: maio 2017.

Método tomográfico SPECT


A tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT, do inglês
Single-photon emission computed tomography) é uma técnica de obtenção de imagens muito
semelhante à obtenção de imagem plana já descrita: ela usa uma gama câmara que detecta
a radiação emitida pelo radiofármaco absorvido no órgão em observação. Usando-se esta
técnica, porém, podem ser obtidas imagens em planos com diferentes orientações, apresentadas
como cortes ou reconstruídas para representar uma visão em 3 dimensões.

33
A grande quantidade de equipamento eletrônico eleva a temperatura da sala de exame. Ela deve ser
resfriada para evitar o derretimento e a perda da graxa óptica.

54
Na aquisição pelo método SPECT, as imagens obtidas são projeções da fonte interna
ao paciente. O sistema de detecção realiza uma rotação ao redor do paciente, coletando
essas projeções e armazenando as informações em cada ângulo. A forma mais conhecida
de apresentação dessas projeções é o senograma, também conhecido como transformada de
Radon, que é uma função das intensidades (contagens) ao longo dos ângulos de projeção
(FIGURA A2-2).
Figura A2-2 – Senograma obtido com base nas projeções de uma fonte pontual,
com aquisições de 0º a 180º

r
φ 00

projeções

fonte
pontual
180 0
senograma

ZANZONICO, Pat. Routine quality control of clinical nuclear medicine instrumentation: a brief review.
Journal of Nuclear Medicine, v.49, n. 7, p.1114-1131, Jul. 2008.

As informações fornecidas pelo senograma são utilizadas para se obter uma imagem do
objeto em três planos anatômicos (coronal, sagital e axial).34 Quanto maior o número de
projeções adquiridas, melhor e mais próxima da imagem original será a imagem resultante.

Tomografia por emissão de pósitrons


Na tomografia por emissão de pósitrons (PET, do inglês Positron Emission Tomography),
é injetado no paciente um radiofármaco emissor de pósitrons, e analisam-se os fótons g
provenientes da aniquilação de um pósitron com um elétron da vizinhança.35 A detecção é
feita por um conjunto de cintiladores dispostos em anel (FIGURA A2-3). Quando há uma
aniquilação, dois fótons diametralmente opostos atingem os detectores, gerando um sinal
eletrônico. Isso ocorre apenas se os fótons se deslocam no plano do anel de detectores. Pulsos
simultâneos em dois detectores opostos (coincidência) indicam que ocorreu uma aniquilação.

34
Um plano coronal divide o corpo em partes anterior e posterior; um plano sagital divide o corpo em
partes direita e esquerda; um plano axial divide o corpo em porções superior e inferior.
35
No processo de aniquilação, descrito no Capítulo II, um pósitron encontra um elétron, e as duas partículas
se aniquilam, gerando dois fótons com energia de 0,511 MeV cada um, correspondentes às massas das
partículas. Os fótons se deslocam em direções opostas.

55
Figura A2-3 – Esquema de um anel de detecção para análise PET

LINKS, Jonathan M. Instrumentation. em: BERNIER, Donald R.; CHRISTIAN, Paul.E.; LANGAN,
James K. (ed.). Nuclear Medicine technology and techniques. 3. ed. St. Louis: Mosby-Year Book,
Inc., 1994.

Os cristais cintiladores mais utilizados como detectores em equipamentos PET são o


BGO (germanato de bismuto), LSO (oxiortosilicato de lutécio) e GSO (oxiortosilicato de
gadolínio).
A imagem obtida com a técnica PET pode ser distorcida pelo fato de que os fótons são
atenuados ao atravessar o corpo do paciente. Para corrigir esse efeito, ela é combinada com
a tomografia computadorizada (CT, do inglês Computed Tomography). Nesta, são obtidas
imagens radiográficas de “fatias” da região de interesse, que podem ser processadas para
formar uma imagem tridimensional. A CT fornece informações sobre a densidade dos tecidos
atravessados pelos fótons g, e os efeitos da atenuação podem ser corrigidos. A Figura A2-4
mostra um detalhe do equipamento CT-PET.

Figura A2-4 – Equipamento CT-PET (Faculdade de Medicina da UFMG)

anel para
detecção PET
© Regina P. Carvalho

sistema CT
(emissor e
detector)

56
Equipamento para pesquisa de novos radiofármacos
Para testar novos radiofármacos, são realizadas imagens cintilográficas e tomográficas
em cobaias. A Figura A2-5 mostra o equipamento CT-PET usado no teste de radiofármacos
em pequenos animais.
Figura A2-5 – Equipamento CT-PET usado para testes em pequenos animais (CDTN/CNEN)
© Regina P. Carvalho

A caneta colocada próximo ao equipamento dá ideia da dimensão de sua abertura.

57
A3 - Doses de radiação em procedimentos médicos

As doses absorvidas em órgãos podem ser causadas por irradiações externas (em diagnóstico
com raios X e em terapia com aceleradores lineares ou fontes para braquiterapia) ou irradiações
internas (com radiofármacos, tanto para diagnóstico como para terapia). Quando a fonte
de irradiação é externa, é possível verificar-se a dose absorvida no órgão-alvo. No caso de
incorporação de radionuclídeos, as doses não podem ser medidas diretamente nos órgãos,
mas há a possibilidade de estimá-las com base em modelos ou em biodosimetria.
As doses de radiação absorvidas durante um procedimento médico podem originar
efeitos estocásticos ou determinísticos da radiação. Em geral, doses em procedimentos
diagnósticos têm a probabilidade de causar efeitos estocásticos, ao passo que, em procedimentos
terapêuticos (tratamento), podem provocar efeitos determinísticos controlados. Por essa
razão, a proteção do paciente tem sido enfatizada pela IAEA (International Atomic Energy
Agency, Agência Internacional de Energia Atômica) visando garantir a segurança dos
procedimentos.
Em todo exame que usa radiação ionizante, leva-se em conta a dose recebida pelo
paciente, que deve ser sempre a mínima necessária. O profissional de saúde vai avaliar
a necessidade do exame, o tempo que deve decorrer antes da sua repetição, a dose a ser
administrada. O uso de detectores mais sensíveis permite a administração de doses mais
baixas, sendo importante avaliar a razão custo-benefício para o paciente.

Efeitos estocásticos das radiações ionizantes – probabilidade


proporcional à dose
Os efeitos estocásticos não têm limiares de doses e ocorrem quando a célula é
modificada por dano no seu DNA, porém permanece viável (isto é, com capacidade de
divisão por mitose), e o dano eventualmente aparece através da proliferação celular. Os
efeitos estocásticos das radiações são câncer após um período de latência de muitos anos (por
exemplo, de 2 a 10 anos para leucemia e de 10 a 40 anos para tumores sólidos) e defeitos
hereditários severos. O risco de câncer depende do tecido irradiado, sendo os órgãos e os
tecidos com maior reprodução celular mais radiossensíveis. Esses efeitos são fortemente

58
dependentes da idade do indivíduo no momento da irradiação e, consequentemente, da
expectativa de vida.
Para representar a probabilidade de efeitos estocásticos em uma população, é usada
a grandeza dose efetiva. A unidade de medida é o sievert (Sv), e 1 mSv indica a probabilidade
de ocorrência de um efeito estocástico para cada 100 mil pacientes.

Efeitos determinísticos das radiações ionizantes – severidade


proporcional à dose
Os efeitos determinísticos ocorrem quando há perda da função do órgão ou do tecido,
por morte celular ou danos intracelulares, ou perda da capacidade de divisão das suas células
(mitose). O número de células afetadas aumenta proporcionalmente com a dose de radiação,
e a perda funcional do tecido torna-se evidente acima de um limiar de dose, que é
específico para cada tecido. Em terapias, os limiares de doses absorvidas em órgãos ou tecidos
podem ser propositalmente excedidos no tecido-alvo (tumor). Os efeitos determinísticos são
influenciados por taxas de doses, sendo que taxas menores possibilitam tempo suficiente para
ações de recuperação (mecanismos de reparo e repopulação celular). Medula óssea, gônadas
e lentes dos olhos são os tecidos mais sensíveis para efeitos determinísticos.

Dosimetria
No que diz respeito a procedimentos diagnósticos, é possível trabalhar com segurança
baseando-se em protocolos de rotina que utilizam estimativas de doses para grupos homogêneos
de pacientes, estabelecidas por ocasião de ensaios clínicos. Em relação aos radiofármacos,
as doses absorvidas para cada órgão ou tecido podem ser estimadas valendo-se de dados
publicados ou medindo diretamente a atividade do radionuclídeo no corpo humano, por meio
de métodos de Biodosimetria (coleta de amostras biológicas) ou quantificação da atividade
através de um conjunto de imagens.
No caso da Radioterapia, levam-se em conta, ao mesmo tempo, a segurança do paciente
e a garantia da qualidade dos tratamentos; são feitos planejamentos com dados complexos de
imagens, para que a dose liberada no volume-alvo seja a máxima possível, mas poupando
as estruturas normais adjacentes.
Quando as doses não podem ser medidas diretamente, são usados simuladores, que
representam tamanho e composição dos órgãos de adultos, adolescentes ou crianças, com
base em estudos anatômicos. Por meio desses simuladores, podem-se calcular todas as
interações físicas da radiação com o meio absorvedor e construir fatores de conversão da
atividade administrada em doses absorvidas em órgãos e tecidos. Esses fatores dependem do
tipo de radiação, da energia emitida por interação, da massa do órgão-alvo e da geometria
dos simuladores.
A disponibilidade de dados de indivíduos submetidos a tomografias computadorizadas
permitiu desenvolver simuladores tridimensionais para representar indivíduos reais, e não
apenas um indivíduo médio dentro de uma população. Os avanços na tecnologia dos
equipamentos e dos sistemas de aquisição de imagens permitem que os métodos de dosimetria
sejam aperfeiçoados. Desta forma, incertezas nas estimativas de doses individuais podem
ser reduzidas.

59
SUGESTÕES DE LEITURA

Os conceitos de Física Nuclear e suas aplicações, discutidos neste livro, podem ser
encontrados em livros básicos, como, por exemplo:

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Física. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996. v. 4.
HEWITT, Paul G. Física conceitual. 11. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
LUZ, Antônio Máximo Ribeiro da; ALVARENGA, Beatriz Gonçalves de. Física: volume
único. São Paulo: Scipione, 1997.
OKUNO, Emico. Radiações: efeitos, riscos e benefícios. São Paulo: Harbra, 1988.
OKUNO, Emico; YOSHIMURA, Elisabeth Mateus. Física das radiações. São Paulo:
Oficina de Textos, 2010.
PIRES, Antônio Sérgio Teixeira; CARVALHO, Regina Pinto de. Por dentro do átomo:
física de partículas para leigos. São Paulo: Livraria da Física, 2014.
TAHUATA, Luiz et al. Radioproteção e dosimetria: fundamentos. Rio de Janeiro:
Instituto de Radioproteção e Dosimetria, 2014.
ZAMBONI, Cibele Bugno. (Coord.). Fundamentos da física de nêutrons. São Paulo:
Livraria da Física, 2007.

Algumas páginas da internet oferecem informação sobre a energia nuclear e suas aplicações:

a) Páginas em português:
CARDOSO, Simone Coutinho; BARROSO, Marta Feijó. Rápida introdução à física
das radiações. Rio de Janeiro: UFRJ. Disponível em: <http://www.if.ufrj.br/~marta/
cederj/radiacoes/>. Acesso em: maio 2017.
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR. Saúde.
Disponível em: <http://www.cdtn.br/saude>. Acesso em: maio 2017.
INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES. Material de aula.
Disponível em: <https://www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=132>. Acesso
em: maio 2017.
61
NOUAILHETAS, Yannick. Radiações ionizantes e a vida: apostila educativa. Rio de
Janeiro: Comissão Nacional de Energia Nuclear. Disponível em: <http://www.cnen.gov.
br/images/cnen/documentos/educativo/radiacoes-ionizantes.pdf>. Acesso em: maio 2017.

b) páginas em inglês:
AUSTRALIAN NUCLEAR SCIENCE AND TECHNOLOGY ORGANISATION.
Production and decay of radioisotopes: a resource for NSW HSC chemistry and physics
teachers and students. Nov. 2011. Disponível em: <http://ansto.gov.au/__data/assets/pdf_
file/0004/63229/Production_and_Decay_of_Radioisotopes.pdf>. Acesso em: maio 2017.
INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Cyclotron produced radionuclides:
principles and practice. Viena: IAEA, 2008. (Technical reports series, n. 465). Disponível
em: <http://www-pub.iaea.org/MTCD/publications/PDF/trs465_web.pdf>. Acesso em:
maio 2017.
INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLOGICAL PROTECTION.
Publications. Disponível em: <http://www.icrp.org/publications.asp>. Acesso em: maio
2017.
NUCLEAR SCIENCE WALL CHART. Guide to the Nuclear Wall Chart. Disponível
em: <http://www2.lbl.gov/abc/wallchart/guide.html>. Acesso em: maio 2017.
PODGORSAK, E. B. (Ed.) Radiation oncology physics: a handbook for teachers and
students. Vienna: International Atomic Energy Agency, 2005. Disponível em: <http://
www-pub.iaea.org/mtcd/publications/pdf/pub1196_web.pdf>. Acesso em: maio 2017.
UNITED NATIONS SCIENTIFIC COMMITTEE ON THE EFFECTS OF ATOMIC
RADIATION. Publications. Disponível em: <http://www.unscear.org/unscear/en/
publications.html>. Acesso em: maio 2017.

62
© Rodrigo Gadelha Gontijo

Regina Pinto de Carvalho é professora e pesquisadora aposentada do Departamento


de Física da UFMG, onde sempre procurou divulgar a Física em todos os níveis, por meio da
orientação de estudantes ou treinamento de futuros professores. Essa preocupação continua
até hoje, dentro e fora da Universidade, com a capacitação de professores e a publicação de
livros de popularização da Física ou de apoio ao professor do ensino médio. Regina nasceu
em Belo Horizonte, em 1950, onde vive atualmente, depois de ter trabalhado e estudado
em outras cidades do Brasil e do exterior. Tem dois filhos e três netos.

Silvia Maria Velasques de Oliveira é graduada em Física pela UFRJ e doutora em


Biologia pela UERJ. É pesquisadora aposentada da Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN), onde trabalhou em licenciamento, normatização e fiscalização de instalações
médicas e industriais e realizou pesquisas em Física Médica e Dosimetria Individual. Foi
consultora da Agência Internacional de Energia Atômica para controle de fontes de radiação
e ministrou diversos cursos para estudantes e para profissionais no país e no exterior.

63
Este livro foi composto com tipografia Bembo Std 13/16 .

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