Introdução à Probabilidade Solução: para facilitar a visualização do problema,

vamos montar uma tabela com os possíveis resultados

Probabilidade é um número real que exprime o quão
provável é a chance de ocorrer um particular resultado
de um experimento aleatório. Em sua essência, a
probabilidade é uma medida de incerteza.
Alguns dos exemplos mais comuns de experimentos
aleatórios estão relacionados a jogos, como é o caso
do lançamento de dados ou da seleção de cartas de
um baralho. Porém, dados e probabilidade também
estão presentes no nosso cotidiano! Quem nunca se
pegou olhando a previsão do tempo e a probabilidade
de chuva, antes de marcar uma saída com os amigos
ou um evento a céu aberto?
dos lançamentos dos dois dados. Nela, teremos:
• linhas numeradas de 1 a 6, relativas ao
lançamento de um dos dados, digamos, D1;
• colunas numeradas de 1 a 6, relativas ao
lançamento do outro dado, digamos, D2;
• cada campo dessa tabela representará o
resultado obtido pelo cruzamento de uma linha
e uma coluna, isto é, a soma dos valores
obtidos em D1 e D2.
Dessa forma, temos:
D1\D2 1 2 3 4 5 6

O estudo de probabilidades, entretanto, vai muito além 1 2 3 4 5 6 7

e pode ser utilizado em situações mais complexas,
como é o caso da Teoria das Filas. Tal teoria busca 2 3 4 5 6 7 8
calcular a quantidade de recursos e a maneira de
disponibilizá-los para que uma fila de solicitação de 3 4 5 6 7 8 9
serviços seja atendida, com investimento mínimo de
recursos e tempo mínimo de espera por parte dos 4 5 6 7 8 9 10
clientes da fila. Alguns exemplos são:
5 6 7 8 9 10 11
• Determinar o número de caixas num
supermercado ou banco, por faixa de horários; 6 7 8 9 10 11 12
• Determinar o número de pistas num aeroporto;
• Determinar a quantidade de equipamentos Note que, dos 36 resultados possíveis para o resultado
telefônicos necessários para atender uma área do experimento aleatório, o menor é igual a 2 (caso
geográfica. tenhamos o 1 como resultado em ambos os dados), o
maior é igual a 12 (6 como resultado em ambos os
Mas, antes de iniciarmos de fato o estudo de dados) e, o mais frequente, igual a 7, por poder ser
probabilidades, gosto sempre de trazer alguns obtido de seis formas diferentes, conforme destacado
problemas, dos mais simples aos mais complexos, acima.
para que possamos refletir acerca das chances de
ocorrência de determinados eventos e, por vezes, nos Desse modo, se você precisasse apostar em um
chocarmos com resultados que são completamente número como resultado do experimento aleatório, você
contraintuitivos, apesar de matematicamente corretos. deveria apostar no 7. Como veremos adiante, no
estudo de probabilidade, diremos que a probabilidade
6 1
de ocorrência do 7 é igual a ou , o que
Exemplo 1 36 6
corresponde a, aproximadamente, 16,67%.
Um experimento aleatório consiste no lançamento de
dois dados convencionais honestos, com seis faces
numeradas de 1 a 6, observando-se os valores obtidos
Observação: nesta aula serão deixados 5 exercícios
nas faces voltadas para cima. O resultado do
para que vocês reflitam sobre probabilidades e
lançamento é a soma dos números escritos nas faces
chances de ocorrência! Vocês não devem gastar
voltadas para cima.
horas tentando resolvê-los! Dois deles, inclusive, são
Qual é o menor resultado possível nesse experimento considerados problemas de nível avançado em
aleatório? Qual é o maior resultado possível? E, probabilidade! Então, relaxem, reflitam brevemente
principalmente: se você precisasse apostar em um sobre cada um dos exercícios e sigam com os seus
resultado, em qual apostaria? estudos!

Probabilidade 1 | Introdução à Probabilidade | Prof. Fredão

 Exercícios
Exercício 1
Um experimento aleatório consiste em lançar, 10 vezes
seguidas, uma moeda honesta, cujos possíveis
resultados são cara (K) ou coroa (C).
Nesse experimento aleatório, qual das duas
sequências abaixo é a mais provável:
Sequência 1: K K K K K K K K K K
Sequência 2: K C C K C K K C K C
Exercício 2
Um pesquisador, interessado em estimar a proporção
de pessoas que já experimentaram algum tipo de droga
ilícita em uma cidade, percorre alguns bairros da
cidade, entrevistando os seus moradores. A cada
morador, o pesquisador pede que lance uma moeda,
observando a face voltada para cima, sem mostrar ou
dizer o resultado ao pesquisador.
Caso o resultado obtido seja cara, o morador deverá
responder apenas “sim” ou “não” à pergunta: “Você já
experimentou algum tipo de droga ilícita?".
Caso o resultado obtido seja coroa, o morador deverá
responder apenas “sim” ou “não” à pergunta: “Você
nasceu em um ano par?".
Ao repetir o processo com 2 000 moradores, escolhidos
aleatoriamente, o pesquisador obteve 800 “sim” e 1 200
“não”, estimando, com certa margem de confiança, a
proporção de moradores da cidade que já
experimentaram algum tipo de droga ilícita.
Qual seria essa proporção? E, além disso, o que você
acredita que tenha motivado o pesquisador a pedir para
que a pessoa lançasse uma moeda antes de dar uma
resposta, ao invés de apenas perguntar “Você já
experimentou algum tipo de droga ilícita?"?
Exercício 3 (Problema dos Pontos de Cardano)
Dois jogadores de mesma habilidade disputam um
prêmio de R$ 2 000,00 em uma série de partidas: o
primeiro a obter 10 vitórias ganha o prêmio. O jogo é
interrompido quando o jogador A tem 9 vitórias e o
jogador B, 7 vitórias. Na sua opinião, qual é a maneira
mais justa de se dividir o prêmio, caso não seja possível
prosseguir com o jogo?
Probabilidade 1 | Introdução à Probabilidade | Prof. Fredão
Exercício 4 (Problema de Monty Hall)
Um apresentador mostra três portas fechadas,
numeradas de 1 a 3, a um concorrente, dizendo que
atrás de uma delas há um carro e, atrás das outras
duas, um bode. O concorrente escolhe uma porta e o
apresentador, então, abre uma das outras duas portas,
mostrando que, atrás dela, está um bode.
Restam duas portas: uma delas contém um prêmio que
será dado ao participante (carro) e, a outra, um bode.
Nesse momento, o apresentador pergunta ao
concorrente: “Você deseja manter a sua porta ou trocar
de porta?”.
O que você faria no lugar do concorrente? Você trocaria
de porta ou manteria a sua opção inicial? Além disso:
existe alguma diferença entre manter a porta ou trocar
de porta? Alguma dessas decisões é capaz de
aumentar a chance de conquistar o prêmio (carro)?
Exercício 5 (Paradoxo do Aniversário)
Em uma sala de aula, definimos como “gêmeas”, duas
pessoas que tenham o mesmo dia e mês de
nascimento, independentemente do ano. Por exemplo:
uma pessoa A, nascida no dia 18/09/2009, pode ser
dita “gêmea” de uma pessoa B, nascida no dia
18/09/2008. Considere que todas as datas de
aniversário sejam equiprováveis (isto é, que tenham a
mesma chance de ocorrência).
Em uma sala de aula com 35 alunos, na qual não há
irmãos gêmeos, e nenhum aluno nascido em 29 de
fevereiro (o que ocorre apenas em anos bissextos),
como você classificaria a chance de encontrarmos,
pelo menos, um par de “gêmeos”:
• baixíssima (inferior a 20%)?
• baixa (de 20% a 50%)?
• alta (de 50% a 80%)?
• altíssima (superior a 80%)?
 Gabaritos e Soluções Exercício 5 (Paradoxo do Aniversário)
Solução: Na realidade, em uma sala com 23 alunos já
passa a ser mais provável a existência de “gêmeos” do
Exercício 1 que a não existência.
Solução: As duas sequências são equiprováveis.
Tendemos a pensar que a Sequência 2 é mais
provável, por estar mais “bem distribuída”, mas a
verdade é que ambas têm a mesma chance de
1
ocorrência: . Por outro lado, podemos, sim, dizer
1024
que é mais provável saírem cinco caras e cinco coroas
do que dez caras, dadas as permutações do 1º caso.

Exercício 2
Solução: É possível estimar que a proporção de
moradores que já experimentaram algum tipo de droga
ilícita é aproximadamente igual a 30%. A sugestão de
lançar a moeda antes tem como princípio minimizar
possíveis respostas falsas, uma vez que o
entrevistador não saberá a qual das duas perguntas o
entrevistado responderá.
A probabilidade de sair cara ou coroa em uma moeda
é a mesma (50%), assim como a de uma pessoa
nascer em um ano par ou ímpar (50% cada). Logo,
teríamos cerca de 1 000 pessoas respondendo à
pergunta sobre a utilização de drogas e outras 1 000 à
pergunta sobre o nascimento em um ano par. Com
relação ao ano par, seriam esperados 500 “Sim”. Logo,
os outros 300 “Sim” devem ter vindo da pergunta
relacionada às drogas ilícitas, de um total de 1 000
respondentes, totalizando os 30% sugeridos.

Exercício 3 (Problema dos Pontos de Cardano)

Solução: O critério de justiça, do ponto de vista
probabilístico, deve levar em considerar as
probabilidades de ocorrência que poderiam acontecer
caso o jogo prosseguisse. Nesse cenário, a
probabilidade de que o jogador B obtivesse três vitórias
consecutivas (única forma de ele ganhar o prêmio)
seria de 12,5%. Dessa forma, devemos premiar o
jogador A com R$ 1 750,00 (87,5%) e o jogador B com
R$ 250,00 (12,5%).

Exercício 4 (Problema de Monty Hall)

Solução: Por mais contraintuitivo que pareça, mudar
de porta duplica as chances de vitória,
independentemente da porta escolhida inicialmente.
Teremos uma aula no Nível 3 dedicada,
exclusivamente, a esse problema.

Probabilidade 1 | Introdução à Probabilidade | Prof. Fredão