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JULHO 2015
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FUNDAMENTAÇÃO
O Ministério da Saúde aprovou a Estratégia e Plano de Acção para a Saúde Mental em Março de
2006, constituindo-se como uma ferramenta essencial e orientadora para as futuras realizações
nesta área. Deste modo, a gestão da Saúde Mental implica, não só a gestão dos
estabelecimentos, mas principalmente a administração e gestão dos cuidados e serviços de
Saúde Mental a prestar à população.
A existência de uma Lei de Saúde Mental visa criar um instrumento legal e de referência com
finalidade de contribuir para a protecção, assistência e salvaguarda dos direitos do sujeito com
perturbação mental, suas famílias e à sociedade em geral e sobretudo, facilitar a integração da
saúde mental nos cuidados de saúde geral e na comunidade.
A presente Lei visa também a criação de mecanismos legais para responder aos aspectos do
tratamento médico, assistência psicossocial do sujeito com perturbação mental, aspectos
essenciais se considerarmos os dados actuais e relevantes sobre a prevalência de tais
perturbações na população moçambicana.
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Pretende-se melhorar e potenciar da melhor forma possível o acolhimento, atendimento
psiquiátrico, psicossocial à população que depende das nossas instituições para cuidar da sua
saúde mental, bem como proteger os direitos civis daqueles que sofrem de doença mental.
Pretende-se assegurar o respeito pelos Direitos Humanos e Civis do sujeito com perturbação
mental, promover estratégias de saúde mental que visam a reestruturação da assistência em
saúde mental, promoção da vigilância e defesa dos direitos humanos do sujeito com perturbação
mental, de acordo com as legislações nacionais e respectivos compromissos internacionais (carta
de princípios sobre a protecção de pessoas acometidas de Perturbação mental, da ONU, de 17 de
Dezembro de 1991).
No que se refere à implementação, a Lei será implementada de forma faseada. Numa primeira
fase em que se vai traçar as prioridades em termos de criação de condições para a implemntação
que devem passar necessariamente pela formação e capacitação do pessoal, divulgação nos
vários quadrantes (saúde e comunidade, entidades que participarão na sua implemntação).
Estas actividades vão correr paralelamente com as campanhas de sensibilização para os direitos
dos sujeitos com perturbação mental e outros aspectos relacionados com a doença mental e
tratamento de forma a melhorar a compreensão e diminuir o estigma na população em geral.
A outra actividade deverá ser a criação de capacidade em termos de unidades que possam
suportar a referida Lei (integração da saúde mental nos cuidados de saúde e nos cuidados de
saúde primários), criação de pequenas unidades de dia e outras especializadas (adolescentes,
jovens, idosos) o mais próximo das comunidades.
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CAPÍTULO I
ARTIGO 1
(Objectivos)
ARTIGO 2
(Âmbito de aplicação)
1. Os direitos e a protecção do sujeito com perturbação mental, devem ser assegurados sem
qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção
política, nacionalidade, idade, família, recursos económicos e ao nível de gravidade ou tempo de
evolução da sua perturbação, em um ou mais contextos abaixo:
a) Na comunidade,
b) Nas unidades sanitárias,
c) Nos locais de trabalho,
e) Nas escolas.
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ARTIGO 3
(Princípios gerais de política de Saúde Mental)
1. Sem prejuízo do disposto na nas leis de bases da saúde, devem observar-se os seguintes
princípios gerais:
a) A prestação de cuidados de saúde mental é promovida prioritariamente na comunidade, o
mais próximo do ambiente familiar de forma a facilitar a sua reabilitação e inserção social;
b) Os cuidados de Saúde mental são prestados no meio menos restritivo possível;
c) O tratamento de sujeitos com perturbação mental em regime de internamento ocorre
tendecialmente, em hospitais gerais;
d) No caso de sujeitos com perturbação mental que careçam de reabilitação psicossocial, a
prestação de cuidados é assegurada, de preferência em estruturas residenciais, centros
de dia e unidades de treino e reinserção profissional, inseridos o mais próximo da
comunidade e adaptados ao grau específico de autonomia dos doentes.
2. Nos casos previstos na alínea d) do número anterior, os encargos com os serviços
prestados noâmbvito da reabilitação social, apoio residencial, e reinserção profissional
são compartilhados em termos a definir pelos membros do governo que tutelam a saúde,
acção e segurança social, trabalho e educação.
3. A prestação de cuidados de saúde mental é assegurada por equipas multidisciplinares
habilitadas a responder, de forma coordenada, aos aspectos médicos, psicológicos,
sociais, de enfermagem e de reabilitação.
ARTIGO 4
(Determinação de uma perturbação mental)
a) A determinação de que um sujeito sofre de uma perturbação mental deve ser feita de acordo
com os padrões e critérios médicos aceites internacionalmente, nomeadamente: o CID-10 e
DSM-IV.
b)A deteminação de uma perturbação mental nunca deve ser feita com base no status económico,
político ou social, pertença a um grupo cultural, racial ou religioso, ou por qualquer outra razão,
não directamente relevante para o estado de saúde mental da pessoa.
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ARTIGO 5
(Padrões de assistência)
1. O exame médico
a) Na área da psiquiatria deve ser realizado pelo médico psiquiatra, técnico de psiquiatria ou
profissionais da área da saúde capacitados e nenhum sujeito será compelido a submeter-se a tal
exame com o objectivo de determinar se apresenta ou não perturbação mental, se não de acordo
com os procedimentos autorizados por lei.
b) Em casos excepcionais, poderão ser submetidos ao exame médico sujeitos que não têm
consciência ou crítica do seu estado, mas que por motivos clínicos e de diagnóstico seja
necessário obter-se informação clínica. Incluí-se o exame psiquiátrico de menores, sujeitos em
estado de descompensação psicótica e sem crítica.
e) A avaliação na área da Psiquiatria e Saúde Mental pode ser complementada através de outros
exames médicos e psicológicos, que contribuem para um diagnóstico mais preciso e conclusivo.
2. Assistência
a) Todo o paciente tem o direito de receber cuidados sociais e de saúde adequadas as suas
necessidades e deve-se proporcionar um tratamento e cuidados de acordo com os modelos de
intervenção de eficácia comprovada. Sempre que possível e necessário do ponto de vista clínico,
devem ser utilizados outros métodos e técnicas similares aos fornecidos a pessoas com outros
problemas de saúde;
b) Todo o paciente será protegido de danos e da medicação não justificada, de violência por parte
da equipa técnica, de funcionários e de outros pacientes;
3. Tratamento
a) Todo o sujeito tem o direito de receber assistência médica nos casos de perturbação e doença
mental, mesmo que o próprio não tenha crítica e consciência do seu problema; b) O sujeito com
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Perturbação Mental poderá ser submetido a internamento e tratamento compulsivo perante
situações evidentes de risco para si e para outrém;
c) O tratamento deverá ser realizado na comunidade sempre que possível, mas pode ser exercido
nas unidades especializadas, através de desenho de programas terapêuticos individualizados e
dirigidos às necessidades específicas dos sujeitos.
CAPÍTULO II
(PRINCÍPIOS GERAIS)
ARTIGO 6
(Liberdades fundamentais e direitos básicos)
a) Todos os sujeitos têm direito à melhor assistência disponível em saúde mental, que deverá ser
parte do sistema de cuidados de saúde e sociais;
c) Os sujeitos que sofrem de perturbação mental ou que estejam sendo tratados como tal, devem
ser tratados com humanidade e respeito pela sua dignidade humana;
d) Os sujeitos que sofrem de perturbação mental, têm o direito à protecção contra a exploração
económica, violência física, psicológica e sexual ou de qualquer outro tratamento desadequado;
e) Não serão consideradas discriminatórias, quaisquer outras medidas especiais com a única
finalidade de proteger os direitos ou garantias do desenvolvimento do sujeito sofrendo de uma
perturbação mental;
f) O sujeito com perturbação mental tem o direito de exercer todas as responsabilidades e direitos
civis, políticos, económicos, sociais e culturais, reconhecidos pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos, pela Convenção Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais,
bem como outros instrumentos relevantes tais como: a declaração de direitos de pessoas
incapacitadas, princípios para a protecção de todas as pessoas sob qualquer forma de detenção
ou aprisionamento;
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h) O sujeito cuja capacidade esteja afectada, não podendo por si próprio assumir suas
responsabilidades, terá o direito a um representante legal. Tal representação deverá estar isenta
de qualquer tipo de remuneração enquanto o paciente não dispor de meios.
j) Nos casos em que o tribunal ou outras instâncias competentes decidirem sobre a incapacidade
do sujeito, para gerir os seus próprios assuntos, deve-se garantir a protecção dos seus interesses
e necessidades.
ARTIGO 7
(Atendimento aos sujeitos com perturbação mental)
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i) Tratamento, preferencialmente, em Serviços Comunitários de Saúde Mental, de forma a
evitar o afastamento do seu meio habitual e a facilitar a sua reabilitação e inserção social;
j) No caso de sujeitos que fundamentalmente careçam de reabilitação psicossocial, estes
têm o direito a cuidados em estruturas residenciais, centros de dia e unidades de treino e
reinserção profissional, inseridos ou não na comunidade e adaptados ao grau específico
de autonomia dos sujeitos;
ARTIGO 8
(Das responsabilidades do Estado)
1. É da responsabilidade do Estado:
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termos a definir pelos órgãos do governo responsáveis pelas áreas da saúde,
segurança social, acção social e trabalho, educação e justiça;
h) A Integração do tratamento dos sujeitos com perturbação mental nos cuidados de
saúde em geral e nos cuidados de saúde primários especificamente;
ARTIGO 9
(Direitos e deveres do utente)
1. Direitos:
1.1. Sem prejuízo do previsto na Política Nacional de Saúde, os utentes dos serviços de saúde
mental tem o direito de:
a) Ser informados (paciente e família) de forma adequada, dos seus direitos, bem como do
plano terapêutico proposto e seus efeitos previsíveis;
b) Receber tratamento e protecção, no respeito pela sua individualidade e dignidade;
c) Decidir receber ou recusar as intervenções diagnósticas e terapêuticas propostas, salvo
quando for caso de internamento e tratamento compulsivo ou em situações de urgência
em que a não intervenção criaria riscos comprovados para o próprio e para terceiros;
d) Recusar o tratamento com a electroconvulsivoterapia sem o consentimento escrito do
próprio ou do responsável;
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b) Os familiares e as equipas multidisciplinares devem ser envolvidos no desenvolvimento da
política e legislação de saúde mental, bem como no planeamento dos serviços de saúde
mental;
c) Os familiares e as equipas multidisciplinares têm direito ao apoio e serviços de que
necessitam ao cuidar de uma pessoa com transtorno mental;
d) Os familiares e as equipas multidisciplinares devem contribuir para a formulação e
implementação de um plano de tratamento para o paciente, especialmente se o paciente
é incapaz de o fazer de forma autónoma;
ARTIGO 10
(Princípios sobre a protecção de menores)
1. São menores as pessoas de ambos os sexos enquanto não perfizerem dezoito anos de
idade1.
2. Nos casos de menores com perturbação mental, devem ser tomadas medidas adequadas
que possam garantir o tratamento, protecção e desenvolvimento social, psicomotor e
cognitivo em função da perturbação específica.
3. Deve-se garantir que os menores sejam colocados em lugares diferenciados dos adultos
e que o ambiente em estabelecimentos de saúde mental seja apropriado à idade e
necessidades dos menores (por exemplo, fornecimento de uma área de lazer, brinquedos
e actividades recreativas próprios para a idade, acesso a escolarização e educação).
4. Em Instituições de saúde mental que alberguem crianças, estas devem ter acesso aos
meios técnicos que possibilitem a sua socialização, estimulação e reabilitação,
5. As crianças devem usufruir de suporte de técnicos e profissionais especializados.
ARTIGO 11
(Vida em comunidade)
1. Todos os sujeitos com perturbação mental, tem o direito de trabalhar tanto quanto possível na
comunidade ou em condições semelhantes, salvo indicações clínicas e/ou legais (o trabalho deve
ser competitivo ou protegido);
2. Todo o sujeito tem o direito de ser tratado e cuidado tanto quanto possível na comunidade onde
vive;
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Nos termos do artigo 122 do Código Civil vigente na República de Moçambique
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3. Nos casos em que o tratamento for realizado em um estabelecimento de saúde, o sujeito tem o
direito, sempre que possível de ser tratado próximo da sua residência ou de seus parentes para
permitir um retorno a comunidade o mais breve possível.
ARTIGO 12
(Papel da cultura)
Todos os sujeitos têm o direito a receber tratamento adequado à sua tradição cultural, sem que
este aspecto prejudique o processo de tratamento.
ARTIGO 13
(O Internamento nos Serviços de Saúde Mental)
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a) O sujeito com perturbação mental grave que crie, por força dela, uma situação de perigo
para bens jurídicos, de relevante valor, próprios ou alheios, de natureza pessoal e recuse
submeter-se ao necessário tratamento médico pode ser internado em estabelecimento
adequado.
b) Pode ainda ser internado o sujeito com perturbação mental que não possua o
discernimento necessário para avaliar o sentido e alcance do consentimento, quando a
ausência de tratamento deteriore de forma acentuada o seu estado.
ARTIGO 14
(Modalidades de internamento)
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b) O término do internamento involuntário dar-se-á por determinação do médico assistente.
4. Internamento de urgência: o sujeito que sofre de uma perturbação mental pode ser internado
de urgência, sempre que, verificando-se os pressupostos dos números 2 e 3 do presente artigo,
exista perigo eminente para os bens jurídicos aí referidos, nomeadamente, por deterioração aguda
do seu estado.
ARTIGO 15
(Direitos e deveres do internado)
1. O Sujeito internado com perturbação mental mantém os mesmos direitos e deveres que os
outros pacientes com outras perturbações em qualquer unidade sanitária ou outro
estabelecimento de saúde;
2. O internado goza, em especial de:
a) Ser informado e, sempre que necessário, esclarecido sobre os direitos que lhe assistem;
b) Ser esclarecido sobre os motivos do internamento;
c) Ser assistido pelo seu representante legal constituído ou nomeado, podendo comunicar em
privado com este;
d) Recorrer da decisão de internamento e da decisão que o mantenha internado;
e) Votar nos termos da lei eleitoral vigente;
f) Enviar e receber correspondência, salvo se estiver contra-indicado;
g) Ser tratado com dignidade humana;
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h) Solicitar e receber visitas de colegas, familiares, amigos e outros, salvo se estiver contra-
indicado pela equipa médica;
ARTIGO 16
(Substituição do Internamento)
O internamento é substituído por tratamento em regime ambulatório sempre que seja possível
manter esse tratamento em liberdade, sem prejuízo do disposto na lei.
ARTIGO 17
(Dos Estabelecimentos de Saúde Mental)
3. Qualquer estabelecimento privado de saúde poderá receber sujeitos com perturbação mental,
desde que reúnam condições estipuladas para esse fim.
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- Serviço de psiquiatria e saúde mental com pessoal formado e qualificado na área (psiquiatra ou
técnico de psiquiatria, Psicólogo Clínico, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e outros
profissionais);
- Equipamento adequado para diagnóstico, assistência e reabilitação;
- Condições físicas adequadas.
CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
ARTIGO 18
(Responsabilidades para a Implementação)
Caberá aos Ministros da Saúde, da Mulher e Acção Social, da Educação e Cultura, do Trabalho,
da Justiça, das Finanças, Transporte e Comunicações e do Interior, regular a implementação
desta Lei.
GLOSSÁRIO
a) Perturbação mental
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É um síndrome ou padrões comportamentais ou psicológicos clinicamente significativos que
ocorrem num sujeito, e que estão associados a ansiedade actual (por exemplo um sintoma
doloroso) ou uma incapacidade em uma ou várias áreas importantes de funcionamento, ou com
um risco significativamente aumentado de sofrer, morte, dôr, incapacidade ou perda importante de
liberdade.
A pesar desta definição, o conceito de perturbação mental, tal como muitos outros conceitos na
medicina e nas outras ciências, carece de uma definicão operacional sólida que englobe todas as
situações. Segundo o CID-10 (Classificação Internacional das Doenças mentais), o termo
«transtorno» ou «perturbação» é usado de forma a evitar problemas ainda maiores inerentes ao
uso de termos tais como «doença» ou «enfermidade».
Transtorno ou perturbação são sinónimos em termos de uso na clínica e apesar de não serem
termos exactos, são usados para indicar um “conjunto de sintomas ou comportamentos
clinicamente reconhecíveis associados, na maior parte das vezes, a sofrimento e interferência
com funções pessoais”.
b) Deficiência mental;
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Qualquer das múltiplas alterações adversas do estado de equilíbrio bio-psico-social e que
provocam no indivíduo comprometimento psicológico associado, na maioria das vezes, a
sofrimento e interferência com as funções pessoais.
e) Desgaste Emocional;
Termo que designa uma síndrome caracterizada por exaustão física e emocional,
despersonalização, percepção (real ou imaginária) de diminuição da capacidade laboral, sensação
de fracasso pessoal e insónia. Pode-se encontrar associada a depressão, e a uma
susceptibilidade aumentada para doenças físicas, consumo de substâncias e suicídio; reacção de
stresse frente a exigências inexoráveis, exigèncias emocionais, associadas ou não ao trabalho.
f) Perturbação da personalidade;
Personalidade refere-ase ao modo e características de funcionamento psicológico. Quando as
características da personalidade são inflexíveis e inadaptadas, causando comprometimento
funcional significativo e por vezes também sofrimento subjectivo, estamos em presença de
perturbações da personalidade
g) Abuso de substâncias,
A característica essencial do Abuso de Substâncias é um padrão mal-adaptativo de uso de
substâncias, manifestado por conseqüências adversas recorrentes e significativas relacionadas ao
uso repetido da substância. Pode haver um fracasso repetido em cumprir obrigações importantes
relativas a seu papel, uso repetido em situações nas quais isto apresenta perigo físico, múltiplos
problemas legais e problemas sociais e interpessoais recorrentes (Critério A). Esses problemas
devem acontecer de maneira recorrente, durante o mesmo período de 12 meses. À diferença dos
critérios para Dependência de Substância, os critérios para Abuso de Substância não incluem
tolerância, abstinência ou um padrão de uso compulsivo, incluindo, ao invés disso, apenas as
conseqüências prejudiciais do uso repetido. Um diagnóstico de Abuso de Substância é cancelado
pelo diagnóstico de Dependência de Substância, se o padrão de uso da substância pelo indivíduo
alguma vez já satisfez os critérios para Dependência para esta classe de substâncias (Critério B).
Embora um diagnóstico de Abuso de Substância seja mais provável em indivíduos que apenas
recentemente começaram a consumi-la, alguns indivíduos continuam por um longo período de
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tempo sofrendo as conseqüências sociais adversas relacionadas à substância, sem
desenvolverem evidências de Dependência de Substância. A categoria Abuso de Substância não
se aplica à nicotina e à cafeína.
h)Cuidados sociais;
Cuidados sociais são uma variedade de serviços que podem ser providenciados para apoiar as
pessoas que precisam. Podem englobar habitação e actividades de lazer, diárias e apoio social;
alimentação e vestuário; educação, etc
i) Serviços comunitários;
Os Serviços de Cuidados Comunitários (Community care services) podem criar estruturas na
comunidade para oferecer apoio nas seguintes áreas: habitação com apoio ou independente,
cuidados num lar de idosos (residential care) ou serviços de descanso por curtos períodos de
tempo, (também conhecido como serviço de descanso para o assistente de cuidados (respite care
services); Cuidados de saúde – ajuda com cuidados de saúde ou necessidades a nível da saúde
mental; Cuidado pessoal – ajuda para alimentar-se, lavar-se e vestir-se; Necessidades sociais –
através de actividades de lazer, actividades diárias e trabalho de apoio social; Emprego – ajuda
para a pessoa se preparar para o mercado de trabalho ou emprego com apoio; Educação – ajuda
a nível da educação complementar (further education) ou educação para adultos; Finanças –
ajuda com bolsas e financiamento.
j) Centro de dia - Instituição que presta um conjunto de serviços desenvolvidos com condições
que contribuem para manter os sujeitos com perturbação mental na sua comunidade, recebendo
tratamento clínico, apoio psicológico, assistência social e terapia ocupacional;
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l) Lar – Instituição que consiste no alojamento colectivo, de utilização temporária ou permanente,
para sujeitos com perturbação mental em situação de maior risco de perda de independência e
autonomia quando não existem condições para o acolhimento familiar.
m) Residência protegida – Instituição destinada a alojar sujeitos com perturbação mental com
certa autonomia e independência quando não existem condições para o acolhimento familiar.
Podem-se criar outras estruturas clínicas e de suporte sempre que as condições o permitirem.
n) CAP - Centros de passagem para doentes compensados e sem apoio familiar/social;
Referências:
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