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Direito tributário I

Carol Cavalcante 8º P

Virginia Rugani

Tributo

1. Origens:
a. Antiguidade:
Grécia: Homens livres tributo-> escravidão – Sinal de Submissão.

Roma: Tributum -> Honra – dever social -> guerra

Na antiguidade o tributo surge como uma questão avessa a liberdade, os homens livres, eles
não pagam tributo, quem pagava eram os povos conquistados, os escravos, dando uma parte de
sua propriedade para o Estado ou a própria vida. Este era um sinal de submissão.

Já na Roma tinha essa visão do tributo também, no entanto, Roma inovou e surgiu o termo
tributo, que veio do ‘tributum’, aqui surgiu a ideia de que o Estado fosse entrar em guerra, os
cidadãos livres teriam que contribuir para que o Estado pudesse pagar a guerra e ganhar.

b. Idade Média:

Necessidade de concordância

Tributo como contrato

Soberania -> vassalo

Sr. Feudal -> Servo

Na idade média as relações de poder, eram entre soberano e o vassalo, então o tributo era uma
questão de concordância, não eram obrigados a pagar, era como se fosse um contrato, o vassalo
pedia segurança e pagava um tributo em troca disso. Era uma relação contratual facultativa.
Porém o tributo contribuiu com os feudos, a relação de contrato acabou ficando entre o senhor
feudal e o servo.

c. Absolutismo:
- Estado -> Ordem

- Tributo: forma de conduzir – Atividades dos súditos: instrumento.

Aqui as pessoas se uniram para conseguir ter uma ordem, por meio do Estado, aqui o Estado
vira o eu absoluto, e as vontades do rei vão ser satisfeitas pelos tributos. O tributo é uma
forma de conduzir as atividades dos súditos.

d. Liberalismo:

- Estado financiado por tributos, para garantir a segurança (Christiania) tributo como preço da liberdade do mercado.

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Temos um Estado financiado por tributos, este aqui é mínimo, o mercado é livre, temos um
Estado fiscal, aqui já entram com ideia de financiar o Estado para que este consiga prover a
segurança, o tributo é pago como o preço da liberdade do mercado.

Obs. A Christiania é uma cidade anárquica, no mundo foi fundada por hippies dentro da
Dinamarca.

e. Intervencionismo

- Estado → tributos

- Tributo: instrumento para que o Estado atinja suas finalidades

Aqui o Estado provê tudo, é o contrário do liberalismo, porem de toda forma, temos desde o
absolutismo que precisasse do Estado. Nesse momento, o Estado gasta mais, automaticamente
a carga tributária é maior. Aqui aparece preocupações de cunho social, e o tributo aparece com
duas funções importantes:

i. Função Distributiva: distribuição da renda visando redução de desigualdades. Todo


mundo vai contribuir para que depois consiga distribuir em serviços iguais para todos.
ii. Função alocativa: a incidência de tributos não é neutra, mas induz comportamentos.
Na hora que crio um tributo, estou induzindo comportamento.

f. Democrático de Direito

- Tributo: Limitação

Aqui o Estado diminui sua atuação, o tributo é uma limitação do poder de tributar do Estado. O
tributo precisa estar na lei de forma democráticas para limitar a atuação do Estado.

2. Direito tributário no Brasil


1.1. Surgimento: Surge na época do Governo Militar, com a ideia do Estado contra o cidadão,
e nesse momento começa a surgir alguns juristas tratando o direito tributário de forma
independente do direito financeiro. Usando este como instrumento para proteger o
cidadão contra o Estado ilegítimo. E esse contexto, ele existe nos tributaristas até o
dia de hoje. O Hugo de Brito Machado vai dizer que o Direito tributário é o ramo do
Direito Público que se ocupa das relações entre o fisco e contribuintes, limitando o poder
de tributos e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder. Até hoje vemos o
direito tributário como se fosse uma limitação, e não como uma possibilidade de
libertação. Já Paulo de Barros Carvalho, diz que o tributário é o ramo integrado pelo
conjunto de preposições jurídicos que correspondem a instituição arrecadação e
fiscalização dos tributos. Não fala em função alocativa, em função distributiva.
1.2. Norma de Direito Público: ele é uma norma de direito publico
a. Verticalização: o Estado decidindo acima do cidadão.

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b. Coatividade: o contribuinte não tem escolha de não pagar o tributo, não pagando
ele irá sofrer consequências.
c. Tutela de interesse público: quando temos uma tutela que impetra a população em
geral.
1.3. Deriva do Direito Financeiro: o tributo é uma forma de receita, receita derivada, (o
Estado pode ser financiado por duas formas, receita derivada e receita originaria, esta
é quando o próprio Estado consegue arrecadar por seus próprios bens, alugando uma
propriedade, entre outros. Já a derivada é quando o Estado constringe patrimônio de
terceiros para conseguir o financiamento ex. tributos e multas.
1.4. Ramo Autônomo: ele se relaciona com os outros direitos.
a. D. Constitucional: a CF que vai falar do poder de tributar e suas limitações.
b. D. Administrativo: PTA quando vc não concorda com o valor do IPTU vc pode
impugnar o valor para a própria prefeitura.
c. D. Penal: crimes tributários ex. sonegação de imposto.
d. D. Processual: se vc não pagou o tributo, vc vai ser executado ex. execução fiscal
e. D. Civil: este que vai nos ajudar a definir o fato gerador, ex. ITBI se quero vende
minha casa, vai incidir o ITBI, quem fala sobre a transmissão do imóvel entre
outros.
1.5. Fontes:
• CF
• Lei Complementar: art. 146 da CF fala que lei complementar vira para regulamentar
as questões dos tributos. CTN, 1966.
• Lei Ordinária = MP (art. 62 CF) é pela lei ordinária que os tributos são criados.
Para criar e majorar tributos tem que ser por lei ordinária. Medida provisória tem
o mesmo status de lei ordinária
• Resoluções:
• Tratados Internacionais: são importantes para evitar bitributação.
• Convênios: os Estados têm um convênio para que decidam se um Estado pode
diminuir ou aumentar o ICMS.
• Decretos:
• Instruções Normativos:
• Consultas
• Decisões-julgados
• Doutrina
3. O que é tributo? Art. 3 CTN nos dá o conceito: “Tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada".
Para melhor compreensão do conceito, um breve desmembramento deste:
• Prestação pecuniária compulsória: existe uma obrigação tributária entre o sujeito
passivo e ativo, o passivo é quem paga, o ativo é quem cobra. Essa prestação pecuniária
é dada ao Estado de forma compulsória. Isso significa que, diante de um tributo,
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ficam de fora as considerações relativas à autonomia da vontade, porque no caso do
tributo, estou em uma relação de subordinação com o Estado, e não em uma relação
de coordenação
• Moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: é um pouco redundante essa parte,
prestações pecuniárias são justamente aquelas em moeda.

Obs. A única exceção é a dação em pagamento com bem imóvel acontece no âmbito do PTA-
processo tributário administrativo - não deve ser nunca sua primeira opção.

• Não constitua sanção de ato ilícito: é exatamente neste ponto que reside a diferença
entre tributo e multa. Apesar de ambos serem receitas derivadas, a multa é, por
definição, justamente o que o tributo, também por definição, está proibido de ser: a
sanção, a penalidade por um ato ilícito.
• Instituído em lei: o tributo só pode ser criado por lei (complementar ou ordinária) ou
ato normativo de igual força (medida provisória). Isso decorre do princípio
democrático: como a lei é aprovada pelos representantes do povo, pode-se dizer, ao
menos teoricamente, que o povo só paga os tributos que aceitou pagar.
• Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada (é diferente de
discricionário que é a pessoa agir com conveniência e oportunidade): A vinculação da
atividade de cobrança do tributo decorre do fato de ele ser instituído por lei e se
configurar como uma prestação compulsória. A autoridade tributária não pode
analisar se é conveniente, se é oportuno cobrar tributo. A cobrança é feita de
maneira vinculada, sem concessão de qualquer margem de discricionariedade ao
administrador.

Obs. No Direto Tributário existem 3 significados para a palavra vinculada:


i. Conceito de tributo: a cobrança do tributo é atividade plenamente vinculada, já
explicado no tópico anterior. Ex. Todos os tributos
ii. Arrecadação do Tributo:
a. Vinculada – os recursos arrecadados só podem ser utilizados com despesas
determinadas. Ex. Empréstimos compulsórios.
b. Não vinculada – os recursos podem ser utilizados com quaisquer despesas
previstas no orçamento. Ex. Impostos.
iii. Hipótese de incidência = circunstância abstrata:
a. Vinculados – o fato gerador é uma atividade estatal específica relativa ao
contribuinte. Ex. Taxas e contribuições de melhoria.
b. Não vinculados – o fato gerador é uma situação independente d e qualquer atividade
estatal específica relativa ao contribuinte. Ex. Todos os impostos.
Obs. Fato gerador: é o que gera o tributo, é o nascer da obrigação tributária.

Obs. Fato gerador art. 114 e 115 CTN: circunstância abstrata é o que está na lei, mera discrição
do fato na lei (hipótese incidência) mais fato: ter efetivamente por ex. um imóvel para pagar
IPTU (fato gerador)
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https://youtu.be/xMmWo4eB7vY (música para conceito de tributário)

3.1. É tributo?
a. DPVAT: Não, porque é um seguro, é uma obrigação de natureza civil, ou seja, não vai
para o Estado.
b. Multa por atraso na DIRPF: não é tributo, não é sanção de ato ilícito, mas está inserido
na obrigação tributaria
c. FGTS (Sum. 353 STJ - "As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam
às contribuições para o FGTS".) Não, a arrecadação não fica para o Estado.
d. Aluguel de imóvel público: Não é tributo, não é obrigatório.
e. Prestação de serviço eleitoral: não é pecuniário. Ex. mesário de eleição
f. Imposto sobre a renda do tráfico: sim, dinheiro não tem cheiro, não olham a
procedência do seu dinheiro.
g. Imposto incidente por decreto: pode ter mitigação do princípio da legalidade, para os
impostos extrafiscais.
h. Contribuição sindical:
4. Recurso Originário x Derivado x Transferido: o Estado arrecada destas 3 formas:
• Originário: o Estado usa dos seus próprios meios para conseguir dinheiro, ex. aluguel
de imóveis públicos.
• Derivado: estes são os tributos e multas, o Estado constrangeu o bem alheio para
conseguir a renda.
• Transferido: o Estado é obrigado a transferir parcela de dinheiro para os Estados e
municípios.
5. Conceitos Preliminares:

Obs. O fato gerador tem uma obrigação acessória art. 115 e uma principal art. 144.

Obs. Fato deve corresponder a hipótese de incidência para nascer a obrigação tributária.

5.1. Regra Matriz: Antecedente e consequente (quantitativo): a regra tributaria vai versar
sobre o fato gerador do tributo. Ricardo Alexandre diz que o antecedente vai falar
sobre aspectos pessoais, temporais, espaciais e materiais, este vai falar se eu tiver uma
pessoa x e outra y, se eu tiver em um determinado momento, em tal lugar, com tal
aspecto material, quando tiver tudo isso vou ter que pagar, e aí vem o aspecto
consequente que é o quantitativo. O fato gerador tem 5 aspectos:
a) Pessoal
b) Temporal
c) Espacial
d) Material

5.1.1. Critério pessoal: Quem? Se é uma obrigação tenho o sujeito ativo e um passivo.
Aqui relaciona o sujeito passivo e o ativo da obrigação tributária, considerando o

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primeiro como o realizador do fato imponível, ou que tenha alguma ligação, e o
segundo sendo aquele apto juridicamente a figurar como pretensor do crédito
tributário
a) Sujeito ativo: art. 119 CTN: são os entes federados – quem vai cobrar ou
receber o tributo.
b) Sujeito Passivo: art. 121 CTN: quem paga tributo ou penalidade pecuniária. (A
multa ela também está dentro da obrigação tributária, mesmo não sendo
tributo)

Obs. Exceção: existem tributos parafiscais, estes são tributos que foram delegados a
entidades para que estas fizessem a cobrança. Ex. CREA, CRM. (quem recebe são as autarquias)

5.1.2. Critério material: Como? Como o fato gerador vai ocorrer. Este é a própria
essencialidade do fato descrito na hipótese de incidência. Ex. se eu tenho um carro
isso é um elemento material do fato gerador. Esses critérios podem ser:
a) Acontecimento econômico
b) Ato jurídico
c) Qualidade da pessoa: ex. doador, possuidor.
d) Atividade que a pessoa exerce
e) Titularidade de bens e direitos

Obs. Tem que representar um aspecto de capacidade contributiva.

5.1.3. Critério temporal: Quando? Se eu tiver uma casa antes do 1 de janeiro tenho que
pagar neste dia o IPTU.
a) Momento em que se considera constituída a obrigação tributaria
b) Instantâneo x continuo: continuo é o IPVA, IPTU que se renova todo ano, já o
instantâneo é o ITCD, paga apenas quando morre.
5.1.4. Critério Espacial: Onde? Onde vai ocorrer o fato gerador. Ele vai dizer quem é o
sujeito ativo.
a) Territorial: ex. IPVA é um imposto estadual, é onde ocorreu o fato gerador
que vai te dizer quem é o sujeito ativo
5.1.5. Critério Quantitativo: quanto?
a) Alíquota: percentual aplicado sobre a base de cálculo % ou fixo: a base de
cálculo é a grandeza sobre o qual vai incidir a alíquota, já a alíquota é a parte
que vou aplicar na base de cálculo. Ex. a base de cálculo do IPVA é a tabela
FIP. A alíquota pode ser fixa, ex. quando você vai autenticar um documento,
a taxa é fixa.
i. Proporcional: Se a alíquota é 4 % nesse caso vai aplicar a alíquota de 4%
independentemente do valor.

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ii. Progressivo: A alíquota varia de acordo com a base de cálculo ex. o carro
de 25 mil a alíquota seria 2%, a que tem 100 mil incide 7%, quanto maior a
base de cálculo, maior a alíquota. Ex. IR
iii. Regressivo: quanto maior a base de cálculo menor a alíquota. ex. IOF quer
incentivar que você deixou o dinheiro na sua poupança por mais tempo

---------------------------→

25 mil 40 mil 100 mil

6. Espécies de Tributo: o tributo é o gênero do qual temos 5 espécies:


a) Impostos
b) Taxas
c) Empréstimo compulsório
d) Contribuições de melhoria
e) Contribuições especiais

Estes são classificados, ajudando a ver se quando um poder público está criando uma obrigação
para o cidadão, essa obrigação vai se aproximar de qual tipo de espécie, e nesse sentido as
teorias de classificação ajudam.

6.1. Teorias que classificam os tributos:


6.1.1. Tripartite: separa as espécies tributarias em três, é isso que diz a CF
a) Vinculado: este se desdobra em dois. Vinculado a uma contraprestação do Estado
que pode ser direto ou indiretamente.
i. Direto: ex. taxas, toda vez que procuro o Estado para ele executar um
serviço, eu tenho que pagar uma taxa.
ii. Indireto: ex. contribuição de melhoria, existe uma contraprestação do
Estado que melhorou tal local, não foi pedido diretamente no caso do
Giordano em que pavimentaram a rua dele.
b) Não vinculado: ex. imposto, tenho que pagar porque tenho uma manifestação
econômica que é um fato gerador.

Obs. O art. 145 CF fala sobre 3 tributos, os outros dois estão nos demais artigo.

Obs. Essa teoria vai entender que as contribuições podem vir dentro do vinculado ou não
vinculado, a depender de seus atos, mas a CF reconhece-as como tributos.

Obs. O CTN veio antes da CF e ele também considera a teoria tripartite.

Obs. STF x CTN art. 4º, II CTN: o STF vai falar que CF vai abordar 5 espécies de tributos, e
que todos esses têm características especificas, a partir de então adotamos a teoria
quinquipartite. Já o art. 4 diz que temos que olhar fato gerador para qualificar tributo, mas o
inciso II diz que não é uma forma de qualificar a destinação do produto arrecadado, pois
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independe. Mais uma vez o CTN reforça a teoria tripartite, de forma que o inc. II não foi
recepcionado.

6.2. Quinquipartite: esta não anulou a tripartite, mas é a adotada pelo STF, ela acrescenta
dois tópicos a teoria tripartite:
a) Destinação do produto arrecadado: ex. contribuição especial, ou seja, ao dinheiro
arrecadado vai ser indicado para um lugar específico. Ex. CRM, CRO.
b) Restituição: ex. empréstimo compulsório, este e o único que tem restituição

Tributos em espécie

1. Impostos:
1.1. Art. 16 CTN diz que o tributo é não vinculado, independe de qualquer contraprestação
do Estado, que incidem sobre manifestações de riqueza do sujeito passivo.
• Caráter contributivo: (≠ das taxas que retributivo): as pessoas que manifestam
riqueza ficam obrigadas a contribuir com o Estado, fornecendo-lhe os recursos
de que este precisa para buscar a consecução do bem comum. Assim, aqueles que
obtêm rendimentos, vendem mercadorias, são proprietários de imóveis em área
urbana, devem contribuir respectivamente com a União (IR), com os Estados
(ICMS) e com os Municípios (IPTU). Estes entes devem usar tais recursos em
benefício de toda a coletividade, de forma que os manifestantes de riqueza
compulsoriamente se solidarizem com a sociedade a causa da obrigação tributária
do imposto é a solidariedade social. Essa solidariedade é bancada por quem tem a
manifestação de riqueza.

Riqueza -> Estado -> Bem comum (através de Politicas Publicas)

• Não afetação da arrecadação art. 167, IV CF (serviços universais): os impostos


servem para bancar serviços universais e não específicos. São tributos de
arrecadação não vinculada. Sua receita presta-se ao financiamento das atividades
gerais do Estado, remunerando os serviços universais que, por não gozarem de
referibilidade (especificidade e divisibilidade), não podem ser custeados por
intermédio de taxas.
• A CF informa os impostos (competência privativa, ou seja, cada ente pode instituir
os impostos descritos.)
a) União – 7: II, IE, IR, ITR, IPI, IOF, IGF
b) Estados – 3: IPVA, ICMS, ITCD,
c) Municípios – 3: IPTU, ITBI, ISSQN
• União tem competência residual art. 154, I, CF: esta diz respeito a União poder
criar impostos que a CF não nomeou, porem tem alguns requisitos a serem
seguidos: a) lei complementar (MP não serve aqui) i. não cumulativo ( IPI, ISSQN,
ICMS), quer dizer que o imposto so paga uma vez, ii. Fato gerador, iii. Base de

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cálculo, para a união poder criar um imposto ela não pode usar o mesmo fato
gerador, e não repita também a base de cálculo de nenhum dos impostos.
• União tem competência Extraordinária art. 154, II CF: a União detém a
competência para criar, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária. a União
poderá delinear como fato gerador dos Impostos Extraordinários de Guerra –
IEG – praticamente qualquer base econômica não imune, inclusive as atribuídas
constitucionalmente aos Estados, Municípios e Distrito Federal. Esta é uma das
únicas hipóteses de Bitributação, ou seja, tenho o mesmo fato gerador, e a mesma
base de cálculo pagando impostos para dois entes diferentes, constitucionalmente
autorizada.
• Lei complementar + Lei Ordinária -> Existência do imposto art. 156 CF: a
Constituição Federal exige que lei complementar de caráter nacional defina os
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes por meio de lei
complementar.
• Caráter pessoal dos impostos art. 145, §1 CCF: isso quer dizer que este tem que
ter um caráter pessoal, tem que olhar a capacidade econômica ou contributiva do
sujeito passivo, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte. (≠ caráter real o imposto vai ser cobrado de maneira
que o bem tributado é que vai fazer diferença)

Obs. Capacidade econômica (o fato deu ter renda não quer dizer que esta possa ser tributada
ex. um estrangeiro no serro, ele vai ser tributado lá no país dele, mas ele tem renda) ->
capacidade contributiva (é a capacidade econômica que posso tributar, está dentro da
competência do país para tributar).

2. Taxas (art. 145, II CF, e art. 77 a 80 CTN)


2.1. Conceito: art. 80 CTN todos os entes podem instituir taxas em razão: a) do seu poder
de polícia ou; b) pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. (vai distribuir de acordo
com a sua competência)
2.2. Retributivos: é uma despesa estatal com um contribuinte por necessidade dele. Não
transfere o encargo para toda a sociedade, se ele está precisando de um serviço
determinado e o Estado vai usar dinheiro público para fornecer isso, ele vai pagar nessa
lógica retributiva. É diferente dos impostos que são contributivos, não estou
contribuindo, e sim retribuindo o Estado por um gasto que ele teve comigo.
2.3. Tipos de taxas
2.3.1. Taxa de polícia: art. 78 CTN: é o Estado atuando em fiscalização e tomando
atitudes, você constrange o poder privado em razão de uma irregularidade. As taxas

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de polícia têm por fato gerador o exercício regular do poder de polícia (atividade
administrativa), cuja fundamentação é o princípio da supremacia do interesse
público sobre interesse privado, que permeia todo o direito público. Assim, o bem
comum, o interesse público, o bem-estar geral pode justificar a restrição ou o
condicionamento do exercício de direitos individuais. Nesse sentido, o CTN em seu
art. 78, conceitua poder de polícia como a atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício
de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.

Ex. Taxa de fiscalização: ALUF – Alvara de localização e funcionamento: na hora de abrir o


estabelecimento tem que pedir esse alvará, vão fiscalizar e você vai pagar pelo alvará. O STF
tem decidido que na hora de renovar o ALUF, não vão fiscalizar, o STF vai dizer que o uso
efetivo pode ser presumido, porque na medida que o município tem um aparato fiscalizatório,
ele já está gastando com esse trabalho de renovação, ou seja, não precisa ir na sua porta, já é
presumido o uso.

2.4. Taxa de Serviço: art. 79 CTN tem que ser um serviço especifico: só é possível mediante
a disponibilização de serviços públicos que se caracterizem pela divisibilidade e
especificidade. Segundo o CTN, os serviços são específicos quando possam ser
destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade
públicas; são divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de
cada um dos seus usuários.

Obs. Referebilidade: é quando tem os dois requisitos, tem como referência o serviço e quem
está usufruindo.

2.4.1. Uso efetivo: a pessoa realmente usou do serviço; ou potencial (obrigatório): ele
serve apenas para os casos em que o serviço é obrigatório ex. ainda que você não
usou, era obrigado a usar, porque ele era compulsório ex. taxa de coleta de lixo, se
não fornece entra na questão do tópico abaixo.
2.4.2. Serviço prestado ou posto à disposição: esta não pode ser potencial, o serviço tem
que ser prestado ou colocado à disposição, o que é potencial? é o uso, se não foi
colocado não tenho que falar em taxa. Ex. taxa de lixo - Sum.V. 19 ≠ Limpeza da rua:
taxa por limpeza da rua não pode, porque não referebilidade, não tem usuário
identificado. Ex. Taxa de iluminação pública: a partir da sumula a frente, não pode
ser remunerado mediante taxa, não tem referebilidade. Sum. Vinculante 41 e EC.
39/2002, mas a EC diz que os municípios podem cobrar contribuição especial como
iluminação pública.

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2.5. Base de cálculo art. 145, §2 CF e art. 77 CTN: a grandeza econômica a qual se aplica a
alíquota. A CF diz que se eu quiser cobrar, o cálculo tem que ser diferente de qualquer
base de cálculo do imposto. Ex. Taxa coleta lixo = Sum. Vinculante 29, diz que pode ter
alguns aspectos iguais, integralmente não, porque na taxa de coleta de lixo, a sua base
de cálculo é metragem do imóvel, se fosse o valor venal do imóvel seria inconstitucional
porque já tem o IPTU. O art. 77 vai dizer que tem que ter uma correlação razoável, ex.
o município gasta um tanto com a prestação do serviço, ele não pode cobrar 2 vezes
mais, isso é enriquecimento ilícito. Ex. custas judiciais = Sum. 667 STF: estas têm que
ter uma correlação com o valor da causa, não posso cobrar simplesmente de um valor
que bem entendo.

Obs. Custas são taxas de serviço.

2.6. Diferença entre Taxa e Preço Público (Tarifa): as duas financiam serviços públicos.

Taxas Tarifas
Regime Jurídico Direito Publico Regime Jurídico Direito Privado

Natureza Tributaria Natureza contratual ex. tim, vivo etc,


contrato com uma empresa de telefonia.
Pessoa Jurídica do direito publico Pessoa jurídica de direito privado
Compulsórias, na medida que a obrigação Facultativo: se não quiser por ex usar o
tributária é compulsória telefone.
Uso efetivo ou potencial Uso efetivo: tem sempre que usar.
Receita derivada Receita originaria: usa algo do próprio
Estado
Limitação ao poder de tributar Regras contratuais (agências
reguladoras): para identificar se é
tarifa ou não, se for taxa so posso
aumentar ou criar taxa por meio de lei,
tarifa não.

3. Contribuição de Melhoria – art. 145, III CF. art. 81 e 82 CTN. DL 195/97


3.1. Conceito: são Tributos Vinculados (Indiretos), de competência comum (APD – U, E, DF,
M), dependendo de uma atuação estatal especifica, qual seja, obra pública que implique
em um incremento no valor dos imóveis dos potenciais contribuintes. (não é qualquer
contraprestação que vai gerar uma contribuição de melhoria, tem que ser obra pública
que implique no incremento no valor do imóvel. Ex. asfaltar a rua da minha casa)

Obs. Os exemplos das contribuições de melhorias estão nos artigos acima, principalmente no
art. 2 do DL 195/97.

Obs. Esse tributo não é muito utilizado.

• ≠ imposto - porque depende de atuação estatal especifica: porque o imposto é não


vinculado, enquanto a contribuição deve ser vinculada.
• ≠ taxa - porque não é serviço público, é obra.

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3.2. Características: Caráter contraprestacional-Retributivo (é a principal)
i. Ressarcimento dos gastos: esse caráter retributivo vem do ressarcimento dos
gastos.
ii. Limite Global: o contribuinte paga dentro de um limite, o global ele tem a ver com
o custo da obra, o poder público não pode arrecadar mais do que ele gastou.
iii. Limite individual (art. 81 CTN): cada contribuinte não pode pagar mais do que o
valor da valorização do imóvel dele.
3.3. Fato gerador: valorização imobiliária, se fizer uma obra que não repercutir na
valorização do meu imóvel, não é fato gerador de contribuição de melhoria. Por outro
lado, o município fez uma obra que gerou uma melhoria no seu imóvel, ele é obrigado a
cobrar de você? A contribuição não é obrigatória, o estado pode ou não cobrar.
a) Não cabe para obras futuras: o município não pode recolher o dinheiro e falar
que vai fazer a obra, isso não pode, tanto é que o município tem que fazer um
edital da obra que está planejando e dizer quanto dessa obra vai ser financiado
pela contribuição de melhoria.
b) Cabe, excepcionalmente, para parte de obra: não posso fazer para obra futura,
mas não preciso deixar para cobrar a contribuição de melhoria, quando ela tiver
inteiramente finalizada, quando uma parte da obra estiver pronta posso cobrar
a contribuição de melhoria.

Obs. Pavimentação nova (uma coisa é uma pavimentação nova, outra coisa é fazer recapeamento
de via, que é consertar o pavimento ruim) ≠ Recapeamento de via. Mera manutenção não regra
contribuição de melhoria.

3.4. Cálculo do tributo:


> Base de Cálculo: valor acrescido ao imóvel. O STJ diz que esse valor acrescido é
presumido pela AP, vai lançar esse valor num edital, o contribuinte ele pode
impugnar em 30 dias.
> Alíquota: parcela do custo total da obra proporcional a valorização individual (art.
82, §1 CTN)

Obs. Necessidade de edital prévio com os requisitos do art. 82 CTN

3.5. Sujeito passivo:


a. proprietário: via de regra, é este.
b. Possuidor (jurisprudência): já tem jurisprudência falando que o possuidor também
paga, possuidor com animus domini, não pode ser locatário.

Obs. Todos os tributos a CF permite que criem ou não, o Estado não é obrigado a cobrar, a CF
coloca à disposição.

4. Empréstimo Compulsório

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4.1. Conceito: são empréstimos forçados, obrigatórios, porem restituíveis. Alguns autores
vão questionar se isso é tributo por ser restituível, para saber se é tributo tem que
olhar o art. 3 do CTN, e este não comtempla nenhum requisito sobre a definitividade do
ingresso da receita.
4.2. Verificada a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação de emprestar dinheiro. Esse
fato gerador não se confunde com as hipóteses autorizativas da instituição desse
tributo. A hipótese autorizada são situações que autorizam a instituição de empréstimo
compulsório, mas a instituição vai ter o fato gerador que a lei inventar.
4.3. Hipóteses autorizadas
I para atender as despesas
a) Art. 148 CF: são os incisos I e II desse artigo. Fato extraordinárias, decorrentes
gerador não é calamidade pública nem guerra externa, de calamidade pública, de
guerra externa ou sua
isso são situações que permite que o governo cobre iminência,
empréstimo. A doutrina vai chamar o inc. I de hipóteses II No caso de investimento
público de caráter urgente e de
excepcional e o II de especial.
relevante interesse social,
> Art. 150 CF: no caso de uma situação de observado o disposto no art.
investimento público, o estado vai criar o empréstimo 150, III CF

compulsório, mas so pode cobrar ele no próximo


exercício fiscal (próximo ano). Não aplica ao
inciso I.
O plano Collor que congelou as contas
b) Art. 15 CTN vai falar da guerra externa ou sua
bancarias foi um empréstimo
iminência, calamidade pública, conjuntura que compulsório?
exija absorção temporal de poder aquisitivo
Não é empréstimo compulsório, pois este
(aquisição de dinheiro para controlar inflação). so pode ser instituídos nas hipóteses
Esse inciso de absorção temporal de poder autorizadas. A Constituição em seu
artigo 15 prevê a adoção de empréstimo
aquisitivo não está na CF o CTN é de 1966, então
compulsório apenas nas hipóteses de
a conclusão é que o inciso III não foi guerra externa ou sua iminência ou a
recepcionado. calamidade pública, e investimentos
públicos relevantes. A terceira hipótese
4.4. Fato gerador: é qualquer um, pode ser igual aos impostos,
(conjuntura que exija a absorção
as taxas, não tem limite. O legislador vai criar, inclusive temporária de poder aquisitivo), apesar
pode ser em cima de tributos já existentes. de presente no Código Tributário, não foi
acolhida pelo texto constitucional. Outro
4.5. Competências e limites: o ente competente para instituir
motivo é foi por MP e deveria ter sido por
o empréstimo compulsório é União, via lei complementar, lei complementar.
nas hipóteses autorizativas, a arrecadação é vinculada de
acordo com o art. 148 §u CF, não pode ser usada em qualquer coisa.

Obs. No imposto tem as competências privativas, residual. Nas taxas a competência é comum
qualquer ente pode cobrar, no empréstimo só a União.

4.6. Restituição: a lei instituidora deve fixar o prazo e as condições de resgate. O STF
entende que a restituição deve se dar da mesma forma em que foi recolhido.
4.7. Exemplos:

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• de 86 a 88 teve um empréstimo compulsório com a finalidade absorção
temporária, ele previa a devolução em 89, a devolução seria com quotas do fundos
nacional de desenvolvimento. Os sujeitos passivos eram os consumidores dos
combustíveis, e os adquirentes de carro 0km, conseguiu arrecadar cerca de 3,2bi.
Quando não paga pode correr os juros. Em 95 o STF decidiu que a cobrança era
inconstitucional.
• Expansão do setor elétrico, a União instituiu empréstimo compulsório de 64 a 93,
com devolução em 20 anos, nesse caso o STF aceitou que devolvesse o
empréstimo em ações da Eletrobrás. O sujeito passivo eram todos os
consumidores, e depois de 86 apenas os industriais.

Obs. O imposto extraordinário que seriam aqueles que a União poderia cobrar em caso de guerra
externa, e isso se confunde com o empréstimo compulsório. Em caso de guerra externa ela vai
cobrar o imposto extraordinário porque é muito mais fácil, é lei ordinária, não é restituído.

Obs. Bitributação, entes diferentes, tributos diferentes em um mesmo fato gerador. VEDADO,
exceto em caso de empréstimo compulsório e imposto extraordinário.

5. Contribuições Especiais
5.1. Conceito: esta é a espécie tributaria mais explorada pelo governo após a CF. Esta tem
destinação especial.
5.2. A destinação do produto da arrecadação das contribuições é o que as caracteriza.
Tipos, conforme art. 149 CF:
a) Contribuições sociais: contribuição previdência, CSLL, PIS, COFINS são sobre
seguridade, cobrados de PJ. Existem dois tipos:
a. Seguridade social (saúde, previdência, e assistência social) – art. 195 CF
ex. contribuição previdenciária, PIS, COFIS, CSLL
b. Gerais (Direitos sociais) ex. salário educação, Sistema S, serviços sociais
autônomos.
b) Contribuições de intervenção no domínio econômico: CIDE’s essas vão ser
usadas para o governo intervir na economia, incentivando determinadas atitudes
do cidadão, esta prevista na CF no art. 177 CF, ela foi instituída por lei pela
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União para falar que o produto de arrecadação sera destinada ao pagamento de
subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás natural e seus
derivados e de derivados de petróleo, financiamento de programas de
infraestrutura de transportes, financiamento de projetos ambientais
relacionados com a indústria do petróleo e gás.
c) Contribuições de interesse das categorias econômicas e profissionais: CREA,
CRM, CRN. A OAB não é tida como tributo, o STF diz que tem natureza de
autarquia especial.
5.3. Competência: via de regra é da União, mas existem contribuições de competência dos
Estados, DF e Municípios:
a) Contribuições sociais dos servidos públicos estaduais, distritais e municipais – art.
149, §1 CF.

Obs. Se não tiver regime previdência próprio, quem recolhe é a União.

E apenas do DF e município.

b) Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP)- art. 149-A CF

Obs. Iluminação pública não é taxa porque não tem referibilidade, esta é uma contribuição
especial.

Obs. Exigência de lei complementar para as contribuições não previstas constitucionalmente:


entendimento do STF, ou seja, se não está na CF a União pode inventar, mas tem que criar por
lei complementar.

6. Competências

6.1. Competência privativa: A CF vai falar os impostos de competência privativas de cada


um destes.
6.2. Competência residual: a União poderá instituir impostos que não estão na CF
6.3. Competência extraordinária: em caso de iminência ou guerra externa a União poderá
tributar
6.4. Competência comum: são as que os entes vão compartilhar ex. taxas e contribuições
de melhoria.
6.5. Competência cumulativa: tudo que tem DF é competência cumulativa, os impostos que
são de competência privativa dos Estados e Municípios também são do DF
6.6. Competência exclusiva: a impossibilidade de delegar o poder que a CF atribui a
determinado ente. Ex.

Obs. Lei complementar: competência residual, empréstimo compulsório, imposto sobre grandes
fortunas (se um dia for instituído pela CF), seguridade social (novos).

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7. Finalidades: o direito tributário tem 3 finalidades:
a) Fiscal: o objetivo do tributo é a arrecadação. Ex. todos os tributos
b) Extrafiscal: finalidade outra que não a arrecadação. Sempre no sentido de efetivar
determinada política pública intervindo no domínio econômico, incentivando ou
coibindo condutas. Ex. em BH todos os imóveis tombados são isentos de IPTU.
c) Parafiscal: arrecadação de recursos de atividade atípicas por sujeito ativo diverso.
Ex. Senai, Sebrae, CRM.
8. Outras classificações de tributos:
a) Direto: aquele que onera diretamente a pessoa definida como sujeito passivo. Ex.
IPTU
b) Indireto: onera pessoa diferente daquela definida como sujeito passivo ex. ICMS,
onera o consumidor.
c) Real: incide objetivamente sobre coisas. Ex. olha as questões objetivas.
d) Pessoal: incide de forma subjetiva, levando em consideração aspectos pessoais do
sujeito passivo. Ex. IR a pessoa que tem mais renda ou menos, pensa na sua capacidade
contributiva.

Limitações do Poder de Tributar

Obs. o Estado pode instituir, aumentar, fazer o que quiser com o tributo? Não, porque existe
um direito tributário, que vai limitar esse poder de tributar. Sendo essas limitações divididas
em dois: (Estão no art. 150, mas o rol desses dois são exemplificativos) Princípios e Imunidades
(são pessoas imunes aos tributos.) Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

a. Não confisco: não existe definição do que é o confisco, a ideia é não subtrair o
patrimônio do contribuinte, a ideia é que ele mantenha a capacidade contributiva. O
confisco é um mero efeito de confisco, porque confisco é pena e tributo nunca será
pena.
b. Liberdade de trafego: não podemos usar o tributo para dificultar a transição de
pessoas e serviço, isso não quer dizer que não posso instituir um ICMS de mercadoria.
c. Uniformidade Geográfica: o ente que está tributando não pode favorecer uma região
ou outra, a não ser em razão de desigualdade social, econômica.
d. Não discriminação: não posso simplesmente instituir o tributo ex. a pessoa que traz
algo de serro para bh não pode pagar mais tributo do que quem leva de Guanhães para
bh.
e. Vedação isenção heterônoma: isenção é quando o ente federado competente dá uma
isenção, essas podem ocorrer desde que não firam o princípio da isonomia. Essa quer
dizer que a União não pode simplesmente falar que não precisa pagar IPTU porque ele
é competência dos municípios.

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1. Princípio da legalidade art. 150, I CF: O tributo so Art. 150 Sem prejuízo de outras garantias
pode ser criado ou majorado por lei ordinária ou MP e asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos
lei complementar (alguns são obrigatório que seja via Municípios:
lei complementar ex. empréstimo compulsório, IGF). I - Exigir ou aumentar tributo sem lei que o
estabeleça;
Deve constar na lei os elementos essenciais ao
tributo: 5 elementos do fato gerador: aspecto
material, espacial, temporal, subjetivo e quantitativo (art. 97 CTN)
1.1. Exceções:
A. Normas indutoras: art. 153, § 1 CF: não preciso usar a lei para criar ou majorar
tributo quando vou usar de norma indutoras que são tributos que vão induzir
comportamento, eles vão atuar na economia, que precisam incidir de forma rápida,
a lei demoraria e o momento econômico passaria.
i. Majorar alíquotas: os impostos extrafiscais que são usados para interferir na
econômica são: II, IE, IPI, IOF (são de competência da União, podendo ser
majorado por decreto presidencial). Eles vão atuar especificamente sob
mercadorias.
ii. Reestabelecer alíquota CIDE Combust. Art. 177, §4º CF: esta é uma
contribuição especial ela vai incidir nos combustíveis, o art. vai dizer que se
alguém vai aumentar alíquota da CIDE tem que ser por lei, mas para
restabelecer pode ser por Decreto. Ex. a pessoa diminuiu alíquota e depois
precisou voltar, se precisar voltar para o que era antes pode ser por decreto,
agora se for aumentar com relação ao que era antes precisa ser por lei.

Obs. Para diminuir ou extinguir tributo não preciso de lei.

B. Questões fora do art. 97 CTN. Tudo que está fora do art. 97, então se a pessoa
fala que ao invés de pagar IR dia 30 de abril, vão ter que pagar no dia 20 de
março, isso não é elemento do fato gerador, podendo ser feito por decreto, não
está dentro do artigo em questão. Ex. Prazo para o pagamento.
C. Atualização do valor monetário da base de cálculo do IPTU e IPVA. Sum. 160 STJ:
na hora de aumentar a base de cálculo ( IPTU valor venal do imóvel, IPVA valor
venal do automóvel) pode ser via decreto do prefeito ou do governador
dependendo do imposto, mas ai o STJ falou que não é qualquer aumento da base
de cálculo, so pode aumentar a base de cálculo deles via decreto, se esse aumento
seguir o aumento da inflação daquele ano, se for a mais tem que ser por lei.

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2. Princípio da Isonomia: art. 150, II, CF: tal artigo diz que Art. 150 Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
quando for criar, instituir o tributo deve-se pensar numa
aos Estados, ao Distrito Federal e aos
igualdade horizontal, as pessoas na mesma situação devem Municípios:
ser tributadas iguais, da mesma forma se for vertical, II. instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação
serão tributadas de forma diferentes, o que vai dizer se a equivalente, proibida qualquer distinção em
situação é igual ou diferente é a capacidade contributiva, razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente da
que é a disponibilidade econômica do contribuinte. O que denominação jurídica dos rendimentos, títulos
não pode acontecer é discriminações acerca de outras ou direitos;

coisas além da capacidade contributiva como é o caso de


usar da profissão, um exemplo disso foi quando um deputado tentou instituir menor IR para
professores, isso é inconstitucional.

3. Princípios da Não Surpresa: ele quer dizer segurança jurídica, o contribuinte não pode ser
pego desprevenido, então este vai garantir segurança jurídica, em relação ao que passou, e
previsibilidade para o futuro. Este se divide em dois o da irretroatividade e da
anterioridade dupla.
a. Espacial: a vigência da norma tributaria na questão da espacial, vamos ter o princípio
da territorialidade, que quer dizer que aquela norma tributaria que o município criou
vai valer em todo território municipal, e assim com os demais entes. Também tem
extraterritorialidade ex. IR, se você está nos EUA auferindo renda vai ter que pagar
IR no Brasil, a não ser que o EUA tenha um acordo de não bitributação com o brasil,
e ele tem.
b. Temporal: se a lei não falar nada presume-se que é 45 dias (vacacio legis), so que se
tiver um ato normativo e não falar nada na própria instrução normativa vai ser na data
da publicação. O conselho de contribuintes é o conselho que vai resolver problemas
tributários administrativamente então quando este ele lança uma decisão
administrativa que vai ter efeito normativo a vigência é de 30 dias da publicação.

3.1. Princípio da Irretroatividade art. 150, III, a CF: é vedada cobrar tributos em relação a
fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei. Este tem a ver com
segurança jurídica dos fatos passados, este veda a cobrança de tributos de fatos
geradores antes da vigência da lei. Ex. teve a publicação dia 25/09, e teve um Fato
gerador dia 28/09, não sera abarcado pela nova lei, tem a vacacio legis de 45 dias. (antes
da vigência não é nem fato gerador) Exceção: Benefício aos contribuintes, a lei vai
retroagir se for em benefício dos contribuintes. Marco temporal: Vigência
3.2. Princípio da Anterioridade Dupla: ela é dupla no sentido de anterioridade relativa ao
Exercício financeiro e a noventena. Anterioridade significa que o ente tributante ele
precisa na hora de aumentar ou instituir, respeitar um prazo, que pode ser no próximo
exercício financeiro, e tem que respeitar 90 dias contados da publicação. Estes são
princípios cumulativos, todo tributo tem que respeitar os dois, mas tem exceções. Estes

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têm como objetivos proteger o contribuinte do aumento brusco ou repentino da carga
tributária (instituição ou majoração). Na hora de reduzir não precisa esperar.

Obs. O STF julgou no Paraná que reduziram o desconto para quem paga a vista o IPVA, aí o
Paraná não respeito o princípio da anterioridade, o STF decidiu que isso não é majoração, ou
seja, a redução do desconto para pagamento a vista não é considerada majoração pelo STF.

A regra torna como marco temporal a data da publicação da lei, então não vou contar
o exercício fiscal depois da vigência, Ex. se uma lei foi publicada dia 27/09 a vigência
dela vai depender do que a lei vai falar, mas se a lei for silente vai ser 45, a anterioridade
conta do dia da publicação. A anterioridade prorroga a vigência.
A. Exercício Financeiro: Cumulativo art. 150, III, b CF: Posterga a vigência da lei
para o próximo ano. Ex. se a lei é publicada hoje ela so vai valer a partir do ano
que vem.
Exceções: são os tributos que não se sujeitam a anterioridade, eles começam a
valer no mesmo exercício financeiro: II, IE, IPI, IOF (extrafiscais)
-Restabelecimento CIDE combustíveis/ Imposto Extraordinário de guerra
não precisa respeitar, se for majorar sim
-Guerra e Calamidade: Empréstimo compulsório,: não precisa respeitar a
anterioridade, o empréstimo compulsório tem mais uma hipótese que são
investimentos extraordinário ( a união está precisando investir aumentando a
rede elétrica e não tem dinheiro ai precisa de empréstimo, essa não é uma
exceção ao exercício financeiro, preciso respeitar a anterioridade.)Já nas
contribuições sociais: na hora de instituir e majorar não precisa respeitar o
princípio da anterioridade. No caso do ICMS monofásico combustíveis também
não precisa.
≠ Princípio da anualidade: esse princípio não existe mais foi substituído, esse era
para instituir ou majorar tributos o legislativo precisava necessariamente de
prever essa instituição ou majoração no orçamento, esse elaborado em início de
outubro, ai nessa hora ele já teria que ter um anexo já prevendo todos os tributos
que ele iria instituir ou majorar. Ele foi sendo flexibilizado e começou a poder
prever instituição e majoração de tributo no dia 31/12, mas não estava respeitado
o princípio da não surpresa. Ai por conta disso criou o nonagesimal
- Medida Provisória art. 62, §2, 3 e 4 CF: a MP ela cai, então se você for pensar
na MP no exercício financeiro, se um imposto for aumentado via MP, teoricamente
ele teria que ser valido no próximo exercício fiscal, so que se a MP não for
transformada em lei em 120 , ela cai.
B. Nonagesimal/noventena: foi incluído por uma EC, para acabar com o que acontecia
ali. Este posterga a vigência da lei em 90 dias, ou seja, tenho que respeitar o
exercício financeiro, tem que esperar mais 90 dias. Ex. se eu quero um tributo
seja 1 de janeiro, não posso publicar dia 31 de dezembro, ele deve ser publicado
no mínimo dia 3 de outubro.
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Art. 150, III, CF
Exceções: não precisa respeitar a noventena: II, IE, IOF (IPI não)
- Impostos extraordinários
- Empréstimo compulsório (guerra/calamidade)
- Imposto de Renda: a União pode majorar o IR em 31 de dezembro e
valer em 1 de janeiro, não precisa respeitar a noventena, apenas o exercício
financeiro.
- Base de cálculo IPTU e IPVA

Exercícios

1. Ano de 2014, o município X adotou as seguintes medidas:


Editou decreto em novembro para vigorar em janeiro de 2015 majorando a base de cálculo do IPTU acima da inflação. Violou
a legalidade? Sim, se ultrapassar a inflação média do ano ai precisa ser por lei, so é exceção se respeitar a inflação,
acima da inflação viola sim. Violou a anterioridade? Respeitou o exercício financeiro, e não violou a anterioridade,
porque não precisa respeitar o nonagesimal.
2. Lei federal majorou IR e foi publicada em 25/11/14. Quando sera sua vigência? 23/02/2015 ou 01/01/2015? 01/01/15,
porque ela não precisa respeitar a noventena apenas o exercício financeiro.
3. Lei Estadual aumentou alíquota de ITCD para 8% nos casos de herança e reduziu para 3% nos casos de doação em 20/09/2015.
Qual a vigência de cada situação? FG: 10/11/2015, alcança? Ele tem que respeitar o exercício financeiro, então será
01/01/16, já na redução a vigência é imediata. O FG não alcança, so o que acontecer depois da vigência. Principio da
irretroatividade.

4. Exceções de não pagar tributo: A regra é pagar tributo, mas existem exceções:
a. Não incidência
i. pura e simples: o ente federado não tem competência para definir
determinada situação como hipótese de incidência de um tributo ex. IPVA
sobre bicicleta, ITBI sobre venda de carro (é simplesmente ter um fato que
não está correspondendo a uma lei)
ii. imunidade: a CF impede que determinada situação seja hipótese de incidência
de determinado tributo, de forma expressa, limitando a competência dos
entes. (o fato ele corresponde a lei ex. o município de serro é proprietário de
um carro, logicamente ele deveria pagar IPVA, a imunidade ela corta o vínculo
entre o fato gerador e a lei)

Obs. Nas abaixo existe incidência, existe fato gerador, mas vai acontecer algo que o tributo
não precisará ser pago.

Obs. Imunidade está prevista na CF, a isenção está na lei prevista para o tributo.

b. Isenção: o ente competente para instituir o tributo opta pela dispensa do pagamento
em determinadas situações previstos em lei. Há hipótese de incidência, mas a
obrigação tributária não precisa ser adimplida. Aspecto material do fato gerador,
porque ela vai elencar situações que o fato gerador não vai precisar ser adimplido.
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c. Alíquota zero: existe hipótese de incidência, mas o pagamento é dispensado pelo ente
competente via lei/decreto. Obrigação tributária nula em razão do aspecto
quantitativo do fato gerador, o resultado é zero.
d. Anistia: obrigação tributária devida e não adimplida é perdoada pelo ente competente.
(motivo de justiça fiscal) Extinção do credito tributário.

Obs. Lei da Responsabilidade Fiscal

Obs. Incidência: é realidade fática mais hipótese abstrata prevista em lei. (Fato gerador, que
faz nascer uma obrigação tributária)

Obs. Não Incidência: é o fato não alcançado pela lei. (não tenho fato gerador e não tenho
obrigação tributária)

Veículo – Aspecto material FG - IPVA

N. I Pura e simples Isenção ex. deficientes

Bike
IPVA
Skate

Patinete

imunidades ex

5. Principais tipos de imunidade art. 150, VI CF: são as imunidades gerais, isso não quer dizer
que em outros artigos não tenham outras imunidades. Essas imunidades atingem apenas um
tipo de tributo que é o imposto.
a. Imunidade reciproca: quer dizer que um ente não pode cobrar de outro ente federado
nenhum imposto relativo a rendas, serviços ou patrimônio. Ela visa proteger a Pacto
Federativo.
b. Templos: não pode cobrar qualquer imposto dos templos religiosos. (maçonaria não é
considerado templo de acordo com o STF)
c. Partidos políticos, sindicato, entidades e associações sem fins lucrativos: o art. 14 do
CTN (sum. vinculante 52 as entidades que alugam um imóvel delas, se elas usam o valor
para auxiliar nos fins dela, sera também imune)
d. Livros, jornais, papel:
e. Fonogramas, músicos, obras
6. Imunidade Reciproca: art. 150, VI: um ente federado não pode cobrar imposto dos outros
entes. Ex. município não pode cobrar imposto da União.
a. Clausula pétrea: tem a ver com pacto federativo, quando falo que União não pode
cobrar imposto dos municípios, protegemos o pacto federativo.
b. Impostos: válida apenas para os impostos.

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c. Subjetivo: não estou dando imunidade por algum objeto, estou dando imunidade por
um aspecto subjetivo, por serem entes públicos que elas têm a imunidade.
d. Extensiva a autarquia e fundações mantidos pelo Poder Público §2º: desde que usem
de acordo com a sua finalidade, ex. CRAS é uma autarquia se ele usar o patrimônio
dele para fazer uma festa ele vai perder imunidade, ele so vai ter imunidade se usar
seu patrimônio, renda, serviços dentro da sua finalidade, esta questão da finalidade
é uma exigência que vale so para aas autarquias e fundações.
e. Não abrange, §3: exceção que vale para todos, se o governo está atuando na
econômica fazendo empreendimento privados, cobrando tarifas dos usuários ou
vendendo seu patrimônio, vai incidir imposto. Quando o governo entra na economia
para atuar de forma concorrencial, é por meio de empresas públicas e sociedade de
economia mista, nesse caso o §3 vai dizer que não tem imunidade, ai junta com o § 2
do art. 173 da CF que vai falar que na hora que o Estado em regime de concorrência,
ele não pode receber benefícios que não são extensivos a esses agentes privados. Se
a autarquia vende seu imóvel, o promitente comprador tem que pagar imposto.
f. Estados estrangeiros – isentos: por causa da Convenção de Viena de 61 e 63, mas isso
é errado porque a imunidade está prevista na CF, tudo que está previsto fora é
isenção.
g. Serviço registral e notarial não é imune ao ISSQN (Cartórios é um serviço público
que é delegado para agentes privados, quando estes atuam em regime de mercado –
visando lucro - não tem imunidade, tem que pagar impostos, não são imunes a não ser
que no município tenha uma lei que isente.)
h. Arrendamento/Aluguel
7. Obrigação Tributária: a relação tributaria é eminentemente obrigacional. Polo ativo -
credor - é o ente público, já o polo passivo – devedor -, é o contribuinte ou responsável.
7.1. Obrigação de:
a. Fazer: ex. declaração do IR
b. Não fazer: ex. não aceitar uma mercadoria sem nota fiscal
c. Dar: ex. pagar tributo

Obs. a obrigação de dar é a obrigação principal, já a de fazer e não fazer é a obrigação


acessória.

Obs. No direito tributário a obrigação acessória é independente da principal, desse modo, não
vale a regra do acessório segue o principal do direito civil.

7.2. Tipos de Obrigação art. 113 CTN:


a. Obrigação principal: credito, juros, multa. Está ligada a tudo que é pecuniário,
tudo que envolve dinheiro, vai ser obrigação principal, o credito é aquele valor que
tenho que pagar a título de tributação, ex. sou proprietário de um carro surge o
credito que é o dever de pagar o IPVA, se eu pago atrasado são me cobrados

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multa e juros. Esta nasce com o surgimento do fato gerador e se extingue quando
o dever de pagar é extinto, seja porque prescreveu, ou porque você pagou. §1
b. Obrigação acessória: prestações de fazer e não fazer no interesse da
arrecadação ou fiscalização. Ex. você é obrigado a declarar IR, essa declaração é
uma obrigação de fazer que vai auxiliar na arrecadação e na fiscalização. As
obrigações acessórias são sempre no sentido de facilitar a arrecadação e a
fiscalização. Esta surge de acordo com o que a lei manda.

Obs. Imune: tem O.A -> OP (nasceu da principal) (Conversão): se você tem uma pessoa imune,
como por ex. as entidades educacionais ou sindicatos são imunes aos impostos. O fato gerador
nem nasce por ser imune, se nem nasce quer dizer que não nasce a obrigação de pagar tributo,
ou seja, não tenho obrigação principal para os sindicatos, mas como não tem nada a ver com o
acessório, vai ter obrigação acessória, ou seja, o sindicato tem que fazer declaração de IR,
emitir nota fiscal. So que se esse sindicato não cumprir a obrigação acessória, ele vai ser
multado, e a multa é obrigação principal, que nasceu da obrigação acessória.

Obs. O CTN usa a palavra conversão, mas essa apalavra é errada, porque ela dá a entender que
a obrigação acessória some, e tem so a obrigação de pagar multa, mas isso não acontece, da
obrigação acessória nasce a principal, mas a acessória continua existindo.

7.3. Art. 114 e 115 CTN: vai falar sobre o FG da obrigação principal, e o que vai gerar a
obrigação acessória. Toda vez que tenho obrigação tributária, tenho um fato gerador,
so nasce a obrigação tributaria quando tenho um fato gerador,
HI + FJ = OT (FG)

HI hipótese de incidência + FJ fato jurídico ou hipótese concreta = Obrigação tributária.

• FG da obrigação principal: situação definida em lei necessária e suficiente à sua


ocorrência. (porque via de regra os tributos são criados e majorados por lei) ex.
está na lei que proprietário de imóvel urbano tem que pagar IPTU, toda vez que
tiver essa situação.
• FG da obrigação acessória: qualquer situação na forma da legislação aplicável que
impõe a prática ou a obtenção de ato que não configure obrigação principal.
Qualquer ato que envolva dinheiro, aqui falou legislação ou seja, qualquer tipo de
legislação.
7.4. ART. 117 CTN “para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei
em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e
acabados”:
• Condição suspensiva: suspende a eficácia do fato gerador. So vou ter FG quando
acabar a condição suspensiva, não tem FG durante a condição suspensiva. Ex. um
contrato de compra e venda de imóvel, mas aí o comprador disse que vai pagar
depois que eu ganhar na megasena, ou seja, condição suspensiva, está suspendendo
o fato gerador, do vendedor auferir renda.

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• Condição resolutiva: resolve, desfaz o fato gerador. a condição resolutiva é aquela
que tem o efeito de desmanchar o negócio com o seu implemento (receberá o
imóvel em doação até que se forme). Nesse caso, o fato gerador ocorre no
momento da celebração do negócio jurídico (momento em que a casa é doada). o
implemento da condição resolutiva é um irrelevante tributário, não gerando
qualquer efeito, não redundará em nova cobrança de tributo nem em devolução do
tributo pago.

7.5. Evasão, Elisão e Ilusão Tributárias: é quando o contribuinte usa de alguns meios para
evitar a obrigação principal.
a. Contribuinte usa de meios lícitos para evitar a tributação ou torna-la menos
onerosa (antes do FG). Elisão é o trabalho ético de um advogado tributarista.
Ex. uma empresa aufere 6 milhões, o advogado sugere que divida a renda entre
duas pessoas jurídicas diferentes, aí cada uma vai receber 3 milhões encaixando
no simples.
b. Contribuinte usa de meios ilícitos para escapar da tribulação. (Após o FG). Evasão,
normalmente acontecem depois do FG ex.
emitir nota fiscal com um valor menor. Posição do STF sobre a imunidade de
c. Comportamento do contribuinte não é ilícito, empresas públicas e sociedade de economia
mista.
mas é artificioso: simula negócio jurídico
para dissimular a ocorrência do FG, art. 116. O estado pode atuar na econômica por meio
dessas duas empresas públicas, aí o art. Vai
Elusão, ex. doei um carro, aí faz um dizer que quando ele intervém ele não faz jus
contrato de compra e venda, porque na aos privilégios que não são estendidos aos
venda do carro não tem imposto. §u lei demais entes privados. Porem o STF vem
flexibilizando, ele abriu mão primeiro para
antielisão, mas na verdade ela é antielusão. empresas públicas, porque se a empresa está
8. Responsabilidade: prestando um serviço publico essencial e se
8.1. Sujeito ativo: é a pessoa jurídica de direito ela atua 100% do poder público, e em regime
de monopólio não tem problema. Mas aí ele foi
público titular da competência para instituir o abrindo mais, disse não precisava de
tributo art. 119 CTN monopólio, que podia ser também sociedade
8.1.1. Art. 120 CTN: ele vai falar que quando de economia mista

criaram por ex. Tocantins a legislação


tributária seguia a do Estado anterior estava lá, até que a legislação tributária de
Tocantins estivesse vigente, então até que se crie uma legislação nova, usa a do
antigo.
8.2. Sujeito passivo: na obrigação principal é a pessoa obrigada a pagar o tributo ou a
penalidade; já na obrigação acessória é a pessoa obrigada as prestações de fazer e
não fazer art. 121 e 122 CTN
8.2.1. Art. 123 CTN: ele vai falar que ex. contrato de locação a obrigação de pagar é do
proprietário, o fisco pode ir direto no proprietário, aí depois por causa da relação
entre o locatário

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8.3. Solidariedade: art. 124 CTN: ele começa a falar sobre solidariedade, aqui é diferente
do direito civil. Não existe solidariedade ativa aqui, porque quem institui o tributo é
uma pessoa só. Já a passiva é quando existe mais de um devedor. A solidariedade de
fato (interesse comum) e de direito (lei específico do tributo) é o fato de que toda
solidariedade decorre de lei. Ex. 3 propriedades de imóveis, o IPTU pode ser exigido
de qualquer um dos 3 contribuintes (cabe ação regressiva).

Obs. Não comporta benefício de ordem na solidariedade passiva, não existe devedor
principal.

8.3.1. Efeitos da solidariedade art. 125 CTN


a. O pagamento efetuado por um aproveita os demais
b. A isenção ou remissão do credito aproveita aos demais, salvo se outorgada
especificamente a um dos devedores ex. deficiência física
c. A interrupção da prescrição favorece aos demais (contra ou a favor)
8.4. Capacidade tributaria art. 126 CNT: independe de capacidade civil; independe de
achar-se pessoa natural sujeita à medida que comportem a limitação dos exercícios de
suas atividades civis; independe de estar a pessoa jurídica regularmente constituída.
8.5. Domicilio tributário art. 127 CTN: é o local onde o contribuinte deve responder por
suas obrigações tributarias. (Se o fisco descobrir que você mudou sua empresa de
lugar e não o avisou ele vai te atacar direto) Autoridade competente para agir;
delegacia da Receita Federal – Notificação fiscal nula.
a. Eleição – regra: você pode eleger o local em que quer responder suas obrigações
tributarias.
b. Pessoas naturais: residência habitual ou centro habitual de atividade
c. PJ: lugar de sua sede
d. PJ de direito público: qualquer de suas repartições no território da entidade
Sujeito elegeu o domicilio? -> Não -> Regras do CTN

-> Sim -> Foi Aceito – com argumento de dificuldade a arrecadação ou fiscalização? -> sim -> eleição

-> não -> CTN

Obs. Isso é importante porque se o cliente recebeu em um endereço diferente, pode ser motivo
de nulidade.

9. Contribuinte x responsável:
9.1. Contribuinte: Relação pessoal e direta com tributo, obrigada por lei e que manifesta
riqueza: contribuinte ex. proprietário de carro.
9.1.1. Contribuinte de fato e de direito: Pessoas que sofrem a incidência econômica do
tributo, mesmo que formalmente não enquadrada na lei: de fato. Pessoas que sofrem
a incidência econômica do tributo são os sujeitos passivos previstos na lei: de
direito. Essa nomenclatura vai depender de quem teve que arcar com o ônus
econômico, então via de regra, quem arca com o ônus econômico é o de direito, é o

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que está na lei, é o sujeito que praticou o fato gerador, já o de fato não praticou o
fato gerador mas ele vai pagar com o ônus econômico, ex. quando incide ICMS a lei
fala que esse contribuinte é a loja que vendeu o computador, essa loja que vai emitir
a nota fiscal, que vai recolher o tributo para o Estado, porém a CF permite que a
loja coloque no preço do computador some o ICMS – contribuinte de fato é o
consumidor que vai sofrer todos os impostos que recaem sobre o consumo. (Não se
aplica as obrigações acessórias – tudo isso é da obrigação principal)
8.6. Responsável: Relação indireta, pessoa obrigada por lei (vinculo) mas diferente daquela
que manifestação riqueza: responsável ex. adquirente de carro usado com IPVA
atrasado. (ai o responsável tem direito de regresso, se eles acordaram assim)
8.7. Responsabilidade tributaria art. 124 CTN:
8.7.1. Necessário: aqui se deve ter uma noção de intensidade do vínculo, que
necessariamente deve existir, mas não pode configurar relação pessoal e direta com
o fato gerador, afinal, se tal situação se caracterizar, o sujeito passivo será
contribuinte, e não responsável.
8.7.2. Modalidades de responsabilidade
a. por substituição: o responsável substitui o contribuinte antes mesmo do fato
gerador, o contribuinte na verdade não existe. (que é o cara que praticou o
fato gerador) (sujeição passiva surge contemporaneamente a ocorrência do
fato gerador – em nenhum momento o dever de pagar recai sobre o
contribuinte):
i. Substituição tributária regressiva (para trás): pessoas ocupantes das
posições anteriores nas cadeias de produção e circulação são substituídas
no dever de pagar tributo por aquelas que ocupam as posições posteriores.
Uma pessoa na cadeia produtiva substitui alguém que estava atrás dela,
quando o produtor rural vende o leite para a indústria ele é contribuinte, no
entanto quem vai garantir a obrigação tributária é o responsável que é a
indústria. O fisco nunca vai procurar o produtor, porque tudo é do
responsável tributário.

- Facilitar arrecadação e fiscalização


ICMS ICMS -> consumidor ICMS

Produtores rurais -> Industria de laticínios -> supermercados


Industria é responsável Industria é contribuinte

por substituição

Obs. Diferimento: o produtor não precisa se preocupar em pagar o tributo, a indústria não paga
no momento do recebimento da mercadoria, diminuição da evasão fiscal facilitando a
fiscalização.

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ii. Substituição progressiva (para frente): as pessoas ocupantes das posições
posteriores das cadeias de produção e circulação são substituídas por
aquelas que ocupam posições anteriores.

Refinaria -> distribuidores -> posto de gasolina -> consumidores


Refinaria é contribuinte Refinaria é responsável Refinaria é responsável

Nesse caso a refinaria vai ser contribuinte na hora que pega a gasolina e passa os
distribuidores, mas ela vai ser responsável de tudo que acontece dali para frente. Nessa tem
um quesito, como saber o valor de cada ICMS, o valor do tributo é todo pago por A, presumindo-
se a base de cálculo. Se por ventura uma operação não acontece pode pedir restituição
tributaria, mas se essa operação acontece, mas por ventura foi num valor mais baixo do que se
presumiu antes, não pode pedir restituição.

Antecipação do pagamento: agressão a tipicidade do fato gerador.

b. por transferência (momento posterior): a responsabilidade já aconteceu o fato


gerador que foi praticado pelo contribuinte, so que por algum motivo este não
adimpliu com a obrigação tributária e houve um ato jurídico que transferiu a
obrigação para o responsável.
i. Responsabilidade por sucessão art. 129 a 133 CTN
a. Aquisição de bens imóveis: adquirente é responsável pelos tributos
e multas que recaem sobre o bem que o contribuinte deixou de
pagar. STJ solidariedade, Exceto: aquisição originaria – usucapião,
não sera responsável por nenhum tributo anterior/leilão/ prova de
sua quitação na escritura (pede para constar que não tem nenhum
tributo presente naquele imóvel).
b. Aquisição de bens moveis: mesma coisa. Inaplicabilidade das
exceções, não tem nenhuma.
c. Causa mortis: antes da morte: de cujus é contribuinte. Entre a
morte e a partilha: espolio é contribuinte e responsável por FG
antes da morte. Após a partilha: sucessores contribuintes e
responsáveis pelo FG anteriores até o quinhão recebido.
d. Empresarial:
Fusão – transformação – incorporação – cisão – extinção
Solidaria ou apenas sobre as obrigações transferidas
(todos menos a cisão) -> Responsabilidade integral até a data da
sucessão – Jucemg
Na fusão a nova é responsável pelos tributos passados.
Transformação nada mudou, so muda o tipo societário.
Incorporação o comedor é responsável.
Extinção sócios e administradores serão os responsáveis.

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Cisão parcial você pega um pedaço da empresa tira para virar
outra, a empresa continua existindo, nesse caso o contribuinte
ainda existe, a lei vai falar que existe uma obrigação solidária
entre o contribuinte e o responsável.
ii. Responsabilidade de terceiros art. 134 e 135 CTN
a. Regular:
> Pais – tutores – curadores – inventariante – síndico da
massa falida – tabeliães (responsável pelo ITBI, ele exige
o ITBI antes do registro, da transferência de
propriedade)
> Solidariedade -> STJ: subsidiariedade e benefício de
ordem
b. Irregular: algumas dessas pessoas cometeu uma infração.
> Infração, excesso de poderes em comparação a lei ou ao
contrato social
> Mesmas pessoas + mandatários, prepostos, empregados,
diretores e representantes da PJ
> Pessoalmente responsáveis -> denuncia espontânea.
9. Crédito Tributário

HI+ FC = OT A obrigação tributaria é exigível de pronto? Não, ela precisa de um ato formal
para que o sujeito ativo que é o credor possa exigir o cumprimento da obrigação pelo sujeito
passivo, esse ato é o lançamento que vai dizer qual é o valor, quem é o sujeito passivo que tem
que pagar e o prazo para pagamento.

9.1. Lançamento - 142 CTN: Procedimento administrativo consistente em declarar


formalmente a ocorrência do fato gerador e definir os elementos da obrigação
surgida possibilitando a cobrança.
9.2. Credito Tributário: é a obrigação tributária exigível, porque houve lançamento, antes
do lançamento não tem o CT e não pode exigir. art. 139 e 140 CTN
OT + lançamento = credito tributário

Obs. Ex. de lançamento, quando chega na sua casa a guia do IPTU.

9.3. Natureza jurídica mista


a. Declaratória: declara formalmente a existência de uma obrigação tributária. A
obrigação tributaria existe independente de lançamento, mas passa a valer depois
do lançamento.
b. Constitutiva: do credito tributário, é so com o lançamento que o credito surge.
9.4. Competência: o lançamento é competência da autoridade administrativa, o juiz não
pode lançar e nem corrigir lançamento, ele so pode anular o lançamento, se houver um
lançamento errado e tentou administrativamente reformular! Ex. tributo federal,
receita federal.
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9.5. Efeito ex tunc - retroage ao momento do FG, o lançamento é feito depois do FG, o
lançador vai olhar o que valia na época do FG art. 144 CTN
9.6. Notificação do lançamento: se o sujeito ativo comprovar que mandou a notificação por
correio e que não chegou por um problema do correio você tem que pagar e incide
multa. Na hora que você é notificado, você pode fazer o pagamento ou questionar,
fazendo uma impugnação abrindo um PTA em 30 dias.
• Presunção de definitividade não absoluta porque cabe impugnação.
9.7. Modalidades de lançamento:
a. de oficio ou dueto art. 149 CTN: a própria autoridade faz tudo, so entrega o
boleto para o sujeito passivo pagar ex. IPTU, IPVA
b. Declaração ou misto art. 147 CTN: exige uma certa participação do sujeito
passivo e do ativo ex. ITBI, ITCD
c. Homologação ou auto lançamento art., 150 CTN: o sujeito passivo que calcula e
paga ex. ISSQN, ICMS, IR. Pode ser expressa ou tácita, o fisco tem o prazo
de 5 anos para homologar, se não mandar em 5 anos sera tácito. (se errar tem
multa)
9.8. Denuncia espontânea art. 138 CTN: ex. fiz algo errado você se denuncia, você tem
que pagar o tributo + juros + não paga multa, essa denúncia so vale se ocorrer antes
do lançamento.
10. Garantias e privilégios de Credito Tributário: o credito formado se torna exigível, o
pagamento do tributo ou penalidade relativa a obrigação principal, o CTN cria algumas
garantias dessa obrigação ser garantida.
10.1. Garantias: são regras que asseguram o recebimento da prestação tributária. Art. 183
CTN -> o contribuinte, o sujeito passivo responde com a totalidade da renda e
patrimônio, o fisco vai atrás de todo seu patrimônio para conseguir arcar com a
obrigação tributária.

Obs. Exceto bens absolutamente impenhoráveis, mas o fisco deixa o bem indisponível, ou seja,
ele não pode penhorar mas torna o bem impenhorável. ex. ITR.

Obs. O bem família entra nos bens impenhoráveis pelo fisco, ele serve de garantia tributária?
Em regra, não pode ser penhorado, mas em caso de dividas causadas pelo próprio bem como por
ex. dividas condominiais ou decorrentes do próprio imóvel.

10.2. Privilégios: regras que concedem ao CT posição vantajosa na cobrança coletiva de


créditos. Art. 186 CTN
a. C. trabalhista (no limite de 150 salários mínimos/credor)
b. C. tributário: é o segundo mais importante em questão de inventario
c. Garantia Real: penhor, hipoteca

Obs. Na lei de falência é diferente, a própria lei de falência vai criar uma ordem preferência
diferença, o credito ficou depois do credito de garantias reais. So que o credito da garantia
real também está limitado ao bem, o bem é financiadoo com o banco, mas se o financiamento
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chegou a 500 mil reais e o terreno vale 30 mil, o terreno vai adimplir o crédito com o banco, e
pronto não pode pegar mais dinheiro da falência.

10.3. Ordem de preferência: União, Estados e Municípios art. 187 CTN: supondo que a
pessoa esteja devendo vários tributos de entes diferentes, qual a ordem para
pagamento? O CTN vai dizer que se tiver dinheiro para arcar com todas as obrigações
vai ter uma ordem que é União -> Estado -> Municípios. Essa ordem é constitucional?
10.4. Exclusão do crédito tributário: tem como objetivo impedir a sua constituição, a
exclusão é um evento que acontece antes do lançamento, porque ela impede o
lançamento e o credito tributário.

Obs. Não afeta obrigação acessória, que é de fazer e não fazer, não envolve dar dinheiro, afeta
apenas obrigação principal.

a. Isenção: dispensa legal do credito referente ao tributo geral ou individual. Ex.


isento todos os contribuintes do IR 28 mil reais no ano calendário.
b. Anistia: perdão legal das infrações anteriores (exclusão de multa e por anistia,
porque é infração)
• Geral ou limitada: a geral é quando perdoa todas as multas, sem nenhuma
condição, e a limitada é quando limitam a anistia.
11. Suspensão do crédito tributário
11.1. Qual o principal efeito da CF do CT? Quando existe o lançamento que constitui o
credito tributário, qual o feito dessa constituição tributaria? É tornar a obrigação
exigível. O fisco so pode cobrar com o lançamento, antes dele não é obrigado a pagar.
A exigibilidade significa que o sujeito passivo é obrigado a pagar esse credito e o
sujeito ativo tem o direito de usar dos meios necessários para fazer essa cobrança e
se o sujeito passivo não paga fica inadimplente o sujeito ativo pode ajuizar os meios
necessários para compeli-lo ao pagamento.
11.2. Existem hipóteses em que a possibilidade de cobrança do CT fica suspensa -> Rol
taxativo (são apenas essas).

Obs. A suspensão abarca apenas a obrigação principal. Não atinge a acessória.

a. Moratória: dilação no prazo para pagamento do credito tributário. Depende de


requerimento, na verdade depende de requerimento quando feita de forma
individual. Não incide multa e juros. Ex. IPTU 20/12 IPVA-> março. O próprio
sujeito ativo conhecendo ao passivo uma dilação.
b. Deposito do montante integral: litigio judicial. Não incide multa e juros
c. Impugnação e recursos administrativo: dentro do PTA pode surgir com o auto de
infração o próprio fisco, localizou que o sujeito passivo não pagou o IR, aí o sujeito
vai e fala que pagou. A impugnação e o recurso suspendem o credito tributário,
enquanto o PTA não resolver o fisco não pode tomar nenhuma medida para exigir
que vc pague. Incide multa e juros, então sugiro que deposite o montante integral.

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d. Liminares/tutelas provisórias de urgência: pode ser antes do lançamento. Incide
multa e juros. O simples ajuizamento de ação judicial não impede a confiscação
pelo fisco, pois so suspense se tiver a tutela de urgência ou deposito judicial.

Obs. Se mesmo com a liminar, com os juros e multa suspenso, e ao final da ação você perder,
vai voltar a incidir durante toda a ação, então para prevenir é melhor depositar o montante
integral.

e. Parcelamento: política fiscal para recuperar créditos tributários, vai ficar


suspenso, mas se deixar de pagar o credito volta tudo outra vez, vão te obrar a
dívida toda. Em regra, incide juros e multa, exceto se a lei prever diferente. Ex.
Refis (recuperação fiscal) -> Profut. – Depende do requerimento do interessado.

Atividade: A fazenda nacional lavrou auto de infração contra Jackson visando a cobrança do
IRPF. Jackson impugnou o A.I o que acontece com o credito tributário? Sera suspenso o credito
tributário, mas corre multa e juros

12. Extinção do credito tributário art. 156 CTN: o STF vai falar que é possível que uma
legislação crie outras formas de extinção do credito.
12.1. Pagamento: quando você paga o que deve, extingue.
12.1.1. Local e Prazo: não pode errar o local e o prazo, porque se você paga no lugar errado
ou fora do prazo, é o mesmo que não tivesse pagado. Perdeu o prazo já começa a
correr a mora automática (multa, juros, correção monetária)

Obs. O fato de você ter que pagar uma pena, não te exime de ter que pagar o tributo. A
penalidade pode ser até 150% do tributo.

12.1.2. Imposição de penalidade não exclui o pagamento do principal (tributo)


12.1.3. Pagamento indevido: você não devia o tributo e pagou ou quando você calcula
imposto de renda e paga para mais, nesses casos, você pode pedir a repetição
indébita (pode ser administrativa ou no judiciário, no judiciário você tem 5 anos)
12.2. Compensação: quando o credor e o devedor se confundem, ou seja, quando um deve o
outro. Não é discricionário, depende de lei.
12.3. Transação; depende de lei - não existe preventiva (não existe transação preventiva de
fato gerador que ainda não ocorreu)
12.4. Remissão: o perdão exige lei especifica, mas não pode ser qualquer tipo de situação,
essa remissão tem que acontecer em casos em de valores pequenos, calamidade, região
geográfica. O perdão é sempre após o lançamento, se for antes é anistia.
12.5. Conversão do depósito integral em renda: é o pagamento quando o sujeito passivo foi
discutir o credito e perdeu, converte em renda para pagar o sujeito ativo.
12.6. Homologação do lançamento: pode ser expressa ou tácita, via de regra vai ser tácita,
porque esse lançamento acontece principalmente nos tributos federais
12.7. Consignação em pagamento procedente: diferente do deposito integral, aqui você faz
o deposito em juízo, quando o credor não quer receber. No tributário pode acontecer

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quando há recusa/disputa de sujeito ativo (o seu imóvel está na dívida de dois
municípios, aí os dois vão brigar pelo IPTU). Aqui não se discute o crédito, você não
consegue pagar por duvida do sujeito ativo ou porque ele não quis receber seu
pagamento.
12.8. Decisão administrativa irreformável ou decisão judicial transitada em julgado a favor
do sujeito passivo: se você foi discutir o credito, e perdeu na via administrativa aí
você ajuíza ação judicial, e perdeu novamente. (Contribuinte ou responsável)
12.9. Dação em pagamento com imóveis: pode pagar tributo com imóvel, apenas se a
legislação especifica permitir, aí a lei costuma dar alguns requisitos como por exemplo
quem vai fazer a avaliação vai ser o juízo ou a caixa econômica, não vale avaliação de
uma imobiliária todo o debito/sem ônus. Tem que abranger todo o debito, não da para
oferecer o imóvel que vai abater metade. Se ultrapassar o imóvel fica todo para o
fisco, ele não vai devolver. O imóvel não pode ter nenhum ônus em cima dele ex.
hipoteca.

Decadência e Prescrição: são hipóteses de extinção do credito tributário

FG+OT-> lançamento = CT

1. Decadência: art. 173 CTN: é quando decai o direito de fazer o lançamento, quem decai é a
obrigação tributaria, decai o direito do sujeito ativo de fazer o lançamento, ( a decadência
acontece em direito potestativo e a prescrição depende da ação de outra pessoa) A
obrigação tributária a partir do seu nascimento, que nasce com a ocorrência do fato gerador,
começa contar um prazo decadencial para o lançamento. Se o lançamento decai o credito
tributário nunca vai ser constituído. A decadência na verdade deveria ser uma hipótese de
exclusão porque ela impede a constituição do credito tributário.

Obs. O prazo para promover o lançamento é decadencial.

Obs. O prazo para exigir o valor lançado é prescricional. O prazo entre o lançamento e a
exigência do valor lançado via ação de execução fiscal é prescricional, porque nesse caso
dependo da ação de um sujeito passivo, que é realizar ou o não o pagamento

Obs. O pagamento da Obrigação Tributaria decaída ou Credito Tributário prescrito gera


direito a restituição. Se você pagar isso te gera direito de restituição.

1.1. Regra geral: 5 anos a partir do 1º dia do exercício seguinte a ocorrência do fato gerador.
20/05/2007 01/01/2008 01/01/2013

|----------------------------------|---------------------------------|

FG Inicio do Prazo Decadência Decadência da OT

1.2. Procedimento fiscalizatório (receita pode dar uma batida no seu estabelecimento para
dar uma olhada nas suas notas fiscais, mesmo antes do prazo, a partir desse
procedimento fiscalizatório): -> antecipam a contagem do prazo
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1.3. Lançamento por homologação: é quando o sujeito passivo vai realizar o cálculo do imposto
e vai pagar esse tributo. Aqui antecipa para a data do fato gerador.

Obs. Se não declara e não paga: nesse caso do sujeito passivo a gente volta para a regra geral,
a decadência so vai começar a correr no primeiro dia do exercício seguinte.

Obs. Se declara e não paga: o STJ vem entendendo que vai ter prescrição, porque aí vai
depender da ação do sujeito passivo pagar. -> Sum.436 STJ

2. Prescrição art. 174 CTN: 5 anos para ação de execução fiscal a partir da data da
constituição definitiva do credito tributário. O fisco não pode mais fazer execução fiscal.
• Notificação do lançamento (quando o sujeito ativo notifica o sujeito passivo do
lançamento -> de oficio e no de declaração)
a. Pagamento: extingue o credito tributário
b. Impugnação: so torna definitivo no 1ª dia após decisão irrecorrível
c. Não paga nem impugna, (o prazo para impugnar é 30 dias, então por isso começa
a correr no 31 dia.
20/05/2007 31/12/2012 31/12/2012 5 anos 31/01/2018

|---------------------|---------------------|-------------------------------------------------|

FG Lançamento 31 int. prazo prescricional

Prazo: Decreto 70.235/72 PAF -> dias corridos

Decreto 44.747/08 PTA

Obs. O fisco ajuíza ação e o judiciário demora para fazer citação. O SJT editou a sumula 106
dizendo que no caso de a citação demorar por conta de morosidade do judiciário, a prescrição
vai acontecer do ajuizamento da ação.

Obs. Lançamento por homologação: a jurisprudência vai dizer que vai contar da data do
pagamento ou do vencimento da obrigação tributara, que seria daí que o sujeito deveria ter
pago.

Administração Tributária

1. Fiscalização: é prerrogativa que a administração tem de ir nos lugares e ver se está tudo
correto ou não, e além disso a fiscalização compreende o estimulo ao cumprimento
espontâneo/punição dos infratores, então quando por ex. dá um desconto de IPVA, faz isso
por estimulo para que cumpra a norma , e também punição dos infratores, o sujeito passivo
que descumprir com uma obrigação tributária vai ser punido.

Obs. A fiscalização antecipa o prazo decadencial

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Obs. Fiscalização atinge agentes imunes e isentos, porque estes não têm que cumprir com a
obrigação tributária principal, mas tem a acessória.

Obs. Art. 145, §1 CF e 195 CTN: vão permitir que o fisco tome ações para entrar na intimidade
econômica para poder fiscalizar, ele pode examinar livros, documentos e quebrar sigilo bancário
desde que haja PTA em curso. O art. 195 veda lei que impeça o fisco de fazer isso.

2. Divida ativa tributara (CDA): é o início das providencias executórias contra os


inadimplentes. Art. 201 CTN. O fisco não pode ajuizar ação de execução fiscal sem que ele
tenha feito uma certidão de dívida ativa. É a declaração de que alguém deve obrigação
tributária. Proveniente de CT não satisfeito, pode decorrer da a) lei; b) decisão final de um
PTA. Requisito para constituir o devedor em fraude quando ele se desfaz dos seus bens art.
185 CTN, depois da CDA, já presume fraude.

Obs. CDA = Título executivo extrajudicial -> ação de execução fiscal

3. Certidão negativa de debito CND: ela é o contrário da CND, não está devendo nada para o
fisco art. 205 e ss CTN. Comprovação de regularidade fiscal para acesso a benefícios legais
como: licitações, empréstimos, compra e venda de imóveis, alteração de dados da PJ.
4. Certidão positiva com efeito de negativa: é quando você tem a CDA, você que participar de
uma licitação, aí você tenta conseguir um parcelamento, por ex. pode ir para a licitação. ->
ação de execução com o juízo garantido (penhora) -> exigibilidade suspensa (parcelamento)

HI + FG = FG = OT + lançamento = CT + CDA = Execução Fiscal

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