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Sabado, 28 de março de 2020 I Série


Número 38

BOLETIM OFICIAL
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ÍNDICE
PRESIDÊNCIA DA PEPÚBLICA
Decreto Presidencial nº 06/2020:
Declaração de estado de emergência justificada por calamidade pública.................................................1010
ASSEMBLEIA NACIONAL
Resolução nº 109/IX/2020:
Concede a autorização ao Presidente da República para a declaração do estado de emergência, justificada
por calamidade pública........................................................................................................................1012

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1010 I Série — n o 38 «B.O.» da República de Cabo Verde — 28 de março de 2020

PRESIDÊNCIA DA PEPÚBLICA A suspensão e a limitação de direitos, liberdades e


garantias que resultam da presente declaração de estado
de emergência destinam-se exclusivamente a assegurar a
–––––– eficácia das medidas de contenção da propagação do novo
Coronavírus, observando-se sempre os devidos critérios
Decreto Presidencial nº 06/2020 de adequação e proporcionalidade.

de 28 de março O estado de emergência será permanentemente avaliado,


tendo em vista a ampliação ou redução do seu âmbito, e
A disseminação pelo mundo do novo Coronavírus, a sua eventual renovação, em função das circunstâncias,
causador da doença COVID-19, tem provocado visíveis tendo sempre presente as finalidades do combate à
e significativos danos no plano da saúde pública em calamidade pública, por um lado, e a desejável retoma
vários países. da normalidade constitucional logo que tal seja possível,
por outro lado.
No mundo globalizado em que vivemos, em que as Foi ouvido o Conselho da República.
pessoas se movem com grande intensidade e frequência
entre os países, o novo Coronavírus encontrou condições Usando da competência conferida pela alínea h) do
propícias para se propagar rapidamente, fruto da sua número 2 do artigo 135º da Constituição e pelo número 1
enorme capacidade de contágio. do artigo 9º da Lei nº 94/III/90, de 27 de outubro, ouvido
o Governo e obtida autorização da Assembleia Nacional
Face à gravidade da situação, e aos efeitos nefastos constante da Resolução nº109/IX/2020, de 27 de março
sentidos em vários países ao nível da saúde pública, a de 2020, o Presidente da República decreta o seguinte:
Organização Mundial de Saúde declarou a pandemia
COVID – 19 no dia 11 de março de 2020. Artigo 1º

Entretanto, o mundo tem assistido à evolução galopante Face à situação de calamidade pública resultante da
dessa doença. doença COVID-19 é declarado o estado de emergência
tendo em vista a adoção, com observância do quadro
constitucional, das medidas necessárias para evitar a
Sendo um país aberto e de comunicações frequentes com sua propagação por todo o território nacional.
o exterior, incluindo com países bastante atingidos pela
doença COVID-19, fruto de deslocações de emigrantes, Artigo 2º
trabalhadores, estudantes e turistas, era, infelizmente,
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expectável que o Coronavírus chegasse a Cabo Verde, O estado de emergência abrange a totalidade do
o que realmente acabou por acontecer, registando-se já território nacional.
uma morte.
Artigo 3º
O Governo tomou já um conjunto de medidas, com
início em momento em que se não verificavam casos 1. Enquanto vigorar o estado de emergência ora declarado,
confirmados em Cabo Verde, destinadas inicialmente a o exercício dos direitos, liberdades e garantias a seguir
evitar a entrada do Coronavírus, e a sua disseminação, enunciados fica suspenso ou limitado nos termos indicados:
na perspetiva de assim mitigar os efeitos de calamidade
pública decorrente da propagação da doença COVID-19. a. Relativamente ao direito à liberdade, incluindo o direito
à deslocação e à emigração, e a circulação nacional
Sendo absolutamente indispensável, por imperativo da e internacional de pessoas –podem ser impostas
salvaguarda da saúde pública, que sejam postas em prática pelas autoridades públicas competentes, em vista
medidas destinadas a conter a propagação da doença, das finalidades prosseguidas, designadamente
certo é que algumas delas se traduzem na contracção de as restrições seguintes:
direitos, liberdades e garantias tutelados pela Constituição
da República de Cabo Verde, designadamente a liberdade (i) proibição de viagens nacionais e internacionais,
de circulação, em várias das suas manifestações, o direito por qualquer meio, terrestre, aéreo ou marítimo;
ao trabalho efectivo e os direitos dos trabalhadores, a
propriedade e a iniciativa privada, o direito de reunião (ii) confinamento compulsivo no domicílio, em
e de manifestação e a liberdade de culto. estabelecimento de saúde ou em lugar previamente
definido pelas autoridades de saúde para o efeito;
Sendo assim justificado que os poderes públicos promovam,
neste contexto, a suspensão e a limitação de determinados (iii) estabelecimento de cercas sanitárias em determinados
direitos, liberdades e garantias constitucionais, tal deve locais ou Ilhas;
ocorrer ao abrigo de um estado de excepção, no caso
declaração de estado de emergência, como é próprio de (iv) interdição de circulação e da permanência na
um Estado de Direito. via pública que não sejam justificadas, na
medida do estritamente necessário e de forma
Na realidade, a declaração do estado de emergência proporcional, ficando desde já ressalvadas as
confere legitimidade constitucional às medidas cuja seguintes situações: desempenho de funções
efectivação é necessária, e empresta-lhes solidez jurídica, profissionais que se justifiquem neste contexto;
já que sem o recurso a esta figura tais medidas poderiam obtenção de cuidados de saúde; assistência a
ser postas em causa no plano constitucional, e com esse terceiros; abastecimento de bens e serviços;
fundamento ser desobedecidas e impugnadas pelos seus passeio de animais domésticos; outras razões
destinatários, com todos os efeitos perversos associados a ponderosas que venham a ser invocadas pelo
uma situação de instabilidade e incerteza absolutamente Governo. As exceções a esta interdição devem
indesejável. corresponder a circulação individual, ou de um
número mínimo de pessoas;

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(v) podem ser impostos pelas autoridades públicas necessárias para reduzir o risco de contágio e
competentes controlos fronteiriços de pessoas e executar as medidas de prevenção e combate à
bens, incluindo controlos sanitários em portos epidemia, incluindo a limitação ou proibição de
e aeroportos, com a finalidade de impedir a realização de reuniões ou manifestações que,
entrada em território nacional ou de condicionar pelo número de pessoas envolvidas, potenciem
essa entrada à observância das condições a transmissão do novo Coronavírus.
necessárias a evitar o risco de propagação da
epidemia ou de sobrecarga dos recursos afetos f. Relativamente à liberdade de culto - podem ser
ao seu combate, designadamente impondo o impostas pelas autoridades públicas competentes
confinamento compulsivo de pessoas. as restrições necessárias para reduzir o risco de
contágio e executar as medidas de prevenção
b. Relativamente à circulação de bens e serviços e combate a epidemia, incluindo a limitação
- podem ser tomadas medidas necessárias a ou proibição de realização de celebrações de
assegurar a circulação internacional e nacional cariz religioso e de outros eventos de culto
de bens e serviços essenciais. que impliquem uma aglomeração de pessoas
susceptível de potenciar a transmissão do novo
c. Relativamente ao direito ao trabalho e aos direitos Coronavírus.
dos trabalhadores podem ser impostas pelas
autoridades públicas competentes, em vista das 2. O Governo fica autorizado a estabelecer, em conformidade
finalidades prosseguidas, designadamente as com as suas competências constitucionais, sanções para a
restrições seguintes: inobservância das medidas tomadas ao abrigo do disposto
no número anterior.
(i) proibição ou limitação da prestação de trabalho a
Artigo 4º
entidades públicas ou privadas, com prejuízo
para o direito ao trabalho efetivo;
1. Com exceção do previsto no número 1 do artigo
3º, fica proibida qualquer outra limitação ou restrição
(ii) determinação que quaisquer trabalhadores de aos direitos, liberdades e garantias, que continuam a
entidades públicas ou privadas, independentemente vigorar nos exactos termos consagrados na Constituição,
do tipo de vínculo, se apresentem ao serviço e, designadamente as liberdades de expressão e de informação
se necessário, passem a desempenhar funções e a liberdade de imprensa.
em local diverso, em entidade diversa e em
condições e horários de trabalhos diversos 2. Os efeitos da presente declaração não afectam,
dos que correspondem ao vínculo existente, igualmente, as regras constitucionais relativas à
designadamente no caso de trabalho nos setores
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competência e ao funcionamento dos órgãos de soberania,


da saúde, proteção civil, segurança e defesa nem os direitos e imunidades dos respectivos titulares,
e ainda de outras atividades necessárias ao nem altera os princípios da responsabilidade do Estado
tratamento de doentes, à prevenção e combate à e dos seus agentes reconhecidos na Constituição.
propagação da epidemia, à produção, distribuição
e abastecimento de bens e serviços essenciais, ao Artigo 5º
funcionamento de sectores vitais da economia,
à operacionalidade de redes e infraestruturas Para assegurar a eficácia das medidas de prevenção e
críticas e à manutenção da ordem pública e do combate à propagação da doença COVID-19, o Governo
Estado de Direito Democrático. pode adotar medidas que reforcem o exercício coercivo
de condução por parte das autoridades administrativas
d. Relativamente à propriedade e à iniciativa económica civis e o apoio directo às mesmas pelas Forças Armadas,
privada: nos termos previstos nas alíneas a) e d) do número dois
do artigo 248º da Constituição.
(i) as autoridades públicas competentes podem proibir
a atividade de empresas privadas, em geral ou Artigo 6º
que integrem determinados setores, em todo o
território nacional ou em parte dele, e impor O Governo, enquanto órgão responsável pela execução
outras limitações ou modificações à respetiva da declaração do estado de emergência, deve manter
atividade, incluindo alterações à quantidade, permanentemente informados o Presidente da República
natureza ou preço dos bens produzidos e e a Assembleia Nacional dos atos em que consista essa
comercializados ou aos respetivos procedimentos execução.
e circuitos de distribuição e comercialização,
bem como alterações ao respectivo regime de Artigo 7º
funcionamento;
Na execução da presente declaração de estado de
(ii) pode ser determinada a obrigatoriedade de emergência devem ser observados critérios de necessidade,
abertura, laboração e funcionamento de empresas, adequação e proporcionalidade.
estabelecimentos e meios de produção;
Artigo 8º
(iii) pode ser requisitada pelas autoridades públicas São ratificadas todas as medidas legislativas e
competentes a prestação de quaisquer serviços administrativas adotadas pelas entidades competentes
e a utilização de bens móveis e imóveis, de com a finalidade de restringir os efeitos de calamidade
unidades de prestação e cuidados de saúde, de pública provocada pela doença COVID-19, na medida
estabelecimentos comerciais e industriais, de em que sejam compreendidas no disposto no número 1
empresas e outras unidades produtivas. do artigo 3º da presente declaração.
e. Relativamente ao direito de reunião e de manifestação Artigo 9º
podem ser impostas pelas autoridades públicas
competentes, com base na orientação da Direcção O estado de emergência tem a duração de 20 (vinte)
Nacional da Saúde, as restrições a estes direitos dias, com início às 00h00 (zero horas) do dia 29 de março

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de 2020 e término às 24h00 (vinte e quatro horas) do dia (iii) estabelecimento de cercas sanitárias em determinados
17 de abril de 2020. locais ou Ilhas;
Artigo 10º (iv) interdição de circulação e da permanência na
via pública que não sejam justificadas, na
O presente Decreto Presidencial entra imediatamente medida do estritamente necessário e de forma
em vigor. proporcional, ficando desde já ressalvadas as
seguintes situações: desempenho de funções
Publique-se. profissionais que se justifiquem neste contexto;
obtenção de cuidados de saúde; assistência a
Palácio do Presidente da República, na Praia, aos terceiros; abastecimento de bens e serviços;
28 de março de 2020. passeio de animais domésticos; outras razões
ponderosas que venham a ser invocadas pelo
O Presidente da República, JORGE CARLOS Governo. As exceções a esta interdição devem
DE ALMEIDA FONSECA corresponder a circulação individual, ou de um
número mínimo de pessoas;
Referendado aos 28 de março de 2020 (v) podem ser impostos pelas autoridades públicas
competentes controlos fronteiriços de pessoas e
O Primeiro-Ministro, José Ulisses de Pina Correia e Silva bens, incluindo controlos sanitários em portos
e aeroportos, com a finalidade de impedir a
––––––o§o–––––– entrada em território nacional ou de condicionar
essa entrada à observância das condições
ASSEMBLEIA NACIONAL necessárias a evitar o risco de propagação da
epidemia ou de sobrecarga dos recursos afetos
ao seu combate, designadamente impondo o
–––––– confinamento compulsivo de pessoas.
Resolução nº 109/IX/2020 b. Relativamente à circulação de bens e serviços podem
ser tomadas medidas necessárias a assegurar
de 28 de março a circulação internacional e nacional de bens
e serviços essenciais.
A Comissão Permanente decide, nos termos dos
artigos 135º, nº 4 e 148º nº 5, alínea d) da Constituição da c. Relativamente ao direito ao trabalho e aos direitos
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República de Cabo Verde e do artigo 209º do Regimento dos trabalhadores podem ser impostas pelas
da Assembleia Nacional, conceder a autorização para autoridades públicas competentes, em vista das
a declaração do estado de emergência, justificada por finalidades prosseguidas, designadamente as
calamidade pública, solicitada pelo Presidente da República, restrições seguintes:
na sua mensagem de 27 de março de 2020, nos exatos
termos e com a fundamentação e conteúdo constantes (i) proibição ou limitação da prestação de trabalho a
do projeto de DECRETO PRESIDENCIAL Nº 06/2020, entidades públicas ou privadas, com prejuízo
de 27 de março: para o direito ao trabalho efetivo;
Artigo 1º
(ii) determinação que quaisquer trabalhadores de
entidades públicas ou privadas, independentemente
Face à situação de calamidade pública resultante da do tipo de vínculo, se apresentem ao serviço e,
doença COVID-19 é declarado o estado de emergência se necessário, passem a desempenhar funções
tendo em vista a adoção, com observância do quadro em local diverso, em entidade diversa e em
constitucional, das medidas necessárias para evitar a condições e horários de trabalhos diversos
sua propagação por todo o território nacional. dos que correspondem ao vínculo existente,
designadamente no caso de trabalho nos setores
Artigo 2º da saúde, proteção civil, segurança e defesa
e ainda de outras atividades necessárias ao
O estado de emergência abrange a totalidade do tratamento de doentes, à prevenção e combate à
território nacional. propagação da epidemia, à produção, distribuição
e abastecimento de bens e serviços essenciais, ao
Artigo 3º funcionamento de sectores vitais da economia,
à operacionalidade de redes e infraestruturas
1. Enquanto vigorar o estado de emergência ora declarado, críticas e à manutenção da ordem pública e do
o exercício dos direitos, liberdades e garantias a seguir Estado de Direito Democrático.
enunciados fica suspenso ou limitado nos termos indicados:
d. Relativamente à propriedade e à iniciativa económica
a. Relativamente ao direito à liberdade, incluindo o privada:
direito à deslocação e à emigração, e a circulação nacional
e internacional de pessoas podem ser impostas pelas (i) as autoridades públicas competentes podem proibir
autoridades públicas competentes, em vista das finalidades a atividade de empresas privadas, em geral ou
prosseguidas, designadamente as restrições seguintes: que integrem determinados setores, em todo o
território nacional ou em parte dele, e impor outras
(i) proibição de viagens nacionais e internacionais, limitações ou modificações à respetiva atividade,
por qualquer meio, terrestre, aéreo ou marítimo; incluindo alterações à quantidade, natureza ou
preço dos bens produzidos e comercializados
(ii) confinamento compulsivo no domicílio, em ou aos respetivos procedimentos e circuitos
estabelecimento de saúde ou em lugar previamente de distribuição e comercialização, bem como
definido pelas autoridades de saúde para o efeito; alterações ao respetivo regime de funcionamento;

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(ii) pode ser determinada a obrigatoriedade de abertura, laboração e funcionamento de empresas, estabelecimentos
e meios de produção;

(iii) pode ser requisitada pelas autoridades públicas competentes a prestação de quaisquer serviços e a utilização
de bens móveis e imóveis, de unidades de prestação e cuidados de saúde, de estabelecimentos comerciais
e industriais, de empresas e outras unidades produtivas.

e. Relativamente ao direito de reunião e de manifestação - podem ser impostas pelas autoridades públicas
competentes, com base na orientação da Direção Nacional da Saúde, as restrições a estes direitos necessárias
para reduzir o risco de contágio e executar as medidas de prevenção e combate à epidemia, incluindo a
limitação ou proibição de realização de reuniões ou manifestações que, pelo número de pessoas envolvidas,
potenciem a transmissão do novo Coronavírus.

f. Relativamente à liberdade de culto - podem ser impostas pelas autoridades públicas competentes as restrições
necessárias para reduzir o risco de contágio e executar as medidas de prevenção e combate a epidemia,
incluindo a limitação ou proibição de realização de celebrações de cariz religioso e de outros eventos de culto
que impliquem uma aglomeração de pessoas suscetível de potenciar a transmissão do novo Coronavírus.

2. O Governo fica autorizado a estabelecer, em conformidade com as suas competências constitucionais, sanções
para a inobservância das medidas tomadas ao abrigo do disposto no número anterior.

Artigo 4º

1. Com exceção do previsto no número 1 do artigo 3º, fica proibida qualquer outra limitação ou restrição aos direitos,
liberdades e garantias, que continuam a vigorar nos exatos termos consagrados na Constituição, designadamente
as liberdades de expressão e de informação e a liberdade de imprensa.

2. Os efeitos da presente declaração não afetam, igualmente, as regras constitucionais relativas à competência
e ao funcionamento dos órgãos de soberania, nem os direitos e imunidades dos respetivos titulares, nem altera os
princípios da responsabilidade do Estado e dos seus agentes reconhecidos na Constituição.

Artigo 5º
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Para assegurar a eficácia das medidas de prevenção e combate à propagação da doença COVID-19, o Governo
pode adotar medidas que reforcem o exercício coercivo de condução por parte das autoridades administrativas civis
e o apoio direto às mesmas pelas Forças Armadas, nos termos previstos nas alíneas a) e d) do número dois do artigo
248º da Constituição.

Artigo 6º

O Governo, enquanto órgão responsável pela execução da declaração do estado de emergência, deve manter
permanentemente informados o Presidente da República e a Assembleia Nacional dos atos em que consista essa
execução.

Artigo 7º

Na execução da presente declaração de estado de emergência devem ser observados critérios de necessidade,
adequação e proporcionalidade.

Artigo 8º

São ratificadas todas as medidas legislativas e administrativas adotadas pelas entidades competentes com a
finalidade de restringir os efeitos de calamidade pública provocada pela doença COVID-19, na medida em que sejam
compreendidas no disposto no número 1 do artigo 3º da presente declaração.

Artigo 9º

O estado de emergência tem a duração de 20 (vinte) dias, com início às 00h00 (zero horas) do dia 29 de março de
2020 e término às 24h00 (vinte e quatro horas) do dia 17 de abril de 2020.

Artigo 10º

A presente Resolução entra em vigor com o DECRETO PRESIDENCIAL Nº 06/2020, de 27 de março, produzindo
efeitos nos mesmos termos.

Aprovado em 27 de março de 2020.

Publique-se.

O Presidente da Assembleia Nacional, Jorge Pedro Maurício dos Santos

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I SÉRIE

BOLETIM
O FI C I AL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001

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I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-Lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.

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