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eu sou uma antologia

136 autores fictícios

fernando pessoa

edição de
jerónimo pizarro
patricio ferrari

coordenador da colecção
jerónimo pizarro

L ISBOA
tinta­‑da­‑china
mmxiii
índice

Apresentação • 13 [23] Lili • 69


[24] Eduardo Lança • 70
[1] H.W.M. • 23 [25] Velhote • 74
[2] Guillaume Loutil • 26 [26] Nympha Negra • 75
[3] Pip • 29 [27] Trapalhão • 76
[4] Pedro da Silva Salles • 35 [28] Pimenta • 77
[5] Luiz Antonio Congo • 37 [29] Alberto Rey da Costa • 78
[6] José Rodrigues do Valle • 39 [30] Theodoro Luciano • 79
[7] Scicio • 40 [31] Augusto Magenta • 81
[8] Antonio Augusto Rey [32] Accursio Urbano • 82
© Jerónimo Pizarro e Patricio Ferrari, 2013 da Silva • 42 [33] F.q.a. • 84
Título: Eu Sou Uma Antologia – 136 Autores Fictícios [9] A. Francisco de Paula [34] Cecilia • 86
Autor: Fernando Pessoa Angard • 43 [35] José Rasteiro • 87
Editores: Jerónimo Pizarro e Patricio Ferrari
[10] Dr. Caloiro • 46 [36] Benjamin Vizetelly
Coordenador da colecção: Jerónimo Pizarro
Revisão: Tinta-da-china [11] Dr. Pancracio • 49 Cymbra • 89
Capa e projecto gráfico: Tinta­‑da­‑china [12] Morris • 54 [37] Roberto Kóla • 90
www.tintadachina.pt [13] Diabo Azul • 56 [38] Francisco Páu • 91
[14] Pad Zé • 58 [39] Nat Gould • 92
Todos os direitos
desta edição reservados à  [15] Parry • 61 [40] Oswald Kent • 93
Tinta­‑da­‑china [16] Nympha • 62 [41] Marino Zeca • 94
Rua Francisco Ferrer, n.º 6­‑A
1500­‑461 Lisboa [17] Gallião • 63 [42] Sileno Ladino • 95
Tels.: 21 726 90 28/9 [18] Zé Nabos • 64 [43] Adolph Moscow • 96
E­‑mail: info@tintadachina.pt
infobrasil@tintadachina.pt [19] Theodor • 65 [44] Marvell Kisch • 98
[20] Gee • 66 [45] Gabriel Keene • 100
1.ª edição: Novembro de 2013
isbn 978­‑989­‑671­‑189‑4
[21] Rabanete • 67 [46] Sableton Ray • 101
depósito legal n.º 366 072/13 [22] Gallião Pequeno • 68 [47] Lucian Arr • 102
[48] C.V. • 104 [77] W. Fasnacht • 267 [106] Antonio Mora • 450 [126] Bernardo Soares • 558
[49] Z.E. • 105 [78] Néant • 269 [107] Antonio Gomes • 467 [127] A.L.R. • 571
[50] M. • 106 [79] Jean Seul De Méluret • 273 [108] Thomas Crosse • 475 [128] Efbeedee Pasha • 578
[51] Philokalio • 107 [80] William Alexander [109] Hadji­‑Muhrad • 491 [129] Antonio L. Caeiro • 589
[52] A.L. • 108 Search • 284 [110] Sher Henay • 493 [130] Julio Caeiro • 591
[53] Karl P. Effield • 109 [81] Charles James Search • 285 [111] Padre Antonio de [131] Diniz Da Silva • 592
[54] W.W. Austin • 113 [82] Sr. Pantaleão • 290 Seabra • 498 [132] Giovanni B. Angioletti • 598
[55] J.G. Henderson Carr • 119 [83] Torquato Mendes Fonseca [112] Claude Pasteur • 505 [133] Firmino Lopes • 603
[56] Tagus • 123 da Cunha Rey • 298 [113] James L. Mason • 507 [134] Barão de Teive • 607
[57] David Merrick • 126 [84] Usquebaugh V. Bangem • 301 [114] Henry More • 508 [135] Dr. Abilio Quaresma • 619
[58] Lucas Merrick • 134 [85] Manuel Maria • 304 [115] Wardour • 517 [136] Maria José • 626
[59] Sidney Parkinson [86] Ibis • 307 [116] Voodooist • 524
Stool • 137 [87] Joaquim Moura­‑Costa • 313 [117] Joseph Balsamo • 526 Fernando Pessoa • 635
[60] Charles Robert Anon • 139 [88] Carlos Otto • 319 [118] Henry Lovell • 529
[61] Horace James Faber • 157 [89] Miguel Otto • 328 [119] James Joseph • 531
[62] Professor Trochee • 170 [90] Padre Gonçalves Gomes • 329 [120] J. H. Hyslop • 533 Notas • 663
[63] Guikel • 176 [91] Vicente Guedes • 331 [121] George Henry Morse • 535 Ordem Topográfica
[64] Dr. Gaudencio Nabos • 180 [92] Navas • 344 [122] Marnoco e Sousa • 538 das Cotas • 697
[65] Professor William [93] Gervasio Guedes • 346 [123] João Craveiro • 543 Posfácio • 701
K. Jinks • 189 [94] L. Guerreiro • 348 [124] A. A. Crosse • 547 Bibliografia • 725
[66] Antonio Cebola • 199 [95] Pero Botelho • 350 [125] I. I. Crosse • 551 Notas biográficas • 733
[67] Professor Jones • 200 [96] Japonais • 354
[68] William Smith • 207 [97] Frederick Wyatt • 359
[69] Caesar Seek • 209 [98] James Bodenham • 371
[70] Ferdinand Sumwan • 211 [99] Olga Baker • 374
[71] Jacob Satan • 212 [100] Dr. Neibas • 376
[72] Alexander Search • 227 [101] Alberto Caeiro • 381
[73] A. Moreira • 249 [102] Alvaro de Campos • 395
[74] Faustino Antunes • 253 [103] Ricardo Reis • 419
[75] Ardrèce Augradi • 259 [104] Frederico Reis • 433
[76] Friar Maurice • 262 [105] Raphael Baldaya • 442
[61A­‑27r]
(De um poema de 17­‑12­‑1932)
a pr esen t aç ão
je rón i m o p i z a rro, pat ri c i o f e rra ri

«Eu sou uma antologia», escreveu Fernando Pessoa num poema


datado de 17 de Dezembro de 1932, convidando-nos, de certa
maneira, a descobrir essa antologia. A primeira investigadora
que se propôs realizar esse trabalho de forma exaustiva foi Teresa
Rita Lopes, que em 1990 elaborou uma lista de 72 dramatis per-
sonae, guiando-se pelo critério «escrevo, logo existo» (Pessoa por
Conhecer I, 1990, p. 173), isto é, assumindo como autores pessoa-
nos todos os nomes que foi possível associar a um texto escritoa.
Passaram-se quase duas décadas e, em 2009, num intuito revi-
sionista, Michaël Stoker propôs uma nova lista de 83 persona-
gens. Pouco depois, em 2011, formando um mosaico maior, José
Paulo Cavalcanti Filho compôs um elenco de 127 nomes em Fer-
nando Pessoa: uma quase-autobiografia, reiterando em Fevereiro
de 2012 algo de extraordinário: «fôssemos contar todos os nomes
com que [Pessoa] assinou textos, ou para quem destinou fun-
ções, e seriam ainda mais – 202» (2012, p. 11). A impressão de ser

a É importante frisar que Teresa Rita Lopes foi a primeira a propor uma lista exaustiva
(a mais exaustiva possível na altura), porque, antes dela, António Pina Coelho (1966, p. 342;
1967, tomo 1, pp. 64 et seq.) já tinha feito um primeiro levantamento de 20 desdobramentos
pessoanos.

apresentação
13
árdua e inexacta a contabilidade do universo fictício pessoano – por futuras pesquisas e novas descobertas. Pessoa sempre foi
ou de qualquer espaço imaginário alheio – apenas sai confirmada essencialmente múltiplo e nada impede que o seja ainda mais,
com afirmações deste tipo. até porque todo o processo de levantamento depende de cri-
Entretanto, estava em preparação o livro Teoria da Hetero- térios de admissão e de exclusão. Martins e Zenith excluíram
nímia, editado por Fernando Cabral Martins e Richard Zenith, mais de 30 nomes identificados por Cavalcanti Filho; nós
em que «106 nomes são apresentados em ordem aproximada- excluímos menos, mas não incluímos muitíssimos nomes da
mente cronológica» (Pessoa, 2012, p. 45). Até à sua publicação nossa selecção inicial de candidatos (veja-se, a este respeito,
efectiva, sempre imaginámos que se tratasse de uma selecção o Posfácio). Incluímos, além disso, alguns novos nomes nunca
de textos dedicados ao fenómeno do «heteronimismo» – é antes listados.
esta a palavra mecanografada por Pessoa, que nunca utilizou A investigação que tornou possível este livro foi simultanea-
o termo «heteronímia» (ver Pizarro, 2012a, p. 73). Pelo nosso mente complexa e fascinante. Complexa, porque percorremos
lado, interessava-nos, em 2010, quando começámos a prepa- as 30 mil folhas do espólio pessoano, à procura do que pode-
rar este livro, não seleccionar textos dispersos e previamente ríamos denominar vestígios ficcionais, isto é, nomes inventados
publicados sobre uma temática específica, mas sim retomar o ou nomes reais ficcionados, e inventariámos todos os nomes de
trabalho pioneiro de Teresa Rita Lopes e oferecer ao público que há uma inscrição ou um testemunho. Fascinante, porque
uma «Prática do Heteronimismo», título de que abdicámos, a no caso de muitas figuras não tínhamos uma visão de conjunto
favor de um outro menos técnico e mais poético: Eu Sou Uma – conhecem-se, por exemplo, as Obras de António Mora (2002)
Antologia – 136 autores fictícios. Este livro é, portanto, uma e as Obras de Jean Seul de Méluret (2006), mas não as do Dr.
tentativa renovada e mais exaustiva de antologizar Pessoa; ou Pancracioc ou as de Charles Robert Anon –, e a nossa pesquisa
melhor, de revisitar a antologia que a obra pessoana sempre permitiu-nos conhecer melhor Pessoa na sua pluralidade. Isto
foi. Desde 1990, essa antologia não tem parado de crescer, levou-nos a reler textos editados e a ler textos inéditos, a atingir
uma vez que, desde a pioneira lista de Teresa Rita Lopes, se uma percepção mais nítida de figuras acerca das quais tínhamos
descobriram várias outras personagens, entre as quais Gio- ideias muito vagas, e a compreender melhor o desenvolvimento
vanni B. Angioletti, a mais recentemente resgatada e revelada e a dinâmica do heteronimismo pessoano. Foi fascinante, por
por José Barreto, em 2012b. Isto sugere – e convém admiti-lo exemplo, redescobrirmos a mobilidade deste teatro existencial:
desde já – que o conjunto aqui proposto de 136 figuras que sur- num jornal fictício, o Dr. Pancracio é descrito como o «antigo
gem no espólio de Fernando Pessoa como autoras de textos ou Pip»; num caderno, David Merrick é substituído por Charles
com funções atribuídas poderá, naturalmente, ser ampliado Robert Anon; numa folha solta, Anon passa, por sua vez, a ser

c Assim como mantivemos a ortografia de Pessoa nos textos transcritos, mantivemo-la


b Houve também personagens retiradas da lista: Maria Aliete Galhoz (2007) demonstrou também nos nomes; daí que «Pancracio», por exemplo, não tenha acento. Também não o
que Coelho Pacheco era um amigo real e não imaginário de Pessoa. terão Alvaro ou Gaudencio, entre outros.

apresentação apresentação
14 15
[72­‑34r]
(Da carta de 13­‑1­‑1935 de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro)
1
h.w.m.

O texto intitulado «Equivocal Love Letter» [«Carta de Amor


Equívoca»] surge nas páginas de um pseudojornala que Fer-
nando Pessoa elaborou em Abril de 1901, com a idade de doze
anos.b A carta atribuída a H. W. M. não é, porém, uma criação
inteiramente original, já que este tipo de missiva, sob o título
genérico de «Copy of a Curious Love Letter from a Gentleman to
a Lady» [«Cópia de Uma Curiosa Carta de Amor de Um Cavaleiro
para Uma Dama»], circulava no Reino Unido e nos Estados Uni-
dos da América desde c. 1840, em broadsides ou folhas volan-
tes, apenas com ligeiras variações (incluindo o nome do autor).
O jovem Pessoa terá, portanto, entrado no jogo da variação de
um modelo.

data: 2 de Abril de 1901.

[133F­‑41r]

a Identificado pelas cotas 113F­‑40 a 43.


b Pessoa viveu em Durban, África do Sul, entre Fevereiro de 1896 e Agosto de 1905. Em
Agosto de 1901 regressou a Portugal, onde permaneceu até Setembro de 1902, quando embar-
cou de volta para Durban. O jovem escritor completou os seus estudos na Durban High School
(Form VI), em Dezembro de 1904. Para informações mais detalhadas acerca deste período,
veja­‑se Severino (1983) e Jennings (1984 e 1986). Veja­‑se também a folha 28A­‑20, que con-
tém um resumo curricular.

h.w.m. [1]
23
[1.1] Equivocal Love Letter Carta de amor equívoca [trad.]

  To –   À –
The great love I have hitherto expressed for you O grande amor que até agora te comuniquei
is false, & I find my indifference towards you é falso, e creio que a minha indiferença por ti
increases daily. The more I see of you the more cresce a cada dia. Quanto mais te vejo, mais
you appear in my eyes an object of contempt. apareces a meus olhos como digna de desprezo,
I feel myself everyway disposed & determined sinto que estou inteiramente disposto e determinado a
to hate you. Believe me I never had an intention odiar­‑te. Acredita que nunca tive intenção de
to offer you my hand. Our last conversation has conceder­‑te a minha mão. A nossa última conversa
left a tedious insipidity, which has by no means deixou­‑me com uma monotonia tediosa, que de forma alguma
given me the most exaltic1 idea of your character, me proporcionou a mais exaltante imagem do teu carácter,
your temper would make me extremely unhappy o teu temperamento tornar­‑me­‑ia extremamente infeliz
& if we are united I shall experience nothing but e ao unirmo­‑nos, não sentiria senão o
the hatred of my parents, added to everlasting dis­‑ ódio dos meus pais, juntamente com o interminável des­‑
pleasure in living with you. I have, indeed, a heart agrado de viver contigo. Eu tenho, de facto, um coração
to bestow, but I do not desire you to imagine it para oferecer, mas não quero que o imagines
at your service I could not give it to one more ao teu serviço, não podendo dá­‑lo a ninguém mais
inconsistent & capricious than yourself & less inconsistente e caprichoso que a ti e menos
capable to do honour to my choice & family. capaz de honrar a minha escolha e família.
Yes, I hope you will be persuaded that Sim, espero que fiques persuadida de que
I speak sincerely and you will do me a favour falo de forma sincera e far­‑me­‑ás um favor ao
to avoid me. I shall excuse you taking the trouble ignorar­‑me. Dou­‑te licença de evitares o trabalho de
to answer this; your letters are always full of responder a isto, as tuas cartas são sempre cheias de
impertinence, & you have not a shadow of impertinências, e não tens a mais pequena noção de
wit & good sense. Adieu! Adieu! believe me génio e bom senso. Adieu! Adieu! Imagina­‑me
so averse to you that it is impossible for me ever tão adverso a ti que me é impossível alguma vez ser
to be your most affectionate friend & humble servant. o teu mais afectuoso amigo e humilde servo.

N[ota] B[ene] After reading commence again on the N[ota] B[ene] Após ler, começar de novo na primeira linha
first line, & read every alternate line to the end. e ler cada linha alternadamente até ao final.

h.w.m. [1] h.w.m. [1]


24 25
76 all thou wert cold, cold, cold. Poor Friar Maurice. Friar Maurice
Fr i a r M au r ice is mad. Do not laugh at Friar Maurice» [«Como foi festivo o jan-
tar de ontem! Como estavam alegres as tias e os tios, os primos
e as primas; como o ambiente estava cheio de animação. Tudo era
Autor de um projecto literário intitulado The Book of Friar engraçado, encantador, caloroso. Pobre Frei Maurice, estáveis
Maurice [O Livro de Frei Maurice], revelado por R. Zenith em presente e estáveis inteiramente frio, frio, frio. Pobre Frei Mau-
2003 (Escritos Autobiográficos, pp. 76­‑80), para o qual ficaram rice. O Frei Maurice é doido. Não riam do Frei Maurice»] (20­‑8r).
depositados nas arcas pessoanas alguns fragmentos. Pes- Outros títulos que Pessoa chegou a  imaginar para o  livro desta
soa ponderou, mais de uma vez, alterar o título do livro atri- personagem torturada foram Voyage to Hell – The Book of Friar
buído a este frade, mas terá acabado por manter a designação. Maurice [Viagem ao Inferno – O Livro de Frei Maurice] e Voyage of the
Assim, numa página de caderno, por volta de Agosto de 1907, Unknown Travel [Viagem da Jornada Desconhecida] (15B4­‑63ar).
escreve: «Ultimus Joculatorum. (or another good title) | a kind «Oh, to put myself outside myself» [«Oh, pôr­‑me fora de mim
of Sartor Resartus – instead of Book of Friar Maurice. | The mesmo»], exclama o  frade num trecho, «I have a  desire to fly
Nothingness Club. | The Zero Club» [«O Maior dos Brincalhões. from myself. I do conceive, though very vaguely, a life where we
(ou outro bom título) | uma espécie de Sartor Resartus – em are ourselves yet are not. Oh, doubt! Oh torture!» [«Desejo voar
vez do Livro de Frei Maurice | O Clube Nada | O Clube Zero»] de mim mesmo. Concebo, ainda que vagamente, uma vida em que
(144T­‑52r); e  pouco depois, numa folha solta, anota que The sejamos nós próprios e ainda assim não o sejamos. Oh, dúvida!
Black Book of Caesar Seek seria o verdadeiro título de Friar Mau- Oh, tortura!»] (in Pizarro, 2007, p.  85). Podemos afirmar que
rice, «tal como tentei chamá­‑lo no passado» (cf.  69, Caesar o  Livro do Desassossego terá começado a  despontar nos aponta-
Seek). Importa destacar que Pessoa queria redimensionar mentos deste místico sem Deus.
Ultimus Joculatorum e que equacionou, então, a possibilidade As siglas de Friar Maurice, «F.M», manuscritas a lápis azul,
de lhe dar outros títulos: The Nothingness Club, The Zero Club constam do fragmento seguinte; e o seu nome, riscado, figura
e  The Black Book of Caesar Seek. Mas o  título The Book of Friar no verso de um pequeno envelope (ver «Outros documentos»).
Maurice terá acabado por vingar e  por não se confundir com
os restantes projectos, atendendo a que ainda é referido numa data: 1907.
página de caderno datável de 1909 (cf. 144D­‑6r).
Friar Maurice é mencionado num texto de índole autobiográ-
fica, datável de Novembro de 1907, no qual se lê a seguinte obser-
vação: «How gay was the dinner yesterday! How Aunts & Uncles [28­‑48r]
& Cousins male & female were joyous, how all was merry. All was
wit, charm, warmth. Poor Friar Maurice, thou wert present, and

friar maurice [76] friar maurice [76]


262 263
[76.1] One hallucinated conscious of his hallucination, one who hopes I am ever consumed by a  deep, inextinguishable love of [76.2]
without hoping, a dreamer without dreams. mankind, by a profound desire to do good, to defend the weak,
– to work wonders.
A mystic without God, a Christian without a creed. Often I, feeling so weak in will, so wavering in purpose, say:
I will leave all ideas of altruism: I will, perhaps not enjoy life,
but at least care for nothing, leave all.
[trad.] Um alucinado consciente da sua alucinação, alguém que espera sem But I cannot, fortunately, I cannot.
esperança, um sonhador sem sonhos. There is in me more good than there is bad.
– –
Um místico sem Deus, um cristão sem uma crença. These are my thoughts? What will my actions in the furure be?
Horror! Horror! Horror! The doubt of it.
I know I shall never prostitute with lust or vice what4 talent I
have. I know I shall never defend false things. But will the acts of
[76.1] Why am I so unhappy? Because I am what I must not be. Because my life, those private, near to me be good and pure? What5 does
half of me is not brother to the other half, & the conquest of one the future hold – the6 future of what less, of what more is me?7
is the defeat of the other, & if the defeat the suffering – my suf-
fering in either case.
Half of me is noble & great, and half of me is little and vile. Both1
of them are I2. When the part of me that is great triumphs, I suffer Porque sou tão infeliz? Porque sou o que não devo ser. Porque metade [trad.]
. . . 
[because] the other half – which is also truly myself, which I de mim não está irmanada com a outra metade, e a conquista de
have been unable to render not­‑myself – aches thereat. When the uma é a derrota da outra, e havendo derrota há sofrimento – o meu
base part of me triumphs, the noble half suffers and sorrows. sofrimento em qualquer dos casos.
Ignoble tears or noble tears – all of them are tears.3 Metade de mim é nobre e grandiosa, e metade de mim é pequena
– e vil. Ambas são eu. Quando a parte de mim que é grandiosa triunfa,
When I hear of the growth of vice, of lust, of sexual evilness, sofro porque a outra metade – que também é na verdade eu próprio,
I am filled with an inexpressible ache, with a deep rage. Why que não consegui tornar não­‑eu – sofre por isso. Quando a  parte
..
with such a rage?  .   [because] not all me is in revolt, but part inferior de mim triunfa, a parte nobre sofre e lamenta­‑se.
– the greater, truly, the nobler, truly. But half of me, though Lágrimas ignóbeis ou lágrimas nobres – todas são lágrimas.
.
hidden in me, exults. My rage is .  . [therefore] so great – the –
rage of war and of civil war together. I ache that I should not Quando oiço falar do crescimento do vício, da luxúria, da perversão
all be good. sexual, fico cheio de uma dor inexprimível, de uma profunda raiva.

friar maurice [76] friar maurice [76]


264 265
[anexo]
outros
documentos

[92S­‑96v] [Lord Frederick Wyatt]

[144V­‑27v] [Rev. Walter Wyatt | Sandringham]

[48I­‑15ar] [Fredk. Wyatt, Esq.]


[2, Howth Terrace | Bristol. | Brighton.]

[144V­‑47v] [Monsieur | Alfred Wyatt | 14, Rue Richet | Paris]

[57­‑8v] [Charles Wyatt]

[110­‑9v] [My dear Stanley Wyatt:]


[40­‑25v] [Fredk. Wyatt]

frederick w yatt [97] frederick w yatt [97]


368 369
98
Ja mes Boden h a m

[49B5­‑37v] [Francis Wyatt, <*Lord>] Figura revelada em 2010, na edição crítica do Livro do Desasocego
(2010, tomo 2, p. 615), já que o único texto que lhe foi atribuído
se encontra­manuscrito no verso de um fragmento destinado
ao Livro, datável de 1913. James Bodenham encarna a paixão de
Pessoa por todo o tipo de dicionários – que leu e inventou ao
longo da sua vida –, por todo o tipo de enigmas e mistérios, e até
pela publicidade, porque o texto que se conhece de Bodenham
parece uma síntese publicitária da obra The Psychological Laws
[14D­‑34v] [Augustus C. Wyatt | Christopher Wyatt | Arthur C. Wyatt] of Problem Solving [As Leis Psicológicas da Resolução de Problemas].
[Riscado: Quentin Durward, romance de Walter Scott]
Também não é de descartar a hipótese de este projecto ser mais
«real», pensando que Pessoa terá tentado «fazer pela vida»,
para citar António Mega Ferreira (2005), inventando dicio-
nários técnicos e  atendendo ao facto de, em 1915, o  poeta ter
oferecido dois jogos de guerra por si inventados, e não paten-
teados, aos donos dos célebres Armazéns Gamages no centro
de Londres (Sensacionismo e Outros Ismos, 2009, p. 661). Na sua
obra, Bodenham propunha­‑se expor os princípios psicológicos
subjacentes à solução de vários tipos de problemas, uma expo-
sição que teria tido grande interesse para a  ampla família de
charadistas e decifradores de enigmas criada por Pessoa, mas
também para os leitores e colaboradores de publicações popu-
laríssimas à  altura, tais como Tit­‑Bits e  Answers, que Pessoa,
como todos os seus contemporâneos de língua inglesa, conhecia
muito bem. Acrescente­‑se que Pessoa criou uma personagem,
A. A. Crosse (cf. 124), que enviava soluções para os concursos
desse tipo de publicações de grande tiragem, e  ganhou algum

frederick w yatt [97] james bodenham [98]


370 371
dinheiro solucionando problemas e  jogos de palavras. Teria (2) Those which depend on letters
o livro de Bodenham tentado auxiliar outros jogadores a ganhar Those ––––––––––– on slogans
dinheiro também? É  possível. Até porque numa lista de três Those ––––––––––– on sense.5
projectos, o primeiro dos quais se intitula Tactica Commercial, (3) Half­‑chance contests – such as guessing who will win,
Pessoa incluiu «The Psychological Bases of Problem­‑Solving» lose or draw on a Certain nº of e.g. future turns6 to play on
(«As Bases Psicológicas da Solução de Problemas») (144L­‑18r), a certain date.
com certeza um título alternativo ao primeiro, que também se
poderia chamar «Psychology of Problem­‑Solving» («Psicologia
da Solução de Problemas» (144L­‑19r). As Leis Psicológicas da Resolução de Problemas [trad.]
Por James Bodenham.
data: c. 1913.
Este livro não é um inútil dicionário ou semi­dicionário de expressões
ou trocadilhos para serem usados em casos de soluções hipotéticas.
É um estudo e uma exposição, conduzidos na mais simples lingua-
[144L­‑17r] gem, das leis mentais que governam os processos psicológicos pelos
quais as soluções dos problemas são obtidas, de forma que, pelo seu
simples cumprimento e  treino do seu cumprimento, o  leitor possa
tornar­‑se ele próprio um solucionador de problemas.
[98.1] The Psychological Laws of Problem Solving Problemas, no sentido em que a palavra é aqui usada, são de três
By James Bodenham. géneros:
(1) Problemas adequados, contendo uma solução fixa que deve ser
This book is not a  useless dictionary or semi­‑dictionary of encontrada – tal como imagens que devem ser decifradas num
phrases or puns to be used in hypothetical solution­‑cases. It certo significado.
is a study and exposition1, conduced in the simplest language, (2) Os que dependem de letras
of the mental laws2 governing3 the psychol[ogical] processes by Os ––––––––––– de slogans
which solutions of problems are obtained, so that by a simple Os ––––––––––– do sentido.
observance of them & training in their observance, the reader (3) Concursos parcialmente de sorte – tais como os de adivinhar
can render himself apt to become a competent problem solver. quem irá ganhar, perder ou empatar num certo número de, por
Problems, as here the word is used, are of 3 kinds: exemplo, turnos futuros a serem jogados numa certa data.
(1) Problems proper, containing a fixed4 solution to be found –
such as pictures to be deciphered into one certain meaning.

james bodenham [98] james bodenham [98]


372 373
Somos o não­‑ser [var.: os não seres] de Deus.
Pluraes, não existimos.
Compostos, estamos mortos.

[153­‑83r]
(Versos soltos, sem data)

Pulverisação da personalidade: não sei quaes são as m[inhas] idéas, nem os m[eus]
sentimentos nem o meu caracter... Se sinto uma cousa, emq[uan]to a sinto na pessoa
visualizada de uma qualquér criatura que apparece em mim. Substitui os meus sonhos
a mim­‑proprio. Cada pessôa é apenas o seu sonho de si­‑proprio. Eu nem isso sou.

[144D2­‑46r]
(De um trecho de 1914 do Livro do Desassossego)

Nem para mim mesmo sou sincero…


Sou eu­‑proprio falsificado.

[49C1­‑47v]
(Nota de c. 9­‑2­‑1914)
p osfácio
je rón i m o p i z a rro, pat ri c i o f e rra ri

Num poema de 24 de Agosto de 1930, Pessoa declara «Mal sei


quantas almas tenho»; mal faríamos nós em tentar determinar
com exactidão quantas teve realmente. De muitas «almas» não
nos terá chegado um registo escrito e algumas outras, que ani-
maram Pessoa, foram esquecidas com a  passagem do tempo;
nomeadamente as da primeira infância e algumas da adolescên-
cia, como as que protagonizavam as histórias que o jovem escri-
tor contava aos seus meios­‑irmãos. Assim, num texto datável de
1930, Pessoa lembra que, sendo ainda criança – talvez com cinco
ou seis anos, isto é, por volta de 1893­‑1894 –, já o acompanha-
[16­‑59r]
(Apontamento de c. 1929) vam «um capitão Thibeaut, um Chevalier de Pas e outros que já
me esqueceram, e cujo esquecimento, como a imperfeita lem-
brança d’aquelles, é uma das grandes saudades da minha vida»
(Páginas Íntimas e  de Auto­‑Interpretação, 1966, p.  101). E  João
Maria Nogueira Rosa, nascido em 1903, recordando que Pessoa
«era extraordinariamente bom com crianças pequenas», conta
que o seu meio­‑irmão «costumava fazer partidas engraçadíssi-
mas, contava as coisas mais divertidas e absurdas e inventava,
para nós, os jogos mais excitantes», acrescentando que aquilo
que mais o  marcou era a  maneira que Pessoa tinha de contar

posfácio
701
histórias, entre elas uma «longa história em episódios», cujas sentes e a referir. É por estes e outros motivos, que, potencial-
personagens «tinham todas nomes bastante absurdos tais como mente, o número de «almas» de Pessoa não é determinável com
senhor Cenoura, senhor Nabo e  outros» (apud França, 1987, exactidão. Entre os outros motivos, que o leitor pode adivinhar,
p. 312). Seria o senhor Nabo o futuro Dr. Gaudencio Nabos, com figura um que se desdobra em vários: Pessoa costumava cruzar
«s» final? E quem teria sido o senhor Cenoura? E que vestígios os planos da realidade e da ficção, quer inserindo figuras irreais
ficcionais sobreviveram do Chevalier de Pas, para além de duas em jogos reais (ou vice­‑versa), quer transformando em persona-
assinaturas num Floral Birthday Book [Agenda Floral de Aniver- gens fictícias indivíduos reais (ou vice­‑versa). Para estabelecer
sários], conservada por Manuela Nogueira? E o que sobreviveu em absoluto o número total de figuras inventadas por Fernando
do capitão Thibeaut, para além dessa menção no texto supra- Pessoa, teríamos de conseguir, entre outras coisas, destrinçar
citado? Não sabemos ao certo, como também não temos como com segurança as personagens fictícias das históricas – sendo
determinar quantas figuras, reais e  irreais, faziam parte dos que algumas destas foram absorvidas pela ficção (por exem-
jogos inventados por Pessoa, jogos, por exemplo, de corridas de plo, Henry More) –, e destrinçar as figuras internas e externas
cavalos, com apostas simbólicas, como os que registou nos seus às ficções pessoanas – sendo que algumas personagens ganha-
primeiros cadernos. ram exterioridade (por exemplo, Antonio Mora) –; estas duas
Seguindo os critérios que orientaram esta antologia, não tarefas, e  outras afins, comportarão sempre um certo grau de
foram aqui incluídos todos os nomes referidos em diversos incerteza, porque em muitos casos faltam­‑nos elementos que
jogos inventados por Pessoa, nem antologizadas figuras referidas determinem se uma figura cruzou ou não a  fronteira da ficção.
por outrem ou personalidades fictícias das quais só restou uma Contudo, neste posfácio é  necessário ir além dos verbe-
«imperfeita lembrança». Daí que tenhamos optado, tal como tes críticos das 136 figuras antologizadas e  mencionar outros
Teresa Rita Lopes, por iniciar a antologia na primeira década do nomes (são tantos!) que, como a cauda de um cometa, formam
século xx, visto que os papéis mais antigos que se conservam no parte do cometa Pessoaa. A sublista seguinte, organizada alfabe-
espólio pessoano, como o  caderno 144B (ver Cadernos, 2009, ticamente, para facilitar a consulta e atendendo à dificuldade de
pp. 15 et seq.), por exemplo, são de 1900, quando Pessoa fez doze datar criticamente alguns registos onomásticos que não estão
anos, e que o primeiro poema inglês datado de Pessoa é de 12 de ligados a um texto, servirá para justificar a exclusão de algumas
Maio de 1901 («Separated from thee», 16A­‑48; Obra Poética, 1965, figuras do núcleo cometário, para convidar outros investiga-
p. 621). O que é interessante notar, e basta folhear esse caderno dores a  indagarem mais sobre a  origem e  a relevância destes
e outros papéis dos anos de Durban para o descobrir, é que Pessoa nomes, e  para deixar este livro aberto, porque estamos todos
revelou desde cedo uma paixão singular pelas listas de dramatis ainda a  tirar «fotografias de grupo», fotografias de Pessoa &
personae, pelas listas de autores de livros, pelos nomes em geral C.ª, em que podem não aparecer todas as figuras que deveriam
e  pelos jogos – de palavras ou de outro género – em que eram
vários os participantes e, portanto, vários os nomes a  ter pre- a Recorremos aqui ao vocabulário metafórico usado por Luiz Fagundes Duarte (1988).

posfácio posfácio
702 703
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[20­‑68r]
(Apontamento solto, sem data) fernando pessoa
(1888­‑1935)

É hoje o principal elo literário de Portugal com o mundo. A sua


obra em verso e em prosa é a mais plural que se possa imagi-
nar, pois tem múltiplas facetas, materializa inúmeros interes-
ses e representa um autêntico património colectivo: do autor,
das diversas figuras autorais inventadas por ele e dos leitores.
Algumas dessas personagens, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e
Álvaro de Campos, Pessoa denominou «heterónimos», reser-
vando a designação de «ortónimo» para si próprio. Director
e colaborador de várias revistas literárias, autor do Livro do
Desassossego e, no dia­‑a­‑dia, «correspondente estrangeiro em
casas comerciais», Pessoa deixou uma obra universal em três
línguas que continua a ser editada e estudada desde que escre-
veu, antes de morrer, em Lisboa, «I know not what to­‑morrow
will bring» [«Não sei o que o amanhã trará»].
jerónimo pizarro
É professor, tradutor, crítico e editor, bem como responsá-
vel pela maior parte das novas edições e novas séries de textos
de Fernando Pessoa publicadas em Portugal desde 2006. Pro­
fessor da Universidade dos Andes, titular da Cátedra de Estudos
Portu­gueses do Instituto Camões na Colômbia e Prémio Eduardo
Lourenço (2013), Pizarro voltou a abrir as arcas pessoanas e
redescobriu «A Biblioteca Particular de Fernando Pessoa», para
utilizar o título de um dos livros da sua bibliografia. Co-editor da
revista Pessoa Plural, actualmente dirige as colecções pessoanas
da Tinta­‑da­‑china.

patricio ferrari
Doutorou-se na Universidade de Lisboa com a dissertação
«Meter and Rhythm in the Poetry of Fernando Pessoa» (2012).
Co-dirigiu o projecto de digitalização da Biblioteca particular
de Pessoa. Publicou artigos em diferentes línguas, dando par-
ticular destaque a questões de métrica e marginalia (Bulletin of
Spanish Studies, Luso-Brazilian Review, Pessoa Plural, Portuguese
Studies e Thyrse, entre outras). Pós-doutorando na Universidade
de Lisboa, na Brown University e na Stockholms universitet,
prepara uma edição crítica e um estudo da poesia inglesa inédita
de Fernando Pessoa.
eu sou uma antologia
foi composto em caracteres filosofia e impresso na
guide, artes gráficas, sobre papel coral book de
80 g/m2, no mês de outubro de 2013.

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