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Trabalho de

Filosofia

Filosofia da
Quadra

Henrique Gimenez Ramos- 3ºC

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Esporte de alto nível faz mal à saúde. Esta deveria ser a legenda na
parte de baixo da tela da TV quando vemos atletas competindo. Tipo
aquela que tem em programas científicos ou de mágica: “Não tente
fazer isso em casa”. Normalmente quando se olha esportistas em
atividade, por absoluta inveja de não se ter seguido os talentos e
sonhos, pensa-se apenas nos benefícios que eles têm. Viajam o
mundo, têm saúde, gostam do que fazem e ainda ganham por isso.
Como toda escolha há a parte das concessões. Não têm vida social,
ficam longe da família, não conseguem se acostumar com uma rotina,
trabalham duro apenas no que escolheram fazer e não podem se dar ao
luxo de experimentar coisas novas além do que fazem, pois podem
correr o risco de se machucarem e acabarem ou interromperem suas
carreiras prematuramente. Os espectadores pensam que o dinheiro
compensa tudo, pois dão um significado irreal para ele. Esquecem-se
que quem dá valor às coisas é o homem e não o inverso.

Não há um atleta de alto nível em qualquer esporte que não tenha sido
operado pelo menos uma vez. Usam e abusam dos limites do corpo
para se manterem no alto nível exigido de competitividade. Têm, em
média, dez anos de mercado em alto nível, após isso sua vida muda
drasticamente. Vem a aposentadoria do esporte, mas não da vida.
Novos caminhos terão que ser abertos ou descobertos.

E quando falamos em atletas de alto nível estamos falando da nata, da


elite de qualquer esporte. Abaixo deles têm milhares de pessoas
tentando ser o melhor possível para poder repartir o privilégio de estar
no topo. Muitos deles morrem na praia, ou por questões financeiras ou
por questões de saúde. Os que chegam lá já chegam sobrecarregados
de atividades e responsabilidades que se quadruplicarão quando
chegarem ao topo. O que desenvolvem para chegarem ao seu melhor
são as características de sua personalidade. Treinam, comprometem-
se, persistem, traçam objetivos, trabalham com a realidade e estão
sempre tentando se aprimorar. Ou usam de qualquer artifício extra para
burlar ou encurtar esse caminho. É como o empresário, que sempre terá
riscos e isso faz parte do negócio, pois nada é infalível e garantido. A
única maneira de não ter riscos em seu negócio é através do suborno.
Paga-se para eliminar os riscos e encurtar o caminho. No esporte isso
se chama doping. É o artifício externo para eliminar boa parte do
caminho a percorrer. Mas três coisas se perdem aí: o aprendizado do
caminho que é o que proporciona ao atleta poder conquistar mais de
uma vez, a inversão ou supressão da moral e da ética e o preço que se
paga fisicamente por esse ‘atalho’.

A melhor maneira de investir em seus sonhos é ter conquistado, ao


menos uma vez, qualquer desejo. É o que torna o homem capaz de
saber que o que foi conquistado poderá ser conquistado novamente
através do aprendizado gerado pelo seu próprio esforço. Ganhar uma
Mercedes não é mesmo que comprá-la. E comprar uma Mercedes dá a
certeza de que se pode conquistar muito mais coisas de igual valor ou
maior. O sentimento que levantou cidades, que enfrentou inimigos, que
construiu fábricas, que fez inventos e que traz a prosperidade é o
orgulho próprio que só é alcançado por pessoas realizadoras e que
pagam o preço justo e correto de suas conquistas. Quando se inverte ou
se suprime a ética e moral, seu conjunto básico de sobrevivência
individual e social na terra, entra-se em um mundo de contradições e
antagonismos. Viver em contradições é a certeza de uma vida infeliz.
Não se pode acreditar naquele ditado comunista que dizia, para
justificar as atrocidades contra a natureza humana, que os fins justificam
os meios. Não pode haver objetivos nobres vindos de meios pérfidos.
Meios ruins trazem finais ruins.

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