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SOCIEDADE EDUCACIONAL LEONARDO DA

VINCI S/S LTDA 


CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
- UNIASSELVI
Portaria Ministerial nº 499, de 12/06/2013, publicada no D.O.U. em 13/06/2013.
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CLEUZIR LOPES GUIMARÃES


ERICA COSTA OLIVEIRA ARRUDA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O PROCESSO DE ENSINO-


APRENDIZAGEM

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo de pesquisa a necessidade da inclusão dos alunos com
necessidades especiais e a importância do processo de ensino e aprendizagem  é um processo em
que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular, trata-se
de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que
estas respondam à diversidade de alunos, uma abordagem humanística, democrática, que percebe o
sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção
social. Pois no Brasil, a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação
Inclusiva, assegura acesso ao ensino regular a alunos com deficiência (mental, física, surdos e
cegos), com transtornos globais do desenvolvimento e a alunos com altas habilidades, superdotação,
desde a educação infantil até à educação superior, fazendo uso da concepção Vygostskyana
principalmente, entende que a participação inclusiva dos alunos facilita o aprendizado para todos.
Este artigo é fundamentado em, Pierre Lévy (1998), Feuerstein (1980),Campos (2008).

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem, Cultura, Educação


INTRODUÇÃO

Pode-se dizer que a educação é o “Carro Chefe“ para a busca de uma


transformação social, baseada nas questões sociais atuais e colaboradoras para formação
do senso critico e participativo do indivíduo.
O trabalho problematiza a realidade dos alunos da educação especial que
frequentam as escolas na educação especial é um tema recente nas políticas
educacionais. No entanto, a presença desta interface nos documentos oficiais da
educação especial é projetos de grandes pesquisas a serem conquistadas com o decorrer
do tempo. Segundo Feuerstein (1994) afirma que duas são as formas de aprendizagem
humana, uma delas é a experiência direta de aprendizado é a interação do organismo
com o meio ambiente, a outra é a Experiência de Aprendizagem Mediada que requer a
presença e a atividade de um ser humano para organizar, selecionar, interpretar e
elaborar aquilo que foi experimentado. Sendo assim, esse autor sustenta que ocorrem
mudanças que são determinantes do desenvolvimento cognitivo causando respostas
diferenciadas em relação ao meio em que vive.

2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

A área de concentração abordada neste projeto refere-se às metodologias de


ensino na educação especial evidenciando o tema: Instrumentos pedagógicos na
educação inclusiva e as melhorias que esses métodos podem trazer para o melhor
desenvolvimento do aluno com deficiência, principalmente com déficit cognitivo.

A inclusão da pessoa com deficiência na escola é sem dúvidas um grande


desafio que envolve pais, alunos e todos os profissionais de educação envolvidos no
contexto do aluno. Por causa da legislação que permite aos alunos especiais a terem
acesso ao ensino regular, as escolas aceitam o aluno no ato da matrícula e uma série
de professores enfrenta questões completamente novas em sala de aula, para atender às
demandas específicas de um aluno com deficiência e ao mesmo tempo dividir a atenção
com o restante da classe.

Os números e até as definições do IBGE causam reflexão. Ao definir a


deficiência intelectual automaticamente como uma limitação severa, estamos
categorizando de maneira definitiva as possibilidades cognitivas de quem apresenta esse
quadro.

Sabemos que há variações de um caso ao outro e não é possível colocar


todas as deficiências intelectuais no mesmo grupo. Talvez esse seja o principal
obstáculo para a inclusão educacional plena. Cada caso é um caso.

A verdadeira inclusão funciona desde que este aluno seja acompanhado pelo
professor da sala de recurso ou apoio para complementar e dar assistência nas atividades
realizadas pelo aluno. Este acompanhamento deve fazer uso de materiais pedagógicos
necessários e específico para cada deficiência para o desenvolvimento aconteça dentro
das possibilidades de cada educando. Com a utilização de recursos pedagógicos para
facilitar o aprendizado, haverá maior acolhimento e oportunidades dentro do processo
de aprendizagem e socialização escolar.

Mesmo quando há opção pelo uso exclusivo das salas especiais, deveremos
aproveitar plenamente o potencial cognitivo e social do aluno. O trabalho em sala de
aula deve estar voltado a construção de uma personalidade singular mas com igualdade
de direitos em aprendizagem e a destituição de preconceitos individuais.

A situação da educação escolar inclusiva não se limita ao aspecto didático-


pedagógico. A inclusão escolar é também socio afetiva. O educando deve sentir-se
acolhido e perceber que a diversidade não se constitui um obstáculo e sim um estímulo
para a formação de consciência de todos os envolvidos no processo socio educacional e
afetivo.

O professor deve juntamente com seus colegas, usar de sua criatividade e


experiência para fazer um autoavaliação de sua prática pedagógica em todas as
dimensões que direta ou indiretamente interferem em sua conduta e desempenho
profissional. Deve ser considerar não apenas a competência técnica, mas também a
capacidade de trabalhar de uma forma coletiva, respeito aos pais e alunos, criatividade e
espírito inovador. Faz-se necessário que a escola incentive seus profissionais a
participar de cursos e grupos de estudos para que possam elaborar estratégias para
viabilizar a capacidade de seus profissionais.
A educação é direito de todos, então deve-se trabalhar com um olhar voltado
para o potencial de cada aluno evitando assim o preconceito e a discriminação.
Diante de algumas deficiências há muita rejeição e para que isso não venha
a ser um problema tem-se que trabalhar com os alunos o lado humano lembrando que
todos são iguais e merecem respeito.

2.1 DIFICULDADES X FACILIDADE

Recebendo alunos com necessidades especiais a escola fortalecerá seu lado


humano e social, sendo mais democrática, tolerante e justa. Levando-a criar estratégias
pedagógicas diferenciadas, melhorando a qualidade da educação e para isso é
fundamental a ação dos professores, sua formação, competência pedagógica, dedicação
e atitudes positivas são fatores determinantes do êxito do seu trabalho ( GUIMARÃES,
2002).
Faz-se necessário a autoavaliação, repensar conceitos diante das situações
que ocorrem no dia-a-dia. Sendo mais compreensivo, escutando mais os outros para que
haja uma socialização diante das diferenças, só assim haverá um momento de inclusão
mais justa, favorecendo os laços sociais e afetivos de acordo o relato da professora Y.
Cabe a escola desenvolver no aluno o senso ético, a responsabilidade, as
atitudes de compromisso, solidariedade e interação com os outro, oferecendo-lhes
cuidados e atenção de acordo com suas necessidades, proporcionando condições para
que o aluno compreende a realidade social em que está inserido e, assim possa exercer
sua cidadania. Segundo Amaro (2009, p 49):

Os procedimentos pedagógicos são ações/atividades/comportamento/formas


de se organizar e acionar a movimentação da construção do saber, do
processo de aprendizado. Eles são articulados e organizados em função dos
princípios de educação e das finalidades estabelecidas pela articulação de
necessidades/possibilidades/contexto temporal, espacial, cognitivo, afetivo,
cultural, social, político, vivido pelos sujeitos envolvidos. (AMARO, 2009).

É com a socialização e incentivo que a criança desenvolve seu potencial,


pois será influenciada pelos outros partindo do que é da qualidade de suas ações sobre a
realidade. Criando um clima de bem estar e confiança, envolvendo os aspectos do
desenvolvimento humano.
A proposta interativa da escola é propiciar a inclusão com transformações
nas metodologias de ensino. Segundo JOVER (1999), é preciso haver equilíbrio entre o
ensinar e o aprender, e o espaço ideal para esse equilíbrio é aquele em que há
compromisso de quem ensina e o desejo de quem aprende. Quanto aos alunos com
deficiência, além dos problemas que se manifestam no campo do desempenho
intelectual, outros aparecem pelo fato de os educandos serem submetidos a
procedimentos ligados a limitações diversas. Uma pessoa excepcional, por exemplo,
normalmente é rotulada de incapaz por que há inadequação da prática cotidiana da
escola com a proposta de aprendizagem pautada na interação entre as diversidades.
Então o excepcional é impedido de se beneficiar do ensino da escola comum, mesmo
sendo freqüentador dela. [...] Essencialmente, uma criança excepcional é a que, do
ponto de vista intelectual, físico, social ou emocional, está tão notavelmente desviada do
que é considerado crescimento e desenvolvimento normal que não pode se beneficiar ao
máximo com um programa escolar comum e requer uma classe especial ou instrução e
serviços complementares. (Cruickshank apud Silvia da Ros, 2002, págs. 24-25).
De acordo com DA ROS, (2002, p. 55), o desenvolvimento da cognição
demanda mediações específicas que variam de acordo as relações travadas pelo homem
em dado contexto cultural. Sendo assim, é fácil verificar o porquê do isolamento dos
deficientes em salas comuns, pois as atividades, na prática, são retiradas do contexto de
interações no qual devem ser produzidas.
Por isso, o profissional precisa, cada vez mais, construir novos
conhecimentos e ferramentas de trabalho. Segundo FREIRE & MARTINS (2001),
quando alguém se especializa em alguma área por meio da formação inicial, os
conhecimentos a que se tem acesso não dão conta de responder a todas as situações que
acontecem no dia-a-dia de trabalho. Assim, é preciso atualização constante por meio de
informações, conhecimentos e experiências.

2.2 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO

Na profissão docente o professor no processo de identidade se constrói e


reconstrói. Constrói-se a partir da sua identidade pessoal, através do seu modo de vida,
sua forma de vivência no cotidiano, suas atitudes e comportamento no meio social em
que vive, vai refletir na sua atuação docente. E se reconstrói por meio da identidade
profissional, porque as mudanças socioeconômicas apresentam novas exigências e
fazem com que os professores venham se adaptar e atualizar o papel da escola, do
professor e da educação. Concordando com esta linha de raciocínio, PEREIRA (2002, p.
122) afirma que:

Isto significa que, de acordo com as circunstância e exigências


postas pela sociedade em uma determinada época, o fazer
profissional tem, historicamente, maneiras diferentes de atuação e
a imagem do profissional docente sofre modificações,
submetendo-se a avaliações dos indivíduos da sociedade que ora o
enaltecem, concedendo-lhe status e prestígios, ora o
desvalorizam, como vem ocorrendo na atualidade.

Diante dessa realidade podemos perceber que a identidade docente não é


imutável, principalmente porque o professor atua em uma sociedade complexa e
diversificada nas culturas, nos ensinos, no convívio social, e em classes sociais. Na
sociedade em que vivemos a identidade do professor nas últimas décadas vem sendo
desvalorizada e criticada. Quando se vive e observa o empenho do professor diante de
tantos obstáculos e falta de material alternativo, percebe-se o seu esforço em manter o
seu trabalho e buscar novas métodos para promover o desenvolvimento do educando.
Percebe-se que há um empenho e um esforço para que todos os educandos tenham as
mesmas oportunidades, com as mesmas igualdades de condições, respeitando as
diferenças e aperfeiçoamento do seu trabalho pedagógico.
Todas as impressões foram registradas e confirmadas através das práticas
adotadas com material alternativo, brinquedos e material concreto para demonstrar a
importância desses recursos nas aulas administradas e observadas.

3 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (considerações finais)

Vale destacar que o trabalho com a diversidade está ligado à proposta de


inclusão, que emerge como um grande desafio para a educação, pois, pensar em
inclusão pressupõe uma série de fatores, principalmente os que dizem respeito aos
alunos. Assim, a flexibilização e adaptações curriculares, socialização, interação e
mediação, escrita e leitura, planejamento e especialmente atividades lúdicas como os
jogos podem ser usados para promover a inclusão de alunos com deficiência, pois esses
procedimentos são formas de propiciar um maior entendimento e associação com a
realidade na qual ele convive e promove uma maior socialização.
Consideramos que o presente estágio e convivência nos mostrou uma
realidade que destaca a diferença e evolução no trabalho quando utiliza-se das práticas
pedagógicas e atividades lúdicas que favorecem um maior desenvolvimento do aluno.
Percebemos também o benefício da sala de recurso para identificar e trabalhar com cada
aluno, respeitando as diferenças e adequando cada aluno à sua realidade com a inclusão
e participação de todos.
Conviver harmoniosamente com as diferenças é, sobretudo, não fazer
germinar as características das privações culturais, como por exemplo, considerar as
deficiências e os fracassos escolares às condições ligadas às classes sociais e às
minorias étnicas. Para que os estudantes não sejam rotulados de incapazes, eles não
podem ser submetidos a exames tradicionais, pois, em situações psicológicas, sociais e
culturais desfavoráveis, os alunos não podem apropriar-se do saber, e isso não quer
dizer incapacidade.
Esses raciocínios favorecem a ideia de desvincular os posicionamentos
teóricos que compreendem a mente e a inteligência humana como algo quantificável e
estático. As tradicionais ações classificatórias – ou deficiência – são exemplos notórios
das concepções que afirmam ser a inteligência imutável. Quando o desenvolvimento
intelectual é marcado por um dado quantitativo de inteligência, atinge determinados
níveis de acordo com o maior ou menor grau de sua severidade
Como já foi definida, a integração significa a inserção da pessoa deficiente
preparada para conviver na sociedade. Já inclusão significa a modificação da sociedade
como pré-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu
desenvolvimento a exercer sua cidadania.
Para a escola cumprir sua função social na vida do deficiente,
especialmente, precisa estimular o aluno para que ele se envolva ativamente nas tarefas.
Para isso a educação inclusiva, para conseguir êxito no desafio de educar, precisa
sensibilizar e treinar todos os funcionários e também os pais para juntos,
desempenharem um papel ativo no processo de inclusão.
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