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Sumário de Matérias
LÍNGUA PORTUGUESA
Página 6

MATEMÁTICA e RACIOCÍNIO LÓGICO


Página 202

GEOGRAFIA DO BRASIL E DO RIO GRANDE DO NORTE


Página 283

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Página 356

NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR


Página 461

NOÇÕES DE DIREITO PENAL


Página 500

NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE


Página 505

NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Página 935

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DA POLÍCIA MILITAR


Página 1101

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LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretação de texto

O hábito da leitura é fundamental durante a preparação para qualquer


concurso público. Mas para uma disciplina específica é ponto chave para que
os candidatos consigam o maior número de acertos.

A interpretação de textos, tão comum em provas de Português, sempre foi


um tópico de grande dificuldade para os candidatos a concursos públicos ou
vestibulares.

As pessoas têm pouca disposição de mergulhar no texto, conseguem lê-lo,


mas não aprofundam a leitura, não extraem dele aquelas informações que
uma leitura superficial, apressada, não permite.

Ao tentar resolver o problema, as pessoas buscam os materiais que julgam


poder ajudá-las.

Caem, então, no velho vício de ler teoria em excesso, estudar coisas que nem
sempre dizem respeito à compreensão e interpretação dos textos e no final,
cansadas, não fazem o essencial: ler uma grande quantidade de textos — e
tentar interpretá-los.

Interpretar um texto é penetrá-lo em sua essência, observar qual é a ideia


principal, quais os argumentos que comprovam a ideia, como o texto está
escrito e outras nuanças. Em suma, procurar interpretar corretamente um
texto é ampliar seus horizontes existenciais.

Compreensão

A base conceitual da interpretação de texto é a compreensão. A etimologia,


ainda que não seja um recurso confiável para estabelecer o significado das

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palavras, pode ser útil aqui, para mostrar a diferença entre compreender e
interpretar. “Compreender” vem de duas palavras latinas: “cum”, que significa
“junto” e “prehendere” que significa “pegar”.

Compreender é, portanto, “pegar junto”.

Essa ideia de juntar é óbvia em uma das principais acepções do verbo


compreender: ser composto de dois ou mais elementos, ou seja, abarcar,
envolver, abranger, incluir.
Vejamos alguns exemplos para ilustrar essa acepção:
• O ensino da língua compreende o estudo da fala e da escrita.
• A gramática tradicional compreende o estudo da fonologia, da
morfologia, da sintaxe e da semântica.
• A leitura compreende o contato do leitor com vários textos.

Saber ler corretamente

Ler adequadamente é mais do que ser capaz de decodificar as palavras ou


combinações linearmente ordenadas em sentenças. O interessado deve
aprender a “enxergar” todo o contexto denotativo e conotativo. É preciso
compreender o assunto principal, suas causas e consequências, críticas,
argumentações, polissemias, ambiguidades, ironias, etc.

Ler adequadamente é sempre resultado da consideração de dois tipos de


fatores: os propriamente linguísticos e os contextuais ou situacionais, que
podem ser de natureza bastante variada. Bom leitor, portanto, é aquele capaz
de integrar estes dois tipos de fatores.

Erros de Leitura

Extrapolar

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Trata-se de um erro muito comum. Ocorre quando saímos do contexto,


acrescentando-lhe ideias que não estão presentes no texto. A interpretação
fica comprometida, pois passamos a criar sobre aquilo que foi lido.
Frequentemente, relacionamos fatos que conhecemos, mas que eram
realidade em outros contextos e não naquele que está sendo analisado.

Reduzir
Trata-se de um erro oposto à extrapolação. Ocorre quando damos atenção
apenas a uma parte ou aspecto do texto, esquecendo a totalidade do
contexto. Privilegiamos, desse modo, apenas um fato ou uma relação que
podem ser verdadeiros, porém insuficientes se levarmos em consideração o
conjunto das ideias.

Contradizer
É o mais comum dos erros. Ocorre quando chegamos a uma conclusão que
se opõe ao texto. Associamos ideias que, embora no texto, não se relacionam
entre si.

Nas provas de concursos públicos, o candidato deve ter o hábito de fazer


leituras diárias, pois é através dela que o indivíduo terá um vocabulário mais
amplo e um conhecimento aprimorado da língua portuguesa. Praticar a
leitura, faz com que a interpretação seja mais aguçada e o concurseiro possa
entender os enunciados de outras questões no decorrer de sua prova. Ao
estudar, se houverem palavras não entendidas, procure no dicionário. Ele será
seu companheiro na hora das dúvidas.

Em questões que cobram a interpretação de textos como, por exemplo,


aquelas que existem textos de autores famosos ou de notícias, procure
entender bem o enunciado e verificar o que está sendo cobrado, pois é
preciso responder o que exatamente está sendo cobrado no texto e não
aquilo que o candidato pensa.

Ao ler um texto procure atingir dois níveis de leitura: leitura informativa e de


reconhecimento e leitura interpretativa.

No primeiro caso, deve-se ter uma primeira noção do tema, extraindo


informações importantes e verificando a mensagem do escritor.

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No segundo tipo de leitura, é aconselhável grifar trechos importantes,


palavras-chaves e relacionar cada parágrafo com a ideia central do texto.

Geralmente, um texto é organizado de acordo com seus parágrafos, cada um


seguindo uma linha de raciocínio diferente e de acordo com os tipos de texto,
que podem ser narrativo, descritivo e dissertativo. Cada tipo desses, possui
uma forma diferente de organização do conteúdo.

Tipos de textos

A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os


personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o
tempo passa.
O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço
e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e
tempo.
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:
Esquematizando temos:
– Apresentação;
– Complicação ou desenvolvimento;
– Clímax;
– Desfecho.
Protagonistas e Antagonistas: A narrativa é centrada num conflito vivido pelos
personagens. Diante disso, a importância dos personagens na construção do
texto é evidente.
Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um
antagonista (personagem que atua contra o protagonista, impedindo-o de
alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes, esses são
personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na
história.
Narração e Narratividade: Em nosso cotidiano encontramos textos narrativos;
contamos e/ou ouvimos histórias o tempo todo. Mas os textos que não
pertencem ao campo da ficção não são considerados narração, pois essas
não têm como objetivo envolver o leitor pela trama, pelo conflito. Podemos
dizer que nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da
narração.
Os Elementos da Narrativa: Os elementos que compõem a narrativa são:

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– Foco narrativo (1º e 3º pessoa);


– Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
– Narrador (narrador- personagem, narrador observador).
– Tempo (cronológico e psicológico);
– Espaço.

Exemplo de Texto Narrativo:

Conta à lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia, dia e
noite rezava e implorava para o seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na
loteria cujo valor do premio o faria realizar todos seus desejos e vontades.
Assim passavam os dias, as semanas, os meses e anos.E nada acontecia. Até
que no dia do Santo, de tanto que seu fiel devoto chorava e implorava, o
Santo surgiu do nada e numa voz de desespero e raiva gritou:

Pelo menos meu filho compra o bilhete!!!

Descritivo

“Descrição é a representação verbal de um objeto sensível (ser, coisa,


paisagem), através da indicação dos seus aspectos mais característicos, dos
pormenores que o individualizam, que o distinguem.”
Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas
assinalar os traços mais singulares, mais salientes; é fazer ressaltar do
conjunto uma impressão dominante e singular. Dependendo da intenção do
autor, varia o grau de exatidão e minúcia na descrição.
Diferentemente da narração, que faz uma história progredir, a descrição faz
interrupções na história, para apresentar melhor um personagem, um lugar,
um objeto, enfim, o que o autor julgar necessário para dar mais consistência
ao texto.
Texto descritivo é, então, desenhar, pintar, usando palavras em vez de tintas.
Um bom exercício para levar a criança a vivenciar o texto descritivo e pedir
que ela olhe em volta e escreva ou fale o que está vendo, descrever objetos
como, sua mochila, estojo, etc. Ou que ela conte como é o coleguinha ao
lado, (nessa é bom ter cuidado, pois elas costumam achar defeitos
horrorosos).
Algumas das características que marcam o texto descritivo são:
•presença de substantivo, que identifica o que está sendo descrito.
•adjetivos e locuções adjetivas.

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•presença de verbos de ligação.


•há predominância do predicado verbal, devido aos verbos de ligação e aos
adjetivos.
•emprego de metáforas e comparações, para auxiliar na “visualização” das
características que se deseja descrever.
Essa é a explicação básica e resumida de “como ensinar texto descritivo para
crianças”. Lembrando que ao descrever seres vivos, as características
psicológicas e comportamentais, também fazem parte da descrição.

Exemplo de texto descritivo:

“A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos”. É cheia de cores,


pois tem o marrom, o verde, o vermelho das flores e até um ninho de
passarinhos. O rio espesso com suas águas barrentas desliza lento por entre
pedras polidas pelos ventos e gastas pelo tempo.

Dissertativo

Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre


ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos,
juntamente ao texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o
artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado
com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo,
portanto, um texto informativo.
Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir
o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o
texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu
comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo. O texto
dissertativo argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por três
partes essenciais.

Introdução (1o parágrafo): Apresenta a ideia principal da dissertação,


podendo conter uma citação, uma ou mais perguntas (contanto que sejam
respondidas durante o texto), comparação, pensamento filosófico, afirmação
histórica, etc.
Desenvolvimento (2o aos penúltimos parágrafos): Argumentação e
desenvolvimento do tema, na qual o autor dá a sua opinião e tenta persuadir

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o leitor, sem nunca usar a primeira pessoa (invés de “eu sei”, use “nós
sabemos” ou “se sabe”).
Conclusão (último parágrafo): Resumo do que foi dito no texto e/ou uma
proposta de solução para os problemas nele tratados.
Exemplo de texto dissertativo:

Uma nova ordem

Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela moralidade. As denúncias
que se sucedem, os escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que
ocorrem em diversos níveis da administração pública exibem, de forma
veemente, a profunda crise moral por que passa o País.
O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos
de todos os males. As instituições normativas, que fundamentam o sistema
democrático, caem em descrédito. Os governantes, eleitos pela expressão do
voto, também engrossam a caldeira da descrença e, frágeis, acabam
comprometendo seus programas de gestão.
Para complicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem jogado
milhares de trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de insatisfação e
amargura.
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o
que vêem e sentem, procurem manifestar sua posição com o voto nulo, a
abstenção ou o voto em branco. Convenhamos, nenhuma democracia
floresce dessa maneira.
A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade pública
os condenará ao castigo da história. É possível fazer-se algo, de imediato, que
possa acender uma pequena chama de esperança.
O Brasil dos grandes valores, das grandes ideias, da fé e da crença, da
esperança e do futuro necessita, urgentemente da ação solidária, tanto das
autoridades quanto do cidadão comum, para instaurar uma nova ordem na
ética e na moral.

Lembre-se

Não existe texto difícil, existe texto mal interpretado.


O texto é como uma colcha de retalhos. O candidato deve dividi-lo em partes,
ver as ideias mais importantes em cada uma e enxergar a coerência entre
elas.

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Questões de Concursos

1 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo


Prazer sem humilhação

O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir:
“A crase não existe para humilhar ninguém". Entenda-se: há normas
gramaticais cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso escrito, valendo
como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação
de alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para
humilhar ninguém", entendendo-se com isso que os artistas existem para
estimular e desenvolver nossa sensibilidade e inteligência do mundo, e não
para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no
terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que gostam, não
aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena
discutir: estamos mesmo em
condições de escolher livremente as músicas de que gostamos?
Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um
carro passa com o som altíssimo de graves repetidos praticamente sem
variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar: houve aí
uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado
pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece
muitos outros ritmos, as canções de outros países, os compositores de outras
épocas, as tendências da música brasileira, os incontáveis estilos musicais já
inventados e frequentados? Ou se limita a comprar no mercado o que está
vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e
enganoso do “vende porque é bom, é bom porque vende"?
Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do
alfabeto; digo que é importante buscar conhecer todas as letras para escolher.
Nada contra quem escolhe um “batidão" se já ouviu música clássica, desde
que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores
clássicos que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo,
entre os grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um
forró e a música eletrônica das baladas, entre a música dançante e a que
convida a uma audição mais serena; acho apenas que temos o direito de

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ouvir tudo isso antes de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde
estiver, também não existe para humilhar ninguém.

(João Cláudio Figueira, inédito)

A diversidade de épocas e de linguagens em que as artes se manifestam


• a) representa uma riqueza cultural para quem foi contemplado com
uma inata e especial sensibilidade.
• b) obriga o público a confiar no mercado, cujos critérios costumam
respeitar tal diversidade.
• c) não interessa ao gosto popular, que costuma cultivar as exigências
artísticas mais revolucionárias.
• d) constitui uma vantagem para quem se habilita a escolher de acordo
com o próprio gosto.
• e) cria uma impossibilidade de opções reais, razão pela qual cada um
de nós aprimora seu gosto pessoal.

2 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo


O autor da crônica se reporta ao emprego da crase, ao sentido da arte em
geral e ao da música clássica em particular. A tese que articula esses três
casos e justifica o título da crônica é a seguinte:
• a) É comum que nos sintamos humilhados quando não conseguimos
extrair prazer de todos os níveis de cultura que se oferecem ao nosso
desfrute.
• b) Costumamos ter vergonha daquilo que nos causa prazer, pois nossas
escolhas culturais são feitas sem qualquer critério ou disciplina.
• c) A possibilidade de escolha entre os vários níveis de expressão da
linguagem e das artes não deve constranger, mas estimular nosso
prazer.
• d) Tanto o emprego da crase como a audição de música clássica são
reveladores do mau gosto de quem desconsidera o prazer verdadeiro
dos outros.
• e) Somente quem se mostra submisso e humilde diante da linguagem
culta e da música clássica está em condições de sentir um verdadeiro
prazer.

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3 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo


Considere as seguintes afirmações:

I. Têm significação equivalente, no 2° parágrafo, estes dois


segmentos: estimular e desenvolver nossa sensibilidade e separem e
hierarquizem as pessoas.
II. O autor se refere ao som altíssimo do que toca num carro que passa para
ilustrar o caso de quem, diante de tantas opções reais, fez uma escolha de
gosto discutível.
III. O que importa para a definição do nosso gosto é que se abram para nós
todas as opções possíveis, para que a partir delas escolhamos a que de fato
mais nos apraz.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em


• a) II e III.
• b) III.
• c) II.
• d) I e III.
• e) I.

4 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo


Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um
segmento em:
• a) clássicos que lhe digam algo (4º parágrafo) = eruditos que lhe
transmitam alguma coisa.
• b) instrumentos de tortura ou depreciação (1º parágrafo) = meios de
aviltamento ou rejeição.
• c) ritmo mecânico e hipnótico (3º parágrafo) = toque automático e
insone.
• d) alardeia os infernais decibéis (3º parágrafo) = propaga os pérfidos
excessos.
• e) alimentando o círculo vicioso (3º parágrafo) = nutrindo a esfera
pecaminosa.

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5 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo


Pátrio poder

Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo


chegam a comprometer 20% de sua renda para manter seus
filhos em escolas privadas. O investimento faz sentido? A
questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa, mas, se
fizermos questão de extrair uma resposta simples, ela é
"provavelmente sim". Uma série de estudos sugere que a
influência de pais sobre o comportamento dos filhos, ainda que
não chegue a ser nula, é menor do que a imaginada e se dá por
vias diferentes das esperadas. Quem primeiro levantou essa
hipótese foi a psicóloga Judith Harris no final dos anos 90.
Para Harris, os jovens vêm programados para ser
socializados não pelos pais, como pregam nossas instituições e
nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas outras crianças
com as quais convivem. Um dos muitos argumentos que ela usa
para apoiar sua teoria é o fato de que filhos de imigrantes não
terminam falando com a pronúncia dos genitores, mas sim com
a dos jovens que os cercam.
As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram
um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado por
bandos de no máximo 200 pessoas, o "cantinho" das crianças
era heterogêneo, reunindo meninos e meninas de várias idades.
Hoje, com escolas que reúnem centenas de alunos, o(a)
garoto(a) tende a socializar-se mais com coleguinhas do mesmo
sexo, idade e interesses. O resultado é formação de nichos com
a exacerbação de características mais marcantes. Meninas se
tornam hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno
encontra outros maus alunos, que constituirão uma subcultura
onde rejeitar a escola é percebido como algo positivo. O mesmo
vale para a violência e drogas. Na outra ponta, podem surgir
meios que valorizem a leitura e a aplicação nos estudos.
Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de
influir é determinando a vizinhança em que seu filho vai viver e
a escola que frequentará.
(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de São Paulo,
7/12/2014)

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À pergunta O investimento faz sentido? o próprio autor


responde: “provavelmente sim”. Essa resposta se justifica, porque
• a) as grandes concentrações humanas estimulam características típicas
do que já foi nosso ambiente ancestral.
• b) a escola particular, mesmo sendo cara, acaba por desenvolver nos
alunos uma subcultura crítica em relação ao ensino.
• c) a escola, ao contrário do que se imagina, tem efeitos tão poderosos
quanto os que decorrem da convivência familiar.
• d) as influências dos pares de um educando numa escola pública são
menos nocivas do que os exemplos de seus pais.
• e) a qualidade do convívio de um estudante com seus colegas de escola
é um fator determinante para sua formação.

6 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo


Com a frase O resultado é formação de nichos com a exacerbação de
características mais marcantes (3º parágrafo) o autor está afirmando que a
socialização nas escolas se dá de modo a
• a) criar grupos fortemente tipificados.
• b) dissolver os agrupamentos perniciosos.
• c) promover a competitividade entre os grupos.
• d) estabelecer uma hierarquia no interior dos grupos.
• e) incentivar o desempenho dos alunos mais habilitados.

7 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo


Considere as seguintes afirmações:
I. A hipótese levantada pela psicóloga Judith Harris é a de que os estudantes
migrantes são menos sensíveis às influências dos pais que às de seus
professores.
II. O fato de um mau aluno se deixar atrair pela amizade de outro mau aluno
prova que as deficiências da vida familiar antecedem e determinam o mau
aproveitamento escolar.
III. Do ponto de vista do desempenho escolar, podem ser positivos ou
negativos os traços de afinidade que levam os estudantes a se agruparem.

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Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em


• a) I e III.
• b) I.
• c) III.
• d) II e III.
• e) I e II.

8 - FGV - 2015 - TJ-BA - Analista Judiciário


Texto 1 – “A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram
cometidos por pessoas bem-intencionadas que simplesmente tomaram
decisões equivocadas e acabaram sendo responsáveis por grandes tragédias.
Outros, gerados por indivíduos motivados por ganância e poder, resultaram
de escolhas egoístas e provocaram catástrofes igualmente terríveis.” (As piores
decisões da história, Stephen Weir)

A primeira frase do texto 1, no desenvolvimento desse texto, desempenha o


seguinte papel:
• a) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos
períodos seguintes;
• b) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto;
• c) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir;
• d) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por
razões explicitadas a seguir;
• e) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações
seguintes.

GABARITO
1-D 2-C 3-B 4-A 5-E 6-A 7-C 8-B

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Denotação e Conotação

A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio da imaginação
criadora do homem, as palavras podem ter seu significado ampliado,
deixando de representar apenas a ideia original (básica e objetiva). Assim,
frequentemente remetem-nos a novos conceitos por meio de associações,
dependendo de sua colocação numa determinada frase.
Observe os seguintes exemplos:
A menina está com a cara toda pintada.
Aquele cara parece suspeito.

No primeiro exemplo, a palavra cara significa "rosto", a parte que antecede a


cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no segundo exemplo, a mesma
palavra cara teve seu significado ampliado e, por uma série de associações,
entendemos que nesse caso significa "pessoa", "sujeito", "indivíduo".
Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais)
possibilidades de interpretação. Veja:
Marcos quebrou a cara.

Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que Marcos, por algum
acidente, fraturou o rosto. Entretanto, podemos entender a mesma frase num
sentido figurado, como "Marcos não se deu bem", tentou realizar alguma
coisa e não conseguiu.

Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma palavra pode apresentar
mais de um significado, ocorrendo, basicamente, duas possibilidades:
a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido original, impessoal,
sem considerar o contexto, tal como aparece no dicionário. Nesse caso,
prevalece o sentido denotativo - ou denotação - do signo linguístico.
b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro significado, passível de
interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for empregada.
Nesse caso, prevalece o sentido conotativo - ou conotação do signo
linguístico.

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Observação: A linguagem poética faz bastante uso do sentido conotativo das


palavras, num trabalho contínuo de criar ou modificar o significado. Na
linguagem cotidiana também é comum a exploração do sentido conotativo,
como consequência da nossa forte carga de afetividade e expressividade.

Ortografia

A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das


palavras. Essa escrita está relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à
origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos fonemas
representados). É importante compreender que a ortografia é fruto de uma
convenção. A forma de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos
que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é oficial. A
melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário
sempre que houver dúvida.

A nova ortografia

Alfabeto
O alfabeto, que antes se compunha de 23 letras, agora se compõe de 26
letras. Há muito tempo as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma,
isto não é nenhuma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas,
nomes próprios e palavras importadas do idioma inglês, como:
km – quilômetro,
kg – quilograma
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
O alfabeto, graficamente, se apresenta:

A–B–C–D–E–F–G–H–I–J–K–L–M–N–O–P–Q–R–S–T–
U–V–W–X–Y–Z

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Trema
Não se usa mais o trema em palavras do português. Ele só vai permanecer em
nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele
Bundchen não vai deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem
alemã. (neste caso, o “u” lê-se “i”)

Quanto à classificação da sílaba, as palavras podem ser:

•Átonas – quando não há ênfase na pronúncia de uma sílaba.


•Tônicas – quando há ênfase na pronúncia de uma sílaba.
Ex. A palavra “mato” tem duas sílabas: a primeira “ma” – é tônica; a segunda
“to” – é átona.

Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras podem ser:


•Oxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na última sílaba de uma
palavra.
Ex. saci, funil, parabéns, café, calor, bombom.
•Paroxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na penúltima sílaba.
Ex. escola, sossego, dormindo, amável.
•Proparoxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na antepenúltima
sílaba.
Ex. pêndulo, lâmpada, rápido, público, cômico.
Quanto à classificação dos encontros vocálicos:
•Ditongo: encontro de duas vogais numa só sílaba.
Ex. céu, véu, coi-sa, i-dei-a.
•Hiato: encontro de duas vogais em sílabas separadas.
Ex. fa-ís-ca, i-dei-a, pa-pa-gai-o, ba-i-nha.
* a palavra "ideia" possui ditongo E hiato.
Quanto ao número de sílabas, as palavras podem ser:
•Monossílabas – com apenas uma sílaba.
Ex. mau, mês, vi, um, só

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•Dissílabas – com duas sílabas.


Ex. Ca-fé, Ca-sa, mui-to, li-vro, rou-pa, rit-mo
•Trissílabas – palavras com três sílabas.
Ex. Eu-ro-pa, cri-an-ça, ma-lu-co, tor-na-do
•Polissílabas – palavras com quatro ou mais sílabas.
Ex. Pa-ra-pei-to, es-tu-dan-te, u-ni-ver-si-da-de, la-bi-rin-ti-te.

As gramáticas costumam ainda classificar os monossílabos (palavras com


apenas uma sílaba) em dois tipos:
•Monossílabo átono: palavras de uma sílaba fraca, ou seja, pronunciada
sem ênfase. Estes podem ser:
Artigos: o, a, um...
Pronomes Pessoais Oblíquos: se, te, ti, lhe, o, a...
Pronome relativo: que
Conjunção: e, ou, mas, nem...
Preposição: dos, de, à, na...

•Monossílabo tônico: palavras de uma sílaba tônica, ou seja,


pronunciadas com ênfase, que podem ser:
Verbos: li, vi, ter, ser, dê...
Substantivos: sol, mar, flor, dor, mel...
Adjetivos: mau, bom, má...
Pronomes: eu, tu, nós, mim...
Advérbios: lá, cá, bem, já...

Uso hífen ou não?

A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não tem
som; em "Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não deve aparecer
encostado em prefixos:
•pré-história
•anti-higiênico

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atemploCisA

•sub-hepático
•super-homem

Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.


Anti-inflamatório neoliberalismo
Supra-auricular extraoficial
Arqui-inimigo semicírculo
sub-bibliotecário superintendente

Quanto ao "R" e o "S", se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá ser


dobrada:
suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia
(ultra+sonografia)
minissaia antisséptico
contrarregra megassaia
Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito
nenhum.
•Sub-reino
•ab-rogar
•sob-roda

ATENÇÃO!
Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras
iguais, SEPARA.
super-requintado super-realista
inter-resistente

Continuamos a usar o hífen


Diante dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“:
Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente , Vizo-rei

Diante de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.

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atemploCisA

pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore


pró-africano, pró-europeu, pós-graduação
Diante de “pan-, circum-, quando juntos de vogais.
Pan-americano, circum-escola

OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”.


NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:
Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola.

ATENÇÃO!
Não se usa o hífen diante de “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO)
Coordenar reedição preestabelecer
Coordenação refazer preexistir
Coordenador reescrever prever
Coobrigar relembrar
Cooperação reutilização
Cooperativa reelaborar

O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo


menos uma palavra de cada prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra,
compare-a à palavra que você já sabe e escreva-a duas vezes: numa você usa
o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua memória! Uma delas vai te
parecer mais familiar.

REGRA GERAL (Resumindo)


Letras iguais, separa com hífen(-).
Letras diferentes, junta.
O “H” não tem personalidade. Separa (-).
O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se
juntam com consoantes.

26
atemploCisA

Emprego das letras

Emprego das letras K, W e Y


Utilizam-se nos seguintes casos:
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados.
Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista.
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados.
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.
c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de
medida de curso internacional.
Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.

Emprego de X e Ch
Emprega-se o X:
1) Após um ditongo.
Exemplos: caixa, frouxo, peixe
Exceção: recauchutar e seus derivados
2) Após a sílaba inicial "en".
Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca
Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem o prefixo "en-"
Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...)
3) Após a sílaba inicial "me-".
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão
Exceção: mecha
4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas
aportuguesadas.
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu
5) Nas seguintes palavras:

27
atemploCisA

bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá,
praxe, roxo, vexame, xadrez,xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, etc.

Emprega-se o dígrafo Ch:


1) Nos seguintes vocábulos:
bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute,
cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, pechincha,
salsicha, tchau, etc.
Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia considerada correta é
aquela que ocorre de acordo com a origem da palavra. Veja os exemplos:
gesso: Origina-se do grego gypsos
jipe: Origina-se do inglês jeep.

Emprega-se o G:
1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem
Exceção: pajem

2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio


Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio

3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g


Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem),
vertiginoso (de vertigem)

4) Nos seguintes vocábulos:


algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete,
hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem.

Emprega-se o J:
1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear
Exemplos:

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atemploCisA

arranjar: arranjo, arranje, arranjem


despejar:despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
enferrujar: enferruje, enferrujem
viajar: viajo, viaje, viajem

2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica


Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji

3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j


Exemplos:
lisonja -
laranja- laranjeira loja- lojista nojo- nojeira
lisonjeador
cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer jeito- ajeitar

4) Nos seguintes vocábulos:


berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje,
traje, pegajento
Emprega-se o Z:
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no radical
Exemplos:
deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar
raiz- enraizar cruz-cruzeiro

2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a partir de


adjetivos
Exemplos:
inválido- limpo- macio- rígido-
invalidez limpeza maciez rigidez
nobre- pobre- surdo-
frio- frieza
nobreza pobreza surdez

3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar substantivos

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atemploCisA

Exemplos:
hospitalizar-
civilizar- civilização
hospitalização
colonizar- colonização realizar- realização

4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita


Exemplos:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita

5) Nos seguintes vocábulos:


azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz,
cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.

6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste


entre o S e o Z
Exemplos:
cozer (cozinhar) e coser (costurar)
prezar( ter em consideração) e presar (prender)
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)

Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os


exemplos:

inexoráv
exame exato exausto exemplo existir exótico
el

Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs


Existem diversas formas para a representação do fonema /S/. Observe:
Emprega-se o S:
Nos substantivos derivados de verbos terminados em "andir","ender",
"verter" e "pelir"
Exemplos:

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atemploCisA

expandir- pretender-
verter- versão expelir- expulsão
expansão pretensão
estender- suspender- converter -
repelir- repulsão
extensão suspensão conversão

Emprega-se Ç:
Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer"
Exemplos:
ater- atenção torcer- torção
deter- detenção distorcer-distorção
manter- manutenção contorcer- contorção

Emprega-se o X:
Em alguns casos, a letra X soa como Ss
Exemplos:
auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto,
trouxe

Emprega-se Sc:
Nos termos eruditos
Exemplos:
acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente,
fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível,
plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.

Emprega-se Sç:
Na conjugação de alguns verbos
Exemplos:
nascer- nasço, nasça
crescer- cresço, cresça

31
atemploCisA

descer- desço, desça

Emprega-se Ss:
Nos substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir",
"ceder" e "cutir"
Exemplos:
agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão discutir- discussão
progredir- transmitir- repercutir-
exceder- excesso
progressão transmissão repercussão

Emprega-se o Xc e o Xs:
Em dígrafos que soam como Ss
Exemplos:
exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar

Observações sobre o uso da letra X


1) O X pode representar os seguintes fonemas:
/ch/ - xarope, vexame
/cs/ - axila, nexo
/z/ - exame, exílio
/ss/ - máximo, próximo
/s/ - texto, extenso
2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-
Exemplos: excelente, excitar

Emprego das letras E e I


Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i / pode não ser
nítida. Observe:
Emprega-se o E:
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar

32
atemploCisA

Exemplos:
magoar - magoe, magoes
continuar- continue, continues
2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior)
Exemplos: antebraço, antecipar
3) Nos seguintes vocábulos:
cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea,
etc.

Emprega-se o I :
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir
Exemplos:
cair- cai
doer- dói
influir- influi
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra)
Exemplos:
Anticristo, antitetânico
3) Nos seguintes vocábulos:
aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, etc.

Emprego das letras O e U


Emprega-se o O/U:
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de algumas
palavras. Veja os exemplos:
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, realização)
soar (emitir som) e suar (transpirar)
Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume, moleque.
Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua

33
atemploCisA

Emprego da letra H
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. Conservou-se
apenas como símbolo, por força da etimologia e da tradição escrita. A
palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta forma devido a sua origem na
forma latina hodie.
Emprega-se o H:
1) Inicial, quando etimológico
Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio
2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh
Exemplos: flecha, telha, companhia
3) Final e inicial, em certas interjeições
Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.
4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se
etimológico
Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.

Observações:
1) No substantivo Bahia, o "h" sobrevive por tradição. Note que nos
substantivos derivados como baiano, baianada ou baianinha ele não é
utilizado.
2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a letra "h" na sua
composição. No entanto, seus derivados eruditos sempre são grafados
com h. Veja:
herbívoro, hispânico, hibernal.

Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas


1) Utiliza-se inicial maiúscula:
a) No começo de um período, verso ou citação direta.

34
atemploCisA

Exemplos:
Disse o Padre Antonio Vieira: "Estar com Cristo em qualquer lugar,
ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso."
"Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que à luz do sol encerra
As promessas divinas da Esperança…"
(Castro Alves)

Observações
- No início dos versos que não abrem período, é facultativo o uso da
letra maiúscula.
Por Exemplo:
"Aqui, sim, no meu cantinho,
vendo rir-me o candeeiro,
gozo o bem de estar sozinho
e esquecer o mundo inteiro."
- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa-se
letra minúscula.
Por Exemplo:
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
mirra." (Manuel Bandeira)
b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
Exemplos:
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.

c) Nos topônimos, reais ou fictícios.


Exemplos:
Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.

d) Nos nomes mitológicos.


Exemplos:
Dionísio, Netuno.

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atemploCisA

e) Nos nomes de festas e festividades.


Exemplos:
Natal, Páscoa, Ramadã.

f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais.


Exemplos:
ONU, Sr., V. Ex.ª.

g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, políticos ou


nacionalistas.
Exemplos:
Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria, União, etc.
Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula quando são
empregados em sentido geral ou indeterminado.
Exemplo:
Todos amam sua pátria.

Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula:


a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios.
Exemplos:
Rua da Liberdade ou rua da Liberdade
Igreja do Rosário ou igreja do Rosário

2) Utiliza-se inicial minúscula:


a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes.
Exemplos:
carro, flor, boneca, menino, porta, etc.
b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana.
Exemplos:
janeiro, julho, dezembro, etc.
segunda, sexta, domingo, etc.

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atemploCisA

primavera, verão, outono, inverno


c) Nos pontos cardeais.
Exemplos:
Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.
Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, sudoeste.
Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os pontos
cardeais são grafados com letra maiúscula.
Exemplos:
Nordeste (região do Brasil)
Ocidente (europeu)
Oriente (asiático)

Emprego FACULTATIVO de letra minúscula:


a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica.
Exemplos:
Crime e Castigo ou Crime e castigo
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido

b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em nomes


sagrados e que designam crenças religiosas.
Exemplos:
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor

c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e disciplinas.


Exemplos:
Português ou português
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas modernas
História do Brasil ou história do Brasil
Arquitetura ou arquitetura

37
atemploCisA

Acentuação gráfica

Na Língua Portuguesa, todas as palavras possuem uma sílaba tônica que


recebe a maior inflexão de voz. Nem todas, porém, são marcadas pelo acento
gráfico.

Quanto à classificação da sílaba, as palavras podem ser:

QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA


1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, "ÊM", "ÉM",
"ÊNS", seguidas ou não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas
de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em
ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
Exemplo:
Chá Mês nós

Gás Sapé cipó

Dará Café avós

Pará Vocês compôs

vatapá pontapés só

Aliás português robô

dá-lo vê-lo avó

recuperá-los Conhecê-los pô-los

guardá-la Fé compô-los

réis (moeda) Véu dói

méis céu mói

pastéis Chapéus anzóis

ninguém parabéns Jerusalém

38
atemploCisA

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja um
caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são
acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.

2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:


•L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
•N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
•R – câncer, caráter, néctar, repórter.
•X – tórax, látex, ônix, fênix.
•PS – fórceps, Quéops, bíceps.
•Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
•ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
•I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
•ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
•UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
•US – ânus, bônus, vírus, Vênus.

Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes


(semivogal+vogal):
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.

3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.


Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo,
público, pároco, proparoxítona.

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS

4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:


•Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.

39
atemploCisA

IMPORTANTE
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se
todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de
“ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas
consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba
“tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.

5. Trema
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira,
como Bundchen, Muller, mulleriano (neste caso, o “u” lê-se “i”)

6. Acento Diferencial
O acento diferencial permanece nas palavras:
pôde (passado), pode (presente)
pôr (verbo), por (preposição)
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo está
no singular ou plural:
SINGULAR PLURAL

Ele tem Eles têm

Ele vem Eles vêm


Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: conter,
manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.

Questões de Concursos

1 - COSEAC - 2015 - CLIN - Gari e Operador de Roçadeira

40
atemploCisA

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede.

Existe no Oceano Pacífico uma ilha feita de duas montanhas. É como se


alguém tivesse colado dois grandes montes de terra no meio do mar. A maior
chama-se Tristeza e a menor, Alegria.

Dizem que há muitos anos atrás a Alegria era maior e mais alta que a Tristeza.
Dizem também que, por causa de um terremoto, parte da Alegria caiu no mar
e afundou, deixando a montanha do jeito que está hoje.

Ninguém sabe se isso é mesmo verdade. Verdade é que ao pé desses dois


cumes, exatamente onde eles se encontram, moram uma menina chamada
Aleteia e sua avó.

Aleteia e a avó são como as montanhas: duas pessoas que estão sempre
juntas.

Hoje Aleteia é menor, mais baixa que sua avó; acontece que daqui a algum
tempo, ninguém sabe quando, Aleteia vai acordar e estará mais alta que a
avó. Aleteia vai crescer e eu acho que, quando esse dia chegar, elas ainda
estarão juntas. Igual às montanhas da ilha.

Um dia Aleteia perguntou: “Vovó, quem fez o mundo?”, e sua avó respondeu:
“Deus”.

- Todo ele?
- Sim, todo.
- Sozinho?
- Sim, sozinho.

Aleteia saiu da sala com aquela conversa na cabeça. Não estava convencida.
Pensou muito a respeito do assunto. Para raciocinar melhor, saiu para
caminhar e caminhou muito pela ilha. Pensava sozinha, pensava em voz alta e
começou a dividir seus pensamentos com as coisas que lhe apareciam pelo
caminho: folhas, árvores, pedras, formigas, grilos, etc. Deus tinha criado o
mundo sozinho?

(KOMATSU, Henrique. A menina que viu Deus. p.3-6, formato eletrônico,


fragmento.)

41
atemploCisA

No trecho “Existe no Oceano Pacífico uma ilha feita de duas montanhas.”, a


palavra grifada segue a mesma regra de acentuação que:
• a) árvores.
• b) vovó.
• c) também.
• d) estará.

2 - IESES - 2014 - IFC - Técnico em Segurança do Trabalho


Qual das alternativas contém a frase em que todas as palavras estão
corretamente acentuadas?
• a) Foram distribuidas pública e gratuítamente as amostras de remédio.
• b) A juíza, irresoluta, julgou improcedentes as acusações contra a púdica
adolescente.
• c) Os lêvedos contém grande quantidade de proteína.
• d) O prêmio Nobel foi entregue ao avaro e polêmico diretor.

3 - UPENET - 2014 - PM-PE - Oficial da Polícia Militar


TEXTO

A importância da participação da família no desenvolvimento da criança é


indiscutível, mas, neste século, os pais deixaram de lado a educação dos
filhos, já que esperam que tudo venha da escola. Sem a transmissão de
valores, a criança tem dificuldade em processar mentalmente estímulos, de
relacionar fatos e estabelecer a importância entre eles. Deixa, portanto, de
aprender com os erros do passado. O processo de mediação pode estar
presente em qualquer situação do dia a dia. Numa viagem de férias, uma mãe
estará mediando o aprendizado de seu filho, ao juntar ao lazer algumas
histórias sobre o local, ao chamar a atenção para a arquitetura ou o
comportamento das pessoas.

MORAES, Rita. Deixe-me pensar. Isto é, 30 jun.1998. (Adaptado)

Observe os termos abaixo sublinhados. Em seguida, assinale a alternativa que

42
atemploCisA

apresenta a justificativa CORRETA para o acento existente no termo


sublinhado.

• a) "A importância da participação da família no desenvolvimento da


criança..." - paroxítona terminada em hiato.
• b) "...a criança tem dificuldade em processar mentalmente estímulos..." -
a tonicidade recai na penúltima sílaba.
• c) "Numa viagem de férias, uma mãe estará mediando o aprendizado..."
- proparoxítona terminada em ditongo.
• d) "A importância da participação da família no desenvolvimento da
criança é indiscutível..." - paroxítona terminada em “l”.
• e) "...mas neste século, os pais deixaram de lado a educação dos
filhos..." - a tonicidade recai na penúltima sílaba.

4 - FCC - 2014 - TJ-AP - Técnico Judiciário - Área Judiciária e Administrativa


Uma história em comum

Os povos indígenas que hoje habitam a faixa de terras que vai do Amapá
ao norte do Pará possuem uma história comum de relações comerciais,
políticas, matrimoniais e rituais que remonta a pelo menos três séculos. Essas
relações até hoje não deixaram de existir nem se deixaram restringir aos
limites das fronteiras nacionais, estendendo-se à Guiana-Francesa e ao
Suriname.

Essa amplitude das redes de relações regionais faz da história desses


povos uma história rica em ganhos e não em perdas culturais, como muitas
vezes divulgam os livros didáticos que retratam a história dos índios no Brasil.
No caso específico desta região do Amapá e norte do Pará, são séculos de
acúmulo de experiências de contato entre si que redundaram em inúmeros
processos, ora de separação, ora de fusão grupal, ora de substituição, ora de
aquisição de novos itens culturais. Processos estes que se somam às
diferentes experiências de contato vividas pelos distintos grupos indígenas
com cada um dos agentes e agências que entre eles chegaram, dos quais
existem registros a partir do século XVII.

É assim que, enquanto pressupomos que nós descobrimos os índios e

43
atemploCisA

achamos que, por esse motivo, eles dependem de nosso apoio para
sobreviver, com um pouco mais de conhecimento sobre a história da região
podemos constatar que os povos indígenas dessa parte da Amazônia nunca
viveram isolados entre si. E, também, que o avanço de frentes de colonização
em suas terras não resulta necessariamente num processo de submissão
crescente aos novos conhecimentos, tecnologias e bens a que passaram a ter
acesso, como à primeira vista pode nos parecer. Ao contrário disso, tudo o
que esses povos aprenderam e adquiriram em suas novas experiências de
relacionamento com os não-índios insere-se num processo de ampliação de
suas redes de intercâmbio, que não apaga - apenas redefine - a importância
das relações que esses povos mantêm entre si, há muitos séculos, “apesar”
de nossa interferência.

(Adaptado de: GALLOIS, Dominique Tilkin; GRUPIONI, Denise Fajardo. Povos


indígenas no Amapá e Norte do Pará: quem são, onde estão, quantos são,
como vivem e o que pensam? São Paulo: Iepé, 2003, p.8-9)
Acentuam-se devido à mesma regra os seguintes vocábulos do texto:

• a) também, mantêm, experiências.


• b) indígenas, séculos, específico.
• c) acúmulo, importância, intercâmbio.
• d) políticas, história, Pará.
• e) até, três, índios.

5 - FGV - 2014 - TJ-RJ - Técnico de Atividade Judiciária


TEXTO – QUANTO FALTA PARA O DESASTRE?

Verão de 2015. As filas para pegar água se espalham por vários bairros.
Famílias carregam baldes e aguardam a chegada dos caminhões-pipa. Nos
canos e nas torneiras, nem uma gota. O rodízio no abastecimento força
lugares com grandes aglomerações, como shopping centers e faculdades, a
fechar. As chuvas abundantes da estação não vieram, as obras em andamento
tardarão a ter efeito e o desperdício continuou alto. Por isso, São Paulo e
várias cidades vizinhas, que formam a maior região metropolitana do país,
entram na mais grave crise de falta d’água da história. (Época, 16/06/2014)

44
atemploCisA

A correção na acentuação gráfica faz parte do cuidado com a norma culta na


redação de um texto; a opção que apresenta um vocábulo do texto 3 que é
acentuado graficamente por razão distinta das demais é:
• a) famílias;
• b) país;
• c) rodízio;
• d) água;
• e) desperdício.

6 - CETRO - 2014 - IF-PR - Assistente de Alunos


De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à
acentuação, assinale a alternativa correta.
• a) Todos estão em rítmo de festa.
• b) O estacionamento é gratuíto.
• c) Não gostaria de executar este trabalho sózinho.
• d) Resolvemos viver em harmonía.
• e) Perdeu o fôlego de tanto correr.

7 - CETRO - 2014 - IF-PR - Pedagogo


De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à acentuação
e ao contexto, assinale a alternativa correta.
• a) Tenho que trocar o fluído do freio.
• b) Convidei os colegas de trabalho para tomar um cafézinho.
• c) Atente-se para todos os ítens do Edital.
• d) Pouco ocorreu neste interím.
• e) Não conseguimos entender esta barbárie.

8 - CETRO - 2014 - IF-PR - Auxiliar de Biblioteca


De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à
acentuação, assinale a alternativa correta.
• a) Minha mãe fez um delicioso bolo de amêixa.

45
atemploCisA

• b) Ele não acredita nisso. É um cético.


• c) Não quero mais ficar aquí.
• d) Aquela mulher parece uma vibôra.
• e) Mesmo com idade avançada, ainda tem vigôr.

9 - IAT - 2014 - Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes - PE - Engenheiro


Cartógrafo
Analise as seguintes afirmativas:
I. De acordo com o que prescreve a norma- padrão, outra redação possível
para a frase “A economia brasileira já faz isso há séculos” é “A economia
brasileira já faz isso faz séculos”.

II. A frase “Restaura-se pneus” está correta quanto à concordância verbal.

III. As palavras “só”, “já” e “três” recebem acento com base na mesma regra de
acentuação gráfica.

Estão corretas as afirmativas:


• a) I, apenas.
• b) I e II, apenas.
• c) II e III, apenas.
• d) I e III, apenas.

10 - IAT - 2014 - Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes - PE - Engenheiro


Cartógrafo
Analise as afirmativas a seguir:

I. Os seguintes vocábulos são acentuados devido à mesma justificativa:


"cinquentenário"; "império"; “rápida” e “tráfego”.

II. De acordo com as regras de acentuação, o seguinte grupo de palavras foi


acentuado pela mesma razão: “amiúde”; “cafeína”; “graúdo”; “sanduíche”.

III. As seguintes palavras foram corretamente grafadas: “revindicações";


“desidiram”; “greve”; “reajuste”; “parcela”; “adicional”; “aumento” e

46
atemploCisA

“benefícios”.

Estão corretas as afirmativas:


• a) I, apenas.
• b) I e II, apenas.
• c) II, apenas.
• d) II e III, apenas.

GABARITO
1-A 2-D 3-D 4-B 5-B 6-E 7-E 8-B 9-D 10 - C

Pontuação

Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita.


Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral,
eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações
da fala. Basicamente, têm como finalidade:

1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;


2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;
3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.

Vírgula (,)
É usada para:
a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino
berrou, chorou, esperneou e, enfim, dormiu.

47
atemploCisA

Nessa oração, a vírgula separa os verbos.


b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer!
c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.
d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:
1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para
aquele copo suado! (antecipação de complemento verbal)
2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de
adjunto adverbial)

e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por


exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.
f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.
g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é
muito mais do que esperava.

Ponto-final (.)
É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:
a) Não quero dizer nada.
b) Eu amo minha família.
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.

Ponto de Interrogação (?)


O ponto de interrogação é usado para:
a) Formular perguntas diretas:
Você quer ir conosco ao cinema?
Desejam participar da festa de confraternização?

b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa


diante de uma determinada situação:

48
atemploCisA

O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação)
Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso?
(surpresa)
Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que
imagino? (expectativa)

Ponto de Exclamação (!)


Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:
a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como:
entusiasmo, surpresa, súplica, ordem, horror, espanto:
Iremos viajar! (entusiasmo)
Foi ele o vencedor! (surpresa)
Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)
Seja rápido! (ordem)

b) Depois de vocativos e algumas interjeições:


Ui! que susto você me deu. (interjeição)
Foi você mesmo, garoto! (vocativo)

c) Nas frases que exprimem desejo:


Oh, Deus, ajude-me!

Observações dignas de nota:


* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo,
questionamento e admiração, o uso dos pontos de interrogação e
exclamação é permitido. Observe:
Que que eu posso fazer agora?!

49
atemploCisA

* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro


sentimento, não há problema algum em repetir o ponto de exclamação ou
interrogação. Note:
Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.

Ponto e vírgula (;)


É usado para:
a) separar itens enumerados:
A Matemática se divide em:
- geometria;
- álgebra;
- trigonometria;
- financeira.

b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse
nada, apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho
com seu cão.

Dois-pontos (:)
É usado quando:
a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:
Ele respondeu: não, muito obrigado!

b) se quer indicar uma enumeração:


Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não
brigue com seus colegas e não responda à professora.

Aspas (“”)
São usadas para indicar:
a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra
um início firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2
bilhões de dólares do Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line)

50
atemploCisA

b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a


propaganda de “outdoor”.

Reticências (...)
São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de
continuidade ao que se estava falando:

a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,


O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa? (...)

b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...


c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...

Parênteses ( )
São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer
simples indicações.
Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por
isso, há o predomínio de vírgulas).

Travessão (–)
O travessão é indicado para:
a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:
- Quais ideias você tem para revelar?
- Não sei se serão bem-vindas.
- Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração
deste projeto.

51
atemploCisA

b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos


parênteses:
Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar
certo.
Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.

c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:


O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante
esforçada.
Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo.

Classes de Palavras

A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA


(morfo = forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da forma. Na morfologia,
portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto em que
são empregadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a
forma da palavra.

São 10 classes de palavras: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção,


interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome.

Vamos aos estudos!

Colômbia, bola, medo, trovão, paixão, etc. Essas palavras estão dando nome a
lugar, objeto, sensação física, fenômenos da natureza, emoções, enfim as
coisas em geral. Esses nomes são chamados SUBSTANTIVOS.

52
atemploCisA

Assim, podemos dizer que substantivo é a palavra que dá nome aos seres.
Eles podem ser classificados da seguinte forma:

Concretos
Quando tratam de coisas reais, ou tidas como reais.
homem, menino, lobisomem, fada.

Abstratos
Quando tratam de estados e qualidades, sentimentos e ações.
vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

Simples
Quando formados por um só radical.
flor, tempo, chuva...

Compostos
Quando possuem mais de um radical.
couve-flor, passatempo, guarda-chuva...

Primitivos
Quando não derivam de outra palavra da língua portuguesa.
pedra, ferro, porta...

Derivados
Quando derivam de outra palavra da língua portuguesa.
pedreira, pedreiro, ferreiro, portaria...

Comuns
Quando se referem a seres da mesma espécie, sem especificá-los.
país, cidade, pessoa...

Próprios
Quando se referem a seres, pessoas, entidades determinados. São escritos
sempre com inicial maiúscula.
Brasil, Santos, João, Deus...

Coletivos
Quando se referem a um conjunto de seres da mesma espécie.
álbum (fotografias, selos), biblioteca (livros), código (leis)...

53
atemploCisA

Flexionam-se em gênero para indicar o sexo dos seres vivos. (quanto aos
seres inanimados a classificação é convencional).

Masculino
Quando podem ser precedidos dos artigos o ou os.

Feminino
Quando podem ser precedidos dos artigos a ou as.
Existem ainda substantivos que são uniformes em gênero:

Epicenos
Quando um só gênero se refere a animais macho e fêmea.
jacaré (macho ou fêmea)...

Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.
a criança (tanto menino quanto menina)

Comuns de dois gêneros


Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
o artista, a artista, o dentista, a dentista...
Flexionam-se em número para indicar a quantidade (um ou mais seres).

Singular
Quando se refere a um único ser ou grupo de seres.
homem, povo, flor...

Plural
Quando se refere a mais de um ser ou grupo de seres.
homens, povos, flores...
Existem ainda substantivos que só se empregam no plural.
férias, pêsames, núpcias...
Flexionam-se em grau para se referir ao tamanho e também emprestar
significado pejorativo, afetivo, etc.
Normal: gente, povo...
Aumentativo: gentalha, povão (com sentido pejorativo)
Diminutivo: gentinha, povinho (com sentido pejorativo)

54
atemploCisA

Adjetivos
Adjetivos são palavras que caracterizam o substantivo atribuindo-lhes
qualidades, estados, aparência, etc.
Quanto à classificação podem ser:
-Simples
Quando formados por apenas um radical.
claro, escuro...
- Compostos
Quando formados por dois ou mais radicais.
amarelo-claro, azul-escuro...
-Primitivos
Quando não derivados de outra palavra em língua portuguesa.
bom, feliz...
-Derivados
Quando derivados de outros substantivos ou verbos.
bondoso, amado...
Existem ainda os adjetivos pátrios, que se referem à origem ou nacionalidade.
brasileiro, paulistano, santista...
Os adjetivos flexionam-se um gênero, número e grau.
Quanto ao gênero, podem ser:
- Uniformes
Quando uma única forma é usada tanto para concordar com substantivos
masculinos quanto com femininos.
menino feliz, menina feliz...
-Biformes
Quando se flexionam para concordar com o substantivo que qualificam.
menino bonito, menina bonita...
Quanto ao número, podem ser singular ou plural para acompanhar o
substantivo que qualificam.
menina bonita - meninas bonitas
pessoa feliz - pessoas felizes

55
atemploCisA

Flexionam-se em grau para expressar a intensidade das qualidades do


substantivo ao qual se referem.
Quanto ao grau, podem ser comparativos ou superlativos.

O grau comparativo pode designar:

igualdade: Sou tão bonita quanto ela.


superioridade: Sou mais bonita que ela.
inferioridade : Ela é menos bonita do que eu.

O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo.


absoluto analítico: Ela é muito bonita.
absoluto sintético: Ela é belíssima.

relativo de superioridade
analítico: Ela é a mais bonita de todas.
sintético: Esta vila é a maior de todas.

relativo de inferioridade: Ela é a menos bonita de todas nós.

Pronomes
Pronome é a classe de palavras que substitui uma frase nominal. Inclui
palavras como ela, eles e algo. Os pronomes são reconhecidos como uma
parte do discurso distinta das demais desde épocas antigas. Essencialmente,
um pronome é uma única palavra (ou raramente uma forma mais longa), com
pouco ou nenhum sentido próprio, que funciona como um sintagma nominal
completo.

O pronome é a palavra que acompanha ou substitui o substantivo,


relacionando-o com uma das pessoas do discurso.

56
atemploCisA

Quando um pronome substitui o substantivo ele é chamado de pronome


substantivo.

Os pronomes classificam-se em vários tipos.

PRONOMES PESSOAIS são termos que substituem ou acompanham o


substantivo. Servem para representar os nomes dos seres e determinar as
pessoas do discurso, que são:

1ª pessoa............a que fala


2ª pessoa............com quem se fala
3ª pessoa............de quem se fala
Eu aprecio tua dedicação aos estudos. Será que ela aprecia também?
Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos:

São pronomes retos, quando atuam como sujeito da oração.


Singular Plural Exemplo
1ª pessoa eu nós Eu estudo todos os dias.
2ª pessoa tu vós Tu também tens estudado?
3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela estuda também?

São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou


indireto).
Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham
formas verbais) e oblíquos tônicos ( acompanhados de preposição):
Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.
Desejo-te boa sorte...
Faça-me o favor...
Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes
o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe
os pronomes se tornam no(s), na(s).
Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.
A mim pouco importa o que dizem...
Os pronomes de tratamento tem a função de pronome pessoal e serve para
designar as pessoas do discurso.

57
atemploCisA

PRONOMES POSSESSIVOS - Indicam posse. Estabelece relação da pessoa do


discurso com algo que lhe pertence.

Singular Plural
1ª pessoa meu(s), minha(s) nosso(s), nossa(s)
2ª pessoa teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s)
3ª pessoa seu(s), sua(s) dele(s), dela(s)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS – Indicam a posição de um ser ou objeto em


relação às pessoas do discurso.
1ª pessoa este(s), esta(s), isto.................se refere a algo que está perto da
pessoa que fala.
2ª pessoa esse(s), essa(s), isso................se refere a algo que esta perto da
pessoa que ouve.
3ª pessoa aquele(s), aquela(s), aquilo...se refere a algo distante de ambos.

Estes livros e essas apostilas devem ser guardadas naquela estante.


Estes - perto de quem fala
essas - perto de quem ouve
naquela - distante de ambos

PRONOMES INDEFINIDOS – São imprecisos, vagos. Se referem à 3ª pessoa do


discurso.
Podem ser variáveis (se flexionando em gênero e número) ou invariáveis.
São formas variáveis: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s),
toda(s), muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s),
certa(s), vário(s), vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s),
quanta(s), tal, tais, qual, quais, qualquer, quaisquer...
São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo,
nada..
Algumas pessoas estudam diariamente. Ninguém estuda diariamente.

58
atemploCisA

PRONOMES INTERROGATIVOS – São empregados para formular perguntas


diretas ou indiretas. Podem ser variáveis ou invariáveis.
Variáveis: qual, quais, quanto(s), quanta(s).
Invariáveis: que, onde, quem...
Quantos de vocês estudam diariamente? Quem de vocês estuda diariamente?

PRONOMES RELATIVOS – São os que relacionam uma oração a um


substantivo que representa. Também se classificam em variáveis e invariáveis.
Variáveis: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s).
Invariáveis:que, quem, onde.
Conseguiu o emprego que tanto queria.

Verbos
Verbo é a palavra que exprime um fato (geralmente uma ação, estado ou
fenômeno da natureza) e localiza-o no tempo, usados também para ligar o
sujeito ao predicado. Mas o verbo é identificado principalmente por ser a
classe de palavras que mais admitem flexões em número, pessoa, modo,
tempo e voz.

Estrutura das Formas Verbais


Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes
elementos:
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo.
Por exemplo:
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)

59
atemploCisA

b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que


pertence o verbo.
Por exemplo:
fala-r
São três as conjugações:
1ª - Vogal Temática - A - (falar)
2ª - Vogal Temática - E - (vender)
3ª - Vogal Temática - I - (partir)
c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o
modo do verbo.

Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do
indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do
subjuntivo.)

d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do


discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural).
Por exemplo:
falamos (indica a 1ª pessoa
do plural.)
falavam (indica a 3ª pessoa
do plural.)

Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados ( compor, repor, depor,
etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer.
A vogal "e", apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas
formas do verbo: põe, pões, põem, etc.

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas


Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o
conceito de acentuação tônica, percebemos com facilidade que nas
formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino,

60
atemploCisA

aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico


não cai no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão,
nutriríamos.
Classificam-se em:
a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical.
Por exemplo:
canto cantei cantarei cantava cantasse

b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas


desinências.
Por exemplo:
faço fiz farei fizesse

c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa.


Classificam-se em impessoais,unipessoais e pessoais.
Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na
terceira pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são:
a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer
(em orações temporais).
Por exemplo:
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)


Por exemplo:
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.

c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são


impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, "Amanheci mal-
humorado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido figurado.

61
atemploCisA

Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa


de ser impessoal para ser pessoal.
Por exemplo:
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
d) São impessoais, ainda:
1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.:
Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando
suficiência. Ex.: Basta detolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está
muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito
expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o
sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser
possível". Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?

Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, se conjugam apenas nas


terceiras pessoas, do singular e do plural.
Por exemplo:
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.

Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos


pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis
alguns:
bramar: tigre
bramir: crocodilo
cacarejar: galinha

62
atemploCisA

coaxar: sapo
cricrilar: grilo
Os principais verbos unipessoais são:
1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário,
etc.).
Observe os exemplos:
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Observe os exemplos:
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia.
(Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou
eufônicos.
Por exemplo:
verbo falir
Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale,
idênticas às do verbo falar - o que provavelmente causaria problemas de
interpretação em certos contextos.
Por exemplo:

verbo computar
Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas,
computa - formas de sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos
gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas
verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio
verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da
informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.
d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo
valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que,

63
atemploCisA

além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as


chamadas formas curtas (particípio irregular).
Observe:
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULARPARTICÍPIO
IRREGULAR

Anexar Anexado Anexo

Dispersar Dispersado Disperso

Eleger Elegido Eleito

Envolver Envolvido Envolto

Imprimir Imprimido Impresso

Matar Matado Morto

Morrer Morrido Morto

Pegar Pegado Pego

Soltar Soltado Solto

e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua


conjugação.
Por exemplo:
Ir Pôr Ser Saber

vou ponho sou sei


vais pus és sabes
ides pôs fui soube
fui punha foste saiba
foste seja

f) Auxiliares
São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções
verbais. O verbo principal, quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso
numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

64
atemploCisA

Por exemplo:
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do


debate.
(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram
cumprimentados por todos os presentes.
(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

g) Pronominais
São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me,
te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade
(pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio
sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes


oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se,
atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a
reflexibilidade já está implícita no radical do verbo.
Por exemplo:
Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento
(arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe ação transitiva
nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-
se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo
radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):

65
atemploCisA

Eu me arrependo

Tu te arrependes

Ele se arrepende

Nós nos arrependemos

Vós vos arrependeis

Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida


pelo sujeito recai sobre o objeto representado por pronome oblíquo da
mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele
mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e
indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados, formando o
que se chama voz reflexiva.
Por exemplo: Maria se penteava.
A reflexibilidade se diz acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida
também sobre outra pessoa.
Por exemplo: Maria penteou-me.

Observações:
1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos
verbos pronominais não possuem função sintática.
2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos,
mas que não são essencialmente pronominais, são os verbos reflexivos. Nos
verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica
à do sujeito, exercem funções sintáticas.
Por exemplo:
Eu me feri. ----- Eu (sujeito)-1ª pessoa do singular
me (objeto direto) - 1ª pessoa do singular

Modos Verbais

66
atemploCisA

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão


de um fato. Em Português, existem três modos:
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu
sempre estudo.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez
eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo: Estuda agora,
menino.

Formas Nominais
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer
funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso
denominadas formas nominais. Observe:
a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e
indefinido, podendo ter valor e função de substantivo.

Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)

É indispensável combater a corrupção. (= combate à)


O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no
passado (forma composta).
Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na
1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma
forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Por exemplo:
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

67
atemploCisA

c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio.


Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma
composta, uma ação concluída.
Por exemplo:
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
d) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos,
o particípio indica geralmente o resultado de uma ação terminada,
flexionando-se em gênero, número e grau.
Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação
temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal).
Por exemplo:
Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.

Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa
pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:

1. Tempos do Indicativo

Presente - Expressa um fato atual.


Por exemplo:
Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao
atual, mas que não foi completamente terminado.
Por exemplo:

68
atemploCisA

Ele estudava as lições quando foi interrompido.


Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num
momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.
Por exemplo:
Ele estudou as lições ontem à noite.
Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve início no
passado e que pode se prolongar até o momento atual.
Por exemplo:
Tenho estudado muito para os exames.
Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de
outro fato já terminado.
Por exemplo:
Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram.
(forma composta)
Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma
simples)
Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer
num tempo vindouro com relação ao momento atual.
Por exemplo:
Ele estudará as lições amanhã.
Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve ocorrer
posteriormente a um momento atual, mas já terminado antes de outro
fato futuro.
Por exemplo:
Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste.
Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer
posteriormente a um determinado fato passado.
Por exemplo:
Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que poderia ter
ocorrido posteriormente a um determinado fato passado.
Por exemplo:

69
atemploCisA

Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas férias.


2. Tempos do Subjuntivo
Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual.
Por exemplo:
É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já
ocorrido.
Por exemplo:
Eu esperava que ele vencesse o jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se
expressa a ideia de condição ou desejo.
Por exemplo:
Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado
num momento passado.
Por exemplo:
Embora tenha estudado bastante, não passou no teste.
Pretérito Mais-Que-Perfeito (composto) - Expressa um fato ocorrido antes
de outro fato já terminado.
Por exemplo:
Embora o teste já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na
sala de exames.
Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num
momento futuro em relação ao atual.
Por exemplo:
Quando ele vier à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam
possibilidade ou desejo.
Por exemplo:
Se ele vier à loja, levará as encomendas.
Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento
atual mas já terminado antes de outro fato futuro.

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atemploCisA

Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.


Formação dos Tempos Simples
Quanto à formação dos tempos simples, estes dividem-se em primitivos e
derivados.
Primitivos:
presente do indicativo
pretérito perfeito do indicativo
infinitivo impessoal
Derivados do Presente do Indicativo:
Presente do subjuntivo
Imperativo afirmativo
Imperativo negativo
Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo:
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Futuro do subjuntivo
Derivados do Infinitivo Impessoal:
Futuro do presente do indicativo
Futuro do pretérito do indicativo
Imperfeito do indicativo
Gerúndio
Particípio

Tempos Compostos
São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os
verbos ter e haver e como principal, qualquer verbo no particípio. São eles:
01) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do
Indicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com
frequência ultimamente.
Por exemplo:
Eu tenho estudado demais ultimamente.
02) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:

71
atemploCisA

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do


Subjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha
ocorrido.
Por exemplo:
Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a
aprovação.
03) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito
Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que
o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo simples.
Por exemplo:
Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali.
04) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito
Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor
que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples.
Por exemplo:
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.
Obs.: perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para
o passado. A frase Se eu estudasse, aprenderia é completamente
diferente de Se eu tivesse estudado, teria aprendido.
05) Futuro do Presente Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do
Presente simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo
valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo.
Por exemplo:
Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.
06) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do
Pretérito simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo
valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo.
Por exemplo:
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

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atemploCisA

07) Futuro Composto do Subjuntivo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do
Subjuntivo simples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o
Futuro do Subjuntivo simples.
Por exemplo:
Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6
Km.
Veja os exemplos:
Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.
Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.
Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases
apresentadas. No primeiro caso, esperarei "você" praticar a sua ação para,
depois, praticar a minha; no segundo, primeiro praticarei a minha. Por isso o
uso do advérbio "já".
Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases a seguir::
Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel.
08) Infinitivo Pessoal Composto:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo
Pessoal simples e o principal no particípio, indicando ação passada em
relação ao momento da fala.
Por exemplo:
Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro.
Locuções Verbais
Outro tipo de conjugação composta - também
chamada conjugação perifrástica - são as locuções verbais, constituídas de
verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo. São conjuntos de verbos que,
numa frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas
locuções, o último verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas
formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos
verbos auxiliares. Observe os exemplos:
Estou lendo o jornal.
Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.

73
atemploCisA

Ninguém poderá sair antes do término da sessão.


A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções,
conseguindo exprimir por meio delas os mais variados matizes de
significado. Ser (estar, em algumas construções) é usado nas locuções verbais
que exprimem a voz passiva analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares
que exprimem a potencialidade ou a necessidade de que determinado
processo se realize ou não. Veja:
Pode ocorrer algo inesperado durante a festa.
Deve ocorrer algo inesperado durante a festa.
Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo.
Por exemplo:
Quero ver você hoje.
Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar
de, voltar a, continuar a, pôr-se a, ir, vire estar, todos ligados à noção
de aspecto verbal.
Aspecto Verbal
No que se refere ao estudo de valor e emprego dos tempos verbais, é
possível perceber diferenças entre o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito
do indicativo. A diferença entre esses tempos é uma diferença deaspecto,
pois está ligada à duração do processo verbal. Observe:
- Quando o vi, cumprimentei-o.
O aspecto é perfeito, pois o processo está concluído.
- Quando o via cumprimentava-o.
O aspecto é imperfeito, pois o processo não tem limites claros,
prolongando-se por período impreciso de tempo.
O presente do indicativo e o presente do subjuntivo apresentam aspecto
imperfeito, pois não impõem precisos ao processo verbal:
- Faço isso sempre.
- É provável que ele faça isso sempre.
Já o pretérito mais-que-perfeito, como o próprio nome indica, apresenta
aspecto perfeito em suas várias formas do indicativo e do subjuntivo, pois
traduz processos já concluídos:

74
atemploCisA

- Quando atingimos o topo da montanha, encontramos a bandeira que


ele fincara (ou havia fincado) dois dias antes.
- Se tivéssemos chegado antes, teríamos conseguido fazer o exame.
Outra informação aspectual que a oposição entre o perfeito e imperfeito
pode fornecer diz respeito à localização do processo no tempo. Os
tempos perfeitos podem ser usados para exprimir processos localizados num
ponto preciso do tempo:
- No momento em que o vi, acenei-lhe.
- Tinha-o cumprimentado logo que o vira.
Já os tempos imperfeitos podem indicar processos frequentes e repetidos:
- Sempre que saía, trancava todas as portas.
O aspecto permite a indicação de outros detalhes relacionados com a
duração do processo verbal. Veja:
- Tenho encontrado problemas em meu trabalho.
Esse tempo, conhecido como pretérito perfeito composto do indicativo,
indica um processo repetido ou frequente, que se prolonga até o presente.
- Estou almoçando.
A forma composta pelo auxiliar estar seguido do gerúndio do verbo principal
indica um processo que se prolonga. É largamente empregada na linguagem
cotidiana, não só no presente, mas também em outros tempos (estava
almoçando, estive almoçando, estarei almoçando, etc.).
As formas compostas: estará resolvido e estaria resolvido, conhecidas como
futuro do presente e futuro do pretérito compostos do indicativo, exprimem
processo concluído - é a ideia do aspecto perfeito - ao qual se acrescenta a
noção de que os efeitos produzidos permanecem, uma vez realizada a ação.
- Os animais noturnos terminaram de se recolher mal começou a raiar o
dia.
Nas duas locuções destacadas, mais duas noções ligadas ao aspecto verbal: a
indicação do término e do início do processo verbal.
- Eles vinham chegando à proporção que nós íamos saindo.
As locuções formadas com os auxiliares vir e ir exprimem processos que se
prolongam.
- Ele voltou a trabalhar depois de deixar de sonhar projetos irrealizáveis.

75
atemploCisA

As locuções destacadas exprimem o início de um processo interrompido e a


interrupção de outro, respectivamente.

Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal


Infinitivo Impessoal
Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que
ele apresenta sentido genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma
pessoa, e sua forma é invariável. Assim, considera-se apenas o processo
verbal.
Por exemplo:
Amar é sofrer.
O infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências de número e pessoa.
Veja:
Eu
falar -es Tu
vender Ele
partir -mos Nós
-des Vós
-em Eles

Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular


(cujas formas são iguais às do infinitivo impessoal), elas não deixam de
referir-se às respectivas pessoas do discurso (o que será esclarecido apenas
pelo contexto da frase).
Por exemplo:
Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa)
Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)
Note: as regras que orientam o emprego da forma variável ou invariável do
infinitivo não são todas perfeitamente definidas. Por ser o infinitivo impessoal
mais genérico e vago, e o infinitivo pessoal mais preciso e determinado,
recomenda-se usar este último sempre que for necessário dar à frase maior
clareza ou ênfase.
Observações importantes:
O infinitivo impessoal é usado:

76
atemploCisA

1. Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um


sujeito determinado;
Por exemplo:
Querer é poder.
Fumar prejudica a saúde.
É proibido colar cartazes neste muro.
2. Quando tiver o valor de Imperativo;
Por exemplo:
Soldados, marchar! (= Marchai!)

3. Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um


substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior;
Por exemplo:
Eles não têm o direito de gritar assim.
As meninas foram impedidas de participar do jogo.
Eu os convenci a aceitar.
No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar", "tomar" e "ouvir", por
exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar) deve ser flexionado.
Por exemplo:
Eram pessoas difíceis de serem contentadas.
Aqueles remédios são ruins de serem tomados.
Os CDs que você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.
4. Nas locuções verbais;
Por exemplo:
Queremos acordar bem cedo amanhã.
Eles não podiam reclamar do colégio.
Vamos pensar no seu caso.
5. Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior;
Por exemplo:
Eles foram condenados a pagar pesadas multas.
Devemos sorrir ao invés de chorar.
Tenho ainda alguns livros por (para) publicar.

77
atemploCisA

Observação: quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver


distante do verbo da oração principal (verbo regente), pode ser flexionado
para melhor clareza do período e também para se enfatizar o sujeito (agente)
da ação verbal.
Por exemplo:
Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.
Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol.
Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas crianças.
6. Com os verbos causativos "deixar", "mandar"e "fazer" e seus
sinônimos que não formam locução verbal com o infinitivo que os segue;
Por exemplo:
Deixei-os sair cedo hoje.
7. Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e sinônimos, deve-se
também deixar o infinitivo sem flexão.
Por exemplo:
Vi-os entrar atrasados.
Ouvi-as dizer que não iriam à festa.
Observações:
a) É inadequado o emprego da preposição "para" antes dos objetos diretos
de verbos como "pedir", "dizer", "falar" e sinônimos;
Pediu para Carlos entrar. (errado)
Pediu para que Carlos entrasse. (errado)
Pediu que Carlos entrasse. (correto)
b) Quando a preposição "para" estiver regendo um verbo, como na oração
"Este trabalho é para eu fazer", pede-se o emprego do pronome pessoal
"eu", que se revela, neste caso, como sujeito.
Outros exemplos:
Aquele exercício era para eu corrigir.
Esta salada é para eu comer?
Ela me deu um relógio para eu consertar.
Atenção:
Em orações como "Esta carta é para mim!", a preposição está ligada somente
ao pronome, que deve se apresentar oblíquo tônico.

78
atemploCisA

Infinitivo Pessoal
Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso significa que ele
atribui um agente ao processo verbal, flexionando-se.
O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:
1. Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso;
Por exemplo:
Se tu não perceberes isto...
Convém vocês irem primeiro.
O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito
implícito = nós)
2. Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal;
Por exemplo:
O professor deu um prazo de cinco dias para os
alunos estudarem bastante para a prova.
Perdoo-te por me traíres.
O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.

O guarda fez sinal para os motoristas pararem.


3. Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa
do plural);
Por exemplo:
Faço isso para não me acharem inútil.
Temos de agir assim para nos promoverem.
Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.
4. Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação;
Por exemplo:
Vi os alunos abraçarem-se alegremente.
Fizemos os adversários cumprimentarem-se com gentileza.
Mandei as meninas olharem-se no espelho.
Nota: como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita
sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.

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atemploCisA

DICAS:
a) Se o infinitivo de um verbo for escrito com "j", esse "j" aparecerá em todas
as outras formas.
Por exemplo:
Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão,
enferrujassem, etc. (Lembre, contudo, que o substantivo ferrugem é
grafado com "g".)
Viajar: viajou, viajaria, viajem ( 3ª pessoa do plural do presente do
subjuntivo, não confundir com o substantivo viagem) viajarão, viajasses,
etc.
b) Quando o verbo tem o infinitivo com "g", como em "dirigir" e "agir" este
"g" deverá ser trocado por um "j" apenas na primeira pessoa do presente do
indicativo.
Por exemplo:
eu dirijo/ eu ajo
c) O verbo "parecer" pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o
infinitivo.
- Quando "parecer" é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir.
- Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade, um período
composto. "Parece" é o verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração
subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo "elas mentirem".
Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração "Parece que elas
mentem."

Vozes do Verbo

Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o


sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as vozes verbais:

a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo


verbo.

Por exemplo:

Ele fez o trabalho.


sujeito agente ação objeto (paciente)

80
atemploCisA

b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo


verbo.

Por exemplo:

O trabalho foi feito por ele.


sujeito paciente ação agente da passiva
c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto
é, pratica e recebe a ação.

Por exemplo:

O menino feriu-se.

Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de


reciprocidade.

Por exemplo:

Os lutadores feriram-se. (um ao outro)

Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.

1- Voz Passiva Analítica

Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo


principal.

Por exemplo:

A escola será pintada.


O trabalho é feito por ele.

Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da


preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de.

Por exemplo:

81
atemploCisA

A casa ficou cercada de soldados.

- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na


frase.

Por exemplo:

A exposição será aberta amanhã.

- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio


é invariável. Observe a transformação das frases seguintes:

Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do


a)
indicativo)
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito
do indicativo)
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do
indicativo)
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do
presente)
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e
modo do verbo principal da voz ativa. Observe a transformação da frase
seguinte:

O vento ia levando as folhas. (gerúndio)


As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica com


outros verbos que podem eventualmente funcionar como auxiliares.

Por exemplo:

A moça ficou marcada pela doença.

2- Voz Passiva Sintética

A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª


pessoa, seguido do pronome apassivador SE.

82
atemploCisA

Por exemplo:

Abriram-se as inscrições para o concurso.


Destruiu-se o velho prédio da escola.

Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva


Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido
da frase.
Por exemplo:
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)
Sujeito da
Objeto Direto
Ativa

foi por (Voz


A imprensa
inventada Gutenberg Passiva)
Sujeito da Agente da
Passiva Passiva

Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da


ativa passará a agente da passiva e overbo ativo assumirá a forma passiva,
conservando o mesmo tempo. Observe mais exemplos:
- Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres.
- Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim.
Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá
complemento agente na passiva.
Por exemplo:
- Prejudicaram-me.
Fui prejudicado.
Saiba que:

83
atemploCisA

1) Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, são
chamados neutros.
Por exemplo:
O vinho é bom.
Aqui chove muito.
2) Há formas passivas com sentido ativo:
Por exemplo:
É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
3) Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:
Por exemplo:
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
4) Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico)
e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito é paciente.
Por exemplo:
Chamo-me Luís.
Batizei-me na Igreja do Carmo.
Operou-se de hérnia.
Vacinaram-se contra a gripe.

Advérbios

Advérbio é a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um


adjetivo ou um outro advérbio. Raramente modifica um substantivo. É a
palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

Tipos de Advérbios
DE MODO: Ex.:Sei muito BEM que ninguém deve passar atestado da virtude
alheia.
Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde,devagar, ás
pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondas, aos poucos, desse
jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé,
de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente:calmamente,

84
atemploCisA

tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente,


escandalosamente, bondosamente, generosamente

DE INTENSIDADE: Ex.:Acho que, por hoje, você já ouviu BASTANTE.


Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos,
demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que(equivale a quão), tudo, nada,
todo, quase, de todo, de muito, por completo,bem (quando aplicado a
propriedades graduáveis)

DE TEMPO: Ex.: Leia e depois me diga QUANDO pode sair na gazeta.


Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois,
ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora,
sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à
tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em
quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia

DE LUGAR: Ex.: A senhora sabe AONDE eu posso encontrar esse pai-de-santo?


Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá,
acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte,
nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a
distancia, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao
lado, em volta

DE NEGAÇÃO :Ex.: DE MODO ALGUM irei lá


Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de
jeito nenhum

DE DÚVIDA: Ex.: TALVEZ ela volte hoje


Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente,
por certo, quem sabe

DE AFIRMAÇÃO: Ex.: REALMENTE eles sumiram


Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente,
realmente, deveras, indubitavelmente

DE EXCLUSÃO:
Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente

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atemploCisA

DE INCLUSÃO:
Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência.
Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também

DE ORDEM:
Depois, primeiramente, ultimamente

DE DESIGNAÇÃO: Eis

DE INTERROGAÇÃO:
Ex.: E então?QUANDO é que embarca?
onde?(lugar), como?(modo), quando?(tempo), porque?(causa), quanto?(preço
e intensidade), para que?(finalidade

Palavras Denotativas
Há, na língua portuguesa, uma série de palavras que se assemelham a
advérbios. A Nomenclatura Gramatical Brasileira não faz nenhuma
classificação especial para essas palavras, por isso elas são chamadas
simplesmente de palavras denotativas.

ADIÇÃO: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais


Ainda, além disso

AFASTAMENTO: Ex.: Foi embora daqui.


embora

AFETIVIDADE: Ex.: Ainda bem que passei de ano


Ainda bem, felizmente, infelizmente

APROXIMAÇÃO:
quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de

DESIGNAÇÃO: Ex.: Eis nosso novo carro


eis

EXCLUSÃO: Ex.: Todos irão, menos ele.


Apenas, salvo, menos, exceto, só, somente, exclusive, sequer, senão,

EXPLICAÇÃO: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias.

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atemploCisA

isto é, por exemplo, a saber, ou seja

INCLUSÃO: Ex.: Até ele irá viajar.


Até, inclusive, também, mesmo, ademais

LIMITAÇÃO: Ex.: Apenas um me respondeu.


só, somente, unicamente, apenas

REALCE: Ex.: E você lá sabe essa questão?


é que, cá, lá, não, mas, é porque, só, ainda, sobretudo.

RETIFICAÇÃO: Ex.: Somos três, ou melhor, quatro


aliás, isto é, ou melhor, ou antes

SITUAÇÃO: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele?


então, mas, se, agora, afinal

Grau dos Advérbios


Os advérbios, embora pertençam à categoria das palavras invariáveis, podem
apresentar variações com relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio
pode-se apresentar no grau comparativo e no superlativo.

- GRAU COMPARATIVO: quando a circunstância expressa pelo advérbio


aparece em relação de comparação. O advérbio não é flexionado no grau
comparativo. Para indicar esse grau utilizam as formas tão...quanto, mais...que,
menos...que. Pode ser:

comparativo de igualdade:
Ex.; Chegarei tão cedo quanto você.

comparativo de superioridade:
Ex.: Chegarei mais cedo que você.

comparativo de inferioridade:
Ex.: Chegaremos menos cedo que você.

- GRAU SUPERLATIVO: nesse caso, a circunstancia expressa pelo advérbio


aparecerá intensificada. O grau superlativo do advérbio pode ser formado

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atemploCisA

tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), como pelo processo


analítico (outro advérbio estará indicando o grau superlativo).

superlativo (ou absoluto) sintético: formado com o acréscimo de sufixo.


Ex.:Cheguei tardíssimo.

superlativo (ou absoluto) analítico: expresso com o auxilio de um advérbio de


intensidade.
Ex.:Cheguei muito tarde.

Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –mente, pode-


se acrescentar o sufixo apenas no ultimo.
Ex.: Nada omitiu de seu pensamento; falou clara, franca e nitidamente.

Quando se quer realçar o advérbio, pode-se antecipá-lo.


Ex.: Imediatamente convoquei os alunos.

Numeral

Numeral é toda palavra que encerra a ideia de número.


Exemplos:
- Andei por duas quadras.
- Fui a segunda colocada no concurso.
- Comi um quarto da pizza.
- Tenho triplo da idade de meu filho.
Classificação do numeral: cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário.

CARDINAL
Indica quantidade, serve para fazer a contagem.

ORDINAL
Expressa ordem.

MULTIPLICATIVO
Indica multiplicação.

FRACIONÁRIO
Expressa divisão, fração e partes.

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atemploCisA

COLETIVO
Indica um conjunto. Exemplo: centena, dúzia, dezena, década e milheiro.
*Observação: "zero" e "ambos" são considerados como numerais.
Diferença entre um artigo e o um numeral, um artigo indica indefinição do
substantivo e o um numeral indica quantidade do substantivo.
Flexão dos numerais:
Alguns variam em gênero e número.
Dois – duas
segundo – segunda
Com funções adjetivas são variáveis.
- Ficou em coma por tomar doses triplas de veneno.
Números fracionários.
É meio-dia e meia (hora).
Multiplicativo
Cardinais Ordinais Fracionários
s
um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos

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atemploCisA

dezenove décimo nono - dezenove avos


vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocent quadringentésim
quadringentésimo -
os o
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
nongentésimo ou
novecentos - nongentésimo
noningentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração,
subordinando o segundo ao primeiro, ou seja, o regente e o regido. Isso
significa que a preposição é o termo que liga substantivo a
substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a
substantivo, advérbio a substantivo, etc. Junto com as posposições e as
raríssimas circumposições, as preposições formam o grupo das adposições.

Tipos de Preposição

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atemploCisA

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como


preposições.
A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem,
sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem
atuar como preposições.
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma
preposição, sendo que a última palavra é uma delas.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em
cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto
de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras
palavras e assim estabelecer concordância em gênero ou em número.
Ex: por + o = pelo
por + a = pela
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim
das palavras a que se ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a
partir de dois processos:
1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde

2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.


Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns

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atemploCisA

De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)
Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)

92
atemploCisA

Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo

O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo.


Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para
determiná-lo como um substantivo singular e feminino.
- A dona da casa não quis nos atender.
- Como posso fazer a Joana concordar comigo?
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece
relação de subordinação entre eles.
- Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
- Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar um tratamento
adequado.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de
um substantivo.
- Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família
- Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a
conhecemos melhor que ninguém.

Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições:


Destino
Irei para casa.
Modo
Chegou em casa aos gritos.

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atemploCisA

Lugar
Vou ficar em casa;
Assunto
Escrevi um artigo sobre adolescência.
Tempo
A prova vai começar em dois minutos.
Causa
Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade
Vou ao médico para começar o tratamento.
Instrumento
Escreveu a lápis.
Posse
Não posso doar as roupas da mamãe.
Autoria
Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Companhia
Estarei com ele amanhã.
Matéria
Farei um cartão de papel reciclado.
Meio
Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem
Nós somos do Nordeste, e você?
Conteúdo
Quebrei dois frascos de perfume.
Oposição
Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço
Essa roupa sai por R$ 50 à vista.

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atemploCisA

Conjunção

Conjunção é uma das classes de palavras definidas pela gramática general. As


conjunções são palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois
termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de
dependência ou de simples coordenação.

CLASSIFICAÇÃO
- Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em:

- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.

Observe os exemplos:

- Ela foi ao cinema e ao teatro.


- Minha amiga é dona-de-casa e professora.
- Eu reuni a família e preparei uma surpresa.
- Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.

Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, não só...como


também.

- ADVERSATIVAS
Expressam ideias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:

- Tentei chegar na hora, porém me atrasei.


- Ela trabalha muito mas ganha pouco.
- Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.
- Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.

Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto,


entretanto.

ALTERNATIVAS

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atemploCisA

Expressam ideia de alternância.

- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.


- Minha cachorra ora late ora dorme.
- Vou ao cinema quer faça sol quer chova.

Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já.

CONCLUSIVAS
Servem para dar conclusões às orações. Exemplos:

- Estudei muito por isso mereço passar.


- Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa.
- Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.

Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo),


portanto, por conseguinte, assim.

EXPLICATIVAS
Explicam, dão um motivo ou razão:

- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.


- Não demore, que o seu programa favorito vai começar.

Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo),


porquanto.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS


CAUSAIS
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como
(= porque). Exemplos:

- Não pude comprar o CD porque estava em falta.


- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
- Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.

COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, mais...do que,
menos...do que.

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atemploCisA

- Ela fala mais que um papagaio.

CONCESSIVAS
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de,
se bem que.

Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz


em si uma ideia de “apesar de”.

- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada)


- Apesar de ter chovido fui ao cinema.

CONFORMATIVAS

Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante

- Cada um colhe conforme semeia.


- Segundo me disseram a casa é esta.

Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.

CONSECUTIVAS
Expressam uma ideia de consequência.

Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”).

- Falou tanto que ficou rouco.


- Estava tão feliz que desmaiou.

FINAIS
Expressam ideia de finalidade, objetivo.

- Todos trabalham para que possam sobreviver.


- Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.

Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),

PROPORCIONAIS

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atemploCisA

Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo


que, à proporção que.

- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.


- Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.

TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.

- Quando eu sair, vou passar na locadora.


- Chegamos em casa assim que começou a chover.
- Mal chegamos e a chuva desabou.

Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a "logo que".

O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se


locução conjuntiva.

Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.

Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e consequência.


Realmente, às vezes, fica difícil diferenciá-las.

Observe os exemplos:
- Correram tanto, que ficaram cansados.

“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma
consequência.
Ficaram cansados porque correram muito.

“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma
causa.

Artigo
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está
sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo
indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos.

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atemploCisA

Classificação dos Artigos


Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira
precisa: o, a, os, as.
Por exemplo:
Eu matei o animal.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma,
uns, umas.
Por exemplo:
Eu matei um animal.
Combinação dos Artigos
É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com
preposições. Este quadro apresenta a forma assumida por
essas combinações:
Preposições Artigos
o, os a, as um, uns uma, umas
a ao, aos à, às - -
de do, dos da, das dum, duns duma, dumas
em no, nos na, nas num, nuns numa, numas
por (per) pelo, pelos pela, pelas - -
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o artigo definido a.
Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por crase.
- As formas pelo(s)/pela(s) resultam da combinação dos artigos definidos com
a forma per, equivalente a por.

Interjeição
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados
de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo
comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas
linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz
numa palavra: Droga!

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atemploCisA

Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente
uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma
sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posições adequadas a
cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma espécie de "palavra-
frase", ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de
palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma
sentença. Veja os exemplos:
1.Bravo! Bis!
bravo e bis: interjeição
sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!"
2.Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
ai: interjeição
sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!"
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia
organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a
manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação
particular, um momento ou um contexto específico.
Exemplos:
1.Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
2.Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são
proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão
vai adquirir em cada contexto de enunciação.
Exemplos:
1.Psiu!
contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua
significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!"
2.Psiu!
contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital
significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!"

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atemploCisA

3.Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!


puxa: interjeição
tom da fala: euforia
4.Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
puxa: interjeição
tom da fala: decepção
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc.
Por exemplo:
- Você faz o que no Brasil?
-Eu? Eu negocio com madeiras.
-Ah, deve ser muito interessante.
b) Sintetizar uma frase apelativa
Por exemplo:
Cuidado! Saia da minha frente.
As interjeições podem ser formadas por:
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas!
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com
que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma interjeição tenha mais de
um sentido.
Por exemplo:
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)

Classificação das Interjeições


Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!, Olha!,
Alerta!
Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!

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atemploCisA

Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!


Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Ânimo!,
Adiante!, Firme!, Toca!
Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, Fora!, Abaixo!,
Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh!
Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Ora!
Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Caramba!,
Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!
Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, Diabo!, Puxa!,
Pô!, Ora!
Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, Olá!, Alô!,
Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus!
Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!

Locução Interjetiva
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão com sentido de
interjeição.
Por exemplo :
Ora bolas! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de
casa!
Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito
bem!
Observações:

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atemploCisA

1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.


Por exemplo:

Ué! = Eu não esperava por essa!


Perdão! = Peço-lhe que me desculpe.
2) Além do contexto, o que caracteriza a interejeição é o seu tom exclamativo;
por isso, palavras de outras classes gramaticais podem aparecer como
interjeições.
Por exemplo:
Viva! Basta! (Verbos)
Fora! Francamente! (Advérbios)
3) A interjeição pode ser considerada uma "palavra-frase" porque sozinha
pode constituir uma mensagem.
Por exemplo:

Socorro!
Ajudem-me!
Silêncio!
Fique quieto!
4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, que exprimem
ruídos e vozes.
Por exemplo:
Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof!
Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo "ó" com a sua
homônima "oh!", que exprime admiração, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma
pausa depois do" oh!" exclamativo e não a fazemos depois do "ó" vocativo.
Por exemplo:
"Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!" (Olavo Bilac)
Oh! a jornada negra!" (Olavo Bilac)
6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de palavras de outras
classes, podem aparecer flexionadas no diminutivo ou no superlativo.
Por exemplo:
Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!

103
atemploCisA

Crase

Na língua portuguesa, crase é a fusão de duas vogais idênticas, mas essa


denominação visa a especificar principalmente a contração ou fusão da
preposição a com os artigos definidos femininos a, as ou com os pronomes
demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo.

a+a=à
a + as = às
a + aquele(s) = àquele(s)
a + aquela(s) = àquela(s)
a + aquilo = àquilo

Para saber se ocorre ou não a crase, basta seguir três regras básicas:

01) Só ocorre crase diante de palavras femininas, portanto nunca use o


acento grave indicativo de crase diante de palavras que não sejam femininas.
- O sol estava a pino. Sem crase, pois pino não é palavra feminina.
- Ela recorreu a mim. Sem crase, pois mim não é palavra feminina. Pode até
refereir-se a uma mulher, mas a palavra em si não é feminina.
- Estou disposto a ajudar você. Sem crase, pois ajudar não é palavra feminina;
é verbo.

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atemploCisA

02) Se a preposição a for exigida por um verbo que indica destino (ir, vir,
voltar, chegar, cair, comparecer, dirigir-se...), troque este verbo por outro que
indique procedência (vir, voltar, chegar...); se, diante do que indicar
procedência, surgir da, diante do que indicar destino, ocorrerá crase; caso
contrário, não ocorrerá crase. Essa substituição serve para demonstrar a
existência da preposição e do artigo, cuja junção exige o acento indicador de
crase.
venho de = vou a
venho da = vou à

- Vou a Porto Alegre. Sem crase, pois Venho de Porto Alegre.


- Vou à Bahia. Com crase, pois Venho da Bahia.

03) Se não houver verbo indicando destino, troca-se a palavra feminina por
outra masculina; se, diante da masculina, surgir ao, diante da feminina,
ocorrerá crase; caso contrário, não ocorrerá crase. Essa substituição serve para
demonstrar a existência da preposição e do artigo, cuja junção exige o acento
indicador de crase.

- Assisti à peça. Com crase, pois Assisti ao filme.


- Paguei à cabeleireira. Com crase, pois Paguei ao cabeleireiro.
- Respeito as regras. Sem crase, pois Respeito os regulamentos.

Casos especiais:

01) Nas expressões adverbiais à moda de e à maneira de, mesmo que as


palavras moda e maneira fiquem subentendidas, ocorre crase.

- Fizemos um churrasco à gaúcha. (À moda gaúcha; à moda dos gaúchos)


- Comemos bife à milanesa e espaguete à bolonhesa. (À moda milanesa e à
moda bolonhesa; à moda de Milão e à moda de Borgonha)
- Joãozinho usa cabelos à Príncipe Valente. (À moda do Príncipe Valente)

105
atemploCisA

02) Nos adjuntos adverbiais de modo, lugar e tempo femininos, ocorre crase.
à tarde, à noite, às pressas, às escondidas, às escuras, às tontas, à direita, à
esquerda, à vontade, à revelia ...

- Encontrei Tiago ontem à noite.


- Saí às pressas de casa.

03) Nas locuções prepositivas e conjuntivas femininas ocorre crase.


Locução prepositiva feminina é a junção de a + substantivo feminino + de;
Locução conjuntiva feminina é a junção de a + substantivo feminino + que.
à maneira de, à moda de, às custas de, à procura de, à espera de, à medida
que, à proporção que...

- Ele está à procura da esposa.


- À proporção que o tempo passa, mais sábios ficamos.

04) Diante da palavra distância, só ocorrerá crase, se houver a formação de


locução prepositiva (à distância de) apesar de, modernamente, muitos cursos
a distância escreverem tal expressão com crase.

- Reconheci-o a distância.
- Reconheci-o à distância de duzentos metros.

05) Diante do pronome relativo que ou da preposição de, quando for fusão
da preposição a com o pronome demonstrativo a, as, que pode ser
substituído por aquela, aquelas, esta, estas

- Essa roupa é igual à que comprei ontem. (A roupa é igual a esta)


- Sua voz é igual à de um primo meu. (A voz é igual a esta)

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atemploCisA

06) Diante dos pronomes relativos a qual, as quais, quando o verbo da oração
subordinada adjetiva (o que vem logo depois de a qual, as quais) exigir a
preposição a, ocorre crase.

- A cena à qual assisti foi chocante. (quem assiste assiste a algo)

07) Quando o a estiver no singular, diante de uma palavra no plural, não


ocorre crase, pois falta-lhe o artigo.

- Referi-me a todas as alunas, sem exceção.


- Não gosto de ir a festas desacompanhado.

08) Nos adjuntos adverbiais de meio ou de instrumento, a não ser que cause
ambiguidade.

- Preencheu o formulário a caneta.


- Matou o desafeto a faca.

Nota: Modernamente, alguns gramáticos admitem crase diante de adjuntos


adverbias de meio, mesmo não ocorrendo ambiguidade. É o que tem
ocorrido, por exemplo, com o adjunto adverbial de meio (pagar) a vista.

09) Diante de pronomes possessivos femininos, é facultativo o uso do artigo


se o pronome acompanhar substantivo, então, quando houver a preposição a,
será facultativa a ocorrência de crase.

- Referi-me a sua professora.


- Referi-me à sua professora.

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atemploCisA

Observação: Caso o pronome possessivo não acompanhe substantivo, mas o


substitua, o artigo será obrigatório; se, então, houver a preposição a, o acento
indicador de crase também será obrigatório.

- Não me referi a (ou à) sua esposa, e sim à minha.

10) Após a preposição até, é facultativo o uso da preposição a, quando esta


for necessária ao elemento anterior ao até, portanto, caso haja substantivo
feminino à frente, a ocorrência de crase será facultativa.

- Fui até a secretaria ou Fui até à secretaria, pois quem vai, vai a algum lugar.

11) A palavra CASA:


A palavra casa só terá artigo, se estiver especificada, portanto só ocorrerá
crase diante da palavra casa nesse caso.

- Cheguei a casa antes de todos.


- Cheguei à casa de Ronaldo antes de todos.

12) A palavra TERRA:

- Significando planeta, é substantivo próprio e tem artigo,


consequentemente, quando houver a preposição a, ocorrerá a crase.
- Os astronautas voltaram à Terra.
- Significando chão firme, solo, só tem artigo, quando estiver especificada,
portanto só nesse caso poderá ocorrer a crase.
- Os marinheiros voltaram a terra.
- Irei à terra de meus avós.

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atemploCisA

Colocação Pronominal

Fernanda, quem te contou isso?


Fernanda, contaram-te isso?
Nos exemplos acima, observe que o pronome "te" foi expresso em lugares
distintos: antes e depois do verbo. Isso ocorre porque os pronomes átonos
(me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) podem assumir três posições
diferentes numa oração: antes do verbo, depois do verbo e no interior do
verbo. Essas três colocações chamam-se, respectivamente: próclise,
ênclise e mesóclise.

1) Próclise
Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada:
a) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.
Exemplos:
Ninguém o apoia.
Nunca se esqueça de mim.
Não me fale sobre este assunto.
b) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que
exista pausa.
Exemplos:
Aqui se vive. (advérbio)
Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)
Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.
Por Exemplo:
Aqui, vive-se.
c) Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.
Exemplos:
Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo)
Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)

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atemploCisA

d) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que


exprimem desejo).
Exemplos:
Como te admiro! (oração exclamativa)
Deus o ilumine! (oração optativa)
e) Nas conjunções subordinativas:
Exemplos:
Ela não quis a blusa, embora lhe servisse.
É necessário que o traga de volta.
Comprarei o relógio se me for útil.
f) Com gerúndio precedido de preposição "em".
Exemplos:
Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente.
Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.
g) Com a palavra "só" (no sentido de "apenas", "somente") e com as
conjunções coordenativas alternativas.
Exemplos:
Só se lembram de estudar na véspera das provas.
Ou se diverte, ou fica em casa.
h) Nas orações introduzidas por pronomes relativos.
Exemplos:
Foi aquele colega quem me ensinou a matéria.
Há pessoas que nos tratam com carinho.
Aqui é o lugar onde te conheci.

2) Mesóclise
Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no
futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O
pronome fica intercalado ao verbo.
Exemplos:
Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)
Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)
Observações:

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atemploCisA

a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.


Por Exemplo:
Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo"
exige o uso de próclise.)
b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais
ocorre a ênclise.
c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.

3) Ênclise
A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece
à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo.
Emprega-se geralmente:
a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo
futuro), pois, na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo.
Exemplos:
Diga-me apenas a verdade.
Importava-se com o sucesso do projeto.
b) Nas orações reduzidas de infinitivo.
Exemplos:
Convém confiar-lhe esta responsabilidade.
Espero contar-lhe isto hoje à noite.
c) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de
preposição "em".)
Exemplos:
A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.
O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.
d) Nas orações imperativas afirmativas.
Exemplos:
Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.
Professor, ajude-me neste exercício!
Observações:

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atemploCisA

1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a


mesóclise é necessário haver justificativas.
2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas
iniciar frases com pronomes átonos não é lícito numa conversação formal. Por
Exemplo:
Linguagem Informal: Me alcança a caneta.
Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.

3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos


tempos Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a
próclise como a ênclise.
Exemplos:
Eu me machuquei no jogo.
Eu machuquei-me no jogo.
As crianças se esforçam para acordar cedo.
As crianças esforçam-se para acordar cedo.

Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais


As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou
no particípio.
1) Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio
a) Sem palavra que exija a próclise:
Geralmente, emprega-se o pronome após a locução.
Por Exemplo:
Quero ajudar-lhe ao máximo.
b) Com palavra que exija próclise:
O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução.
Exemplos:
Nunca me viram cantar. (antes)
Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)
Observações:
1) Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a colocação
do pronome será facultativa.

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atemploCisA

Por Exemplo:
Nosso filho há de encontrar-se na escolha profissional.
Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional.
2) Com a preposição "a" e o pronome oblíquo "o" (e variações) o pronome
deverá ser colocado depois do infinitivo.
Por Exemplo:
Voltei a cumprimentá-los pela vitória na partida.

2) Verbo Principal no Particípio


Estando o verbo principal no particípio, o pronome oblíquo átono não poderá
vir depois dele.
Por Exemplo:
As crianças tinham-se perdido no passeio escolar.
a) Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará depois do
verbo auxiliar.
Por Exemplo:
Seu rendimento escolar tem-me surpreendido.
b) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da
locução.
Por Exemplo:
Não me haviam avisado da prova que teremos amanhã.
Obs.: na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio.
Veja:
Por Exemplo:
Haviam me convencido com aquela história.
Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.

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atemploCisA

Semântica

A semântica estuda o significado e a interpretação do significado de uma


palavra, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto.
Nesse campo de estudo se analisa, também, as mudanças de sentido que
ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e
espaço geográfico.

Linguagem
É a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias,
opiniões e sentimentos. A Linguagem está relacionada a fenômenos
comunicativos; onde há comunicação, há linguagem. Podemos usar inúmeros
tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como:
sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem
escrita e linguagem mímica, por exemplo). Num sentido mais genérico, a
Linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que se
valem os indivíduos para comunicar-se.

Tipos de Linguagem
A linguagem pode ser Verbal e Não Verbal.
Linguagem verbal é uso da escrita ou da fala como meio de comunicação.
Linguagem não-verbal é o uso de imagens, figuras, desenhos, símbolos,
dança, tom de voz, postura corporal, pintura, música, mímica, escultura e
gestos como meio de comunicação.

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atemploCisA

A linguagem não-verbal pode ser até percebida nos animais, quando um


cachorro balança a cauda quer dizer que está feliz ou coloca a cauda entre as
pernas medo, tristeza.
Dentro do contexto temos a simbologia que é uma forma de comunicação
não-verbal.
Exemplos: sinalização de trânsito, semáforo, logotipos, bandeiras, uso de
cores para chamar a atenção ou exprimir uma mensagem.
É muito interessante observar que para manter uma comunicação não é
preciso usar a fala e sim utilizar uma linguagem, seja, verbal ou não-verbal.
Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem
não-verbal, usando palavras escritas e figuras ao mesmo tempo.

No que diz respeito ao aspecto semântico da língua, pode-se destacar 4


propriedades:

• Sinonímia ou Sinônimos
• Antonímia ou Antônimos
• Polissemia

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atemploCisA

• Homonímia ou Homônimos
• Paronímia ou Parônimos

Sinônimos
As palavras que possuem significados próximos são
chamadas sinônimos. Exemplos:
casa - lar - moradia - residência
longe - distante
delicioso - saboroso
carro - automóvel
Observe que o sentido dessas palavras são próximos, mas não são
exatamente equivalentes. Dificilmente encontraremos um sinônimo perfeito,
uma palavra que signifique exatamente a mesma coisa que outra.
Há uma pequena diferença de significado entre palavras sinônimas. Veja que,
embora casa e lar sejam sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte
frase:
Comprei um novo lar.
Observação: o uso de palavras sinônimas pode ser de grande utilidade nos
processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos
textos.

Antônimos
São palavras que possuem significados opostos, contrários. Exemplos:
mal / bem
ausência / presença
fraco / forte
claro / escuro
subir / descer
cheio / vazio
possível / impossível

Polissemia

116
atemploCisA

Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais


de um significado nos múltiplos contextos em que aparece. Veja alguns
exemplos de palavras polissêmicas:
cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da vassoura, da faca)
banco (instituição comercial financeira, assento)
manga (parte da roupa, fruta)

Homônimos
São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma
grafia), mas significados diferentes. Veja alguns exemplos no quadro abaixo:
acender (colocar fogo) ascender (subir)
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
bucho (estômago) buxo (arbusto)
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
céptico (descrente) séptico (que causa infecção)
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
cerrar (fechar) serrar (cortar)
cervo (veado) servo (criado)
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez)
círio (vela) sírio (natural da Síria)
cito (forma do verbo citar) sito (situado)
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)

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atemploCisA

concerto (sessão musical) conserto (reparo)


coser (costurar) cozer (cozinhar)
esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público)
expectador (aquele que tem
espectador (aquele que assiste)
esperança, que espera)
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
espiar (observar) expiar (pagar pena)
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
estático (imóvel) extático (admirado)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)

Homônimos Perfeitos
Possuem a mesma grafia e o mesmo som.
Por Exemplo:
Eu cedo este lugar para a professora. (cedo = verbo)
Cheguei cedo para a entrevista. (cedo = advérbio de tempo)

118
atemploCisA

Atenção: Existem algumas palavras que possuem a mesma escrita (grafia),


mas a pronúncia e o significado são sempre diferentes. Essas palavras são
chamadas de homógrafas e são uma subclasse dos homônimos.
Observe os exemplos:
almoço (substantivo, nome da refeição)
almoço (forma do verbo almoçar na 1ª pessoa do sing. do tempo
presente do modo indicativo)

gosto (substantivo)
gosto (forma do verbo gostar na 1ª pessoa do sing. do tempo presente
do modo indicativo)

Parônimos
É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados
diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita. Veja alguns
exemplos no quadro abaixo.
absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver)
apóstrofe (figura de linguagem) apóstrofo (sinal gráfico)
aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar)
arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair)
ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo)
bebedor (aquele que bebe) bebedouro (local onde se bebe)
cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil)
comprimento (extensão) cumprimento (saudação)
deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)
delatar (denunciar) dilatar (alargar)
descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)
descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)
despensa (local onde se guardam
dispensa (ato de dispensar)
mantimentos)
docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos)

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atemploCisA

emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)


iminência (qualidade do que está
eminência (elevado)
iminente)
eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)
esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)
estadia (permanência temporária em
estada (permanência em um lugar)
um lugar)
flagrante (evidente) fragrante (perfumado)
fluir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar)
fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo)
imergir (afundar) emergir (vir à tona)
inflação (alta dos preços) infração (violação)
infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)
mandado (ordem judicial) mandato (procuração)
peão (aquele que anda a pé,
pião (tipo de brinquedo)
domador de cavalos)
procedente (proveniente; que tem
precedente (que vem antes)
fundamento)
ratificar (confirmar) retificar (corrigir)
recrear (divertir) recriar (criar novamente)
soar (produzir som) suar (transpirar)
sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito)
sustar (suspender) suster (sustentar)
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)
vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)

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atemploCisA

Figuras de Linguagem

Figuras de Linguagem são recursos que tornam as mensagens que emitimos


mais expressivas. Subdividem-se em figuras de som, figuras de
palavras, figuras de pensamento e figuras de construção.

Classificação das Figuras de Linguagem


Observe:
1) Fernanda acordou às sete horas, Renata às nove horas, Paula às dez e
meia.
2) "Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela."
3) Seus olhos eram luzes brilhantes.

Nos exemplos acima, temos três tipos distintos de figuras de linguagem:


Exemplo 1: há o uso de uma construção sintética ao deixar subentendido, na
segunda e na terceira frase, um termo citado anteriormente - o verbo acordar.
Repare que a segunda e a última frase do primeiro exemplo devem ser
entendidas da seguinte forma: "Renata acordou às nove horas,
Paula acordou às dez e meia. Dessa forma, temos uma figura de
construção ou de sintaxe.
Exemplo 2: a ideia principal do ditado reside num jogo conceitual entre as
palavras fecha e abre, que possuem significados opostos. Temos, assim,
uma figura de pensamento.
Exemplo 3: a força expressiva da frase está na associação entre os
elementos olhos e luzes brilhantes. Essa associação nos permite uma
transferência de significados a ponto de usarmos "olhos" por "luzes
brilhantes". Temos, então, uma figura de palavra.

Figura de Palavra
A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é,
no emprego figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima

121
atemploCisA

(contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma similaridade.


Esses dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - permitem-nos
reconhecer dois tipos de figuras de palavras: a metáfora e a metonímia.

METÁFORA
É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma
relação de semelhanças entre ambas. É uma comparação subentendida.
Exemplo:
Minha boca é um túmulo.
Essa rua é um verdadeiro deserto.

COMPARAÇÃO
Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma
determinada semelhança.
Exemplo:
O meu coração está igual a um céu cinzento.
O carro dele é rápido como um avião.

PROSOPOPÉIA
É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres
inanimados. Também podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO.
Exemplo:
O céu está mostrando sua face mais bela.
O cão mostrou grande sisudez.

SINESTESIA
Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes.
Exemplo:
Raquel tem um olhar frio, desesperador.

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atemploCisA

Aquela criança tem um olhar tão doce.

CATACRESE
É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a
catacrese é o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um
termo próprio.
Exemplo:
O menino quebrou o braço da cadeira.
A manga da camisa rasgou.

METONÍMIA
É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica,
uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia
quando empregamos:
- O autor pela obra.
Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)
- o continente pelo conteúdo.
O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores)
- a parte pelo todo.
Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui casa)
- o efeito pela causa.
Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho)

PERÍFRASE
É a designação de um ser através de alguma de suas características ou
atributos, ou de um fato que o celebrizou.
Exemplo:
A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. (Veneza
Brasileira = Recife)

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atemploCisA

A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade Maravilhosa = Rio


de Janeiro)

ANTÍTESE
Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.
Exemplo:
Nada com Deus é tudo.
Tudo sem Deus é nada.

EUFEMISMO
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.
Exemplo:
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer)
Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos = políticos)

HIPÉRBOLE
É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a ideia.
Exemplo:
Ela chorou rios de lágrimas.
Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.

IRONIA
Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que
pensamos.
Exemplo:
Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
Se você gritar mais alto, eu agradeço.

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atemploCisA

ONOMATOPÉIA
Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres.
Exemplo:
Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.

ALITERAÇÃO
Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou
interior das palavras.
Exemplo:
O rato roeu a roupa do rei de Roma.

ELIPSE
Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto,
identificado facilmente.
Exemplo:
Após a queda, nenhuma fratura.

ZEUGMA
Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.
Exemplo:
Ele come carne, eu verduras.

PLEONASMO
Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando
seu significado.
Exemplo:

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atemploCisA

Nós cantamos um canto glorioso.

POLISSÍNDETO
É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os
termos da oração.
Exemplo:
Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar.

ASSÍNDETO
Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.
Exemplo:
Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para dançar.

ANACOLUTO
Consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase.
Exemplo:
Ele, nada podia assustá-lo.

Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem falada, quando o


falante interrompe a frase, abandonando o que havia dito para reconstruí-la
novamente.

ANAFÓRA
Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido,
contribuindo para uma maior expressividade.
Exemplo:
Cada alma é uma escada para Deus,
Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo

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atemploCisA

Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando Pessoa)

SILEPSE
Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia e não sua forma
gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, número e pessoa.
De gênero.
Exemplo:
Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a palavra vossa excelência
é feminina quanto à forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a
pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não com o sujeito).

De número.
Exemplo:
A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (nesse caso a
concordância se deu com a ideia de plural da palavra boiada).

De pessoa
Exemplo:
As mulheres decidimos não votar em determinado partido até prestarem
conta ao povo. (nesse tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os
participantes de um sujeito em 3ª pessoa).

Sintaxe

A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na


frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si.
Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor procura transmitir um significado
completo e compreensível. Para isso, as palavras são relacionadas e
combinadas entre si. A sintaxe é um instrumento essencial para o manuseio

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atemploCisA

satisfatório das múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras e


orações.

Frase
Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma
só palavra ou por várias, podendo ter verbos ou não. A frase exprime, através
da fala ou da escrita:
ideias emoções ordens apelos
A frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua
capacidade de, num intercâmbio linguístico, transmitir um conteúdo
satisfatório para a situação em que é utilizada.
Exemplos:
O Brasil possui um grande potencial turístico.
Espantoso!
Não vá embora.
Silêncio!
O telefone está tocando.
Observação: a frase que não possui verbo denomina-se Frase Nominal.
Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação, que indica
nitidamente seu início e seu fim. A entoação pode vir acompanhada por
gestos, expressões do rosto, do olhar, além de ser complementada pela
situação em que o falante se encontra. Esses fatos contribuem para que
frequentemente surjam frases muito simples, formadas por apenas uma
palavra. Observe:
Rua!
Ai!
Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acompanhadas de gestos
peculiares, são suficientes para satisfazer suas necessidades expressivas.
Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, os
quais procuram sugerir a melodia frasal. Desaparecendo a situação viva, o
contexto é fornecido pelo próprio texto, o que acaba tornando necessário
que as frases escritas sejam linguisticamente mais completas. Essa maior
complexidade linguística leva a frase a obedecer as regras gerais da língua.
Portanto, a organização e a ordenação dos elementos formadores da frase
devem seguir os padrões da língua. Por isso é que:

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atemploCisA

As meninas estavam alegres.


constitui uma frase, enquanto:
Alegres meninas estavam as.
não é considerada uma frase da língua portuguesa.

Estrutura da Frase
As frases que possuem verbo são geralmente estruturadas a partir de dois
elementos essenciais: sujeito e predicado. Isso não significa, no entanto, que
tais frases devam ser formadas, no mínimo, por dois vocábulos. Na frase
"Saímos", por exemplo, há um sujeito implícito na terminação do verbo: nós.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa.
É normalmente o "ser de quem se declara algo", "o tema do que se vai
comunicar".
O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o
ouvinte". Normalmente, ele se refere ao sujeito, constituindo a declaração do
que se atribui ao sujeito. É sempre muito importante analisar qual é o núcleo
significativo da declaração: se o núcleo da declaração estiver no verbo,
teremos um predicado verbal(ocorre nas frases verbais); se o núcleo da
declaração estiver em algum nome, teremos um predicado nominal(ocorre
nas frases nominais que possuem verbo de ligação).
Observe:
O amor é eterno.
O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração
referente a "o amor", ou seja, o predicado, é "é eterno". É um predicado
nominal, pois seu núcleo significativo é o nome "eterno". Já na frase:
Os rapazes jogam futebol.
O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que concorda em
número e pessoa com o verbo"jogam". O predicado é "jogam futebol", cujo
núcleo significativo é o verbo "jogam". Temos, assim, um predicado verbal.

Oração
Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é necessário:
- que o enunciado tenha sentido completo;

129
atemploCisA

- que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal).


Por Exemplo:
Camila terminou a leitura do livro.

Período
Período é a frase constituída de uma ou mais orações, formando um todo,
com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.
Período Simples: é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o
nome de oração absoluta.
Exemplos:
O amor é eterno.
As plantas necessitam de cuidados especiais.
Quero aquelas rosas.
O tempo é o melhor remédio.
Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais orações.
Exemplos:
Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias.
Quero aquelas flores para presentear minha mãe.
Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o
que acontece ao anoitecer.
Cheguei, jantei e fui dormir.

Tipos de Frases
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente
captados se atentarmos para o contexto em que são empregadas. É o caso,
por exemplo, das situações em que se explora a ironia.
Pense, por exemplo, na frase "Que educação!", usada quando se vê alguém
invadindo, com seu carro, a faixa de pedestres.
Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz.

A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá


uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo de como é dita, uma

130
atemploCisA

frase simples como "É ela." pode indicar constatação, dúvida, surpresa,
indignação, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontuação podem
agir como definidores do sentido das frases.
Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos previsível, de
acordo com o sentido que transmitem. São elas:
a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor
da mensagem. São empregadas quando se deseja obter alguma informação.
A interrogação pode ser direta ou indireta.
Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta)
Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação indireta)
b) Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma
ordem, um conselho ou faz um pedido, utilizando o verbo no
modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas.
Faça-o entrar no carro! (Afirmativa)
Não faça isso. (Negativa)
Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa)
c) Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado
afetivo. Apresentam entoação ligeiramente prolongada.
Por Exemplo:
Que prova difícil!
É uma delícia esse bolo!
d) Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo
de frase informa ou declara alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas.
Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa)
Ela não está em casa. (Negativa)
e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo.
Por Exemplo:
Deus te acompanhe!
Bons ventos o levem!

De acordo com a construção, as frases classificam-se em:


Frase Nominal: é a frase construída sem verbos.
Exemplos:

131
atemploCisA

Fogo!
Cuidado!
Belo serviço o seu!
Trabalho digno desse feirante.
Frase Verbal: é a frase construída com verbo.
Por Exemplo:
O sol ilumina a cidade e aquece os dias.
Os casais saíram para jantar.
A bola rolou escada abaixo.

Termos da oração

Os termos da oração podem ser classificados em três tipos:

Termos essenciais da oração


São os termos necessários para a formação das orações. Confira quais são os
termos essenciais:
Sujeito: termo da oração no qual se enuncia alguma coisa;
Predicado: termo da oração que se refere ao sujeito.

Termos integrantes da oração


Esses termos integram (completam) o significado dos termos essenciais
(sujeito e predicado). Os três termos integrantes da oração são:
Agente da passiva: indica quem praticou a ação de um verbo na voz passiva;
Complemento nominal: completa o sentido do adjetivo, do advérbio ou do
substantivo;
Complemento verbal: completa o sentido dos verbos transitivos.

Termos acessórios da oração


Diferentemente dos termos essenciais, os termos acessórios são necessários
em apenas alguns contextos. As funções desses termos são qualificar um ser,
exprimir alguma circunstância e determinar os substantivos. A seguir
listaremos os termos acessórios:

132
atemploCisA

Adjunto Adnominal: termo que caracteriza, modifica, determina ou qualifica


um substantivo;
Adjunto Adverbial: termo que altera o sentido do verbo, do adjetivo ou do
advérbio;
Aposto: explica, resumi, enumera ou especifica um outro termo;
Vocativo: utilizado para referir-se ao interlocutor.

Vamos estudar com detalhes cada um dos termos.

As frases que possuem verbo são geralmente estruturadas a partir de dois


elementos essenciais: sujeito e predicado. Isso não significa, no entanto, que
tais frases devam ser formadas, no mínimo, por dois vocábulos. Na frase
"Saímos", por exemplo, há um sujeito implícito na terminação do verbo: nós.

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa.


É normalmente o "ser de quem se declara algo", "o tema do que se vai
comunicar".
O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o
ouvinte". Normalmente, ele se refere ao sujeito, constituindo a declaração do
que se atribui ao sujeito. É sempre muito importante analisar qual é o núcleo
significativo da declaração: se o núcleo da declaração estiver no verbo,
teremos um predicado verbal(ocorre nas frases verbais); se o núcleo da
declaração estiver em algum nome, teremos um predicado nominal(ocorre
nas frases nominais que possuem verbo de ligação).
Observe:
O amor é eterno.
O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração
referente a "o amor", ou seja, o predicado, é "é eterno". É um predicado
nominal, pois seu núcleo significativo é o nome "eterno". Já na frase:
Os rapazes jogam futebol.
O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que concorda em
número e pessoa com o verbo"jogam". O predicado é "jogam futebol", cujo
núcleo significativo é o verbo "jogam". Temos, assim, um predicado verbal.

133
atemploCisA

Oração
Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é necessário:
- que o enunciado tenha sentido completo;
- que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal).
Por Exemplo:
Camila terminou a leitura do livro.
Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um
conjunto harmônico: elas são os termos ou as unidades sintáticas da oração.
Assim, cada termo da oração desempenha uma função sintática.

Período
Período é a frase constituída de uma ou mais orações, formando um todo,
com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.
Período Simples: é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o
nome de oração absoluta.
Exemplos:
O amor é eterno.
As plantas necessitam de cuidados especiais.
Quero aquelas rosas.
O tempo é o melhor remédio.
Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais orações.
Exemplos:
Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias.
Quero aquelas flores para presentear minha mãe.
Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o
que acontece ao anoitecer.
Cheguei, jantei e fui dormir.

Análise Sintática
A análise sintática tem como objetivo examinar a estrutura de um período e
das orações que compõem um período.
Estrutura de um Período
Observe:

134
atemploCisA

Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando.


Ao analisarmos a estrutura do período acima, é possível identificar duas
orações: Conhecemos mais pessoas equando estamos viajando.
Termos da Oração
No período "Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando", existem
seis palavras. Cada uma delas exerce uma determinada função nas orações.
Em análise sintática, cada palavra da oração é chamada de termoda oração.
Termo é a palavra considerada de acordo com a função sintática que exerce
na oração.
Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem
ser:
1) Essenciais
Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados
pelo sujeito e predicado nas orações.
2) Integrantes
Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por:
complemento verbal - objeto direto e indireto;
complemento nominal;
agente da passiva.
3) Acessórios
Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam
circunstância). São representados por:
adjunto adnominal;
adjunto adverbial;
aposto.
Obs.:
O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte: não pertence à estrutura
da oração.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO


Sujeito e Predicado

135
atemploCisA

Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos:
os termos essenciais. A oração possui dois termos essenciais, o sujeito e
o predicado.
Sujeito: termo sobre o qual o
restante da oração diz algo.
Por Exemplo:
As estão cada vez mais
praias poluídas.
Sujeito

Predicado: termo que contém o verbo e


informa algo sobre o sujeito.
Por Exemplo:
As estão cada vez mais
praias poluídas.
Predicado

Posição do Sujeito na Oração


Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar:
Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.
Por Exemplo:
As brincavam
crianças despreocupadas.
Sujeito Predicado
Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.
Brincavam as
despreocupadas crianças.
Predicado Sujeito
Sujeito no Meio do Predicado:

136
atemploCisA

Despreocupa as brincava
das, crianças m.
Predicad
Predicado Sujeito
o

Classificação do Sujeito
O sujeito das orações da língua portuguesa pode
ser determinado ou indeterminado. Existem ainda as orações sem sujeito.
1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a
partir da concordância verbal. Pode ser:
a) Simples
Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo.
Por Exemplo:
A rua estava deserta.
Observação: não se deve confundir sujeito simples com a noção de
singular. Diz-se que o sujeito é simples quando o verbo da oração se
refere a apenas um elemento, seja ele um substantivo (singular ou
plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva.
Por Exemplo:
Os meninos estão gripados.
Todos cantaram durante o passeio.
b) Composto
Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo.
Tênis e natação são ótimos exercícios físicos.
c) Implícito
Ocorre quando o sujeito não está explicitamente representado na
oração, mas pode ser identificado.
Por Exemplo:
Dispensamos todos os funcionários.
Nessa oração, o sujeito é implícito e determinado, pois está indicado
pela desinência verbal -mos.

137
atemploCisA

2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se pode


determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua
portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de uma
oração:
a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:
O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a
nenhum termo identificado anteriormente (nem em outra oração):
Por Exemplo:
Procuraram você por todos os lugares.
Estão pedindo seu documento na entrada da festa.
b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se:
O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de
indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que
não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos
indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa
do singular.
Exemplos:
Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)
Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto)
No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação)
c) Com o verbo no infinitivo impessoal:
Por Exemplo:
Era penoso estudar todo aquele conteúdo.
É triste assistir a estas cenas tão trágicas.
Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a
elementos explícitos em orações anteriores ou posteriores, o sujeito
é determinado.
Por Exemplo:
Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras.
Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito
oculto.
3 - Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo predicado e articula-se a
partir de um verbo impessoal. Observe a estrutura destas orações:

138
atemploCisA

Sujeit
Predicado
o
- Havia formigas na casa.
Nevou muito este ano em
-
Nova Iorque.
É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a
enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado. O
conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-se
no processo verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da
língua portuguesa ocorrem com:
a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza:
Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer,
etc.
Por Exemplo:
Choveu muito no inverno passado.
Amanheceu antes do horário previsto.
Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem
ter sujeito determinado.
Por Exemplo:
Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito)
Já amanheci cansado. (eu=sujeito)
b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia
de tempo ou fenômenos meteorológicos:
Ser:
É noite. (Período do dia)
Eram duas horas da manhã. (Hora)
Obs.: ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão
numérica que o acompanha. (É uma hora/ São nove horas)
Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)
Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular,
subentendendo-se a palavra dia, ou então irá para o plural,
concordando com o número de dias.
Estar:

139
atemploCisA

Está tarde. (Tempo)


Está muito quente.(Temperatura)
Fazer:
Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido)
Fez 39° C ontem. (Temperatura)
Haver:
Não a vejo há anos. (Tempo decorrido)
Havia muitos alunos naquela aula.
(Verbo Haver significando existir)
Predicado
Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a
presença de um verbo ou locução verbal. Quando se identifica o sujeito de
uma oração, identifica-se também o predicado. Em termos, tudo o que difere
do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado.
Veja alguns exemplos:
As compraram roupas
mulheres novas.
Predicado

Durante o muitos desistem do


ano, alunos curso.
Predicado Predicado

A
é bela.
natureza
Predica
do

Predicação Verbal
Chama-se predicação verbal o resultado da ligação que se estabelece entre
o sujeito e o verbo e entre os verbos e os complementos. Quanto à
predicação, os verbos podem ser intransitivos, transitivos ou de ligação.
1) Verbo Intransitivo

140
atemploCisA

É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar,


portanto, de um outro termo para completar o seu sentido. Sua
ação não transita.
Por Exemplo:
O avião caiu.
O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se
desejar, o falante pode acrescentar outras informações, como:
local: O avião caiu sobre as casas da periferia.
modo: O avião caiu lentamente.
tempo: O avião caiu no mês passado.
Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são
necessárias para que se compreenda a informação básica.
2) Verbo Transitivo
É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente
algo; quem revela, revela algo a alguém. O sentido desse verbo transita,
isto é, segue adiante, integrando-se aos complementos, para adquirir
sentido completo. Veja:
S. Simples Predicado
As crianças precisam de carinho.
1 2
1= Verbo Transitivo
2= Complemento Verbal (Objeto)
O verbo transitivo pode ser:
a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao
verbo diretamente, sem preposição obrigatória.
Por Exemplo:
Nó escutam nossa música
s os favorita.
1
1= Verbo Transitivo Direto
b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao
verbo indiretamente, com preposição obrigatória.

141
atemploCisA

Por Exemplo:
gost de sorvet
Eu
o e.
2
2 = Verbo Transitivo Indireto
de= preposição
c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no verbo
transita para o complemento direta e indiretamente, ao mesmo tempo.
Por Exemplo:
cont tudo ao
Ela
ou namorado.
3
3= Verbo Transitivo Direto e Indireto
a= preposição
3) Verbo de Ligação
É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito,
estabelecendo entre eles (sujeito e características) certos tipos de relações.
O verbo de ligação pode expressar:
a) estado permanente: ser, viver.
Por Exemplo:
Sandra é alegre.
Sandra vive alegre.
b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se
Por Exemplo:
Mamãe está bem.
Mamãe encontra-se bem.
c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se
Por Exemplo:
Júlia ficou brava.
Júlia fez-se brava.
d) continuidade de estado: continuar, permanecer

142
atemploCisA

Por Exemplo:
Renato continua mal.
Renato permanece mal.
e) estado aparente: parecer
Por Exemplo:
Marta parece melhor.
Observação: a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de
acordo com o contexto e não isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer
ora como intransitivo, ora como de ligação. Veja:
1 - O jovem anda devagar.
anda = verbo intransitivo, expressa uma ação.
2 - O jovem anda preocupado.
anda= verbo de ligação, expressa um estado.
Classificação do Predicado
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo
está num nome ou num verbo. Além disso, devemos considerar se as palavras
que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito
da oração. Veja o exemplo abaixo:
Os necessitam de cuidados
animais especiais.
Sujeito Predicado

O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, apresenta apenas


uma que se refere ao sujeito:necessitam. As demais palavras ligam-se direta
ou indiretamente ao verbo (necessitar é, no caso, de algo), que assume, assim,
o papel de núcleo significativo do predicado. Já em:
A
é bela.
natureza
Predica
Sujeito
do

No exemplo acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao sujeito


da oração. O verbo agora atua como elemento de ligação entre sujeito e a

143
atemploCisA

palavra a ele relacionada. O núcleo do predicado é bela. Veja o próximo


exemplo:
amanheceu
O dia
ensolarado.
Sujeit
Predicado
o

Percebemos que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente


relacionadas ao sujeito:amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome
que se refere ao sujeito). O predicado apresenta, portanto, dois
núcleos: amanheceu e ensolarado.
Tomando por base o núcleo do que está sendo declarado, podemos
reconhecer três tipos de predicado: verbal,nominal e verbo-nominal.
Predicado Verbal
Apresenta as seguintes características:
a) Tem um verbo como núcleo;
b) Não possui predicativo do sujeito;
c) Indica ação.
Por exemplo:
Eles revelaram toda a verdade para a filha.
Predicado Verbal
Para ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o verbo
seja significativo, isto é, que traga uma ideia de ação. Veja os exemplos
abaixo:
O dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou)
Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do predicado verbal
= Chove)
Ocorreu um acidente naquela rua. (núcleo do predicado verbal
= Ocorreu)
A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal = demolida)
Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de voz passiva, o que não
impede o verbo demolir de ser o núcleo do predicado.
Predicado Nominal

144
atemploCisA

Apresenta as seguintes características:


a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;
b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;
c) Indica estado ou qualidade.
Por Exemplo:
Leonardo é competente.
Predicado Nominal
No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a
função de predicativo do sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que
caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo de ligação. Os
exemplos abaixo mostram como esses verbos exprimem diferentes
circunstâncias relativas ao estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao
predicativo.Veja:
Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está = verbo de ligação)
A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é = verbo de ligação)
O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do sujeito, parecia =
verbo de ligação)
Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo do
sujeito, acabou = verbo de ligação)
Uma simples funcionária virou diretora da empresa. (diretora =
predicativo do sujeito, virou = verbo de ligação)

Predicativo do Sujeito
É o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo
predicado construído com verbo de ligação necessita de predicativo do
sujeito. Pode ser representado por:
a) Adjetivo ou locução adjetiva:
Por Exemplo:
O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo)
Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)
b) Substantivo ou palavra substantivada:
Por Exemplo:

145
atemploCisA

Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo)


Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo substantivado)
c) Pronome Substantivo:
Por Exemplo:
Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo)
d) Numeral:
Por Exemplo:
Nós somos dez ao todo. (dez = numeral)
Predicado Verbo-Nominal
Apresenta as seguintes características:
a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome;
b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto;
c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade.
Por Exemplo:
Os saíram da aula
alunos alegres.
Predicado Verbo-
Nominal
O predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são um verbo (saíram -
verbo intransitivo), que indica uma ação praticada pelo sujeito, e
um predicativo do sujeito (alegres), que indica o estado do sujeito no
momento em que se desenvolve o processo verbal. É importante observar
que o predicado dessa oração poderia ser desdobrado em dois outros,
um verbal e um nominal. Veja:
Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres.

Estrutura do Predicado Verbo-Nominal


O predicado verbo-nominal pode ser formado de:
1 - Verbo Intransitivo +
Predicativo do Sujeito
Por Exemplo:

146
atemploCisA

Joana partiu contente.


Sujeit Verbo Predicativo do
o Intransitivo Sujeito

2 - Verbo Transitivo + Objeto +


Predicativo do Objeto
Por Exemplo:
A
despedid deixou a mãe aflita.
a
Verbo Objeto Predicativo do
Sujeito
Transitivo Direto Objeto

3 - Verbo Transitivo + Objeto +


Predicativo do Sujeito
Por Exemplo:
Os aquela
cantaram emocionados
alunos canção.
Verbo Predicativo do Objeto
Sujeito
Transitivo Sujeito Direto

Saiba que:
Para perceber como os verbos participam da relação entre o objeto direto e
seu predicativo, basta passar a oração para voz passiva. Veja:
Voz Ativa:
As os
julgam insensíveis.
mulheres homens
Verbo Objeto Predicativo do
Sujeito
Significativo Direto Objeto
Voz Passiva:
Os pelas
são julgados insensíveis
homens mulheres.
Verbo Predicativo do
Significativo Objeto

147
atemploCisA

O verbo julgar relaciona o complemento (os homens) com o predicativo


(insensíveis). Essa relação se evidencia quando passamos a oração para a voz
passiva.

Observação: o predicativo do objeto normalmente se refere ao objeto direto.


Ocorre predicativo do objeto indireto com o verbo chamar. Assim, vem
precedido de preposição.
Por Exemplo:
Todos o chamam de irresponsável.
Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato.)

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO


Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido
completo em si mesmos. Sua significação só se completa com a presença de
outros termos, chamados integrantes. São eles:
complementos verbais (objeto direto e objeto indireto);
complemento nominal;
agente da passiva.
Complementos Verbais
Completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos. São
eles:
1) Objeto Direto
É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele
sem o auxílio necessário da preposição.
Por Exemplo:
Abr ao vê-
os braços
i lo.
Objeto
Direto
O objeto direto pode ser constituído:
a) Por um substantivo ou expressão substantivada.
Exemplos:

148
atemploCisA

O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável.


b) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.
Exemplos:
Espero-o na minha festa. / Ela me ama.
c) Por qualquer pronome substantivo.
Por Exemplo:
O menino que conheci está lá fora.
Atenção:
Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição
facultativa. Isso pode ocorrer:
- quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus.
- quando o objeto é representado por um pronome pessoal oblíquo
tônico: Ofenderam a mim, não a ele.
- quando o objeto é representado por um pronome substantivo
indefinido: O diretor elogiou a todos.
- para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega.
Obs.: caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração
ficaria ambíguo, pois não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o
nosso colega).

2) Objeto Indireto
É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Vem
sempre regido de preposição clara ou subentendida. Atuam como objeto
indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos.
Exemplos:
Não a meus
desobedeço pais.
Objeto
Indireto

Precis de ajuda. (Preposição


o clara "de")

149
atemploCisA

Objeto Indireto

um (Enviei a ele - a preposição a está


Enviei-lhe
recado. subentendida)
Objeto
Indireto
Obs.: muitas vezes o objeto indireto inicia-se com crase (à, àquele,
àquela, àquilo). Isso ocorre quando o verbo exige a preposição "a",
que acaba se contraindo com a palavra seguinte.
Por Exemplo:
Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição + "a" artigo
definido)

Observações Gerais:
a) Pode ocorrer ainda o (objeto direto ou indireto) pleonástico, que
consiste na retomada do objeto por um pronome pessoal, geralmente
com a intenção de colocá-lo em destaque.
Por Exemplo: As mulheres, eu as vi na cozinha. (Objeto Direto)
A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto
Indireto)
b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na,
nos, nas) são sempre objeto direto. Os pronomes lhe, lhes são sempre
objeto indireto.
Exemplos:
Eu a encontrei no quarto. (OD)
Vou avisá-lo.(OD)
Eu lhe pagarei um sorvete.(OI)
c) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou
indireto. Para determinar sua função sintática, podemos substituir esses
pronomes por um substantivo: se o uso da preposição for obrigatório,
então se trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto direto.
Por Exemplo:
Roberto me viu na escola.(OD)
Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo),

150
atemploCisA

tem-se: "Roberto viu o amigo na escola." Veja que a preposição não foi
usada. Portanto, "me" é objeto direto.
Observe o próximo exemplo:
João me telefonou.(OI)
Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo),
tem-se: "João telefonou ao amigo". A preposição foi usada. Portanto,
"me" é objeto indireto.
3) Complemento Nominal
É o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo.
Assim, pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por
meio de preposição.
Exemplos:
Cecília tem orgulho da filha.
substantivo complemento nominal
Ricardo estava consciente de tudo.
adjetivo complemento nominal
A professora agiu favoravelmente aos alunos.
advérbio complemento nominal
Saiba que:
O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da
declaração expressa por um nome. É regido pelas mesmas preposições do
objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de complementar
verbos, complementa nomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em
-mente.
4) Agente da Passiva
É o termo da frase que pratica a ação expressa pelo verbo quando este se
apresenta na voz passiva. Vem regido comumente da preposição "por" e
eventualmente da preposição "de".
Por Exemplo:
A vencedora foi escolhida pelos jurados.
Sujeito Verbo Agente da
Paciente Voz Passiva Passiva
Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva
recebe o nome de sujeito. Veja:

151
atemploCisA

Os jurados escolheram a vencedora.


Sujeito Verbo Objeto Direto
Voz Ativa
Outros exemplos:
Joana é amada de muitos.
Sujeito Paciente Agente da Passiva

Essa situação já era conhecida de todos.


Sujeito Paciente Agente da Passiva

Observações:
a) O agente da passiva pode ser expresso
por substantivos ou pronomes.
Por Exemplo:
O solo foi umedecido pela chuva. (substantivo)
Este livro foi escrito por mim. (pronome)
b) Embora o agente da passiva seja considerado um termo integrante,
pode muitas vezes ser omitido.
Por Exemplo:
O público não foi bem recebido. (pelos anfitriões)
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
Sobre os Termos Acessórios
Existem termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração,
são importantes para a compreensão do enunciado. Ao acrescentar
informações novas, esses termos:
- caracterizam o ser;
- determinam os substantivos;
- exprimem circunstância.
São termos acessórios da oração: o adjunto adverbial, o adjunto adnominal e
o aposto.
Vamos observar o exemplo:

152
atemploCisA

Anoiteceu.
No exemplo acima, temos uma oração de predicado verbal formado por um
verbo impessoal. Trata-se de uma oração sem sujeito. O verbo anoiteceu é
suficiente para transmitir a mensagem enunciada. Poderíamos, no entanto,
ampliar a gama de informações contidas nessa frase:
Por Exemplo:
Suavemente anoiteceu na cidade.
A ideia central continua contida no verbo da oração. Temos, agora, duas
noções acessórias, circunstanciais, ligadas ao processo verbal: o modo como
anoiteceu (suavemente) e o lugar onde anoiteceu (na cidade). A esses
termos acessórios que indicam circunstâncias relativas ao processo verbal
damos o nome de adjuntos adverbiais.
Agora, observe o que ocorre ao expandirmos um pouco mais a oração acima:
Por Exemplo:
Suavemente anoiteceu na deserta cidade do planalto.
Surgiram termos que ser referem ao substantivo cidade, caracterizando-o,
delimitando-lhe o sentido. Trata-se de termos acessórios que se ligam a
um nome, determinando-lhe o sentido. São chamados adjuntos adnominais.
Por último, analise a frase abaixo:
Fernando Pessoa era português.
Nessa oração, o sujeito é determinado e simples: Fernando Pessoa. Há ainda
um predicativo do sujeito (português) relacionado ao sujeito pelo verbo de
ligação (era). Trata-se, pois, de uma oração com predicado nominal. Note que
a frase é capaz de comunicar eficientemente uma informação. Nada nos
impede, no entanto, de enriquecer mais um pouco o conteúdo informativo.
Veja:
Fernando Pessoa, o criador de poetas, era português.
Agora, além do núcleo do sujeito (Fernando Pessoa) há um termo que explica,
que enfatiza esse núcleo: o criador de poetas. Esse termo é chamado
de aposto.

Adjunto Adverbial
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo,
lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo

153
atemploCisA

que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.


Observe as frases abaixo:
Eles se respeitam muito.
Seu projeto é muito interessante.
O time jogou muito mal.
Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de intensidade. No primeiro
caso, intensifica a forma verbalrespeitam, que é núcleo do predicado verbal.
No segundo, intensifica o adjetivo interessante, que é o núcleo do
predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o advérbio mal,
que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.
Veja o exemplo abaixo:
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
Os termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias:
amanhã indica tempo;
de bicicleta indica meio;
àquela velha praça indica lugar.
Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a
circunstância por ele expressa, os termos acima podem ser classificados,
respectivamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto adverbial de
meio eadjunto adverbial de lugar.
O adjunto adverbial pode ser expresso por:
1) Advérbio: O balão caiu longe.
2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar.
3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.
Observação: nem sempre é possível apontar com precisão a circunstância
expressa por um adjunto adverbial. Em alguns casos, as diferentes
possibilidades de interpretação dão origem a orações sugestivas.
Por Exemplo:
Entreguei-me calorosamente àquela causa.
É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou
de intensidade. Na verdade, parece ser uma fórmula de expressar ao mesmo
tempo as duas circunstâncias. Por isso, é fundamental levar em conta
o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais.

154
atemploCisA

Adjunto Adnominal
É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo. O adjunto
adnominal possui função adjetivana oração, a qual pode ser desempenhada
por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos enumerais
adjetivos. Veja o exemplo a seguir:
O poeta ao seu amigo de
enviou dois longos trabalhos
inovador infância.
Núcleo do
Sujeito Predicado Objeto Direto Objeto Indireto
Verbal
Na oração acima, os substantivos poeta, trabalhos e amigo são núcleos,
respectivamente, do sujeito determinado simples, do objeto direto e do
objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivos agrupam-se
os adjuntos adnominais:
o artigo" o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta;
o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos;
o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de
infância são adjuntos adnominais deamigo.
Observe como os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao
substantivo a que se referem, sem qualquer participação do verbo. Isso é
facilmente notável quando substituímos um substantivo por um pronome:
todos os adjuntos adnominais que estão ao redor do substantivo têm de
acompanhá-lo nessa substituição.
Por Exemplo:
O notável poeta português deixou uma obra originalíssima.
Ao substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos:
Ele deixou uma obra originalíssima.
As palavras "o", notável e português tiveram de acompanhar o
substantivo poeta, por se tratar de adjuntos adnominais. O mesmo
aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo pronome a. Veja:
O notável poeta português deixou-a.

Aposto

155
atemploCisA

Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal


para explicá-lo ou especificá-lo melhor. Vem separado dos demais termos da
oração por vírgula, dois-pontos ou travessão.
Por Exemplo:
Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça.
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que
o aposto é sintaticamente equivalente ao termo a que se relaciona porque
poderia substituí-lo. Veja:
Segunda-feira passei o dia com dor de cabeça.
Obs.: após a eliminação de ontem, o substantivo segunda-feira assume a
função de adjunto adverbial de tempo.
Veja outro exemplo:
Apreci todos os tipos de MPB, rock, blues, chorinho,
o música: samba, etc.
Objeto Direto Aposto do Objeto Direto
Se retirarmos o objeto da oração, seu aposto passa a exercer essa função:
Apreci MPB, rock, blues, chorinho,
o samba, etc.
Objeto Direto
Obs.: o termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função
sintática (inclusive a de aposto).
Por Exemplo:
Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina levada.
Analisando a oração, temos:
pai de Marina = aposto do objeto direto patrão.
menina levada = aposto de Marina.

Classificação do Aposto
De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, o
aposto pode ser classificado em:
a) Explicativo:

156
atemploCisA

A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e


com o meio em que vivem,adquiriu grande destaque no mundo atual.
b) Enumerativo:
A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação.
c) Resumidor ou Recapitulativo:
Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está
na base de um país melhor.
d) Comparativo:
Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía
anoitecida.
e) Distributivo:
Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na
poesia e este na prosa.
f) Aposto de Oração:
Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.
Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser
marcado por sinais de pontuação (vírgula ou dois-pontos). O aposto
especificativo individualiza um substantivo de sentido genérico, prendendo-
se a ele diretamente ou por meio de uma preposição, sem que haja pausa na
entonação da frase:
Por Exemplo:
O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática
profunda.
A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.

Vocativo
Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da
oração. Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo
que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético.
Por seu caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso. Veja
os exemplos:
Não fale tão alto, Rita!
Vocativo

157
atemploCisA

Senhor presidente, queremos nossos direitos!


Vocativo

A vida, minha amada, é feita de escolhas.


Vocativo
Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam e nomeiam o
interlocutor a que se está dirigindo a palavra.
Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, tais como ó,
olá, eh!, etc.
Por Exemplo:
Ó Cristo, iluminai-me em minhas decisões.
Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!
Eh! Gente, temos que estudar mais.

Distinção entre Vocativo e Aposto


- O vocativo não mantém relação sintática com outro termo da oração.
Por Exemplo:
Crianças, vamos entrar.
Vocativo
- O aposto mantém relação sintática com outro termo da oração.
Por Exemplo:
A vida de Moisés, grande profeta, foi filmada.
Sujeito Aposto

Orações Coordenadas e Subordinadas

Quando um período é simples, a oração de que é constituído recebe o nome


de oração absoluta.
Por Exemplo:
A menina comprou chocolate.

158
atemploCisA

Quando um período é composto, ele pode apresentar os seguintes esquemas


de formação:
a) Composto por Coordenação: ocorre quando é constituído apenas de
orações independentes, coordenadas entre si, mas sem nenhuma
dependência sintática.
Por Exemplo:
Saímos de manhã e voltamos à noite.

b) Composto por Subordinação: ocorre quando é constituído de um


conjunto de pelo menos duas orações, em que uma delas (Subordinada)
depende sintaticamente da outra (Principal).
Por Exemplo:
Não fui à aula porque estava doente.
Oração Principal Oração Subordinada

c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas e subordinadas.


Por Exemplo:
Fui à escola e busquei minha irmã que estava esperando.
Oração Coordenada Oração Coordenada Oração Subordinada

Obs.: qualquer oração (coordenada ou subordinada) será ao mesmo tempo


principal, se houver outra que dela dependa.
Por Exemplo:
Fui ao mercado e comprei os produtos que estavam faltando.
Oração Coordenada (2)
(Com relação à 1ª.) e
Oração Coordenada (1) Oração Subordinada (3)
Oração Principal (Com
relação à 3ª.)

159
atemploCisA

Agora observe:
As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo.
O período é composto de três orações:
As luzes apagam-se;
abrem-se as cortinas;
e começa o espetáculo.
As orações, no entanto, não mantêm entre si dependência gramatical,
são independentes. Existe entre elas, evidentemente, uma relação de sentido,
mas do ponto de vista sintático, uma não depende da outra. A essas orações
independentes, dá-se o nome de orações coordenadas, que podem
ser assindéticas ou sindéticas.
A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente por uma pausa,
representada na escrita por uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita
pelo uso da conjunção "e". As orações coordenadas que se ligam umas às
outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas assindéticas. É o
caso de "As luzes apagam-se" e "abrem-se as cortinas". As orações
coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas sindéticas. No
exemplo acima, a oração "e começa o espetáculo" é coordenada sindética,
pois é introduzida pela conjunção coordenativa "e".

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas


De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações
coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas,
conclusivas ou explicativas.
a) Aditivas
Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos,
acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções
coordenativas aditivas típicas são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as
orações coordenadas sindéticas aditivas.
Por Exemplo:
Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.

160
atemploCisA

As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas


locuções não só... mas (também), tanto...como, e semelhantes. Essas
estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da
segunda oração. Veja:
Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe
muito bem.
Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os
projetos de reestruturação social do país.
Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se
na língua culta a forma "enem" para introduzir orações aditivas.
Por Exemplo:
Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer
soluções.
b) Adversativas
Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração
coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a
conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo,
todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada
obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.
Veja os exemplos:
"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade."
(Ferreira Gullar)
O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.
Tens razão, contudo controle-se.
Renata gostava de cantar, todavia não agradava.
O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.

c) Alternativas
Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a
conjunção "ou". Além dela, empregam-se também os pares: ora... ora, já... já,
quer... quer, seja... seja, etc. Introduzem as orações coordenadas
sindéticas alternativas.
Exemplos:

161
atemploCisA

Diga agora ou cale-se para sempre.


Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.
Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.
Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si duas
orações que, na verdade, expressam concessão em relação a "Estarei lá". É
como disséssemos: "Embora você não permita, estarei lá".
d) Conclusivas
Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As
conjunções típicas são: logo, portantoe pois (posposto ao verbo). Usa-se
ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista
disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.
Exemplos:
Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.
O time venceu, por isso está classificado.
Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.
e) Explicativas
Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na
declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são: que,
porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as orações
coordenadas sindéticas explicativas.
Exemplos:
Vou embora, que cansei de esperá-lo.
Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro.
Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

Atenção:
Cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas com as
subordinadas adverbiais causais. Observe a diferença entre elas:
- Orações Coordenadas Explicativas: caracterizam-se por fornecer um motivo,
explicando a oração anterior.
Por Exemplo:

162
atemploCisA

A criança devia estar doente, porque chorava muito. (O choro da criança


não poderia ser a causa de sua doença.)
- Orações Subordinadas Adverbiais Causais: exprimem a causa do fato.
Por Exemplo:
Henrique está triste porque perdeu seu emprego. (A perda do emprego
é a causa da tristeza de Henrique.)
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa
e a precedente e que esta é, muitas vezes, imperativa, o que não acontece
com a oração adverbial causal.

As orações subordinadas dividem-se em três grupos, de acordo com a função


sintática que desempenham e a classe de palavras a que equivalem. Podem
ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Para notar as diferenças que existem
entre esses três tipos de orações, tome como base a análise do período
abaixo:
Só depois disso percebi a profundidade das palavras dele.

Nessa oração, o sujeito é "eu", implícito na terminação verbal da


palavra "percebi". "A profundidade das palavras dele" é objeto direto da
forma verbal "percebi". O núcleo do objeto direto
é "profundidade".Subordinam-se ao núcleo desse objeto os adjuntos
adnominais "a" e "das palavras dele ". No adjunto adnominal "das palavras
dele", o núcleo é o substantivo "palavras", ao qual se prendem os adjuntos
adnominais "as" e "dele". "Só depois disso" é adjunto adverbial de tempo.
É possível transformar a expressão "a profundidade das palavras dele",
objeto direto, em oração. Observe:
Só depois disso percebi que as palavras dele eram profundas.

Nesse período composto, o complemento da forma verbal "percebi" é a


oração "que as palavras dele eram profundas". Ocorre aqui um período
composto por subordinação, em que uma oração desempenha a função de
objeto direto do verbo da outra oração. O objeto direto é uma função
substantiva da oração, ou seja, é função desempenhada por substantivos e

163
atemploCisA

palavras de valor substantivo. É por isso que a oração subordinada que


desempenha esse papel é chamada de oração subordinada substantiva.
Pode-se também modificar o período simples original transformando em
oração o adjunto adnominal do núcleo do objeto
direto, "profundidade". Observe:
Só depois disso percebi a "profundidade" que as palavras dele continham.

Nesse período, o adjunto adnominal de "profundidade" passa a ser a


oração "que as palavras dele continham". O adjunto adnominal é
uma função adjetiva da oração, ou seja, é função exercida por adjetivos,
locuções adjetivas e outras palavras de valor adjetivo. É por isso que são
chamadas de subordinadas adjetivasas orações que, nos períodos compostos
por subordinação, atuam como adjuntos adnominais de termos das orações
principais.
Outra modificação que podemos fazer no período simples original é a
transformação do adjunto adverbial de tempo em uma oração. Observe:

Só quando caí em mim, percebi a profundidade das palavras dele.

Nesse período composto, "Só quando caí em mim" é uma oração que atua
como adjunto adverbial de tempo do verbo da outra oração. O adjunto
adverbial é uma função adverbial da oração, ou seja, é função exercida por
advérbios e locuções adverbiais. Portanto, são chamadas de subordinadas
adverbiais as orações que, num período composto por subordinação, atuam
como adjuntos adverbiais do verbo da oração principal.

Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:


"Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto."
Oração Principal Oração Subordinada
Observe que na Oração Subordinada temos o verbo "existe", que
está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. As
orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos
(tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas
de orações desenvolvidas ouexplícitas.

164
atemploCisA

Podemos modificar o período acima. Veja:


Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
Oração Principal Oração Subordinada
Observe que a análise das orações continua sendo a mesma: "Eu sinto" é a
oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada "existir em meu
gesto o teu gesto". Note que a oração subordinada apresenta agora verbo no
infinitivo. Além disso, a conjunção que, conectivo que unia as duas orações,
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas
nominais (infinitivo - flexionado ou não - , gerúndio ou particípio)
chamamos orações reduzidas ou implícitas.

1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS


A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem
introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se).
Por Exemplo:
Suponho que você foi à biblioteca hoje.
Oração Subordinada Substantiva

Você sabe se o presidente já chegou?


Oração Subordinada Substantiva
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as
orações subordinadas substantivas, bem como os advérbios interrogativos
(por que, quando, onde, como). Veja os exemplos:
O garoto perguntou qual era o telefone da moça.
Oração Subordinada Substantiva

Não sabemos por que a vizinha se mudou.


Oração Subordinada Substantiva

Classificação das Orações Subordinadas Substantivas

165
atemploCisA

De acordo com a função que exerce no período, a oração subordinada


substantiva pode ser:
a) Subjetiva
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração
principal. Observe:
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Sujeito

É fundamental que você compareça à reunião.


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

Atenção:
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo
pronome " isso". Assim, temos um período simples:
É fundamental isso ou Isso é fundamental.

Dessa forma, a oração correspondente a "isso" exercerá a função de sujeito.

Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:


1- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo:
É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro - Está evidente
- Está comprovado
Por Exemplo:
É bom que você compareça à minha festa.
2- Expressões na voz passiva, como:
Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi
anunciado - Ficou provado
Por Exemplo:
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

166
atemploCisA

3- Verbos como:
convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer
Por Exemplo:
Convém que não se atrase na entrevista.

b) Objetiva Direta
A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce função de objeto
direto do verbo da oração principal.
Por Exemplo:
Todos querem sua aprovação no vestibular.
Objeto Direto

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desenvolvidas são


iniciadas por:
1- Conjunções integrantes "que" (às vezes elíptica) e "se":
Por Exemplo:
A professora verificou se todos alunos estavam presentes.
2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de
preposição), nas interrogações indiretas:
Por Exemplo:
O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de
preposição), nas interrogações indiretas:
Por Exemplo:
Eu não sei por que ela fez isso.
c) Objetiva Indireta
A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como objeto
indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
Por Exemplo:

167
atemploCisA

Meu pai insiste em meu estudo.


Objeto Indireto

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.
Por Exemplo:
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
d) Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal completa
um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por
preposição.
Por Exemplo:
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal

Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos orgulho disso.)


Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
e) Predicativa
A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de predicativo
do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo ser.
Por Exemplo:
Nosso desejo era sua desistência.
Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso.)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa

Observação: em certos casos, usa-se a preposição expletiva "de" para realce.


Veja o exemplo:
A impressão é de que não fui bem na prova.

f) Apositiva

168
atemploCisA

A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de aposto de


algum termo da oração principal.
Por Exemplo:
Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu casamento.
Aposto
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)

Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu casamento


chegasse.
Oração Subordinada Substantiva Apositiva

2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função
de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm introduzidas por
pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
Observe o exemplo:
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo bem-
sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção, a qual exerce
exatamente o mesmo papel. Veja:
Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da
oração principal que ela modifica é feita pelo pronome relativo que. Além
de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
uma função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria
exercido pelo termo que o antecede.
Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no
modo indicativo ou subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são
chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas
adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem
ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas
nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Por Exemplo:

169
atemploCisA

Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.


Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já
que é introduzida pelo pronome relativo "que" e apresenta verbo conjugado
no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada
adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no
infinitivo.
Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações
subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas
que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem,
individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, sendo
chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se
encontra suficientemente definido, as quais denominam-se subordinadas
adjetivas explicativas.
Exemplo 1:
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem que passava
naquele momento.
Oração
Subordinada Adjetiva Restritiva
Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o
sentido da palavra "homem": trata-se de um homem específico, único. A
oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos os homens,
mas sim àquele que estava passando naquele momento.
Exemplo 2:

O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.


Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação
à palavra "homem": na verdade, essa oração apenas explicita uma ideia que já
sabemos estar contida no conceito de "homem".

Ao redigir um período escrito por outrem, é necessário levar em conta as


diferenças de significado que as orações restritivas e as explicativas implicam.
Em muitos casos, a oração subordinada adjetiva será explicativa ou restritiva
de acordo com o que se pretende dizer.

170
atemploCisA

Exemplo 1:
Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma.
No período acima, podemos afirmar com segurança que a pessoa que fala ou
escreve tem, no mínimo, dois irmãos, um que mora em Roma e um que mora
em outro lugar. A palavra "irmão", no caso, precisa ter seu sentido limitado,
ou seja, é preciso restringir seu universo. Para isso, usa-se uma oração
subordinada adjetiva restritiva.
Exemplo 2:
Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma.
Nesse período, é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala ou
escreve tem apenas um irmão, o qual mora em Roma. A informação de que o
irmão more em Roma não é uma particularidade, ou seja, não é um elemento
identificador, diferenciador, e sim um detalhe que se quer realçar.
Observações:
As orações subordinadas adjetivas podem:
a) Vir coordenadas entre si;
Por Exemplo:
É uma realidade que degrada e assusta a sociedade.
e = conjunção
b) Ter um pronome como antecedente.
Por Exemplo:
Não sei o que vou almoçar.
o = antecedente
que vou almoçar = Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Emprego e Função dos Pronomes Relativos


O estudo das orações subordinadas adjetivas está profundamente ligado ao
emprego dos pronomes relativos. Por isso, vamos aprofundar nosso
conhecimento acerca desses pronomes.
1) Pronome Relativo QUE
O pronome relativo "que" é chamado relativo universal, pois seu emprego é
extremamente amplo. Esse pronome pode ser usado para substituir pessoa

171
atemploCisA

ou coisa, que estejam no singular ou no plural. Sintaticamente, o


relativo "que" pode desempenhar várias funções:
a) Sujeito: Eis os artistas que representarão o nosso país.
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
•Eis os artistas.
•Os artistas (= que) representarão o nosso país.
Sujeito
b) Objeto Direto: Trouxe o documento que você pediu.
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
•Trouxe o documento
•Você pediu o documento (= que)
Objeto Direto
c) Objeto Indireto: Eis o caderno de que preciso.
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
•Eis o caderno.
•Preciso do caderno (= de que)
Objeto Indireto

d) Complemento Nominal: Estas são as informações de que ele tem


necessidade.
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
•Estas são as informações.
•Ele tem necessidade das informações (= de que)
Complemento nominal

e) Predicativo do Sujeito: Você é o professor que muitos querem ser.


Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
•Você é o professor.
•Muitos querem ser o professor (= que)
Predicativo do Sujeito

172
atemploCisA

f) Agente da Passiva: Este é o animal por que fui atacado.


Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
•Este é o animal.
•Fui atacado pelo animal (= por que)
Agente da Passiva

g) Adjunto Adverbial: O acidente ocorreu no dia em que eles chegaram.


(adjunto adverbial de tempo).
Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:
•O acidente ocorreu no dia
•Eles chegaram no dia. (= em que)
Adjunto Adverbial de Tempo
Observação
Pelos exemplos citados, percebe-se que o pronome relativo deve ser
precedido de preposição apropriada de acordo com a função que
exerce. Na língua escrita formal, é sempre recomendável esse cuidado.
2) Pronome Relativo QUEM
O pronome relativo "quem" refere-se a pessoas ou coisas personificadas, no
singular ou no plural. É sempre precedido de preposição, podendo exercer
diversas funções sintáticas. Observe os exemplos:
a) Objeto Direto Preposicionado: Clarice, a quem admiro muito, influenciou-
me profundamente.
b) Objeto Indireto: Este é o jogador a quem me refiro sempre.
c) Complemento Nominal: Este é o jogador a quem sempre faço referência.
d) Agente da Passiva: O médico por quem fomos assistidos é um dos mais
renomados especialistas.
e) Adjunto Adverbial: A mulher com quem ele mora é grega.
3) Pronome Relativo CUJO (s), CUJA (s)
"Cujo" e sua flexões equivalem a "de que", "do qual" (ou suas flexões "da
qual", "dos quais", "das quais"), "de quem". Estabelecem normalmente relação
de posse entre o antecedente e o termo que especificam, atuando na maior

173
atemploCisA

parte das vezes como adjunto adnominal e em algumas construções como


complemento nominal. Veja:
a) Adjunto Adnominal:
Não consigo conviver com pessoas cujas aspirações sejam
essencialmente materiais. (Não consigo conviver com pessoas / As
aspirações dessas pessoas são essencialmente materiais).
b) Complemento Nominal:
O livro, cuja leitura agradou muito aos alunos, trata dos tristes anos da
ditadura. (cuja leitura = a leitura do livro)
4) Pronome Relativo O QUAL, OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS
"O qual"," a qual"," os quais" e "as quais" são usados com referência a pessoa
ou coisa. Desempenham as mesmas funções que o pronome "que"; seu uso,
entretanto, é bem menos frequente e tem se limitado aos casos em que é
necessário para evitar ambiguidade.
Por Exemplo:
Existem dias e noites, às quais se dedica o repouso e a intimidade.
O uso de às quais permite deixar claro que nos estamos referindo apenas às
noites. Se usássemos a que, não poderíamos impor essa restrição. Observe
esses dois exemplos:
a) Sujeito:
Conhecemos uma das irmãs de Pedro, a qual trabalha na Alemanha.
Nesse caso, o relativo a qual também evita ambiguidade. Se fosse usado o
relativo que, não seria possível determinar quem trabalha na Alemanha.
b) Adjunto Adverbial:
Não deixo de cuidar da grama, sobre a qual às vezes gosto de um bom
cochilo.
A preposição sobre, dissilábica, tende a exigir o relativo sob as formas " o / a
qual", "os / as quais", rejeitando a forma "que".

5) Pronome Relativo ONDE


O pronome relativo "onde" aparece apenas no período composto, para
substituir um termo da oração principal numa oração subordinada. Por essa
razão, em um período como "Onde você nasceu?", por exemplo, não é

174
atemploCisA

possível pensar em pronome relativo: o período é simples, e nesse


caso, "onde" é advérbio interrogativo.
Na língua culta, escrita ou falada, "onde" deve ser limitado aos casos em que
há indicação de lugar físico, espacial. Quando não houver essa indicação,
deve-se preferir o uso de em que, no qual (e suas flexões na qual, nos
quais, nas quais) e nos casos da ideia de causa / efeito ou de conclusão.
Por Exemplo:
Quero uma cidade tranquila, onde possa passar alguns dias em paz.
Vivemos uma época muito difícil, em que (na qual) a violência gratuita
impera.
6) Pronome Relativo QUANTO, COMO, QUANDO
a) Quanto, quantos e quantas: são pronomes relativos que seguem os
pronomes indefinidos "tudo", "todos" ou "todas". Atuam principalmente
como sujeito e objeto direto. Veja os exemplos:
Tente examinar todos quantos comparecerem ao consultório. (Sujeito)
Comeu tudo quanto queria. (Objeto Direto)
b) Como e quando: exprimem noções de modo e tempo, respectivamente.
Atuam, portanto, como adjuntos adverbiais de modo e de tempo. Exemplos:
É estranho o modo como ele me trata.
É a hora quando o sol começa a deitar-se.

3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS


Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de adjunto
adverbial do verbo da oração principal. Dessa forma, pode exprimir
circunstância de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando
desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou
locução conjuntiva que a introduz. Observe os exemplos abaixo:
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida.
Adjunto Adverbial

Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.


Oração Subordinada Adverbial

175
atemploCisA

No primeiro período, "naquele momento" é um adjunto adverbial de tempo,


que modifica a forma verbal "senti". No segundo período, esse papel é
exercido pela oração "Quando vi a estátua", que é, portanto, uma oração
subordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é
introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma
forma verbal do modo indicativo ("vi", do pretérito perfeito do indicativo).
Seria possível reduzi-la, obtendo-se:
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das formas nominais
do verbo ("ver" no infinitivo) e não é introduzida por conjunção
subordinativa, mas sim por uma preposição ("a", combinada com o
artigo "o").

Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Adverbiais


a) Causa
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um
determinado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. "É aquilo
ou aquele que determina um acontecimento".
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração
anteposta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.
Exemplos:
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a não
ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito
conhecimento), é sempre consultado. (Oração Reduzida de Infinitivo)
b) Consequência
As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que
é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal. São
introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que, de sorte que,
tanto que, etc., e pelas estruturas tão... que, tanto... que, tamanho... que.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de tal, tanto,

176
atemploCisA

tão, tamanho)
Exemplos:
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de Infinitivo)
Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo.
c) Condição
Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de
um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que
deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato
expresso na oração principal.
Principal conjunção subordinativa condicional: SE
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, salvo se,
exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma vez que (seguida de
verbo no subjuntivo).
Exemplos:
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o
melhor time será campeão.
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato.
Caso você se case, convide-me para a festa.
Não saia sem que eu permita.
Conhecendo os alunos (= Se conhecesse os alunos), o professor não os
teria punido. (Oração Reduzida de Gerúndio)

d) Concessão
As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam concessão às
ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um
fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à
quebra de expectativa.
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que.
Observe este exemplo:
Só irei se ele for.

177
atemploCisA

A oração acima expressa uma condição: o fato de "eu" ir só se realizará caso


essa condição for satisfeita.
Compare agora com:
Irei mesmo que ele não vá.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira,
independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada
adverbial concessiva.
Observe outros exemplos:
Embora fizesse calor, levei agasalho.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da
população continua à margem do mercado de consumo.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não
estudasse). (reduzida de infinitivo)
e) Comparação
As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem
uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal.
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
Por Exemplo:
Ele dorme como um urso.
Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o grau
comparativo dos adjetivos e dos advérbios: tão...
como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Veja os exemplos:
Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência.
O orador foi mais brilhante do que profundo.
f) Conformidade
As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam ideia
de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo adotado para a
execução do que se declara na oração principal.
Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFORME
Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo (todas com o
mesmo valor de conforme).
Exemplos:

178
atemploCisA

Fiz o bolo conforme ensina a receita.


Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais.
Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o
campeão mundial de má distribuição de renda.
g) Finalidade
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção,
a finalidade daquilo que se declara na oração principal.
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a
locução conjuntiva para que.
Por Exemplo:
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse.
h) Proporção
As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem ideia
de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À PROPORÇÃO
QUE
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há
ainda as estruturas: quanto maior... (maior), quanto maior... (menor),
quanto menor... (maior), quanto menor... (menor), quanto mais...(mais),
quanto mais... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (menos).
Exemplos:
À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.
Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
Lembre-se:
À medida que é uma conjunção que expressa ideia de proporção; portanto,
pode ser substituída por "à proporção que".
Na medida em que exprime uma ideia de causa e equivale a "tendo em vista
que" e só nesse sentido deve ser usada.

Por Exemplo:

179
atemploCisA

Na medida em que não há provas contra esse homem, ele deve ser solto.

Atenção: não use as formas “à medida em que” ou “na medida que”.

i) Tempo
As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia
de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO

Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locuções


conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que,
sempre que, desde que, etc.
Exemplos:
Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
Mal você saiu, ela chegou.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a
festa) (Oração Reduzida de Particípio)

Período composto por coordenação e subordinação


Num período podem aparecer orações que se relacionam pela coordenação e
pela subordinação. Assim, tem-se um período misto.
Por Exemplo:
O atleta entrou na piscina e pediu que todos saíssem.
1ª Oração 2ª Oração 3ª Oração
1ª Oração: Oração Coordenada Assindética
2ª Oração: Oração Coordenada Sindética Aditiva (em relação à 1ª oração) e
Oração Principal (em relação à 3ª oração).
3ª Oração: Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta (em relação à 2ª
Oração).
Observe outro exemplo:

180
atemploCisA

Eram alunas que tiravam boas notas, mas não estudavam.


1ª Oração 2ª Oração 3ª Oração
1ª Oração: Oração Principal
2ª Oração: Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
3ª Oração: Oração Coordenada Sindética Adversativa (em relação à 2ª
oração) e Oração Subordinada Adjetiva Restritiva (em relação à 1ª oração).

Responda
1 - FGV - 2014 - Prefeitura de Florianópolis - SC - Fiscal de Serviços Públicos
POR QUE SÃO ASSIM?
Mariana Sgarioni
Daniel Blair tem 4 aninhos e achou que seu cachorrinho de apenas uma
semana de vida estava muito sujo. O melhor jeito encontrado para um banho
rápido foi atirar o animal na água do vaso sanitário – e dar descarga. Por
sorte, a mãe descobriu a tempo, e bombeiros resgataram o animalzinho ainda
vivo no esgoto. O caso aconteceu no início de junho, na Inglaterra, e chamou
a atenção das câmeras do mundo inteiro. Muitos perguntaram: será que
Daniel seria um psicopata divertindo-se com o sofrimento do bicho?
Provavelmente não. Nesses casos, o que pode existir é o transtorno de
conduta – comportamento que viola regras sociais importantes.

“Nesses casos, o que pode existir é um transtorno de conduta”; esse


segmento do texto apresenta:

• a) duas orações, sendo uma subordinada;


• b) três orações, sendo uma reduzida;
• c) quatro orações, sendo uma coordenada;
• d) uma só oração, sendo absoluta;
• e) três orações, sendo uma coordenada.

2 - IBFC - 2014 - PC-SE - Escrivão Substituto


Eficiência militar
(Historieta Chinesa)

181
atemploCisA

LI-HU ANG-PÔ, vice-rei de Cantão, Império da China, Celeste Império, Império


do Meio, nome que lhe vai a calhar, notava que o seu exército provincial não
apresentava nem garbo marcial, nem tampouco, nas últimas manobras, tinha
demonstrado grandes aptidões guerreiras.

Como toda a gente sabe, o vice-rei da província de Cantão, na China, tem


atribuições quase soberanas. Ele governa a província como reino seu que
houvesse herdado de seus pais, tendo unicamente por lei a sua vontade.

Convém não esquecer que isto se passou, durante o antigo regime chinês, na
vigência do qual, esse vice-rei tinha todos os poderes de monarca absoluto,
obrigando-se unicamente a contribuir com um avultado tributo anual, para o
Erário do Filho do Céu, que vivia refestelado em Pequim, na misteriosa cidade
imperial, invisível para o grosso do seu povo e cercado por dezenas de
mulheres e centenas de concubinas. Bem.

Verificado esse estado miserável do seu exército, o vice- rei Li-Huang-Pô


começou a meditar nos remédios que devia aplicar para levantar-lhe o moral
e tirar de sua força armada maior rendimento militar. Mandou dobrar a ração
de arroz e carne de cachorro, que os soldados venciam. Isto, entretanto,
aumentou em muito a despesa feita com a força militar do vice-reinado; e, no
intuito de fazer face a esse aumento, ele se lembrou, ou alguém lhe lembrou,
o simples alvitre de duplicar os impostos que pagavam os pescadores, os
fabricantes de porcelana e os carregadores de adubo humano - tipo dos mais
característicos daquela babilônica cidade de Cantão.

Ao fim de alguns meses, ele tratou de verificar os resultados do remédio que


havia aplicado nos seus fiéis soldados, a fim de dar-lhes garbo, entusiasmo e
vigor marcial.

Determinou que se realizassem manobras gerais, na próxima primavera, por


ocasião de florirem as cerejeiras, e elas tivessem lugar na planície de Chu-
Wei-Hu - o que quer dizer na nossa língua: “planície dos dias felizes”. As suas
ordens foram obedecidas e cerca de cinqüenta mil chineses, soldados das três
armas, acamparam em Chu-Wei-Hu, debaixo de barracas de seda. Na China,
seda é como metim aqui.

Comandava em chefe esse portentoso exército, o general Fu-Shi-Tô que tinha

182
atemploCisA

começado a sua carreira militar como puxador de tílburi* em Hong-Kong.


Fizera-se tão destro nesse mister que o governador inglês o tomara para o
seu serviço exclusivo.

Este fato deu-lhe um excepcional prestígio entre os seus patrícios, porque,


embora os chineses detestem os estrangeiros, em geral, sobretudo os
ingleses, não deixam, entretanto, de ter um respeito temeroso por eles, de
sentir o prestígio sobre humano dos “diabos vermelhos”, como os chinas
chamam os europeus e os de raça europeia.

Deixando a famulagem do governador britânico de Hong- Kong,Fu-Shi-Tô


não podia ter outro cargo, na sua própria pátria, senão o de general no
exército do vice-rei de Cantão. E assim foi ele feito, mostrando-se desde logo
um inovador, introduzindo melhoramentos na tropa e no material bélico,
merecendo por isso ser condecorado, com o dragão imperial de ouro maciço.
Foi ele quem substituiu, na força armada cantonesa, os canhões de papelão,
pelos do Krupp; e, com isto, ganhou de comissão alguns bilhões de taels* que
repartiu com o vice-rei. Os franceses do Canet queriam lhe dar um pouco
menos, por isso ele julgou mais perfeitos os canhões do Krupp, em
comparação com os do Canet. Entendia, a fundo, de artilharia, o ex-fâmulo do
governador de Hong-Kong.

O exército de Li-Huang-Pô estava acampado havia um mês, nas “planícies dos


dias felizes”, quando ele se resolveu a ir assistir-lhe as manobras, antes de
passar-lhe a revista final.

O vice-rei, acompanhado do seu séquito, do qual fazia parte o seu exímio


cabeleireiro Pi-Nu, lá foi para a linda planície, esperando assistir a manobras
de um verdadeiro exército germânico. Antegozava isso como uma vítima sua
e, também, como constituindo o penhor de sua eternidade no lugar rendoso
de quase rei da rica província de Cantão. Com um forte exército à mão,
ninguém se atreveria a demiti-lo dele. Foi.

Assistiu às evoluções com curiosidade e atenção. A seu lado, Fu-Shi-Pô


explicava os temas e os detalhes do respectivo desenvolvimento, com a
abundância e o saber de quem havia estudado Arte da Guerra entre os varais
de um cabriolet*.

O vice-rei, porém, não parecia satisfeito. Notava hesitações, falta de élan na

183
atemploCisA

tropa, rapidez e exatidão nas evoluções e pouca obediência ao comando em


chefe e aos comandados particulares; enfim, pouca eficiência militar naquele
exército que devia ser uma ameaça à China inteira, caso quisessem retirá-lo
do cômodo e rendoso lugar de vice-rei de Cantão. Comunicou isto ao
general, que lhe respondeu:

- É verdade o que Vossa Excelência Reverendíssima, Poderosíssima,


Graciosíssima, Altíssima e Celestial diz; mas os defeitos são fáceis de
remediar.
- Como? perguntou o vice-rei.
- É simples. O uniforme atual muito se parece com o alemão: mudemo-lo
para uma imitação do francês e tudo estará sanado.

Li-Huang-Pô pôs-se a pensar, recordando a sua estadia em Berlim, as festas


que os grandes dignatários da corte de Potsdam lhe fizeram, o acolhimento
do Kaiser e, sobretudo, os taels que recebeu de sociedade com o seu general
Fu-ShiPô... Seria uma ingratidão; mas... Pensou ainda um pouco; e, por fim,
num repente, disse peremptoriamente:
- Mudemos o uniforme; e já!

(Lima Barreto)

*tael:unidade monetária e de peso da China;


*cabriolet:tipo de carruagem;
*tílburi: carro de duas rodas e dois assentos comandados por um animal.
*famulagem:grupo de criados
O trecho abaixo transcrito revela a insatisfação de LI-HU ANG-PÔ, vice-rei de
Cantão, com o seu exército.

“O vice-rei, porém, não parecia satisfeito. Notava hesitações, falta de élan na


tropa, rapidez e exatidão nas evoluções e pouca obediência ao comando em
chefe e aos comandados particulares; enfim, pouca eficiência militar naquele
exército que devia ser uma ameaça à China inteira, caso quisessem retirá-lo
do cômodo e rendoso lugar de vice-rei de Cantão.
Comunicou isto ao general, que lhe respondeu:
- É verdade o que Vossa Excelência Reverendíssima, Poderosíssima,
Graciosíssima, Altíssima e Celestial diz; mas os defeitos são fáceis de
remediar.”

184
atemploCisA

A oração “que lhe respondeu” tem sua correta classificação sintática indicada
em:

• a) Oração subordinada adjetiva explicativa


• b) Oração coordenada sindética explicativa
• c) Oração subordinada substantiva apositiva
• d) Oração subordinada adjetiva restritiva

3 - FGV - 2014 - PROCEMPA - Técnico Administrativo


Todos desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim.
Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por
que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço
para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas
necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos deixamos


extraviar. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as
muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e
os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos
enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos
deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa
inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem
pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que
de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida
será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio nos aproximou. A própria natureza dessas coisas são um


apelo eloquente à bondade do homem, um apelo à fraternidade universal, a
união de todos nós. Neste mesmo instante, a minha voz chega a milhares de
pessoas pelo mundo afora. Milhões de desesperados: homens, mulheres,
criancinhas, vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera
inocentes. Aos que podem me ouvir eu digo: não desespereis! A desgraça
que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia,
da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os
homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbirão e o poder que
do povo arrebataram há de retornar ao povo. Sei que os homens morrem,

185
atemploCisA

mas a liberdade não perecerá jamais.

(Charles Chaplin)
Assinale a opção que indica a frase em que a conjunção e mostra valor
adversativo.

• a) “Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros?”


• b) “A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas
necessidades.”
• c) “O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza.”
• d) “...tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os
morticínios.”
• e) “Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.”

GABARITO
1-A 2-A 3-E

Concordância verbal e nominal


Concordância é o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação
para se adequarem harmonicamente na frase.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Na concordância verbal, o verbo concorda em número e pessoa com o


sujeito. A concordância verbal pode se dar com:

186
atemploCisA

Sujeito simples: antecedendo ou não o seu sujeito simples, o verbo concorda


com ele em número e pessoa (E o vento forte quebra as telhas e vidraças –
verbo e sujeito no singular);

Sujeito composto anteposto ao verbo: o verbo pode ir para o plural, estar no


singular ou no plural (com palavras sinônimas, ou caso os núcleos do sujeito
expressem uma gradação), ou permanecer no singular (caso os núcleos do
sujeito estejam se referindo à mesma pessoa ou coisa, ou caso os núcleos do
sujeito estejam resumidos por tudo, nada, ninguém);

Sujeito composto posposto ao verbo: o verbo irá para o plural (Explodem,


como granadas, os arrozais e as águas.), é admissível também a concordância
do verbo com o núcleo mais próximo (Só cabe no poema o homem sem
estômago);

Sujeito composto de pessoas diferentes: o verbo vai para o plural na pessoa


que prevalecer (O trabalhador e eu plantamos muita mandioca por esse
mundão);
Sujeito representado por um coletivo: o verbo concorda com o coletivo (A
manada de touros tomava a paisagem em largura);

Sujeito constituído de pronomes de tratamento: o verbo não concorda com a


segunda pessoa: vai para a terceira pessoa (Vossa Excelência se enganou).

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Na concordância nominal, deve haver concordância entre os nomes


(substantivos) e as palavras que com eles se relacionam (adjetivos, artigos,
numerais, pronomes adjetivos, particípios). Observe os casos gerais de
concordância nominal:

Concordância do adjetivo com o substantivo: um só adjetivo relacionando-se


com mais de um substantivo de gênero ou número diferentes (Claros cabelos
e semblante que esvaecem) ou mais de um adjetivo referindo-se a um só
substantivo (Entramos pelas terras italiana e suíça);

Concordância do predicado com o sujeito: predicado e sujeito simples (Lindas

187
atemploCisA

sombras ficaram opacas na madrugada) ou predicado e sujeito composto (O


ódio e o amor pareciam idênticos);

Concordância do numeral com o substantivo: os numerais cardinais devem


concordar com o substantivo a que se referem (No mercado havia vinte e
duas pessoas), se aparecer antes dos numerais, o substantivo irá para o plural
(As pessoas segunda e terceira são alegres);

Concordância dos pronomes de tratamento: é obrigatória a concordância


com os pronomes de tratamento sempre em terceira pessoa e usual o
adjetivo concordar com o sexo da pessoa relacionada ao pronome citado
(Vossa Majestade está bem atrasada para a cerimônia);

Concordância ideológica ou silepse: modo especial de concordar as palavras,


e não a forma gramatical, pode ser: de gênero (Extraordinária e bela Recife,
Veneza brasileira), de pessoa (Os paulistanos abominados a violência urbana)
ou de número (Memórias de um sargento de milícias satiriza o Rio do tempo
do rei).

Regência verbal e nominal

A regência enfoca o relacionamento entre os termos da oração, verificando o


nível de dependência entre eles.

Chama-se regente o termo que exige complemento e regido o termo


complementar (Ninguém assistiu – termo regente – ao formidável enterro –
termo regido).

Na regência nominal, alguns nomes (substantivo, adjetivo, advérbio) podem


apresentar mais de uma regência, como acontece com os verbos (Estava
ansioso para ouvi-lo./ Estava ansioso por ouvi-lo./ Estava ansioso de ouvi-lo.).

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou


preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure, sempre que

188
atemploCisA

possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você
conhece.

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para
com, por

Adjetivos
Acessível a Entendido em Necessário a
Acostumado a, com Equivalente a Nocivo a
Agradável a Escasso de Paralelo a
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em,
por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Descontente com Insensível a Sito em

189
atemploCisA

Desejoso de Liberal com Suspeito de


Diferente de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de
Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime


dos adjetivos de que são formados:paralela a; paralelamente a; relativa a;
relativamente a.

Quanto à regência verbal, os verbos podem ser:


- Transitivo direto
- Transitivo indireto
- Transitivo direto e indireto
- Intransitivo

Verbos que requerem uma ligação direta do complemento. São os VTD, que
dispensam auxílio de preposição (Ver filmes. Parecer cansado.);

Verbos que requerem complemento sempre com a mesma preposição. São os


VTI (Depender do carro. Incorrer em erro.);

Verbos cujo complemento pode variar de preposição, sem alterar o sentido.


São também VTI (Contentar-se de ser feliz – Contentar-se com ser feliz);

Verbos cujo sentido varia conforme o complemento – com ou sem preposição


(Aspirar ao cargo – Desejar o cargo / Aspirar o pó – Sugar o pó).

ASPIRAR
O verbo aspirar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

190
atemploCisA

Transitivo direto: quando significa “sorver”, “tragar”, “inspirar” e exige


complemento sem preposição.
- Ela aspirou o aroma das flores.
- Todos nós gostamos de aspirar o ar do campo.
Transitivo indireto: quando significa “pretender”, “desejar”, “almejar” e exige
complemento com a preposição “a”.
- O candidato aspirava a uma posição de destaque.
- Ela sempre aspirou a esse emprego.
Obs: Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes
lhe(s). Devemos substituir por “a ele(s)”, “a ela(s)”.
- Aspiras a este cargo?
- Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”).

ASSISTIR
O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transitivo direto e intransitivo.
Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presenciar”, “caber”, “pertencer” e
exige complemento com a preposição “a”.
- Assisti a um filme. (ver)
- Ele assistiu ao jogo.
- Este direito assiste aos alunos. (caber)
Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “ajudar” e exige complemento
sem preposição.
- O médico assiste o ferido. (cuida)
Obs: Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usado com a preposição “a”.
- Assistir ao paciente.
Intransitivo: quando significa “morar” exige a preposição “em”.
- O papa assiste no Vaticano. (no: em + o)
- Eu assisto no Rio de Janeiro.
“No Vaticano” e “no Rio de Janeiro” são adjuntos adverbiais de lugar.

CHAMAR
O verbo chamar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

191
atemploCisA

É transitivo direto quando significa “convocar”, “fazer vir” e exige


complemento sem preposição.
- O professor chamou o aluno.
É transitivo indireto quando significa “invocar” e é usado com a preposição
“por”.
- Ela chamava por Jesus.
Com o sentido de “apelidar” pode exigir ou não a preposição, ou seja, pode
ser transitivo direto ou transitivo indireto.
Admite as seguintes construções:
- Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo)
- Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo)
- Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)
- Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)

VISAR
Pode ser transitivo direto (sem preposição) ou transitivo indireto (com
preposição).
Quando significa “dar visto” e “mirar” é transitivo direto.
- O funcionário já visou todos os cheques. (dar visto)
- O arqueiro visou o alvo e atirou. (mirar)
Quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”, “ter em vista” é transitivo
indireto e exige a preposição “a”.
- Muitos visavam ao cargo.
- Ele visa ao poder.
Nesse caso não admite o pronome lhe(s) e deverá ser substituído por a ele(s),
a ela(s). Ou seja, não se diz: viso-lhe.
Obs: Quando o verbo “visar” é seguido por um infinitivo, a preposição é
geralmente omitida.
- Ele visava atingir o posto de comando.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

192
atemploCisA

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento


sem preposição.
- Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento
com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indiretos.
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar
como sujeito e o verbo sofre leve alteração de sentido. É uma construção
muito rara na língua contemporânea , porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo,
fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar
alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).

PREFERIR
É transitivo direto e indireto, ou seja, possui um objeto direto (complemento
sem preposição) e um objeto indireto (complemento com preposição)
- Prefiro cinema a teatro.
- Prefiro passear a ver TV.
Não é correto dizer: “Prefiro cinema do que teatro”.

SIMPATIZAR
Ambos são transitivos indiretos e exigem a preposição “com”.
- Não simpatizei com os jurados.

QUERER
Pode ser transitivo direto (no sentido de “desejar”) ou transitivo indireto ( no
sentido de “ter afeto”, “estimar”).

193
atemploCisA

- A criança quer sorvete.


- Quero a meus pais.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição.
- Maria namora João.
Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a”
(obedecer a).
- Devemos obedecer aos pais.
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz
passiva.
- A fila não foi obedecida.

VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição.
- Ele viu o filme.

Sintaxe de Colocação

Fernanda, quem te contou isso?


Fernanda, contaram-te isso?
Nos exemplos acima, observe que o pronome "te" foi expresso em lugares
distintos: antes e depois do verbo. Isso ocorre porque os pronomes átonos
(me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) podem assumir três posições
diferentes numa oração: antes do verbo, depois do verbo e no interior do
verbo. Essas três colocações chamam-se, respectivamente: próclise,
ênclise e mesóclise.

194
atemploCisA

1) Próclise
Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada:
a) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.
Exemplos:
Ninguém o apoia.
Nunca se esqueça de mim.
Não me fale sobre este assunto.
b) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que
exista pausa.
Exemplos:
Aqui se vive. (advérbio)
Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)
Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.
Por Exemplo:
Aqui, vive-se.
c) Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.
Exemplos:
Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo)
Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)
d) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que
exprimem desejo).
Exemplos:
Como te admiro! (oração exclamativa)
Deus o ilumine! (oração optativa)
e) Nas conjunções subordinativas:
Exemplos:
Ela não quis a blusa, embora lhe servisse.
É necessário que o traga de volta.
Comprarei o relógio se me for útil.
f) Com gerúndio precedido de preposição "em".
Exemplos:

195
atemploCisA

Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente.


Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.
g) Com a palavra "só" (no sentido de "apenas", "somente") e com as
conjunções coordenativas alternativas.
Exemplos:
Só se lembram de estudar na véspera das provas.
Ou se diverte, ou fica em casa.
h) Nas orações introduzidas por pronomes relativos.
Exemplos:
Foi aquele colega quem me ensinou a matéria.
Há pessoas que nos tratam com carinho.
Aqui é o lugar onde te conheci.

2) Mesóclise
Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no
futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O
pronome fica intercalado ao verbo.
Exemplos:
Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)
Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)
Observações:
a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.
Por Exemplo:
Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo"
exige o uso de próclise.)
b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais
ocorre a ênclise.
c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.

3) Ênclise

196
atemploCisA

A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece


à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo.
Emprega-se geralmente:
a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo
futuro), pois, na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo.
Exemplos:
Diga-me apenas a verdade.
Importava-se com o sucesso do projeto.
b) Nas orações reduzidas de infinitivo.
Exemplos:
Convém confiar-lhe esta responsabilidade.
Espero contar-lhe isto hoje à noite.
c) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de
preposição "em".)
Exemplos:
A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.
O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.
d) Nas orações imperativas afirmativas.
Exemplos:
Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.
Professor, ajude-me neste exercício!
Observações:
1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a
mesóclise é necessário haver justificativas.
2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas
iniciar frases com pronomes átonos não é lícito numa conversação formal. Por
Exemplo:
Linguagem Informal: Me alcança a caneta.
Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.

3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos


tempos Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a
próclise como a ênclise.

197
atemploCisA

Exemplos:
Eu me machuquei no jogo.
Eu machuquei-me no jogo.
As crianças se esforçam para acordar cedo.
As crianças esforçam-se para acordar cedo.

Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais


As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou
no particípio.
1) Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio
a) Sem palavra que exija a próclise:
Geralmente, emprega-se o pronome após a locução.
Por Exemplo:
Quero ajudar-lhe ao máximo.
b) Com palavra que exija próclise:
O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução.
Exemplos:
Nunca me viram cantar. (antes)
Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)
Observações:
1) Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a colocação
do pronome será facultativa.
Por Exemplo:
Nosso filho há de encontrar-se na escolha profissional.
Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional.
2) Com a preposição "a" e o pronome oblíquo "o" (e variações) o pronome
deverá ser colocado depois do infinitivo.
Por Exemplo:
Voltei a cumprimentá-los pela vitória na partida.

2) Verbo Principal no Particípio

198
atemploCisA

Estando o verbo principal no particípio, o pronome oblíquo


átono não poderá vir depois dele.
Por Exemplo:
As crianças tinham-se perdido no passeio escolar.
a) Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará depois do
verbo auxiliar.
Por Exemplo:
Seu rendimento escolar tem-me surpreendido.
b) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da
locução.
Por Exemplo:
Não me haviam avisado da prova que teremos amanhã.
Obs.: na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio.
Veja:
Por Exemplo:
Haviam me convencido com aquela história.
Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.

Reescritura de textos

Provavelmente, em sua prova estará assim: "parte do texto pode ser reescrito,
sem prejuízo do seu sentido original e da correção gramatical.”
Nesse caso, basta você compreender que se trata de uma paráfrase que é a
reescrita de um texto sem que haja perda de sentido, a qual pode ocorrer
com: mudança de ordem dos termos no período; o uso de
sinônimos;antônimos antepostos ou pospostos por palavras negativas; elipse
de termos facilmente subentendidos; ou ainda, pelo mecanismo
da perífrase que é a reescritura por meio de um processo que consiste em
expressar por muitas palavras o que se poderia dizer em poucos termos ou
vice-versa.

199
atemploCisA

Outra observação valiosa é ficar atento quanto à concordância e à regência


verbal e nominal. Portanto, resolver questões de reescritura é muito simples.
Basta estudar tudo o que lhe foi cobrado no edital e mais esses dois
conteúdos que lhe mostraremos agora: paráfrase e perífrase.

Paráfrase
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada
pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou
alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito.
Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant'Anna em seu livro
"Paródia, paráfrase & Cia" (p. 23):
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

Portanto, paráfrase é sempre a reescritura de um texto já existente, uma


espécie de ‘tradução’ dentro da própria língua.

Perífrase
Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas
características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo:
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do
mundo todo.
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.

200
atemploCisA

Exemplos:
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.

201
atemploCisA

MATEMÁTICA e RACIOCÍNIO LÓGICO

Raciocínio Lógico

A Lógica procura apurar se as coisas que sabemos ou em que acreditamos, de


fato constituem uma razão para acreditar em uma tese obtida, ou seja, se
está adequadamente justificada em vista das informações que são dadas.
Já o Raciocínio é um processo mental.

Existem muitas definições para a palavra “lógica”, porém no caso do nosso


estudo não é relevante um aprofundamento nesse ponto.

Alguns autores definem lógica como sendo a “Ciência das leis do


pensamento”, e neste caso existem divergências com essa definição, pois o
pensamento é matéria estudada na Psicologia, que é uma ciência distinta da
lógica (ciência).

Segundo Irving Copi, uma definição mais adequada é: “A lógica é uma ciência
do raciocínio” , pois a sua ideia está ligada ao processo de raciocínio correto e
incorreto que depende da estrutura dos argumentos envolvidos nele.

Assim concluímos que a lógica estuda as formas ou estruturas do


pensamento, isto é, sua destinação é estudar e estabelecer propriedades das
relações formais entre as proposições.

Estruturas lógicas

Entende-se por estruturas lógicas as que são formadas pela presença de


proposições ou sentenças lógicas (são aquelas frases que apresentam sentido
completo, como por exemplo: Madalena é culpada).

202
atemploCisA

Observe que a estrutura lógica pode ligar relações arbitrárias e, neste caso,
nada deverá ser levado para a prova a não ser os conhecimentos de Lógica
propriamente dita, os concursandos muitas vezes caem em erros como:

Se Luiza foi à praia então Rui foi pescar, ora eu sou muito amigo de uma Luiza
e de um Rui e ambos detestam ir à praia ou mesmo pescar, auto induzindo
respostas absurdas.

Dessa forma, as relações são arbitrárias, ou seja, não importa se você conhece
Luiza, Madalena ou Rui.

Vamos aos conhecimentos básicos de estruturas lógicas.

PROPOSIÇÕES OU SENTENÇA

Chamamos de proposição ou sentença, todo conjunto de palavras ou


símbolos que exprimem um pensamento de sentido completo. É todo
encadeamento de termos, palavras ou símbolos que expressa um
pensamento de sentido completo cabível de ser julgado, valorado, em
verdadeiro ou falso. Esta valoração também é chamada de valor lógico ou
valor verdade. Dentro deste conceito, toda afirmação é uma proposição.

Sendo assim, vejamos os exemplos:

a) O Instituto do Coração fica em São Paulo.


b) O Brasil é um País da América do Sul.
c) A Polícia Federal pertence ao poder judiciário.

Você já deve ter notado que as proposições podem assumir os valores falsos
ou verdadeiros, pois elas expressam a descrição de uma realidade, e também
observamos que uma proposição representa uma informação enunciada por
uma oração, e, portanto, pode ser expressa por distintas orações, tais como:

203
atemploCisA

“Pedro é maior que Carlos”, ou podemos expressar também por “Carlos é


menor que Pedro”.

Temos vários tipos de sentenças:


· Declarativas
· Interrogativas
· Exclamativas
· Imperativas

Leis do Pensamento

Vejamos algumas leis do pensamento para que possamos desenvolver


corretamente o nosso pensar.
· Princípio da Identidade. Se qualquer proposição é verdadeira, então, ela é
verdadeira.
· Princípio de Não-Contradição. Uma proposição não pode ser ao mesmo
tempo verdadeira e falsa.
· Princípio do Terceiro Excluído. Uma proposição só pode ser verdadeira ou
falsa , não havendo outra alternativa.
· Sentenças Abertas. Quando substituímos numa proposição alguns
componentes por variáveis, teremos uma sentença aberta.

VALORES LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES

Valor lógico é a classificação da proposição em verdadeiro (V) ou falso (F),


pelos princípios da não-contradição e do terceiro excluído. Sendo assim, a
classificação é única, ou seja, a proposição só pode ser verdadeira ou falsa.

Exemplos de valores lógicos:

r: O número 2 é primo. (Verdadeiro)

204
atemploCisA

s: Marte é o planeta vermelho. (Verdadeiro)


t: No Brasil, fala-se espanhol. (Falso)
u: Toda ave voa. (Falso)
v: O número 3 é par. (Falso)
x: O número 7 é primo. (Verdadeiro)
z: O número 7 é ímpar. (Verdadeiro)

Somente às sentenças declarativas pode-se atribuir valores de verdadeiro ou


falso, o que ocorre quando a sentença é, respectivamente, confirmada ou
negada. De fato, não se pode atribuir um valor de verdadeiro ou falso às
demais formas de sentenças como as interrogativas, as exclamativas e outras,
embora elas também expressem juízos.

São exemplos de proposições as seguintes sentenças declarativas:

O número 6 é par.
O número 15 não é primo.
Todos os homens são mortais.
Nenhum porco espinho sabe ler.
Alguns canários não sabem cantar.
Se você estudar bastante, então aprenderá tudo.
Eu falo inglês e francês.
Marlene quer um sapatinho novo ou uma boneca.

Não são proposições:


Qual é o seu nome?
Preste atenção ao sinal.
Caramba!

TAUTOLOGIA

205
atemploCisA

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições é uma


tautologia se ela for sempre verdadeira, independente da verdade de seus
termos.
Resumindo: para saber se uma proposição composta é uma Tautologia,
construiremos a sua tabela-verdade! Daí, se a última coluna da tabela-
verdade só apresentar verdadeiro (e nenhum falso), então estaremos diante
de uma Tautologia.

Simples!

Exemplo:

A proposição é uma tautologia.

CONTRADIÇÕES

A contradição é uma relação de incompatibilidade entre duas proposições


que não podem ser simultaneamente verdadeiras nem simultaneamente
falsas, por apresentarem o mesmo sujeito e o mesmo predicado, mas
diferirem ao mesmo tempo em quantidade e qualidade.

Exemplo: Todos os homens são mortais e alguns homens não são mortais.

206
atemploCisA

Há uma relação de incompatibilidade entre dois termos em que a afirmação


de um implica a negação do outro e reciprocamente.

Uma proposição composta P (p, q, r, ...) é uma contradição se P (p, q, r, ... ) tem
valor lógico F quaisquer que os valores lógicos das proposições componentes
p, q, r, ..., , ou seja, uma contradição conterá apenas F na última coluna da sua
tabela-verdade.

Como uma tautologia é sempre verdadeira e uma contradição sempre falsa,


tem-se que: a negação de uma tautologia é sempre uma contradição
enquanto a negação de uma contradição é sempre uma tautologia.

CONTINGÊNCIA

Há uma contingência quando não temos nem uma tautologia nem uma
contradição, ou seja, quando a tabela-verdade apresenta alguns verdadeiros e
alguns falsos, a depender do valor das proposições que dão origem à
sentença em análise.
Exemplo: p ↔ q

O bicondicional pode ser tanto verdadeiro (quando suas duas parcelas são ou
ambas verdadeiras ou ambas falsas) quanto falso (quando uma parcela é
verdadeira e a outra é falsa).
Com isso, o “se, e somente se” não é nem uma tautologia, nem uma
contradição. É uma contingência.

207
atemploCisA

Resumidamente temos:
· Tautologia contendo apenas V na última coluna da sua tabela-verdade;
· Contradição contendo apenas F na última coluna da sua tabela-verdade;
· Contingência contendo apenas V e F na última coluna da sua tabela-
verdade.

Em concursos, a contingência é a situação mais comum de ocorrer. Ela é a


regra geral. A tautologia e a
contradição são exceções.

EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
Duas proposições compostas são equivalentes quando apresentam sempre o
mesmo valor lógico, independentemente dos valores lógicos das proposições
simples que as compõem.
Quando duas proposições p, q são equivalentes escrevemos p ⇔q .

É possível construirmos inúmeras equivalências lógicas. Para concursos, eu


creio que 4 delas
são especialmente importantes:
· ~(p ∧ q) ⇔(~p) ∨ (~q)
· ~(p ∨ q) ⇔(~p) ∧ (~q)
· p → q ⇔(~p) ∨ q
· p → q ⇔(~q) → (~p)

Vejamos a primeira delas: ~(p ∧ q) ⇔(~p) ∨ (~q)

Para negar um “e” lógico, nós temos que fazer um “ou” da negação de cada
parcela.
Ou ainda: para negar um “e”, nós negamos cada parcela e trocamos o “e” por
um “ou”.

208
atemploCisA

Exemplo: A negação de “Pedro é alto e Júlio é rico” é “Pedro não é alto ou


Júlio não é rico”.

Para a verificação da equivalência, vamos montar as tabelas-verdade.


Primeiro vamos fazer a tabela de “~(p ∧ q)”. Para tanto, começamos com o “e”
que está entre parênteses.

Na sequência, realizamos a negação deste resultado. Com isso, teremos o


lado esquerdo da igualdade:

Pronto, o lado esquerdo da igualdade está feito. Vamos para o lado direito:
“(~p) ∨ (~q)”.
Neste caso, primeiro fazemos as negações e depois o “ou”.

209
atemploCisA

Depois da negação feita, realizamos o “ou” entre as negações.

Pronto. Agora temos os dois lados da igualdade para comparar.


Veja que as duas tabelas apresentam as mesmas respostas para todos os
valores de “p” e “q”:

Isso significa que as proposições apresentadas são, de fato, equivalentes em


termos lógicos.

210
atemploCisA

ARGUMENTOS

Denomina-se argumento a relação que associa um conjunto de proposições


P1, P2, ... Pn , chamadas premissas do argumento, a uma proposição C a qual
chamamos de conclusão do argumento.

No lugar dos termos premissa e conclusão podem ser usados os


correspondentes hipótese e tese, respectivamente.

Os argumentos que têm somente duas premissas são denominados


silogismos.

Assim, são exemplos de silogismos os seguintes argumentos:

I - P1: Todos os artistas são apaixonados.


P2: Todos os apaixonados gostam de flores.
C: Todos os artistas gostam de flores.

II - P1: Todos os apaixonados gostam de flores.


P2: Miriam gosta de flores.
C: Miriam é uma apaixonada.

Outro exemplo de um argumento (forma típica):

Quem nasce no Brasil e tem pais brasileiros possui nacionalidade brasileira.


Roberto nasceu no Brasil e seus pais são brasileiros.
Roberto tem nacionalidade brasileira.

Exemplos de diferentes maneiras de expressar o mesmo argumento (na cor


verde, indicadores de premissa ou de conclusão):

211
atemploCisA

Roberto tem nacionalidade brasileira, pois Roberto nasceu no Brasil e seus


pais são brasileiros, e quem nasce no Brasil e tem pais brasileiros possui
nacionalidade brasileira.
Quem nasce no Brasil e tem pais brasileiros possui nacionalidade brasileira.
Portanto, Roberto tem nacionalidade brasileira, uma vez que Roberto nasceu
no Brasil e seus pais são brasileiros.
Roberto nasceu no Brasil e seus pais são brasileiros. Ora, quem nasce no Brasil
e tem pais brasileiros possui nacionalidade brasileira. Logo, Roberto tem
nacionalidade brasileira.
Roberto é brasileiro, porque nasceu no Brasil e seus pais são brasileiros.

[Pressupostos:
(a) Quem nasce no Brasil e tem pais brasileiros possui nacionalidade brasileira;
(b) "brasileiro" significa "ter nacionalidade brasileira".]

Quem nasce no Brasil e tem pais brasileiros possui nacionalidade brasileira.


Por isso, Roberto é brasileiro.

[Pressupostos:
(a) Roberto nasceu no Brasil e seus pais são brasileiros;
(b) "brasileiro" significa "ter nacionalidade brasileira".]

Não são argumentos (embora possam parecer):

Condicionais, isto é, hipóteses. Nesse caso, o que se está propriamente


afirmando é apenas o condicional como um todo - a proposição composta
que estabelece o nexo entre duas proposições componentes, o antecedente e
o consequente. Quando digo que se fizer sol neste fim de semana, eu irei à
praia, não estou fazendo previsão do tempo, afirmando que fará sol neste fim
de semana, nem estou pura e simplesmente me comprometendo a ir à praia.

212
atemploCisA

A única coisa que estou fazendo é afirmar a conexão entre duas proposições,
dizendo que a eventual verdade da primeira acarreta a verdade da segunda.
Sendo assim, apenas uma proposição é afirmada; logo, não temos um
argumento.

Ligações não-proposicionais, isto é, conexões de frases em que pelo menos


uma delas não é uma proposição. Se pelo menos uma das frases ligadas não
for uma proposição (for, por exemplo, um imperativo ou um pedido), não
caberá a afirmação da verdade de algo com base na verdade de outra coisa.
Não se terá, consequentemente, um argumento.

Veremos mais sobre argumentos na sequência, no segundo tópico cobrado


no edital, lógica de argumentação.

Questões de Concursos

1 - ESPP - BANPARÁ - Técnico Bancário


André, Paulo e Marcos fazem aniversário no mesmo mês, porém não têm as
mesmas idades, pois, nasceram em anos consecutivos. Um deles é professor,
o mais velho é advogado e outro é dentista. Paulo é o mais velho e tem 27
anos. Marcos é o mais novo e não é dentista. Podemos dizer que
a) Marcos tem 26 anos.
b) André tem 25 anos e é dentista.
c) Marcos é professor e tem 26 anos.
d) Paulo é dentista.
e) André tem 26 anos.

2 - ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal


A afirmação “A menina tem olhos azuis ou o menino é loiro” tem como
sentença logicamente equivalente:

213
atemploCisA

a) se o menino é loiro, então a menina tem olhos azuis.


b) se a menina tem olhos azuis, então o menino é loiro.
c) se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
d) não é verdade que se a menina tem olhos azuis, então o menino é loiro.
e) não é verdade que se o menino é loiro, então a menina tem olhos azuis.

3 - ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal


Se Anamara é médica, então Angélica é médica. Se Anamara é arquiteta,
então Angélica ou Andrea são médicas. Se Andrea é arquiteta, então Angélica
é arquiteta. Se Andrea é médica, então Anamara é médica.
Considerando que as afirmações são verdadeiras, segue- se, portanto, que:
a) Anamara, Angélica e Andrea são arquitetas.
b) Anamara é médica, mas Angélica e Andrea são arquitetas.
c) Anamara, Angélica e Andrea são médicas.
d) Anamara e Angélica são arquitetas, mas Andrea é médica.
e) Anamara e Andrea são médicas, mas Angélica é arquiteta.

4 - ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal


Se Ana é pianista, então Beatriz é violinista. Se Ana é violinista, então Beatriz é
pianista. Se Ana é pianista, Denise é violinista. Se Ana é violinista, então
Denise é pianista. Se Beatriz é violinista, então Denise é pianista. Sabendo-se
que nenhuma delas toca mais de um instrumento, então Ana, Beatriz e Denise
tocam, respectivamente:
a) piano, piano, piano.
b) violino, piano, piano.
c) violino, piano, violino.
d) violino, violino, piano.
e) piano, piano, violino.

214
atemploCisA

5 - ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal


Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso. Vou morar em Pasárgada
ou não compro uma bicicleta. Ora, não vou morar em Pasárgada. Assim,
a) não viajo e caso.
b) viajo e caso.
c) não vou morar em Pasárgada e não viajo.
d) compro uma bicicleta e não viajo.
e) compro uma bicicleta e viajo.

6 - ESAF - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal


A negação da proposição “se Paulo estuda, então Marta é atleta” é
logicamente equivalente à proposição
a) Paulo não estuda e Marta não é atleta.
b) Paulo estuda e Marta não é atleta.
c) Paulo estuda ou Marta não é atleta.
d) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta.
e) Paulo não estuda ou Marta não é atleta.

7 - ESAF - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal


Se Paulo é irmão de Ana, então Natália é prima de Carlos. Se Natália é prima
de Carlos, então Marta não é mãe de Rodrigo. Se Marta não é mãe de
Rodrigo, então Leila é tia de Maria. Ora, Leila não é tia de Maria. Logo
a) Marta não é mãe de Rodrigo e Paulo é irmão de Ana.
b) Marta é mãe de Rodrigo e Natália é prima de Carlos.
c) Marta não é mãe de Rodrigo e Natália é prima de Carlos.
d) Marta é mãe de Rodrigo e Paulo não é irmão de Ana.
e) Natália não é prima de Carlos e Marta não é mãe de Rodrigo.

215
atemploCisA

GABARITO

1-E 2-C 3-C 4-B 5-B 6-B 7-D

Lógica da argumentação

Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é partir do que se sabe


em direção àquilo que não se sabe, a analogia (aná = segundo, de acordo +
lógon = razão) é um dos caminhos mais comuns para que isso aconteça.

No raciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida com uma


situação desconhecida ou parcialmente conhecida, aplicando a elas as
informações previamente obtidas quando da vivência direta ou indireta da
situação-referência.

Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto de apoio na


formação do conhecimento, por isso, a analogia é um dos meios mais
comuns de inferência.

216
atemploCisA

Se, por um lado, é fonte de conhecimentos do dia a dia, por outro, também
tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e das artes, como
nos casos de Arquimedes na banheira (lei do empuxo), de Galileu na catedral
de Pisa (lei do pêndulo) ou de Newton sob a macieira (lei da gravitação
universal). No entanto, também é uma forma de raciocínio em que se
cometem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer-lhe regras
rígidas. A distância entre a genialidade e a falha grosseira é muito pequena.

A força de uma analogia depende, basicamente, de três aspectos:

a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e importantes;

b) o número de elementos semelhantes entre uma situação e outra deve ser


significativo;

c) não devem existir divergências marcantes na comparação.

No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, casos, objetos etc.


semelhantes e tiram-se as conclusões adequadas. Na ilustração, tal como a
carroça, o carro a motor é um meio de transporte que necessita de um
condutor. Este, tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de bom
senso e de boa técnica para desempenhar adequadamente seu papel.

217
atemploCisA

Aplicação das regras acima a exemplos:

a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e relevantes, não


imaginários ou insignificantes.

Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao comprar suas roupas,
logo, terá bom gosto ao comprar as roupas de sua filha.

Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e perfume francês e é um


bom advogado; Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês; logo,
deve ser um bom advogado.

b) O número de aspectos semelhantes entre uma situação e outra deve ser


significativo.

Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera, com clima ameno e tem
água; em Marte, tal como na Terra, houve atmosfera, clima ameno e água; na
Terra existe vida, logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum
tipo de vida.

Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por noite e foi um gênio
inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas por noite e, por isso, também serei
um gênio inventor.

c) Não devem existir divergências marcantes na comparação.

Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por ocasião de


tormentas e tempestades; a pescaria marinha não está tendo sucesso porque
troveja muito.

Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salário mínimo vivem


bem; a maioria dos operários brasileiros, tal como os operários suíços,

218
atemploCisA

também recebe um salário mínimo; logo, a maioria dos operários brasileiros


também vive bem, como os suíços.

Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta considerar a forma de


raciocínio, é muito importante que se avalie o seu conteúdo. Por isso, esse
tipo de raciocínio não é admitido pela lógica formal. Se as premissas forem
verdadeiras, a conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente, isto
caso cumpram-se as exigências acima.

Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral do raciocínio


analógico, não existem regras claras e precisas que, uma vez observadas,
levariam a uma conclusão necessariamente válida.

O esquema básico do raciocínio analógico é:

A é N, L, Y, X;

B, tal como A, é N, L, Y, X;

A é, também, Z

logo, B, tal como A, é também Z.

Argumento Válido
Dizemos que um argumento é válido ou ainda que ele é legítimo ou bem
construído quando a sua conclusão é uma conseqüência obrigatória do seu
conjunto de premissas. Posto de outra forma: quando um argumento é válido,
a verdade das premissas deve garantir a verdade da conclusão do argumento.
Isto significa que jamais poderemos chegar a uma conclusão falsa quando as
premissas forem verdadeiras e o argumento for válido.

É importante observar que ao discutir a validade de um argumento é


irrelevante o valor de verdade de cada uma das premissas. Em Lógica, o

219
atemploCisA

estudo dos argumentos não leva em conta a verdade ou falsidade das


proposições que compõem os argumentos, mas tão-somente a validade
destes.

Exemplo:
O silogismo:
“Todos os pardais adoram jogar xadrez.
Nenhum enxadrista gosta de óperas.
Portanto, nenhum pardal gosta de óperas.”
está perfeitamente bem construído (veja o diagrama abaixo), sendo, portanto,
um argumento válido, muito embora a verdade das premissas seja
questionável.

Op = Conjunto dos que gostam de óperas


X = Conjunto dos que adoram jogar xadrez
P = Conjunto dos pardais
Pelo diagrama pode-se perceber que nenhum elemento do conjunto P
(pardais) pode pertencer ao
conjunto Op (os que gostam de óperas).

Argumento Inválido

220
atemploCisA

Dizemos que um argumento é inválido, também denominado ilegítimo, mal


construído ou falacioso, quando a verdade das premissas não é suficiente
para garantir a verdade da conclusão.

Exemplo:
O silogismo:
“Todos os alunos do curso passaram.
Maria não é aluna do curso.
Portanto, Maria não passou.”
é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as premissas não
garantem (não obrigam) a verdade da conclusão (veja o diagrama abaixo).
Maria pode Ter passado mesmo sem ser aluna do curso, pois a primeira
premissa não afirmou que somente os alunos do curso haviam passado.

P = Conjunto das pessoas que passaram.


C = Conjunto dos alunos do curso.

Na tabela abaixo, podemos ver um resumo das situações possíveis para um


argumento:

221
atemploCisA

Inferência
Umas vez que haja concordância sobre as premissas, o argumento procede
passo a passo através do processo chamado inferência.
Na inferência, parte-se de uma ou mais proposições aceitas (premissas) para
chegar a outras novas. Se a inferência for válida, a nova proposição também
deve ser aceita. Posteriormente essa proposição poderá ser empregada em
novas inferências.

Assim, inicialmente, apenas podemos inferir algo a partir das premissas do


argumento; ao longo da argumentação, entretanto, o número de afirmações
que podem ser utilizadas aumenta.
Há vários tipos de inferência válidos, mas também alguns inválidos, os quais
serão analisados neste documento. O processo de inferência é comumente
identificado pelas frases "conseqüentemente..." ou "isso implica que...".

Dedução

A dedução é um tipo de raciocínio que parte de uma proposição geral


(referente a todos os elementos de um conjunto) e conclui com uma
proposição particular (referente a parte dos elementos de um conjunto), que
se apresenta como necessária, ou seja, que deriva logicamente das premissas.
Veja dois exemplos:

•Todo metal é dilatado pelo calor. (Premissa maior)


Ora, a prata é um metal. (Premissa menor)

222
atemploCisA

Logo, a prata é dilatada pelo calor. (Conclusão)

•Todo brasileiro é sul-americano. (Premissa maior)


Ora, todo paulista é brasileiro. (Premissa menor)
Logo, todo paulista é sul-americano. (Conclusão)

Assim, a dedução organiza e especifica o conhecimento que já temos. Ela


tem como ponto de partida o plano do inteligível, ou seja, da verdade geral,
já estabelecida.

Sofismas ou falácias
Existem também os raciocínios ou argumentos que são incorretos, e que
visam induzir ao erro. Chamam-se falácia ou sofisma, e, em geral, contêm
falhas no âmbito formal ou material. Eis um exemplo que tem circulado pela
Internet, com outros de igual calibre, para fazer graça:

Toda regra tem exceção.


Isto é uma regra e, portanto, tem exceção.
Logo, nem toda regra tem exceção.

Observe que a premissa maior é um dito popular, baseado no senso comum,


cujo caráter verdadeiro é discutível. É isso o que possibilita extrair a conclusão
paradoxal ou absurda.

Também é um sofisma ou falácia a generalização indevida, isto é, algo que é


correto para um grupo restrito de elementos é generalizado para toda a
espécie. Considere ainda a seguinte proposição: "Todo criminoso merece a ir
para a cadeia". Neste caso, temos uma falácia de falsa premissa, a partir do
momento em que existem penas alternativas, em que se deve verificar a
natureza e a gravidade do crime, etc.

Conclusão

223
atemploCisA

Finalmente se chegará a uma proposição que consiste na conclusão, ou seja,


no que se está tentando provar. Ela é o resultado final do processo de
inferência, e só pode ser classificada como conclusão no contexto de um
argumento em particular.

A conclusão se respalda nas premissas e é inferida a partir delas. Esse é um


processo sutil que merece explicação mais aprofundada.

• Se as premissas são falsas e a inferência é válida, a conclusão pode ser


verdadeira ou falsa. (Linhas 1
e 2.)
• Se as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa, a inferência deve ser
inválida. (Linha 3.)
• Se as premissas são verdadeiras e a inferência é válida, a conclusão deve ser
verdadeira. (Linha 4.)
Então o fato que um argumento é válido não necessariamente significa que
sua conclusão suporta - pode
ter começado de premissas falsas.
Se um argumento é válido, e além disso começou de premissas verdadeiras,
então é chamado de um
argumento sensato. Um argumento sensato deve chegar à uma conclusão
verdadeira.

224
atemploCisA

Exemplo de argumento

A seguir exemplificamos um argumento válido, mas que pode ou não ser


"consistente".
1 - Premissa: Todo evento tem uma causa.
2 - Premissa: O Universo teve um começo.
3 - Premissa: Começar envolve um evento.
4 - Inferência: Isso implica que o começo do Universo envolveu um evento.
5 - Inferência: Logo, o começo do Universo teve uma causa.
6 - Conclusão: O Universo teve uma causa.
A proposição da linha 4 foi inferida das linhas 2 e 3.
A linha 1, então, é usada em conjunto com proposição 4, para inferir uma
nova proposição (linha 5).

O resultado dessa inferência é reafirmado (numa forma levemente


simplificada) como sendo a conclusão.

Questões de Concursos

1 - ESAF - MF - Assistente Técnico - Administrativo


Se Marta é estudante, então Pedro não é professor. Se Pedro não é professor,
então Murilo trabalha. Se Murilo trabalha, então hoje não é domingo. Ora,
hoje é domingo. Logo,
a) Marta não é estudante e Murilo trabalha.

225
atemploCisA

b) Marta não é estudante e Murilo não trabalha.


c) Marta é estudante ou Murilo trabalha.
d) Marta é estudante e Pedro é professor.
e) Murilo trabalha e Pedro é professor.

2 - ESAF - MF - Assistente Técnico - Administrativo


Em uma cidade as seguintes premissas são verdadeiras: Nenhum professor é
rico. Alguns políticos são ricos. Então, pode-se afirmar que:
a) Nenhum professor é político.
b) Alguns professores são políticos.
c) Alguns políticos são professores.
d) Alguns políticos não são professores.
e) Nenhum político é professor.

3 - CESPE - TRE-MS - Técnico Judiciário - Programação de Sistemas


As proposições a seguir são as premissas de um argumento.

Se uma companhia tem grande porte e numerosas ramificações, sua falência


teria um custo intolerável para a sociedade.

Se a falência de uma companhia tem um custo intolerável para a sociedade, o


governo protegê-las-á na iminência ou durante de uma crise séria.

Se o governo protege uma companhia durante uma crise séria, recursos


públicos são usados em benefício de um ente privado.

Assinale a opção correspondente à conclusão que, juntamente com as


premissas acima, constituem um argumento válido.

226
atemploCisA

a) Se uma companhia tem grande porte e numerosas ramificações, então


recursos públicos são usados em benefício de um ente privado.
b) Se a falência de uma companhia tem um custo intolerável para a
sociedade, então recursos públicos são usados em benefício de um entre
privado.
c) Se uma companhia entrar em falência, então a sociedade arcará com um
custo intolerável.
d) Se o governo protege uma companhia na iminência de uma crise séria,
então recursos públicos são usados em benefício de um ente privado.
e) Se ocorre uma crise séria em uma companhia, então recursos públicos são
usados em benefício de um ente privado.

GABARITO
1-B 2-D 3-A

Sequências

Geralmente quando queremos determinar certos elementos de um conjunto,


ordenamos esses elementos seguindo um determinado padrão. Dizemos que
esse conjunto corresponde a uma sequência ou sucessão.
Elementos de uma sequência podem ser de vários tipos, veja:

227
atemploCisA

•Anos em que aconteceram os jogos Pan Americanos no período de


1991 a 2007: (1991, 1995, 1999, 2003, 2007, 2011)
•Sequência dos números primos: (2, 3, 5, 7, 11, 13, ...)
Cada um desses elementos dos conjuntos que chamamos de sequência ou
sucessões é denominado termo.
De um modo geral , a representação dos termos de uma sequência é dada
por uma letra e um índice que indica a posição do termo na sequência.
O primeiro termo da sequência, por exemplo, pode aparecer indicado como
A1, O segundo termo por A2, o terceiro termo por A3 e assim
sucessivamente. Além dessas definições de sequências indicamos também o
n-ésimo termo conhecido também pela notação definida An. O elemento An
(termo geral) pode representar qualquer termo da sequência assim quando
formos nos referir por exemplo ao 15° termo da sequência, basta indicarmos
por An=A15.
Indicamos também por An qualquer elemento que queremos tomar, pois An
é conhecido principalmente por ser um termo de ordem n. A representação
de uma sequência dada por definição é : (A1, A2, A3, A4, ..., An).
Se uma sequência qualquer possui o último termo dizemos que ela é uma
sequência finita. Se essa sequência não possui o último termo, dizemos que é
infinita. Veja os exemplos a seguir:
Sequência finitas
Números primos entre 2 e 29 (2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29); Posição relativa
de times de futebol da primeira divisão do futebol brasileiro (1°, 2°, 3°, 4°,
5°, ..., 20°).
Sequências infinitas
Números naturais (0, 1, 2, 3, 4, 5, ...); O conjunto entre todos os números
primos (2, 3, 5, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, ...); O conjunto de todos os
números pares (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, ...).

Resumindo: Sequência é todo conjunto de elementos numéricos ou não que


são colocados em uma certa ordem.

Sequências Numéricas

228
atemploCisA

É o conjunto de números reais dispostos em certa ordem.


As sequências numéricas podem ser finitas, quando é possível “contar” os
seus elementos, ou infinitas, quanto não é possível “contar” os seus
elementos. Visualize, nos dois casos, as representações matemáticas.
•Sequência finita: (a1, a2, a3, ..., an)
•Sequência infinita: (a1, a2, a3, ..., an,...)
Leitura dos termos acima:
•a1 → a índice 1 (primeiro termo)
•a2 → a índice 2 (segundo termo)
•a3 → a índice 3 (terceiro termo)
•an → a índice n (enésimo termo)
Veja exemplos de sequências finitas e infinitas:
•Sequência finita: (5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19)
•Sequência infinita (3, 5, 7, 11, 13, 17,...)

Exemplos
•Dada a sequência definida por an = 4n – 1, com n Є N*, calcule:
a) a3 – a1
Lembre-se de que o domínio desta sequência é N* (naturais não nulos),
sendo assim, o primeiro termo (a1) é 1.
•Para n = 1, temos: a1 = 4x1 – 1 = 3
•Para n = 3, temos: a3 = 4x3 – 1 = 11
•a3 – a1 = 11 – 3 = 8
b) (a5)2 + (a6)2
Mais uma vez considerando que o conjunto domínio é N*, temos:
•Para n = 5, temos: a5 = 4x5 – 1 = 19
•Para n = 6, temos: a6 = 4x6 – 1 = 23
•192 + 232 = 890
•Escreva os quatro primeiros termos das sequências dadas pelos termos
gerais, sendo n Є N*.
a) an = 3n – 1

229
atemploCisA

•Para n = 1, temos: a1 = 3x1 – 1 = 2


•Para n = 2, temos: a2 = 3x2 – 1 = 5
•Para n = 3, temos: a3 = 3x3 – 1 = 8
•Para n = 4, temos: a4 = 3x4 – 1 = 11
Conclusão: (2, 5, 8, 11)
b) an = 2n - 1
•Para n = 1, temos: a1 = 21 – 1 = 1
•Para n = 2, temos: a2 = 22 – 1 = 2
•Para n = 3, temos: a3 = 23 – 1 = 4
•Para n = 4, temos: a4 = 24 – 1 = 8
Conclusão: (1, 2, 4, 8)

Sequência Aritmética
Observe as sequências abaixo:
(2, 5, 8, 11, 14)
•5 = 2 + 3
•8 = 5 + 3
•11 = 8 + 3
•14 = 11 + 3
O número 3 representa a razão da sequência aritmética (2, 5, 8, 11, 14). Nela,
o segundo termo é formado a partir da soma do primeiro mais a razão; o
terceiro, a partir do segundo mais a razão; o quarto, a partir do terceiro mais
a razão e o quinto, a partir do quarto mais a razão, o que ilustra a definição
por mim exposta anteriormente.
(10, 6, 2, -2, -6)
•6 = 10 – 4
•2 = 6 – 4
•- 2 = 2 – 4
•- 6 = - 2 – 4

230
atemploCisA

Na sequência (10, 6, 2, -2, -6) o número – 4 representa a sua razão. Desta


forma, cada termo a partir do segundo, é formado pela soma de seu
antecessor com a razão – 4.
Em todas as sequências numéricas que obedecerem a esta regra (antecessor
mais razão forma o termo sucessor) temos uma sequência aritmética.
Veja a representação matemática, em termos gerais, de uma P.A.
(a1, a2, a3, a4,............. an, an + 1, ...)
Sendo assim temos que an + 1 = an + r (∀n ∈ N*, isto é, para todo n
pertencente ao conjunto dos números naturais não nulos)
Das representações anteriores, ainda podemos concluir que:
a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3 = ... = an + 1 – an = r
Classificando uma Sequência Aritmética
Podem ser classificadas como crescente, decrescente ou constante.
Crescente: quando a razão é maior que zero (r > 0);
Ex.: (1, 5, 9, 13, 17) → r = 4 > 0
Decrescente: quando a razão é menor que zero (r < 0);
Ex.: (7, 4, 1, -2, -5) → r = - 3 < 0
Constante: quando a razão é igual à zero (r = 0)
Ex.: (3, 3, 3, 3, 3) → r = 0

Termo geral

•a1 = a1 + 0r
•a2 = a1 + 1r
•a3 = a2 + r = a1 + 2r
•a4 = a3 + r = a1 + 3r
•....
•an = an – 1 + r = a1 + (n – 1) r ® an = a1 + (n – 1) r
Em que: a1 é o primeiro termo;
n é o número de termos;
an é o enésimo termo: termo geral.

231
atemploCisA

Exemplos:
I- Escreva uma P.A. de cinco termos onde o 1º termo (a1) é 10 e a razão é 3.
Resolução:
r=3
•a1 = 10
•a2 = 10 + 3 = 13
•a3 = 13 + 3 = 16
•a4 = 16 + 3 = 19
•a5 = 19 + 3 = 22
(10, 13, 16, 19, 22)
II- Determine o valor de x, tal que os números x2, (x + 2)2 e (x + 3)2 formem,
nessa ordem, uma P.A.
Resolução:
Lembremos que a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3....
•(x + 2)2 – x2 = (x + 3)2 – (x + 2)2 → devemos, inicialmente,
desenvolver os produtos notáveis.
•x2 + 4x + 4 – x2 = [x2 + 6x + 9] – [x2 + 4x + 4] → podemos “eliminar”
os dois primeiros x2 e, em seguida, eliminar os colchetes, operando com
os sinais anteriores a eles
•4x + 4 = x2 + 6x + 9 – x2 – 4x – 4 → “eliminaremos” os dois últimos x2,
bem como adicionaremos os termos semelhantes.
•4x + 4 = 2x + 5 → adicionaremos – 2x e – 4 aos dois membros e
•2x = 1 → dividiremos ambos os termos por 2.
•x = ½

III- Determine o 5º termo da P.A. (- 5, 2, ...)


r = 2 – (- 5) = 7
•a1 = - 5
•a5 = a1 + 4r
•a5 = - 5 + 4x7
•a5 = - 5 + 28 = 23

232
atemploCisA

•a5 = 23

Progressão Aritmética - PA

Denomina-se progressão aritmética (PA) a sequência em que cada termo, a


partir do segundo, é obtido adicionando-se uma constante r ao termo
anterior. Essa constante r chama-se razão da progressão aritmética.

A sequência (2,7,12,17) é uma progressão aritmética finita de razão 5 pois:


a1 = 2
a2 = 2+5 = 7
a3 = 7 +5 = 12
a4 = 12 + 5= 17
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo com o valor da
razão r.
Se r > 0, então a PA é crescente.
Se r = 0, então a PA é constante.
Se r < 0, a PA é decrescente

Termo geral da PA
A partir da definição, podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an )
da seguinte forma:
a1 = a1
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r

233
atemploCisA

O termo an geral de uma PA é dado, portanto, pela fórmula:


an = a1+(n-1)r

Propriedades de uma PA
Em uma PA qualquer, de n termos e razão r, podemos observar as seguintes
propriedades:
- Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média aritmética entre
o anterior e o posterior.

Observe a propriedade na PA (2,5,8,11)

- A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos


extremos.

Na PA (1,3,5,7,9,11,13,15,17,19,21,23), temos:
3+21 = 1+23 = 24
5+19 = 1+23 = 24
7+17 = 1+23 = 24
9+15 = 1+23 = 24
11+13 = 1+23 = 24

Se ocorrer que uma PA tenha número de termos ímpar, existirá um termo


central que será a média aritmética dos extremos desta PA.
Veja por exemplo que na PA (1,4,7,10,13,16,19) tem 7 termos e que o termo
central é 10 logo:

234
atemploCisA

Soma dos termos de uma PA finita


É dada pela fórmula:

Veja alguns exemplos:

Sabendo que o 1º termo de uma PA é igual a 2 e que a razão equivale a 5,


determine o valor do 18º termo dessa sequência numérica.
a18 = 2 + (18 – 1) * 5
a18 = 2 + 17 * 5
a18 = 2 + 85
a18 = 87

UFBA - Um relógio que bate de hora em hora o número de vezes


correspondente a cada hora, baterá , de zero às 12 horas x vezes. Calcule o
dobro da terça parte de x.

Teremos que:
0 hora o relógio baterá 12 vezes. (Você não acha que bateria 0 vezes, não é?).
1 hora o relógio baterá 1 vez
2 horas o relógio baterá 2 vezes
3 horas o relógio baterá 3 vezes
....................................................
....................................................
12 horas o relógio baterá 12 vezes.
Logo, teremos a seguinte sequência:
(12, 1, 2, 3, 4, 5, ... , 12)

235
atemploCisA

A partir do segundo termo da sequência acima, temos uma PA de 12 termos,


cujo primeiro termo é igual a 1, a razão é 1 e o último termo é 12.
Portanto, a soma dos termos desta PA será:
S = (1 + 12).(12/2) = 13.6 = 78
A soma procurada será igual ao resultado anterior (a PA em vermelho acima)
mais as 12 batidas da zero hora. Logo, o número x será igual a x = 78 + 12 =
90.
Logo, o dobro da terça parte de x será: 2. (90/3) = 2.30 = 60, que é a resposta
do problema proposto.

Progressão Geométrica - PG

Podemos definir progressão geométrica, ou simplesmente P.G., como uma


sucessão de números reais obtida, com exceção do primeiro, multiplicando o
número anterior por uma quantidade fixa q, chamada razão.
Podemos calcular a razão da progressão, caso ela não esteja suficientemente
evidente, dividindo entre si dois termos consecutivos.
Por exemplo, na sucessão (1, 2, 4, 8,...), q = 2.

Cálculos do termo geral


Numa progressão geométrica de razão q, os termos são obtidos, por
definição, a partir do primeiro, da seguinte maneira:

a1 a2 a3 ... a20 ... an ...


a1xq1 a1xqn-
a1 a1xq a1xq2 ... ...
9 1

Assim, podemos deduzir a seguinte expressão do termo geral, também


chamado enésimo termo, para qualquer progressão geométrica.

an = a1 x qn-1

236
atemploCisA

Portanto, se por exemplo, a1 = 2 e q = 1/2, então:

an = 2 x (1/2)n-1

Se quisermos calcular o valor do termo para n = 5, substituindo-o na


fórmula, obtemos:

a5 = 2 x (1/2)5-1 = 2 x (1/2)4 = 1/8

A semelhança entre as progressões aritméticas e as geométricas é


aparentemente grande. Porém, encontramos a primeira diferença substancial
no momento de sua definição. Enquanto as progressões aritméticas formam-
se somando-se uma mesma quantidade de forma repetida, nas progressões
geométricas os termos são gerados pela multiplicação, também repetida, por
um mesmo número. As diferenças não param aí.

Observe que, quando uma progressão aritmética tem a razão positiva, isto é, r
> 0, cada termo seu é maior que o anterior. Portanto, trata-se de uma
progressão crescente. Ao contrário, se tivermos uma progressão aritmética
com razão negativa, r < 0, seu comportamento será decrescente.

Observe, também, a rapidez com que a progressão cresce ou diminui. Isto é


conseqüência direta do valor absoluto da razão, |r|. Assim, quanto maior for r,
em valor absoluto, maior será a velocidade de crescimento e vice-versa.

Soma dos n primeiros termos de uma PG


Seja a PG (a1, a2, a3, a4, ... , an , ...) . Para o cálculo da soma dos n primeiros
termos Sn, vamos considerar o que segue:

Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + ... + an-1 + an

Multiplicando ambos os membros pela razão q vem:


Sn.q = a1 . q + a2 .q + .... + an-1 . q + an .q

237
atemploCisA

Conforme a definição de PG, podemos reescrever a expressão como:


Sn . q = a2 + a3 + ... + an + an . q

Observe que a2 + a3 + ... + an é igual a Sn - a1 . Logo, substituindo, vem:


Sn . q = Sn - a1 + an . q

Daí, simplificando convenientemente, chegaremos à seguinte fórmula da


soma:

Se substituirmos an = a1 . qn-1 , obteremos uma nova apresentação para a


fórmula da soma, ou seja:

Exemplo:
Calcule a soma dos 10 primeiros termos da PG (1,2,4,8,...)
Temos:

Observe que neste caso a1 = 1.

Soma dos termos de uma PG decrescente e ilimitada


Considere uma PG ILIMITADA ( infinitos termos) e decrescente. Nestas
condições, podemos considerar que no limite teremos an = 0. Substituindo
na fórmula anterior, encontraremos:

238
atemploCisA

Exemplo:
Resolva a equação: x + x/2 + x/4 + x/8 + x/16 + ... =100
O primeiro membro é uma PG de primeiro termo x e razão 1/2. Logo,
substituindo na fórmula, vem:

Dessa equação encontramos como resposta x = 50.

Análise combinatória

O estudo da análise combinatória nos permite descobrir quais são as


diferentes possibilidades de uma combinação de variáveis.

A explicação dessa matéria é muito mais fácil quando utilizamos exemplos.

Então, supondo que um restaurante "À la carte" tenha disponível 2 tipos de


bifes, 2 tipos de arroz, 2 tipos de feijão e 3 tipos de bebidas.

O dono do restaurante queira servir pratos contendo 1 elemento de cada tipo


de comida.

Nomeando os tipos de comida da forma "bife 1, arroz 1, arroz 2 ... bebida 1,


bebida 2, etc", montamos o esquema:

239
atemploCisA

240
atemploCisA

Se formos seguir os caminhos descritos pelas linhas, encontraremos 24


caminhos, que são o total de possibilidades de pratos diferentes. Perceba que
quanto mais opções de comidas, maior e mais complexo fica o esquema.
Então, imagine como seria descobrir as possibilidades das placas de carro no
sistema brasileiro? (três letras, 4 algarismos).
Podemos calcular de forma diferente.
Basta multiplicar todas as opções de comida disponíveis: 2 . 2 . 2 . 3 = 24

Probabilidade

Inicialmente para falarmos sobre probabilidade devemos definir o que é um


evento aleatório.

241
atemploCisA

Evento aleatório é aquele que pode ser reexecutado várias vezes, sempre nas
mesmas condições, e se obtém resultados diferentes, que estão previstos
dentro dos possíveis resultados para este experimento, isto ocorre devido ao
acaso, não podemos ter a certeza do resultado de cada um destes eventos.
Exemplo:
I) Lançar uma moeda para cima e observar a face que ficará virada para cima
após a queda.
II) Escolhermos um aluno dentre os 30 alunos de uma classe.

Espaço Amostral
Ao lançarmos uma moeda não sabemos qual será a face que ficará para cima,
no entanto podemos afirmar com toda certeza que ou será cara, ou
será coroa, pois uma moeda só possui estas duas faces. Neste exemplo, ao
conjunto { cara, coroa } damos o nome de espaço amostral, pois ele é o
conjunto de todos os resultados possíveis de ocorrer neste experimento.
Representamos um espaço amostral, ou espaço amostral universal como
também é chamado, pela letra S. No caso da moeda representamos o
seu espaço amostral por:
S = { cara, coroa }
Se novamente ao invés de uma moeda, o objeto a ser lançado for um dado,
o espaço amostral será:
S = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }

Evento
Quando lançamos um dado ou uma moeda, chamamos a ocorrência deste
fato de evento. Qualquer subconjunto de um espaço amostral é um evento.
Em relação ao espaço amostral do lançamento de um dado, veja o conjunto a
seguir:
A = { 2, 3, 5 }

242
atemploCisA

Classificação de Eventos
Podemos classificar os eventos por vários tipos.
Vejamos alguns deles:

Evento Simples
Classificamos assim os eventos que são formados por um único elemento do
espaço amostral.
A = { 5 } é a representação de um evento simples do lançamento de um dado
cuja face para cima é divisível por 5. Nenhuma das outras possibilidades
são divisíveis por 5.

Evento Certo
Ao lançarmos um dado é certo que a face que ficará para cima, terá
um número divisor de 720. Este é um evento certo,
pois 720 = 6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1, obviamente qualquer um dos números da
face de um dado é um divisor de720, pois 720 é o produto de todos eles.
O conjunto A = { 2, 3, 5, 6, 4, 1 } representa um evento certo pois ele possui
todos os elementos do espaço amostral S = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }.

Evento União
Seja A = { 1, 3 } o evento de ocorrência da face superior no lançamento de um
dado, ímpar e menor ou igual a 3 e B = { 3, 5 }, o evento de ocorrência da face
superior, ímpar e maior ou igual a 3, então C = { 1, 3, 5 } representa o evento

243
atemploCisA

de ocorrência da face superior ímpar, que é a união dos conjuntos A e B, ou


seja
Note que o evento C contém todos os elementos de A e B.

Evento Intersecção
Seja A = { 2, 4 } o evento de ocorrência da face superior no lançamento de um
dado, par e menor ou igual a 4 e B = { 4, 6 }, o evento de ocorrência da face
superior, par e maior ou igual a 4, então C = { 4 } representa o evento de
ocorrência da face superior par, que é a intersecção dos conjuntos A e B, ou
seja, .
Veja que o evento C contém apenas os elementos comuns a A e B.

Eventos Mutuamente exclusivos


Seja A = { 1, 2, 3, 6 } o evento de ocorrência da face superior no lançamento
de um dado, um número divisor de 6 e B = { 5 }, o evento de ocorrência da
face superior, um divisor de 5, os eventos A e B são mutuamente exclusivos,
pois , isto é, os eventos não possuem elementos em comum.

Evento Complementar
Seja A = { 1, 3, 5 } o evento de ocorrência da face superior no lançamento de
um dado, um número ímpar, o seu evento complementar é A = { 2, 4, 6 } o
evento de ocorrência da face superior no lançamento de um dado, um
número par.
Os elementos de A são todos os elementos do espaço amostral S que não
estão contidos em A, então temos que A = S - A e ainda que S = A + A.

Probabilidade de Ocorrência de um Evento


Os três irmãos Pedro, João e Luís foram brincar na rua. Supondo-se que as
condições de retorno para casa são as mesmas para cada um deles, qual é a
probabilidade de Luís voltar para casa primeiro?
Como 3 é o número total de irmãos, então Luís tem 1 chance em 3 de voltar
para casa primeiro, por isto a probabilidade de Luís voltar para casa antes dos
seus irmãos é igual a 1/3.

244
atemploCisA

Definição
A probabilidade de um evento ocorrer (Luís voltar para casa primeiro)
considerando-se um espaço amostral (Pedro, João e Luís) é igual
a razão do número de elementos do evento (1, apenas Luís) para o número
de elementos do espaço amostral (3, o número de irmãos que foram brincar
na rua), desde que espaço o amostral seja um conjunto equiprovável, ou seja,
todos os seus elementos tenham a mesma possibilidade de ocorrer (as
condições de retorno para casa são as mesmas para os três irmãos).
Sendo E um evento, n(E) o seu número de elementos, S o espaço amostral
não vazio e n(S) a quantidade de elementos do mesmo, temos que a
probabilidade de E ocorrer é igual a:

, sendo n(S)≠0.
A probabilidade é um número entre zero e um, inclusive, o que significa que
no mínimo não a nenhuma hipótese do evento acontecer e no máximo o
evento sempre ocorrerá:
0 ≤ P(E) ≤ 1
Normalmente representamos probabilidades através de frações, mas também
podemos representá-las por números decimais, ou até mesmo por
porcentagens.

Confira alguns exemplos:

Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 vermelhas e 20 azuis. Se sortearmos 2


bolas, 1 de cada vez e repondo a sorteada na urna, qual será a probabilidade
de a primeira ser vermelha e a segunda ser azul?
Resolução:
Como os eventos são independentes, a probabilidade de sair vermelha na
primeira retirada e azul na segunda retirada é igual ao produto das
probabilidades de cada condição, ou seja, P(A e B) = P(A).P(B). Ora, a
probabilidade de sair vermelha na primeira retirada é 10/30 e a de sair azul na
segunda retirada 20/30. Daí, usando a regra do produto, temos:
10/30.20/30=2/9.

245
atemploCisA

Observe que na segunda retirada forma consideradas todas as bolas, pois


houve reposição. Assim, P(B/A) =P(B), porque o fato de sair bola vermelha na
primeira retirada não influenciou a segunda retirada, já que ela foi reposta na
urna.

Se dois dados, azul e branco, forem lançados, qual a probabilidade de sair 5


no azul e 3 no branco?
Considerando os eventos:
A: Tirar 5 no dado azul e P(A) = 1/6
B: Tirar 3 no dado branco e P(B) = 1/6
Sendo S o espaço amostral de todos os possíveis resultados, temos:
n(S) = 6.6 = 36 possibilidades. Daí, temos: P(A ou B) = 1/6 + 1/6 – 1/36 =
11/36

Se retirarmos aleatoriamente uma carta de baralho com 52 cartas, qual a


probabilidade de ser um 8 ou um Rei?
Sendo S o espaço amostral de todos os resultados possíveis, temos: n(S) = 52
cartas. Considere os eventos:
A: sair 8 e P(A) = 4/52
B: sair um rei e P(B) = 4/52
Assim, P(A ou B) = 4/52 + 4/52 – 0 = 8/52 = 2/13. Note que P(A e B) = 0, pois
uma carta não pode ser 8 e rei ao mesmo tempo. Quando isso ocorre
dizemos que os eventos A e B são mutuamente exclusivos.

Questões de Concursos

1 - CESGRANRIO - 2014 - Petrobras

246
atemploCisA

João retirou de um baralho as 7 cartas de copas numeradas de 2 a 8 e as


colocou dentro de um saco plástico opaco. Em seguida, pediu a seu amigo
Augusto que retirasse de dentro desse saco, sem olhar, duas cartas.

Qual é a probabilidade de que a soma dos números escritos nas cartas


retiradas por Augusto seja maior do que 10?
• a) 3
7
• b) 4
7
• c) 13
21
• d) 12
49
• e) 24
49

2 - CESGRANRIO - 2014 - CEFET-RJ


O elevador de um condomínio passará por três serviços de manutenção no
semestre que vem. Apenas duas empresas prestam tais serviços: a empresa A
e a empresa B. Na ocasião da realização de cada um dos serviços, o
condomínio escolherá qual das duas empresas irá realizá-lo. Sabe-se que a
probabilidade de a empresa A ser escolhida para realizar um serviço é quatro
vezes maior do que a probabilidade de a empresa B ser escolhida para
realizar o mesmo serviço.
A probabilidade de todos os três serviços de manutenção, previstos para o
semestre que vem, serem realizados por uma mesma empresa é
• a) 25%
• b) 50%
• c) 52%
• d) 66%
• e) 75%

247
atemploCisA

3 - CESGRANRIO - 2013 - BNDES - Técnico Administrativo


João e Maria estão enfrentando dificuldades em algumas disciplinas do
1o ano do Ensino Médio. A probabilidade de João ser reprovado é de 20%, e
a de Maria é de 40%.
Considerando-se que João e Maria são independentes, qual é a probabilidade
de que um ou outro seja reprovado?
• a) 0
• b) 0,2
• c) 0,4
• d) 0,52
• e) 0,6

GABARITO
1-A 2-C 3-D

Porcentagem

A porcentagem serve para representar de uma maneira prática o "quanto" de


um "todo" se está referenciando.
Por exemplo, se temos 100 caixas, sendo que 40 delas estão cheias de areia,
dizemos que 40% ("40 partes de 100", ou seja, 40 partes de 100 caixas, logo
são 40 caixas) estão cheias, e que as restantes estão vazias (60 caixas, ou 60%
nesse caso).
O cálculo de porcentagem é bastante simples. Normalmente se usa a regra de
três simples e direta.
Se tivéssemos 200 caixas, e 50 delas estivessem com areia, qual seria a
porcentagem de caixas vazias?

248
atemploCisA

Fazendo a subtração, descobrimos que 150 estão vazias. Aplicando a regra de


três para descobrir a porcentagem:
200 -> 100%
150 -> x
200x = 15000
2x = 150
x = 75
x = 75%
Ou seja, 75% das caixas estão vazias (que representam 150 caixas)

É importante lembrar que 1% é igual á 1/100


Por exemplo:

Digamos que a população de uma cidade A cresceu de 100 mil para 125 mil
em dez anos. Sabemos também que no mesmo período, a população da
cidade B passou de 40 mil para 50 mil habitantes. Qual das cidades teve um
aumento populacional maior?
Aumento populacional da cidade A em porcentagem:

Aumento populacional da cidade B em porcentagem:

249
atemploCisA

Segundos os cálculos realizados acima, percebemos que embora a população


da cidade A seja muito maior que a outra, o aumento percentual das duas
populações foi o mesmo.
Veja também que a razão da população atual para a população de 10 anos
atrás, de ambas as cidades é a mesma, uma outra prova de que o crescimento
foi proporcionalmente o mesmo:
125000 : 100000 = 50000 : 40000 = 1,25

É possível que em alguns concursos você encontre problemas do tipo:


(30%)2 = (30/100)2 = 0,32 = 0,09 = 9/100 = 9%
10050% = 10050/100 = 1000,5 = 10

Responda

1 - ESAF - 2002 - TJ-CE - Auxiliar Judiciário

Quatro pessoas têm direito à participação de 20% na renda de um evento,


sendo que a primeira pessoa tem direito ao dobro de participação de cada
uma das outras três, que têm a mesma participação. Qual é a participação da
primeira pessoa na renda do evento?
• a) 2%
• b) 4%
• c) 5%
• d) 6%
• e) 8%

GABARITO

250
atemploCisA

1-E

Regra de três simples

Quando, em uma relação entre duas grandezas, conhecemos três valores de


um problema e desconhecemos apenas um, poderemos chegar a sua solução
utilizando os princípios da regra de três simples. Para isso, basta que
multipliquemos os meios entre si e os extremos também entre si.
Acompanhe:

Exemplo: os números 6 e 10 são diretamente proporcionais a 12 e x


respectivamente. Nessas condições, vamos encontrar o valor de x que torne
essa afirmação verdadeira.

Vamos à solução dos problemas (1) e (2) propostos no início deste


trabalho.
(1) Um quilo de farinha de trigo é suficiente para fazer 12 pães. De
quanta farinha necessito para fazer 18 pães?
● Vamos chamar o valor desconhecido de x e montar uma tabela contendo
os valores.

251
atemploCisA

Inicialmente teremos que analisar se as grandezas quantidade de farinha de


trigo e número de pães são inversa ou diretamente proporcionais.
•Se duplicarmos a quantidade de farinha de trigo, a quantidade de pães
também duplicará. Se triplicarmos a farinha, os pães também serão
triplicados, e assim por diante. Sendo assim, somos levados a concluir
que essas duas grandezas são diretamente proporcionais;
•Sabendo dessa informação, basta escrevermos a proporção de acordo
com o quadro acima e partir para sua solução;
•As flechas no mesmo sentido indicam que as grandezas são
diretamente proporcionais.

Conclusão: para fazer 18 pães precisaremos de 1,5 kg de farinha de trigo.


(2) Quatro pedreiros constroem uma pequena casa em 90 dias. Dois
pedreiros construirão a mesma casa em quanto tempo?
● Vamos chamar o valor desconhecido de x e montar uma tabela contendo
os valores.

252
atemploCisA

Como no caso anterior, teremos que analisar se as grandezas quantidade de


pedreiros e dias gastos na construção são inversa ou diretamente
proporcionais.

•Se aumentarmos o número de pedreiros, a duração da obra será


reduzida, portanto, essas grandezas são inversamente proporcionais;
•Sabendo dessa informação, basta escrevermos a proporção de acordo
com o quadro acima e partir para sua solução;
•Como as grandezas são inversamente proporcionais, devemos inverter
uma das frações;
•As setas contrárias indicam que as grandezas são inversamente
proporcionais.

Conclusão: se reduzirmos o número de pedreiro a dois, teremos a obra


concluída em 180 dias.

Regra de Três Composta

Quando trabalhamos com três grandezas, direta ou inversamente


proporcionais e, num determinado problema, existem seis valores, dos quais
cinco são conhecidos e apenas um desconhecido, pode-se encontrar o valor
da incógnita através da regra de três composta.
Vamos à solução dos problemas (3) e (4) propostos no início deste
trabalho.

253
atemploCisA

(3) Se 8 homens levam 12 dias montando 16 máquinas, então, nas mesmas


condições, 15 homens levarão quantos dias para montar 50 máquinas?
● Vamos chamar o valor desconhecido de x e montar uma tabela contendo os
valores:

Analisemos as grandezas a fim de saber se são direta ou inversamente


proporcionais entre si.
•Fixando a grandeza quantidade de homens, vamos relacionar as
grandezas tempo de montagem com número de máquinas. Se
dobrarmos o tempo de montagem, dobraremos o número de
máquinas. Logo, essas duas grandezas são diretamente proporcionais.
•Fixando a grandeza número de máquinas, vamos relacionar as
grandezas quantidade de homens com tempo de montagem. Se
dobrarmos o número de homens, teremos reduzido à metade o tempo
de montagem. Logo, essas duas grandezas são inversamente
proporcionais.
•Sabendo dessas informações, basta escrevermos a proporção de
acordo com a tabela acima;
•Como temos grandezas inversamente proporcionais, devemos inverter
uma das frações;

254
atemploCisA

Conclusão: Com 15 homens, serão construídas 50 máquinas em 20 dias.

(4) Trabalhando 6 dias, 5 operários produzem 400 peças. Quantas peças


desse mesmo tipo serão produzidas por 7 operários em 9 dias de trabalho?
● Chamaremos o valor desconhecido de x:

Vamos fazer a análise dos dados contidos na tabela acima.


•Fixando a grandeza dias de trabalho, vamos relacionar as
grandezas número de operários com quantidade de peças. Ao dobrarmos
o número de operários, dobraremos também o número de peças
fabricadas. Dessa forma, essas duas grandezas são diretamente
proporcionais;
•Fixando a grandeza número de operários e relacionando as
grandezas dias de trabalho com quantidade de peças, temos: ao
dobrarmos o número de dias de trabalho, dobraremos também a
quantidade de peças produzidas, ou seja, estas grandezas também são
diretamente proporcionais;
•Portando esses dados, deveremos escrever a devida proporção de
acordo com a tabela acima;
•Como temos grandezas diretamente proporcionais, manteremos as
frações em suas formas originais.

Conclusão: com 7 operários, em 9 dias serão produzidas 840 peças.

255
atemploCisA

Razão

O conceito de razão é a forma mais comum e prática de fazer a comparação


relativa entre duas grandezas. Ao dividir uma grandeza por outra, estamos
comparando a primeira com a segunda, que passa a ser a base da
comparação. Por exemplo, se a área de um retângulo mede 300 cm² e a área
de um outro retângulo mede 210 cm², ao fazermos a razão das áreas, temos:

Estamos calculando o quanto a área menor representa da maior. Em outras


palavras, a área menor representa 0,7, ou 70%, da área maior. Isso é uma
comparação muito significativa e fácil de ser feita.

Dados dois números reais a e b, com b diferente de zero, chamamos de razão


entre a e b ao quociente

Observe que k é um número real. O numerador a chamamos de antecedente,


e o denominador b chamamos de consequente dessa razão (lê-se “a está para
b”). A razão k indica o valor do número a quando comparado ao número b,
tomando-o como unidade.
Exemplo

256
atemploCisA

Uma escola tem 1200 m² de área construída e 3000 m² de área livre. A razão
da área construída para a área livre é:
a) 6/5
b) 3/5
c) 4/5
d) 1/10
e) 2/5

Solução: razão =

Isso significa que a área construída representa =0,4,ou 40%, da área livre.

Responda

1 - VUNESP - 2015 - Prefeitura de Caieiras - SP - Auxiliar Administrativo

Em uma reunião havia 80 pessoas, e a razão entre o número de homens e o


número de mulheres era 2/3. Se após certo tempo, 3 homens e 1 mulher
chegaram à reunião, então a razão entre o número de homens e o número de
mulheres que estavam presentes, nessa reunião, era
• a) 2/9
• b) 3/7
• c) 4/9
• d) 5/7
• e) 7/9

257
atemploCisA

2 - VUNESP - 2012 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário

Observe a sequência de quadrados, em que a medida do lado de cada


quadrado, a partir do segundo, é igual à metade da medida do lado do
quadrado imediatamente anterior.

Nessas condições, é correto afirmar que a razão entre a área do 3.º quadrado
e a área do 2.º quadrado, nessa ordem, é

• a) 1⁄4
• b) 1⁄12
• c) 1⁄10
• d) 1⁄8
• e) 1⁄2

GABARITO
1-D 2-A

Proporção

Chamamos de proporção a igualdade de duas razões.

258
atemploCisA

onde a1, a2, b1, b2 são números reais com b1 e b2 diferentes de zero.

O número k é o que chamamos de constante da proporção (Lê-se “a1 está


para b1 assim como a2 está para b2).

O antecedente da primeira razão (a1) e o consequente da segunda (b2) são


chamados de extremos, enquanto o consequente da primeira razão (b1) e o
antecedente da segunda razão (a2) são chamados de meios.

Os nomes são sugestivos quando consideramos a segunda forma de


expressar a proporção

Propriedades das proporções


1. Numa proporção o produto dos meios é igual ao produto dos
extremos: .

2. Uma proporção não se altera ao alternarmos os seus meios, ou os seus


extremos:

Nesse caso, toda vez que trocarmos os termos teremos uma nova proporção.
3. Numa proporção, a soma (ou diferença) dos antecedentes está para a soma
(ou diferença) dos consequentes assim como cada antecedente está para seu
respectivo consequente:

Nesse caso o resultado da soma ou da diferença é um número proporcional


às razões dadas.

Chamamos de Sequências Diretamente Proporcionais àquelas sequências


numéricas nas quais a razão formada pelos seus termos correspondentes é
sempre constante.

259
atemploCisA

Ex: as sequências {3, 6, 9, 12, 15} e {2, 4 , 6 , 8, 10} são diretamente


proporcionais, porque quando escritas na forma de razão teremos sempre
valores proporcionais

= constante

Sequências Inversamente Proporcionais são aquelas na qual o produto


formado pelos termos correspondentes é constante.
Ex: as sequências {1, 2, 3, 5, 6} e {60, 30, 20, 12, 10} são inversamente
proporcionais porque o produto formado pelos seus termos correspondentes
é sempre o mesmo.
Ou seja: 1×60 = 2×30 = 3×20 = 5×12 = 6×10 = constante

Divisão em Partes Diretamente Proporcionais


Ex: dividir o nº 360 em partes diretamente proporcionais a 2, 3 e 5.
Esse número será dividido em três partes que chamaremos de A , B e C, e a
soma das partes deverá ser igual a 360: A + B + C = 360
Representando essas divisões na forma de proporções:

Usando a propriedade 3:

Ao resultado dessa divisão chamamos de constante de proporcionalidade.


Para determinar os valores de A , B e C , vamos igualar cada um deles com a
constante de proporcionalidade:

Divisão em Partes Inversamente Proporcionais


Ex: dividir o número 496 em partes inversamente proporcionais aos números
2, 3 e 5.

260
atemploCisA

Esse número será dividido em três partes que chamaremos de A , B e C, e a


soma das partes deverá ser igual a 496:

Usando a propriedade 3 após tirar o MMC.

Igualando a constante com os valores obtidos depois do mmc, temos:

Responda

1 – Prova do Enem - 2012


Há, em virtude da demanda crescente de economia de água, equipamentos e
utensílios como, por exemplo, as bacias sanitárias ecológicas, que utilizam 6
litros de água por descarga em vez dos 15 litros utilizados por bacias
sanitárias não ecológicas, conforme dados da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT).
Qual será a economia diária de água obtida por meio da substituição de uma
bacia sanitária não ecológica, que gasta cerca de 60 litros por dia com a
descarga, por uma bacia sanitária ecológica?

a) 24 litros
b) 36 litros

261
atemploCisA

c) 40 litros
d) 42 litros
e) 50 litros

GABARITO
1–B

Estatística

A estatística é uma parte da matemática aplicada que fornece métodos para


coleta, organização, descrição, análise e interpretação de dados e para a
utilização dos mesmos na tomada de decisões.

A coleta, a organização ,a descrição dos dados, o cálculo e a interpretação de


coeficientes pertencem à ESTATÍSTICA DESCRITIVA, enquanto a análise e a
interpretação dos dados, associado a uma margem de incerteza, ficam a
cargo da ESTATÍSTICA INDUTIVA ou INFERENCIAL, também chamada como a
medida da incerteza ou métodos que se fundamentam na teoria da
probabilidade.

Gráficos

São representações visuais dos dados estatísticos que devem corresponder,


mas nunca substituir as tabelas estatísticas.
Características:
Uso de escalas, sistema de coordenadas, simplicidade, clareza e veracidade.
Gráficos de informação: São gráficos destinados principalmente ao público
em geral, objetivando proporcionar uma visualização rápida e clara. São
gráficos tipicamente expositivos, dispensando comentários explicativos

262
atemploCisA

adicionais. As legendas podem ser omitidas, desde que as informações


desejadas estejam presentes.
Gráficos de análise: São gráficos que prestam-se melhor ao trabalho
estatístico, fornecendo elementos úteis à fase de análise dos dados, sem
deixar de ser também informativos. Os gráficos de análise freqüentemente
vêm acompanhados de uma tabela estatística. Inclui-se, muitas vezes um
texto explicativo, chamando a atenção do leitor para os pontos principais
revelados pelo gráfico.
Uso indevido de Gráficos: Podem trazer uma ideia falsa dos dados que estão
sendo analisados, chegando mesmo a confundir o leitor. Trata-se, na
realidade, de um problema de construção de escalas.
.Classificação dos gráficos: Diagramas, Estereogramas, Pictogramas e
Cartogramas.
.1 - Diagramas:
São gráficos geométricos dispostos em duas dimensões. São os mais usados
na representação de séries estatísticas. Eles podem ser :
Gráficos em barras horizontais.
Gráficos em barras verticais ( colunas ).
Quando as legendas não são breves usa-se de preferência os gráficos em
barras horizontais. Nesses gráficos os retângulos têm a mesma base e as
alturas são proporcionais aos respectivos dados. A ordem a ser observada é a
cronológica, se a série for histórica, e a decrescente, se for geográfica ou
categórica.

Gráficos em barras compostas.

263
atemploCisA

Gráficos em colunas superpostas.


Eles diferem dos gráficos em barras ou colunas convencionais apenas pelo
fato de apresentar cada barra ou coluna segmentada em partes
componentes. Servem para representar comparativamente dois ou mais
atributos.
Gráficos em linhas ou lineares.

São freqüentemente usados para representação de séries cronológicas com


um grande número de períodos de tempo. As linhas são mais eficientes do
que as colunas, quando existem intensas flutuações nas séries ou quando há
necessidade de se representarem várias séries em um mesmo gráfico.
Quando representamos, em um mesmo sistema de coordenadas, a variação
de dois fenômenos, a parte interna da figura formada pelos gráficos desses
fenômeno é denominada de área de excesso.
Gráficos em setores.
Este gráfico é construído com base em um círculo, e é empregado sempre
que desejamos ressaltar a participação do dado no total. O total é
representado pelo círculo, que fica dividido em tantos setores quantas são as
partes. Os setores são tais que suas áreas são respectivamente proporcionais
aos dados da série. O gráfico em setores só deve ser empregado quando há,
no máximo, sete dados.
Obs: As séries temporais geralmente não são representadas por este tipo de
gráfico.
.Estereogramas:
São gráficos geométricos dispostos em três dimensões, pois representam
volume. São usados nas representações gráficas das tabelas de dupla entrada.

264
atemploCisA

Em alguns casos este tipo de gráfico fica difícil de ser interpretado dada a
pequena precisão que oferecem.

.
Pictogramas:
São construídos a partir de figuras representativas da intensidade do
fenômeno. Este tipo de gráfico tem a vantagem de despertar a atenção do
público leigo, pois sua forma é atraente e sugestiva. Os símbolos devem ser
auto-explicativos. A desvantagem dos pictogramas é que apenas mostram
uma visão geral do fenômeno, e não de detalhes minuciosos. Veja o exemplo
abaixo:

Cartogramas: São ilustrações relativas a cartas geográficas (mapas). O


objetivo desse gráfico é o de figurar os dados estatísticos diretamente
relacionados com áreas geográficas ou políticas.

265
atemploCisA

Inferência estatística

A Inferência Estatística consiste de procedimentos para fazer generalizações


sobre as características de uma população a partir da informação contida na
amostra.
O que é? Quando se utiliza? Para que serve?

* É um processo de raciocínio indutivo, em que se procuram tirar conclusões


indo do particular, para o geral. É um tipo de raciocínio contrário ao tipo de
raciocínio matemático, essencialmente dedutivo.
* Utiliza-se quando se pretende estudar uma população, estudando só alguns
elementos dessa população, ou seja, uma amostra.
* Serve para, a partir das propriedades verificadas na amostra, inferir
propriedades para a população

Amostragem

Como podemos determinar quantas pessoas em uma população apresentam


certa característica? Por exemplo, quantos eleitores apoiam um candidato à
presidência? Ou então, da população de determinado estado, quantas

266
atemploCisA

pessoas são crianças, quantas vivem em centros urbanos, quantas estão


desempregadas?
Uma forma de responder a essas questões consiste em entrevistar todas as
pessoas. Mas este é um processo demorado e caro.
Outro processo possível consiste então em consultar um grupo de pessoas,
que constituem um amostra. Se a amostra representa de
fato toda a população, podemos utilizar as características dos seus elementos
para estimar as características de toda população.

Distinguiremos dois tipos de amostragem: a probabilística e a não-


probabilística. A amostragem será probabilística se todos os elementos
da população tiverem probabilidade conhecida, e diferente de zero, de
pertencer à amostra. Caso contrário, a amostragem será não probabilística.
Segundo essa definição, a amostragem probabilística implica um sorteio com
regras bem determinadas, cuja realização só será possível se a população for
finita e totalmente acessível.
Exemplo: Numa empresa deseja-se escolher 3 diretores entre seus chefes
executivos. A escolha é aleatória e não depende do prestígio, da capacidade,
dos anos de serviço, etc. Temos uma amostragem probabilística.
As técnicas da estatística pressupõem que as amostras utilizadas sejam
probabilísticas, o que muitas vezes não se pode conseguir. No entanto o bom
senso irá indicar quando o processo de amostragem, embora não sendo
probabilístico, pode ser, para efeitos práticos, considerado como tal. Isso
amplia consideravelmente as possibilidades de utilização do método
estatístico em geral.
A utilização de uma amostragem probabilística é a melhor recomendação que
se deve fazer no sentido de se garantir a representatividade da amostra, pois
o acaso será o único responsável por eventuais discrepâncias
entre população e amostra, o que é levado em consideração pelos métodos
de análise da Estatística Indutiva.

A amostra casual simples é composta por elementos retirados ao acaso da


população. Então todo elemento da população tem igual probabilidade de
ser escolhido para a mostra. Um exemplo ajuda a entender essa técnica de
amostragem.

267
atemploCisA

Imagine que um professor quer obter uma mostra casual simples dos alunos
de sua escola. Para isso, pode organizar um sorteio com fichas numeradas,
de zero a nove. Para fazer o sorteio, o professor retira uma ficha de uma urna
e anota o número. Esse número será o primeiro dígito do número do aluno
que será sorteado para a amostra. Feito isso, o professor recoloca a ficha na
urna, mistura, retira outra ficha e anota o número, que será o segundo dígito
do número do aluno que será sorteado para a amostra. Esse procedimento
deve ser repetido até que sejam retirados todos os dígitos do número do
aluno sorteado.
Se a escola tem, por exemplo, 832 alunos, os números dos alunos têm três
dígitos. Para sortear um aluno, é preciso retirar três fichas da urna, uma de
cada vez, sempre lembrando que a ficha retirada deve ser recolocada na urna
antes de nova retirada. O número de um dos alunos sorteados poderia ser,
por exemplo, 377 assim obtido:

Primeira ficha: 3
Segunda ficha: 7
Terceira ficha: 7

É claro que devem ser desprezados números maiores do que 832 (se a escola
tem 832 alunos, nenhum aluno recebeu número maior do que 832), números
que já foram sorteados e o número 000. O professor sorteia tantos números
quantos são os alunos que ele quer na amostra.

A amostra não-casual é a amostra não probabilística.

Processos de amostragem, incluindo estimativas de parâmetros

 Amostragem por conglomerado


A população é dividida em diferentes conglomerados (grupos), extraindo-se
uma amostra apenas dos conglomerados selecionados, e não de toda a
população. O ideal seria que cada conglomerado representasse tanto quanto
possível o total da população. Na prática, selecionam-se os conglomerados
geograficamente. Escolhem-se aleatoriamente algumas regiões, em seguida

268
atemploCisA

algumas sub-regiões e finalmente, alguns lares. Esse processo possibilita ao


pesquisador entrevistar apenas poucas pessoas.

 Amostragem Estratificada
Se a população pode ser dividida em subgrupos que consistem, todos eles,
em indivíduos bastante semelhantes entre si, pode-se obter uma amostra
aleatória de pessoas em cada grupo. Esse processo pode gerar amostras
bastante precisas, mas só é viável quando a população pode ser dividida em
grupos homogêneos.

 Amostragem Aleatória Simples


A amostragem aleatória simples é a maneira mais fácil para selecionarmos
uma amostra probabilística de um população. Comecemos introduzindo o
conceito de AAS de uma população finita, para a qual temos uma listagem de
todas as unidades elementares. Podemos obter uma amostra nessas
condições, escrevendo cada elemento num cartão, misturando-os numa urna
e sorteando tantos cartões quantos desejarmos na amostra. Esse
procedimento torna-se inviável quando a população é muito grande. Nesse
caso, usa-se um processo alternativo, no qual os elementos são numerados e
em seguida sorteados por meio de uma tabela de números aleatórios.
Utilizando-se um procedimento aleatório, sorteia-se um elemento da
população, sendo que todos os elementos têm a mesma probabilidade de ser
selecionados. Repete-se o procedimento até que sejam sorteadas as unidades
da amostra.
Podemos ter uma AAS com reposição, se for permitido que uma unidade
possa ser sorteada mais de uma vez, e sem reposição, se a unidade sorteada
for removida da população.
Do ponto de vista da quantidade de informação contida na amostra, amostrar
sem reposição é mais adequado. Contudo, a amostragem com reposição
conduz a um tratamento teórico mais simples, pois ela implica que tenhamos
independência entre as unidades selecionadas. Essa independência facilita o
desenvolvimento das propriedades dos estimadores que serão considerados.
Se a população for infinita então as retiradas com e sem reposição serão
equivalentes, isto é, se a população for infinita (ou então muito grande), o

269
atemploCisA

fato de se recolocar o elemento retirado de volta na população não vai afetar


em nada a probabilidade de extração do elemento seguinte.
Se, no entanto, a população for finita (e pequena) será necessário fazer uma
distinção entre os dois procedimentos, pois na extração com reposição as
diversas retiradas serão independentes, mas no processo sem reposição
haverá dependência entre as retiradas, isto é, o fato de não recolocar o
elemento retirado afeta a probabilidade do elemento seguinte ser retirado.
A amostragem sem reposição é mais eficiente que aamostragem com
reposição e reduz a variabilidade uma vez que não é possível retirar
elementos extremos mais do que uma vez.

 Amostragem Sistemática
Quando os elementos da população se apresentam ordenados e a retirada
dos elementos da amostra é feita periodicamente, temos
uma amostragem sistemática. Assim, por exemplo, em uma linha de
produção, podemos, a cada dez itens produzidos, retirar um para pertencer a
uma amostra da produção diária.

Amostras não-probabilísticas são também, muitas vezes, empregados em


trabalhos estatísticos, por simplicidade ou por impossibilidade de se obterem
amostras probabilísticas, como seria desejável. No entantoprocessos não-
probabilísticos de amostragem têm também sua importância. Sua utilização,
entretanto, deve ser feita com cuidado.

Apresentamos a seguir algumas técnicas de amostragem não-probabilística.

 Inacessibilidade a toda população


Esta situação ocorre com muita freqüência na prática. Por exemplo, seja a
população que nos interessa constituída de todas as peças produzidas por
certa máquina. Ora, mesmo estando a máquina em funcionamento normal,
existe uma parte da população que é formada pelas peças que ainda vão ser
produzidas. Ou então se nos interessar a população de todos os portadores
de febre tifóide, estaremos diante de um caso semelhante. Deve-se notar que,
em geral, estudos realizados com base nos elementos da população

270
atemploCisA

amostrada terão, na verdade, seu interesse de aplicação voltado para os


elementos restantes da população.
Este caso de amostragem não-probabilística pode ocorrer também quando,
embora se tenha a possibilidade de atingir toda a população, retiramos a
amostra de uma parte que seja prontamente acessível. Assim, se fôssemos
recolher uma amostra de um monte de minério, poderíamos por simplificação
retirar a amostra de uma camada próxima da superfície do monte, pois o
acesso as porções interiores seria problemático.

 Amostragem a esmo
É a amostragem em que o amostrador, para simplificar o processo, procura
ser aleatório sem, no entanto, realizar propriamente o sorteio usando algum
dispositivo aleatório confiável. Por exemplo, se desejarmos retirar uma
amostra de 100 parafusos de uma caixa contendo 10.000, evidentemente não
faremos uma AAS, pois seria muito trabalhosa, mas retiramos simplesmente a
esmo.
Os resultados da amostragem a esmo são, em geral, equivalentes aos
da amostragem probabilística se a população é homogênea e se não existe a
possibilidade de o amostrador ser inconscientemente influenciado por
alguma característica dos elementos da população.

 Amostragens intencionais
Enquadram-se aqui os diversos casos em que o amostrador deliberadamente
escolhe certos elementos para pertencer à amostra, por julgar tais elementos
bem representativos. O perigo desse tipo de amostragem é grande, pois o
amostrador pode facilmente se enganar em seu pré julgamento.

 Amostragem por voluntários


Ocorre, por exemplo, no caso da aplicação experimental de uma nova droga
em pacientes, quando a ética obriga que haja concordância dos escolhidos.

Distribuições Amostrais

271
atemploCisA

O conceito de distribuição de probabilidade de uma variável aleatória será


agora utilizado para caracterizar a distribuição dos diversos valores de uma
variável em uma população.
Ao retirar uma amostra aleatória de uma população estaremos considerando
cada valor da amostra como um valor de uma variável aleatória cuja
distribuição de probabilidade é a mesma da população no instante da
retirada desse elemento para a amostra.
Em conseqüência do fato de os valores da amostra serem aleatórios, decorre
que qualquer quantidade calculada em função dos elementos da amostra
também será uma variável aleatória.

Parâmetros – são valores teóricos correspondentes a população.

Estatísticas – são funções dos valores amostrais.

As estatísticas, sendo variáveis aleatórias, terão alguma distribuição de


probabilidade, com uma média, variância, etc. A distribuição de probabilidade
de uma estatística chama-se comumente distribuição amostral ou distribuição
por amostragem.

Estimação

A inferência estatística tem por objetivo fazer generalizações sobre uma


população, com base nos dados de amostra. Um dos itens básicos nesse
processo é a estimação de parâmetros. A estimação pode ser por ponto ou
por intervalo.

 Estimativa por Ponto: é a estimativa de um parâmetro populacional por


um único valor.
 Estimativa por Intervalo: consiste em um intervalo em torno da
estimativa por ponto de tal forma que ele possua probabilidade conhecida

272
atemploCisA

(nível de confiança (1- )) de conter o verdadeiro valor do parâmetro. Este


intervalo é conhecido por intervalo de confiança (IC).

Intervalo de confiança para a média  de uma população


Os intervalos de confiança para a média são tipicamente construídos
com o estimador no centro do intervalo.

1- Quando  é conhecido:
Quando o uso da distribuição normal está garantido, o intervalo de confiança
para a média é determinado por:
IC = ( - z ; + z ) ou

IC = ( - z ; + z )

no caso de população finita de tamanho N e amostragem sem


reposição.

Os intervalos de confiança mais frequentemente utilizados são os de 90%,


95% e 99%.
z (1-)
1,6
0,90
5
1,9
0,95
6
2,5
0,99
8

273
atemploCisA

Testes de hipóteses para médias e proporções.

Em geral, intervalos de confiança são a forma mais informativa de apresentar


os achados principais de um estudo. Contudo, algumas vezes existe um
particular interesse em decidir sobre a verdade ou não de uma hipótese
específica (se dois grupos têm a mesma média ou não, ou se o parâmetro
populacional tem um valor em particular ou não). Teste de hipóteses fornece-
nos a estrutura para que façamos isto. Veremos que intervalos de confiança
e testes de hipóteses estão intimamente relacionados.

Consideremos X e Y variáveis aleatórias que representam determinada


característica de duas populações com distribuição de Bernoulli com
parâmetros p1 e p2 respectivamente.
Retiremos duas amostras aleatórias independentes, X1, ..., Xn1 e Y1, ..., Yn2 ,
dessas populações. Cada Xi, i = 1, ..., n1, e cada Yj , j = 1, ..., n2, tem
distribuição de Bernoulli com parâmetros p1 e p2 respectivamente, isto é,

com médias p1 e p2 e variâncias σ12 = p1(1-p1) e σ22 = p2(1-p2),


respectivamente.

As variáveis e são estimadores de máxima verossimilhança


para p1 e p2, respectivamente, e tem distribuição amostral aproximadamente
normal:

Assim, temos que

ou seja,

274
atemploCisA

Para realizarmos o teste para duas proporções com aproximação Normal


vamos considerar a hipótese nula p1 = p2. Assim, sob a hipótese nula,
tem distribuição Normal com média μ = 0 e desvio padrão

onde p = p1 = p2.
Como não conhecemos o valor p, vamos estimá-lo como uma média
ponderada de e :

Este é o valor que será utilizado em lugar de p para o cálculo de σ. Portanto,


temos que

Tendo essas informações, vejamos os passos padra se construir um teste de


hipóteses para duas proporções:
1. Estabelecer alguma das hipóteses

ou seja

2. Fixar o nível de significância α.


3. Determinar a região crítica.
•Se o teste é bilateral, devemos determinar os pontos críticos e tais
que .

275
atemploCisA

•Se o teste é unilateral à direita, devemos determinar o ponto crítico tal


que .

276
atemploCisA

•Se o teste é unilateral à esquerda, determinamos o ponto crítico tal


que .

277
atemploCisA

4. Calcular o valor de .
5. Calcular, sob a hipótese nula, o valor

6. Critérios:
•Para o caso bilateral, se ou , rejeita-se H0. Caso
contrário, aceita-se H0.
•Para o caso unilateral à direita, se , rejeita-se H0. Caso contrário,
aceita-se H0.
•Para o caso unilateral à esquerda, se , rejeita-se H0. Caso contrário,
aceita-se H0.
Para calcular o poder necessário para que o teste de duas proporções
detecte a diferença entre as proporções p1 e p2,
As fórmula utilizadas são dadas por

278
atemploCisA

para o teste bilateral,

para o teste unilateral à esquerda e

para o teste unilateral à direita.


Já para o cálculo do tamanho das amostras necessárias para que o teste
detecte uma diferença entre as proporções p1 e p2, com determinado poder,
basta lançarmos os valores das proporções p1 e p2, do poder P e do nível de
significância α.

Média, mediana e moda

A média de um conjunto de dados numéricos obtém-se somando os valores


de todos os dados e dividindo a soma pelo número de dados.

Moda é o valor mais frequente de um conjunto de dados.


Exemplo seria analisarmos a imagem com o time de futebol e poderemos
notar que a Moda corresponde à altura 1,66 metro que é a mais comum no
grupo de 11 jogadores apresentados.

Depois de ordenados os valores por ordem crescente ou decrescente, a


mediana é:
– o valor que ocupa a posição central, se a quantidade desses valores for
ímpar;
– a média dos dois valores centrais, se a quantidade desses valores for par.

Em outras palavras mediana é o valor intermediário que separa a metade


superior da metade inferior do conjunto de dados.

279
atemploCisA

Variância e desvio-padrão
A variância e o desvio-padrão são medidas de dispersão. Há situações em
que as medidas de tendência central, como a média, a moda e a mediana,
não são as mais adequadas para a análise de uma amostra de valores. Nesses
casos, é necessário utilizar as medidas de dispersão.
Para se ter uma ideia do tempo de viagem de uma determinada linha de
ônibus, pode-se ter por base o tempo mais frequentemente observado, que
seria a moda. Provavelmente, os resultados acima e abaixo desse valor mais
frequente podem ter sido obtidos em dias mais atípicos, com mais
congestionamento nas ruas, em finais de semana ou em um feriado.

Agora, considere uma escola que deseja ajudar alunos de uma turma com
dificuldade em uma determinada matéria, por meio de um projeto específico
de acompanhamento desses alunos. Sabendo somente que a média dos
alunos dessa turma na referida matéria foi por volta de 6,0, ela não terá
informações suficientes para fazer um projeto que atenda adequadamente os
alunos com dificuldades. Nesse caso, interessa saber mais sobre os alunos
que ficaram abaixo dessa média.
Como calcular
Para situações como essa, as medidas de dispersão são muito úteis. Vamos
nos basear nesse último exemplo para mostrar como se calcula a variância e o
desvio-padrão.

Considere que um grupo de alunos tenha tirado as seguintes notas em uma


determinada matéria: 2,0; 3,0; 3,0; 4,0; 5,0; 6,0; 7,0; 8,0; 9,0; 10,0.

Para calcular essas medidas de dispersão, é útil conhecer a média desses


valores:

Agora, calculamos os desvios de todas essas notas em relação à média:

280
atemploCisA

Se calcularmos a média desses desvios, somando-os e dividindo o resultado


por 10, ela será nula, pois a soma de todos esses desvios será zero, pelo
próprio significado da média como medida de tendência central.

Assim, elevamos ao quadrado esses desvios e, aí sim, tiramos a média dos


resultados. É a variância.

Podemos concluir que a dispersão das notas em relação à média é de 6,81.

No entanto, a variância não está na mesma unidade que as nossas notas, pois
os desvios foram elevados ao quadrado. Para conservarmos as unidades do
desvio e dos dados, calculamos o desvio-padrão, o qual nada mais é do que
extrair a raiz quadrada da variância.

281
atemploCisA

Logo, o desvio das notas em relação à média é de 2,61 pontos.

No nosso exemplo, com essa informação, é possível à escola ter uma ideia
melhor da situação da turma e dos alunos que estão abaixo da média.

282
atemploCisA

GEOGRAFIA DO BRASIL E DO RIO GRANDE DO


NORTE

Fuso horário brasileiro

O planeta é dividido em 24 fusos horários, em que cada fuso representa uma


hora em sua área de abrangência. Essa contagem é feita a partir do Meridiano
de Greenwich, uma linha imaginária estabelecida por convenção e que “corta”
a cidade de Londres e toda a sua extensão em direção ao sul.
Dessa forma, todos as localidades que se encontram a leste (oriente) em
relação a Greenwich tem suas horas somadas pelo número de fusos de
distância, enquanto tudo o que se encontra a oeste (ocidente) tem suas horas
diminuídas.

O território brasileiro, por se encontrar no hemisfério ocidental, possui o seu


horário atrasado em relação ao meridiano mencionado. Além disso, em razão
de o país possuir uma ampla extensão, sua localização é dividida em quatro
fusos horários, cuja demarcação oficial (a hora legal) é estabelecida conforme
o mapa a seguir:

283
atemploCisA

As linhas verticais traçadas acima representam o horário “real” dos fusos, isto
é, a hora exata em relação ao distanciamento de cada um dos fusos horários.
No entanto, se essa divisão fosse adotada à risca, ficaria muito complicado

284
atemploCisA

para certas localidades que estariam posicionadas em dois fusos diferentes ao


mesmo tempo. Por isso, estabelece-se no Brasil – e também no mundo –
a hora legal, que é adotada oficialmente pelos governos, representada pelas
diferenças de cores no mapa acima.
O primeiro fuso horário brasileiro encontra-se duas horas atrasado em
relação ao Meridiano de Greenwich e uma hora adiantado em relação ao
horário de Brasília. Esse fuso abrange apenas algumas ilhas oceânicas
pertencentes ao Brasil, como Fernando de Noronha e Penedos de São Pedro
e São Paulo.
O segundo fuso horário do país encontra-se três horas atrasado em relação a
Greenwich e abrange a maior parte do território nacional, com a totalidade
das regiões Nordeste, Sudeste e Sul, além dos estados do Pará, Amapá,
Tocantins, Goiás e o Distrito Federal. É o horário oficial de Brasília.
O terceiro fuso horário encontra-se quatro horas atrasado em relação a
Greenwich e uma hora em relação ao horário de Brasília. No horário de verão,
essa diferença aumenta para duas horas, em relação ao horário de Brasília,
nos estados de Roraima, Rondônia e Amazonas(que não adotam esse horário
especial) e permanece igual no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (estados
que adotam o horário de verão).
O quarto fuso horário encontra-se cinco horas atrasado em relação a
Greenwich e duas horas em relação ao horário de Brasília, aumentando para
três horas durante o horário de verão. Abrange somente o estado do Acre e
uma pequena parte oeste do Amazonas. Esse fuso foi extinto no ano de 2008,
onde a área passou a integrar o fuso de -4, no entanto, em setembro de 2013,
essa extinção foi revogada após aprovação em um referendo promulgado em
2010.

Estados e Regiões do Brasil: localização, limites, território

As Regiões do Brasil são agrupamentos de estados que possuem uma função


de auxiliar a interpretação estatísticas, criação e execução de gestões públicas
de interesse comum e orientação para o governo na aplicação de politicas
públicas. A divisão do território brasileiro foi realizado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) que levou em consideração os seguintes
aspectos: proximidade territorial e condições naturais. No quesito condições
naturais, o que definiu essa divisão foi o clima, o relevo, a vegetação e a
hidrografia de cada região. Por conta disso, essas regiões também são
conhecidas como "regiões naturais do Brasil".

285
atemploCisA

As regiões não tem personalidade jurídica. Isto significa que, apesar de serem
importantes para o auxílio de atividades do governo, não funcionam como,
por exemplo, um estado, que pode ter leis próprias e tem um representante
eleito. Não existe autonomia política nas regiões brasileiras, mesmo sendo
elas definidas por lei.

Antes de possuir a divisão que estamos habituados, as divisão do território


nacional em regiões sofreu algumas mudanças. A primeira divisão em regiões
foi feita em 1913 com o simples objetivo de facilitar o estudo de geografia
nas escolas. Após estudos e pesquisas dos aspectos naturais e ambientais,
além de mudanças nos territórios dos estados brasileiros, conseguiu-se
formar as regiões que conhecemos hoje, nomeadas com nomes de pontos
cardeais mais relacionados com sua posição.

São divididos em cinco grandes grupos:

Região Centro-Oeste
Região Nordeste
Região Norte
Região Sudeste
Região Sul

286
atemploCisA

Os estados das regiões foram agrupados conforme características ambientais,


tais como clima, relevo e vegetação. Por exemplo, a região Norte possui uma
característica bem marcante que é a presença do rio Amazonas e a vegetação
de floresta.

A Região Centro-Oeste é composta pelos estados de Goiás, Mato Grosso,


Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, onde está situada a capital do país,
Brasília.

Com a mudança da capital do Brasil do Rio de Janeiro para Brasília, em 1960,


houve uma grande mudança na região. O aumento da população e a
construção de estradas e ferrovias foram intensos. Atualmente, a taxa de
urbanização da região é maior que 81%. Sua área total é de 1.612.077,2 km²,
sendo a segunda maior região brasileira em território.

Relevo
O relevo da Região Centro-Oeste não possui lugares de grandes altitudes. Ele
é composto por três relevos predominantes:

Planalto Central: ocupa a maior parte da região e é formado por um grande


bloco de rochas cristalinas que são encobertas por rochas sedimentares.

287
atemploCisA

Existem algumas partes em que as rochas cristalinas aparecem na superfície


fazendo com que o relevo apresente ondulações. Nas áreas onde as rochas
sedimentares cobrem todo o relevo são formadas as chapadas. As principais
chapadas são: Chapada dos Parecis, Chapada dos Veadeiros e Espigão Mestre
que divide a Bacia do Tocantins da Bacia do São Francisco;
Planície do Pantanal: é uma planície que, periodicamente, é inundada pelo rio
Paraguai e tem formação recente. Está situada entre os planaltos Central,
Meridional e o relevo pré-andino;
Planalto Meridional: vai da região Sul até os estados do Mato Grosso do Sul e
Goiás, possui as terras mais férteis da região;
Clima
O clima predominante na Região Centro-Oeste é o tropical, com um verão
chuvoso e um inverno seco entre os meses de abril a dezembro. No inverno a
temperatura média é de 18ºC e no verão superior a 25ºC. Ao noroeste da
Região Centro-Oeste pode ser encontrado o clima equatorial por conta da
floresta Amazônica. O índice de chuva na região varia de 2.000 a 3.000 mm ao
norte de Mato Grosso e fica em torno de 1.250 mm no Pantanal mato-
grossense.

Hidrografia
A hidrografia da região é drenada por vários rios que formam três bacias
importantes:

Bacia Amazônica: ocupa parte do Mato Grosso e é formada pelo rio Xingu;
Bacia do Tocantins-Araguaia: ocupa o norte e o parte do oeste de Goiás e o
extremo leste do Mato Grosso;
Bacia Platina: está subdividida em Bacia do rio Paraná e Bacia do rio Paraguai:
Bacia do rio Paraná: é formada pelos rios Paraguai, Cuiabá, Pardo; Miranda,
Apa, Paraná, Verde, Corumbá, Aporé, e Taquari.
Bacia do rio Paraguai: é a bacia mais extensa formada pelo rio Paraguai que
nasce em Mato Grosso na chapada dos Parecis e tem como principais
afluentes os rios Cuiabá, Taquari e Miranda.
Vegetação
Existe uma grande variedade na vegetação da Região Centro-Oeste.
No norte e oeste está presente a floresta Amazônica, porém boa parte da
região é coberta pelo cerrado e sua vegetação rasteira: árvores espaçadas
com tronco retorcido e folhas duras e arbustos baixos.

288
atemploCisA

No Mato Grosso do Sul existe uma localidade isolada de campos limpos


conhecido na região como vacaria. Essa região é parecida com os pampas
gaúchos. No verão são alagáveis e possui diversificada vegetação,
apresentando pontos de cerrado, caatinga e campos.

População
De acordo com o IBGE, é uma região pouco povoada, tem densidade
demográfica em torno de 8 hab./km². Goiás é o estado mais populoso,
seguido do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. O Distrito Federal possui
número de habitantes parecido com todo o estado do Mato Grosso do sul.
Suas principais cidades são: Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia.

A Região Nordeste é a terceira maior região do Brasil e a maior em número


de estados, possui nove: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Sua área total é de
1.561.177km², semelhante a área da Mongólia. A região possui 3.338km de
praias, sendo a Bahia o estado com maior extensão litorânea com 938km e o
Piauí com a menor, com 60km de litoral. Por causa das suas diferentes
características físicas a região foi subdividida pelo IBGE em quatro sub-
regiões: Meio Norte, Caatinga, Agreste e Zona da Mata:

Meio-Norte: transição entre a Amazônia e o Sertão, também é conhecida


como Mata dos Cocais. Vai do Maranhão a oeste do Piauí;
Sertão: o clima é semi-árido e vegetação é a caatinga. Chega a quase sua
totalidade no interior nordestino, mas nos estados do Ceará e Rio Grande do
Norte alcança o litoral;
Agreste: transição entre o sertão e a zona da mata, é a menor sub-região do
Nordeste. Vai do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia;
Zona da Mata: suas características são chuvas abundantes, é a zona mais
urbanizada, industrializada e economicamente desenvolvida da Região
Nordeste. Localiza-se no leste da região e vai do Rio Grande do Norte até o
sul da Bahia; A região faz divisa ao norte e leste com o oceano Atlântico, ao
sul com Minas Gerais e Espírito Santo e a oeste com o Pará, Tocantins e Goiás.
Relevo
O relevo da Região Nordeste possui dois grandes planaltos: Borborema e
bacia do rio Parnaíba. Possui também chapadas como a chapada Diamantina,
na Bahia, onde encontramos o pico mais alto da região, o pico do Barbado

289
atemploCisA

com 2.033 metros de altitude. Além dos planaltos já citados a região


nordestina possui a depressão Sertaneja-São Francisco, parte dos planaltos e
serras do Leste-Oeste, planícies e tabuleiros litorâneos.

Clima
A Região Nordeste é conhecida por seus dias sempre ensolarados e clima
ameno, mantém temperatura média entre 20° e 28° C. Em áreas localizadas
acima de 200m e no litoral oriental a média é de 24° a 26°C. Existem alguns
locais da região em que as temperaturas médias chegam a ser inferiores a
20°C, que são na Chapada Diamantina e no Planalto da Borborema. O índice
de precipitação anual varia entre 300 à 2.000mm. O município de Cabaceiras
na Paraíba, tem média de menos de 300mm de precipitação por ano, sendo
considerada por conta disso a cidade mais seca do Brasil. Existem quatro
tipos de clima na Região Nordeste:

Equatorial úmido: presente em uma pequena parte do Maranhão, na divisa


com o Piauí;
Litorâneo úmido: vai do litoral da Bahia até o Rio Grande do Norte;
Tropical: está presente nos estados da Bahia, Maranhão Ceará e Piauí;
Tropical semi-árido: todo o sertão nordestino;
Vegetação
A vegetação da Região Nordeste varia bastante, existem trechos de Mata
Atlântica, restinga, caatinga, cerrado, manguezais, entre outros. Abaixo segue
as vegetações mais importantes:

Mata Atlântica: também conhecida como floresta tropical úmida,


originalmente poderia ser encontrada em toda faixa litorânea desde o Rio
Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, mas hoje devido a desmatamento
só existe 5% da mata original;
Mata dos Cocais: vegetação de transição entre os climas semi-árido,
equatorial e tropical. Abrange os estados do Piauí, Maranhão, Rio Grande do
Norte e parte do Ceará. Suas árvores nativas são a carnaúba e o babaçu;
Cerrado: mesmo ocupando 255 do território brasileiro, no Nordeste ele só
está presente no sul do Maranhão e no oeste baiano. Suas características são
árvores baixas, com galhos tortos, gramínea e solo com alta acidez;
Caatinga: é a vegetação típica do sertão, muita rica ecologicamente suas
principais espécies são a aroeira, cactos, pereiro e leguminosas;
Vegetações litorâneas e matas ciliares: na vegetação litorânea podemos incluir
os mangues, restingas e dunas, importantes ecossistemas para preservação

290
atemploCisA

de rios e lagoas e espécies de crustáceos, já as matas ciliares podem ser


encontradas no cerrado ou na Zona da Mata, são pequenas florestas nas
beiras dos rios com bastante material orgânico no solo e são responsáveis
pela preservação dos rios e mares;
Hidrografia
Apesar de estar com 72,24% de seu território dentro do Polígono da Seca
(municípios sujeitos a repetidas crises de prolongamento das estiagens e,
conseqüentemente, objeto de especiais providências do setor público), a
Região Nordeste possui cinco bacias hidrográficas:

Bacia do São Francisco: formada pelo rio São Francisco e seus afluentes é a
mais importante da região. Possui quatro hidrelétricas: Três Marias,
Sobradinho, Paulo Afonso e Xingó. Faz a divisa natural dos estados da Bahia
com Pernambuco e de Sergipe com Alagoas;
Bacia do Parnaíba: com 344.112km² é a segunda mais importante, drena boa
parte do Piauí, parte do Maranhão e Ceará;
Bacia do Atlântico Nordeste Oriental: abrange os estados do Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas e possui 287.384km². Seus
principais rios são: Jaguaribe, Capibaribe, Acaraú, Paraíba, uma, entre outros;
Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental: fica entre a região Norte e a Nordeste,
localiza-se praticamente em todo o estado do Maranhão. Suas sub-bacias
formam mangues, várzeas, babaçuais, etc;
Bacia do Atlântico Leste: divide-se entre os estados da Bahia e Sergipe, no
Nordeste e Minas Gerais e Espírito Santo, no Sudeste. Com totalidade de
364.677km², sua principal atividade econômica é a pesca;
População
A Região Nordeste é a segunda mais populosa do Brasil, com cerca de 30%
da população brasileira. Suas maiores cidades são Salvador, Recife, Fortaleza,
Natal, Teresina e Maceió.

A Região Norte do Brasil é a mais extensa com 3.869.637 km², sendo


composta por sete estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima
e Tocantins. Além de ser a maior região territorial, nela está localizada os dois
maiores estados do Brasil: Amazonas e Pará, respectivamente. As cidades de
Altamira, Barcelos e São Gabriel são as maiores cidades do Brasil em área
territorial, tendo cada uma, mais de 100.000 km², sendo maiores que os
estados de Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Alagoas juntos. Apesar de
ser a maior região do Brasil, é a menos povoada. A região faz divisa ao sul

291
atemploCisA

com Mato Grosso, Goiás e a Bolívia, ao norte faz divisa com Venezuela,
Suriname, Guiana, Guiana Francesa, ao leste com Maranhão, Piauí e Bahia, e a
oeste com Peru e Colômbia.

Relevo
A Região Norte está situada na região geoeconômica da Amazônia, entre o
Maciço das Guianas, a Cordilheira dos Andes, o Planalto Central e o Oceânico
Atlântico. O relevo da Região Norte pode ser dividido em três partes:

Planícies e Terras Baixas Amazônicas: Apesar de ser conhecido por planícies,


apenas uma pequena margem do Rio Amazonas, e alguns pequenos trechos
em partes elevadas, são propriamente ditas planícies. Essa parte é dividida em
três subgrupos:
Igapós: São as partes mais baixas, constantemente inundadas pela cheia do
Rio Amazonas;
Tesos ou terraços fluviais (Várzeas): Possuem altitudes menores que 30 metros
e são inundadas pelas cheias mais fortes;
Terra firme: Podendo chegar a até 350m de altitude, está livre das inundações.
A composição do terreno é basicamente de arenito;
Planalto das Guianas: É uma formação de relevo constituída basicamente por
terrenos cristalinos. Ele vai do Brasil até a Venezuela e as Guianas. Na fronteira
desses países encontra-se a Região Serrana, onde está localizada a Serra do
Imeri, Parima, Pacaraima, Acaraí e Tumucumaque. É na Região Serrana que
encontramos o pico mais alto do Brasil, o Pico da Neblina, na Serra do Imeri,
na Região Norte do estado do Amazonas;
Planalto central: Fica na parte sul da região, abrangendo o estado do
Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins. Sua constituição é feita por terrenos
cristalinos e sedimentos antigos, sendo mais elevado ao sul e no Tocantins;
Clima
O clima da Região Norte é bastante úmido, sendo um clima equatorial. As
temperaturas são elevadas durante o ano todo, com baixa amplitude térmica,
com exceção de algumas localidades de Roraima e Acre onde ocorre o
fenômeno La Niña, que permite que massas de ar frio vindas do oceano
Atlântico entrem na região pelo Mato Grosso até chegar nesses estados,
abaixando sua temperatura. Isso ocorre porque o calor da Amazônia permite
que exista uma área de baixa latitude que atrai massa polar.

As chuvas na Região Norte são constantes, possuindo um período de


estiagem de junho a novembro. As maiores incidência de chuvas são nas

292
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áreas do litoral do Amapá, foz do Rio Amazonas e algumas partes da


Amazônia Ocidental. As chuvas de convecção ou de “hora certa” são
características da região.

Vegetação
É na Região Norte que está localizado o maior ecossistema do mundo: a
floresta Amazônica. Podem encontrar outras características da sua vegetação:
mangue no litoral e algumas faixas de cerrado.

A Amazônia equivale a mais de um terço das reservas florestais do mundo.


Suas principais características são as árvores grandes e largas (espécies
latifoliadas), próximas uma das outras e unidas por cipós e epífitas (vegetais
que se apóiam em outros). Por causa do clima, quente e chuvoso, favorece o
crescimento de plantas e a reprodução de animais durante todo o ano,
fazendo com que a floresta Amazônia possua a flora mais variada do planeta.

Existem algumas variações na floresta Amazônica de acordo com o local.


Próximo aos rios, onde a inundação é permanente a vegetação é mais baixa
chamada de mata de igapó. Nas chamadas mata de Várzea onde a inundação
não é permanente começam a surgir árvores mais altas. Sem considerar a
devastação, a floresta Amazônica ocupa mais de 90% da Região Norte.

Na ilha de Marajó, a maior ilha de água fluviomarinha do mundo, e no vale do


Rio Amazonas encontramos às formações rasteiras de Campos da Hileia que,
nos períodos de cheias dos rios, ficam inundadas. Já em Tocantins, Rondônia
e Roraima existem grandes extensões de cerrado.

Hidrografia
A hidrografia da Região Norte é bastante rica, possuindo a maior bacia
hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica, formada pelo rio Amazonas e
seus afluentes. Por causa da sua grande extensão, o rio Amazonas possui três
portos, um deles está localizado em Manaus, capital do Amazonas.

Na foz do rio Amazonas acontece um fenômeno natural chamado pororoca,


uma onda contínua de até cinco metros formada na subida da maré. Na
Região Norte ainda podemos encontrar a Bacia do Tocantins e em um dos
seus rios (rio Tocantins) está instalada uma das maiores usinas hidrelétricas do
mundo, a Tucuruí.

293
atemploCisA

População
Apesar de ser a maior região do Brasil, sua densidade demografia é pequena
(por volta de 4,7 habitantes por km²). Suas principais cidades são Manaus
(capital do Amazonas), Belém (capital do Pará), Porto Velho (capital de
Rondônia), Macapá (capital do Amapá), Rio Branco (capital do Acre), Boa Vista
(capital de Roraima), Palmas (capital do Tocantins), Ananindeua, Marabá,
Santarém, entre outras. A economia da região baseia-se nas atividades
industriais, extrativismo mineral e vegetal, agricultura, pecuária e o turismo.

A Região Sudeste é a mais rica e populosa do Brasil. Seus estados são: Espírito
Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A região faz divisa com a
Região Nordeste ao norte, com o oceano Atlântico ao leste, ao sul com a
região Sul, e a oeste com a Região Centro-Oeste. Apesar de ser a região mais
populosa do país, possui densidade demográfica de 84,21 hab./km² e ocupa
apenas 11% do território nacional.

Relevo
O relevo do Sudeste pode ser dividido em cinco partes:

Planícies e terras baixas costeiras: podem variar entre grandes baixadas e


partes mais estreitas favorecem a formação de costas altas, que entram em
contato direto com o oceano Atlântico. Formam muitas praias, restingas,
lagoas costeiras e baías;
Serras e Planaltos do Leste e do Sudeste: são conhecidas também como
planalto Atlântico, é a parte mais acidentada da Região Sudeste. Sua
característica é a formação de muitas serras cristalinas muito antigas,
principalmente em áreas erodidas. Essas serras constituem a Serra do Mar. No
oeste está localizado o Vale do Rio Paraíba do Sul, que separa a Serra do Mar
da Serra da Mantiqueira. Ao norte as serras se afastam do litoral e dão origem
a Serra do Espinhaço.
Ao norte de São Paulo e a oeste de Minas Gerais encontra-se a Serra da
Canastra. Atrás da serra do Espinhaço, no noroeste da região é possível
encontrar as chapadas sedimentares.
Na transição com a região Centro-Oeste destaca-se o Espigão Mestre, que é
uma extensão aplainada de rochas antigas e trabalhada pela erosão;

294
atemploCisA

Planalto Meridional: constituído por rochas sedimentares ocupa o centro-


oeste de São Paulo e o oeste de Minas Gerais. É dividido em duas partes:
Planalto Arenito-basáltico: é constituído de rochas pouco resistentes como o
arenito, e outras muito resistentes, como o basalto que é de origem vulcânica.
Esses tipos de rochas favorecem o aparecimento de ”cuestas”, que são
conhecidas popularmente como serras. Um exemplo é a serra de Botucatu;
Depressão Periférica: encontra-se entre as serras e os planaltos do Leste e do
Sudeste. São regiões baixas e planas;
Clima
A Região Sudeste apresenta vários tipos de clima: tropical, tropical de altitude,
subtropical, litorâneo úmido e semi-árido. O clima tropical predomina nas
baixadas litorâneas do Rio de Janeiro, Espírito Santo, norte de Minas Gerais e
oeste de São Paulo. Apresenta temperaturas altas, com média de 22ºC, e duas
estações bem marcadas: o verão que é marcado pelas chuvas, e o inverno que
é seco.

O tropical de altitude predomina as partes mais altas do relevo e mantém


temperatura média amena, em torno dos 18ºC. O clima Subtropical é
marcado por chuvas bem distribuídas durante todo o ano, com temperatura
média de 17ºC, predomina na região sul do estado de São Paulo.

No norte de Minas Gerais predomina o clima semi-árido, com estação seca


bem destacada que pode durar até mais de cinco meses. As menores
temperaturas registradas na região da Serra da Mantiqueira, que está
localizada na divisa de Minas Gerais com os estados de Espírito Santo, São
Paulo e Rio de Janeiro.

Vegetação
A vegetação da Região Sudeste varia de acordo com o clima e encontrar-se
bastante devastada por causa da expansão agrícola. A Floresta Tropical é
predominante na Região Sudeste. Nas encostas próximas do oceano, a Mata
Atlântica é bastante rica em árvores altas, cipós, etc. Na medida em que ela
adentra o continente, devido ao clima seco, a mata fica menos densa.

Em algumas áreas do interior é possível encontrar matas ciliares na beira dos


rios, e nas áreas onde o solo predominante é impermeável, a vegetação
encontrada é o cerrado com suas árvores baixas, vegetação rasteira e
arbustos. No norte de Minas Gerais a vegetação é a caatinga por causa do
seu clima semi-árido. Nas áreas mais altas da Região Sudeste, aparece a mata

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de araucária. No planalto encontram-se os campos limpos, no de São Paulo e


os campos serranos no sul de Minas Gerais. No litoral da Região Sudeste a
vegetação predominante é a litorânea, típicas de praias.

Hidrografia
A hidrografia da Região Sudeste varia de acordo com o relevo, onde a
predominância é de rios de planaltos e bacias, onde podemos destacar
algumas:

Bacia do Paraná: é formada principalmente, pelos rios Paranaíba e Grande;


Bacia do São Francisco: seu principal rio é o São Francisco, que nasce em
Minas Gerais;
Bacias do Leste: é um conjunto de bacias de diversos rios que descem das
serras litorâneas e chegam ao oceano Atlântico. Algumas dessas bacias:
Pardo, Rio Doce e Jequitinhonha, em Minas Gerais, Paraíba do Sul, em São
Paulo e Rio de Janeiro.
Bacias do Sudeste-Sul: nessa bacia o destaque é o rio Ribeira do Iguape, em
São Paulo;
População
A população da Região Sudeste é predominantemente urbana. Algumas de
suas principais cidades são: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Guarulhos, Campinas.

A Região Sul é composta por três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Com 576.409,6 km² de extensão, é a menor região do Brasil
fazendo fronteira com a região sudeste e centro-oeste, além dos países
Uruguai, Paraguai e Argentina.

Com grande influência européia devido à imigração no século XIX,


principalmente alemã e italiana, é possível notar a marca de seus costumes na
arquitetura de algumas cidades, no idioma e na culinária, além de
introduzirem a policultura e o sistema de pequenas propriedades na região.
Algumas cidades do Sul celebram as tradições dos imigrantes em festas
típicas, como a Oktoberfest, em Blumenau (SC) e a Festa da Uva, em Caxias
do Sul (RS).

Relevo

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atemploCisA

O relevo da Região Sul é dominado, em sua maior parte, pelo planalto,


algumas planícies e a campanha gaúcha. O planalto da Região Sul é dividido
em Planalto Atlântico ou Cristalino e o Planalto Meridional que é subdividido
em Planalto arenito-basáltico e Depressão periférica.

O planalto Cristalino ocupa grande parte do Paraná, onde forma a Serra do


Mar e uma pequena parte de Santa Catarina.
O Planalto Meridional ocupa a maior parte da região Sul, com extensões de
arenito e basalto, sendo dividido em duas partes:
Planalto Arenito-basáltico: Acidente geográfico onde a diferença de
resistência entre o basalto e o arenito forma ”cuestas”, mais conhecidas na
região como serras. Um exemplo é a Serra Geral em Santa Catarina;
Depressão Periférica: É uma área estreita e rebaixada com nome de planalto
dos Campos Gerais no Paraná, e Depressão Central, no Rio Grande do Sul.
Clima
O clima da Região Sul é o subtropical, exceto pelo norte do Paraná onde
predomina o clima tropical. Com grandes variações de temperatura, é a
região mais fria do país onde, durante o inverno ocorre geadas, e em algumas
localidades como a região central do Paraná, e o planalto serrano do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, pode ocorrer até neve. As estações do ano
são bastante diferenciadas e as chuvas caem sobre toda a região com uma
certa regularidade durante todo o ano, mas no norte do Paraná elas se
concentram no verão.

Hidrografia da Região Sul


A Região Sul possui duas importantes bacias hidrográficas: Bacia do Rio
Paraná, onde está situada a Usina Hidroelétrica de Itaipu na divisa do Brasil
com o Paraguai, e a Bacia do Rio Uruguai. A hidrografia da Região Sul pode
ser dividia em: Região hidrográfica da bacia do rio Uruguai, Região
hidrográfica da bacia do Guaíba e Região hidrográfica das bacias do Litoral.

Vegetação
A vegetação do Sul é bastante diversificada, apesar de ser lembrada pela
Mata de araucária e os Pampas gaúchos. A Mata de Araucária, hoje em dia
bastante devastada devido principalmente pela expansão agrícola e
desmatamento, está situada nas partes mais altas dos planaltos, onde pode-
se encontrar o pinheiro-do-Paraná, imbuia e a erva-mate, plantas
características desse tipo de vegetação.

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atemploCisA

Existem grandes expansões de campos na Região Sul, os campos meridionais,


que são divididos em Campos de planaltos que vão do Paraná até o norte do
Rio Grande do Sul e os Campos da campanha situados nos pampas gaúchos
com vegetação de coxilhas e ervas rasteiras.

No litoral da região existe a vegetação costeira com mangues, praias e


restingas que se assemelham a outras regiões do Brasil.

População
As principais cidades da Região Sul são: Curitiba (capital do Paraná), Porto
Alegre (capital do Rio Grande do Sul), Florianópolis (capital de Santa
Catarina), Joinville, Londrina, Caixas do Sul e Maringá.

Bacias hidrográficas

O Brasil possui uma das mais extensas e diversificadas redes fluviais do


mundo, dividida em 12 regiões hidrográficas: Bacia Amazônica, Bacia
Tocantins Araguaia, Bacia do Paraguai, Bacia Atlântico Nordeste Ocidental,
Bacia Atlântico Nordeste Oriental, Bacia do Paraná, Bacia do Parnaíba, Bacia
do São Francisco, Bacia do Atlântico Leste, Bacia do Atlântico Sudeste, Bacia
do Atlântico Sul e Bacia do Uruguai.
Uma rede hidrográfica é o conjunto formado pelo rio principal e todos os
seus afluentes e subafluentes. Conheça as principais do País:
Bacia Amazônica
Considerada a rede hidrográfica mais extensa do mundo, a Bacia Amazônica
ocupa uma área total de 7.008.370 km2. Esta área vai desde as nascentes, nos
Andes Peruanos, até sua foz (local onde o rio deságua) no Oceano Atlântico -
64,88% (ou 3.843.402 km2) desse total ficam em território brasileiro e o
restante está dividido entre a Colômbia (16,14%), Bolívia (15,61%), Equador
(2,31%), Guiana (1,35%), Peru (0,60%) e Venezuela (0,11%).
No Brasil, a Bacia Amazônica é compartilhada por sete Estados - Acre,
Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e Mato Grosso. Seus principais
rios são Javari, Purus, Madeira, Tapajós e Xingú (pela margem direita) e Iça,
Japurá, Negro, Trombetas, Paru e o Jarí (pela margem esquerda).

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atemploCisA

Bacia Tocantins-Araguaia
Com uma área total de 967.059 km², a Bacia Tocantins-Araguaia ocupa 11%
do território nacional. Grande parte está na Região Centro-Oeste, nos Estados
de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal.
Como o próprio nome diz, os dois principais rios dessa bacia são o Tocantins
e o Araguaia. O Tocantins nasce no planalto de Goiás, a cerca de 1.000 metros
de altitude. Com 1.960 km de extensão até sua junção com o rio Araguaia, ele
tem como principais afluentes (rios menores que deságuam no rio principal)
os rios Bagagem, Tocantinzinho, Paranã, dos Sonos, Manoel Alves Grande e
Farinha (margem direita) e rio Santa Tereza (margem esquerda).
Em seus 2.600 km, o Araguaia abriga a maior ilha fluvial do mundo – a Ilha do
Bananal – com 350 km de comprimento e 80 km de largura.
Bacia do Paraguai
O rio Paraguai nasce na Chapada dos Parecis, no Mato Grosso. Ao longo do
seu percurso rumo ao sul, recebe vários afluentes importantes como o
Cuiabá, o São Lourenço, o Taquari, o Miranda e o Negro. Sua bacia
hidrográfica abrange uma área de 1.095.000 km², sendo 33% no Brasil – Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul - e o restante na Argentina, Bolívia e Paraguai.
A região se divide em duas áreas principais hidrográficas: Planalto (215.963
km²), com terras acima de 200 metros de altitude, e Pantanal (147.629 km²),
que são terras abaixo de 200 metros de altitude, com baixa capacidade de
drenagem e sujeitas a grandes inundações.
Considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta, o
Pantanal funciona como um grande reservatório que retém a maior parte da
água oriunda do Planalto e regulariza a vazão do rio Paraguai.
A baixa capacidade de drenagem dos rios e lagoas que se formam no
Pantanal, juntamente com a influência do clima da região, faz com que cerca
de 60% da água proveniente do Planalto seja perdida por evaporação.
Bacia Atlântico Nordeste Ocidental
Localizada no Estado do Maranhão e em uma pequena porção oriental do
Pará, fazem parte da região hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental os
rios Gurupi, Turiaçu, Pericumã, Mearim, Itapecuru, Munim e a região do litoral
do Maranhão. Com uma área de 254.100 km2, a bacia atinge 233 municípios,
sendo 9% no Pará e 91% no Maranhão.
Bacia Atlântico Nordeste Oriental
A Bacia do Atlântico Nordeste Oriental não tem grandes rios e, por isso,
apresenta baixa disponibilidade de água em relação à demanda local,

299
atemploCisA

principalmente em períodos de estiagem. Seus principais rios são o


Capibaribe, Paraíba, Jaguaribe e Acaraú.
Os 287.348 km2 (3% do território brasileiro) dessa bacia atingem cinco
Estados do Nordeste e suas capitais (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco e Alagoas), dezenas de núcleos urbanos e um grande parque
industrial. Além disso, a região reúne diversas bacias costeiras de pouca
extensão.
No litoral do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco podem ser
encontrados estuários (parte de um rio que se encontra em contato com o
mar), manguezais e lagoas costeiras. O litoral de Alagoas inclui o delta do rio
São Francisco, compartilhado com Sergipe, e o Complexo Estuarino-Lagunar
Mundaú / Manguaba.
Bacia do Paraná
A região onde está localizada a bacia do Paraná é de grande importância para
o País e tem o maior desenvolvimento econômico do país e atinge 32% da
população brasileira. Ocupa 10% do território nacional (879.860 km²) e se
divide entre os Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal.
A bacia recebe esse nome por ter o rio Paraná como seu principal formador.
Com uma extensão de 2750 km até sua foz, o Paraná tem como principais
afluentes o Paranaíba e o Grande.
Essa região hidrográfica se subdivide em seis grandes rios: Grande, Iguaçu,
Paranaíba, Paranapanema, Paraná e Tietê, apresentando uma vazão média
correspondente a 6,5% do total do país.
A bacia do Paraná também é a que possui a maior capacidade de produção
(59,3% do total nacional) e demanda (75% do consumo nacional) de energia
do país. Existem 176 usinas hidrelétricas na região, com destaque para Itaipu,
Furnas, Porto Primavera e Marimbondo.
Bacia do Parnaíba
Com 344.112 km2 de área (3,9% do território nacional), a Bacia do Parnaíba
ocupa 99% do Piauí, 19% do Maranhão e 10% do Ceará. No Piauí, a água
subterrânea representa a principal fonte de abastecimento da população. Em
áreas semiáridas, nas quais muitos rios são intermitentes (ou seja,
descontínuos, que terminam e recomeçam por intervalos), é a única
alternativa para os habitantes.
Parte da Bacia do Parnaíba é marcada por um elevado índice de pobreza, e a
proporção da população que se encontra em zonas rurais (40%) é alta em

300
atemploCisA

relação à média nacional (18,2%). Nessa região, a utilização média de água


por hectare é superior à média do Brasil. Um dos motivos para isso é a
intensa perda de água para a atmosfera, causada pela evaporação a partir do
solo e pela transpiração das plantas.
Bacia do São Francisco
Conhecido como o rio da integração nacional, o São Francisco tem sido
cenário de fatos históricos do país. Sua região hidrográfica abrange sete
Estados: Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e
Sergipe.
Com cerca de 2.700 km de extensão, o São Francisco nasce na Serra da
Canastra (MG) e corre para o norte, seguindo até Pernambuco, onde muda o
percurso para o Sudeste e desagua no Oceano Atlântico entre Alagoas e
Sergipe. Ao todo são 168 afluentes, dos quais 99 constantes e 69
intermitentes.
As hidrelétricas da bacia do São Francisco são responsáveis por grande parte
do abastecimento de energia da Região Nordeste. São 33 usinas em operação
– nove no próprio rio São Francisco. Além disso, as barragens também são
usadas para abastecimento, lazer e irrigação.
Bacia do Atlântico Leste
Com uma área que corresponde a 8% do país (374.677 km²), a região
hidrográfica do Atlântico Leste inclui parte dos Estados de Sergipe, Bahia,
Minas Gerais e Espírito Santo. Atinge 526 cidades, alguns grandes núcleos
urbanos e um parque industrial.
Entre seus principais rios estão o Paraguaçu, Contas, Salinas, Pardo,
Jequitinhonha e Mucuri. Além disso, nas bacias costeiras, entre Sergipe e
Espírito Santo, também existe uma grande diversidade de rios, córregos e
riachos.
Bacia do Atlântico Sudeste
Região mais populosa do país, o Sudeste também possui o maior pólo
econômico e industrial do Brasil. Por isso, a região hidrográfica do atlântico
sudeste – distribuída pelos Estados do Estados do Espírito Santo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e o litoral do Paraná - possui grande
importância no cenário econômico nacional.
Com uma área de 229.972 km2, equivalente a 2,7% do território brasileiro,
seus principais rios são o Paraíba do Sul e Doce, com respectivamente 1.150 e
853 km. Além desses, vários outros rios de menor porte formam as seguintes

301
atemploCisA

bacias: São Mateus, Santa Maria, Reis Magos, Benevente, Itabapoana,


Itapemirim, Jacu, Ribeira e litorais do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Por ser a mais populosa e industrializada, a região tem uma grande demanda
de água (10% do total nacional), sendo 41% para a área urbana e 15% para a
área industrial.
Bacia do Atlântico Sul
A região hidrográfica Atlântico Sul tem início na divisa dos Estados de São
Paulo e Paraná e se estende até o Arroio Chuí, no extremo sul do país. Com
uma área total de 185.856 km2 (2% do país) a região abrange partes dos
Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Na bacia do Atlântico Sul, predominam rios de pequeno porte que escoam
diretamente para o mar. As exceções mais importantes são os rios Itajaí e
Capivari, em Santa Catarina, que apresentam maior volume de água. Na
região do Rio Grande do Sul são encontrados rios de grande porte, como o
Taquari-Antas, Jacuí, Vacacaí e Camaquã.
Bacia do Uruguai
Com 2.200 km de extensão, o rio Uruguai nasce na junção dos rios Pelotas e
Peixe, e segue em direção ao oeste dividindo os Estados do Rio Grande do Sul
e Santa Catarina. Em seu caminho, ele também se une com o rio Peperi-
Guaçu, servindo de fronteira entre Brasil e Argentina. Seguindo na direção
sudoeste, o Uruguai se une com o rio Quarai (que limita o Brasil e o Uruguai)
e daí toma a direção sul, passando a dividir Argentina e Uruguai até a sua foz.
A região hidrográfica do Uruguai tem grande importância para o país, pois
atende a agroindústria e tem grande potencial hidrelétrico. Junto com as
regiões hidrográficas do Paraná e Paraguai, ela forma a grande bacia do Prata.
A bacia do Uruguai se divide entre os Estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. Sua área total 385.000 km2, sendo que 45% em território nacional.
No Brasil, o Rio Grande do Norte encontra-se com 100% do seu território
inserido na região hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental.
Existem ao todo dezesseis bacias hidrográficas em todo o território estadual,
sendo elas as dos rios Apodi/Mossoró, Boqueirão, Catu, Ceará-Mirim,
Curimataú, Doce, Guaju, Jacu, Maxaranguape, Piranhas/Açu, Potengi, Pirangi,
Punaú, Trairi e faixas litorâneas norte e leste de escoamentos difusos. Os dois
maiores rios do Rio Grande do Norte, que concentram 90% das reservas
hídricas do estado, são o Piranhas/Açu, que nasce na Serra de Piancó
(Paraíba) e tem sua foz no Oceano Atlântico (próximo a Macau), e o
Apodi/Mossoró, o maior rio inteiramente localizado em território potiguar,

302
atemploCisA

que nasce na Serra da Queimada, em Luís Gomes, e também deságua no


Oceano Atlântico, próximo a Areia Branca.
Outros rios importantes do estado são Curimataú, Jacu, Jundiaí, Potengi,
Seridó, Trairi. Há também reservas de águas subterrâneas no litoral. O
principal reservatório do Rio Grande do Norte é a Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves, localizada em Assu com capacidade para 2,4 bilhões de metros
cúbicos (m³) de água.

Principais aspectos ambientais do Brasil e do Rio Grande do Norte:


territórios indígenas e unidades de conservação.

No Brasil, quando se fala em Terras Indígenas, há que se ter em mente, em


primeiro lugar, a definição e alguns conceitos jurídicos materializados na
Constituição Federal de 1988 e também na legislação específica, em especial
no chamado Estatuto do Índio (Lei 6.001/73), que está sendo revisto pelo
Congresso Nacional.

A Constituição de 1988 consagrou o princípio de que os índios são os


primeiros e naturais senhores da terra. Esta é a fonte primária de seu direito,
que é anterior a qualquer outro. Conseqüentemente, o direito dos índios a
uma terra determinada independe de reconhecimento formal.

A definição de terras tradicionalmente ocupadas pelos índios encontra-se no


parágrafo primeiro do artigo 231 da Constituição Federal: são aquelas "por
eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades
produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais
necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e
cultural, segundo seu usos, costumes e tradições".

No artigo 20 está estabelecido que essas terras são bens da União, sendo
reconhecidos aos índios a posse permanente e o usufruto exclusivo das
riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

Não obstante, também por força da Constituição, o Poder Público está


obrigado a promover tal reconhecimento. Sempre que uma comunidade
indígena ocupar determinada área nos moldes do artigo 231, o Estado terá

303
atemploCisA

que delimitá-la e realizar a demarcação física dos seus limites. A própria


Constituição estabeleceu um prazo para a demarcação de todas as Terras
Indígenas (TIs): 5 de outubro de 1993. Contudo, isso não ocorreu, e as TIs no
Brasil encontram-se em diferentes situações jurídicas.

Grande parte das Terras Indígenas no Brasil sofre invasões de mineradores,


pescadores, caçadores, madeireiras e posseiros. Outras são cortadas por
estradas, ferrovias, linhas de transmissão ou têm porções inundadas por
usinas hidrelétricas. Freqüentemente, os índios colhem resultados perversos
do que acontece mesmo fora de suas terras, nas regiões que as cercam:
poluição de rios por agrotóxicos, desmatamentos etc.

Áreas Protegidas

As áreas protegidas são partes do território sob atenção e cuidado especial,


em virtude de algum atributo específico ou até único que elas apresentam. A
frase de José Lutzemberger espelha bem um dos significados delas: partes do
território arrancadas da sanha predatória da humanidade, para evitar sua
destruição. Se nossa relação com o ambiente fosse mais equilibrada, talvez
não houvesse necessidade de estabelecer essas áreas.

Esse modelo apresenta vantagens e desvantagens. Se por um lado, é uma


forma de conseguir uma proteção para a natureza, por outro, ele não
consegue assegurar a integridade mínima dos processos biológicos no
restante do território e assim, seus próprios objetivos de conservar paisagens
e espécies, ficam ameaçados. Se por um lado esse modelo tenta resolver, o
conflito constante pelo uso da terra e dos recursos naturais nas áreas
protegidas, por outro, em muitos casos, ele acirra conflitos com os moradores
das áreas então destinadas à proteção e de suas circunvizinhanças ao impor a
eles restrições e mudanças no regime de uso do espaço e dos recursos
naturais, o que lhes altera diretamente a dinâmica da vida até esse momento.

Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), área


protegida é “uma área com limites geográficos definidos e reconhecidos, cujo
intuito, manejo e gestão buscam atingir a conservação da natureza, de seus
serviços ecossistêmicos e valores culturais associados de forma duradoura,
por meios legais ou outros meios efetivos. A Convenção sobre Diversidade
Biológica (CDB), uma das convenções internacionais assinadas na Rio-92, traz
a seguinte definição de área protegida “significa uma área definida

304
atemploCisA

geograficamente que é destinada, ou regulamentada, e administrada para


alcançar objetivos específicos de conservação.”

Na legislação brasileira não há um conceito único para área protegida, sendo


um termo utilizado em diferentes contextos e com significados específicos. A
mata ciliar e os sítios arqueológicos por exemplo, são exemplos de áreas
protegidas: enquanto esta está relacionada ao registro de vestígios de
atividades dos homens que viveram antes do início de nossa civilização, a
primeira é indispensável à estabilidade de zonas frágeis.

Para áreas protegidas cujo propósito é a proteção da biodiversidade,


ecossistemas e paisagem, utilizamos o termo “unidade de conservação”, que
não possui tradução em outros idiomas e pode ser entendido como um
subconjunto das áreas protegidas. Assim, o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC) define unidade de conservação como “espaço territorial
e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público,
com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”.

As UCs, embora essencialmente diferentes dos Territórios de Ocupação


Tradicional, sejam Terras Indígenas ou Territórios de Remanescentes de
Quilombo, formam conjuntamente com os mesmos as áreas protegidas
objeto do Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas, lançado em 20061
em decorrência dos compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito da CDB.
O intuito do PNAP é orientar as ações para o estabelecimento de um sistema
abrangente de áreas protegidas ecologicamente representativo, efetivamente
manejado, integrado a áreas terrestres e marinhas.

Unidades de conservação

Unidade de Conservação (UC) é uma porção do território nacional ou de suas


águas marinhas que é instituída pelo poder público municipal, estadual ou
federal, como área sob regime especial de administração. Isso se dá pelo
reconhecimento desta área possuir características naturais relevantes, à qual
se aplicam garantias de proteção de seus atributos ambientais.

Há vários tipos de UCs, com diferentes nomes e diretrizes de atividades a


serem realizadas; algumas mais restritivas, voltadas para pesquisa e

305
atemploCisA

conservação, outras para visitação e atividades educativas e algumas que


conciliam habitação e uso produtivo e urbano do território.

O SNUC agrupa as UCs em dois grupos: Proteção Integral e Uso Sustentável.


As Unidades de Proteção Integral têm como objetivo preservar a natureza,
sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com
exceção dos casos previstos na própria Lei.

Já as Unidades de Uso Sustentável, por sua vez, têm como objetivo


compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos,
conciliando a presença humana nas áreas protegidas. Para ler mais a respeito,
vá para o texto específico de UCs de Uso Sustentável.

É muito comum que as UCs sejam genericamente denominadas ‘Parques’,


‘Parques Nacionais’ ou 'Reservas'. Isso ocorre por que anteriormente à criação
do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), em 2000, que
unificou etapas e criou diretrizes comuns para a criação, gestão e manejo das
mesmas, já havia instrumentos legais que disciplinavam a criação de Parques
e Estações Ecológicas e outras áreas protegidas.

Outro entendimento errôneo, é a confusão de UCs com outras áreas


protegidas, como Terras Indígenas, Territórios Remanescentes de
Comunidades Quilombolas ou até mesmo áreas frágeis de ocupação,
reconhecidas pelo Código Florestal brasileiro. Para entender a diferença exata
de cada umas dessas áreas protegidas, visite também a seção de Territórios
de Ocupação Tradicional.

306
atemploCisA

Comunidades Indígenas do RN

MENDONÇA DO AMARELÃO
João Câmara-RN

Os antecessores dos Mendonça do Amarelão são indígenas migrantes do


Brejo de Bananeiras do Estado da Paraíba que chegaram à região por volta da
primeira metade do século XIX. São mais de 1.600 pessoas que vivem no
Amarelão (João Câmara/RN) – lugar de fundação da família há mais de 150
anos e Assentamento Santa Teresinha – terras que os Mendonça conseguiram
recuperar junto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras – MST,
área vizinha do Amarelão. Ambas as localidades estão distantes em mais de
90 km de Natal.

ELEOTÉRIO - CATU
Canguaretama/Goianinha-RN

São aproximadamente 900 pessoas que vivem numa região chamada Catu (na
língua Tupi significa “bom”, “bonito”). É uma área localizada nos municípios de
Canguaretama/Goianinha, distando cerca de 80 km de Natal. O Catu está
rodeado de canaviais e por criadouros de camarão.

307
atemploCisA

No século XVIII a antiga aldeia de Igramació (arredores de Vila Flor, Goianinha


e Canguaretama) abrigava indígenas Potiguara e depois Tapuia, sobreviventes
da “Guerra dos Bárbaros” (LOPES,2003).

CABOCLO
Açu-RN

Próxima a Riacho no município de Açu compõe-se de 150 pessoas que vivem


em terras alheias. Vivem da agricultura, trabalhando como meeiros, ou seja,
tudo que produzem na terra têm que dividir com o dono do lugar. Os
Caboclo falam de sua origem indígena e de migrações da família que vieram
de Paraú (oeste do RN).
Alguns se identificam como indígenas, outros como “caboclos”, denominação
que se remete a antecessores indígenas. Há cavernas e outros lugares de
memória que são lembrados pelos mais velhos como espaços dos
antecessores indígenas.

BANGUÊ
Açu-RN
Composta por 180 pessoas que vivem à margem da Lagoa do Piató (13 km de
extensão) no município de Assu. Trabalham com a pesca e agricultura de
subsistência. Da mesma forma que as demais comunidades já vistas, há muita
precariedade no que se refere à saúde, à educação, ao lazer e ao trabalho. Há
referências à origem indígena e à presença desses antecessores na memória
social.

SAGI
Baía Formosa-RN

Localiza-se numa praia do mesmo nome, no Município de Baía Formosa,


litoral sul do Rio Grande do Norte, fronteira com a Paraíba. São
aproximadamente 540 pessoas. As famílias pertencem a troncos familiares
dos indígenas Potiguara da Paraíba que chegaram na região há mais de 100
anos.

308
atemploCisA

Processo de urbanização do Brasil e do Rio Grande do Norte

Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à


população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o
crescimento da população urbana é superior ao crescimento da população
rural.
Somente na segunda metade do século 20, o Brasil tornou-se um país
urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades.
A partir da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se
cada vez mais acelerado. Isso se deve, sobretudo, a intensificação do processo
de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, sendo esta a principal
conseqüência entre uma série de outras, da "política desenvolvimentista" do
governo Juscelino Kubitschek.

É importante salientar que os processos de industrialização e de urbanização


brasileiros estão intimamente ligados, pois as unidades fabris eram instaladas
em locais onde houvesse infra-estrutura, oferta de mão-de-obra e mercado
consumidor. No momento que os investimentos no setor agrícola,
especialmente no setor cafeeiro, deixavam de ser rentáveis, além das
dificuldades de importação ocasionadas pela Primeira Guerra Mundial e pela
Segunda, passou-se a empregar mais investimentos no setor industrial.

Êxodo rural
As indústrias, sobretudo a têxtil e a alimentícia, difundiam-se, principalmente
nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Esse desenvolvimento industrial
acelerado necessitava de grande quantidade de mão-de-obra para trabalhar
nas unidades fabris, na construção civil, no comércio ou nos serviços, o que
atraiu milhares de migrantes do campo para as cidades (êxodo rural).
O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo
rural. A migração rural-urbana tem múltiplas causas, sendo as principais a
perda de trabalho no setor agropecuário - em conseqüência da modernização
técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina e a
estrutura fundiária concentradora, resultando numa carência de terras para a
maioria dos trabalhadores rurais.

309
atemploCisA

Assim, destituídos dos meios de sobrevivência na zona rural, os migrantes


dirigem-se às cidades em busca de empregos, salários e, acima de tudo,
melhores condições de vida.

População urbana
Atualmente, a participação da população urbana no total da população
brasileira atinge níveis próximos aos dos países de antiga urbanização da
Europa e da América do Norte. Em 1940, os moradores das cidades somavam
12,9 milhões de habitantes, cerca de 30% do total da população do país, esse
percentual cresceu aceleradamente: em 1970, mais da metade dos brasileiros
já viviam nas cidades (55,9%). De acordo com o Censo de 2000, a população
brasileira é agora majoritariamente urbana (81,2%), sendo que de cada dez
habitantes do Brasil, oito moram em cidades.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil


tinha uma taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas
projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em
centros urbanos deve pular para 93,6%. Em termos absolutos, serão 237,751
milhões de pessoas morando nas cidades do país na metade deste século. Por
outro lado, a população rural terá caído de 29,462 milhões para 16,335
milhões entre 2005 e 2050.

O processo de urbanização no Brasil difere do europeu pela rapidez de seu


crescimento. Na Europa esse processo é mais antigo. Com exceção da
Inglaterra, único país que se tornou urbanizado na primeira metade do século
19, a maioria dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda
metade do século 19 e a primeira metade do século 20. Além disso, nesses
países a urbanização foi menos intensa, menos volumosa e acompanhada
pela oferta de empregos urbanos, moradias, escolas, saneamento básico, etc.

Em nosso país, 70 anos foram suficientes para alterar os índices de população


rural e os de população urbana. Esse tempo é muito curto e um rápido
crescimento urbano não ocorre sem o surgimento de graves problemas.

Favelização e outros problemas da urbanização


A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para
atender às necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de
problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se o desemprego, a
criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água. Relatório do

310
atemploCisA

Programa Habitat, órgão ligado à ONU, revela que 52,3 milhões de brasileiros
- cerca de 28% da população - vivem nas 16.433 favelas cadastradas no país,
contingente que chegará a 55 milhões de pessoas em 2020.

O Brasil sempre foi uma terra de contrastes e, nesse aspecto, também não
ocorrerá uma exceção: a urbanização do país não se distribui igualitariamente
por todo o território nacional, conforme podemos observar na tabela abaixo.
Muito pelo contrário, ela se concentra na região Sudeste, formada pelos
Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

Brasil: Ìndice de urbanização por região (%)


Região 1950 1970 2000
Sudestes 44,5 72,7 90,5
Centro-Oeste 24,4 48 86,7
Sul 29,5 44,3 80,9
Norte 31,5 45,1 69,9
Nordeste 26,4 41,8 69,1
Brasil 36,2 55,9 81,2

Norte e Nordeste
O grau de urbanização da região é o mais baixo do país: 69,9% em 2003. No
entanto, é a região que mais se urbanizou nos últimos anos. Entre 1991 e
2000, segundo o IBGE, o crescimento urbano foi de 28,54%. Além de ter-se
inserido tardiamente na dinâmica econômica nacional, a região tem sua
peculiaridade geográfica - a floresta Amazônica - que representa um
obstáculo ao êxodo rural. Ainda assim, Manaus (AM) e Belém (PA) são as
principais regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes cada.

Com mais de 51 milhões de habitantes o é a região brasileira com o maior


número de municípios (1.793), mas somente 69,1% de sua população é
urbana. A estrutura agrária baseada na pequena propriedade familiar, na faixa
do Agreste, colaborou para segurar a força de trabalho no campo e controlar
o ritmo do êxodo rural. O baixo rendimento e a baixa produtividade do setor
agrícola restringiu a repulsão dos habitantes rurais, ao passo que o

311
atemploCisA

insuficiente desenvolvimento do mercado regional limitou a atração exercida


pelas cidades.

Municípios do Rio Grande do Norte

O Estado se divide em 167 municípios, sendo a décima terceira unidade de


federação brasileira com o maior número de municípios do país e a sétima de
todo o Nordeste, sendo superada pelos estados da Bahia, Piauí, Paraíba,
Pernambuco e Ceará e superando Alagoas e Sergipe.

A área total do Rio Grande do Norte é de 52 811,11 km², sendo a sexta menor
unidade federativa do país, com extensão comparável à extensão territorial da
Bósnia e Herzegovina. O município com a maior área é Mossoró, localizado
na mesorregião do Oeste Potiguar e microrregião homônima, com
aproximadamente 2 100 km² de superfície, enquanto o menor é Senador
Georgino Avelino, com quase 26 km², localizado na mesorregião do Leste
Potiguar e microrregião do Litoral Sul.

Devido à sua localização geográfica no território brasileiro, o Rio Grande do


Norte é conhecido como esquina do continente. É a unidade da federação
mais próxima da Europa e da África. O Rio Grande do Norte tem como
estados limítrofes o Ceará a oeste e a Paraíba a sul, além do Oceano Atlântico
tanto a norte quanto a leste. A população do Rio Grande do Norte, no censo
de 2010 foi de 3 168 027 habitantes, sendo o décimo sexto mais populoso do
país. Entretanto, apenas três dos seus municípios apresentam uma população
igual ou superior a cem mil habitantes: Natal (a capital), Mossoró e
Parnamirim.

Além dos municípios, o estado do Rio Grande do Norte é oficialmente


subdividido ainda em dezenove microrregiões (Angicos, Agreste Potiguar,
Baixa Verde, Borborema Potiguar, Chapada do Apodi, Litoral Nordeste, Litoral
Sul, Macaíba, Macau, Médio Oeste, Mossoró, Natal, Pau dos Ferros, Seridó
Ocidental, Seridó Oriental, Serra de São Miguel, Serra de Santana, Umarizal e
Vale do Açu) e quatro mesorregiões (Agreste Potiguar, Central Potiguar, Leste
Potiguar e Oeste Potiguar).

312
atemploCisA

Esta é uma lista de municípios do Rio Grande do Norte por


população segundo censo de 2010 do IBGE.
Posiçã
Município População
o
1 Natal 803 811
2 Mossoró 259 886
3 Parnamirim 202 413
4 São Gonçalo do Amarante 87 700
5 Macaíba 69 538
6 Ceará-Mirim 67 844
7 Caicó 62 727
8 Assu 53 245
9 Currais Novos 42 668
10 São José de Mipibu 39 771
11 Santa Cruz 35 759
12 Nova Cruz 35 541
13 Apodi 34 777
14 João Câmara 32 203
15 Touros 31 076
16 Canguaretama 30 900
17 Macau 28 974
18 Pau dos Ferros 27 733
19 Areia Branca 25 263
20 Extremoz 24 550
21 Baraúna 24 187
22 Nísia Floresta 23 818
23 Goianinha 22 467
24 Santo Antônio 22 214
25 São Miguel 22 159
26 Monte Alegre 20 670
27 Parelhas 20 347
28 Caraúbas 19 582
29 Jucurutu 17 692
30 São Paulo do Potengi 15 866

313
atemploCisA

Posiçã
Município População
o
31 Tangará 14 175
32 Pedro Velho 14 119
33 Lagoa Nova 13 990
34 Poço Branco 13 947
35 Ipanguaçu 13 855
36 Santana do Matos 13 798
37 Jardim de Piranhas 13 511
38 Alexandria 13 475
39 Pendências 13 436
40 Upanema 12 985
41 Arez 12 931
42 Guamaré 12 431
43 Governador Dix-Sept Rosado 12 373
44 São José do Campestre 12 359
45 Alto do Rodrigues 12 306
46 Ielmo Marinho 12 188
47 Jardim do Seridó 12 115
48 Patu 11 964
49 Taipu 11 836
50 Brejinho 11 577
51 Angicos 11 553
52 Montanhas 11 418
53 Tibau do Sul 11 402
54 Passa-e-Fica 11 111
55 Acari 11 035
56 Cerro Corá 10 916
57 Afonso Bezerra 10 879
58 São Tomé 10 868
59 Vera Cruz 10 725
60 Umarizal 10 669
61 Espírito Santo 10 480
62 Maxaranguape 10 442

314
atemploCisA

Posiçã
Município População
o
63 Lajes 10 385
64 Serra do Mel 10 281
65 Campo Redondo 10 266
66 Rio do Fogo 10 060
67 Tenente Ananias 9 911
68 Carnaubais 9 775
69 Luís Gomes 9 612
70 Bom Jesus 9 432
71 Grossos 9 393
72 Campo Grande 9 289
73 Boa Saúde 9 009
74 Florânia 8 959
75 Serra Caiada 8 774
76 São Miguel do Gostoso 8 659
77 Baía Formosa 8 569
78 Pureza 8 432
79 Marcelino Vieira 8 265
80 Martins 8 228
81 São Rafael 8 106
82 Cruzeta 7 968
83 Jaçanã 7 925
84 Serra Negra do Norte 7 770
85 Lagoa Salgada 7 565
86 Carnaúba dos Dantas 7 429
87 Portalegre 7 297
88 Pedro Avelino 7 168
89 Riachuelo 7 067
90 Lagoa de Pedras 6 992
91 Itajá 6 952
92 Antônio Martins 6 907
93 Jandaíra 6 796
94 Serrinha 6 581

315
atemploCisA

Posiçã
Município População
o
95 Doutor Severiano 6 495
96 Lagoa d'Anta 6 228
97 São Pedro 6 223
98 São Vicente 6 030
99 Caiçara do Norte 6 016
100 São João do Sabugi 5 914
101 José da Penha 5 868
102 Equador 5 822
103 Severiano Melo 5 752
104 Serra de São Bento 5 746
105 Felipe Guerra 5 734
106 Senador Elói de Souza 5 645
107 Itaú 5 568
108 Japi 5 522
109 Tenente Laurentino Cruz 5 406
110 Coronel Ezequiel 5 405
111 Janduís 5 350
112 Encanto 5 228
113 Várzea 5 227
114 Porto do Mangue 5 217
115 Bento Fernandes 5 110
116 Sítio Novo 5 020
117 Almino Afonso 4 880
118 Parazinho 4 845
119 Coronel João Pessoa 4 774
120 Santa Maria 4 762
121 Ouro Branco 4 699
122 Rafael Fernandes 4 692
123 Lajes Pintadas 4 614
124 Serrinha dos Pintos 4 538
125 Rodolfo Fernandes 4 417
126 Olho-d'Água do Borges 4 301

316
atemploCisA

Posiçã
Município População
o
127 Frutuoso Gomes 4 233
128 São José do Seridó 4 231
129 Messias Targino 4 188
130 Riacho de Santana 4 157
131 Barcelona 3 957
132 Paraná 3 952
133 Senador Georgino Avelino 3 924
134 São Bento do Trairi 3 909
135 São Francisco do Oeste 3 874
136 Paraú 3 862
137 Venha-Ver 3 821
138 Tibau 3 687
139 Lucrécia 3 633
140 Ruy Barbosa 3 595
141 Jundiá 3 585
142 Major Sales 3 536
143 Pedra Grande 3 521
144 Pilões 3 453
145 São Fernando 3 401
146 Triunfo Potiguar 3 366
147 Caiçara do Rio do Vento 3 304
148 Riacho da Cruz 3 165
149 Rafael Godeiro 3 070
150 Água Nova 2 984
151 São Bento do Norte 2 974
152 Passagem 2 899
153 Francisco Dantas 2 874
154 Vila Flor 2 872
155 Fernando Pedroza 2 850
156 Lagoa de Velhos 2 674
157 Jardim de Angicos 2 607
158 João Dias 2 601

317
atemploCisA

Posiçã
Município População
o
159 Pedra Preta 2 583
160 Santana do Seridó 2 526
161 Bodó 2 425
162 Taboleiro Grande 2 317
163 Timbaúba dos Batistas 2 295
164 Monte das Gameleiras 2 266
165 Galinhos 2 150
166 Ipueira 2 074
167 Viçosa 1 618

Aspectos demográficos do Brasil e do Rio Grande do Norte

A população brasileira atual é de 207,7 milhões de habitantes (em 1 de julho


de 2017 - estimativa IBGE). Segundo as estimativas, no ano de 2025, a
população brasileira deverá atingir 228 milhões de habitantes. A população
brasileira distribui-se pelas regiões da seguinte forma: Sudeste (86,3 milhões),
Nordeste (56,9 milhões), Sul (29,4 milhões), Norte (17,7 milhões) e Centro-
Oeste (15,6 milhões).

Taxa de Natalidade e de Mortalidade

Se observarmos os dados populacionais brasileiros, poderemos verificar que a


taxa de natalidade tem diminuído nas últimas décadas. Isto ocorre, em função
de alguns fatores. A adoção de métodos anticoncepcionais mais eficientes
tem reduzido o número de gravidez. A entrada da mulher no mercado de
trabalho, também contribuiu para a diminuição no número de filhos por casal.
Enquanto nas décadas de 1950-60 uma mulher, em média, possuía de 4 a 6
filhos, hoje em dia um casal possui um ou dois filhos, em média.

A taxa de mortalidade também está caindo em nosso país. Com as melhorias


na área de medicina, mais informações e melhores condições de vida, as
pessoas vivem mais. Enquanto no começo da década de 1990 a expectativa
de vida era de 66 anos, em 2013 foi para 74,9 anos (dados do IBGE).

318
atemploCisA

A diminuição na taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida tem


provocado mudanças na pirâmide etária brasileira. Há algumas décadas atrás,
ela possuía uma base larga e o topo estreito, indicando uma superioridade de
crianças e jovens. Atualmente ela apresenta características de equilíbrio.
Alguns estudiosos afirmam que, mantendo-se estas características, nas
próximas décadas, o Brasil possuirá mais adultos e idosos do que crianças e
jovens. Um problema que já é enfrentado por países desenvolvidos,
principalmente na Europa.

Mortalidade Infantil

Embora ainda seja alto, o índice de mortalidade infantil (até completar um


ano) diminui a cada ano no Brasil. Em 1995, a taxa de mortalidade infantil era
de 66 por mil. Em 2005, este índice caiu para 25,8 por mil. Já no último Censo
feito pelo IBGE em 2010, o índice verificado foi de 15,6 por mil. Em 2016, o
IBGE indicou que este índice caiu para 13,3 por mil.

Para termos uma base de comparação, em países desenvolvidos a taxa de


mortalidade infantil é de, aproximadamente, 5 por mil.

Este índice tem caído no Brasil em função, principalmente, de alguns fatores:


melhorias no atendimento à gestante, exames prévios, melhorias nas
condições de higiene (saneamento básico), uso de água tratada, utilização de
recursos médicos mais avançados, etc.

Outros dados da População brasileira

- Crescimento demográfico: 0,77% ao ano (entre 2016 e 2017) - Fonte: IBGE


(2017)
- Expectativa de vida: 75,8 anos (em 2016 - fonte: IBGE)
- Expectativa de vida de homens: 72,2 anos (em 2016 - fonte: IBGE)
- Expectativa de vida de mulheres: 79,4 anos (em 2016 - fonte: IBGE)
- Taxa de natalidade (por mil habitantes): 20,40 *
- Taxa de mortalidade (por mil habitantes): 6,31 *
- Taxa de fecundidade total: 1,74 ***
- Estrangeiros no Brasil: 0,23% **
- Estados mais populosos: São Paulo (44,7 milhões), Minas Gerais (21
milhões), Rio de Janeiro (16,6 milhões), Bahia (15,2 milhões) e Rio Grande do
Sul (11,2 milhões). - Fonte: IBGE 2017 - estimativa

319
atemploCisA

- Estados menos populosos: Roraima (514,2 mil), Amapá (782,3 mil) e Acre
(816,6 mil). - Fonte PNAD IBGE (2016) - estimativa
- Capital menos populosa do Brasil: Palmas-TO (279,8 mil) - Fonte PNAD IBGE
(2016) - estimativa
- Cidade mais populosa: São Paulo-SP (12,03 milhões) Fonte: PNAD IBGE 2016
- estimativa
- Proporção dos sexos: 48,5 de homens e 51,5 % de mulheres. (Pnad 2016 -
IBGE)
- Vivem na Zona Urbana: 172,8 milhões de habitantes, enquanto que na Zona
Rural vivem 30,3 milhões de brasileiros. (Pnad 2014 - IBGE).
- Pessoas com 60 anos ou mais: 14,4% da população (em 2016 - Pnad - IBGE)
- Pessoas que vivem sozinhas: 14,4% ***

Fontes: IBGE * 2005 , ** Censo 2010, *** IBGE (Síntese de Indicadores Sociais
2015, referente ao ano de 2014)

Etnias no Brasil (cor ou raça)


- Parda: 46,7%
- Branca: 44,2%
- Preta: 8,2%
- Indígenas, amarelos e outros: 0,9%

Fonte: Pnad - IBGE 2016

Rio Grande do Norte

A população do estado do Rio Grande do Norte no censo demográfico de


2010 era de 3 168 027 habitantes, sendo a décima sexta unidade da
federação mais populosa do país, concentrando aproximadamente 1,7% da
população brasileira.
A densidade demográfica era de 59,99 habitantes por quilômetro quadrado,
a décima maior do Brasil.
Segundo o mesmo censo, 77,81% habitantes viviam na zona urbana e 22,19%
na zona rural. Ao mesmo tempo, 51,11% dos habitantes eram sexo feminino e
48,89% do sexo masculino, com uma razão de sexo de aproximadamente 96
homens para cada cem mulheres.Quanto à faixa etária, 67,51% da população
tinham entre 15 e 64 anos, 24,95% menos de quinze anos e 7,54% 65 anos ou
mais. Em comparação com o censo de 2000, o Rio Grande do Norte registrou

320
atemploCisA

um crescimento populacional de 14,3%, superior às médias da região


Nordeste (11,29%) e do Brasil (12,48%).

Dos 167 municípios do estado, apenas três possuíam população superior a


cem mil habitantes (Natal, Mossoró e Parnamirim), cinco possuíam entre
50 001 e 100 000 habitantes, dezenove entre 20 001 e 50 000, 39 entre 10 001
e 20 000, cinquenta entre 5 001 e 10 000, outros cinquenta entre 2 001 e
5 000 e apenas um abaixo de dois mil habitantes (Viçosa). A capital, Natal,
com seus 803 739 habitantes, concentrava 25,4% da população estadual, além
de possuir a maior densidade demográfica entre todos os municípios
potiguares (4 808,20 hab./km²), e sua região metropolitana possuía uma
população de 1 351 004 habitantes, tornando-se a décima sexta maior
aglomeração urbana do Brasil.
Ainda segundo o mesmo censo, 75,96% dos potiguares eram católicos
romanos, 15,4% evangélicos, 6,41% não tinham religião e 2,23% seguiam
outras denominações.
A Igreja Católica inclui o Rio Grande do Norte na Regional Nordeste II
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que também abrange
os estados de Alagoas, Paraíba e Pernambuco.
O território estadual coincide com a Província Eclesiástica de Natal, formada
pela Arquidiocese de Natal e suas duas dioceses
sufragâneas: Caicó e Mossoró.
Dentre os diversos credos protestantes ou reformados, as maiores
denominações eram Assembleia de Deus (7,16%), Igreja Universal do Reino
de Deus (0,75%), Igreja Deus é Amor, Congregação Cristã do Brasil (0,15%)
e Evangelho Quadrangular (0,08%).
O Índice de Desenvolvimento Humano do estado do Rio Grande do Norte é
considerado médio conforme dados do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento. Segundo o último Atlas do Desenvolvimento Humano do
Brasil, divulgado em 2013, com dados relativos a 2010, o seu valor era de
0,684, estando na 16ª colocação a nível nacionale na primeira a nível regional.
Considerando-se o índice de longevidade, seu valor é de 0,792, o valor do
índice de de renda é 0,678 e o de educação 0,597.
A incidência de pobreza, em 2003, era de 52,27% (sendo 55,91% o índice de
pobreza subjetiva) e o índice de Gini no mesmo ano era 0,49.

Segundo o censo de 2010 do IBGE, da população total, 1 671 286


eram pardos (52,75%); 1 293 931 eram brancos (40,84%);

321
atemploCisA

165 087 pretos (5,23%); 33 857 amarelos (1,07%); 2 788 indígenas (0,09%);
além de 358 sem declaração (0,01%).
A origem do povo potiguar está ligada à união de três povos:
os negros, indígenas e portugueses. No interior do estado, é mais notável a
influência portuguesa e cabocla, sendo pouca a influência africana, enquanto
no litoral a influência negra é mais visível que nas outras regiões do estado,
devido ao cultivo da cana-de-açúcar, que utilizava a mão de obra escrava.
A maioria dos imigrantes vindos de outros estados do Brasil vem da
vizinho Paraíba, a maior parte concentrada na fronteira entre os dois estados,
como em Campo Redondo e Coronel Ezequiel.
No censo de 2000, realizado pelo IBGE, imigraram no estado 75 570 pessoas
em 1991 e em 2000 o número subiu para 77 916, um aumento de 3,1% entre
esses anos. Já em relação à saída (emigração), houve uma queda de 6,7%
entre os anos de 1991 e 2000, passando de 76 444 para 71 287 pessoas,
respectivamente.

Principais aspectos da geografia agrária brasileira e do Rio Grande do


Norte: estrutura fundiária e principais lavouras

A estrutura fundiária é a forma como são distribuídas as propriedades rurais


de um país. A realidade da distribuição de terras no Brasil é uma herança do
sistema colonial – da “Lei das Sesmarias” – onde havia o predomínio de
grandes propriedades de terras – as “plantations” – cuja produção estava
voltada ao mercado externo.
A estrutura fundiária brasileira é extremamente conservadora: os latifúndios
com mais de mil hectares ocupam 44,4% das terras. A maioria dos
proprietários, cerca de 48%, é pequena. Já os grandes latifundiários, que
representam apenas 1% dos donos de terras no Brasil, controlam quase
metade delas.
Nas últimas décadas, o governo brasileiro tomou algumas medidas para
tentar corrigir essa desproporcionalidade. Houve assentamentos de
produtores rurais sem terras, apoio à agricultura familiar, crédito rural e outros
programas. Contudo, isso não mudou de forma significativa a estrutura
fundiária brasileira.
A maior concentração fundiária ocorre nas regiões Centro-Oeste e Nordeste.
O Sul apresenta a menor concentração fundiária do país, mas mesmo em tal
região as propriedades rurais não são bem divididas.

322
atemploCisA

O Índice Gini – indicador de desigualdade utilizado para medir o grau de


concentração da terra e da renda – revela quanto conservadora é a estrutura
fundiária do Brasil. O índice varia de zero a um: quanto mais próximo de um,
maior a desigualdade na distribuição de terras. O Censo Agropecuário de
2006, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
revela uma Gini de 0,872 para a estrutura agrária brasileira. Esse número, que
é superior aos índices apurados em 1985 (0,857) e 1995 (0,856), demonstra
que com o passar do tempo, o problema da concentração de terras no Brasil
se agravou.

O Censo de 2006 também mostra que a principal atividade de


estabelecimentos agropecuários é a criação de bovinos, que ocorre em mais
de 30% deles. Em seguida: o cultivo de outras lavouras temporárias, inclusive
o feijão e a mandioca (18%), o cultivo de cereais (12%) e a criação de aves
(9%).
De acordo com o Censo, os estabelecimentos cuja atividade principal é a
plantação de cana-de-açúcar ou de soja ficaram com a maior participação no
valor da produção agropecuária (14% cada). Em seguida: estabelecimentos
cuja atividade principal é a criação de bovinos (10%), o cultivo de cereais (9%)
e o cultivo de outros produtos da lavoura temporária (8%).
Os minifúndios – pequenas propriedades rurais, geralmente exploradas pelo
agricultor e sua família – costumam ser mais bem aproveitados do que os
latifúndios. Os minifúndios são responsáveis por grande parte das culturas de
alimentação básica. São eles que sustentam a atividade produtiva do país,
fornecendo alimentos para a população. Os minifúndios são também os
estabelecimentos que mais geram empregos na área rural.
A estrutura fundiária brasileira pouco se modificou na última década. Devido
à concentração fundiária, muitos pequenos agricultores abandonaram suas
atividades agrícolas. A modernização acelerada da agricultura e a pobreza nas
áreas rurais resultaram no êxodo rural. Na segunda metade do século XX, o
êxodo rural assumiu enormes proporções: de 1950 a 2000, o percentual de
brasileiros que viviam no campo caiu de 64% para menos de 20%. Em 1950,
60,7% da população ativa trabalhava no setor agropecuário. Em 2000, esse
percentual havia diminuído para 19,0%.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),
divulgada em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
no Brasil há 29.4 milhões de pessoas que vivem na zona rural.

323
atemploCisA

Entre os habitantes do campo, há cerca de 14.7 milhões de pessoas (50% do


total) empregadas em atividades agrícolas. Do total das pessoas que vivem
em áreas rurais, 29,6% são trabalhadores autônomos e 28,4%, empregados.
Contudo, a pesquisa aponta que houve uma redução de aproximadamente
um milhão de pessoas empregadas na agricultura. Essa queda se deve à
realocação de pessoas para outros setores ainda relacionados ao agronegócio
– por exemplo, a agroindústria.
A pesquisa aponta que 54,8% da população rural tem entre 15 e 54 anos de
idade e que 57% das pessoas que moram no campo têm entre quatro e 14
anos de estudo. A Pnad revela que há mais pessoas com pouca escolaridade
no campo do que na cidade: 22,5% dos habitantes não frequentaram a escola
ou estudaram por menos de um ano. Entre a população urbana, esse
percentual é de 9,7%.
É importante notar que na última década, a agropecuária moderna e a
agricultura de subsistência passaram a dividir espaço com atividades ligadas à
prestação de serviços, à indústria e ao turismo e lazer. Esse fenômeno,
aparentemente irreversível, fez com que os limites entre o rural e o urbano no
Brasil se tornassem cada vez menos nítidos. Dados de 2009 revelam que
44,7% dos brasileiros que residem na zona rural têm renda proveniente de
atividades não agrícolas. Em São Paulo, o número atinge 78,4%.
Segundo o Censo de 2010, dos 29,9 milhões de brasileiros que residiam no
campo, 25,5% viviam em situação de pobreza extrema. Já entre os 160,9
milhões que residiam nos centros urbanos, o número era bastante inferior:
5,4%.
O Censo Agropecuário de 2006-2007 demonstrou a seguinte relação entre o
número de estabelecimentos de agricultura familiar e o tamanho do território
que ocupam: 84,4% dos estabelecimentos rurais brasileiros são de agricultura
familiar, mas possuem apenas 24,3% do território ocupado no campo. O
restante dos estabelecimentos (15,6%) faz parte da agricultura “não familiar”
– ou seja, é o agronegócio – que, por sua vez, possui 75,7% das áreas
ocupadas no campo.
Esses dados demonstram a enormidade da concentração de terras no Brasil:
mais de 75% da área produtiva nacional se encontra nas mãos de cerca de
15% dos proprietários de terra.
Produtividade Agrícola
Graças às pesquisas da Embrapa, o aumento da produtividade resultou no
crescimento da produção agrícola brasileira. Um exemplo disso: entre 1990 e

324
atemploCisA

2009, a área plantada de grãos no Brasil subiu 1,7% ao ano, mas a produção
cresceu 4,7%.
De 1975 a 2010, o índice de produtividade agrícola do Brasil multiplicou-se
3,7 vezes: o dobro da velocidade observada nos Estados Unidos.
A produtividade agrícola brasileira é beneficiada pelo clima tropical do país.
Exemplificando: em algumas regiões brasileiras, é possível plantar milho
depois da colheita da soja. Há, portanto, duas safras no mesmo ano.
O Brasil lidera a produtividade agrícola na América Latina e no Caribe.
Segundo um estudo realizado em 2011 pela Organização para Cooperação e
Desenvolvimento (OCDE), o país apresenta índices de crescimento acima da
média mundial.
O aumento da produtividade deve-se às novas tecnologias aplicadas ao
plantio, à colheita e ao transporte. Deve-se também ao uso de sementes de
melhor qualidade, à maior utilização de insumos agrícolas e de maquinário, à
mão de obra predominantemente assalariada e ao uso intensivo do solo.
Um outro fator é a expansão das terras agricultáveis, apesar da manutenção
de desigualdades sociais.
É importante notara que as pequenas propriedades podem ser consideradas
as mais produtivas, pois abastecem em grande parte o mercado interno.
Proporcionalmente, as grandes propriedades são mais improdutivas, pois
ocupam a maior parte da área e têm a menor quantidade de produção.
Subsídios do Governo
As políticas de mobilização de recursos viabilizam os ciclos do plantio, pois
oferecem ao homem do campo acesso a linhas de crédito para custeio,
investimento e comercialização. Vários programas do governo ajudam a
financiar as diversas necessidades dos produtores. Contudo, os pequenos
produtores rurais são os que mais encontram dificuldades para obter linhas
de financiamento.
Modernização do setor agropecuário
O setor agropecuário apresenta um acentuado processo de mecanização,
escasseando o emprego e a renda para a população rural, pois reduziu a
necessidade do trabalho no campo, agravando os conflitos pela posse da
terra.
A modernização da agricultura promoveu a valorização da terra e a
concentração fundiária. Houve um aumento no aproveitamento de solos
menos férteis. Mas seus impactos sociais negativos são evidentes: acentuou

325
atemploCisA

as desigualdades sociais e gerou o aumento da dependência dos agricultores


em relação às empresas do agronegócio.
A modernização é resultante de pacotes tecnológicos importados. É
caracterizada pela incorporação de maior dosagem de adubos, calcários,
agrotóxicos, sementes melhoradas, tratores e equipamentos na agropecuária.
A indústria brasileira voltada para o campo desenvolveu-se, principalmente,
para grandes produtores, que foram estimulados a adquirir os insumos
industriais modernos pelos créditos governamentais subsidiados.
Os equipamentos mecânicos utilizados nas grandes propriedades
monocultoras e a aplicação de fertilizantes e agrotóxicos vêm provocando
graves desequilíbrios ambientais. Vários problemas ambientais resultaram da
expansão da agricultura, entre eles:
1. As constantes aplicações de agrotóxicos aumentam a incidência de
pragas, pois reduzem a população de predadores naturais e tornam os seus
vetores mais resistentes aos venenos aplicados.
2. Os sulcos abertos pelos tratores na preparação do solo facilitam o
escoamento superficial da água das chuvas. Isso acelera o processo de
degradação dos solos.
3. O desmatamento indiscriminado tem alterado o armazenamento da água
no solo. Isso tem graves repercussões no regime dos rios.
4. O uso da queimada na preparação do solo aumenta a quantidade de
dióxido de carbono na atmosfera. Isso faz com que a atmosfera retenha mais
calor do que deveria em seu estado natural.
Agronegócio
O agronegócio é a agregação de valor ao produto rural, por sua
industrialização.
O agronegócio no Brasil ocupa aproximadamente 282 milhões de hectares.
Destes, 220 milhões são utilizados para pastagens e 40 milhões para lavouras.
Há no país 106 milhões de hectares a serem explorados, especialmente nos
cerrados.
Em 2004, o agronegócio brasileiro alcançou grandes resultados:
•PIB do setor rural (“dentro das porteiras das fazendas”): R$ 162,95
bilhões
•PIB do conjunto do agronegócio (“dentro e depois das porteiras das
fazendas”): R$ 524,46 bilhões
•Valor Bruto da Produção agropecuária (VBP): R$ 166 bilhões

326
atemploCisA

•Exportações totais do agronegócio: US$ 36,03 (29% a mais do que em


2003)
•Saldo comercial: US$ 31,578 bilhões
•Postos de trabalho: cerca de 37% do total das pessoas ocupadas no
Brasil
O agronegócio no Brasil é estimulado pelo governo, que concede créditos.
Apesar de seus benefícios, promove a concentração de terras e o desemprego
no campo.
Agricultura de exportação
Segunda a Organização Mundial de Comércio (OMC), o Brasil é o terceiro
maior exportador agrícola do mundo. O país é superado apenas pelos
Estados Unidos e pela União Europeia. Em 2012-2013, o Brasil exportou US$
100,61 em produtos agropecuários.
A expansão da safra de soja e o aumento da produção de carnes foram os
principais responsáveis pelo recente progresso do Brasil na exportação
agrícola. As exportações brasileiras de complexo de soja (grão, farelo e óleo)
mais do que quadruplicaram: em 2000, representavam US$ 4,2 bilhões e, em
2009, US$ 17,2 bilhões. No mesmo período, as vendas de carne bovina
subiram de US$ 813 milhões para US$ 4,2 bilhões e as de carne de frango, de
US$ 735 milhões para US$ 5,8 bilhões.

Rio Grande do Norte

A agricultura do estado é a que mais cresce em 2002, apoiada na expansão


da fruticultura irrigada e principalmente na cana-de-açúcar produzida nesse
mesmo ano em um total de 2.011.241 Mandioca, milho, coco e melão são
outras culturas de destaque nesse crescimento. A base da agricultura é a
cana-de-açúcar, cuja safra cresce 22% em 1999 em relação ao ano anterior.
A produção de caju, melão, melancia, acerola e manga é quase inteiramente
destinada ao exterior, principalmente para a Europa. A fruticultura,
beneficiada pelo processo de irrigação, não sofre com a estiagem.
As principais atividades do RN se concentram nas áreas de
Agricultura: castanha-de-caju, coco-da-baía, arroz, mandioca (esses últimos
em processo de expansão), cultivo de algodão, banana, cana-de-
açúcar, feijão, milho, batata-doce, sisal, fumo, abacaxi e mamona; Pecuária:
bovina, suínos, avicultura; Pesca/Extração vegetal: Carnaúba e

327
atemploCisA

Mineração: sal marinho, calcário, diatomito, estanho, caulim, gás


natural, petróleo, tungstênio, feldspato e nióbio.
Das atividades de subsistência, a pecuária foi a que mais se desenvolveu, com
a criação de gado em grandes fazendas destinadas ao abastecimento das
outras cidades próximas. As fazendas de criação de gado deram origem aos
distritos que hoje formam os 167 municípios do Estado do Rio Grande do
Norte.
Ainda na região litorânea, a bovinocultura e a avicultura representam
respectivamente 50% e 60% do rebanho e da produção de ovos do Estado.
Embora no período colonial o Rio Grande do Norte tenha sido um importante
centro de criação de gado, hoje tem uma pecuária pouco expressiva,
apresentando o menor rebanho do Nordeste.
Um dos estados nordestinos mais afetados pela seca, o Rio Grande do Norte
inicia em 1999 a construção de duas novas adutoras abastecidas pelas bacias
do rio Piranhas-Açu, parte de um projeto que prevê mais quatro até o final
de 2000.
A atividade agropecuária caracteriza-se pelo baixo grau de mecanização, e
ocupa cerca de 70% da área do estado. A partir dos anos 90, diminui a área
plantada e a produção das principais lavouras, como a do algodão, atingida
por um tipo de praga.

Geografia Política (governadores do Rio Grande do Norte)

Incluem-se neste artigo todos os mandatários que governaram o território


hoje chamado estado do Rio Grande do Norte, desde os primórdios da
colonização portuguesa até a atualidade. Durante o decorrer de sua história,
o Rio Grande do Norte já foi governado por ministros do Império, presidentes
de província, presidentes e intendentes, vindo sua atual denominação
"governador" com a Constituição Federal de 1946. O atual governador do Rio
Grande do Norte é Robinson Faria, empossado em 1 de janeiro de 2015 após
vencer as eleições estaduais de 2014 contra Henrique Eduardo Alves.

328
atemploCisA

Governadores do Rio Grande do Norte - Período Colonial (1697 - 1821)


Início de Fim de
Nome Imagem
mandato mandato
Bernardo Vieira de Melo
8 de janeiro de
1701
(1658–1714) 1695

Antônio de Carvalho e Almeida 1701 1705


Sebastião Nunes Colares 1705 1708
André Nogueira da Costa 1708 1711
Salvador Álvares da Silva 1711 1715
Domingos Amado 1715 1718
Luís Ferreira Freire 1718 1722
João Pereira da Fonseca 1722 1728
Domingos de Morais Navarro 1728 1731
João de Barros Braga 1731 1754
João de Teive Barreto e Meneses 1735 1739
Francisco Xavier de Miranda
1739 1751
Henriques
Pedro de Albuquerque e Melo 1751 1757
4 de dezembro
João Coutinho de Bragança 1760
de 1757
Joaquim Félix de Lima 1760 1774
Câmara senatorial 1774 1791
Caetano da Silva Sanches
1791 1800
(–1800)

Junta governativa 1800 1802


Lopo Joaquim de Almeida
1802 1805
Henriques
José Francisco de Paula
1806 1811
Cavalcanti de Albuquerque
Sebastião Francisco de Melo e
1812 1816
Póvoas

329
atemploCisA

José Inácio Borges


1816 1821
c. (1658–1714)

Presidentes da Província do Rio Grande do Norte - Império do Brasil (1821 -


1889)

Início de Fim de
Nome Imagem Observações
mandato mandato
Primeiro Reinado (1822-1831)

Junta governativa
potiguar de 1821- 1821 1824
1824

Presidente de
Manuel Teixeira
24 de província.
Barbosa 5 de maio
janeiro de
de 1824
(1779–1839) 1824

Tomás de Araújo
Pereira 8 de
5 de maio
setembro de
de 1924
(1765–1847) 1824

Lourenço José de 8 de 20 de
Morais Navarro setembro de janeiro de
1824 1825
(1786–1830)

330
atemploCisA

Manuel Teixeira
Barbosa 25 de
21 de março
janeiro de
de 1825
(1779–1839) 1825

Manuel do
Nascimento Castro e 15 de
Silva 21 de março
agosto de
de 1825
1825
(1788–1846)

Antônio da Rocha
Bezerra 20 de 21 de
agosto de fevereiro de
(1759–1832) 1825 1826

José Paulino de
Almeida Albuquerque 21 de
10 de março
fevereiro de
de 1830
(–1830) 1826

Antônio da Rocha
Bezerra 22 de
10 de março
fevereiro de
de 1830
(1759–1832) 1832

Joaquim Vieira da
Silva e Sousa 22 de 4 de
fevereiro de setembro de
(1800–1864) 1832 1832

Manuel Pinto de 18 de março 24 de


Castro de 1822 janeiro de
1824
(1774–1850)

331
atemploCisA

Período regencial (1831-1840)

Joaquim Vieira da
Silva e Sousa 24 de 8 de
setembro de outubro de
(1800–1864) 1832 1832

4 de 24 de
Manuel Pinto de setembro de setembro de
Castro 1832 1832
8 de 23 de
(1774–1850)
outubro de janeiro de
1832 1833

Manuel Lobo de
Miranda Henriques 23 de
31 de julho
janeiro de
de 1833
c. (1789/90–1856) 1833

Basílio Quaresma
Torreão 31 de julho 1 de maio
de 1833 de 1836
(1787–1867)

João José Ferreira de


Aguiar
26 de
1 de maio
1.º barão de Catuama agosto de
de 1836
1837
(1810–1888)

Manuel Ribeiro da 26 de 11 de abril


Silva Lisboa agosto de de 1838
1837
(1807–1838)

332
atemploCisA

Joaquim Aires de 11 de abril 25 de abril


Almeida Freitas de 1838 de 1838

Manuel Teixeira
Barbosa 25 de abril 3 de julho
de 1838 de 1838
(1779–1839)

João Valentino
Dantas Pinajé 3 de
3 de julho
novembro
de 1838
(1808–1863) de 1838

Manuel de Assis
Mascarenhas
1839 1839
(1805–1867)

Segundo Reinado (1840-1889)

Estêvão José Barbosa


de Moura 4 de
6 de julho
dezembro
de 1841
(1810–1891) de 1841

Manuel de Assis
Mascarenhas 4 de
31 de março
dezembro
de 1842
(1805–1867) de 1841

Estêvão José Barbosa 31 de março 31 de maio


de Moura de 1842 de 1842

(1810–1891)

333
atemploCisA

Manuel de Assis
Mascarenhas 15 de
31 de maio
novembro
de 1842
(1805–1867) de 1842

Estêvão José Barbosa


de Moura 15 de
7 de julho
novembro
de 1843
(1810–1891) de 1842

André de
Albuquerque
Maranhão Júnior 7 de julho 9 de janeiro
de 1843 de 1844
(1799–1895)

Francisco de Queirós
Coutinho Matoso da
Câmara 9 de janeiro 19 de julho
de 1844 de 1844
(1814–)

Venceslau de Oliveira
Belo 19 de julho 28 de abril
de 1844 de 1845
(1787–1852)

Casimiro José de
Morais Sarmento 9 de
28 de abril
outubro de
de 1845
(1813–1860) 1847

João Carlos 9 de 5 de
Wanderley outubro de dezembro
1847 de 1847
(1810–1899)

334
atemploCisA

Frederico Augusto
Pamplona 5 de
31 de março
dezembro
de 1848
(1814–1865) de 1847

João Carlos
Wanderley 31 de março 29 de abril
de 1848 de 1848
(1810–1899)

Antônio Joaquim de
Siqueira 25 de
29 de abril
novembro
de 1848
(–1854) de 1848

João Carlos
Wanderley 25 de 24 de
novembro fevereiro de
(1810–1899) de 1848 1849

Benevenuto Augusto
Magalhães Taques
1849 1849
(1818–1881)

José Pereira de
Araújo Neves 2 de
15 de março
dezembro
de 1850
(1814–1850) de 1849

João Carlos 15 de março 6 de maio


Wanderley de 1850 de 1850

(1810–1899)

335
atemploCisA

José Joaquim da 6 de maio 10 de julho


Cunha de 1850 de 1852

Antônio Francisco
Pereira de Carvalho 24 de
10 de julho
outubro de
de 1852
(–1915) 1853

24 de
Antônio Bernardo de 1 de abril de
outubro de
Passos 1857
1853

Bernardo Machado
da Costa Dória 1 de abril de 19 de maio
1857 de 1858
(1811–1878)

Otaviano Cabral
Raposo da Câmara 19 de maio 18 de junho
de 1858 de 1858
(1819–1872)

Antônio Marcelino 1858 1858


Nunes Gonçalves

visconde de São Luís do


Maranhão

(1823–1899)

336
atemploCisA

João José de Oliveira


Junqueira 4 de
28 de abril
outubro de
de 1860
(1832–1887) 1859

José Bento da Cunha


Figueiredo Júnior 16 de
28 de abril
fevereiro de
de 1860
(1833–1885) 1861

16 de
Antônio Galdino da 17 de maio
fevereiro de
Cunha de 1861
1861

Pedro Leão Veloso


17 de maio 14 de maio
(1828–1802) de 1861 de 1863

Trajano Leocádio de 14 de maio 26 de maio


Medeiros Murta de 1863 de 1863

Antônio Galdino da 26 de maio 27 de julho


Cunha de 1863 de 1863

337
atemploCisA

Vicente Alves de
Paula Pessoa 27 de julho 30 de julho
de 1863 de 1863
(1828–1889)

Olinto José Meira 21 de


30 de julho
agosto de
(1829–1901) de 1863
1866

Luís Barbosa da Silva 21 de


25 de abril
agosto de
(1840–1875) de 1867
1866

Antônio Basílio
Ribeiro Dantas 25 de abril 13 de maio
de 1867 de 1867
(1828–1895)

Gustavo Adolfo de Sá
13 de maio 29 de julho
(1836–1909) de 1867 de 1868

Bartolomeu da Rocha 29 de julho 6 de agosto


Fagundes de 1868 de 1868

(1813–1877)

338
atemploCisA

Antônio Basílio
Ribeiro Dantas 19 de
6 de agosto
agosto de
de 1868
(1828–1895) 1868

Luís Gonzaga de Brito


Guerra
19 de 1 de
1.º barão de Açu agosto de setembro de
1868 1868
(1818–1896)

Manuel José Marinho


da Cunha 1 de
10 de março
setembro de
de 1869
(1830–) 1868

Pedro de Alcântara 10 de março 12 de abril


Pinheiro de 1869 de 1869

Pedro de Barros
Cavalcanti de 17 de
Albuquerque 2 de abril de
fevereiro de
1869
1870
(1839–)

17 de
Otaviano Cabral 22 de março
fevereiro de
Raposo da Câmara de 1870
1870

Silvino Elvídio 22 de março 11 de


Carneiro da Cunha de 1870 janeiro de
1871
1.º barão de Abiaí

339
atemploCisA

(1813–1892)

Jerônimo Cabral
Raposo da Câmara 11 de 17 de
janeiro de agosto de
(1821–1900) 1871 1871

Delfino Augusto
Cavalcanti de
Albuquerque 1871 1872

(1820–1906)

Jerônimo Cabral
Raposo da Câmara 11 de junho 15 de junho
de 1872 de 1872
(1821–1900)

15 de junho 1 de julho
João Gomes Freire
de 1872 de 1872

Henrique Pereira de
Lucena

1.º barão de Lucena 1872 1872

(1835–1913)

Francisco Clementino 17 de 19 de
de Vasconcelos novembro janeiro de
Chaves de 1872 1873

(–1890)

340
atemploCisA

Bonifácio Francisco
Pinheiro da Câmara 19 de
17 de junho
janeiro de
de 1873
(1813–1884) 1873

João Capistrano
Bandeira de Melo
Filho 17 de junho 10 de maio
de 1873 de 1875
(1836–1905)

José Bernardo Galvão


Alcoforado Júnior 10 de maio 20 de junho
de 1875 de 1876
(1840–1913)

Antônio dos Passos


Miranda 20 de junho 18 de abril
de 1876 de 1877
(1847–1899)

José Nicolau
Tolentino de Carvalho 18 de abril 6 de março
de 1877 de 1878
(–1910)

Manuel Januário 6 de março 18 de março


Bezerra Montenegro de 1878 de 1878

Eliseu de Sousa 1878 1878


Martins

341
atemploCisA

4 de 31 de
Manuel Januário
outubro de janeiro de
Bezerra Montenegro
1878 1879

31 de 7 de
Matias Antônio da
janeiro de fevereiro de
Fonseca Morato
1879 1879

7 de 14 de
Euclides Diocleciano
fevereiro de fevereiro de
de Albuquerque
1879 1879

Vicente Inácio Pereira 14 de


13 de março
fevereiro de
(–1888) de 1879
1879

Rodrigo Lobato
Marcondes Machado 13 de março 1 de maio
de 1879 de 1880
(1818–)

Alarico José Furtado


1 de maio 20 de abril
(1846–1884) de 1880 de 1881

Matias Antônio da 20 de abril 1 de junho


Fonseca Morato de 1881 de 1881

342
atemploCisA

Sátiro de Oliveira
Dias 1 de junho 16 de março
de 1881 de 1882
(1844–1913)

Matias Antônio da 16 de março 13 de abril


Fonseca Morato de 1882 de 1882

Francisco de Gouveia
Cunha Barreto 13 de abril 21 de julho
de 1882 de 1883
(–1892)

Antônio Basílio
Ribeiro Dantas 22 de
21 de julho
agosto de
de 1883
(1828–1895) 1883

Francisco de Paula
Sales 22 de
19 de julho
agosto de
de 1884
(1838–1902) 1883

Antônio Basílio
Ribeiro Dantas 30 de
19 de julho
setembro de
de 1884
(1828–1895) 1884

Francisco Altino 30 de 11 de julho


Correia de Araújo setembro de de 1885
1884
(1852–1915)

343
atemploCisA

22 de
Antônio Basílio 11 de julho
setembro de
Ribeiro Dantas de 1885
1885

22 de 22 de
Álvaro Antônio da
setembro de outubro de
Costa
1885 1885

José Moreira Alves da


Silva 22 de 30 de
outubro de outubro de
(1850–1909) 1885 1886

Luís Carlos Lins


Wanderley 30 de 11 de
outubro de novembro
(1831–1890) 1886 de 1886

Antônio Francisco
Pereira de Carvalho 11 de 10 de
novembro agosto de
(–1915) de 1886 1888

Francisco Amintas da
Costa Barros 10 de 14 de
agosto de outubro de
(1841–1899) 1888 1888

José Marcelino da 14 de 15 de junho


Rosa e Silva outubro de de 1889
1888
(1856–1939)

344
atemploCisA

Francisco Amintas da
Costa Barros 15 de junho 18 de junho
de 1889 de 1889
(1841–1899)

Antônio Basílio 18 de junho 12 de julho


Ribeiro Dantas de 1889 de 1889

Fausto Carlos Barreto 23 de


12 de julho
outubro de
(1852–1915) de 1889
1889

23 de 17 de
Antônio Basílio
outubro de novembro
Ribeiro Dantas
1889 de 1889

Governadores do Rio Grande do Norte - Brasil República (1889 - atual)

mandatários eleitos por votação direta


mandatários que assumiram o governo por serem vice-governadores
mandatários eleitos por votação indireta ou que assumiram na qualidade de
representantes do Poder Legislativo
mandatários nomeados
junta governativa
Início do Fim do
N Partid
Nome Imagem mandat mandat Observações Refs
º o
o o
Primeira República Brasileira (15 de novembro de 1889 a 24 de outubro de
1930: 41 anos de duração)

345
atemploCisA

Pedro
Maranhão 17 de 6 de
novembr dezembr Governador [not
1
(1856– o de o de nomeado a 1]
1907) 1889 1889

Adolfo
Gordo 6 de
8 de
dezembr Governador [not
2 fevereiro
(1858– o de nomeado a 2]
de 1890
1929) 1889

Jerônimo
8 de 10 de
Américo Governador
3 fevereiro março
Raposo da nomeado
de 1890 de 1890
Câmara
Joaquim
Xavier da
Silveira 19 de
10 de
setembr Governador [not
4 Júnior março
o de nomeado a 3]
de 1890
(1864– 1890
1912)

Pedro
Maranhão 19 de 8 de
setembr novembr Governador [not
5
(1856– o de o de nomeado a 4]
1907) 1890 1890

8 de 7 de
João
novembr dezembr Governador
6 Gomes
o de o de nomeado
Ribeiro
1890 1890

346
atemploCisA

Manuel do
Nasciment
o Castro e 7 de
2 de
dezembr Governador
7 Silva PL março
o de nomeado
de 1891
(1788– 1890
1846)

Amintas de
Barros 2 de 13 de
Governador [not
8 março junho de
(1841– nomeado a 5]
de 1891 1891
1899)

José Inácio 13 de 6 de 1º Vice-


[not
9 Fernandes junho de agosto governador no
a 6]
Barros 1891 de 1891 cargo
Francisco
Gurgel 9 de
6 de 2º Vice-
1 setembr [not
agosto governador no
0 (1834– o de a 7]
de 1891 cargo
1910) 1891

Miguel
Joaquim
de Almeida 9 de 28 de
Governador
1 Castro setembr novembr [not
eleito
1 o de o de a 8]
indiretamente
(1834– 1891 1891
1901)

1 Francisco 28 de 22 de Junta [not


2 de Lima e novembr fevereiro Governativa a 9]
Silva o de de 1892 Militar
Joaquim 1891
Ferreira
Chaves
Manuel do
Nasciment
o Castro e

347
atemploCisA

Silva
Jerônimo
22 de 28 de
1 Américo Governador [not
fevereiro fevereiro
3 Raposo da nomeado a 10]
de 1892 de 1892
Câmara

Pedro
Maranhão 28 de 25 de Governador
1 [not
fevereiro março eleito
4 (1856– a 11]
de 1892 de 1896 indiretamente
1907)

Joaquim
Ferreira
25 de 25 de
1 Chaves Governador [not
março março
5 eleito a 12]
(1852– de 1896 de 1900
1937)

Alberto
Maranhão 25 de 25 de Governador
1 [not
março março eleito
6 (1872– a 13]
de 1900 de 1904 indiretamente
1944)

Augusto
Tavares de 5 de
25 de Governador
1 Lyra novembr [not
março eleito
7 o de a 14]
(1872– de 1904 indiretamente
1906
1958)

5 de
Manuel 23 de Vice-
1 novembr [not
Moreira fevereiro governador no
8 o de a 15]
Dias de 1907 cargo
1906
1 Antônio 23 de 25 de Governador [not
9 José de fevereiro março eleito a 16]
Melo e de 1907 de 1908 indiretamente
Sousa

348
atemploCisA

(1867–
1955)

Alberto
Maranhão 31 de
25 de Governador
2 dezembr [not
março eleito
0 (1872– o de a 17]
de 1908 indiretamente
1944) 1913

Joaquim
Ferreira 31 de
1 de Governador
2 Chaves dezembr [not
janeiro eleito
1 o de a 18]
(1852– de 1914 indiretamente
1920
1937)

Antônio
José de
Melo e 1 de 1º de Governador
2 Sousa
janeiro janeiro eleito
2
de 1921 de 1924 indiretamente
(1867–
1955)

José
Augusto 31 de
1º de Governador
2 Medeiros dezembr [not
janeiro eleito
3 o de a 19]
(1884– de 1924 indiretamente
1927
1971)

Juvenal
Lamartine
1º de 5 de Governador
2 de Faria [not
janeiro outubro eleito
4 a 20]
(1874– de 1928 de 1930 indiretamente
1956)

349
atemploCisA

Luís
Tavares
Guerreiro
Abelardo
6 de 12 de Junta
2 Torres da
_ outubro outubro Governativa
5 Silva
de 1930 de 1930 Militar
Castro
Júlio
Perouse
Pontes
Era Vargas (Segunda e a Terceira República) (24 de outubro de 1930 a 31 de
janeiro de 1946: 16 anos de duração)
12 de 28 de
2 Governador [not
Irineu Jofili AL outubro janeiro
6 nomeado a 21]
de 1930 de 1931

Aluísio de 29 de 31 de
2 Governador [not
Andrade AL janeiro julho de
7 nomeado a 21]
Moura de 1931 1931

31 de 11 de
2 Hercolino Governador [not
AL julho de junho de
8 Cascardo nomeado a 21]
1931 1932

Bertino 11 de 2 de
2 Governador [not
Dutra da AL junho de agosto
9 nomeado a 21]
Silva 1932 de 1933
Mário
Leopoldo
Pereira da 2 de 27 de
3 Câmara Governador [not
AL agosto outubro
0 nomeado a 21]
de 1933 de 1935
(1891–
1967)

Liberato da 27 de 29 de
3 Governador [not
Cruz PP outubro outubro
1 nomeado a 21]
Barroso de 1935 de 1935
3 Rafael PP 29 de 3 de Governador [not
2 Fernandes outubro julho de eleito a 22]

350
atemploCisA

Gurjão de 1935 1943 indiretamente


Antônio
Fernandes
3 de 15 de
3 Dantas Governador [not
PP julho de agosto
3 nomeado a 23]
(1881– 1943 de 1945
1966)

Georgino
Avelino 7 de
15 de
3 novembr Governador [not
PSD agosto
4 (1888– o de nomeado a 24]
de 1945
1959) 1945

Miguel
Seabra 7 de
13 de
3 Fagundes novembr Governador [not
PSD fevereiro
5 o de nomeado a 25]
(1910– de 1946
1945
1993)

Quarta República Brasileira (31 de janeiro de 1946 a 1 de abril de 1964: 16


anos de duração)
13 de 15 de
3 Ubaldo Governador [not
PSP fevereiro janeiro
6 Melo nomeado a 26]
de 1946 de 1947

Orestes da 15 de 31 de
3 Governador [not
Rocha PSP janeiro julho de
7 nomeado a 26]
Lima de 1947 1947

José 31 de 31 de
3 Governador
Augusto PSD julho de janeiro
8 eleito
Varela 1947 de 1951
3 Dix-Sept PSD 31 de 16 de Governador [not
9 Rosado janeiro julho de eleito a 27]
Maia de 1951 1951

(1911–

351
atemploCisA

1951)

Sílvio
Pedroza 16 de 31 de Vice-
4 [not
PSD julho de janeiro governador no
0 (1919– a 28]
1951 de 1956 cargo
1998)

Dinarte
Mariz 31 de 31 de
4 Governador
UDN janeiro janeiro
1 (1903– eleito
de 1956 de 1961
1984)

Aluízio
Alves 31 de 31 de
4 Governador
PSD janeiro janeiro
2 (1921– eleito
de 1961 de 1966
2006)

Quinta República Brasileira (1 de abril de 1964 a 15 de março de 1985: 21


anos de duração)
Walfredo
Gurgel 31 de 15 de
4 Governador
PSD janeiro março
3 (1908– eleito
de 1966 de 1971
1971)

Cortez
Pereira 15 de 15 de
4 AREN Governador [not
março março
4 (1924– A nomeado a 29]
de 1971 de 1975
2004)

Tarcísio
Maia 15 de 15 de
4 AREN Governador [not
março março
5 (1916– A nomeado a 30]
de 1975 de 1979
1988)

4 Lavoisier PDS 15 de 15 de Governador [not

352
atemploCisA

Maia
março março
6 nomeado a 31]
(1928) de 1979 de 1983

José
Agripino 15 de 15 de
4 Maia Governador [not
PDS março maio de
7 eleito a 32]
de 1983 1986
(1945)

Sexta República Brasileira (15 de março de 1985 à atualidade)


Radir
Pereira 15 de 15 de Vice-
4 [not
PDS maio de março governador no
8 (1919– a 33]
1986 de 1987 cargo
2000)

Geraldo
15 de 15 de
4 Melo Governador [not
PMDB março março
9 eleito a 34]
(1935) de 1987 de 1991

José
Agripino 15 de 2 de
5 Maia Governador [not
PFL março abril de
0 eleito a 35]
de 1991 1994
(1945)

Vivaldo
2 de 1º de Vice-
5 Costa [not
PL abril de janeiro governador no
1 a 36]
(1939) 1994 de 1995 cargo

1º de 1º de
Garibaldi Governador
janeiro janeiro
eleito
5 Alves Filho de 1995 de 1999
PMDB
2 1º de 5 de
(1947) Governador
janeiro abril de
reeleito
de 1999 2002
5 Fernando PPB 5 de 1º de Vice- [not
3 abril de janeiro governador no a 36]

353
atemploCisA

Freire
2002 de 2003 cargo
(1954)

1º de 1º de
Wilma de Governadora
janeiro janeiro
eleita
5 Faria de 2003 de 2007
PSB
4 1º de 31 de
(1945-2017) Governadora
janeiro março
reeleita
de 2007 de 2010
Iberê
Ferreira 31 de 1º de Vice-
5 [not
PSB março janeiro governador no
5 (1944– a 36]
de 2010 de 2011 cargo
2014)

Rosalba
1º de 1º de
5 Ciarlini Governadora
DEM janeiro janeiro
6 eleita
(1952) de 2011 de 2015

Robinson
1º de
5 Faria em Governador
PSD janeiro
7 exercício eleito
(1959) de 2015

Ex-governadores vivos

Atualmente existem sete ex-governadores ainda vivos:


•Lavoisier Maia, 46.º governador, nascido em 1928.
•José Agripino Maia, 47.º e 50.º governador, nascido em 1945.
•Geraldo Melo, 49.º governador, nascido em 1935.
•Vivaldo Costa, 51.º governador, nascido em 1939.
•Garibaldi Alves Filho, 52.º governador, nascido em 1947.

354
atemploCisA

•Fernando Freire, 53.º governador, nascido em 1954.


•Rosalba Ciarlini, 56.ª governadora, nascida em 1952.
A última ex-governadora a morrer foi Wilma de Faria em 15 de
junho de 2017.

355
atemploCisA

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Constituição: conceito e concepções de Constituição

Constituição é a norma fundamental de organização do Estado e de seu


povo, que tem como objetivo primordial - estruturar e delimitar o poder
político do Estado e garantir direitos fundamentais ao povo.

O conceito varia entre os juristas brasileiros:

Antônio Paulo Cachapuz de Medeiros – "é o conjunto de normas, reunidas


numa lei, concernente à forma do poder, ao estabelecimento de seus órgãos,
aos limites de sua atuação, proclamando e garantindo os direitos individuais e
sociais";

Celso Bastos – "um complexo de normas jurídicas fundamentais, escritas ou


não, capaz de traçar as linhas-mestras de um dado ordenamento jurídico.
Constituição, nesta acepção, é definida a partir do objeto de suas noras, vale
dizer, a partir do assunto tratado por suas disposições normativas";

José Afonso da Silva – "um sistema de normas jurídicas, escritas ou


costumeiras, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo
de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos e os
limites de sua ação. Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas que
organiza os elementos constitutivos do Estado".

Classificação das Constituições

1. Quanto ao conteúdo: a) Materiais ou reais – são as normas que se referem


aos aspectos essenciais da estrutura e formação do Estado, como por
exemplo: forma de Estado, forma e sistema de governo, organização político-

356
atemploCisA

administrativa do Estado, direitos políticos e individuais. b) Formais - qualquer


norma escrita inserida no Texto Constitucional. Neste caso, não importa a
natureza do direito, desde que o poder constituinte veja necessidade na
proteção de certa matéria.

2. Quanto à forma: a) Escritas – as regras estão codificadas em um texto


único. b) Não escritas – resulta de leis, costumes ou jurisprudências esparsas
em diversos textos constitucionais.

3. Quanto à elaboração: a) Dogmáticas – incorporam os ideais vigentes no


momento de sua elaboração. Ela é sempre escrita. b) Histórica ou costumeira
– origina-se da evolução histórica da sociedade, baseada nos costumes e
tradições de seu povo.

4. Quanto à origem: a) promulgadas – elaboradas por um órgão constituinte


compostos por representantes eleitos pelo povo. b) Outorgadas – imposta
pelo governante, sem discussão e votação por um órgão constituinte.

5. Quanto à estabilidade: a) Rígidas – as alterações na Constituição exigem


um procedimento especial mais rigoroso do que o exigido para as normas
infraconstitucionais (leis ordinárias e complementares). b) Flexíveis – não
exigem procedimento especial para alteração da Constituição. c) Semi-rígidas
– contém uma parte flexível e outra rígida.

6. Quando à extensão: a) Sintéticas ou resumidas – dispõe somente sobre os


aspectos essenciais para organização e formação do Estado, possui poucos
artigos. b) Analíticas ou prolixas – dispõe sobre as mais diversas matérias no
corpo da Constituição, abrange temas que poderiam ser objeto de leis
infraconstitucionais.

7. Quanto à dogmática: a) Ortodoxas ou simples – baseada em um único


ideal. b) Ecléticas ou complexas – basea-se nos mais diversos ideais, o que
resulta em um agrupamento de forças políticas existentes em um
determinado momento histórico.

357
atemploCisA

8. Quanto ao modelo: a) Constituição-garantia – a Constituição estrutura e


delimita o poder do Estado, estabelece a divisão de poderes e respeito às
garantias individuais de seu povo. b) Constituição-balanço – a Constituição
abarca a situação política, econômica e social em determinado momento,
com a alteração significativa de qualquer desses fatores nova Constituição
seria promulgada. Busca contemplar a luta de classes e a evolução do Estado.
c) Constituição-dirigente – A constituição não contempla somente a estrutura
e delimitação do Estado, mas propõe diretrizes e programas a serem seguidos
por ele.

Constituição - Classificações e Princípios

Para Canotilho a Constituição moderna é uma ordenação sistemática e


racional da comunidade política através de um documento escrito no qual se
declaram as liberdades e os direitos e se fixam os limites do pode político.

Classificação e elementos

Escritas : Até os fins do século XVIII preponderavam as Constituições


costumeiras, sendo raras as leis constitucionais escritas, isto é, as leis postas
em documentos formais. Na época contemporânea inexistem Constituições
totalmente costumeiras, as constituições, em regra, são escritas.
Dogmáticas: assumem dogmas e os dogmas estão no documento formal. Ex:
Direito à liberdade. Não pode existir no Direito brasileiro uma lei que se
contraponha à liberdade.
Sistemática: Obra de um legislador racional.
Histórica: Fruto da evolução histórica.
Material:Do ponto de vista material, a Constituição é o conjunto de normas
pertinentes à organização do poder, à distribuição da competência, ao
exercício da autoridade, à forma de governo, aos direitos da pessoa humana,
tanto individuais como sociais, não tem que estar necessariamente arrolada

358
atemploCisA

num documento escrito. Tudo quanto for conteúdo básico referente à


composição e ao funcionamento da ordem política exprime o aspecto
material da Constituição. Debaixo desse aspecto, não há Estado sem
Constituição, Estado que não seja constitucional, visto que toda sociedade
politicamente organizada contém uma estrutura mínima, por rudimentar que
seja.
Em regra, a Constituição material está contida na Constituição Formal.

É possível, de acordo com certa posição doutrinária haver normas não


constitucionais dentro da Constituição.

Formal:As Constituições não raro inserem matéria de aparência constitucional.


Assim se designa exclusivamente por haver sido introduzida na Constituição,
enxertada no seu corpo normativo e não porque se refira aos elementos
básicos ou institucionais da organização política.
Entra essa matéria pois a gozar da garantia e do valor superior que lhe
confere o texto constitucional.

A Constituição formal é pois o documento em que se arrolam as decisões


tomadas pela sociedade.

O STF faz a análise da constitucionalidade das leis brasileiras.

Populares ou promulgadas(ou democráticas):são aquelas que exprimem em


toda a extensão o princípio político e jurídico de que todo governo deve
apoiar-se no consentimento dos governados e traduzir a vontade soberano
do povo.
Outorgadas: O rei, príncipe ou chefe de Estado enfeixa em suas mãos poderes
absolutos, mas consente unilateralmente em desfazer-se de uma parcela de
suas prerrogativas ilimitadas, em proveito do povo, que entra assim no gozo
de direitos e garantias, tanto jurídicas como políticas, aparentemente por
obra e graça apenas da munificência real. Nas constituições outorgadas, o
soberano outorga ao povo um conjunto de normas.
Do ponto de vista jurídico, a Constituição outorgada é ato unilateral de uma
vontade política soberana _ a do outorgante, mas do ponto de vista político

359
atemploCisA

representa quase sempre uma inelutável concessão feita por aquela vontade
ao poder popular ascendente, sendo pois o produto de duas forças
antagônicas que se medem em termos políticos de conservação ou tomada
do poder. Essas duas forças em conflito dialético são o princípio monárquico
do absolutismo e o princípio democrático do consentimento. Um decadente,
o outro emergente.

O chefe de Estado, outorgando a Constituição, a ela se sujeita, jurídica e


políticamente, embora alguns pretendam possa ele depois, no exercício da
vontade soberana, que ficara latente, modificar a seu alvedrio a ordem
constitucional outorgada.

A Constituição pactuada é aquela que exprime um compromisso instável de


duas forças políticas rivais: a realeza absoluta debilitada, de uma parte, e a
nobreza e a burguesia, em franco progresso, doutra. Surge então como termo
dessa relação de equilibrio a forma institucional da monarquia limitada.

Rígidas: as que não podem ser modificadas da mesma maneira que as leis
ordinárias. Demandam um processo de reforma mais complicado e solene.
Quase todos os Estados modernos aderem a essa forma de Constituição,
nomeadamente os do espaço atlântico. Variável porém é o grau de rigidez
apresentado. Essas constituições estabelecem um mecanismo mais difícil,
mais complexo, para a sua alteração. Um projeto de lei ordinária pode ser
votado por maioria simples, igual a metade mais um dos presentes.
Flexíveis: São aquelas que não exigem nenhum requisito especial de reforma.
Podem, por conseguinte, ser emendadas ou revistas pelo mesmo processo
que se emprega para fazer ou revogar a lei ordinária. Não estabelece sistema
diferenciado entre emenda constitucional ou lei ordinária. País típico de
Constituição flexível é a Inglaterra, onde "as partes escritas de sua
Constituição podem ser juridicamente alteradas pelo Parlamento com a
mesma facilidade com que se altera a lei ordinária.
Semi-rígida: Constituição imperial de 1824. Somente as leis de estrutura do
Estado seriam rígidas, as demais flexíveis.

No Art. 4º encontramos os princípios:

360
atemploCisA

Art. 4º- A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações


internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.

Aplicabilidade e Interpretação das Normas Constitucionais

Em relação à aplicabilidade das normas constitucionais é tradicional a teoria


de José Afonso da Silva. Para o citado autor as normas constitucionais podem
ser:

De aplicabilidade imediata e eficácia plena:


Para o citado autor, são normas constitucionais de aplicabilidade imediata e
eficácia plena aquelas que não dependem de atuação legislativa posterior
para a sua regulamentação, isto é, desde a entrada em vigor da Constituição
estas normas já estão aptas a produzirem todos os seus efeitos. A título de
exemplo podemos apontar as normas referentes às competências dos órgãos
(CF, art.48 e 49) e os remédios constitucionais (CF, art. 5°, LXVIII, LXIX, LXX,
LXXI, LXXII, LXIII).

361
atemploCisA

De aplicabilidade imediata e eficácia contida ou restringível:


São normas constitucionais em que o legislador constituinte regulou
suficientemente a matéria, mas possibilitou ao legislador ordinário restringir
os efeitos da norma constitucional. Estas normas constitucionais têm
aplicabilidade imediata, quer dizer, com a entrada em vigor da Constituição
elas já são aplicáveis, no entanto, uma lei posterior poderá restringir, conter
seus efeitos.
Temos como exemplo o art. 5°, XIII da Carta Republicana de 1988, que diz ser
livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer. Observando este artigo
veremos que, se não houver uma lei regulamentado as profissões, qualquer
pessoa poderá exercer qualquer tipo de atividade. No entanto, o legislador
ordinário poderá, através de lei, estabelecer requisitos para o exercício de
algumas profissões, como é o caso da profissão de advogado, onde a Lei
8.906/94 veio a estabelecer a necessidade de conclusão do curso de
bacharelado em direito e ainda a aprovação no exame de ordem para aqueles
que pretendam exercer a mencionada profissão, assim, é de se apontar que a
lei veio restringir o alcance da norma constitucional, estabelecendo requisitos
para o exercício profissional.

De aplicabilidade mediata e eficácia limitada:


Classificam-se como normas de aplicabilidade mediata e eficácia limitada
aquelas que precisam de atuação legislativa posterior para que possam gerar
plenamente todos os direitos e obrigações e se subdividem em:
• Normas de eficácia limitada quanto aos princípios institutivos, que são as
normas onde o legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação
e atribuições dos órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador
ordinário os estruture em definitivo, mediante Lei.

Conforme apontado pelo professor Paulo Bonavides,


“ as exigências de uma legislação posterior que lhes complete a eficácia
são de ordem ou natureza meramente técnica ou instrumental” .

Podemos citar como exemplos a previsão de criação do código de defesa do


consumidor (CF, art. 5°, XXXII), a regulamentação do direito de greve do

362
atemploCisA

servidor público (CF, art. 37, VII), a organização administrativa e judiciária dos
Territórios Federais (CF, art. 33).

Normas de eficácia limitada quanto aos princípios programáticos, que são


“aquelas normas constitucionais, através das quais o constituinte, em vez de
regular direta e imediatamente determinados interesses, limitou-se a traçar-
lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos como programas
das respectivas atividades, visando à realização dos fins sociais do Estado” São
normas que dependem de ações metajurídicas para serem implementadas,
temos como exemplo o direito ao salário mínimo digno (CF, art. 7º, IV), o
direito à moradia, ao trabalho, a segurança (CF, art. 6º).
Certo é que pela própria natureza de direitos que exigem do Estado uma
conduta prestativa, positiva, nem sempre é possível a sua pronta
concretização, haja vista a carência e a limitação de recursos financeiros para
a realização dos atos estatais.
Consoante o entendimento de Gilmar Ferreira Mendes, estes direitos não
dependem apenas de uma decisão jurídica, mas exigem atuações legislativas
e administrativas para a sua real concretização, ou seja, são limitados pela
conhecida teorização da Reserva do Financeiramente Possível.

Assim, leciona o citado autor,


“Observe-se que, embora tais decisões estejam vinculadas
juridicamente, é certo que a sua efetivação está submetida, dentre
outras condicionantes à reserva do financeiramente possível (Vorbehalt
des finanziell Moglichen”)

Na mesma esteira de pensamento, o eminente Ministro do Supremo Tribunal


Federal, Celso de Mello, expende magistério irrepreensível,
Não se ignora que a realização dos direitos econômicos, sociais e
culturais - além de caracterizar-se pela gradualidade de seu processo de
concretização - depende, em grande medida, de um inescapável vínculo
financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do Estado, de
tal modo que, comprovada, objetivamente, a alegação de incapacidade
econômico-financeira da pessoa estatal, desta não se poderá
razoavelmente exigir, então, considerada a limitação material referida, a
imediata efetivação do comando fundado no texto da Carta Política.

363
atemploCisA

Portanto, com fundamento no que até agora debatido, pode surgir o seguinte
questionamento: estas normas não têm nenhuma eficácia jurídica? Para
responder a esta pergunta trago o pensamento do ilustre professor Ingo
Wolfgang Sarlet,
“(...) Os direitos fundamentais sociais de cunho prestacional,
independentemente da forma de sua positivação (mesmo quando
eminentemente programáticos ou impositivos), por menor que seja sua
densidade normativa ao nível da Constituição, sempre estarão aptos a
gerar um mínimo de efeitos jurídicos, já que não há mais praticamente
quem sustente que existam normas constitucionais (ainda mais quando
definidoras de direitos fundamentais) destituídas de eficácia e, portanto,
de aplicabilidade”

Baseado no ensinamento do professor Ingo, destacamos os efeitos


normalmente atribuídos a estas normas:
a) Acarretam a revogação dos atos normativos anteriores e contrários ao seu
conteúdo e, por via de conseqüência, sua desaplicação, independentemente
de um declaração de inconstitucionalidade, ressaltando-se que entre nós o
Supremo Tribunal Federal consagrou a tese da revogação, em detrimento da
assim chamada inconstitucionalidade superveniente.
b) Contêm imposições que vinculam permanentemente o legislador, no
sentido de que não apenas está obrigado a concretizar os programas, tarefas,
fins e ordens mais ou menos concretas previstas na norma, mas também que
o legislador, ao cumprir seu desiderato, não se poderá afastar dos parâmetros
prescritos nas normas de direitos fundamentais a prestações.
c) Implicam a declaração de inconstitucionalidade (por ação) de todos os atos
normativos editados após a vigência da Constituição, caso colidentes com o
conteúdo das normas de direitos fundamentais, isto é, caso contrários ao
sentido dos princípios e regras contidos nas normas que os consagram.
d) Geram um direito subjetivo de cunho negativo no sentido de que o
particular poderá sempre exigir do Estado que se abstenha de atuar em
sentido contrário ao disposto na norma de direito fundamental prestacional.
Cuida-se, portanto, de uma dimensão negativa dos direitos positivos, já que
as normas que os consagram, além de vedarem a emissão de atos normativos
contrários, proíbem a prática de comportamentos que tenham por objetivo

364
atemploCisA

impedir a produção dos atos destinados à execução das tarefas, fins ou


imposições contidas na norma de natureza eminentemente programática.
e) Por fim, ainda verifica-se a possibilidade de ser exigido do Estado a
concretização dos direitos prestacionais, através da ação direta de
inconstitucionalidade por omissão (CF, art. 103, § 2º) ou através do mandado
de injunção (CF, art. 5º, LXXI).

Concluindo, vale rememorar preciosa lição de Rui Barbosa,


“Não há, numa Constituição, cláusulas a que se deve atribuir meramente
o valor material de conselhos, avisos ou lições. Todas têm a força
imperativa de regras, ditadas pela soberania nacional ou popular aos
seus órgãos. Muitas, porém, não revestem dos meios de ação essenciais
ao seu exercício os direitos, que outorgam, ou os encargos, que impõem:
estabelecem competências, atribuições, poderes, cujo uso tem de
aguardar que a legislatura, segundo o seu critério, os habilite a se
exercerem.”

Poder Constituinte

Poder Constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de


um povo, social e juridicamente organizado.
Assim, a titularidade do Poder Constituinte, pela moderna doutrina, pertence
ao povo, pois o Estado decorre da soberania popular (CF, art. 1o, parágrafo
único). A vontade constituinte é a vontade do povo, expressa por meio de
seus representantes. Existem, assim, duas formas básicas de deflagração do
processo constituinte originário : Assembléia Nacional Constituinte e
Revolução (outorga).

Poder Constituinte Originário (de primeiro grau): é aquele que estabelece a


Constituição de um Estado, organizando-o e criando os poderes destinados a
reger os interesses da comunidade. São características do Poder Constituinte
Originário: é inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.

365
atemploCisA

Adverte-se, contudo, que essa “ilimitação” do Poder Constituinte Originário


encontra-se somente em plano jurídico-formal, não podendo desprezar
normas de direito natural, como vida, liberdade, honra...

A expressão “incondicionado”, portanto, refere-se a qualquer tipo de


limitação imposta pela Constituição anterior, nada mais do que isso.

Poder Constituinte Derivado (ou instituído, constituído, reformador, de


segundo grau): é aquele que está inserido dentro da
própria Constituição. É aquele que permite ao legislador realizar certas
modificações no texto original da Constituição. Possui como características: é
derivado, subordinado, condicionado. É, em última análise, limitado.

Subdivide-se em dois:
a) Poder Constituinte derivado reformador: é justamente a possibilidade da
alteração do texto constitucional, respeitando a regulamentação especial
prevista na própria Constituição.
No Brasil, o poder reformador dá-se através de emenda à constituição ou de
revisão constitucional;

b) Poder Constituinte derivado decorrente: é a possibilidade que os Estados-


membros têm de se auto-organizarem por meio de suas Constituições
Estaduais, obedecidos, sempre, os limites impostos pela Constituição Federal.

Cláusulas Pétreas

Cláusula pétrea é o dispositivo constitucional que não pode ser alterado nem
mesmo por Proposta de Emenda à Constituição (PEC). As cláusulas pétreas
inseridas na Constituição do Brasil de 1988 estão dispostas em seu artigo 60,
§ 4º.

" Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

366
atemploCisA

...§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a


abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais. "

Primeiramente, faz-se necessário explicar que o artigo no qual as cláusulas


pétreas estão inseridas trata da forma como são elaboradas as propostas de
modificação à Constituição, sendo que as quatro hipóteses elencadas não
podem ser modificadas, nem ao menos serem discutidas em qualquer
proposta de modificação constitucional. Isso se deve ao fato dos conceitos
nelas contidos serem fundamentais na tradução das bases em que se
estabelece a República Federativa do Brasil. Para modificá-las, só anulando a
atual Constituição.

Desse modo, o legislador considerou que os conceitos a serem protegidos


sob qualquer aspectos seriam estes quatro, a saber:

1 - Forma federativa de Estado - O próprio nome em extenso do país traduz


esse princípio. A denominação República Federativa do Brasil já indica que o
país é baseado em uma federação, isto é, uma pluralidade de povos sob
diversas latitudes, das mais diversas raças, crenças e origens, unidos para
constituir um país. Portanto, a forma como o estado está organizado não é
passível de discussão. Não se aceitam propostas que possam transformar o
Brasil em um estado unitário, por exemplo, sem estados, e sem a autonomia
que estes possuem. Isso não quer dizer que não se possam criar novos
estados dentro do país, nem que não se possam dois ou mais estados se unir
para formar um único estado dentro da federação.

2 - Voto direto, secreto, universal e periódico - Não se pode discutir, muito


menos cogitar a modificação do sistema de voto direto, onde cada cidadão
devidamente alistado tem direito a voto. Além de ser direto, este deverá
sempre ser secreto (o cidadão tem o direito de não revelar o seu voto,
evitando assim perseguições políticas ou qualquer outra coerção). Além de

367
atemploCisA

secreto, deve ser universal, ou seja, todos os brasileiros, natos ou


naturalizados têm a oportunidade de se alistar e votar, a menos que se
encaixem em certos casos previstos no artigo 14 da Carta Magna. Deve este
voto ser ainda periódico, ou seja, o cidadão deve ter a oportunidade de votar
de tempos em tempos. Assim, qualquer proposta de modificação do voto que
não inclua essas características é passível de discussão e modificação, como
por exemplo, o voto obrigatório ou o voto distrital.

3 - A separação dos poderes - Não se pode discutir a organização tripartite


do Estado em Judiciário, Legislativo e Executivo.

4 - Os direitos e garantias individuais - importante notar que este dispositivo


não deve ser confundido com o nome dado ao Título II da Constituição, com
o qual se inicia o artigo 5º. Ali temos as garantias fundamentais, aqui, as
garantias individuais (apesar de que as garantias do artigo 5º estarão
incluídas no conceito aqui mencionado). Teremos porém garantias individuais
em outros pontos da Constituição, fora deste artigo, como por exemplo, boa
parte do conteúdo do artigo 7º. Faz-se importante mencionar que direitos
não exclusivamente individuais, como o direito de greve estão incluídos.
Apesar de direito individual, a greve só se concretiza se organizada
coletivamente, mas mesmo assim, pode-se considerar como integrante do
conjunto de direitos individuais do cidadão.

Direitos e garantias fundamentais

Um dos temas mais atuais e, portanto, um dos mais cobrados em provas de


Direito Constitucional de qualquer concurso público é a análise,
conhecimento e interpretação dos Direitos e Garantias Fundamentais.

Neste sentido, toda leitura destes direitos fundamentais deve partir da lição
de que os direitos e garantias fundamentais constituem um dos pilares do
tripé do Estado de Direito, ao lado do enunciado da Legalidade e do Princípio
da Separação de Poderes.

Sobre a figura dos direitos e garantias fundamentais são válidas as palavras


do Professor José Afonso da Silva para quem os direitos e garantias
fundamentais “são aquelas prerrogativas e instituições que o Direito Positivo

368
atemploCisA

concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as


pessoas”.

Exatamente por conta desta natureza básica para a própria existência das
pessoas, reconheceu-se ainda as seguintes características:

- Historicidade
- Inalienabilidade - não é possível a transferência de direitos fundamentais, a
qualquer título ou forma (ainda que gratuita);
- Irrenunciabilidade - não está sequer na disposição do seu titular, abrir mão
de sua existência;
- Imprescritibilidade - não se perdem com o decurso do tempo;
- Relatividade ou Limitabilidade - não há nenhuma hipótese de direito
humano absoluto, eis que todos podem ser ponderados com os demais;
- Universalidade - são reconhecidos em todo o mundo.

Por outro lado, nem todo direito fundamental sempre foi expressamente
previsto nas Constituições, ainda que a grande maioria ali esteja. Neste
sentido, extrai-se da Constituição Federal de 1988 o exemplo de que a
mesma não trata de alguns direitos da personalidade, como o nome.
Exatamente para que não fosse entendida tal previsão como uma lacuna, o
próprio art. 5° contemplou o §2° com a admissão de que existiriam outros
decorrentes dos sistemas adotados pelo país.

Ademais, esta discriminação não se deu na Constituição de forma exaustiva


ou taxativa, ex vi o parágrafo segundo do próprio artigo. Trata-se, na verdade,
de rol apenas exemplificativo:
“§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa seja parte.”

Além da classificação acima, podemos reconhecer que a estrutura


constitucional de 1988 tratou dos direitos fundamentais no Título II de forma
a separar o objeto de cada grupo.

Assim, temos:
Direitos individuais: (art. 5º);
Direitos coletivos: representam os direitos do homem integrante de
uma coletividade (art. 5º);

369
atemploCisA

Direitos sociais: subdivididos em direitos sociais propriamente ditos (art.


6º) e direitos trabalhistas (art. 7º ao 11);
Direitos à nacionalidade: vínculo jurídico-político entre a pessoa e o
Estado (art. 12 e 13);
Direitos políticos; direito de participação na vida política do Estado;
direito de votar e de ser votado, ao cargo eletivo e suas condições (art.
14 ao 17).

Todos estes temas serão sempre informados pelos conceitos básicos dos
direitos e garantias fundamentais, guardando natural peculiaridade para cada
um dos seus segmentos que veremos com detalhes mais adiante.

Façamos agora a leitura do texto da lei para prosseguirmos assim com nossos
estudos.

Texto da Lei

Dos Direitos e Garantias Fundamentais


CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias;

370
atemploCisA

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa


nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;

371
atemploCisA

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter


suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação
ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a
lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;

372
atemploCisA

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada


pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe
der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e
liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

373
atemploCisA

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou


anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite
do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado

374
atemploCisA

envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da


lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita
e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária;

375
atemploCisA

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei


admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;

376
atemploCisA

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como


o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na
forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja
criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;

377
atemploCisA

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;


III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção
dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração,
e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido
em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais do que o salário normal;

378
atemploCisA

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a


duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento
até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até
o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;(Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios
de admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual
ou entre os profissionais respectivos;

379
atemploCisA

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de


dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 72, de 2013)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder
Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se

380
atemploCisA

eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a
lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam
por meio dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores
nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
lhes o entendimento direto com os empregadores.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II - naturalizados:

381
atemploCisA

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas


aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº
23, de 1999)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

382
atemploCisA

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do


Brasil.
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino,
as armas e o selo nacionais.
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos
próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; Regulamento
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador;

383
atemploCisA

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito


Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar
aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição.
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os
prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 4, de 1994)
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral
no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com
provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

384
atemploCisA

§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de


justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta
má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados
os seguintes preceitos: Regulamento
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e
o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal,
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade
partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006)

385
atemploCisA

§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na


forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização
paramilitar.

Organização do Estado Brasileiro

Todo Estado precisa de uma correta organização para que sejam cumpridos
os seus objetivos dentro da administração pública. A divisão político-
administrativa foi uma das formas encontradas para facilitar a organização
do Estado Brasileiro.

A Constituição Federal trata da organização do Estado brasileiro a partir do


seu artigo 18, onde dispõe que “a organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.”

Nos quatro parágrafos do artigo supracitado, a Constituição vai dispor sobre


os territórios federais, dizendo que estes integram a União, e irá tratar
também da incorporação, subdivisão, fusão e desmembramento de Estados e
Municípios.

Estas disposições constitucionais tratam da base da organização do Estado


brasileiro e o caput do artigo 18 da CF, revelando o tipo de estrutura que os
legisladores constituintes elegeram para o nosso Estado: a Federação.

Federação
Federação é uma forma de estado caracterizada pela existência de duas ou
mais ordens jurídicas que incidem simultaneamente sobre o mesmo território
sem que se possa falar em hierarquia entre elas, mas em campos diferentes
de atuação.

386
atemploCisA

A forma federativa do Estado teve sua origem nos Estados Unidos. As treze
colônias britânicas da América ao se tornarem independentes, estabeleceram
um pacto de colaboração para se protegerem das ameaças da antiga
metrópole. Todavia, neste pacto havia o direito de secessão (direito de
retirada), que os tornava fragilizados.
Para solucionar esse problema, os Estados estabeleceram uma forma
federativa de estado em que não se permitiria mas o direito de secessão.
Assim, os Estados cederam parte da sua soberania para um órgão central,
formando os Estados Unidos da América.

Movimentos:

- Movimento centrípeto (de fora para dentro): Os Estados cederam


parcela de sua soberania formando um órgão central. Federação dos Estados
Unidos.

- Movimento centrífugo (do centro para fora): O Estado unitário


descentralizou-se. Federação do Brasil.

O federalismo brasileiro é chamado de Federalismo atípico, pois não resultou


de um processo de agregação daquilo que era separado, mais sim de um
processo de desagregação do Império, transformando as províncias em
Estados.

Características:
- Descentralização política: Os entes da federação possuem autonomia.

- Constituição rígida como base jurídica: As competências dos entes da


federação estão estabelecidas numa constituição rígida.

- Inexistência do direito de secessão: Não se permite o direito de retirada


de algum ente da federação, tanto que a tentativa de retirada enseja a
intervenção federal.

387
atemploCisA

Conforme o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, a República


Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal (art. 1º da CF).

Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a


forma federativa de estado (art. 60, §4º, I da CF).

- Soberania do Estado Federal: Enquanto os estados são autônomos


entre si, nos termos da Constituição Federal, o País é soberano.

- Auto-organização dos estados-membros: Os Estados organizam-se


através da elaboração das constituições estaduais.

- Órgão representativo dos estados-membros: Senado.

- Órgão guardião da Constituição: Supremo Tribunal Federal.

A República Federativa do Brasil é formada pela União, Estados, Distrito


Federal e Municípios.

União

- Internamente: A União é uma pessoa jurídica de direito público interno.


É autônoma, uma vez que possui capacidade de auto-organização,
autogoverno, auto-administração e autolegislação, configurando a autonomia
financeira, administrativa e política.

- Internacionalmente: Embora a União não se confunda com o Estado


Federal (República Federativa do Brasil), poderá representá-lo
internacionalmente.

Bens da União:

388
atemploCisA

- Os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos


(art. 20, I da CF).

- As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das


fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental, definidas em lei (art. 20, II da CF):

As terras devolutas (terras vazias) situadas na faixa de fronteira (faixa de 150


Km largura ao longo das fronteiras terrestres voltadas para defesa do
território nacional) são bens públicos dominicais pertencentes à União. As
demais, desde que não tenham sido trespassadas aos Municípios, são de
propriedade dos Estados.

- Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu


domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros
países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
como os terrenos marginais e as praias fluviais (art. 20, III da CF).

- As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as


praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas
referidas no art. 26, II (art. 20, IV da CF).

- Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica


exclusiva (art. 20, V da CF).

Zona econômica exclusiva: Compreende uma faixa que se


estende das 12 às 200 milhas marítimas, contadas a partir das
linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial
(art. 6º da Lei 8617/93).

Plataforma continental: Compreende o leito e o subsolo das áreas


submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a
extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o
bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200
milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a

389
atemploCisA

largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da


margem continental não atinja essa distância (art. 11 da lei 8617/93).

- O mar territorial (art. 20, VI da CF): Compreende uma faixa de 12 milhas


marítimas de largura, medida a partir da linha baixa-mar do litoral continental
e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala,
reconhecidas oficialmente no Brasil (art. 1º da lei 8617/93).

“A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das 12 às


24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para
medir a largura do mar territorial” (art.4º da lei 8617/93).

- Os terrenos de marinha e seus acrescidos (art. 20, VII da CF).

- Os potenciais de energia hidráulica (art. 20, VIII da CF).

- Os recursos minerais, inclusive os do subsolo (art. 20, IX da CF).

- As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-


históricos (art. 20, X da CF).

- As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios (art. 20, XI da CF).

“É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos


Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União,
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração”
(art. 20, §1º da CF).

Regiões administrativas:

390
atemploCisA

A União, para efeitos administrativos, poderá articular sua ação em um


mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à
redução das desigualdades regionais (art. 43 da CF).

Lei complementar disporá sobre: Condições para integração de regiões em


desenvolvimento (art. 43, §1º, I da CF) e composição dos organismos
regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes
dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados
juntamente com estes (art. 43, §1º, II da CF).

- Alguns incentivos regionais, além de outros, na forma da lei (art. 43, §2º
da CF):

 Igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e


preços de responsabilidade do Poder Público (art. 43, §2º, I da CF).

Juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias (art. 43,


§2º, II da CF).

Isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais


devidos por pessoas físicas ou jurídicas (art. 43, §2º, III da CF).

Prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das


massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda
sujeitas a secas periódicas (art. 43, §2º, IV da CF). Nestas áreas, a União
incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os
pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em
suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação (art. 43, §3º da
CF).

Estados-membros

391
atemploCisA

Os Estados são pessoas jurídicas de direito público interno. São autônomos,


uma vez que possuem capacidade de auto-organização, autogoverno, auto-
administração e autolegislação.

- Auto-organização (art. 25 da CF): Os Estados organizam-se e regem-se


pelas constituições e leis que adotarem, observados os princípios da
Constituição Federal.

Segundo Alexandre de Morais, devem observar os princípios constitucionais


sensíveis (art. 34, VII da CF), extensíveis (aquelas normas comuns à União,
Estados, Distrito Federal e Municípios) e estabelecidos (aquelas normas que
organizam a federação, estabelecem preceitos centrais de observância
obrigatória aos estados-membros em sua auto-organização).

- Autogoverno: Os Estados estruturam os poderes Legislativo (art. 27 da


CF), Executivo (art. 28 da CF) e Judiciário (art. 125 da CF).

- Auto-administração e autolegislação: Os Estados têm competências


legislativas e não-legislativas próprias (art. 25 §1º da CF).

Formação dos Estados-membros:


“Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se
para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através
de plebiscito e do Congresso Nacional, por meio de lei complementar” (art.
18, §3º da CF).

- Hipótese de alterabilidade divisional interna do território brasileiro:

Incorporação: Dois ou mais Estados se unem formando outro.

Subdivisão: Um Estado divide-se em outros.

392
atemploCisA

Desmembramento-anexação: Parte de um Estado separa-se para


anexar-se em outro, sem que o originário perca a sua personalidade.

Desmembramento-formação: Parte de um Estado separa-se para


constituir outro, sem que o originário perca a sua personalidade.

- Requisitos:

Aprovação por plebiscito da população diretamente interessada: esta é


condição essencial, de tal forma que se não houver aprovação por
plebiscito nem se passa à próxima fase.

Aprovação do Congresso Nacional por meio de lei complementar:


Superada a aprovação por plebiscito, é necessário que haja propositura
de projeto de lei complementar a qualquer uma das casas. A aprovação
ocorrerá por maioria absoluta.

Cabe ao Congresso Nacional com a sanção do Presidente da República dispor


sobre a incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de territórios
ou Estados, ouvidas as respectivas assembléias legislativas (art. 48, VI da CF).
O parecer das Assembléias Legislativas não é vinculativo.

Bens dos Estados-membros (art. 26 da CF):

- As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em


depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da
União;

- As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,


excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

- As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

393
atemploCisA

- As terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões:


“Os Estado poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções políticas de interesse público” (art. 25,
§3º da CF).

- Regiões metropolitanas: Conjunto de municípios limítrofes, ligados por


certa continuidade urbana, que se reúnem em volta de um município-pólo.

- Aglomerações urbanas: Conjunto de municípios limítrofes que


possuem as mesmas características e problemas comuns, mas não estão
ligados por uma continuidade urbana. Haverá um município-sede.

- Microrregiões: Áreas urbanas de municípios limítrofes, caracterizados


pela grande densidade demográfica e continuidade urbana. Não há um
município-sede.

Municípios
Os Municípios são pessoas jurídicas de direito público interno. São
autônomos, uma vez que possuem capacidade de auto-organização,
autogoverno, auto-administração e autolegislação.

- Auto-organização: Os Municípios organizam-se através da lei orgânica,


votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3
dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição estadual e
os preceitos estabelecidos no art. 29 da CF (art. 29 da CF). Antes de 1988, os
Municípios de determinado Estado eram regidos por uma única Lei orgânica
estadual.

394
atemploCisA

- Autogoverno: Os Municípios estruturam o Poder Executivo e


Legislativo. Não têm Poder Judiciário próprio.

- Auto-administração e autolegislação (art. 30 da CF): Os Municípios têm


competências legislativas e não-legislativas próprias.

Formação dos Municípios:


“A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-
se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar
federal e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações
dos Municípios envolvidos, após divulgação dos estudos de viabilidade
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei” (art. 18, §4º da CF).

- Requisitos:

Divulgação de estudo de viabilidade municipal

Aprovação por plebiscito da população municipal: O plebiscito será


convocado pela Assembléia legislativa.

Lei complementar federal: Determinará o período para criação,


incorporação, fusão e desmembramento de Municípios.

Lei estadual.

Distrito Federal
O Distrito Federal é autônomo, uma vez que possui capacidade de auto-
organização, autogoverno, auto-administração e autolegislação.

- Auto-organização (art. 32 da CF): O Distrito Federal, vedada sua divisão


em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 turnos, com
interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara

395
atemploCisA

Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na


Constituição Federal.

- Autogoverno (art. 32, §§ 2º e 3º): O Distrito Federal estrutura o Poder


Executivo e Legislativo. Quanto ao Poder Judiciário, competirá privativamente
à União organizar e mantê-lo, afetando parcialmente a autonomia do Distrito
Federal.

Compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público


e a Defensoria Pública do Distrito Federal. (art. 21, XIII da CF); organizar e
manter a polícia civil, polícia militar e o corpo de bombeiros militar, bem
como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de
serviços públicos, por meio de fundo próprio (art. 21, XIV da CF).

“Lei, federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das
policias civil, militar e do corpo de bombeiros militar” (art. 32, §4º da CF).

Compete à União legislar sobre organização judiciária, do Ministério Público e


da Defensoria Pública do Distrito Federal, bem como sua organização
administrativa (art. 22, XVII da CF).

- Auto-administração e autolegislação: O Distrito Federal tem


competências legislativas e não-legislativas próprias.

Territórios Federais
O Território não é ente da federação, mas sim integrante da União. Trata-se
de mera descentralização administrativo-territorial da União. Embora tenha
personalidade jurídica não tem autonomia política.

A partir de 1988, não existem mais territórios no Brasil. Antigamente, eram


territórios: Roraima, Amapá e Fernando de Noronha (art. 15 dos ADCT).

Formação de Territórios Federais:

396
atemploCisA

Lei complementar irá regular sua criação, transformação em Estado ou


reintegração ao Estado de origem (art. 18, §2º da CF).

“Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se


para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através
de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar” (art. 18, §3º da
CF).

Divisão dos Territórios em Municípios:


Diferentemente do Distrito Federal, os territórios podem ser divididos em
Municípios (art. 33, §1º da CF).

Organização administrativa e judiciária dos Territórios:


Lei federal disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos
Territórios (art. 33 da CF).

Compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público


e a Defensoria Pública dos Territórios (art. 21, XIII da CF), bem como sua
organização administrativa (art. 22, XVII da CF).

Nos Territórios Federais com mais de 100.000 habitantes, além de


Governador, haverá órgãos judiciários de 1a e 2a instância, membros do
Ministério Público e defensores públicos federais (art. 33, §3º da CF).

Repartição de Competências

A Constituição estabelece a competência de cada um dos entes federativos. A


repartição de competência está intimamente ligada à predominância do
interesse.

- União: Cuidará de matérias de interesse geral.


- Estados: Cuidarão de matérias de interesse regional

397
atemploCisA

- Municípios: Cuidarão de matérias de interesse local.


- Distrito Federal: Cuidará de matérias de interesse regional e local.

União
Competência:

Legislativa: para editar leis. Não-legislativa (administrativa ou


material): para exercer funções
governamentais.
Privativa (art. Concorrente Exclusiva (art. 21 Comum
22 da CF) (art. 24 da CF). da CF) (cumulativa ou
paralela)

Competência legislativa privativa (art. 22 da CF):


É relevante lembrar que tal competência pode ser delegada aos Estados e ao
Distrito Federal por meio de lei complementar (art. 22, parágrafo único e 32,
§1º da CF).

- Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,


aeronáutico, espacial e do trabalho (art. 22, I da CF).
- Desapropriação (art. 22, II da CF).
- Requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo
de guerra (art. 22, III da CF).
- Águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão (art. 22,
IV da CF).
- Serviço postal (art. 22, V da CF).
- Sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais (art. 22,
VI da CF).
- Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores (art. 22,
VII da CF).

398
atemploCisA

- Comércio exterior e interestadual (art. 22, VIII da CF).


- Diretrizes da política nacional de transportes (art. 22, IX da CF).
- Regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e
aeroespacial (art. 22, X da CF).
- Trânsito e transporte (art. 22, XI da CF).
- Jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia (art. 22, XII da CF).
- Nacionalidade, cidadania e naturalização (art. 22, XIII da CF).
- Populações indígenas (art. 22, XIV da CF).
- Emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros
(art. 22, XV da CF).
- Organização do sistema nacional de emprego e condições para o
exercício de profissões (art. 22, XVI da CF).
- Organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública
do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa
destes (art. 22, XVII da CF).
- Sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais (art.
22, XVIII da CF).
- Sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular (art.
22, XIX da CF).
- Sistemas de consórcios e sorteios (art. 22, XX da CF).
- Normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,
convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros
militares (art. 22, XXI da CF).
- Competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária
federais (art. 22, XXII da CF).
- Seguridade social (art. 22, XXIII da CF).
- Diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV da CF).
- Registros públicos (art. 22, XXV da CF).
- Atividades nucleares de qualquer natureza (art. 22, XXVI da CF).
- Normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades,
para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e

399
atemploCisA

para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do


art. 173, §1°, III (art. 22, XXVII da CF).
- Defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e
mobilização nacional (art. 22, XXVIII da CF).
- Propaganda comercial (art. 22, XIX da CF).

Competência legislativa concorrente (art. 24 da CF):


A União, os Estados e Distrito Federal possuem competência para legislar
sobre as matérias do artigo 24 da CF. Não há possibilidade de delegação por
parte da União aos Estados-membros e Distrito Federal das matérias
elencadas no artigo 24 da CF.

Compete à União estabelecer normas gerais sobre as matérias do artigo 24


da CF. Esta competência não exclui a competência suplementar dos Estados
(ou Distrito Federal).

A competência suplementar do Estado pode se dividir em duas espécies:


Competência suplementar e competência supletiva. Na suplementar, cabe aos
Estados (ou Distrito Federal) estabelecer normas específicas sobre as matérias
do artigo 24 da CF. Na supletiva, cabe aos Estados (ou Distrito Federal), tendo
em vista inexistência de lei federal sobre normas gerais, exercer a
competência legislativa plena, ou seja, editar normas de caráter geral e
específico (art. 24, §§1º, 2º e 3º da CF).

A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei


estadual (ou distrital) no que lhe for contrário (art. 24, §4º da CF). Se não
forem conflitantes passam, a conviver perfeitamente.

Se a norma geral federal, que suspender a eficácia da norma geral estadual


(ou distrital), for revogada por outra norma geral federal não conflitante, a
norma geral estadual voltará a produzir efeitos.

400
atemploCisA

Em razão do artigo 30, I da Constituição Federal, os Municípios também têm


competência suplementar às normas gerais e específicas, dentro do interesse
local municipal.

- Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico


(art. 24, I da CF).
- Orçamento (art. 24, II da CF).
- Juntas comerciais (art. 24, III da CF).
- Custas dos serviços forenses (art. 24, IV da CF).
- Produção e consumo (art. 24, V da CF).
- Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição (art.
24, VI da CF)
- Proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico (art. 24, VII da CF).
- Responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (art. 24,
VIII da CF).
- Educação, cultura, ensino e desporto (art. 24, IX da CF).
- Criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas (art.
24, X da CF).
- Procedimentos em matéria processual (art. 24, XI da CF).
- Previdência social, proteção e defesa da saúde (art. 24, XII da CF).
- Assistência jurídica e Defensoria pública (art. 24, XIII da CF).
- Proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência (art.
24, XIV da CF).
- Proteção à infância e à juventude (art. 24, XV da CF).
- Organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis (art. 24, XVI
da CF).

Competência Não-Legislativa Exclusiva (art. 21 da CF):


Esta competência é indelegável

401
atemploCisA

- Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais (art. 21, I da CF).
- Declarar a guerra e celebrar a paz (art. 21, II da CF).
- Assegurar a defesa nacional (art. 21, III da CF).
- Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente (art. 21, IV da CF).
- Decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal
(art. 21, V da CF).
- Autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico (art.
21, VI da CF).
- Emitir moeda (art. 21, VII da CF).
- Administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de
natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem
como as de seguros e de previdência privada (art. 21, VIII da CF).
- Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico e social (art. 21, IX da CF).
- Manter o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X da CF).
- Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá
sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros
aspectos institucionais (art. 21, XI da CF).
- Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão (art. 21, XII da CF):

Os serviços de radiodifusão sonora, de sons e imagens (art. 21,


XII, a da CF).
Os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento
energético dos cursos de água, em articulação com os Estados
onde se situam os potenciais hidroenergéticos (art. 21, XII, “b” da
CF).
A navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária
(art. 21, XII, “c” da CF).

402
atemploCisA

Os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos


brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites
de Estado ou Território (art. 21, XII, “d” da CF).
Os serviços de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros (art. 21, XII, “e” da CF);
Os portos marítimos, fluviais e lacustres (art. 21, XII, “f” da CF).

- Organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a


Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios (art. 21, XIII da CF).
- Organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira
ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo
próprio (art. 21, XIV da CF).
- Organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia,
geologia e cartografia de âmbito nacional (art. 21, XV da CF).
- Exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de
programas de rádio e televisão (art. 21, XVI da CF).
- Conceder anistia (art. 21, XVII da CF).
- Planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades
públicas, especialmente as secas e as inundações (art. 21, XVIII da CF).
- Instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e
definir critérios de outorga de direitos de seu uso (art. 21, XVIX da CF).
- Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos (art. 21, XX da CF).
- Estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação
(art. 21, XXI da CF).
- Executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras
(art. 21, XXII da CF).
- Explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e
exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições (art. 21, XXIII da
CF):

403
atemploCisA

Toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida


para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional (art.
21, XXIII, “a” da CF).

Sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de


radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e
atividades análogas (art. 21, XXIII, “b” da CF).

A responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência


de culpa (art. 21, XXIII, “c” da CF).

- Organizar, manter e executar a inspeção do trabalho (art. 21, XXIV da


CF).
- Estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de
garimpagem, em forma associativa (art. 21, XXV da CF).

Competência Não-legislativa Comum (art. 23 da CF):


A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possuem competência
para legislar sobre as matérias do artigo 23 da CF.

“Lei complementar fixará normas para a cooperação entre a União e os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional” (art. 23, parágrafo
único da CF).

- Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições


democráticas e conservar o patrimônio público (art. 23, I da CF).
- Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência (art. 23, II da CF).
- Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos (art. 23, III da CF).
- Impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e
de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural (art. 23, IV da CF).

404
atemploCisA

- Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência (art.


23, V da CF).
- Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas (art. 23, VI da CF).
- Preservar as florestas, a fauna e a flora (art. 23, VII da CF).
- Fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento
alimentar (art. 23, VIII da CF).
- Promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico (art. 23, IX da CF).
- Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos (art. 23, X da CF).
- Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa
e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios (art. 23, XI da
CF).
- Estabelecer e implantar política de educação para a segurança do
trânsito (art. 23, XII da CF).

Estados
Competência:

Não-legislativa Legislativa
(administrativa ou
material)
Comum Residual Express Residual Delega concorre Suplement
(cumulati (remanesce a (remanesce da pela nte ar
va ou nte ou nte ou União
paralela) reservada) reservada)

- Competência não-legislativa comum (art. 23 da CF): Já foi estudada no


item União.

405
atemploCisA

- Competência não-legislativa residual: São reservadas aos Estados as


competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição Federal (art. 25,
§1º da CF). Cabe aos Estados todas as competências que não forem da União,
dos Municípios e comuns.

- Competência legislativa expressa: Os Estados organizam-se e regem-se


pelas Constituições e leis que adotarem, observado os princípios desta
Constituição (art. 25, §1º da CF).

- Competência legislativa remanescente: São reservadas aos Estados as


competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição Federal (art. 25,
§1º da CF). Cabe aos Estados todas as competências que não forem da União
e dos Municípios.

Excepcionalmente, a Constituição estabelece algumas competências


enumeradas aos Estados-membros, como a criação, incorporação, fusão e o
desmembramento de municípios por meio de lei estadual (art. 18, §4º da CF);
exploração diretamente, ou mediante concessão, dos serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação (art. 25, §2º da CF); a instituição mediante lei complementar
estadual das regiões metropolitanas, aglomerados urbanos e microrregiões
(art. 25, §3º da CF).

- Competência Legislativa delegada pela União: Já foi estudada no item


União (art. 22, parágrafo único da CF).

- Competência Legislativa concorrente: Já foi estudada no item União.

- Competência legislativa concorrente suplementar: Já foi estudada no


item União.

Municípios
Competência:

406
atemploCisA

Não-legislativa Legislativa
(administrativa ou
material)
Comum Privativa Expressa Interesse Suplement Plano
(cumulativ (enumerada local ar diretor
a ou )
paralela)

- Competência não-legislativa comum: Já foi estudada no item União.

- Competência não-legislativa privativa (art. 30, III à IX da CF): Hipóteses


descritas, presumindo-se o interesse local. Compete aos Municípios:

Instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como


aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar
contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei (art. 30, III
da CF).

Criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação


estadual (art. 30, IV da CF).

Organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou


permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial (art. 30, V da CF).

Manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do


Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino
fundamental (art. 30, VI da CF).

407
atemploCisA

Prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do


Estado, serviços de atendimento à saúde da população (art. 30, VII
da CF).

Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,


mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano (art. 30, VIII da CF).

Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,


observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual
(art. 30, IX da CF).

- Competência legislativa expressa: Os Municípios têm competência para


elaborar a própria lei orgânica (art. 29 da CF).

- Competência Legislativa para assuntos de interesse local. (art. 30, I da


CF).

- Competência Legislativa suplementar (art. 30, II da CF): Cabe aos


Municípios suplementar a legislação Federal e estadual no que couber,
relacionado ao interesse local.

- Competência Legislativa para instituir o plano diretor: “O plano diretor,


aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
20.000 habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e
de expansão urbana” (art. 182, §1º da CF). A propriedade cumpre a função
social quando atende ao plano diretor.

Distrito Federal
Competência:

Não-legislativa Legislativa: Ao Distrito Federal são atribuídas as

408
atemploCisA

(administrativa competências legislativas reservadas aos Estados e aos


ou material) Municípios (art. 32, §1º da CF).
Comum Express Residual Delega Concorre Suplemen Interesse
(cumulativa ou a da nte tar local
paralela)

- Competência não legislativa comum: Já foi estudada no item União.

- Competência legislativa expressa: O Distrito Federal tem competência


para elaborar a própria lei orgânica (art. 32 da CF).

- Competência legislativa residual: Toda competência que não for


vedada, ao Distrito Federal estará reservada (art. 25, §1º da CF).

- Competência Legislativa delegada pela União: Já foi estudada no item


União (art. 22, parágrafo único da CF).

- Competência Legislativa concorrente: Já foi estudada no item União

- Competência legislativa concorrente suplementar: Já foi estudada no


item União.

- Competência legislativa para assuntos de interesse local (art. 30, I e 32,


§1º da CF).

- Competência suplementar dos Municípios (art. 30, II da CF).

Intervenção
Conceito:

409
atemploCisA

Intervenção é uma medida através da qual quebra-se excepcional e


temporariamente a autonomia de determinado ente federativo, nas hipóteses
taxativamente previstas na Constituição Federal.

Trata-se de mecanismo utilizado para assegurar a permanência do pacto


federativo, ou seja, para impedir a tentativa de secessão (princípio da
indissociabilidade do pacto federativo).

A intervenção é uma exceção, pois em regra todos os entes federativos são


dotados de autonomia. “A organização político-administrativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos da Constituição” (art. 18 da CF).

Intervenções:

- Intervenção da União: nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios


localizados em território federal.

- Intervenção dos Estados: nos Municípios localizados nos seus


territórios.

Intervenção Federal nos Estados e no Distrito Federal


Conceito:
Processo através do qual a União quebra excepcional e temporariamente a
autonomia dos Estados ou do Distrito Federal por descumprimento das
regras localizadas no artigo 34 da Constituição Federal

Hipóteses de intervenção federal:


Rol taxativo

- Para manter a integridade nacional (art. 34, I da CF).

410
atemploCisA

- Para repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em


outra (art. 34, II da CF).

- Para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública (art. 34, III
da CF).

- Para garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da


federação (art. 34, IV da CF).

- Para reorganizar as funções da unidade da Federação que (art. 34, V da


CF):

Suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 anos


consecutivos, salvo motivo de força maior.

Deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas


nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei.

- Para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial (art. 34,
VI da CF).

- Para assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais


(art. 34, VII da CF):

Forma republicana, sistema representativo e regime democrático (art.


34, VII, “a” da CF).

Direitos da pessoa humana (art. 34, VII, “b” da CF).

Autonomia municipal (art. 34, VII, “c” da CF).

411
atemploCisA

Prestação de contas da administração pública, direta e indireta (art. 34,


VII, “d” da CF).

Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos


estaduais, compreendida proveniente de transferências, na manutenção
e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde
(art. 34, VII, “e” da CF).

Espécies:

- Intervenção espontânea: O Presidente da República decreta a


intervenção federal de ofício.

Defesa da unidade nacional (art. 34, I e II da CF).

Defesa da ordem pública (art. 34, III da CF).

Defesa das finanças públicas (art. 34, V da CF).

- Intervenção provocada: O Presidente da República depende da


provocação de terceiros para decretar a intervenção federal.

Intervenção provocada por solicitação: Defesa dos Poderes Executivo ou


Legislativo locais.

Se a coação recair sobre o Poder Legislativo ou Executivo, a decretação da


intervenção federal pelo Presidente da República dependerá de solicitação do
Poder Legislativo ou Executivo coacto ou impedido (art. 34, IV e art 36, I,
1a parte da CF).

Intervenção provocada por requisição:

412
atemploCisA

Requisição do STF: Se a coação recair sobre o Poder Judiciário,


impedindo seu livre exercício nas unidades da federação (art. 34, IV e
art. 36, II 2a parte da CF).

Requisição do STF, STJ ou TSE: No caso de desobediência à ordem ou


decisão judicial (art. 34, VI da CF).

O STF pode requisitar não só nas hipóteses de descumprimento de suas


próprias decisões como também nas hipóteses de descumprimento de
decisões da Justiça Federal, Estadual, do Trabalho ou da Justiça Militar.

Intervenção provocada por provimento de representação:

Provimento do STF de representação do PGR: No caso de ofensa aos


princípios constitucionais sensíveis e no caso de recusa à execução de
lei federal (art. 36, III da CF). A iniciativa do Procurador-Geral da
República nada mais é do que a legitimação para a propositura da Ação
de executoriedade de lei federal e Ação de inconstitucionalidade
interventiva.

Decreto interventivo:
Compete ao Presidente da República a decretação e execução da intervenção
federal (art. 84, X da CF).

Nas hipóteses de intervenções espontâneas, o Presidente da República ouvirá


o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (art. 90, I e II da
CF).

O Decreto de intervenção especificará a amplitude, o prazo, as condições de


execução e, se couber, nomeará o interventor, afastando as autoridades
envolvidas. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de
seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal (art. 36, §4º da CF).

413
atemploCisA

- Controle político: O decreto de intervenção será submetido ao


Congresso Nacional no prazo de 24 horas (art. 36, §1º da CF). Se este estiver
em recesso, far-se-á convocação extraordinária neste mesmo prazo (art. 36,
§2º da CF). O Congresso Nacional poderá (art. 49, IV da CF):

Aprovar a intervenção federal.

Rejeitar a intervenção federal: Se o Congresso Nacional


suspendê-la, o Presidente da República deverá cessá-lo
imediatamente sob pena de cometer crime de responsabilidade
(art. 85, II da CF).

- Dispensa do controle político: Nas hipóteses do artigo 34, incisos VI e


VII da Constituição Federal. O decreto se limitará a suspender a execução do
ato impugnado. Se essa medida não for suficiente para o restabelecimento da
normalidade, o Presidente decretará a intervenção federal e submeterá ao
controle político (art. 36, §3º da CF).

Intervenção Federal nos Municípios existentes nos territórios federais


Hipótese:
Tem cabimento nas mesmas hipóteses de intervenção estadual (art. 35 da CF).

Intervenção Estadual

É o processo através do qual os Estados quebram excepcional e


temporariamente a autonomia dos Municípios por descumprimento das
regras localizadas no artigo 35 da Constituição Federal.

Hipóteses de intervenção estadual:

- Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada (art. 35, I da CF).

414
atemploCisA

- Não forem prestadas as contas devidas, na forma da lei (art. 35, II da


CF).

- Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na


manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde (art. 35, III da CF).

- Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a


observância de princípios indicados na constituição estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial (art. 35, IV da CF).

Decreto interventivo:
Compete ao Governador a decretação e execução da intervenção estadual.

O Decreto de intervenção especificará a amplitude, o prazo, as condições de


execução e, se couber, nomeará o interventor, afastando as autoridades
envolvidas. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de
seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal (art. 36, §4º da CF).

Controle político: O decreto de intervenção será submetido à


Assembléia Legislativa no prazo de 24 horas (art. 36, §1º da CF). Se
estiver em recesso, far-se-á convocação extraordinária neste mesmo
prazo (art. 36, §2º da CF).

Dispensa do controle político: art. 35, IV da CF. O decreto se limitará a


suspender a execução do ato impugnado. Se essa medida não for
suficiente para o restabelecimento da normalidade, o Governador
decretará a intervenção estadual e submeterá ao controle político (art.
36, §3º da CF).

Administração pública - Disposições gerais

Administração Pública, em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos


para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto

415
atemploCisA

das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção


operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos
serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da
coletividade. A Administração não pratica atos de Governo; pratica, tão-
somente, atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional,
segundo a competência do órgão e de seus agentes.

O novo código civil passou a definir pessoas jurídicas como sendo:

Art.40. São de direito público, interno e externo, e de direito privado.

Art. 41. Pessoas Jurídicas Direito Público Interno: I - a União. II - os Estados, o


Distrito Federal e os Territórios. III – os Municípios. IV – as autarquias. V – as
demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único: Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de


direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se,
no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 42 – São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados


estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional
público.

Art. 43 – As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente


responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a
terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se
houver, por parte destes, culpa ou dolo

A Administração Federal compreende:

416
atemploCisA

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na


estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de


entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade


jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira descentralizada.

b) Empresas Públicas: a entidade dotada de personalidade jurídica de direito


privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei
para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a
exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo
revestir-se de qualquer das formas admitida sem direito.

c) Sociedades de Economia Mista: a entidade dotada de personalidade


jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade
econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a
voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração
Indireta. Neste caso, quando a atividade for submetida a regime de
monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em caráter
permanente.

d) Fundações públicas: entidade dotada de personalidade jurídica de direito


privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para
o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou
entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento
custeado por recursos da União e de outras fontes. Estas entidades adquirem
personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua

417
atemploCisA

constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as


demais disposições do Código Civil concernentes às fundações (Incluído pela
Lei nº 7.596, de 1987).

Ressalta-se que as entidades compreendidas na Administração Indireta


vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada
sua principal atividade.

A Organização da Administração é complexa, porque a função administrativa


é institucionalmente imputada a diversas entidades governamentais autônomas,
expressas no art. 37 da Constituição:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com
a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira;

418
atemploCisA

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores


ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos
por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação
sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as
pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §
4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual,
sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e
empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos
membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o
subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

419
atemploCisA

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies


remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não
serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos
ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos
públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste
artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o
disposto no inciso XI. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
a) a de dois cargos de professor; (Incluída pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Incluída
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 34, de 2001)
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia
mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro
de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais
setores administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de
subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada;

420
atemploCisA

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações. (Regulamento)
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado,
exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários
para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da
lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a
avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações
sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou
abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.

421
atemploCisA

§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados


por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de
cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso
a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e
entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que
tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,
obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento
de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria
decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados
em lei de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de
que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter
indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)

422
atemploCisA

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica


facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante
emenda às respectivas Constituições e Lei Or gânica, como limite único, o
subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o
disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e
dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Princípios constitucionais da administração pública

A CF/88, no caput do art. 37, dispõe sobre os princípios inerentes à


Administração Pública: "Administração Pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência".

Administração pública - Servidores públicos

Servidor público é todo aquele empregado de uma administração estatal.


Sendo uma designação geral, engloba todos aqueles que mantêm vínculos
de trabalho com entidades governamentais, integrados
em cargos ou empregos das entidades político-administrativas, bem como
em suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ou ainda, é
uma definição a todo aquele que mantém um vínculo empregatício com
o Estado, e seu pagamento provém da arrecadação pública de impostos,
sendo sua atividade chamada de "Típica de Estado".

A constituição de 1988 abandonou o conceito de funcionário público,


passando a adotar a designação mais ampla de servidor público. Recebem
distinção dentro da carta magna, uma espécie, os servidores públicos civis,
que têm tratamento específico nos artigos de 39 a 41. O servidor público em
seu conceito genérico não somente faz parte da administração pública, ele
efetivamente é o estado, ente abstrato, representado por pessoas físicas, que
exercerão seu cargo ou função visando ao interesse público e ao bem
comum, conforme reza a teoria subjetiva da Administração Pública.

423
atemploCisA

A relação jurídica que une o poder público aos titulares de cargos públicos é
de natureza estatutária, institucional. Isto significa que o estado pode alterar
legislativamente o regime de direitos e obrigações recíprocos, existentes à
época do ingresso no serviço público.
A doutrina entende que há três tipos de servidores públicos:
1 – os servidores estatutários, ocupantes de cargos públicos providos por
concurso público, de acordo com o art. 37, II, da constituição federal. São
regidos por um estatuto, estabelecido em lei, para cada uma das unidades da
federação. Os novos servidores, ao serem investidos no cargo, já ingressam
numa situação jurídica previamente delineada.
2 – os empregados públicos, ocupantes de emprego público, e também
provido por concurso público (art. 37, II, da CF). São também chamados de
funcionários públicos, e contratados sob o regime da CLT. Seus cargos são
preenchidos através de concurso público e submetem-se a todos os demais
preceitos constitucionais referentes à investidura, acumulação de cargos,
vencimentos e determinadas garantias e obrigações previstas no Capítulo VII
da constituição. O servidor público celetista subordina-se a dois sistemas,
integrados e dependentes: o da administração pública e também ao sistema
funcional trabalhista. O primeiro impõe regras da impessoalidade do
administrador, da publicidade, da legalidade, da moralidade administrativa, da
oportunidade, bem como motivação do ato administrativo. No segundo
temos os contornos dos direitos e deveres mútuos na execução do contrato e
dos efeitos da extinção do mesmo. A administração Pública quando contrata
pela CLT, equipara-se ao empregador privado, sujeitando-se aos mesmos
direitos e obrigações deste.
3 – já os servidores temporários são contratados para exercer funções
temporárias, por meio de um regime jurídico especial, disciplinado em lei de
cada unidade da federação. Não é admitida a posterior admissão deste
servidor para cargo efetivo sem a realização de concurso público.

Os poderes do Estado e as respectivas funções

A divisão constitucional dos poderes (dada pela Constituição) é feita entre o


Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário, cada qual com sua
respectiva função na organização da sociedade. Em linhas gerais, ao Poder

424
atemploCisA

Executivo cabe a administração do Estado propriamente dita, naquilo que diz


respeito ao governo da máquina pública. Ao Poder Legislativo cabe a
formulação, discussão e aprovação de leis, as quais são pensadas conforme as
demandas e anseios da sociedade por ele representada. E, por final, ao Poder
Judiciário cabe o julgamento dos possíveis conflitos, agindo de forma
imparcial, pautando pela obrigatoriedade do cumprimento das leis.

Três Poderes
A existência de três Poderes e a ideia que haja um equilíbrio entre eles, de
modo que cada um dos três exerça um certo controle sobre os outros é sem
dúvida uma característica das democracias modernas. A noção da separação
dos poderes foi intuída por Aristóteles, ainda na Antiguidade, mas foi
aplicada pela primeira vez na Inglaterra, em 1653. Sua formulação definitiva,
porém, foi estabelecida por Montesquieu, na obra "O Espírito das Leis",
publicada em 1748, e cujo subtítulo é "Da relação que as leis devem ter com a
constituição de cada governo, com os costumes, com o clima, com a religião,
com o comércio, etc."

"É preciso que, pela disposição das coisas, o poder retenha o poder", afirma
Montesquieu, propondo que os poderes executivo, legislativo e judiciário
sejam divididos entre pessoas diferentes. Com isso, o filósofo francês
estabelecia uma teoria a partir da prática que verificara na Inglaterra, onde
morou por dois anos. A influência da obra de Montesquieu pode ser medida
pelo fato de a tripartição de poderes ter se tornado a regra em todos os
países democráticos modernos e contemporâneos.

Poder Executivo

O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos


Ministros de Estado. No sistema Federalista o Presidente é ao mesmo tempo
o Chefe de Governo e o Chefe de Estado.

O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do


Congresso Nacional, prestando o COMPROMISSO de:

425
atemploCisA

MANTER, DEFENDER e CUMPRIR a Constituição,


OBSERVAR as leis,
PROMOVER o bem geral do povo brasileiro,
SUSTENTAR a união, a integridade e a independência do Brasil.

Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância


dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da
Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o
do Supremo Tribunal Federal.

Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á


eleição 90 dias depois de aberta a última vaga.

Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a


eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo
Congresso Nacional, na forma da lei.

Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus


antecessores.

O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do


Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias,
sob pena de perda do cargo.

426
atemploCisA

Estrutura do poder executivo

Presidência da República

Vice-Presidência da República

MINISTROS DE ESTADO

CONSELHO DA REPÚBLICA

CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que


atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I- a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V- a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

427
atemploCisA

Admitida a acusação contra o Presidente da República, por 2/3 da Câmara


dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos
crimes de responsabilidade.

O Presidente ficará suspenso de suas funções:


I- nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime
pelo Supremo Tribunal Federal;

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo


Senado Federal.

Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o


Presidente da República não estará sujeito a prisão.

O Presidente da República, na vigência de seu mandato, NÃO PODE SER


RESPONSABILIZADO por atos estranhos ao exercício de suas funções.

ESTADO DE DEFESA

O Presidente da República PODE, ouvidos o Conselho da República e o


Conselho de Defesa Nacional, DECRETAR ESTADO DE DEFESA para
PRESERVAR ou PRONTAMENTE RESTABELECER, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e
iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes
proporções na natureza.

O decreto que instituir o estado de defesa determinará:


o tempo de sua duração,
as áreas a serem abrangidas
as medidas coercitivas

428
atemploCisA

I - restrições aos direitos de:


a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

II - na hipótese de calamidade pública, ocupação e uso temporário de bens e


serviços públicos,.

O tempo de duração do estado de defesa NÃO SERÁ SUPERIOR a 30 dias,


podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões
que justificaram a sua decretação.
Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República,
dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação
ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de
seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado
de defesa.
Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

ESTADO DE SÍTIO

O Presidente da República PODE, ouvidos o Conselho da República e o


Conselho de Defesa Nacional, SOLICITAR AUTORIZAÇÃO ao Congresso
Nacional para decretar o ESTADO DE SÍTIO nos casos de:

I- comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que


comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira.

O Presidente da República relatará os motivos determinantes do pedido,


devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.

429
atemploCisA

O decreto do ESTADO DE SÍTIO indicará :

sua duração,
as normas necessárias a sua execução
As garantias constitucionais que ficarão suspensas,

depois de publicado o decreto, o Presidente da República designará o


executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.

O estado de sítio não poderá, no caso do inciso I, ser decretado por mais de
30 dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II,
poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão
armada estrangeira.

Na vigência do ESTADO DE SÍTIO, SÓ poderão ser tomadas as seguintes


medidas:

I- obrigação de permanência em localidade determinada;


II - detenção em edifício não destinado a acusados por crimes comuns;
III- restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V- busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.

DOS MINISTROS DE ESTADO


Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de
vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

430
atemploCisA

Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições


estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da
administração federal na área de sua competência e referendar os atos e
decretos assinados pelo Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no
Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou
delegadas pelo Presidente da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da
administração pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

Poder legislativo

O PODER LEGISLATIVO é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe


da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A nível Federal, é um
sistema Bicameral
 Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

CONGRESSO NACIONAL: a função legislativa de competência da União É


EXERCIDA pelo CONGRESSO NACIONAL, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, integrados respectivamente por deputados e
senadores; no bicameralismo brasileiro, não há predominância substancial de
uma câmara sobre outra.

CÂMARA DOS DEPUTADOS: compõe-se de REPRESENTANTES DO POVO,


eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no
Distrito Federal.

431
atemploCisA

 número total de Deputados: 513 (base: ano


2002)

 nenhuma unidade da Federação terá menos


de oito ou mais de setenta Deputados. O
número de Deputados depende do número
de eleitores de cada Estado. Somente Lei
Complementar pode definir mudanças a esse
respeito.

SENADO FEDERAL: compõe-se de REPRESENTANTES DOS ESTADOS E DO


DISTRITO FEDERAL, eleitos segundo o princípio majoritário. É um requisito
Federativo.

 número total de Senadores: 81 (base: ano


2002)

 Cada Estado e o Distrito Federal elegerão 3


Senadores, com mandato de oito anos (são
eleitos para 2 legislaturas).

Câmara de Deputados Senado Federal


(513 membros) (81 membros)
Representantes Do Povo Dos Estados e do DF
Proporcional
Representação mínimo = 8 e máximo = Paritário = 3 por Estado
70
Sistema Eleitoral Proporcional Majoritário
Duração do Mandato 4 anos 8 anos (1/3 e 2/3)
Próximo mais votado no 2 suplentes, eleitos na
Suplência
partido. mesma chapa

432
atemploCisA

Sistema de Eleição para a Câmara de Deputados

 Cada estado tem sua bancada e o número de representantes varia


conforme o número de seus eleitores, de forma que um Estado menos
populoso terá menos representantes que o mais populoso. Vejamos como é
o cálculo para a definição dos eleitos:

Bancada de São Paulo = 70 cadeiras (deputados)

Votos válidos = Votos nos partidos (em candidato + legenda) + votos em branco

Votos válidos = 19.615.000

QE (Coeficiente Eleitoral) = votos válidos / nº de cadeiras = 19.615.000 / 70

QE = 280.214 votos  ou seja, para cada 280.214 votos, um deputado é eleito.

QP = Coeficiente Partidário  é a divisão dos votos válidos de um partido pelo


Coeficiente Eleitoral.

QP = votos do partido (candidatos + votos na legenda) / QE

No nosso exemplo, utilizaremos os dados da eleição de 2002 para o Estado de


São Paulo, mais especificamente do fenômeno Dr. Eneas, que sozinho, conseguiu
levar junto com ele mais 5 deputados federais (4 deles com votações
inexpressivas, abaixo de 600 votos cada). O Dr. Eneas teve 1.570.000 votos e os
demais candidatos de seu partido tiveram, na soma, pouco mais de 20 mil votos.
Somando-se os votos na legenda, o PRONA atingiu o seguinte QP:

QP = 1.700.000 / 280.212 = 6,06

433
atemploCisA

 ou seja, o PRONA tem direito a 6 cadeiras. Portanto, o Dr. Enéas com


1.600.000 votos, conseguiu eleger mais 5 deputados.

OBS.: O preenchimento das vagas com que cada partido ou coligação


for contemplado obedecerá à ordem de votação recebida por seus
candidatos

Organização interna das Casas do Congresso:

 elas possuem órgãos internos destinados a ordenar seus trabalhos; cada


uma deve elaborar seu regimento interno que disporá sobre:

sua organização e funcionamento,


criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus
serviços
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias;
não há interferência de uma em outra, nem de outro órgão governamental.

FUNCIONAMENTO DO CONGRESSO NACIONAL:

 o CN desenvolve suas atividades por legislaturas, sessões legislativas


ordinárias ou extraordinárias, sessões ordinárias e extraordinárias;

434
atemploCisA

a legislatura tem a duração de 4 anos, do início ao término do mandato dos


membros da Câmara dos Deputados;
o Senado é contínuo por ser renovável parcialmente em cada período de 4
anos;

sessão legislativa ordinária: é o período em que deve estar reunido o


Congresso para os trabalhos legislativos (15.02 a 30.06 e 01.08 a 15.12);

sessão legislativa extraordinária: os espaços de tempo entre as datas da


sessão legislativa ordinária constituem o RECESSO PARLAMENTAR, ou seja:
01.07 a 31.07 e 16.12 a 14.02

sessão ordinária: são as reuniões diárias que se processam nos dias úteis;

Reuniões conjuntas: são as hipóteses que a CF prevê (57, § 3º), caso em que
a direção dos trabalhos cabe à Mesa do Congresso Nacional;

Quorum de Maioria absoluta: metade (nº inteiro) + 1 dos membros da


respectiva casa. No caso da Câmara de Deputados, a maioria absoluta é 257
votos (513 / 2 = 256.5  nº inteiro = 256 + 1 = 257)

Quorum de Maioria relativa: metade (nº inteiro) + 1 dos membros presentes


na sessão legislativa.

Quorum Qualificado: 2/3  para aprovar a instauração de processo contra o


Presidente da República e aprovar a Lei Orgânica;
3/5  somente no caso de aprovação de Emenda à Constituição.

FUNÇÕES DO PODER LEGISLATIVO

435
atemploCisA

 Compete privativamente à CÂMARA DOS DEPUTADOS:


I- AUTORIZAR, por dois terços de seus membros, a instauração de
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros
de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
da sessão legislativa;
III - ELABORAR seu regimento interno;
IV - DISPOR sobre sua organização, funcionamento, criação, transformação
ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de
lei para a fixação da respectiva remuneração;
V- ELEGER membros do Conselho da República.

 Compete privativamente ao SENADO FEDERAL:

I- processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos


crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma
natureza conexos com aqueles;
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade;
III - APROVAR PREVIAMENTE, a escolha de:
a) magistrados;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União;
c) Governador de Território;

436
atemploCisA

d) presidente e diretores do banco central;


e) Procurador-Geral da República;
IV - AUTORIZAR operações externas de natureza financeira, de interesse da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - FIXAR limites globais para o montante da dívida consolidada da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X - SUSPENDER A EXECUÇÃO, no todo ou em parte, de LEI DECLARADA
INCONSTITUCIONAL por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - DISPOR sobre sua organização, funcionamento, criação, transformação
ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de
lei para fixação da respectiva remuneração;
XIV - eleger membros do Conselho da República

COMISSÕES PERMANENTES E TEMPORÁRIAS

 O Congresso Nacional e suas Casas terão COMISSÕES


PERMANENTES E TEMPORÁRIAS, constituídas na forma e com as atribuições
previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.

Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é


assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares
que participam da respectiva Casa.

processo legislativo

Entende-se o CONJUNTO DE ATOS (iniciativa, emenda, votação, sanção,


veto) realizados pelos órgãos legislativos visando a formação das leis

437
atemploCisA

constitucionais, complementares e ordinárias, resoluções e decretos


legislativos;

tem por OBJETO a elaboração de emendas à Constituição, leis


complementares, ordinárias, delegadas, medidas provisórias, decretos
legislativos e resoluções.
 Atos do processo legislativo

a) iniciativa legislativa: é o ato pelo qual se inicia o processo legislativo; é a


apresentação do Projeto de Lei;

b) discussão: nas Comissões e no Plenário; análise da sua


compatibilidade;

c) deliberação: votação / aprovação ou rejeição dos projetos de lei;

d) emendas: constituem proposições apresentadas como acessória a


outra; sugerem modificações nos interesses relativos à matéria contida em
projetos de lei;

e) votação: constitui ato coletivo das casas do Congresso; é o ato de


decisão que se toma por maioria de votos, simples ou absoluta, conforme o
caso;

f) sanção e veto: são atos legislativos de competência exclusiva do Presidente;


somente RECAEM sobre projeto de lei;
VETO é a discordância com o projeto aprovado. SANÇÃO é a adesão ou
aceitação do projeto aprovado;

g) promulgação: ato que revela os fatos geradores da Lei, tornando-a


executável e obrigatória;

h) publicação: torna pública a EXISTÊNCIA DA NORMA LEGAL.

438
atemploCisA

 PROCEDIMENTO LEGISLATIVO

 é o modo pelo qual os atos do processo legislativo se realizam,


distinguem-se em:

I. Procedimento Legislativo Ordinário: é o procedimento comum,


destinado à elaboração das leis ordinárias; desenvolve-se em 5 fases: a
introdutória, a de exame do projeto nas comissões permanentes, a das
discussões, a decisória e a revisória;

II. Procedimento Legislativo Sumário: se o Presidente solicitar urgência, o


projeto deverá ser apreciado pela Câmara dos Deputados no prazo de 45
dias, a contar do seu recebimento; se for aprovado na Câmara, terá o Senado
igual prazo;

III. Procedimento Legislativo Especial: são os estabelecidos para a


elaboração de EMENDAS CONSTITUCIONAIS, de leis financeiras, de leis
delegadas, de medidas provisórias e de leis complementares.

Ex.: a seguir, exemplificamos como uma proposta feita por iniciativa do


Presidente da República, tramita na Câmara dos Deputados.

439
atemploCisA

440
atemploCisA

ESPÉCIES NORMATIVAS

O PROCESSO LEGISLATIVO compreende a elaboração de:

I- EC - Emendas à Constituição;
II - LC - Leis Complementares;
III - LO - Leis Ordinárias;
IV - LD - Leis delegadas;
V- MP - Medidas Provisórias;
VI - DL - Decretos Legislativos;
VII - Resoluções.

EMENDA À CONSTITUIÇÃO

A Constituição poderá ser EMENDADA mediante PROPOSTA de 1/3 dos


membros da Câmara, ou de 1/3 dos membros do Senado, ou do Presidente
da República ou de mais da metade das Assembléias Legislativas (maioria
relativa em cada uma delas).

 Será discutida e votada em cada uma das casas, em 2 turnos,


devendo, para ser aprovada, ter em cada turno o voto de 3/5 dos respectivos
membros. A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara
e do Senado.

A Constituição não poderá ser emendada na VIGÊNCIA de INTERVENÇÃO


FEDERAL, de ESTADO DE DEFESA ou de ESTADO DE SÍTIO.

441
atemploCisA

Limitação ao poder de Emendar:

Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente A ABOLIR:

I- a forma federativa de Estado;


II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.

A matéria constante de proposta de emenda REJEITADA ou HAVIDA POR


PREJUDICADA não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa.

Lei Complementar e ordinária

A INICIATIVA das LEIS COMPLEMENTARES E ORDINÁRIAS cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal
Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos.

São de INICIATIVA PRIVATIVA do Presidente da República as leis que:

I- fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

442
atemploCisA

II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração
direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e militares das Forças Armadas, seu
regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União;
e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da
administração pública;

Os procedimentos tomados quando da apresentação da Lei Complementar e


da Lei Ordinária são idênticos. Só existem 2 diferenças:

LEI COMPLEMENTAR LEI ORDINÁRIA

Constituição Federal, só as
Aspecto material O restante
reservadas pelo Constituinte

Aspecto Formal Quorum: maioria absoluta Quorum: maioria relativa

 A INICIATIVA POPULAR pode ser exercida pela apresentação à Câmara


dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1 % do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de 0.3
% dos eleitores de cada um deles.

Lei DELEGADA

443
atemploCisA

As LEIS DELEGADAS serão elaboradas pelo Presidente da República, que


deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

Não serão objeto de delegação: os atos de competência exclusiva do


Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, NEM a
legislação sobre:

I- organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a


garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
 Toda delegação é temporária; se o Presidente não legislar extingue
automaticamente os efeitos da resolução. O limite temporal não pode
nunca exceder à legislatura.

Eficácia: A Lei Delegada tem o mesmo nível de eficácia da Lei Ordinária; a


delegação não impede que o Congresso Nacional legisle sobre o mesmo
tema. A delegação não é abdicação.

Lei Delegada Estadual: é possível, desde que tenha previsão na Constituição


Estadual;

É um instituto comum do Parlamentarismo, hoje pouco utilizado.

Medida Provisória

444
atemploCisA

Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República PODERÁ


ADOTAR MEDIDAS PROVISÓRIAS, com força de lei, devendo submetê-las ao
Congresso Nacional.

As MEDIDAS PROVISÓRIAS perderão eficácia, desde a edição, se não forem


convertidas em lei no prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, a partir
de sua publicação, suspendendo-se o prazo durante os períodos de recesso
parlamentar, devendo o Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas
delas decorrentes.

se a MEDIDA PROVISÓRIA não for apreciada em até 45 dias contados de sua


publicação, entrará em regime de urgência; as MP terão sua votação iniciada
na Câmara dos Deputados;

as MP são semelhantes ao Decreto-lei da CF/69 – criado para ser usado em


casos excepcionais e de extrema urgência.

 É vedada a edição de MEDIDAS PROVISÓRIAS sobre matérias:

I. relativa a:
nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral;
direito penal, processual penal e processual civil;
organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a
garantia de seus membros;
planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos

II. que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou


qualquer outro ativo financeiro;

445
atemploCisA

III. reservada a Lei Complementar;

IV. já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e


pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

Pressupostos Constitucionais da MP: relevância e urgência, são


cumulativos sob pena de abuso ou excesso de poder - O Presidente tem
juízo discricionário mas deve observar o razoável, sob pena de controle
judicial.

Seqüência dos Atos: editada a MP pelo Presidente sobre qualquer matéria,


publicada no Diário Oficial, passa a ter vigência e eficácia, com força de lei;
mas, depende de aprovação do CN, sendo possíveis as seguintes hipóteses:

a) MP aprovada: se transforma em LO e é promulgada pelo Presidente


do Congresso; dispensa sanção.

b) rejeitada: é ato declaratório, a Medida Provisória deixa de existir desde


sua publicação (ex tunc). As relações jurídicas do período em que vigorava a
MP posteriormente rejeitada serão disciplinadas pelo Congresso, por Decreto
Legislativo. Rejeitada a MP não pode ser reeditada na mesma legislatura.

c) decurso do prazo: decorrido o prazo sem manifestação do Congresso a


MP está rejeitada (aprovação só expressa). É possível reedição com o mesmo
número só mudando o dígito, colocando cláusula de convalidação.

d) emendada: aprovado o projeto de lei com as alterações teremos o


PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO - em substituição à MP - daí em diante
segue o rito ordinário (sanção e veto)

446
atemploCisA

Limitações materiais: podem ser:

a) expressas – texto alterado por EC NÃO ADMITE MP

b) implícitas:
1. norma penal incriminadora: princípio da legalidade e
anterioridade, aplicabilidade imediata e a provisoriedade da norma;
2. matéria tributária: princípio da legalidade – STF discorda;

3. matéria reservada a lei complementar.


MP Estadual: é possível, desde que tenha previsão na constituição
estadual. A possibilidade de MP Municipal depende de previsão na
Constituição Estadual e na Lei Orgânica mas, a doutrina entende incompatível
porque o pressuposto de relevância exigido não poderia ter um âmbito
territorial tão reduzido.

MP contrária a uma lei: não lhe revoga, somente lhe suspende a eficácia
(continua vigente, mas ineficaz). Não se trata de anomia (falta de lei) ou
represtinação (restabelecimento de vigência).

Decreto Legislativo

instrumento formal de que se vale o Congresso Nacional para praticar os atos


de sua competência exclusiva.

I- RESOLVER definitivamente sobre tratados, acordos ou atos


internacionais;
II - AUTORIZAR o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a
paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
nele permaneçam temporariamente;
III - AUTORIZAR o Presidente e o Vice-Presidente da República a se
ausentarem do País, quando a ausência exceder a 15 dias;

447
atemploCisA

IV - APROVAR o estado de defesa e a intervenção federal, AUTORIZAR o


estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V - SUSTAR os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI - FIXAR idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores;
VII - FIXAR o subsídio do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos
Ministros de Estado;
VIII - JULGAR anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e
apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
IX - FISCALIZAR e CONTROLAR, diretamente, ou por qualquer de suas
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
X - ZELAR pela preservação de sua competência legislativa em face da
atribuição normativa dos outros Poderes;
XI - APRECIAR os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras
de rádio e televisão;
XII - APROVAR INICIATIVAS do Poder Executivo referentes a atividades
nucleares;
XIII - AUTORIZAR referendo e CONVOCAR plebiscito;
XIV - AUTORIZAR, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XV - APROVAR, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas
com área superior a dois mil e quinhentos hectares.

garantias dos parlamentares

São GARANTIAS dos membros do Senado Federal e Câmara dos Deputados:

Vencimentos: fixados por eles mesmos, mas não pode exceder ao


teto;

448
atemploCisA

Serviço Militar: é reservista civil mas não será convocado;

Dever de Testemunhar:tem sigilo da fonte e não pratica falso testemunho;

Foro Privilegiado: processados e julgados pelo STF, só para infrações


penais, regra da contemporaneidade e atualidade).

Imunidade Formal 

prisão: NÃO poderão sofrer QUALQUER TIPO DE PRISÃO, de natureza


penal, seja provisória ou definitiva ou, de natureza civil, salvo o caso de
flagrante por crime inafiançável, desde que apreciada pela casa -

processo: só no campo penal, para ser processado precisa de autorização,


licença da casa, prescrição fica suspensa até deliberação.

Imunidade Material: = inviolabilidade, são invioláveis por suas palavras,


votos e opiniões, desde que proferidas no exercício do mandato; devem estar
ligadas às suas funções. Se refere ao campo penal, cível e político – tem
caráter perpétuo.

Poder Judiciário

Enquanto o Poder Legislativo ocupa-se em elaborar as leis e o Poder


Executivo em executá-las, o Poder Judiciário tem a obrigação de julgar
quaisquer conflitos que possam surgir no País, baseando-se nas Leis que se
encontram em vigor. Cabe-lhe a função de aplicar as Leis, julgando de
maneira imparcial e isenta, determinada situação e as pessoas nela

449
atemploCisA

envolvidas, determinando quem tem razão e se alguém deve ou não ser


punido por infração à Lei.
Para solucionar estas diversas situações, o Poder Judiciário se utiliza do
Processo Judicial, o qual irá confrontar a situação com as Leis elaboradas pelo
Poder Legislativo, levando em consideração os costumes vigentes na
sociedade e as decisões anteriores tomadas pelo próprio Poder Judiciário em
situações iguais ou semelhantes à situação em questão.

São ÓRGÃOS do PODER JUDICIÁRIO:

I- STF - o Supremo Tribunal Federal;


II - STJ - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juizes Federais;
IV - os Tribunais e Juizes do Trabalho;
V- os Tribunais e Juizes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juizes Militares;
VII - os Tribunais e Juizes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

O STF - Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm sede na


Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional.

Supremo Tribunal Federal

stj TST TSE STM

TJ / TA TRF TRT TRE

Juiz de Juiz Vara de Auditoria


Direito Federal Trabalho

450
atemploCisA

Junta
Eleitoral

Justiça Comum Justiça Especial

Estadual Federal Trabalho Eleitoral Militar

Regra do Quinto constitucional - aplicado nos TRF’s e Tribunais Estaduais (TJ,


TA) e DF - 1/5 dos lugares do tribunal será composto de membros do
Ministério Público com mais de 10 anos de carreira e Advogados de notório
saber jurídico e ilibada reputação com mais de 10 de efetiva atividade
profissional (alternadamente). Os candidatos serão indicados em lista
sêxtupla pelos órgãos representativos da respectiva classe, e o tribunal,
recebida a lista, elaborará outra tríplice, enviando-a ao Poder Executivo que,
então, nos 20 dias subsequentes, escolherá um dos integrantes para a
nomeação.

Compete PRIVATIVAMENTE:

I- aos TRIBUNAIS:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos;


b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que
lhes forem vinculados;
c) prover os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, os cargos
necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim
definidos em lei;

451
atemploCisA

II - ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, aos TRIBUNAIS SUPERIORES e aos


TRIBUNAIS DE JUSTIÇA propor ao Poder Legislativo respectivo:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;


b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do
subsídio de seus membros e dos juizes, inclusive dos tribunais inferiores,
onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III - aos TRIBUNAIS DE JUSTIÇA julgar os juizes estaduais e do Distrito


Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos
crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral.

Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

O Supremo Tribunal Federal compõe-se de 11 Ministros, escolhidos dentre


cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber
jurídico e reputação ilibada.

Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente


da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal.

452
atemploCisA

 Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

I - PROCESSAR e JULGAR, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal


ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o
Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas
da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas
alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e
do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União,
o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito
Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da
administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) a homologação das sentenças estrangeiras;
i) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
j) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e
quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer
outro tribunal;
l) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

453
atemploCisA

m) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma


regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso
Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma
dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos
Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

II - JULGAR, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado


de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se
denegatória a decisão;
b) o crime político;

III - JULGAR, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única


ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA compõe-se de, no mínimo, 33 Ministros.

Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente


da República, dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos de
idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a
escolha pelo Senado Federal.

Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

454
atemploCisA

I- PROCESSAR e JULGAR, originariamente:


a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal,
e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de
Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do
próprio Tribunal;
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das
pessoas mencionadas na alínea a, ou quando o coator for tribunal sujeito à
sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou
da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais,;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da
administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do
Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral,
da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

II - JULGAR, em recurso ordinário:


a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo
internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou
domiciliada no País;

455
atemploCisA

III - JULGAR, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última


instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei
federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído
outro tribunal.

TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS

São órgãos da JUSTIÇA FEDERAL:

I - os Tribunais Regionais Federais;


II - os Juizes Federais.

Os TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS compõem-se de, no mínimo, 7 juizes,


recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo
Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65
anos.

Compete aos TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS:

I- PROCESSAR e JULGAR, originariamente:


a) os juizes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça
Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e
os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos
juizes federais da região;

456
atemploCisA

c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio


Tribunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juizes federais vinculados ao Tribunal;

II - JULGAR, em grau de recurso, as causas decididas pelos juizes federais e


pelos juizes estaduais no exercício da competência federal da área de sua
jurisdição.

JUÍZES FEDERAIS

Ingressam no cargo inicial da carreira (juiz substituto) mediante concurso


público de provas e títulos, com participação da OAB em todas as fases,
devendo ser obedecida a ordem de classificação para as nomeações.

O concurso e a nomeação são da competência do Tribunal Regional Federal,


sob cuja jurisdição se achem os cargos a serem provido.

COMPETÊNCIA: são TODAS AS CAUSAS em que a União, entidade autárquica


ou empresa pública federal FOREM INTERESSADAS NA CONDIÇÃO DE
AUTORES, rés, assistentes ou oponentes, EXCETO AS DE FALÊNCIA, as de
ACIDENTES DE TRABALHO e as SUJEITAS À JUSTIÇA ELEITORAL E À DO
TRABALHO, e todas as causas indicadas no art. 109 da CF.

GARANTIAS DA MAGISTRATURA

 Os JUÍZES gozam das seguintes GARANTIAS:

457
atemploCisA

a) VITALICIEDADE, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois


anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de
sentença judicial transitada em julgado;

b) INAMOVIBILIDADE, salvo por motivo de interesse público;

c) IRREDUTIBILIDADE de subsídio.

Aos JUÍZES é VEDADO:

a) EXERCER, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo


uma de magistério;

b) RECEBER, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em


processo;

c) DEDICAR-SE à atividade político-partidária.

Da Segurança Pública

Nas palavras de De Plácido e Silva:


"Segurança: derivado de segurar, exprime, gramaticalmente, a ação e efeito de
tornar seguro, ou de assegurar e garantir alguma coisa. Assim, segurança
indica o sentido de tornar a coisa livre de perigos, de incertezas. Tem o mesmo
sentido de seguridade que é a qualidade, a condição de estar seguro, livre de
perigos e riscos, de estar afastado de danos ou prejuízos eventuais. E Segurança
Pública? É o afastamento, por meio de organizações próprias, de todo perigo
ou de todo mal que possa afetar a ordem pública, em prejuízo da vida, da
liberdade ou dos direitos de propriedade de cada cidadão. A segurança pública,
assim, limita a liberdade individual, estabelecendo que a liberdade de cada

458
atemploCisA

cidadão, mesmo em fazer aquilo que a lei não lhe veda, não pode turbar a
liberdade assegurada aos demais, ofendendo-a"

No título V da Constituição Federal de 1988, “da defesa do Estado e das


instituições democráticas”, está o capítulo III, “da segurança pública” que em
seu único artigo dispõe:

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de


todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e
mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades
autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática
tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

459
atemploCisA

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido


pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da
ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições
definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças
auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias
civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos
responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de
suas atividades.
§ 8º - Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos
relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de
outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à
mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de
2014)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos
respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito,
estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 82, de 2014)

460
atemploCisA

NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR

Aplicação da lei penal militar

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR


Princípio de legalidade

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.

Lei supressiva de incriminação

Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença
condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.

Retroatividade de lei mais benigna

§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente,


aplica-se retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença
condenatória irrecorrível.

Apuração da maior benignidade

§ 2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior


devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas
normas aplicáveis ao fato.

Medidas de segurança

Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da


sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da
execução.

Lei excepcional ou temporária

461
atemploCisA

Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de


sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao
fato praticado durante sua vigência.

Tempo do crime

Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,


ainda que outro seja o do resultado.

Lugar do crime

Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a


atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de
participação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria
realizar-se a ação omitida.

Territorialidade, Extraterritorialidade

Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados


e regras de direito internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no
território nacional, ou fora dêle, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo
processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira.

Território nacional por extensão

§ 1° Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do


território nacional as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se
encontrem, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por
ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada.

Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros

§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de


aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à administração
militar, e o crime atente contra as instituições militares.

Conceito de navio

§ 3º Para efeito da aplicação dêste Código, considera-se navio tôda


embarcação sob comando militar.

462
atemploCisA

Pena cumprida no estrangeiro

Art. 8° A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil


pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Crimes militares em tempo de paz

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

I - os crimes de que trata êste Código, quando definidos de modo


diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o
agente, salvo disposição especial;

II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual


definição na lei penal comum, quando praticados:

a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na


mesma situação ou assemelhado;

b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito


à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou
assemelhado, ou civil;

c) por militar em serviço, em comissão de natureza militar, ou em


formatura, ainda que fora do lugar sujeito a administração militar contra
militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;

c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão


de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou
civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)

d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar


da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;

e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o


patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;

f) por militar em situação de atividade ou assemelhado que, embora não


estando em serviço, use armamento de propriedade militar ou qualquer
material bélico, sob guarda, fiscalização ou administração militar, para a
prática de ato ilegal;

463
atemploCisA

f) revogada. (Vide Lei nº 9.299, de 8.8.1996)

III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por


civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os
compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:

a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem


administrativa militar;

b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de


atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da
Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;

c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão,


vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento
ou manobras;

d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar


em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância,
garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando
legalmente requisitado para aquêle fim, ou em obediência a determinação
legal superior.

Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos


contra a vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiça
comum. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)

Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos


contra a vida e cometidos contra civil serão da competência da justiça
comum, salvo quando praticados no contexto de ação militar realizada na
forma doart. 303 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código
Brasileiro de Aeronáutica. (Redação dada pela Lei nº 12.432, de 2011)

Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:

I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;

II - os crimes militares previstos para o tempo de paz;

III - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com


igual definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer
que seja o agente:

464
atemploCisA

a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;

b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a


preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra
forma, atentam contra a segurança externa do País ou podem expô-la a
perigo;

IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não


previstos neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações
militares ou em território estrangeiro, militarmente ocupado.

Militares estrangeiros

Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas


fôrças armadas, ficam sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o
disposto em tratados ou convenções internacionais.

Equiparação a militar da ativa

Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração


militar, equipara-se ao militar em situação de atividade, para o efeito da
aplicação da lei penal militar.

Militar da reserva ou reformado

Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as


responsabilidades e prerrogativas do pôsto ou graduação, para o efeito da
aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra êle é praticado crime
militar.

Defeito de incorporação

Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei


penal militar, salvo se alegado ou conhecido antes da prática do crime.

Tempo de guerra

Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal


militar, começa com a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra,
ou com o decreto de mobilização se nêle estiver compreendido aquêle
reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.

465
atemploCisA

Contagem de prazo

Art. 16. No cômputo dos prazos inclui-se o dia do comêço. Contam-se


os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

Legislação especial. Salário-mínimo

Art. 17. As regras gerais dêste Código aplicam-se aos fatos incriminados
por lei penal militar especial, se esta não dispõe de modo diverso. Para os
efeitos penais, salário mínimo é o maior mensal vigente no país, ao tempo da
sentença.

Crimes praticados em prejuízo de país aliado

Art. 18. Ficam sujeitos às disposições dêste Código os crimes praticados


em prejuízo de país em guerra contra país inimigo do Brasil:

I - se o crime é praticado por brasileiro;

II - se o crime é praticado no território nacional, ou em território


estrangeiro, militarmente ocupado por fôrça brasileira, qualquer que seja o
agente.

Infrações disciplinares

Art. 19. Êste Código não compreende as infrações dos regulamentos


disciplinares.

Crimes praticados em tempo de guerra

Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição


especial, aplicam-se as penas cominadas para o tempo de paz, com o
aumento de um têrço.

Assemelhado

Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos


Ministérios da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito
de disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento.

Pessoa considerada militar

466
atemploCisA

Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação dêste Código,


qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às
fôrças armadas, para nelas servir em pôsto, graduação, ou sujeição à
disciplina militar.

Equiparação a comandante

Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei


penal militar, tôda autoridade com função de direção.

Conceito de superior

Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sôbre


outro de igual pôsto ou graduação, considera-se superior, para efeito da
aplicação da lei penal militar.

Crime praticado em presença do inimigo

Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato


ocorre em zona de efetivas operações militares, ou na iminência ou em
situação de hostilidade.

Referência a "brasileiro" ou "nacional"

Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a "brasileiro" ou "nacional",


compreende as pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do
Brasil.

Estrangeiros

Parágrafo único. Para os efeitos da lei penal militar, são considerados


estrangeiros os apátridas e os brasileiros que perderam a nacionalidade.

Os que se compreendem, como funcionários da Justiça Militar

Art. 27. Quando êste Código se refere a funcionários, compreende, para


efeito da sua aplicação, os juízes, os representantes do Ministério Público, os
funcionários e auxiliares da Justiça Militar.

Casos de prevalência do Código Penal Militar

467
atemploCisA

Art. 28. Os crimes contra a segurança externa do país ou contra as


instituições militares, definidos neste Código, excluem os da mesma natureza
definidos em outras leis.

Do Crime
TÍTULO II

DO CRIME
Relação de causalidade

Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime sòmente é


imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem
a qual o resultado não teria ocorrido.

§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a


imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores,
imputam-se, entretanto, a quem os praticou.

§ 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia


agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei
obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra forma,
assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu
comportamento anterior, criou o risco de sua superveniência.

Art. 30. Diz-se o crime:

Crime consumado

I - consumado, quando nêle se reúnem todos os elementos de sua


definição legal;

Tentativa

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por


circunstâncias alheias à vontade do agente.

Pena de tentativa

468
atemploCisA

Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao


crime, diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional
gravidade, aplicar a pena do crime consumado.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz

Art. 31. O agente que, voluntàriamente, desiste de prosseguir na


execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados.

Crime impossível

Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por


absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime,
nenhuma pena é aplicável.

Art. 33. Diz-se o crime:

Culpabilidade

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de


produzi-lo;

II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção,


ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das
circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe
levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo.

Excepcionalidade do crime culposo

Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser


punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Nenhuma pena sem culpabilidade

Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente as penas só


responde o agente quando os houver causado, pelo menos, culposamente.

Êrro de direito

Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave
quando o agente, salvo em se tratando de crime que atente contra o dever

469
atemploCisA

militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou êrro de interpretação da lei, se


escusáveis.

Êrro de fato

Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por êrro
plenamente escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui
ou a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima.

Êrro culposo

§ 1º Se o êrro deriva de culpa, a êste título responde o agente, se o fato


é punível como crime culposo.

Êrro provocado

§ 2º Se o êrro é provocado por terceiro, responderá êste pelo crime, a


título de dolo ou culpa, conforme o caso.

Êrro sôbre a pessoa

Art. 37. Quando o agente, por êrro de percepção ou no uso dos meios
de execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra,
responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente
pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da
vítima, mas as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão
do crime, e agravação ou atenuação da pena.

Êrro quanto ao bem jurídico

§ 1º Se, por êrro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico


diverso do visado pelo agente, responde êste por culpa, se o fato é previsto
como crime culposo.

Duplicidade do resultado

§ 2º Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, ou, no


caso do parágrafo anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se a
regra do art. 79.

Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:

Coação irresistível

470
atemploCisA

a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir


segundo a própria vontade;

Obediência hierárquica

b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em


matéria de serviços.

§ 1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem.

§ 2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato


manifestamente criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da execução,
é punível também o inferior.

Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade

Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio
ou de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou
afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro
modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito
protegido, desde que não lhe era razoàvelmente exigível conduta diversa.

Coação física ou material

Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não
pode invocar coação irresistível senão quando física ou material.

Atenuação de pena

Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível resistir à
coação, ou se a ordem não era manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39,
se era razoàvelmente exigível o sacrifício do direito ameaçado, o juiz, tendo
em vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena.

Exclusão de crime

Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:

I - em estado de necessidade;

II - em legítima defesa;

III - em estrito cumprimento do dever legal;

471
atemploCisA

IV - em exercício regular de direito.

Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de


navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave
calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços
e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o
terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque.

Estado de necessidade, como excludente do crime

Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato


para preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não
provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por
sua natureza e importância, é consideràvelmente inferior ao mal evitado, e o
agente não era legalmente obrigado a arrostar o perigo.

Legítima defesa

Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente


dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem.

Excesso culposo

Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime,


excede culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se êste é
punível, a título de culpa.

Excesso escusável

Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável


surprêsa ou perturbação de ânimo, em face da situação.

Excesso doloso

Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por
excesso doloso.

Elementos não constitutivos do crime

Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:

472
atemploCisA

I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do


agente;

II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço


ou de quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada
em repulsa a agressão.

Concurso de agentes
TÍTULO IV

DO CONCURSO DE AGENTES
Co-autoria

Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a êste cominadas.

Condições ou circunstâncias pessoais

§ 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da


dos outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se
comunicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.

Agravação de pena

§ 2° A pena é agravada em relação ao agente que:

I - promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos


demais agentes;

II - coage outrem à execução material do crime;

III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua


autoridade, ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;

IV - executa o crime, ou nêle participa, mediante paga ou promessa de


recompensa.

Atenuação de pena

473
atemploCisA

§ 3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no


crime é de somenos importância.

Cabeças

§ 4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se


cabeças os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação.

§ 5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são


êstes considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de
oficial.

Casos de impunibilidade

Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo


disposição em contrário, não são puníveis se o crime não chega, pelo menos,
a ser tentado.

Das penas principais


TÍTULO V
DAS PENAS
CAPÍTULO I
DAS PENAS PRINCIPAIS
Penas principais

Art. 55. As penas principais são:

a) morte;

b) reclusão;

c) detenção;

d) prisão;

e) impedimento;

f) suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função;

g) reforma.

474
atemploCisA

Pena de morte

Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento.

Comunicação

Art. 57. A sentença definitiva de condenação à morte é comunicada, logo


que passe em julgado, ao Presidente da República, e não pode ser executada
senão depois de sete dias após a comunicação.

Parágrafo único. Se a pena é imposta em zona de operações de guerra,


pode ser imediatamente executada, quando o exigir o interêsse da ordem e
da disciplina militares.

Mínimos e máximos genéricos

Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de


trinta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de
dez anos.

Pena até dois anos imposta a militar

Art. 59. A pena de reclusão ou de detenção por tempo até dois anos,
imposta a militar, é convertida em pena de prisão e cumprida:

Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a


militar, é convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a
suspensão condicional: (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978)

I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar;

II - pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de


presos que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de
liberdade por tempo superior a dois anos.

Separação de praças especiais e graduadas

Parágrafo único. Para efeito de separação, no cumprimento da pena de


prisão, atender-se-á, também, à condição das praças especiais e à das
graduadas, ou não; e, dentre as graduadas, à das que tenham graduação
especial.

Pena do assemelhado

475
atemploCisA

Art. 60. O assemelhado cumpre a pena conforme o pôsto ou graduação


que lhe é correspondente.

Pena dos não assemelhados

Parágrafo único. Para os não assemelhados dos Ministérios Militares e


órgãos sob contrôle dêstes, regula-se a correspondência pelo padrão de
remuneração.

Pena superior a dois anos, imposta a militar

Art. 61. A pena privativa de liberdade por mais de dois anos, imposta a
militar, é cumprida em penitenciária militar e, na falta desta, em penitenciária
civil, ficando o recluso ou detento sujeito ao regime do estabelecimento a
que seja recolhido.

Art. 61 - A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos,


aplicada a militar, é cumprida em penitenciária militar e, na falta dessa, em
estabelecimento prisional civil, ficando o recluso ou detento sujeito ao regime
conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões,
também, poderá gozar. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978)

Pena privativa da liberdade imposta a civil

Art. 62. O civil cumpre a pena imposta pela Justiça Militar em


penitenciária civil ou, à falta, em seção especial de prisão comum, ficando
sujeito ao regime do estabelecimento a que seja recolhido.

Art. 62 - O civil cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar, em


estabelecimento prisional civil, ficando ele sujeito ao regime conforme a
legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá
gozar.(Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978)

Cumprimento em penitenciária militar

Parágrafo único. Por crime militar praticado em tempo de guerra poderá


o civil ficar sujeito a cumprir a pena, no todo ou em parte, em penitenciária
militar, se, em benefício da segurança nacional, assim o determinar a
sentença.

Parágrafo único - Por crime militar praticado em tempo de guerra


poderá o civil ficar sujeito a cumprir a pena, no todo ou em parte em

476
atemploCisA

penitenciária militar, se, em benefício da segurança nacional, assim o


determinar a sentença. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978)

Pena de impedimento

Art. 63. A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no


recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar.

Pena de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou


função

Art. 64. A pena de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou


função consiste na agregação, no afastamento, no licenciamento ou na
disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentença, sem prejuízo
do seu comparecimento regular à sede do serviço. Não será contado como
tempo de serviço, para qualquer efeito, o do cumprimento da pena.

Caso de reserva, reforma ou aposentadoria

Parágrafo único. Se o condenado, quando proferida a sentença, já estiver


na reserva, ou reformado ou aposentado, a pena prevista neste artigo será
convertida em pena de detenção, de três meses a um ano.

Pena de reforma

Art. 65. A pena de reforma sujeita o condenado à situação de


inatividade, não podendo perceber mais de um vinte e cinco avos do sôldo,
por ano de serviço, nem receber importância superior à do sôldo.

Superveniência de doença mental

Art. 66. O condenado a que sobrevenha doença mental deve ser


recolhido a manicômio judiciário ou, na falta dêste, a outro estabelecimento
adequado, onde lhe seja assegurada custódia e tratamento.

Tempo computável

Art. 67. Computam-se na pena privativa de liberdade o tempo de prisão


provisória, no Brasil ou no estrangeiro, e o de internação em hospital ou
manicômio, bem como o excesso de tempo, reconhecido em decisão judicial
irrecorrível, no cumprimento da pena, por outro crime, desde que a decisão
seja posterior ao crime de que se trata.

477
atemploCisA

Transferência de condenados

Art. 68. O condenado pela Justiça Militar de uma região, distrito ou zona
pode cumprir pena em estabelecimento de outra região, distrito ou zona.

Das Penas acessórias


CAPÍTULO V
DAS PENAS ACESSÓRIAS
Penas Acessórias

Art. 98. São penas acessórias:

I - a perda de pôsto e patente;

II - a indignidade para o oficialato;

III - a incompatibilidade com o oficialato;

IV - a exclusão das fôrças armadas;

V - a perda da função pública, ainda que eletiva;

VI - a inabilitação para o exercício de função pública;

VII - a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela;

VIII - a suspensão dos direitos políticos.

Função pública equiparada

Parágrafo único. Equipara-se à função pública a que é exercida em


emprêsa pública, autarquia, sociedade de economia mista, ou sociedade de
que participe a União, o Estado ou o Município como acionista majoritário.

Perda de pôsto e patente

Art. 99. A perda de pôsto e patente resulta da condenação a pena


privativa de liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a perda das
condecorações.

Indignidade para o oficialato

478
atemploCisA

Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o


militar condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes de traição,
espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235,
240, 242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312.

Incompatibilidade com o oficialato

Art. 101. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o oficialato


o militar condenado nos crimes dos arts. 141 e 142.

Exclusão das fôrças armadas

Art. 102. A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por


tempo superior a dois anos, importa sua exclusão das fôrças armadas.

Perda da função pública

Art. 103. Incorre na perda da função pública o assemelhado ou o civil:

I - condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com


abuso de poder ou violação de dever inerente à função pública;

II - condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais


de dois anos.

Parágrafo único. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou


reformado, se estiver no exercício de função pública de qualquer natureza.

Inabilitação para o exercício de função pública

Art. 104. Incorre na inabilitação para o exercício de função pública, pelo


prazo de dois até vinte anos, o condenado a reclusão por mais de quatro
anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou violação do
dever militar ou inerente à função pública.

Têrmo inicial

Parágrafo único. O prazo da inabilitação para o exercício de função


pública começa ao têrmo da execução da pena privativa de liberdade ou da
medida de segurança imposta em substituição, ou da data em que se
extingue a referida pena.

Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela

479
atemploCisA

Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois


anos, seja qual fôr o crime praticado, fica suspenso do exercício do pátrio
poder, tutela ou curatela, enquanto dura a execução da pena, ou da medida
de segurança imposta em substituição (art. 113).

Suspensão provisória

Parágrafo único. Durante o processo pode o juiz decretar a suspensão


provisória do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela.

Suspensão dos direitos políticos

Art. 106. Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da


medida de segurança ìmposta em substituição, ou enquanto perdura a
inabilitação para função pública, o condenado não pode votar, nem ser
votado.

Imposição de pena acessória

Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, nº II, e 106, a imposição da
pena acessória deve constar expressamente da sentença.

Tempo computável

Art. 108. Computa-se no prazo das inabilitações temporárias o tempo de


liberdade resultante da suspensão condicional da pena ou do livramento
condicional, se não sobrevém revogação.

Ação penal
TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL
Propositura da ação penal

Art. 121. A ação penal sòmente pode ser promovida por denúncia do
Ministério Público da Justiça Militar.

Dependência de requisição

480
atemploCisA

Art. 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a ação penal, quando
o agente for militar ou assemelhado, depende da requisição do Ministério
Militar a que aquêle estiver subordinado; no caso do art. 141, quando o
agente fôr civil e não houver co-autor militar, a requisição será do Ministério
da Justiça.

Extinção da punibilidade

TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Causas extintivas

Art. 123. Extingue-se a punibilidade:

I - pela morte do agente;

II - pela anistia ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso;

IV - pela prescrição;

V - pela reabilitação;

VI - pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4º).

Parágrafo único. A extinção da punibilidade de crime, que é pressuposto,


elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro, não se estende a
êste. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um dêles não
impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

Espécies de prescrição

Art. 124. A prescrição refere-se à ação penal ou à execução da pena.

Prescrição da ação penal

481
atemploCisA

Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º dêste


artigo, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao
crime, verificando-se:

I - em trinta anos, se a pena é de morte;

II - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;

III - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não


excede a doze;

IV - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro e não


excede a oito;

V - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a


quatro;

VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo


superior, não excede a dois;

VII - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.

Superveniência de sentença condenatória de que sòmente o réu


recorre

§ 1º Sobrevindo sentença condenatória, de que sòmente o réu tenha


recorrido, a prescrição passa a regular-se pela pena imposta, e deve ser logo
declarada, sem prejuízo do andamento do recurso se, entre a última causa
interruptiva do curso da prescrição (§ 5°) e a sentença, já decorreu tempo
suficiente.

Têrmo inicial da prescrição da ação penal

§ 2º A prescrição da ação penal começa a correr:

a) do dia em que o crime se consumou;

b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;

c) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;

d) nos crimes de falsidade, da data em que o fato se tornou conhecido.

482
atemploCisA

Caso de concurso de crimes ou de crime continuado

§ 3º No caso de concurso de crimes ou de crime continuado, a


prescrição é referida, não à pena unificada, mas à de cada crime considerado
isoladamente.

Suspensão da prescrição

§ 4º A prescrição da ação penal não corre:

I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa


o reconhecimento da existência do crime;

II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

Interrupção da prescrição

§ 5º O curso da prescrição da ação penal interrompe-se:

I - pela instauração do processo;

II - pela sentença condenatória recorrível.

§ 6º A interrupção da prescrição produz efeito relativamente a todos os


autores do crime; e nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo
processo, a interrupção relativa a qualquer dêles estende-se aos demais.

Prescrição da execução da pena ou da medida de segurança que a


substitui

Art. 126. A prescrição da execução da pena privativa de liberdade ou da


medida de segurança que a substitui (art. 113) regula-se pelo tempo fixado
na sentença e verifica-se nos mesmos prazos estabelecidos no art. 125, os
quais se aumentam de um têrço, se o condenado é criminoso habitual ou por
tendência.

§ 1º Começa a correr a prescrição:

a) do dia em que passa em julgado a sentença condenatória ou a que


revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;

b) do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da


interrupção deva computar-se na pena.

483
atemploCisA

§ 2º No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento


ou desinternação condicionais, a prescrição se regula pelo restante tempo da
execução.

§ 3º O curso da prescrição da execução da pena suspende-se enquanto


o condenado está prêso por outro motivo, e interrompe-se pelo início ou
continuação do cumprimento da pena, ou pela reincidência.

Prescrição no caso de reforma ou suspensão de exercício

Art. 127. Verifica-se em quatro anos a prescrição nos crimes cuja pena
cominada, no máximo, é de reforma ou de suspensão do exercício do pôsto,
graduação, cargo ou função.

Disposições comuns a ambas as espécies de prescrição

Art. 128. Interrompida a prescrição, salvo o caso do § 3º, segunda parte,


do art. 126, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.

Redução

Art. 129. São reduzidos de metade os prazos da prescrição, quando o


criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos ou maior de
setenta.

Imprescritibilidade das penas acessórias

Art. 130. É imprescritível a execução das penas acessórias.

Prescrição no caso de insubmissão

Art. 131. A prescrição começa a correr, no crime de insubmissão, do dia


em que o insubmisso atinge a idade de trinta anos.

Prescrição no caso de deserção

Art. 132. No crime de deserção, embora decorrido o prazo da prescrição,


esta só extingue a punibilidade quando o desertor atinge a idade de quarenta
e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta.

Declaração de ofício

Art. 133. A prescrição, embora não alegada, deve ser declarada de ofício.

484
atemploCisA

Reabilitação

Art. 134. A reabilitação alcança quaisquer penas impostas por sentença


definitiva.

§ 1º A reabilitação poderá ser requerida decorridos cinco anos do dia em


que fôr extinta, de qualquer modo, a pena principal ou terminar a execução
desta ou da medida de segurança aplicada em substituição (art. 113), ou do
dia em que terminar o prazo da suspensão condicional da pena ou do
livramento condicional, desde que o condenado:

a) tenha tido domicílio no País, no prazo acima referido;

b) tenha dado, durante êsse tempo, demonstração efetiva e constante de


bom comportamento público e privado;

c) tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre absoluta


impossibilidade de o fazer até o dia do pedido, ou exiba documento que
comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.

§ 2º A reabilitação não pode ser concedida:

a) em favor dos que foram reconhecidos perigosos, salvo prova cabal em


contrário;

b) em relação aos atingidos pelas penas acessórias do art. 98, inciso VII,
se o crime fôr de natureza sexual em detrimento de filho, tutelado ou
curatelado.

Prazo para renovação do pedido

§ 3º Negada a reabilitação, não pode ser novamente requerida senão


após o decurso de dois anos.

§ 4º Os prazos para o pedido de reabilitação serão contados em dôbro


no caso de criminoso habitual ou por tendência.

Revogação

§ 5º A reabilitação será revogada de ofício, ou a requerimento do


Ministério Público, se a pessoa reabilitada fôr condenada, por decisão
definitiva, ao cumprimento de pena privativa da liberdade.

485
atemploCisA

Cancelamento do registro de condenações penais

Art. 135. Declarada a reabilitação, serão cancelados, mediante averbação,


os antecedentes criminais.

Sigilo sôbre antecedentes criminais

Parágrafo único. Concedida a reabilitação, o registro oficial de


condenações penais não pode ser comunicado senão à autoridade policial ou
judiciária, ou ao representante do Ministério Público, para instrução de
processo penal que venha a ser instaurado contra o reabilitado.

Dos crimes militares em tempo de paz


PARTE ESPECIAL
LIVRO I
DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO
DE PAZ
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA
EXTERNA DO PAÍS
Hostilidade contra país estrangeiro

Art. 136. Praticar o militar ato de hostilidade contra país estrangeiro,


expondo o Brasil a perigo de guerra:

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

Resultado mais grave

§ 1º Se resulta ruptura de relações diplomáticas, represália ou retorsão:

Pena - reclusão, de dez a vinte e quatro anos.

§ 2º Se resulta guerra:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Provocação a país estrangeiro

486
atemploCisA

Art. 137. Provocar o militar, diretamente, país estrangeiro a declarar


guerra ou mover hostilidade contra o Brasil ou a intervir em questão que
respeite à soberania nacional:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Ato de jurisdição indevida

Art. 138. Praticar o militar, indevidamente, no território nacional, ato de


jurisdição de país estrangeiro, ou favorecer a prática de ato dessa natureza:

Pena - reclusão, de cinco a quinze anos.

Violação de território estrangeiro

Art. 139. Violar o militar território estrangeiro, com o fim de praticar ato
de jurisdição em nome do Brasil:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

Entendimento para empenhar o Brasil à neutralidade ou à guerra

Art. 140. Entrar ou tentar entrar o militar em entendimento com país


estrangeiro, para empenhar o Brasil à neutralidade ou à guerra:

Pena - reclusão, de seis a doze anos.

Entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil

Art. 141. Entrar em entendimento com país estrangeiro, ou organização


nêle existente, para gerar conflito ou divergência de caráter internacional
entre o Brasil e qualquer outro país, ou para lhes perturbar as relações
diplomáticas:

Pena - reclusão, de quatro a oito anos.

Resultado mais grave

§ 1º Se resulta ruptura de relações diplomáticas:

Pena - reclusão, de seis a dezoito anos.

§ 2º Se resulta guerra:

487
atemploCisA

Pena - reclusão, de dez a vinte e quatro anos.

Tentativa contra a soberania do Brasil

Art. 142. Tentar:

I - submeter o território nacional, ou parte dêle, à soberania de país


estrangeiro;

II - desmembrar, por meio de movimento armado ou tumultos


planejados, o território nacional, desde que o fato atente contra a segurança
externa do Brasil ou a sua soberania;

III - internacionalizar, por qualquer meio, região ou parte do território


nacional:

Pena - reclusão, de quinze a trinta anos, para os cabeças; de dez a vinte


anos, para os demais agentes.

Consecução de notícia, informação ou documento para fim de


espionagem

Art. 143. Conseguir, para o fim de espionagem militar, notícia,


informação ou documento, cujo sigilo seja de interêsse da segurança externa
do Brasil:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

§ 1º A pena é de reclusão de dez a vinte anos:

I - se o fato compromete a preparação ou eficiência bélica do Brasil, ou o


agente transmite ou fornece, por qualquer meio, mesmo sem remuneração, a
notícia, informação ou documento, a autoridade ou pessoa estrangeira;

II - se o agente, em detrimento da segurança externa do Brasil, promove


ou mantém no território nacional atividade ou serviço destinado à
espionagem;

III - se o agente se utiliza, ou contribui para que outrem se utilize, de


meio de comunicação, para dar indicação que ponha ou possa pôr em perigo
a segurança externa do Brasil.

Modalidade culposa

488
atemploCisA

§ 2º Contribuir culposamente para a execução do crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, no caso do artigo; ou até


quatro anos, no caso do § 1º, nº I.

Revelação de notícia, informação ou documento

Art. 144. Revelar notícia, informação ou documento, cujo sigilo seja de


interêsse da segurança externa do Brasil:

Pena - reclusão, de três a oito anos.

Fim da espionagem militar

§ 1º Se o fato é cometido com o fim de espionagem militar:

Pena - reclusão, de seis a doze anos.

Resultado mais grave

§ 2º Se o fato compromete a preparação ou a eficiência bélica do país:

Pena - reclusão, de dez a vinte anos.

Modalidade culposa

§ 3º Se a revelação é culposa:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, no caso do artigo; ou até


quatro anos, nos casos dos §§ 1° e 2.

Turbação de objeto ou documento

Art. 145. Suprimir, subtrair, deturpar, alterar, desviar, ainda que


temporàriamente, objeto ou documento concernente à segurança externa do
Brasil:

Pena - reclusão, de três a oito anos.

Resultado mais grave

§ 1º Se o fato compromete a segurança ou a eficiência bélica do país:

Pena - Reclusão, de dez a vinte anos.

489
atemploCisA

Modalidade culposa

§ 2º Contribuir culposamente para o fato:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Penetração com o fim de espionagem

Art. 146. Penetrar, sem licença, ou introduzir-se clandestinamente ou sob


falso pretexto, em lugar sujeito à administração militar, ou centro industrial a
serviço de construção ou fabricação sob fiscalização militar, para colhêr
informação destinada a país estrangeiro ou agente seu:

Pena - reclusão, de três a oito anos.

Parágrafo único. Entrar, em local referido no artigo, sem licença de


autoridade competente, munido de máquina fotográfica ou qualquer outro
meio hábil para a prática de espionagem:

Pena - reclusão, até três anos.

Desenho ou levantamento de plano ou planta de local militar ou de


engenho de guerra

Art. 147. Fazer desenho ou levantar plano ou planta de fortificação,


quartel, fábrica, arsenal, hangar ou aeródromo, ou de navio, aeronave ou
engenho de guerra motomecanizado, utilizados ou em construção sob
administração ou fiscalização militar, ou fotografá-los ou filmá-los:

Pena - reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Sobrevôo em local interdito

Art. 148. Sobrevoar local declarado interdito:

Pena - reclusão, até três anos.

490
atemploCisA

Dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE
OU DISCIPLINA MILITAR
CAPÍTULO I
DO MOTIM E DA REVOLTA
Motim

Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:

I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a


cumpri-la;

II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem


ou praticando violência;

III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou


violência, em comum, contra superior;

IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento


militar, ou dependência de qualquer dêles, hangar, aeródromo ou aeronave,
navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou
meios de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em
desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina
militar:

Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um têrço para


os cabeças.

Revolta

Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:

Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um têrço para os


cabeças.

Organização de grupo para a prática de violência

491
atemploCisA

Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com


armamento ou material bélico, de propriedade militar, praticando violência à
pessoa ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou não à
administração militar:

Pena - reclusão, de quatro a oito anos.

Omissão de lealdade militar

Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do


superior o motim ou revolta de cuja preparação teve notícia, ou, estando
presente ao ato criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para
impedi-lo:

Pena - reclusão, de três a cinco anos.

Conspiração

Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do


crime previsto no artigo 149:

Pena - reclusão, de três a cinco anos.

Isenção de pena

Parágrafo único. É isento de pena aquêle que, antes da execução do


crime e quando era ainda possível evitar-lhe as conseqüências, denuncia o
ajuste de que participou.

Cumulação de penas

Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.

Dos crimes contra o serviço e o dever militar

TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO
MILITAR E O DEVER MILITAR

492
atemploCisA

CAPÍTULO I
DA INSUBMISSÃO
Insubmissão

Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do


prazo que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato
oficial de incorporação:

Pena - impedimento, de três meses a um ano.

Caso assimilado

§ 1º Na mesma pena incorre quem, dispensado temporàriamente da


incorporação, deixa de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento.

Diminuição da pena

§ 2º A pena é diminuída de um têrço:

a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação


militar, quando escusáveis;

b) pela apresentação voluntária dentro do prazo de um ano, contado do


último dia marcado para a apresentação.

Criação ou simulação de incapacidade física

Art. 184. Criar ou simular incapacidade física, que inabilite o convocado


para o serviço militar:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Substituição de convocado

Art. 185. Substituir-se o convocado por outrem na apresentação ou na


inspeção de saúde.

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem substitui o convocado.

Favorecimento a convocado

493
atemploCisA

Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tomá-lo a seu serviço, ou


proporcionar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio que obste ou dificulte a
incorporação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer dos
crimes previstos neste capítulo:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Isenção de pena

Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge


ou irmão do criminoso, fica isento de pena.

Dos crimes contra a Administração Militar

TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA
A ADMINISTRAÇÃO MILITAR
CAPÍTULO I
DO DESACATO E DA DESOBEDIÊNCIA
Desacato a superior

Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro, ou


procurando deprimir-lhe a autoridade:

Pena - reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Agravação de pena

Parágrafo único. A pena é agravada, se o superior é oficial general ou


comandante da unidade a que pertence o agente.

Desacato a militar

Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou


em razão dela:

494
atemploCisA

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro
crime.

Desacato a assemelhado ou funcionário

Art. 300. Desacatar assemelhado ou funcionário civil no exercício de


função ou em razão dela, em lugar sujeito à administração militar:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro
crime.

Desobediência

Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar:

Pena - detenção, até seis meses.

Ingresso clandestino

Art. 302. Penetrar em fortaleza, quartel, estabelecimento militar, navio,


aeronave, hangar ou em outro lugar sujeito à administração militar, por onde
seja defeso ou não haja passagem regular, ou iludindo a vigilância da
sentinela ou de vigia:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.

Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Rio Grande do Norte

O documento oficial encontra-se no link Anexo da apostila.

Código Penal Militar (Arts. 1º ao 9º)

495
atemploCisA

TÍTULO I

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR


Princípio de legalidade
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.
Lei supressiva de incriminação
Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença
condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.
Retroatividade de lei mais benigna
§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente,
aplica-se retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença
condenatória irrecorrível.
Apuração da maior benignidade
§ 2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior
devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas
normas aplicáveis ao fato.
Medidas de segurança
Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da
sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da
execução.
Lei excepcional ou temporária
Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao
fato praticado durante sua vigência.
Tempo do crime
Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,
ainda que outro seja o do resultado.
Lugar do crime
Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a
atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de
participação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

496
atemploCisA

Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria


realizar-se a ação omitida.
Territorialidade, Extraterritorialidade
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados
e regras de direito internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no
território nacional, ou fora dêle, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo
processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira.
Território nacional por extensão
§ 1° Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do
território nacional as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se
encontrem, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por
ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada.
Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros
§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de
aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à administração
militar, e o crime atente contra as instituições militares.
Conceito de navio
§ 3º Para efeito da aplicação dêste Código, considera-se navio tôda
embarcação sob comando militar.
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8° A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Crimes militares em tempo de paz
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
I - os crimes de que trata êste Código, quando definidos de modo
diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o
agente, salvo disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na
mesma situação ou assemelhado;
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito
à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou
assemelhado, ou civil;

497
atemploCisA

c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de


natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou
civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o
patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;
f) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por
civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os
compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem
administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de
atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da
Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão,
vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento
ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar
em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância,
garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando
legalmente requisitado para aquêle fim, ou em obediência a determinação
legal superior.

§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e


cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do
Júri. (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)

§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e


cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da
competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto:
(Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)

498
atemploCisA

I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo


Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; (Incluído
pela Lei nº 13.491, de 2017)

II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão


militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de
2017)

III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da


lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com
o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes
diplomas legais: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)

a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de


Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)

b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída pela Lei


nº 13.491, de 2017)

c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo


Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)

d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Incluída


pela Lei nº 13.491, de 2017)

499
atemploCisA

NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Infração penal

Ocorre quando uma pessoa pratica qualquer conduta descrita na lei e, através
dessa conduta, ofende um bem jurídico de uma terceira pessoa.
Ou seja, as infrações penais constituem determinados comportamentos
humanos proibidos por lei, sob a ameaça de uma pena.
Sujeito Ativo ou agente: é aquele que ofende o bem jurídico protegido por
lei. Em regra só o ser humano maior de 18 anos pode ser sujeito ativo de uma
infração penal. A exceção acontece nos crimes contra o meio ambiente onde
existe a possibilidade da pessoa jurídica ser sujeito ativo, conforme preconiza
o Art. 225, § 3º da Constituição Federal.

Art. 225 [...].


§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.

Sujeito Passivo: pode ser de dois tipos. O sujeito passivo formal é sempre o
Estado, pois tanto ele como a sociedade são prejudicados quando as leis são
desobedecidas. O sujeito passivo material é o titular do bem jurídico ofendido
e pode ser tanto pessoa física como pessoa jurídica.

O princípio da lesividade diz que, para haver uma infração penal, a lesão deve
ocorrer a um bem jurídico de alguém diferente do seu causador, ou seja, a
ofensa deva extrapolar o âmbito da pessoa que a causou.
Dessa forma, se uma pessoa dá vários socos em seu próprio rosto (autolesão),
não há crime de lesão corporal (Art. 129 do CP), pois não foi ofendido o bem
jurídico de uma terceira pessoa.

500
atemploCisA

Entretanto, a autolesão pode caracterizar o crime de fraude para recebimento


de seguro (Art. 171, § 2o, V do CP) ou criação de incapacidade para se furtar
ao serviço militar (Art. 184 do CPM).

Espécies de Infração Penal

A legislação brasileira, ao definir as espécies de infração penal, apresentou um


sistema bipartido. Ou seja, existem apenas duas espécies (crime = delito ≠
contravenção). Situação diferente ocorre com alguns países tais como a
França e a Espanha que adotaram o sistema tripartido (crime ≠ delito ≠
contravenção).
As duas espécies são: o crime, considerado o mesmo que delito, e
acontravenção. Entretanto, apesar de existirem duas espécies, os conceitos
são bem parecidos, diferenciando-se apenas na gravidade da conduta e no
tipo (natureza) da sanção ou pena.
Com relação à gravidade da conduta, os crimes e delitos se distinguem por
serem infrações mais graves, enquanto que a contravenção refere-se às
infrações menos graves, sendo, inclusive, chamadas pelo Direito italiano de
delito anão.
Referente ao tipo da sanção, a diferença tem origem no Art. 1º da Lei de
Introdução ao Código Penal (Decreto-Lei 3.914/41).

Art. 1º - Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão
ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com
a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, penas de prisão simples ou de multa, ou ambas. Alternativa ou
cumulativamente.

Por serem os crimes condutas mais graves, então eles são repelidos através
da imposição de penas mais graves (reclusão ou detenção e/ou multa). As
contravenções, por serem condutas menos graves, são sancionadas com
penas menos graves (prisão simples e/ou multa).
A escolha se determinada infração penal será crime/delito ou contravenção é
puramente política, da mesma forma que o critério de escolha dos bens que
devem ser protegidos pelo Direito Penal. Além disso, o que hoje é

501
atemploCisA

considerado crime pode vir, no futuro, a ser considerada infração e vice-versa.


O exemplo disso aconteceu com a conduta de portar uma arma ilegalmente.
Até 1997, tal conduta caracterizava uma mera contravenção, porém, com o
advento da Lei 9.437/97, esta infração passou a ser considerada crime/delito.

Diferenças práticas entre crimes e contravenções

a) Tentativa: no crime/delito a tentativa é punível, enquanto que na


contravenção, por força do Art. 4º do Decreto-Lei 3.688/41, a tentativa não é
punível.

b) Extraterritorialidade: no crime/delito, nas situações do Art. 7º do Código


Penal, a extraterritorialidade é aplicada, enquanto que nas contravenções a
extraterritorialidade não é aplicada.

c) Tempo máximo de pena: no crime/delito, o tempo máximo de


cumprimento de pena é de 30 anos, enquanto que nas contravenções, por
serem menos graves, o tempo máximo de cumprimento de pena é de 5 anos.

d) Reincidência: de acordo com o Art. 7º do Decreto-Lei 3.688/41, é possível a


reincidência nas contravenções. Ou seja, a reincidência ocorrerá após a prática
de crime ou contravenção no Brasil e após a prática de crime no estrangeiro.
Não há reincidência após a prática de contravenção no estrangeiro.

“Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção


depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou
no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de
contravenção.”

502
atemploCisA

Princípios do Direito Penal

Segundo consta na obra de Fernando ( CAPEZ, 2004, p. 14), é da dignidade da


pessoa humana que nascem os princípios orientadores e limitadores do
Direito Penal (DP). Damásio (JESUS, 2009, p. 9-12) define quatorze Princípios
Fundamentais do Direito Penal:
a) Princípio da Legalidade ou da reserva legal: Não há crime sem lei
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (CF/88, art. 5º,
XXXIX e Código Penal (CP) art. 1º).
b) Princípio da proibição da analogia “in malam partem”: Proibição da
adequação típica “por semelhança” entre os fatos.
c) Princípio da anterioridade da lei: Só há crime e pena se o ato foi
praticado depois de lei que os define e esteja em vigor.
d) Princípio da irretroatividade da lei mais severa: A lei só pode retroagir
para beneficiar o réu.
e) Princípio da fragmentariedade: O estado só protege os bens jurídicos
mais importantes, assim intervém só nos casos de maior gravidade.
f) Princípio da intervenção mínima: O estado só deve intervir pelo DP
“quando os outros ramos do Direito não conseguirem prevenir a conduta
ilícita.” (JESUS, 2009, p. 10).
g) Princípio da ofensividade: Não basta que a conduta seja imoral ou
pecaminosa, ela deve ofender um bem jurídico provocando uma lesão efetiva
ou um perigo concreto ao bem.
h) Insignificância ou Bagatela: Baseia no pressuposto de que a tipicidade
penal exige um mínimo de lesividade ao bem jurídico, reconhecendo a
“atipicidade do fato nas perturbações jurídicas mais leves.” (JESUS, 2009, p.
10).
i) Princípio da culpabilidade: Só será penalizado quem agiu com dolo ou
culpa cometeu um fato atípico e antijurídico.
j) Princípio da humanidade: O réu deve ser tratado como pessoa humana.
l) Princípio da Proporcionalidade da pena: “A pena não pode ser superior
ao grau de responsabilidade pela prática do fato.” (JESUS, 2009, p. 11.).
m) Princípio do estado de inocência: “Ninguém será culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória.” (CF/88, art. 5º, LVII).

503
atemploCisA

n) Princípio da igualdade: Todos são iguais perante a lei. (CF/88, art.


5º,caput).
o) Princípio do “ne bis in idem”: É dizer que ninguém pode ser punido duas
vezes pelo mesmo fato.

Sujeito ativo e sujeito passivo


da infração penal. Lei penal no tempo. Concurso aparente de normas.
Tipicidade, ilicitude, culpabilidade. Consumação e
tentativa. Erros essenciais e erros acidentais. Concurso de pessoas. Crimes
contra a pessoa. Crimes contra o patrimônio. Crimes
contra o respeito aos mortos. Crimes contra o sentimento religioso. Crimes
contra a dignidade sexual. Crimes contra a família.
Crimes contra a incolumidade pública. Crimes contra a fé pública. Crimes
contra a administração pública.

504
atemploCisA

NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE


Abuso de Autoridade (Lei n° 4.898/65).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade
administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas
funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei.
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar,
à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para
iniciar processo-crime contra a autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a
exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo
de três, se as houver.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79)
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

505
atemploCisA

a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as


formalidades legais ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a
constrangimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou
detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal
que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança,
permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem,
custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não
tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de
importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de
qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica,
quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir
imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Medida Provisória
nº 111, de 1989)
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir
imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de
21/12/89)
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce
cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que
transitoriamente e sem remuneração.
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção
administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do
abuso cometido e consistirá em:
a) advertência;
b) repreensão;

506
atemploCisA

c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e


oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá
no pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42
a 56 do Código Penal e consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra
função pública por prazo até três anos.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas
autônoma ou cumulativamente.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil
ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou
acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou
militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de
sanção administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a
instauração de inquérito para apurar o fato.
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas
leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o
respectivo processo.
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar
normas reguladoras do inquérito administrativo serão aplicadas
supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de
outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União).
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de
aguardar a decisão da ação penal ou civil.
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade
civil ou militar.

507
atemploCisA

Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade


administrativa ou independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima
do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada.
Art. 10. Vetado
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo
Civil.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito
policial ou justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a
representação da vítima do abuso.
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima,
aquele, no prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato
narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e,
bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver
deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá:
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de
duas testemunhas qualificadas;
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência de
instrução e julgamento, a designação de um perito para fazer as verificações
necessárias.
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus
depoimentos verbalmente, ou o apresentarão por escrito, querendo, na
audiência de instrução e julgamento.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação poderá
conter a indicação de mais duas testemunhas.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a
denúncia requerer o arquivamento da representação, o Juiz, no caso de
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da representação
ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão
do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só
então deverá o Juiz atender.
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no
prazo fixado nesta lei, será admitida ação privada. O órgão do Ministério
Público poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia

508
atemploCisA

substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a


todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como
parte principal.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito
horas, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde
logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, que deverá ser
realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para
comparecer à audiência de instrução e julgamento, será feita por mandado
sucinto que, será acompanhado da segunda via da representação e da
denúncia.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada
em juízo, independentemente de intimação.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a
audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo
14, letra "b", requerimentos para a realização de diligências, perícias ou
exames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado, considere
indispensáveis tais providências.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou
o oficial de justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu,
as testemunhas, o perito, o representante do Ministério Público ou o
advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o
Juiz.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do
livro de termos de audiência.
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se
contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e
dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz
designar.
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do
réu, se estiver presente.

509
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Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz


nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos
ulteriores termos do processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a
palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advogado que houver
subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze
minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença.
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio,
ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoimentos e as
alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso, os
despachos e a sentença.
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério
Público ou o advogado que houver subscrito a queixa, o advogado ou
defensor do réu e o escrivão.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não
permitirem a observância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-
las, sempre motivadamente, até o dobro.
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de
Processo Penal, sempre que compatíveis com o sistema de instrução e
julgamento regulado por esta lei.
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os
recursos e apelações previstas no Código de Processo Penal.
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º da República.
H. CASTELLO BRANCO
Juracy Magalhães
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.12.1965

Dos crimes previstos na Lei Antidrogas (Lei n° 11.343/06).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

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TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
- Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas
para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e
define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim
especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente
pelo Poder Executivo da União.
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o
plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais
possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de
autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção
de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a
respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos
vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais
ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização,
respeitadas as ressalvas supramencionadas.
TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar
as atividades relacionadas com:
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e
dependentes de drogas;
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 4o São princípios do Sisnad:
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente
quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

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atemploCisA

III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo


brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de
drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o
estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;
V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade,
reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad;
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com
o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico
ilícito;
VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do
uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes
Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a
interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do
uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional
Antidrogas - Conad.
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos
vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas,
seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;
II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no
país;
III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de
repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas

512
atemploCisA

públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal,


Estados e Municípios;
IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação
das atividades de que trata o art. 3o desta Lei.
CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 6o (VETADO)
Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução
descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal,
distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento
desta Lei.
Art. 8o (VETADO)
CAPÍTULO III
(VETADO)
Art. 9o (VETADO)
Art. 10. (VETADO)
Art. 11. (VETADO)
Art. 12. (VETADO)
Art. 13. (VETADO)
Art. 14. (VETADO)
CAPÍTULO IV
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES
SOBRE DROGAS
Art. 15. (VETADO)
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da
assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem
comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os
casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas,
conforme orientações emanadas da União.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de
drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

513
atemploCisA

TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS
CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para
efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de
vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de
proteção.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem
observar os seguintes princípios e diretrizes:
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência
na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual
pertence;
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como
forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de
evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as
atendam;
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em
relação ao uso indevido de drogas;
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as
instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo
usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do
estabelecimento de parcerias;
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às
especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das
diferentes drogas utilizadas;
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução
de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva,
quando da definição dos objetivos a serem alcançados;
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população,
levando em consideração as suas necessidades específicas;
VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades
de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e
dependentes de drogas e respectivos familiares;

514
atemploCisA

IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas,


profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da
qualidade de vida;
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da
prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3
(três) níveis de ensino;
XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de
drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes
Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;
XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas
setoriais específicas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas
dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as
diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente - Conanda.
CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL
DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de
drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à
melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados
ao uso de drogas.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do
dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas
direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do
dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes
princípios e diretrizes:
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de
quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa
humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política
Nacional de Assistência Social;
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do
usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que considerem
as suas peculiaridades socioculturais;

515
atemploCisA

III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a


inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares,
sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes
multiprofissionais;
V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas
setoriais específicas.
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao
dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os
princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão
orçamentária adequada.
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas
de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de
drogas encaminhados por órgão oficial.
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação
nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou
dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à
sua disponibilidade orçamentária e financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de
infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou
submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à
sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.
CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o
Ministério Público e o defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;

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III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.


§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal,
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena
quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou
psíquica.
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz
atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às
condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais,
bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput
deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas
comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais,
estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que
se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação
de usuários e dependentes de drogas.
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o
caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente,
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do
infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente
ambulatorial, para tratamento especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do §
6o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número
de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a
100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do
agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário
mínimo.

517
atemploCisA

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se


refere o § 6o do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional
Antidrogas.
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas,
observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e
seguintes do Código Penal.
TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para
produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito,
importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-
prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas
autoridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente para
exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias
para a preservação da prova.
§ 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de 30
(trinta) dias, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova.
§ 2o A incineração prevista no § 1o deste artigo será precedida de autorização
judicial, ouvido o Ministério Público, e executada pela autoridade de polícia
judiciária competente, na presença de representante do Ministério Público e
da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e após a
perícia realizada no local da incineração.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo


delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade
suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das
condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas
necessárias para a preservação da prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de
2014)

§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

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atemploCisA

§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-


se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto
no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a
autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
Sisnama.
§ 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas,
conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a
legislação em vigor.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,
vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,
oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado
à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em
matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade,
posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se
utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide
ADI nº 4.274)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300
(trezentos) dias-multa.

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atemploCisA

§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu


relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700
(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
previstas no art. 28.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão
ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas
restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre
organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir,
entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que
gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e
duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos)
a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se
associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos
arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e
quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação
destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a
700 (setecentos) dias-multa.

520
atemploCisA

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas


necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50
(cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da
categoria profissional a que pertença o agente.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas,
expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do
veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo
mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com
as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600
(seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de
transporte coletivo de passageiros.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um
sexto a dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no
desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades
estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais
de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões
de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas
ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes
públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de
arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o
Distrito Federal;

521
atemploCisA

VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem


tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de
entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a
investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-
autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto
do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois
terços.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre
o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da
substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz,
atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-
multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos
acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o
maior salário-mínimo.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão
impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se,
em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes,
ainda que aplicadas no máximo.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade
provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o
livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada
sua concessão ao reincidente específico.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o
efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo
da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial,
que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições
referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu
encaminhamento para tratamento médico adequado.

522
atemploCisA

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força
das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a
necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por
profissional de saúde com competência específica na forma da lei,
determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.
CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste
Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente,
as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo
se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será
processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26
de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá
prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente
encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso
de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se
as requisições dos exames e perícias necessários.
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2o deste
artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se
encontrar, vedada a detenção do agente.
§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste artigo, o agente
será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade
de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.
§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe
sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a
aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na
proposta.
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a
37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará

523
atemploCisA

os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei


no 9.807, de 13 de julho de 1999.
Seção I
Da Investigação
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará,
imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do
auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24
(vinte e quatro) horas.
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e
estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de
constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou,
na falta deste, por pessoa idônea.
§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1o deste artigo não
ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.

§ 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de


10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e
determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra
necessária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de
2014)

§ 4o A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia


competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e
da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das


drogas referida no § 3o, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de
polícia, certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei nº
12.961, de 2014)

Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em


flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
contado da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização
do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3 o a
5o do art. 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o
indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

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Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados
pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da
autoridade de polícia judiciária.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de
polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que
a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da
substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a
qualificação e os antecedentes do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências
complementares:
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser
encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento;
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja
titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser
encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos
nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização
judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos
investigatórios:
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída
pelos órgãos especializados pertinentes;
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores
químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem
no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior
número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da
ação penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será
concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação
dos agentes do delito ou de colaboradores.

525
atemploCisA

Seção II
Da Instrução Criminal
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão
Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério
Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes
providências:
I - requerer o arquivamento;
II - requisitar as diligências que entender necessárias;
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais
provas que entender pertinentes.
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para
oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado
poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer
documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até
o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
§ 2o As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a
113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
Penal.
§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor
para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de
nomeação.
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e
perícias.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação
do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos
periciais.
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts.
33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá
decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for
funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

526
atemploCisA

§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro


dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se
determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas,
quando se realizará em 90 (noventa) dias.
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do
acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente,
ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para
sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável
por mais 10 (dez), a critério do juiz.
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes
se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas
correspondentes se o entender pertinente e relevante.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o
fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.
§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no curso do
processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto, ou
sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará que se proceda na
forma do art. 32, § 1o, desta Lei, preservando-se, para eventual contraprova, a
fração que fixar. (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e, ouvido
o Ministério Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do
produto o indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do
laudo toxicológico. (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o
réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de
bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.
CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério Público,
havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da
ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas aos
bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes
previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática,
procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de
outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

527
atemploCisA

§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, o juiz facultará


ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente ou requeira a produção
de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto da decisão.
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela sua
liberação.
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento
pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários
à conservação de bens, direitos ou valores.
§ 4o A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou valores poderá
ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução
imediata possa comprometer as investigações.
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e
comprovado o interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62
desta Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o Ministério
Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados
pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
exclusivamente no interesse dessas atividades.
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão
de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e
licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando
esta livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o
trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da
União.
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de
transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer
natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua
regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária,
excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação específica.
§ 1o Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens
mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles
fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação,
mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

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atemploCisA

§ 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo recaído


sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamento, a
autoridade de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato,
requerer ao juízo competente a intimação do Ministério Público.
§ 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em caráter
cautelar, a conversão do numerário apreendido em moeda nacional, se for o
caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito,
com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das
correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.
§ 4o Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público,
mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter
cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que
a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso e
custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou
militares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e
operações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.
§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os fins previstos no §
4o deste artigo, o requerimento de alienação deverá conter a relação de
todos os demais bens apreendidos, com a descrição e a especificação de cada
um deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde se
encontram.
§ 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será autuada em
apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em relação aos da ação
penal principal.
§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos serão conclusos ao juiz,
que, verificada a presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e os
objetos utilizados para a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo
decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionados, cientificará
a Senad e intimará a União, o Ministério Público e o interessado, este, se for o
caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias.
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo
laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e
determinará sejam alienados em leilão.

529
atemploCisA

§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quantia


apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao
Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3o deste artigo.
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as
decisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo.
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste artigo, recaindo a
autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a
expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da
autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso,
ficando estes livres do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores,
até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor
da União.
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento
do produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei e
que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdimento
em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não leiloados em
caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido decretado em favor da União.
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imediato
cumprimento ao estabelecido no § 2o deste artigo.
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de
ofício ou a requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação dos
bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando,
quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em
cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação
vigente.
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os
Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a
prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de
usuários ou dependentes e a atuação na repressão à produção não
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de
equipamentos e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e
execução de programas relacionados à questão das drogas.

530
atemploCisA

TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção em assuntos
internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos
Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o
espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos
internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o
governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e
organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a
colaboração, nas áreas de:
I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e
programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de
atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e
delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o
desvio de precursores químicos;
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e
traficantes de drogas e seus precursores químicos.
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta Lei, até que
seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-
se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob
controle especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560, de 19 de
dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de
sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e
do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no
art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar
estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que
colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção
social de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada
e do tráfico ilícito de drogas.
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou
estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim
como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem,

531
atemploCisA

consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em


que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual
tramite o feito:
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam
lacradas suas instalações;
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas
necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscritos
referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas
jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica
que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste artigo, o produto não
arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade
sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério
Público.
§ 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades
farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas
sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de
saúde.
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37
desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça
Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de
vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição
respectiva.
Art. 71. (VETADO)
Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o juiz, de ofício, mediante
representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do
Ministério Público, determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição
e na forma prevista no § 1o do art. 32 desta Lei, à destruição de drogas em
processos já encerrados.
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o inquérito policial, o juiz,
de ofício, mediante representação do delegado de polícia ou a requerimento
do Ministério Público, determinará a destruição das amostras guardadas para

532
atemploCisA

contraprova, certificando isso nos autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961,
de 2014)
Art. 73. A União poderá celebrar convênios com os Estados visando à
prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas.
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o
Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso
indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010)
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua
publicação.
Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei
no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
Brasília, 23 de agosto de 2006; 185o da Independência e 118o da
República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
Guido Mantega
Jorge Armando Felix
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006

Crimes tipificados no Código de Trânsito Brasileiro (Lei n° 9.503/97).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território
nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código.
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e
animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação,
parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.

533
atemploCisA

§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos


órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes
cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas
destinadas a assegurar esse direito.
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de
Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente,
por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na
execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o
exercício do direito do trânsito seguro.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional
de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a
preservação da saúde e do meio-ambiente.
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os
logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão
seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas,
de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais.
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias
terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes
aos condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de
estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo. (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer veículo,
bem como aos proprietários, condutores dos veículos nacionais ou
estrangeiros e às pessoas nele expressamente mencionadas.
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os efeitos deste
Código são os constantes do Anexo I.
CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que
tem por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração,
normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação,
habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do

534
atemploCisA

sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de


recursos e aplicação de penalidades.
Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:
I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à
segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o
trânsito, e fiscalizar seu cumprimento;
II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios
técnicos, financeiros e administrativos para a execução das atividades de
trânsito;
III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações
entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo
decisório e a integração do Sistema.
Seção II
Da Composição e da Competência do Sistema Nacional de Trânsito
Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e
entidades:
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do
Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de
Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e
coordenadores;
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;
IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;
V - a Polícia Rodoviária Federal;
VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.
Art. 7o-A. A autoridade portuária ou a entidade concessionária de porto
organizado poderá celebrar convênios com os órgãos previstos no art. 7 o,
com a interveniência dos Municípios e Estados, juridicamente interessados,
para o fim específico de facilitar a autuação por descumprimento da
legislação de trânsito. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

535
atemploCisA

§ 1o O convênio valerá para toda a área física do porto organizado,


inclusive, nas áreas dos terminais alfandegados, nas estações de transbordo,
nas instalações portuárias públicas de pequeno porte e nos respectivos
estacionamentos ou vias de trânsito internas. (Incluído pela Lei nº 12.058,
de 2009)
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão os
respectivos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos
rodoviários, estabelecendo os limites circunscricionais de suas atuações.
Art. 9º O Presidente da República designará o ministério ou órgão da
Presidência responsável pela coordenação máxima do Sistema Nacional de
Trânsito, ao qual estará vinculado o CONTRAN e subordinado o órgão
máximo executivo de trânsito da União.
Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com sede no Distrito
Federal e presidido pelo dirigente do órgão máximo executivo de trânsito da
União, tem a seguinte composição: (Redação dada pela Lei nº 12.865, de
2013)
I - (VETADO)
II - (VETADO)
III - um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia;
IV - um representante do Ministério da Educação e do Desporto;
V - um representante do Ministério do Exército;
VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia
Legal;
VII - um representante do Ministério dos Transportes;
VIII - (VETADO)
IX - (VETADO)
X - (VETADO)
XI - (VETADO)
XII - (VETADO)
XIII - (VETADO)
XIV - (VETADO)

536
atemploCisA

XV - (VETADO)
XVI - (VETADO)
XVII - (VETADO)
XVIII - (VETADO)
XIX - (VETADO)
XX - um representante do ministério ou órgão coordenador máximo do
Sistema Nacional de Trânsito;
XXI - (VETADO)
XXII - um representante do Ministério da Saúde. (Incluído pela Lei nº
9.602, de 1998)
XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça. (Incluído pela
Lei nº 11.705, de 2008)
XXIV - 1 (um) representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior; (Incluído pela Lei nº 12.865, de 2013)
XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT). (Incluído pela Lei nº 12.865, de 2013)
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)
Art. 11. (VETADO)
Art. 12. Compete ao CONTRAN:
I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste Código e as
diretrizes da Política Nacional de Trânsito;
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, objetivando a
integração de suas atividades;
III - (VETADO)
IV - criar Câmaras Temáticas;
V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o
funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE;
VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas neste
Código e nas resoluções complementares;

537
atemploCisA

VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a aplicação das


multas por infrações, a arrecadação e o repasse dos valores
arrecadados; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas à
aplicação da legislação de trânsito;
X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habilitação,
expedição de documentos de condutores, e registro e licenciamento de
veículos;
XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sinalização e os
dispositivos e equipamentos de trânsito;
XII - apreciar os recursos interpostos contra as decisões das instâncias
inferiores, na forma deste Código;
XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre conflitos de
competência ou circunscrição, ou, quando necessário, unificar as decisões
administrativas; e
XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no
âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal.
XV - normatizar o processo de formação do candidato à obtenção da
Carteira Nacional de Habilitação, estabelecendo seu conteúdo didático-
pedagógico, carga horária, avaliações, exames, execução e
fiscalização. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao CONTRAN,
são integradas por especialistas e têm como objetivo estudar e oferecer
sugestões e embasamento técnico sobre assuntos específicos para decisões
daquele colegiado.
§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas representantes de
órgãos e entidades executivos da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e
dos Municípios, em igual número, pertencentes ao Sistema Nacional de
Trânsito, além de especialistas representantes dos diversos segmentos da
sociedade relacionados com o trânsito, todos indicados segundo regimento
específico definido pelo CONTRAN e designados pelo ministro ou dirigente
coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo anterior,
serão representados por pessoa jurídica e devem atender aos requisitos
estabelecidos pelo CONTRAN.

538
atemploCisA

§ 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão eleitos pelos


respectivos membros.
§ 4º (VETADO)
I - (VETADO)
II - (VETADO)
III - (VETADO)
IV - (VETADO)
Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e ao
Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE:
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no
âmbito das respectivas atribuições;
II - elaborar normas no âmbito das respectivas competências;
III - responder a consultas relativas à aplicação da legislação e dos
procedimentos normativos de trânsito;
IV - estimular e orientar a execução de campanhas educativas de
trânsito;
V - julgar os recursos interpostos contra decisões:
a) das JARI;
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de inaptidão
permanente constatados nos exames de aptidão física, mental ou psicológica;
VI - indicar um representante para compor a comissão examinadora de
candidatos portadores de deficiência física à habilitação para conduzir
veículos automotores;
VII - (VETADO)
VIII - acompanhar e coordenar as atividades de administração, educação,
engenharia, fiscalização, policiamento ostensivo de trânsito, formação de
condutores, registro e licenciamento de veículos, articulando os órgãos do
Sistema no Estado, reportando-se ao CONTRAN;
IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no
âmbito dos Municípios; e
X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigências definidas
nos §§ 1º e 2º do art. 333.

539
atemploCisA

XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de reavaliação


dos exames, junta especial de saúde para examinar os candidatos à
habilitação para conduzir veículos automotores. (Incluído pela Lei nº
9.602, de 1998)
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados pelo órgão,
não cabe recurso na esfera administrativa.
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados
pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente, e
deverão ter reconhecida experiência em matéria de trânsito.
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados pelos
Governadores dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente.
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deverão ser pessoas
de reconhecida experiência em trânsito.
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CONTRANDIFE é de dois
anos, admitida a recondução.
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito ou
rodoviário funcionarão Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI,
órgãos colegiados responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos
contra penalidades por eles impostas.
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado o disposto
no inciso VI do art. 12, e apoio administrativo e financeiro do órgão ou
entidade junto ao qual funcionem.
Art. 17. Compete às JARI:
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores;
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos
rodoviários informações complementares relativas aos recursos, objetivando
uma melhor análise da situação recorrida;
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e
executivos rodoviários informações sobre problemas observados nas
autuações e apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente.
Art. 18. (VETADO)
Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União:
I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a execução das
normas e diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN, no âmbito de suas
atribuições;

540
atemploCisA

II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos órgãos


delegados, ao controle e à fiscalização da execução da Política Nacional de
Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de Trânsito, de
Transporte e de Segurança Pública, objetivando o combate à violência no
trânsito, promovendo, coordenando e executando o controle de ações para a
preservação do ordenamento e da segurança do trânsito;
IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de improbidade contra a
fé pública, o patrimônio, ou a administração pública ou privada, referentes à
segurança do trânsito;
V - supervisionar a implantação de projetos e programas relacionados
com a engenharia, educação, administração, policiamento e fiscalização do
trânsito e outros, visando à uniformidade de procedimento;
VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e habilitação de
condutores de veículos, a expedição de documentos de condutores, de
registro e licenciamento de veículos;
VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação,
os Certificados de Registro e o de Licenciamento Anual mediante delegação
aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal;
VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação
- RENACH;
IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores -
RENAVAM;
X - organizar a estatística geral de trânsito no território nacional,
definindo os dados a serem fornecidos pelos demais órgãos e promover sua
divulgação;
XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informações sobre as
ocorrências de acidentes de trânsito e as estatísticas do trânsito;
XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à segurança e à
educação de trânsito;
XIII - coordenar a administração do registro das infrações de trânsito, da
pontuação e das penalidades aplicadas no prontuário do infrator, da
arrecadação de multas e do repasse de que trata o § 1º do art.
320; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

541
atemploCisA

XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito


informações sobre registros de veículos e de condutores, mantendo o fluxo
permanente de informações com os demais órgãos do Sistema;
XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes do Ministério
da Educação e do Desporto, de acordo com as diretrizes do CONTRAN, a
elaboração e a implementação de programas de educação de trânsito nos
estabelecimentos de ensino;
XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a educação de
trânsito;
XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o trânsito;
XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e entidades do
Sistema Nacional de Trânsito, e submeter à aprovação do CONTRAN, a
complementação ou alteração da sinalização e dos dispositivos e
equipamentos de trânsito;
XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais e normas
de projetos de implementação da sinalização, dos dispositivos e
equipamentos de trânsito aprovados pelo CONTRAN;
XX – expedir a permissão internacional para conduzir veículo e o
certificado de passagem nas alfândegas mediante delegação aos órgãos
executivos dos Estados e do Distrito Federal ou a entidade habilitada para
esse fim pelo poder público federal; (Redação dada pela lei nº 13.258, de
2016)
XXI - promover a realização periódica de reuniões regionais e congressos
nacionais de trânsito, bem como propor a representação do Brasil em
congressos ou reuniões internacionais;
XXII - propor acordos de cooperação com organismos internacionais,
com vistas ao aperfeiçoamento das ações inerentes à segurança e educação
de trânsito;
XXIII - elaborar projetos e programas de formação, treinamento e
especialização do pessoal encarregado da execução das atividades de
engenharia, educação, policiamento ostensivo, fiscalização, operação e
administração de trânsito, propondo medidas que estimulem a pesquisa
científica e o ensino técnico-profissional de interesse do trânsito, e
promovendo a sua realização;
XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito interestadual e
internacional;

542
atemploCisA

XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as normas e


requisitos de segurança veicular para fabricação e montagem de veículos,
consoante sua destinação;
XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do código marca-
modelo dos veículos para efeito de registro, emplacamento e licenciamento;
XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do CONTRAN, ao
ministro ou dirigente coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito;
XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trânsito e submetê-
los, com proposta de solução, ao Ministério ou órgão coordenador máximo
do Sistema Nacional de Trânsito;
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e financeiro ao
CONTRAN.
XXX - organizar e manter o Registro Nacional de Infrações de Trânsito
(Renainf). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência técnica ou
administrativa ou a prática constante de atos de improbidade contra a fé
pública, contra o patrimônio ou contra a administração pública, o órgão
executivo de trânsito da União, mediante aprovação do CONTRAN, assumirá
diretamente ou por delegação, a execução total ou parcial das atividades do
órgão executivo de trânsito estadual que tenha motivado a investigação, até
que as irregularidades sejam sanadas.
§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito da União
disporá sobre sua estrutura organizacional e seu funcionamento.
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos
rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
fornecerão, obrigatoriamente, mês a mês, os dados estatísticos para os fins
previstos no inciso X.
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e
estradas federais:
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no
âmbito de suas atribuições;
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações
relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem,
incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros;

543
atemploCisA

III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as


medidas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e
remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas
superdimensionadas ou perigosas;
IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos
serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas;
V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de
segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte
de carga indivisível;
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar
ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo
cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança,
promovendo a interdição de construções e instalações não autorizadas;
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de
trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais
preventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário federal;
VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e
Educação de Trânsito;
IX - promover e participar de projetos e programas de educação e
segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área
de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação
e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores
de uma para outra unidade da Federação;
XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art.
66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos
ambientais.
Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua
circunscrição:
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no
âmbito de suas atribuições;

544
atemploCisA

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de


pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da
segurança de ciclistas;
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e
os equipamentos de controle viário;
IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e
suas causas;
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento ostensivo
de trânsito, as respectivas diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as penalidades de
advertência, por escrito, e ainda as multas e medidas administrativas cabíveis,
notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas administrativas
cabíveis, relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos
veículos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as
penalidades e arrecadando as multas nele previstas;
X - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do
Programa Nacional de Trânsito;
XI - promover e participar de projetos e programas de educação e
segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área
de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação
e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores
de uma para outra unidade da Federação;
XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art.
66, além de dar apoio às ações específicas dos órgãos ambientais locais,
quando solicitado;
XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para
transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a
circulação desses veículos.

545
atemploCisA

Parágrafo único. (VETADO)


Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição:
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no
âmbito das respectivas atribuições;
II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação,
aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de condutores, expedir e cassar
Licença de Aprendizagem, Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de
Habilitação, mediante delegação do órgão federal competente;
III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança veicular,
registrar, emplacar, selar a placa, e licenciar veículos, expedindo o Certificado
de Registro e o Licenciamento Anual, mediante delegação do órgão federal
competente;
IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as diretrizes para
o policiamento ostensivo de trânsito;
V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas
administrativas cabíveis pelas infrações previstas neste Código, excetuadas
aquelas relacionadas nos incisos VI e VIII do art. 24, no exercício regular do
Poder de Polícia de Trânsito;
VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste Código, com
exceção daquelas relacionadas nos incisos VII e VIII do art. 24, notificando os
infratores e arrecadando as multas que aplicar;
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
objetos;
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a suspensão e a
cassação do direito de dirigir e o recolhimento da Carteira Nacional de
Habilitação;
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de
trânsito e suas causas;
X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de atividades
previstas na legislação de trânsito, na forma estabelecida em norma do
CONTRAN;
XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do
Programa Nacional de Trânsito;

546
atemploCisA

XII - promover e participar de projetos e programas de educação e


segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo
CONTRAN;
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área
de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação
e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores
de uma para outra unidade da Federação;
XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito e
executivos rodoviários municipais, os dados cadastrais dos veículos
registrados e dos condutores habilitados, para fins de imposição e notificação
de penalidades e de arrecadação de multas nas áreas de suas competências;
XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art.
66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos
ambientais locais;
XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito
no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN.
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal:
I - (VETADO)
II - (VETADO)
III - executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme convênio
firmado, como agente do órgão ou entidade executivos de trânsito ou
executivos rodoviários, concomitantemente com os demais agentes
credenciados;
IV - (VETADO)
V - (VETADO)
VI - (VETADO)
VII - (VETADO)
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos
Municípios, no âmbito de sua circunscrição: (Redação dada pela Lei nº
13.154, de 2015)

547
atemploCisA

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no


âmbito de suas atribuições;
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de
pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da
segurança de ciclistas;
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e
os equipamentos de controle viário;
IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de
trânsito e suas causas;
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de
trânsito, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres, edificações de
uso público e edificações privadas de uso coletivo, autuar e aplicar as
medidas administrativas cabíveis e as penalidades de advertência por escrito
e multa, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste
Código, no exercício regular do poder de polícia de trânsito, notificando os
infratores e arrecadando as multas que aplicar, exercendo iguais atribuições
no âmbito de edificações privadas de uso coletivo, somente para infrações de
uso de vagas reservadas em estacionamentos; (Redação dada pela Lei
nº 13.281, de 2016) (Vigência)
VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por
infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código,
notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas
cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos
veículos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as
penalidades e arrecadando as multas nele previstas;
X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago
nas vias;
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de
segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte
de carga indivisível;

548
atemploCisA

XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de


Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área
de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação
e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários dos condutores
de uma para outra unidade da Federação;
XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do
Programa Nacional de Trânsito;
XV - promover e participar de projetos e programas de educação e
segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo
CONTRAN;
XVI - planejar e implantar medidas para redução da circulação de
veículos e reorientação do tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão
global de poluentes;
XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de tração e
propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando
penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações; (Redação
dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de propulsão
humana e de tração animal;
XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito
no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN;
XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art.
66, além de dar apoio às ações específicas de órgão ambiental local, quando
solicitado;
XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para
transitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a
circulação desses veículos.
§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal serão
exercidas no Distrito Federal por seu órgão ou entidade executivos de
trânsito.
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, os
Municípios deverão integrar-se ao Sistema Nacional de Trânsito, conforme
previsto no art. 333 deste Código.

549
atemploCisA

Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Nacional de


Trânsito poderão celebrar convênio delegando as atividades previstas neste
Código, com vistas à maior eficiência e à segurança para os usuários da via.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito poderão prestar
serviços de capacitação técnica, assessoria e monitoramento das atividades
relativas ao trânsito durante prazo a ser estabelecido entre as partes, com
ressarcimento dos custos apropriados.
CAPÍTULO III
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o
trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a
propriedades públicas ou privadas;
II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando,
depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando
qualquer outro obstáculo.
Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o
condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento
dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência
de combustível suficiente para chegar ao local de destino.
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo,
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação
obedecerá às seguintes normas:
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as
exceções devidamente sinalizadas;
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal
entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista,
considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da
circulação, do veículo e as condições climáticas;
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se
aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que
estiver circulando por ela;
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;

550
atemploCisA

c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;


IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de
circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento
dos veículos mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a
eles destinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao
deslocamento dos veículos de maior velocidade;
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos,
só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas
especiais de estacionamento;
VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem,
respeitadas as demais normas de circulação;
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de
polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de
prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada,
quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos
regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente,
observadas as seguintes disposições:
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade
dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa
da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário;
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio,
só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local;
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha
intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de
urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com
velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as
demais normas deste Código;
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando
em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da
prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar
identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN;
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita
pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas
estabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado
estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;

551
atemploCisA

X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem,


certificar-se de que:
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para
ultrapassá-lo;
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o
propósito de ultrapassar um terceiro;
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente
para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha
em sentido contrário;
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz
indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de
braço;
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma
que deixe livre uma distância lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem,
acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto
convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em
perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou;
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de
passagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulação.
XIII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso X
e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser
realizada tanto pela faixa da esquerda como pela da direita.
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste
artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre
responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não
motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.
Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o
propósito de ultrapassá-lo, deverá:
I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa
da direita, sem acelerar a marcha;
II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual
está circulando, sem acelerar a marcha.

552
atemploCisA

Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão


manter distância suficiente entre si para permitir que veículos que os
ultrapassem possam se intercalar na fila com segurança.
Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um veículo de
transporte coletivo que esteja parado, efetuando embarque ou desembarque
de passageiros, deverá reduzir a velocidade, dirigindo com atenção redobrada
ou parar o veículo com vistas à segurança dos pedestres.
Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias com duplo
sentido de direção e pista única, nos trechos em curvas e em aclives sem
visibilidade suficiente, nas passagens de nível, nas pontes e viadutos e nas
travessias de pedestres, exceto quando houver sinalização permitindo a
ultrapassagem.
Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não poderá
efetuar ultrapassagem.
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-
se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o
seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua
direção e sua velocidade.
Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um
deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara
e com a devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu
veículo, ou fazendo gesto convencional de braço.
Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de
faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda e retornos.
Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de um lote
lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por ela
estejam transitando.
Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a
operação de retorno deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde estes
não existirem, o condutor deverá aguardar no acostamento, à direita, para
cruzar a pista com segurança.
Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes
lindeiros, o condutor deverá:
I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do
bordo direito da pista e executar sua manobra no menor espaço possível;

553
atemploCisA

II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de


seu eixo ou da linha divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma
pista com circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de
uma pista de um só sentido.
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor
deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem
em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas
de preferência de passagem.
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos
locais para isto determinados, quer por meio de sinalização, quer pela
existência de locais apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofereçam
condições de segurança e fluidez, observadas as características da via, do
veículo, das condições meteorológicas e da movimentação de pedestres e
ciclistas.
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes
determinações:
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa,
durante a noite e durante o dia nos túneis providos de iluminação pública e
nas rodovias; (Redação dada pela Lei nº 13.290, de 2016) (Vigência)
II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao
cruzar com outro veículo ou ao segui-lo;
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período
de tempo, com o objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser
utilizada para indicar a intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente
ou para indicar a existência de risco à segurança para os veículos que circulam
no sentido contrário;
IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de posição do
veículo quando sob chuva forte, neblina ou cerração;
V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:
a) em imobilizações ou situações de emergência;
b) quando a regulamentação da via assim o determinar;
VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de
placa;

554
atemploCisA

VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o


veículo estiver parado para fins de embarque ou desembarque de passageiros
e carga ou descarga de mercadorias.
Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo regular de
passageiros, quando circularem em faixas próprias a eles destinadas, e os
ciclos motorizados deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e a
noite.
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que
em toque breve, nas seguintes situações:
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes;
II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um
condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo.
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo
por razões de segurança.
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar
constantemente as condições físicas da via, do veículo e da carga, as
condições meteorológicas e a intensidade do trânsito, obedecendo aos
limites máximos de velocidade estabelecidos para a via, além de:
I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação sem
causa justificada, transitando a uma velocidade anormalmente reduzida;
II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo deverá antes
certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os
outros condutores, a não ser que haja perigo iminente;
III - indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinalização
devida, a manobra de redução de velocidade.
Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do
veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade
moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar
passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.
Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorável,
nenhum condutor pode entrar em uma interseção se houver possibilidade de
ser obrigado a imobilizar o veículo na área do cruzamento, obstruindo ou
impedindo a passagem do trânsito transversal.

555
atemploCisA

Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária de um


veículo no leito viário, em situação de emergência, deverá ser providenciada a
imediata sinalização de advertência, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá
restringir-se ao tempo indispensável para embarque ou desembarque de
passageiros, desde que não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a
locomoção de pedestres.
Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regulamentada
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é considerada
estacionamento.
Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos
estacionamentos, o veículo deverá ser posicionado no sentido do fluxo,
paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio),
admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
§ 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados,
estacionados ou em operação de carga ou descarga deverão estar situados
fora da pista de rolamento.
§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas rodas será
feito em posição perpendicular à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela,
salvo quando houver sinalização que determine outra condição.
§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do condutor poderá
ser feito somente nos locais previstos neste Código ou naqueles
regulamentados por sinalização específica.
Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do
veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que
isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via.
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre
do lado da calçada, exceto para o condutor.
Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas adjacentes às
estradas e rodovias obedecerá às condições de segurança do trânsito
estabelecidas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios constituídos por
unidades autônomas, a sinalização de regulamentação da via será implantada
e mantida às expensas do condomínio, após aprovação dos projetos pelo
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.

556
atemploCisA

Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos pela direita da


pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou acostamento, sempre que não
houver faixa especial a eles destinada, devendo seus condutores obedecer, no
que couber, às normas de circulação previstas neste Código e às que vierem a
ser fixadas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem circular nas vias
quando conduzidos por um guia, observado o seguinte:
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser divididos em
grupos de tamanho moderado e separados uns dos outros por espaços
suficientes para não obstruir o trânsito;
II - os animais que circularem pela pista de rolamento deverão ser
mantidos junto ao bordo da pista.
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só
poderão circular nas vias:
I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;
II - segurando o guidom com as duas mãos;
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do
CONTRAN.
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só
poderão ser transportados:
I - utilizando capacete de segurança;
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suplementar
atrás do condutor;
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do
CONTRAN.
Art. 56. (VETADO)
Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita da pista de
rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais à direita ou no bordo
direito da pista sempre que não houver acostamento ou faixa própria a eles
destinada, proibida a sua circulação nas vias de trânsito rápido e sobre as
calçadas das vias urbanas.
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou mais faixas de
trânsito e a da direita for destinada ao uso exclusivo de outro tipo de veículo,
os ciclomotores deverão circular pela faixa adjacente à da direita.

557
atemploCisA

Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de
bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou
acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da
pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a
via, com preferência sobre os veículos automotores.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via
poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos
veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou
entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de
bicicletas nos passeios.
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização,
classificam-se em:
I - vias urbanas:
a) via de trânsito rápido;
b) via arterial;
c) via coletora;
d) via local;
II - vias rurais:
a) rodovias;
b) estradas.
Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio
de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de
trânsito.
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima
será de:
I - nas vias urbanas:
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
II - nas vias rurais:

558
atemploCisA

a) nas rodovias de pista dupla: (Redação dada pela Lei nº 13.281,


de 2016) (Vigência)
1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para automóveis,
camionetas e motocicletas; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais
veículos; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
3. (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
b) nas rodovias de pista simples: (Redação dada pela Lei nº 13.281,
de 2016) (Vigência)
1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis, camionetas e
motocicletas; (Invcluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais
veículos; (Invcluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por hora). (Invcluído
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição
sobre a via poderá regulamentar, por meio de sinalização, velocidades
superiores ou inferiores àquelas estabelecidas no parágrafo anterior.
Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da
velocidade máxima estabelecida, respeitadas as condições operacionais de
trânsito e da via.
Art. 63. (VETADO)
Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser
transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo
CONTRAN.
Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e
passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações
regulamentadas pelo CONTRAN.
Art. 66. (VETADO)
Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, em
via aberta à circulação, só poderão ser realizadas mediante prévia permissão
da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de:

559
atemploCisA

I - autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de


entidades estaduais a ela filiadas;
II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via;
III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros;
IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos
operacionais em que o órgão ou entidade permissionária incorrerá.
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via arbitrará os
valores mínimos da caução ou fiança e do contrato de seguro.
CAPÍTULO III-A
(Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
CAPÍTULO III-A
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS PROFISSIONAIS
Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos motoristas
profissionais: (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros; (Incluído pela
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
II - de transporte rodoviário de cargas. (Incluído pela Lei nº
13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)

560
atemploCisA

§ 8o (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)


Art 67-B. VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de 5 (cinco)
horas e meia ininterruptas veículos de transporte rodoviário coletivo de
passageiros ou de transporte rodoviário de cargas. (Redação dada pela
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1o Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso dentro de cada
6 (seis) horas na condução de veículo de transporte de carga, sendo facultado
o seu fracionamento e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas 5
(cinco) horas e meia contínuas no exercício da condução. (Incluído pela
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1o-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso a cada 4
(quatro) horas na condução de veículo rodoviário de passageiros, sendo
facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção. (Incluído pela
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2o Em situações excepcionais de inobservância justificada do tempo de
direção, devidamente registradas, o tempo de direção poderá ser elevado
pelo período necessário para que o condutor, o veículo e a carga cheguem a
um lugar que ofereça a segurança e o atendimento demandados, desde que
não haja comprometimento da segurança rodoviária. (Incluído pela Lei
nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 3o O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e quatro)
horas, a observar o mínimo de 11 (onze) horas de descanso, que podem ser
fracionadas, usufruídas no veículo e coincidir com os intervalos mencionados
no § 1o, observadas no primeiro período 8 (oito) horas ininterruptas de
descanso. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4o Entende-se como tempo de direção ou de condução apenas o
período em que o condutor estiver efetivamente ao volante, em curso entre a
origem e o destino. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5o Entende-se como início de viagem a partida do veículo na ida ou no
retorno, com ou sem carga, considerando-se como sua continuação as
partidas nos dias subsequentes até o destino. (Incluído pela Lei nº
13.103, de 2015) (Vigência)

561
atemploCisA

§ 6o O condutor somente iniciará uma viagem após o cumprimento


integral do intervalo de descanso previsto no § 3o deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 7o Nenhum transportador de cargas ou coletivo de passageiros,
embarcador, consignatário de cargas, operador de terminais de carga,
operador de transporte multimodal de cargas ou agente de cargas ordenará a
qualquer motorista a seu serviço, ainda que subcontratado, que conduza
veículo referido no caput sem a observância do disposto no §
6o. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 67-D. (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por controlar e registrar
o tempo de condução estipulado no art. 67-C, com vistas à sua estrita
observância. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1o A não observância dos períodos de descanso estabelecidos no art.
67-C sujeitará o motorista profissional às penalidades daí decorrentes,
previstas neste Código. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 2o O tempo de direção será controlado mediante registrador
instantâneo inalterável de velocidade e tempo e, ou por meio de anotação em
diário de bordo, ou papeleta ou ficha de trabalho externo, ou por meios
eletrônicos instalados no veículo, conforme norma do Contran. (Incluído
pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 3o O equipamento eletrônico ou registrador deverá funcionar de forma
independente de qualquer interferência do condutor, quanto aos dados
registrados. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4o A guarda, a preservação e a exatidão das informações contidas no
equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e de tempo
são de responsabilidade do condutor. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
CAPÍTULO IV
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens
apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para
circulação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte

562
atemploCisA

da calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de
pedestres.
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao
pedestre em direitos e deveres.
§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quando não for
possível a utilização destes, a circulação de pedestres na pista de rolamento
será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila
única, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a
segurança ficar comprometida.
§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quando não for
possível a utilização dele, a circulação de pedestres, na pista de rolamento,
será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila
única, em sentido contrário ao deslocamento de veículos, exceto em locais
proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar
comprometida.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte a serem
construídas, deverá ser previsto passeio destinado à circulação dos pedestres,
que não deverão, nessas condições, usar o acostamento.
§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para pedestres,
o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via deverá assegurar a devida
sinalização e proteção para circulação de pedestres.
Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará precauções
de segurança, levando em conta, principalmente, a visibilidade, a distância e a
velocidade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a ele
destinadas sempre que estas existirem numa distância de até cinqüenta
metros dele, observadas as seguintes disposições:
I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via deverá ser
feito em sentido perpendicular ao de seu eixo;
II - para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou
delimitada por marcas sobre a pista:
a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das luzes;
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo ou o
agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos;

563
atemploCisA

III - nas interseções e em suas proximidades, onde não existam faixas de


travessia, os pedestres devem atravessar a via na continuação da calçada,
observadas as seguintes normas:
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que podem
fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão
aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade.
Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas
delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais
com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições
deste Código.
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafórica de
controle de passagem será dada preferência aos pedestres que não tenham
concluído a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo liberando a
passagem dos veículos.
Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via manterá,
obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em boas condições de
visibilidade, higiene, segurança e sinalização.
CAPÍTULO V
DO CIDADÃO
Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por
escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, sinalização,
fiscalização e implantação de equipamentos de segurança, bem como sugerir
alterações em normas, legislação e outros assuntos pertinentes a este Código.
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema Nacional de
Trânsito têm o dever de analisar as solicitações e responder, por escrito,
dentro de prazos mínimos, sobre a possibilidade ou não de atendimento,
esclarecendo ou justificando a análise efetuada, e, se pertinente, informando
ao solicitante quando tal evento ocorrerá.
Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem esclarecer quais as
atribuições dos órgãos e entidades pertencentes ao Sistema Nacional de
Trânsito e como proceder a tais solicitações.
CAPÍTULO VI
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever
prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.

564
atemploCisA

§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada


órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão promover,
dentro de sua estrutura organizacional ou mediante convênio, o
funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões
estabelecidos pelo CONTRAN.
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os
cronogramas das campanhas de âmbito nacional que deverão ser promovidas
por todos os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, em
especial nos períodos referentes às férias escolares, feriados prolongados e à
Semana Nacional de Trânsito.
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão
promover outras campanhas no âmbito de sua circunscrição e de acordo com
as peculiaridades locais.
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter permanente, e
os serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens explorados pelo
poder público são obrigados a difundi-las gratuitamente, com a freqüência
recomendada pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas
escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas
entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas
áreas de atuação.
Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o Ministério da
Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho de
Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante convênio,
promoverá:
I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo
interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de trânsito;
II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas
escolas de formação para o magistério e o treinamento de professores e
multiplicadores;
III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento e
análise de dados estatísticos relativos ao trânsito;

565
atemploCisA

IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto


aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à
integração universidades-sociedade na área de trânsito.
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Ministério da
Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer campanha nacional
esclarecendo condutas a serem seguidas nos primeiros socorros em caso de
acidente de trânsito.
Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente por intermédio
do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo intensificadas nos períodos e na
forma estabelecidos no art. 76.
Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades componentes do
Sistema Nacional de Trânsito os mecanismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E
para a veiculação de mensagens educativas de trânsito em todo o território
nacional, em caráter suplementar às campanhas previstas nos arts. 75 e
77. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação ou promoção,
nos meios de comunicação social, de produto oriundo da indústria
automobilística ou afim, incluirá, obrigatoriamente, mensagem educativa de
trânsito a ser conjuntamente veiculada. (Incluído pela Lei nº 12.006, de
2009).
§ 1o Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se produtos
oriundos da indústria automobilística ou afins: (Incluído pela Lei nº
12.006, de 2009).
I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie, incluídos os
de passageiros e os de carga; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos veículos
mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
§ 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se à propaganda de
natureza comercial, veiculada por iniciativa do fabricante do produto, em
qualquer das seguintes modalidades: (Incluído pela Lei nº 12.006, de
2009).
I – rádio; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
II – televisão; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
III – jornal; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
IV – revista; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

566
atemploCisA

V – outdoor. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).


§ 3o Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao fabricante o
montador, o encarroçador, o importador e o revendedor autorizado dos
veículos e demais produtos discriminados no § 1o deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada
em outdoor instalado à margem de rodovia, dentro ou fora da respectiva
faixa de domínio, a obrigação prevista no art. 77-B estende-se à propaganda
de qualquer tipo de produto e anunciante, inclusive àquela de caráter
institucional ou eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) especificará o
conteúdo e o padrão de apresentação das mensagens, bem como os
procedimentos envolvidos na respectiva veiculação, em conformidade com as
diretrizes fixadas para as campanhas educativas de trânsito a que se refere o
art. 75. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desacordo com as
condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D constitui infração punível com as
seguintes sanções: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
I – advertência por escrito; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de qualquer
outra propaganda do produto, pelo prazo de até 60 (sessenta)
dias; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
III - multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete reais) a R$
8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco reais), cobrada do dobro até o
quíntuplo em caso de reincidência. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 1o As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente, conforme
dispuser o regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, qualquer infração
acarretará a imediata suspensão da veiculação da peça publicitária até que
sejam cumpridas as exigências fixadas nos arts. 77-A a 77-D. (Incluído
pela Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto, do
Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por intermédio do CONTRAN,

567
atemploCisA

desenvolverão e implementarão programas destinados à prevenção de


acidentes.
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos valores
arrecadados destinados à Previdência Social, do Prêmio do Seguro
Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via
Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de 1974,
serão repassados mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacional de
Trânsito para aplicação exclusiva em programas de que trata este artigo.
Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão firmar
convênio com os órgãos de educação da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, objetivando o cumprimento das obrigações
estabelecidas neste capítulo.
CAPÍTULO VII
DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO
Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via,
sinalização prevista neste Código e em legislação complementar, destinada a
condutores e pedestres, vedada a utilização de qualquer outra.
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem
perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em distância compatível
com a segurança do trânsito, conforme normas e especificações do
CONTRAN.
§ 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental e por
período prefixado, a utilização de sinalização não prevista neste Código.
§ 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização nas vias internas
pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas e nas
vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo
é de seu proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes,
publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam gerar confusão,
interferir na visibilidade da sinalização e comprometer a segurança do
trânsito.
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos
suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições,
legendas e símbolos que não se relacionem com a mensagem da sinalização.

568
atemploCisA

Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas ou símbolos


ao longo das vias condiciona-se à prévia aprovação do órgão ou entidade
com circunscrição sobre a via.
Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via
poderá retirar ou determinar a imediata retirada de qualquer elemento que
prejudique a visibilidade da sinalização viária e a segurança do trânsito, com
ônus para quem o tenha colocado.
Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trânsito com
circunscrição sobre a via à travessia de pedestres deverão ser sinalizados com
faixas pintadas ou demarcadas no leito da via.
Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, oficinas,
estacionamentos ou garagens de uso coletivo deverão ter suas entradas e
saídas devidamente identificadas, na forma regulamentada pelo CONTRAN.
Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que trata o
inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com as respectivas
placas indicativas de destinação e com placas informando os dados sobre a
infração por estacionamento indevido. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
I - verticais;
II - horizontais;
III - dispositivos de sinalização auxiliar;
IV - luminosos;
V - sonoros;
VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após sua
construção, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras ou de
manutenção, enquanto não estiver devidamente sinalizada, vertical e
horizontalmente, de forma a garantir as condições adequadas de segurança
na circulação.
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá ser afixada
sinalização específica e adequada.
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:

569
atemploCisA

I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e


outros sinais;
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por
inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta.
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é
responsável pela implantação da sinalização, respondendo pela sua falta,
insuficiência ou incorreta colocação.
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se refere à
interpretação, colocação e uso da sinalização.
CAPÍTULO VIII
DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA FISCALIZAÇÃO E DO
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO
Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regulamentos a serem
adotados em todo o território nacional quando da implementação das
soluções adotadas pela Engenharia de Tráfego, assim como padrões a serem
praticados por todos os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 92. (VETADO)
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa transformar-se em
pólo atrativo de trânsito poderá ser aprovado sem prévia anuência do órgão
ou entidade com circunscrição sobre a via e sem que do projeto conste área
para estacionamento e indicação das vias de acesso adequadas.
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança de veículos e
pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não possa ser retirado, deve
ser devida e imediatamente sinalizado.
Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações transversais e de
sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em casos especiais
definidos pelo órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios
estabelecidos pelo CONTRAN.
Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou interromper a
livre circulação de veículos e pedestres, ou colocar em risco sua segurança,
será iniciada sem permissão prévia do órgão ou entidade de trânsito com
circunscrição sobre a via.

570
atemploCisA

§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela execução ou


manutenção da obra ou do evento.
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de trânsito com
circunscrição sobre a via avisará a comunidade, por intermédio dos meios de
comunicação social, com quarenta e oito horas de antecedência, de qualquer
interdição da via, indicando-se os caminhos alternativos a serem utilizados.
§ 3º O descumprimento do disposto neste artigo será punido com
multa de R$ 81,35 (oitenta e um reais e trinta e cinco centavos) a R$ 488,10
(quatrocentos e oitenta e oito reais e dez centavos), independentemente das
cominações cíveis e penais cabíveis, além de multa diária no mesmo valor até
a regularização da situação, a partir do prazo final concedido pela autoridade
de trânsito, levando-se em consideração a dimensão da obra ou do evento e
o prejuízo causado ao trânsito. (Redação pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância de qualquer das
normas previstas neste e nos arts. 93 e 94, a autoridade de trânsito aplicará
multa diária na base de cinqüenta por cento do dia de vencimento ou
remuneração devida enquanto permanecer a irregularidade.
CAPÍTULO IX
DOS VEÍCULOS
Seção I
Disposições Gerais
Art. 96. Os veículos classificam-se em:
I - quanto à tração:
a) automotor;
b) elétrico;
c) de propulsão humana;
d) de tração animal;
e) reboque ou semi-reboque;
II - quanto à espécie:
a) de passageiros:
1 - bicicleta;
2 - ciclomotor;
3 - motoneta;

571
atemploCisA

4 - motocicleta;
5 - triciclo;
6 - quadriciclo;
7 - automóvel;
8 - microônibus;
9 - ônibus;
10 - bonde;
11 - reboque ou semi-reboque;
12 - charrete;
b) de carga:
1 - motoneta;
2 - motocicleta;
3 - triciclo;
4 - quadriciclo;
5 - caminhonete;
6 - caminhão;
7 - reboque ou semi-reboque;
8 - carroça;
9 - carro-de-mão;
c) misto:
1 - camioneta;
2 - utilitário;
3 - outros;
d) de competição;
e) de tração:
1 - caminhão-trator;
2 - trator de rodas;
3 - trator de esteiras;
4 - trator misto;
f) especial;

572
atemploCisA

g) de coleção;
III - quanto à categoria:
a) oficial;
b) de representação diplomática, de repartições consulares de carreira
ou organismos internacionais acreditados junto ao Governo brasileiro;
c) particular;
d) de aluguel;
e) de aprendizagem.
Art. 97. As características dos veículos, suas especificações básicas,
configuração e condições essenciais para registro, licenciamento e circulação
serão estabelecidas pelo CONTRAN, em função de suas aplicações.
Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia
autorização da autoridade competente, fazer ou ordenar que sejam feitas no
veículo modificações de suas características de fábrica.
Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados que sofrerem
alterações ou conversões são obrigados a atender aos mesmos limites e
exigências de emissão de poluentes e ruído previstos pelos órgãos ambientais
competentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade executora das
modificações e ao proprietário do veículo a responsabilidade pelo
cumprimento das exigências.
Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veículo cujo
peso e dimensões atenderem aos limites estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de pesagem ou
pela verificação de documento fiscal, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bruto total e
peso bruto transmitido por eixo de veículos à superfície das vias, quando
aferido por equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem de veículos
serão aferidos de acordo com a metodologia e na periodicidade
estabelecidas pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia
legal.
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar
com lotação de passageiros, com peso bruto total, ou com peso bruto total
combinado com peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, nem
ultrapassar a capacidade máxima de tração da unidade tratora.

573
atemploCisA

§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros poderão ser


dotados de pneus extralargos. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 2º O Contran regulamentará o uso de pneus extralargos para os demais
veículos. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º É permitida a fabricação de veículos de transporte de passageiros de até
15 m (quinze metros) de comprimento na configuração de chassi
8x2. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte
de carga indivisível, que não se enquadre nos limites de peso e dimensões
estabelecidos pelo CONTRAN, poderá ser concedida, pela autoridade com
circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo certo,
válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurança consideradas
necessárias.
§ 1º A autorização será concedida mediante requerimento que
especificará as características do veículo ou combinação de veículos e de
carga, o percurso, a data e o horário do deslocamento inicial.
§ 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilidade por
eventuais danos que o veículo ou a combinação de veículos causar à via ou a
terceiros.
§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões poderá ser
concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização
especial de trânsito, com prazo de seis meses, atendidas as medidas de
segurança consideradas necessárias.
Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente equipado quando
transitar, de modo a evitar o derramamento da carga sobre a via.
Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mínimos e a forma de
proteção das cargas de que trata este artigo, de acordo com a sua natureza.
Seção II
Da Segurança dos Veículos
Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando atendidos os
requisitos e condições de segurança estabelecidos neste Código e em normas
do CONTRAN.
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores
de veículos deverão emitir certificado de segurança, indispensável ao
cadastramento no RENAVAM, nas condições estabelecidas pelo CONTRAN.

574
atemploCisA

§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e a periodicidade


para que os fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores
comprovem o atendimento aos requisitos de segurança veicular, devendo,
para isso, manter disponíveis a qualquer tempo os resultados dos testes e
ensaios dos sistemas e componentes abrangidos pela legislação de segurança
veicular.
Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de segurança,
de controle de emissão de gases poluentes e de ruído avaliadas mediante
inspeção, que será obrigatória, na forma e periodicidade estabelecidas pelo
CONTRAN para os itens de segurança e pelo CONAMA para emissão de gases
poluentes e ruído.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)
§ 4º (VETADO)
§ 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção aos veículos
reprovados na inspeção de segurança e na de emissão de gases poluentes e
ruído.
§ 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput, durante 3 (três)
anos a partir do primeiro licenciamento, os veículos novos classificados na
categoria particular, com capacidade para até 7 (sete) passageiros, desde que
mantenham suas características originais de fábrica e não se envolvam em
acidente de trânsito com danos de média ou grande monta. (Incluído
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 7º Para os demais veículos novos, o período de que trata o § 6º será de 2
(dois) anos, desde que mantenham suas características originais de fábrica e
não se envolvam em acidente de trânsito com danos de média ou grande
monta. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a
serem estabelecidos pelo CONTRAN:
I - cinto de segurança, conforme regulamentação específica do
CONTRAN, com exceção dos veículos destinados ao transporte de
passageiros em percursos em que seja permitido viajar em pé;
II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os de
transporte de passageiros com mais de dez lugares e os de carga com peso

575
atemploCisA

bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas,


equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;
III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos automotores,
segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN;
IV - (VETADO)
V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e
de ruído, segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN.
VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira,
traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.
VII - equipamento suplementar de retenção - air bag frontal para o
condutor e o passageiro do banco dianteiro. (Incluído pela Lei nº 11.910,
de 2009)
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obrigatórios dos
veículos e determinará suas especificações técnicas.
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou acessório
proibido, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas
previstas neste Código.
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores
de veículos e os revendedores devem comercializar os seus veículos com os
equipamentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os demais
estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento do disposto
neste artigo.
§ 5o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo será
progressivamente incorporada aos novos projetos de automóveis e dos
veículos deles derivados, fabricados, importados, montados ou encarroçados,
a partir do 1o (primeiro) ano após a definição pelo Contran das especificações
técnicas pertinentes e do respectivo cronograma de implantação e a partir do
5o (quinto) ano, após esta definição, para os demais automóveis zero
quilômetro de modelos ou projetos já existentes e veículos deles
derivados. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
§ 6o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo não se
aplica aos veículos destinados à exportação. (Incluído pela Lei nº 11.910,
de 2009)

576
atemploCisA

Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação de veículo


ou, ainda, quando ocorrer substituição de equipamento de segurança
especificado pelo fabricante, será exigido, para licenciamento e registro,
certificado de segurança expedido por instituição técnica credenciada por
órgão ou entidade de metrologia legal, conforme norma elaborada pelo
CONTRAN.
Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou
coletivo de passageiros, deverão satisfazer, além das exigências previstas
neste Código, às condições técnicas e aos requisitos de segurança, higiene e
conforto estabelecidos pelo poder competente para autorizar, permitir ou
conceder a exploração dessa atividade.
Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a autoridade com
circunscrição sobre a via poderá autorizar, a título precário, o transporte de
passageiros em veículo de carga ou misto, desde que obedecidas as
condições de segurança estabelecidas neste Código e pelo CONTRAN.
Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá exceder a
doze meses, prazo a partir do qual a autoridade pública responsável deverá
implantar o serviço regular de transporte coletivo de passageiros, em
conformidade com a legislação pertinente e com os dispositivos deste
Código. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao transporte de
passageiros só pode ser realizado de acordo com as normas estabelecidas
pelo CONTRAN.
Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas características
para competição ou finalidade análoga só poderá circular nas vias públicas
com licença especial da autoridade de trânsito, em itinerário e horário fixados.
Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
I - (VETADO)
II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em
movimento, salvo nos que possuam espelhos retrovisores em ambos os lados.
III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decorativos
ou pinturas, quando comprometer a segurança do veículo, na forma de
regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter publicitário ou
qualquer outra que possa desviar a atenção dos condutores em toda a

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atemploCisA

extensão do pára-brisa e da traseira dos veículos, salvo se não colocar em


risco a segurança do trânsito.
Art. 112. (Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999)
Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroçadoras e
fabricantes de veículos e autopeças são responsáveis civil e criminalmente por
danos causados aos usuários, a terceiros, e ao meio ambiente, decorrentes de
falhas oriundas de projetos e da qualidade dos materiais e equipamentos
utilizados na sua fabricação.
Seção III
Da Identificação do Veículo
Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres
gravados no chassi ou no monobloco, reproduzidos em outras partes,
conforme dispuser o CONTRAN.
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de modo a
identificar o veículo, seu fabricante e as suas características, além do ano de
fabricação, que não poderá ser alterado.
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de prévia
autorização da autoridade executiva de trânsito e somente serão processadas
por estabelecimento por ela credenciado, mediante a comprovação de
propriedade do veículo, mantida a mesma identificação anterior, inclusive o
ano de fabricação.
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da autoridade
executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se faça, modificações da
identificação de seu veículo.
Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio de placas
dianteira e traseira, sendo esta lacrada em sua estrutura, obedecidas as
especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada veículo e
o acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado seu reaproveitamento.
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Nacional serão
usadas somente pelos veículos de representação pessoal do Presidente e do
Vice-Presidente da República, dos Presidentes do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados, do Presidente e dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, dos Ministros de Estado, do Advogado-Geral da União e do
Procurador-Geral da República.

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atemploCisA

§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribunais Federais,


dos Governadores, Prefeitos, Secretários Estaduais e Municipais, dos
Presidentes das Assembléias Legislativas, das Câmaras Municipais, dos
Presidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e do respectivo
chefe do Ministério Público e ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadas
terão placas especiais, de acordo com os modelos estabelecidos pelo
CONTRAN.
§ 4o Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar
maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos de construção ou
de pavimentação são sujeitos ao registro na repartição competente, se
transitarem em via pública, dispensados o licenciamento e o
emplacamento. (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015) (Vide)
§ 4o-A. Os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar
ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas, desde que
facultados a transitar em via pública, são sujeitos ao registro único, sem ônus,
em cadastro específico do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, acessível aos componentes do Sistema Nacional de
Trânsito. (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015) (Vide)
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso bélico.
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da placa
dianteira.
§ 7o Excepcionalmente, mediante autorização específica e
fundamentada das respectivas corregedorias e com a devida comunicação
aos órgãos de trânsito competentes, os veículos utilizados por membros do
Poder Judiciário e do Ministério Público que exerçam competência ou
atribuição criminal poderão temporariamente ter placas especiais, de forma a
impedir a identificação de seus usuários específicos, na forma de regulamento
a ser emitido, conjuntamente, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ, pelo
Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP e pelo Conselho Nacional
de Trânsito - CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 8o Os veículos artesanais utilizados para trabalho agrícola (jericos), para
efeito do registro de que trata o § 4o-A, ficam dispensados da exigência
prevista no art. 106. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
§ 9º As placas que possuírem tecnologia que permita a identificação do
veículo ao qual estão atreladas são dispensadas da utilização do lacre previsto

579
atemploCisA

no caput, na forma a ser regulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei


nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do Distrito
Federal, devidamente registrados e licenciados, somente quando estritamente
usados em serviço reservado de caráter policial, poderão usar placas
particulares, obedecidos os critérios e limites estabelecidos pela legislação
que regulamenta o uso de veículo oficial.
Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de
passageiros deverão conter, em local facilmente visível, a inscrição indicativa
de sua tara, do peso bruto total (PBT), do peso bruto total combinado (PBTC)
ou capacidade máxima de tração (CMT) e de sua lotação, vedado o uso em
desacordo com sua classificação.
CAPÍTULO X
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
Art. 118. A circulação de veículo no território nacional,
independentemente de sua origem, em trânsito entre o Brasil e os países com
os quais exista acordo ou tratado internacional, reger-se-á pelas disposições
deste Código, pelas convenções e acordos internacionais ratificados.
Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de controle de fronteira
comunicarão diretamente ao RENAVAM a entrada e saída temporária ou
definitiva de veículos.
§ 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território
nacional sem o prévio pagamento ou o depósito, judicial ou administrativo,
dos valores correspondentes às infrações de trânsito cometidas e ao
ressarcimento de danos que tiverem causado ao patrimônio público ou de
particulares, independentemente da fase do processo administrativo ou
judicial envolvendo a questão. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 2º Os veículos que saírem do território nacional sem o cumprimento do
disposto no § 1º e que posteriormente forem flagrados tentando ingressar ou
já em circulação no território nacional serão retidos até a regularização da
situação. (Incluído pela Lei nº 13. 281, de 2016) (Vigência)
CAPÍTULO XI
DO REGISTRO DE VEÍCULOS
Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-
reboque, deve ser registrado perante o órgão executivo de trânsito do Estado

580
atemploCisA

ou do Distrito Federal, no Município de domicílio ou residência de seu


proprietário, na forma da lei.
§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal
somente registrarão veículos oficiais de propriedade da administração direta,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de qualquer um
dos poderes, com indicação expressa, por pintura nas portas, do nome, sigla
ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veículo será registrado,
excetuando-se os veículos de representação e os previstos no art. 116.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso bélico.
Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de Registro de
Veículo - CRV de acordo com os modelos e especificações estabelecidos pelo
CONTRAN, contendo as características e condições de invulnerabilidade à
falsificação e à adulteração.
Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de Veículo o órgão
executivo de trânsito consultará o cadastro do RENAVAM e exigirá do
proprietário os seguintes documentos:
I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou documento
equivalente expedido por autoridade competente;
II - documento fornecido pelo Ministério das Relações Exteriores,
quando se tratar de veículo importado por membro de missões diplomáticas,
de repartições consulares de carreira, de representações de organismos
internacionais e de seus integrantes.
Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de
Veículo quando:
I - for transferida a propriedade;
II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência;
III - for alterada qualquer característica do veículo;
IV - houver mudança de categoria.
§ 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para o
proprietário adotar as providências necessárias à efetivação da expedição do
novo Certificado de Registro de Veículo é de trinta dias, sendo que nos
demais casos as providências deverão ser imediatas.
§ 2º No caso de transferência de domicílio ou residência no mesmo
Município, o proprietário comunicará o novo endereço num prazo de trinta

581
atemploCisA

dias e aguardará o novo licenciamento para alterar o Certificado de


Licenciamento Anual.
§ 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao órgão
executivo de trânsito que expediu o anterior e ao RENAVAM.
Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de Veículo
serão exigidos os seguintes documentos:
I - Certificado de Registro de Veículo anterior;
II - Certificado de Licenciamento Anual;
III - comprovante de transferência de propriedade, quando for o caso,
conforme modelo e normas estabelecidas pelo CONTRAN;
IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de poluentes e
ruído, quando houver adaptação ou alteração de características do veículo;
V - comprovante de procedência e justificativa da propriedade dos
componentes e agregados adaptados ou montados no veículo, quando
houver alteração das características originais de fábrica;
VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no caso de veículo
da categoria de missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira,
de representações de organismos internacionais e de seus integrantes;
VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida no
Município do registro anterior, que poderá ser substituída por informação do
RENAVAM;
VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a tributos, encargos
e multas de trânsito vinculados ao veículo, independentemente da
responsabilidade pelas infrações cometidas;
IX - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art. 98,
quando houver alteração nas características originais do veículo que afetem a
emissão de poluentes e ruído;
XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de poluentes e
ruído, quando for o caso, conforme regulamentações do CONTRAN e do
CONAMA.
Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os agregados e as
características originais do veículo deverão ser prestadas ao RENAVAM:

582
atemploCisA

I - pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no caso de


veículo nacional;
II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado por pessoa
física;
III - pelo importador, no caso de veículo importado por pessoa jurídica.
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM serão
repassadas ao órgão executivo de trânsito responsável pelo registro, devendo
este comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o veículo registrado.
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou destinado à
desmontagem, deverá requerer a baixa do registro, no prazo e forma
estabelecidos pelo Contran, vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo
chassi de forma a manter o registro anterior. (Redação dada pela Lei nº
12.977, de 2014) (Vigência)
Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da companhia
seguradora ou do adquirente do veículo destinado à desmontagem, quando
estes sucederem ao proprietário.
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efetuará a baixa
do registro após prévia consulta ao cadastro do RENAVAM.
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta
comunicada, de imediato, ao RENAVAM.
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de Veículo
enquanto houver débitos fiscais e de multas de trânsito e ambientais,
vinculadas ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas
infrações cometidas.
Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de propulsão humana
e dos veículos de tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida
em legislação municipal do domicílio ou residência de seus
proprietários. (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos automotores
destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos
agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, diretamente ou mediante convênio. (Incluído pela Lei nº
13.154, de 2015)
CAPÍTULO XII
DO LICENCIAMENTO

583
atemploCisA

Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-


reboque, para transitar na via, deverá ser licenciado anualmente pelo órgão
executivo de trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver
registrado o veículo.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso bélico.
§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é válido,
durante o exercício, o licenciamento de origem.
Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo
licenciado, vinculado ao Certificado de Registro, no modelo e especificações
estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao registro.
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando quitados os
débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais,
vinculados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas
infrações cometidas.
§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar sua
aprovação nas inspeções de segurança veicular e de controle de emissões de
gases poluentes e de ruído, conforme disposto no art. 104.
Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licenciamento e terão
sua circulação regulada pelo CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o
Município de destino.
§ 1o O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos veículos
importados, durante o trajeto entre a alfândega ou entreposto alfandegário e
o Município de destino. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2o (Revogado pela Lei nº 13.154, de 2015)
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento Anual.
Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no momento da
fiscalização, for possível ter acesso ao devido sistema informatizado para
verificar se o veículo está licenciado. (Incluído pela Lei nº 13. 281, de
2016) (Vigência)
Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo
deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do Estado dentro de um
prazo de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de
propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se

584
atemploCisA

responsabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas


reincidências até a data da comunicação.
Parágrafo único. O comprovante de transferência de propriedade de que
trata o caput poderá ser substituído por documento eletrônico, na forma
regulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou
coletivo de passageiros de linhas regulares ou empregados em qualquer
serviço remunerado, para registro, licenciamento e respectivo emplacamento
de característica comercial, deverão estar devidamente autorizados pelo
poder público concedente.
CAPÍTULO XIII
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES
Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condução coletiva de
escolares somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo
órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal,
exigindo-se, para tanto:
I - registro como veículo de passageiros;
II - inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e
de segurança;
III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centímetros
de largura, à meia altura, em toda a extensão das partes laterais e traseira da
carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veículo
de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas devem ser
invertidas;
IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e
tempo;
V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades
da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na
extremidade superior da parte traseira;
VI - cintos de segurança em número igual à lotação;
VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo
CONTRAN.
Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior deverá ser
afixada na parte interna do veículo, em local visível, com inscrição da lotação

585
atemploCisA

permitida, sendo vedada a condução de escolares em número superior à


capacidade estabelecida pelo fabricante.
Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de escolares deve
satisfazer os seguintes requisitos:
I - ter idade superior a vinte e um anos;
II - ser habilitado na categoria D;
III - (VETADO)
IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser
reincidente em infrações médias durante os doze últimos meses;
V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da regulamentação
do CONTRAN.
Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal
de aplicar as exigências previstas em seus regulamentos, para o transporte de
escolares.
CAPÍTULO XIII-A
DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE
(Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao transporte
remunerado de mercadorias – moto-frete – somente poderão circular nas vias
com autorização emitida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos
Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: (Incluído pela Lei
nº 12.009, de 2009)
I – registro como veículo da categoria de aluguel; (Incluído pela Lei
nº 12.009, de 2009)
II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no chassi do
veículo, destinado a proteger o motor e a perna do condutor em caso de
tombamento, nos termos de regulamentação do Conselho Nacional de
Trânsito – Contran; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas, nos termos de
regulamentação do Contran; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
IV – inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios
e de segurança. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
§ 1o A instalação ou incorporação de dispositivos para transporte de
cargas deve estar de acordo com a regulamentação do Contran. (Incluído
pela Lei nº 12.009, de 2009)

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atemploCisA

§ 2o É proibido o transporte de combustíveis, produtos inflamáveis ou


tóxicos e de galões nos veículos de que trata este artigo, com exceção do gás
de cozinha e de galões contendo água mineral, desde que com o auxílio
de side-car, nos termos de regulamentação do Contran. (Incluído pela Lei
nº 12.009, de 2009)
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal ou
estadual de aplicar as exigências previstas em seus regulamentos para as
atividades de moto-frete no âmbito de suas circunscrições. (Incluído
pela Lei nº 12.009, de 2009)
CAPÍTULO XIV
DA HABILITAÇÃO
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será
apurada por meio de exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou
entidade executivos do Estado ou do Distrito Federal, do domicílio ou
residência do candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão,
devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:
I - ser penalmente imputável;
II - saber ler e escrever;
III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação serão
cadastradas no RENACH.
Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à aprendizagem
para conduzir veículos automotores e elétricos e à autorização para conduzir
ciclomotores serão regulamentados pelo CONTRAN.
§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de
tração animal ficará a cargo dos Municípios.
§ 2º (VETADO)
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro país está
subordinado às condições estabelecidas em convenções e acordos
internacionais e às normas do CONTRAN.
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de A a E,
obedecida a seguinte gradação:
I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas,
com ou sem carro lateral;

587
atemploCisA

II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido pela


categoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos
quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do
motorista;
III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em
transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos
quilogramas;
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no
transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do
motorista;
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a unidade
tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada,
reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil
quilogramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito)
lugares. (Redação dada pela Lei nº 12.452, de 2011)
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado
no mínimo há um ano na categoria B e não ter cometido nenhuma infração
grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias, durante os
últimos doze meses.
§ 2o São os condutores da categoria B autorizados a conduzir veículo
automotor da espécie motor-casa, definida nos termos do Anexo I deste
Código, cujo peso não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja
lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motorista. (Incluído
pela Lei nº 12.452, de 2011)
§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combinação de
veículos com mais de uma unidade tracionada, independentemente da
capacidade de tração ou do peso bruto total. (Renumerado pela Lei nº
12.452, de 2011)
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o
equipamento automotor destinado à movimentação de cargas ou execução
de trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção ou de pavimentação só
podem ser conduzidos na via pública por condutor habilitado nas categorias
C, D ou E.
Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos automotores
destinados a executar trabalhos agrícolas poderão ser conduzidos em via
pública também por condutor habilitado na categoria B. (Redação dada
pela Lei nº 13.097, de 2015)

588
atemploCisA

Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para conduzir veículo


de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de emergência ou de
produto perigoso, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos:
I - ser maior de vinte e um anos;
II - estar habilitado:
a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um ano na
categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria D; e
b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se
na categoria E;
III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser
reincidente em infrações médias durante os últimos doze meses;
IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de
prática veicular em situação de risco, nos termos da normatização do
CONTRAN.
Parágrafo único. A participação em curso especializado previsto no inciso IV
independe da observância do disposto no inciso III. (Incluído pela Lei nº
12.619, de 2012) (Vigência)
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir ambulâncias, o
candidato deverá comprovar treinamento especializado e reciclagem em
cursos específicos a cada 5 (cinco) anos, nos termos da normatização do
Contran. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o condutor deverá
realizar exames complementares exigidos para habilitação na categoria
pretendida.
Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a exames
realizados pelo órgão executivo de trânsito, na seguinte ordem:
I - de aptidão física e mental;
II - (VETADO)
III - escrito, sobre legislação de trânsito;
IV - de noções de primeiros socorros, conforme regulamentação do
CONTRAN;
V - de direção veicular, realizado na via pública, em veículo da categoria
para a qual estiver habilitando-se.

589
atemploCisA

§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos respectivos


examinadores serão registrados no RENACH. (Renumerado do parágrafo
único, pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e renovável a
cada cinco anos, ou a cada três anos para condutores com mais de sessenta e
cinco anos de idade, no local de residência ou domicílio do
examinado. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psicológica preliminar e
complementar sempre que a ele se submeter o condutor que exerce atividade
remunerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para os demais candidatos
apenas no exame referente à primeira habilitação. (Redação dada pela Lei
nº 10.350, de 2001)
§ 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental, ou de
progressividade de doença que possa diminuir a capacidade para conduzir o
veículo, o prazo previsto no § 2º poderá ser diminuído por proposta do perito
examinador. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 5o O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo terá essa
informação incluída na sua Carteira Nacional de Habilitação, conforme
especificações do Conselho Nacional de Trânsito – Contran. (Incluído pela
Lei nº 10.350, de 2001)
Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegurada
acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnologias assistivas
ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo de
habilitação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 1o O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas dos
cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei deve ser
acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta associada à tradução
simultânea em Libras. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 2o É assegurado também ao candidato com deficiência auditiva
requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da Libras, para
acompanhamento em aulas práticas e teóricas. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção veicular,
poderão ser aplicados por entidades públicas ou privadas credenciadas pelo
órgão executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, de acordo com
as normas estabelecidas pelo CONTRAN.

590
atemploCisA

§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamente, curso


de direção defensiva e de conceitos básicos de proteção ao meio ambiente
relacionados com o trânsito.
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Dirigir, com
validade de um ano.
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao condutor no
término de um ano, desde que o mesmo não tenha cometido nenhuma
infração de natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente em infração
média.
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tendo em vista
a incapacidade de atendimento do disposto no parágrafo anterior, obriga o
candidato a reiniciar todo o processo de habilitação.
§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá dispensar os
tripulantes de aeronaves que apresentarem o cartão de saúde expedido pelas
Forças Armadas ou pelo Departamento de Aeronáutica Civil, respectivamente,
da prestação do exame de aptidão física e mental. (Incluído pela Lei nº
9.602, de 1998)
Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se a
exames toxicológicos para a habilitação e renovação da Carteira Nacional de
Habilitação. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1o O exame de que trata este artigo buscará aferir o consumo de
substâncias psicoativas que, comprovadamente, comprometam a capacidade
de direção e deverá ter janela de detecção mínima de 90 (noventa) dias, nos
termos das normas do Contran. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 2o Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de
Habilitação com validade de 5 (cinco) anos deverão fazer o exame previsto no
§ 1o no prazo de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses a contar da realização do
disposto no caput. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 3o Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de
Habilitação com validade de 3 (três) anos deverão fazer o exame previsto no §
1o no prazo de 1 (um) ano e 6 (seis) meses a contar da realização do disposto
no caput. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)

591
atemploCisA

§ 4o É garantido o direito de contraprova e de recurso administrativo no


caso de resultado positivo para o exame de que trata o caput, nos termos das
normas do Contran. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5o A reprovação no exame previsto neste artigo terá como
consequência a suspensão do direito de dirigir pelo período de 3 (três) meses,
condicionado o levantamento da suspensão ao resultado negativo em novo
exame, e vedada a aplicação de outras penalidades, ainda que
acessórias. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 6o O resultado do exame somente será divulgado para o interessado e
não poderá ser utilizado para fins estranhos ao disposto neste artigo ou no §
6o do art. 168 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluído pela Lei nº
13.103, de 2015) (Vigência)
§ 7o O exame será realizado, em regime de livre concorrência, pelos
laboratórios credenciados pelo Departamento Nacional de Trânsito -
DENATRAN, nos termos das normas do Contran, vedado aos entes
públicos: (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
I - fixar preços para os exames; (Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
II - limitar o número de empresas ou o número de locais em que a
atividade pode ser exercida; e (Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
III - estabelecer regras de exclusividade territorial. (Incluído pela Lei
nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 149. (VETADO)
Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anterior, o condutor
que não tenha curso de direção defensiva e primeiros socorros deverá a eles
ser submetido, conforme normatização do CONTRAN.
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores contratados para
operar a sua frota de veículos é obrigada a fornecer curso de direção
defensiva, primeiros socorros e outros conforme normatização do CONTRAN.
Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre legislação de
trânsito ou de direção veicular, o candidato só poderá repetir o exame depois
de decorridos quinze dias da divulgação do resultado.

592
atemploCisA

Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante comissão


integrada por 3 (três) membros designados pelo dirigente do órgão executivo
local de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos um
membro deverá ser habilitado na categoria igual ou superior à pretendida
pelo candidato.
§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e bombeiros dos
órgãos de segurança pública da União, dos Estados e do Distrito Federal que
possuírem curso de formação de condutor ministrado em suas corporações
serão dispensados, para a concessão do documento de habilitação, dos
exames aos quais se houverem submetido com aprovação naquele curso,
desde que neles sejam observadas as normas estabelecidas pelo
Contran. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar interessado na dispensa
de que trata o § 2º instruirá seu requerimento com ofício do comandante,
chefe ou diretor da unidade administrativa onde prestar serviço, do qual
constarão o número do registro de identificação, naturalidade, nome, filiação,
idade e categoria em que se habilitou a conduzir, acompanhado de cópia das
atas dos exames prestados. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 4º (VETADO)
Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a identificação
de seus instrutores e examinadores, que serão passíveis de punição conforme
regulamentação a ser estabelecida pelo CONTRAN.
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores e
examinadores serão de advertência, suspensão e cancelamento da
autorização para o exercício da atividade, conforme a falta cometida.
Art. 154. Os veículos destinados à formação de condutores serão
identificados por uma faixa amarela, de vinte centímetros de largura, pintada
ao longo da carroçaria, à meia altura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor
preta.
Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para aprendizagem,
quando autorizado para servir a esse fim, deverá ser afixada ao longo de sua
carroçaria, à meia altura, faixa branca removível, de vinte centímetros de
largura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.

593
atemploCisA

Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e elétrico será


realizada por instrutor autorizado pelo órgão executivo de trânsito dos
Estados ou do Distrito Federal, pertencente ou não à entidade credenciada.
Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização para
aprendizagem, de acordo com a regulamentação do CONTRAN, após
aprovação nos exames de aptidão física, mental, de primeiros socorros e
sobre legislação de trânsito. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento para prestação
de serviço pelas auto-escolas e outras entidades destinadas à formação de
condutores e às exigências necessárias para o exercício das atividades de
instrutor e examinador.
Art. 157. (VETADO)
Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se: (Vide Lei nº 12.217,
de 2010) Vigência
I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão executivo de
trânsito;
II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.
§ 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na
aprendizagem poderá conduzir apenas mais um
acompanhante. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.217, de
2010).
§ 2o Parte da aprendizagem será obrigatoriamente realizada durante a
noite, cabendo ao CONTRAN fixar-lhe a carga horária mínima
correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.217, de 2010).
Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em modelo único
e de acordo com as especificações do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos
estabelecidos neste Código, conterá fotografia, identificação e CPF do
condutor, terá fé pública e equivalerá a documento de identidade em todo o
território nacional.
§ 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira
Nacional de Habilitação quando o condutor estiver à direção do veículo.
§ 2º (VETADO)
§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilitação será
regulamentada pelo CONTRAN.
§ 4º (VETADO)

594
atemploCisA

§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir


somente terão validade para a condução de veículo quando apresentada em
original.
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expedida e a da
autoridade expedidora serão registradas no RENACH.
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro no RENACH,
agregando-se neste todas as informações.
§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Habilitação ou a
emissão de uma nova via somente será realizada após quitação de débitos
constantes do prontuário do condutor.
§ 9º (VETADO)
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está condicionada ao
prazo de vigência do exame de aptidão física e mental. (Incluído pela Lei
nº 9.602, de 1998)
§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na vigência do Código
anterior, será substituída por ocasião do vencimento do prazo para
revalidação do exame de aptidão física e mental, ressalvados os casos
especiais previstos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser
submetido a novos exames para que possa voltar a dirigir, de acordo com as
normas estabelecidas pelo CONTRAN, independentemente do
reconhecimento da prescrição, em face da pena concretizada na
sentença.
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido poderá ser
submetido aos exames exigidos neste artigo, a juízo da autoridade executiva
estadual de trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva estadual de
trânsito poderá apreender o documento de habilitação do condutor até a sua
aprovação nos exames realizados.
CAPÍTULO XV
DAS INFRAÇÕES
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer
preceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do
CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas
indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.

595
atemploCisA

Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do


CONTRAN terão suas penalidades e medidas administrativas definidas nas
próprias resoluções.
Art. 162. Dirigir veículo:
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir
ou Autorização para Conduzir Ciclomotor: (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de
condutor habilitado; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou
Autorização para Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspensão do direito
de dirigir: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e
retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado; (Incluído
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de
categoria diferente da do veículo que esteja conduzindo: (Redação dada
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Penalidade - multa (duas vezes); (Redação dada pela Lei nº 13.281,
de 2016) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de
condutor habilitado; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
IV - (VETADO)

596
atemploCisA

V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de


trinta dias:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de
Habilitação e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado;
VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de audição, de
prótese física ou as adaptações do veículo impostas por ocasião da concessão
ou da renovação da licença para conduzir:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento da
irregularidade ou apresentação de condutor habilitado.
Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições previstas
no artigo anterior:
Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do artigo anterior.
Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos incisos do art.
162 tome posse do veículo automotor e passe a conduzi-lo na via:
Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art. 162.
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei
nº 11.705, de 2008)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12


(doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e


retenção do veículo, observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503,

597
atemploCisA

de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. (Redação


dada pela Lei nº 12.760, de 2012)

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso


de reincidência no período de até 12 (doze) meses. (Redação dada pela
Lei nº 12.760, de 2012)

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou


outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra
substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277: (Incluído pela
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de


2016) (Vigência)

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12


(doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e


retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270. (Incluído
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso


de reincidência no período de até 12 (doze) meses (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)

Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, mesmo


habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não estiver em condições de
dirigi-lo com segurança:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança,
conforme previsto no art. 65:
Infração - grave;

598
atemploCisA

Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo
infrator.
Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância das
normas de segurança especiais estabelecidas neste Código:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade seja
sanada.
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à
segurança:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via
pública, ou os demais veículos:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento do
documento de habilitação.
Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veículos,
água ou detritos:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 173. Disputar corrida: (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e
apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)

599
atemploCisA

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e


remoção do veículo.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso
de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração
anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e
demonstração de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como
condutor, sem permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a
via: (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e
apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e
remoção do veículo.
§ 1o As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores
participantes. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência
no período de 12 (doze) meses da infração anterior. Incluído pela Lei nº
12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra
perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com
deslizamento ou arrastamento de pneus: (Redação dada pela Lei nº
12.971, de 2014) (Vigência)
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e
apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e
remoção do veículo.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso
de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior.
(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:

600
atemploCisA

I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;


II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo
para o trânsito no local;
III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da
perícia;
IV - de adotar providências para remover o veículo do local, quando
determinadas por policial ou agente da autoridade de trânsito;
V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias
à confecção do boletim de ocorrência:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.
Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de
trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar
providências para remover o veículo do local, quando necessária tal medida
para assegurar a segurança e a fluidez do trânsito:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via pública,
salvo nos casos de impedimento absoluto de sua remoção e em que o veículo
esteja devidamente sinalizado:
I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
II - nas demais vias:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível:

601
atemploCisA

Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 181. Estacionar o veículo:
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da
via transversal:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centímetros a
um metro:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito
rápido e das vias dotadas de acostamento:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou tampas de
poços de visita de galerias subterrâneas, desde que devidamente
identificados, conforme especificação do CONTRAN:
Infração - média;

602
atemploCisA

Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou
ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais,
divisores de pista de rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim
público:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada à
entrada ou saída de veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
X - impedindo a movimentação de outro veículo:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de
veículos e pedestres:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;

603
atemploCisA

XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de


embarque ou desembarque de passageiros de transporte coletivo ou, na
inexistência desta sinalização, no intervalo compreendido entre dez metros
antes e depois do marco do ponto:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XIV - nos viadutos, pontes e túneis:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XV - na contramão de direção:
Infração - média;
Penalidade - multa;
XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente freado e sem calço
de segurança, quando se tratar de veículo com peso bruto total superior a
três mil e quinhentos quilogramas:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XVII - em desacordo com as condições regulamentadas especificamente
pela sinalização (placa - Estacionamento Regulamentado):
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela sinalização
(placa - Proibido Estacionar):
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XIX - em locais e horários de estacionamento e parada proibidos pela
sinalização (placa - Proibido Parar e Estacionar):

604
atemploCisA

Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo.
XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou idosos, sem
credencial que comprove tal condição: (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito aplicará a
penalidade preferencialmente após a remoção do veículo.
§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o calço de
segurança na via.
Art. 182. Parar o veículo:
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da
via transversal:
Infração - média;
Penalidade - multa;
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centímetros a
um metro:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:
Infração - média;
Penalidade - multa;
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:
Infração - leve;
Penalidade - multa;

605
atemploCisA

V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito


rápido e das demais vias dotadas de acostamento:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, refúgios,
canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e marcas de canalização:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de
veículos e pedestres:
Infração - média;
Penalidade - multa;
VIII - nos viadutos, pontes e túneis:
Infração - média;
Penalidade - multa;
IX - na contramão de direção:
Infração - média;
Penalidade - multa;
X - em local e horário proibidos especificamente pela sinalização (placa -
Proibido Parar):
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal
luminoso:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 184. Transitar com o veículo:
I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circulação
exclusiva para determinado tipo de veículo, exceto para acesso a imóveis
lindeiros ou conversões à direita:
Infração - leve;
Penalidade - multa;

606
atemploCisA

II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de circulação


exclusiva para determinado tipo de veículo:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com circulação
destinada aos veículos de transporte público coletivo de passageiros, salvo
casos de força maior e com autorização do poder público
competente: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

Penalidade - multa e apreensão do veículo; (Incluído pela Lei nº


13.154, de 2015)

Medida Administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei nº


13.154, de 2015)
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de conservá-lo:
I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamentação, exceto
em situações de emergência;
II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultrapassar outro
veículo e apenas pelo tempo necessário, respeitada a preferência do veículo
que transitar em sentido contrário:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
II - vias com sinalização de regulamentação de sentido único de
circulação:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela
regulamentação estabelecida pela autoridade competente:

607
atemploCisA

I - para todos os tipos de veículos:


Infração - média;
Penalidade - multa;
II - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou
perturbando o trânsito:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores,
de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de
trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente
identificados por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação
vermelha intermitentes:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com
prioridade de passagem devidamente identificada por dispositivos
regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos
opostos, estejam na iminência de passar um pelo outro ao realizar operação
de ultrapassagem:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de
dirigir. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de até 12 (doze) meses da infração
anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre
o seu veículo e os demais, bem como em relação ao bordo da pista,
considerando-se, no momento, a velocidade, as condições climáticas do local
da circulação e do veículo:

608
atemploCisA

Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas,
ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e
divisores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização,
gramados e jardins públicos:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (três vezes).
Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a
pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente
de trânsito ou de seus agentes:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto
regulamentar de braço ou luz indicadora de direção do veículo, o início da
marcha, a realização da manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou
de faixa de circulação:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo para a faixa
mais à esquerda ou mais à direita, dentro da respectiva mão de direção,
quando for manobrar para um desses lados:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando solicitado:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente estiver
colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda:
Infração - média;

609
atemploCisA

Penalidade - multa.
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte coletivo ou de
escolares, parado para embarque ou desembarque de passageiros, salvo
quando houver refúgio de segurança para o pedestre:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta
centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 202. Ultrapassar outro veículo:
I - pelo acostamento;
II - em interseções e passagens de nível;
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei nº
12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:
I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;
II - nas faixas de pedestre;
III - nas pontes, viadutos ou túneis;
IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas,
cruzamentos ou qualquer outro impedimento à livre circulação;
V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de fluxos
opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua amarela:
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei nº 12.971,
de 2014) (Vigência)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de até 12 (doze) meses da infração
anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

610
atemploCisA

Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita, para


aguardar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à esquerda, onde não
houver local apropriado para operação de retorno:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre cortejo, préstito,
desfile e formações militares, salvo com autorização da autoridade de trânsito
ou de seus agentes:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 206. Executar operação de retorno:
I - em locais proibidos pela sinalização;
II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;
III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamento ou
canteiros de divisões de pista de rolamento, refúgios e faixas de pedestres e
nas de veículos não motorizados;
IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da via
transversal;
V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que em
locais permitidos:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à esquerda em
locais proibidos pela sinalização:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada
obrigatória:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou sem
sinalização ou dispositivos auxiliares, deixar de adentrar às áreas destinadas à
pesagem de veículos ou evadir-se para não efetuar o pagamento do pedágio:

611
atemploCisA

Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do direito de
dirigir;
Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento do
documento de habilitação.
Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal
luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer outro obstáculo, com
exceção dos veículos não motorizados:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha férrea:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva marcha for
interceptada:
I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, desfiles e
outros:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
II - por agrupamento de veículos, como cortejos, formações militares e
outros:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo
não motorizado:
I - que se encontre na faixa a ele destinada;
II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde
para o veículo;
III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes:

612
atemploCisA

Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização
a ele destinada;
V - que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o
veículo:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:
I - em interseção não sinalizada:
a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória;
b) a veículo que vier da direita;
II - nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê a
Preferência:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequadamente
posicionado para ingresso na via e sem as precauções com a segurança de
pedestres e de outros veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem dar
preferência de passagem a pedestres e a outros veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o
local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de
trânsito rápido, vias arteriais e demais vias: (Redação dada pela Lei nº
11.334, de 2006)
I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por
cento): (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

613
atemploCisA

Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)


II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte
por cento) até 50% (cinqüenta por cento): (Redação dada pela Lei nº
11.334, de 2006)
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50%
(cinqüenta por cento): (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)
Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do direito de
dirigir e apreensão do documento de habilitação. (Incluído pela Lei nº
11.334, de 2006)
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da
velocidade máxima estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o
trânsito, a menos que as condições de tráfego e meteorológicas não o
permitam, salvo se estiver na faixa da direita:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível
com a segurança do trânsito:
I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos, préstitos e
desfiles:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo agente da
autoridade de trânsito, mediante sinais sonoros ou gestos;
III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou acostamento;
IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não sinalizada;
V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada;
VI - nos trechos em curva de pequeno raio;
VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência de obras ou
trabalhadores na pista;
VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;

614
atemploCisA

IX - quando houver má visibilidade;


X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso ou
avariado;
XI - à aproximação de animais na pista;
XII - em declive;
XIII - ao ultrapassar ciclista:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e
desembarque de passageiros ou onde haja intensa movimentação de
pedestres:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em desacordo com as
especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização e
apreensão das placas irregulares.
Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que confecciona,
distribui ou coloca, em veículo próprio ou de terceiros, placas de identificação
não autorizadas pela regulamentação.
Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de
emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente dos veículos de
polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito e das
ambulâncias, ainda que parados:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta de
forma a perturbar a visão de outro condutor:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

615
atemploCisA

Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias providas de
iluminação pública:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os demais
condutores e, à noite, não manter acesas as luzes externas ou omitir-se
quanto a providências necessárias para tornar visível o local, quando:
I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou permanecer no
acostamento;
II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada
imediatamente:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha sido
utilizado para sinalização temporária da via:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 227. Usar buzina:
I - em situação que não a de simples toque breve como advertência ao
pedestre ou a condutores de outros veículos;
II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;
III - entre as vinte e duas e as seis horas;
IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;
V - em desacordo com os padrões e freqüências estabelecidas pelo
CONTRAN:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou
freqüência que não sejam autorizados pelo CONTRAN:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

616
atemploCisA

Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que


produza sons e ruído que perturbem o sossego público, em desacordo com
normas fixadas pelo CONTRAN:
Infração - média;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 230. Conduzir o veículo:
I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro
elemento de identificação do veículo violado ou falsificado;
II - transportando passageiros em compartimento de carga, salvo por
motivo de força maior, com permissão da autoridade competente e na forma
estabelecida pelo CONTRAN;
III - com dispositivo anti-radar;
IV - sem qualquer uma das placas de identificação;
V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;
VI - com qualquer uma das placas de identificação sem condições de
legibilidade e visibilidade:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VII - com a cor ou característica alterada;
VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicular, quando
obrigatória;
IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou
inoperante;
X - com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido
pelo CONTRAN;
XI - com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso,
deficiente ou inoperante;
XII - com equipamento ou acessório proibido;
XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de sinalização
alterados;

617
atemploCisA

XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo


viciado ou defeituoso, quando houver exigência desse aparelho;
XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter
publicitário afixados ou pintados no pára-brisa e em toda a extensão da parte
traseira do veículo, excetuadas as hipóteses previstas neste Código;
XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por películas refletivas
ou não, painéis decorativos ou pinturas;
XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas pela
legislação;
XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou
reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes
e ruído, prevista no art. 104;
XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;
XX - sem portar a autorização para condução de escolares, na forma
estabelecida no art. 136:
Infração - grave;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições
previstas neste Código;
XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com
lâmpadas queimadas:
Infração - média;
Penalidade - multa.
XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no art. 67-C,
relativamente ao tempo de permanência do condutor ao volante e aos
intervalos para descanso, quando se tratar de veículo de transporte de carga
ou coletivo de passageiros: (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)

618
atemploCisA

Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 13.103, de


2015) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo para cumprimento do tempo
de descanso aplicável. (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência)
XXIV- (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
§ 1o Se o condutor cometeu infração igual nos últimos 12 (doze) meses,
será convertida, automaticamente, a penalidade disposta no inciso XXIII em
infração grave. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2o Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação do veículo fica
condicionada ao pagamento ou ao depósito, judicial ou administrativo, da
multa. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 231. Transitar com o veículo:
Art. 231. Transitar com o veículo:
I - danificando a via, suas instalações e equipamentos;
II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via:
a) carga que esteja transportando;
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;
III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos
fixados pelo CONTRAN;
IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites
estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;
V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância quando
aferido por equipamento, na forma a ser estabelecida pelo CONTRAN:
Infração - média;

619
atemploCisA

Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou fração de


excesso de peso apurado, constante na seguinte tabela:
a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco reais e trinta e
dois centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos quilogramas) - R$ 10,64
(dez reais e sessenta e quatro centavos); (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)
c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogramas) - R$ 21,28 (vinte
e um reais e vinte e oito centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas) - R$ 31,92 (trinta e
um reais e noventa e dois centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281,
de 2016) (Vigência)
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil quilogramas) - R$ 42,56
(quarenta e dois reais e cinquenta e seis centavos); (Redação dada pela
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$ 53,20 (cinquenta e
três reais e vinte centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da carga
excedente;
VI - em desacordo com a autorização especial, expedida pela autoridade
competente para transitar com dimensões excedentes, ou quando a mesma
estiver vencida:
Infração - grave;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VII - com lotação excedente;
VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não
for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior ou com permissão da
autoridade competente:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo;

620
atemploCisA

IX - desligado ou desengrenado, em declive:


Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo;
X - excedendo a capacidade máxima de tração:
Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre o excesso
de peso apurado e a capacidade máxima de tração, a ser regulamentada pelo
CONTRAN;
Penalidade - multa;
Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de carga
excedente.
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos incisos V e X, o
veículo que transitar com excesso de peso ou excedendo à capacidade
máxima de tração, não computado o percentual tolerado na forma do
disposto na legislação, somente poderá continuar viagem após descarregar o
que exceder, segundo critérios estabelecidos na referida legislação
complementar.
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório
referidos neste Código:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação do
documento.
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias,
junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as hipóteses previstas no art.
123:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de
identificação do veículo:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;

621
atemploCisA

Medida administrativa - remoção do veículo.


Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do
veículo, salvo nos casos devidamente autorizados:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.
Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, salvo em
casos de emergência:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as especificações, e
com falta de inscrição e simbologia necessárias à sua identificação, quando
exigidas pela legislação:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a seus
agentes, mediante recibo, os documentos de habilitação, de registro, de
licenciamento de veículo e outros exigidos por lei, para averiguação de sua
autenticidade:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para regularização,
sem permissão da autoridade competente ou de seus agentes:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do registro de
veículo irrecuperável ou definitivamente desmontado:
Infração - grave;
Penalidade - multa;

622
atemploCisA

Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Registro e do


Certificado de Licenciamento Anual.
Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de
habilitação do condutor:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de registro,
licenciamento ou habilitação:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão executivo
de trânsito competente a ocorrência de perda total do veículo e de lhe
devolver as respectivas placas e documentos:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos documentos.
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e
vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo
CONTRAN;
II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma
estabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suplementar colocado
atrás do condutor ou em carro lateral;
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;
IV - com os faróis apagados;
V - transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas
circunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação;
VI - rebocando outro veículo;
VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente
para indicação de manobras;

623
atemploCisA

VIII – transportando carga incompatível com suas especificações ou em


desacordo com o previsto no § 2o do art. 139-A desta Lei; (Incluído pela
Lei nº 12.009, de 2009)
IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em desacordo
com o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as normas que regem a
atividade profissional dos mototaxistas: (Incluído pela Lei nº 12.009, de
2009)
Infração – grave; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Penalidade – multa; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Medida administrativa – apreensão do veículo para
regularização. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de:
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele
destinado;
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver
acostamento ou faixas de rolamento próprias;
c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, condições de
cuidar de sua própria segurança.
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do parágrafo
anterior:
Infração - média;
Penalidade - multa.
§ 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo não se
aplica às motocicletas e motonetas que tracionem semi-reboques
especialmente projetados para esse fim e devidamente homologados pelo
órgão competente. (Incluído pela Lei nº 10.517, de 2002)
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais ou
equipamentos, sem autorização do órgão ou entidade de trânsito com
circunscrição sobre a via:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do material.

624
atemploCisA

Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa incidirão sobre


a pessoa física ou jurídica responsável.
Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circulação, à
segurança de veículo e pedestres, tanto no leito da via terrestre como na
calçada, ou obstaculizar a via indevidamente:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da autoridade
de trânsito, conforme o risco à segurança.
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física ou jurídica
responsável pela obstrução, devendo a autoridade com circunscrição sobre a
via providenciar a sinalização de emergência, às expensas do responsável, ou,
se possível, promover a desobstrução.
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, em fila
única, os veículos de tração ou propulsão humana e os de tração animal,
sempre que não houver acostamento ou faixa a eles destinados:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de passageiros
carga excedente em desacordo com o estabelecido no art. 109:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção para o transbordo.
Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, quando o
veículo estiver parado, para fins de embarque ou desembarque de
passageiros e carga ou descarga de mercadorias:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:
I - deixar de manter acesa a luz baixa:
a) durante a noite;
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública e nas
rodovias; (Redação dada pela Lei nº 13.290, de 2016) (Vigência)

625
atemploCisA

c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte coletivo de


passageiros, circulando em faixas ou pistas a eles destinadas;
d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;
II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posição sob chuva
forte, neblina ou cerração;
III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de emergência;
II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes situações:
a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro condutor
que se tem o propósito de ultrapassá-lo;
b) em imobilizações ou situação de emergência, como advertência,
utilizando pisca-alerta;
c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar o uso do
pisca-alerta:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 252. Dirigir o veículo:
I - com o braço do lado de fora;
II - transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou entre
os braços e pernas;
III - com incapacidade física ou mental temporária que comprometa a
segurança do trânsito;
IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que comprometa a
utilização dos pedais;
V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais
regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar
equipamentos e acessórios do veículo;
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem
sonora ou de telefone celular;
Infração - média;

626
atemploCisA

Penalidade - multa.
VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em
movimento: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

Infração - média; (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

Penalidade - multa. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V caracterizar-se-á como


infração gravíssima no caso de o condutor estar segurando ou manuseando
telefone celular. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 253. Bloquear a via com veículo:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberadamente, interromper,
restringir ou perturbar a circulação na via sem autorização do órgão ou
entidade de trânsito com circunscrição sobre ela: (Incluído pela Lei nº
13. 281, de 2016)

Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)

Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12


(doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)

Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei nº


13.281, de 2016)

§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes aos


organizadores da conduta prevista no caput. (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016)

§ 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência no período de


12 (doze) meses. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)

627
atemploCisA

§ 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas que incorram


na infração, devendo a autoridade com circunscrição sobre a via restabelecer
de imediato, se possível, as condições de normalidade para a circulação na
via. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
Art. 254. É proibido ao pedestre:
I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las
onde for permitido;
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo
onde exista permissão;
III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando
houver sinalização para esse fim;
IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito,
ou para a prática de qualquer folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em
casos especiais e com a devida licença da autoridade competente;
V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou
subterrânea;
VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;
Infração - leve;
Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do valor da infração
de natureza leve.
VII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a
circulação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no
parágrafo único do art. 59:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo para o
pagamento da multa.
CAPÍTULO XVI
DAS PENALIDADES

628
atemploCisA

Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências


estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às
infrações nele previstas, as seguintes penalidades:
I - advertência por escrito;
II - multa;
III - suspensão do direito de dirigir;
IV - (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
VI - cassação da Permissão para Dirigir;
VII - freqüência obrigatória em curso de reciclagem.
§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código não elide as
punições originárias de ilícitos penais decorrentes de crimes de trânsito,
conforme disposições de lei.
§ 2º (VETADO)
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos ou
entidades executivos de trânsito responsáveis pelo licenciamento do veículo e
habilitação do condutor.
Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao proprietário do
veículo, ao embarcador e ao transportador, salvo os casos de
descumprimento de obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou
jurídicas expressamente mencionados neste Código.
§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas
concomitantemente as penalidades de que trata este Código toda vez que
houver responsabilidade solidária em infração dos preceitos que lhes couber
observar, respondendo cada um de per si pela falta em comum que lhes for
atribuída.
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração
referente à prévia regularização e preenchimento das formalidades e
condições exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e
inalterabilidade de suas características, componentes, agregados, habilitação
legal e compatível de seus condutores, quando esta for exigida, e outras
disposições que deva observar.
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes
de atos praticados na direção do veículo.

629
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§ 4º O embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de


carga com excesso de peso nos eixos ou no peso bruto total, quando
simultaneamente for o único remetente da carga e o peso declarado na nota
fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele aferido.
§ 5º O transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte
de carga com excesso de peso nos eixos ou quando a carga proveniente de
mais de um embarcador ultrapassar o peso bruto total.
§ 6º O transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis
pela infração relativa ao excesso de peso bruto total, se o peso declarado na
nota fiscal, fatura ou manifesto for superior ao limite legal.
§ 7º Não sendo imediata a identificação do infrator, o proprietário do
veículo terá quinze dias de prazo, após a notificação da autuação, para
apresentá-lo, na forma em que dispuser o CONTRAN, ao fim do qual, não o
fazendo, será considerado responsável pela infração.
§ 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não havendo
identificação do infrator e sendo o veículo de propriedade de pessoa jurídica,
será lavrada nova multa ao proprietário do veículo, mantida a originada pela
infração, cujo valor é o da multa multiplicada pelo número de infrações iguais
cometidas no período de doze meses.
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do disposto no §
3º do art. 258 e no art. 259.
Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo com
sua gravidade, em quatro categorias:
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa no valor de R$
293,47 (duzentos e noventa e três reais e quarenta e sete
centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
II - infração de natureza grave, punida com multa no valor de R$ 195,23
(cento e noventa e cinco reais e vinte e três centavos); (Redação dada
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
III - infração de natureza média, punida com multa no valor de R$ 130,16
(cento e trinta reais e dezesseis centavos); (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)
IV - infração de natureza leve, punida com multa no valor de R$ 88,38
(oitenta e oito reais e trinta e oito centavos). (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)

630
atemploCisA

§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.281, de


2016) (Vigência)
§ 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator multiplicador ou índice
adicional específico é o previsto neste Código.
§ 3º (VETADO)
§ 4º (VETADO)
Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguintes
números de pontos:
I - gravíssima - sete pontos;
II - grave - cinco pontos;
III - média - quatro pontos;
IV - leve - três pontos.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
§ 4o Ao condutor identificado no ato da infração será atribuída pontuação
pelas infrações de sua responsabilidade, nos termos previstos no § 3 o do art.
257, excetuando-se aquelas praticadas por passageiros usuários do serviço de
transporte rodoviário de passageiros em viagens de longa distância
transitando em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas regulares
intermunicipal, interestadual, internacional e aquelas em viagem de longa
distância por fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, excetuadas as
situações regulamentadas pelo Contran a teor do art. 65 da Lei no 9.503, de
23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro. (Incluído pela
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão ou entidade
de trânsito com circunscrição sobre a via onde haja ocorrido a infração, de
acordo com a competência estabelecida neste Código.
§ 1º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da
Federação diversa da do licenciamento do veículo serão arrecadadas e
compensadas na forma estabelecida pelo CONTRAN.
§ 2º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da
Federação diversa daquela do licenciamento do veículo poderão ser

631
atemploCisA

comunicadas ao órgão ou entidade responsável pelo seu licenciamento, que


providenciará a notificação.
§ 3º (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 4º Quando a infração for cometida com veículo licenciado no exterior,
em trânsito no território nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes de
sua saída do País, respeitado o princípio de reciprocidade.
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta
nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos, no
período de 12 (doze) meses, conforme a pontuação prevista no art.
259; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
II - por transgressão às normas estabelecidas neste Código, cujas
infrações preveem, de forma específica, a penalidade de suspensão do direito
de dirigir. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de suspensão do direito de
dirigir são os seguintes: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e, no caso
de reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois)
anos; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) meses, exceto para as
infrações com prazo descrito no dispositivo infracional, e, no caso de
reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses,
respeitado o disposto no inciso II do art. 263. (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a Carteira
Nacional de Habilitação será devolvida a seu titular imediatamente após
cumprida a penalidade e o curso de reciclagem.
§ 3o A imposição da penalidade de suspensão do direito de dirigir
elimina os 20 (vinte) pontos computados para fins de contagem
subsequente. (Incluído pela Lei nº 12.547, de 2011)
§ 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)

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§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em veículo, habilitado


na categoria C, D ou E, poderá optar por participar de curso preventivo de
reciclagem sempre que, no período de 1 (um) ano, atingir 14 (quatorze)
pontos, conforme regulamentação do Contran. (Redação dada pela Lei
nº 13.281, de 2016) (Vigência)

§ 6o Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5o, o condutor terá


eliminados os pontos que lhe tiverem sido atribuídos, para fins de contagem
subsequente. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º não poderá fazer


nova opção no período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)

§ 8o A pessoa jurídica concessionária ou permissionária de serviço


público tem o direito de ser informada dos pontos atribuídos, na forma do
art. 259, aos motoristas que integrem seu quadro funcional, exercendo
atividade remunerada ao volante, na forma que dispuser o
Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

§ 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. 162 o condutor


que, notificado da penalidade de que trata este artigo, dirigir veículo
automotor em via pública. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)

§ 10. O processo de suspensão do direito de dirigir referente ao inciso II


do caput deste artigo deverá ser instaurado concomitantemente com o
processo de aplicação da penalidade de multa. (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)
§ 11. O Contran regulamentará as disposições deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 262. (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer
veículo;

633
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II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das infrações


previstas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito, observado
o disposto no art. 160.
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a irregularidade na
expedição do documento de habilitação, a autoridade expedidora promoverá
o seu cancelamento.
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacional de
Habilitação, o infrator poderá requerer sua reabilitação, submetendo-se a
todos os exames necessários à habilitação, na forma estabelecida pelo
CONTRAN.
Art. 264. (VETADO)
Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação
do documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamentada da
autoridade de trânsito competente, em processo administrativo, assegurado
ao infrator amplo direito de defesa.
Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais
infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as respectivas penalidades.
Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à
infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não
sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses,
quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta
providência como mais educativa.
§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o acréscimo do
valor da multa prevista no § 3º do art. 258, imposta por infração
posteriormente cometida.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos pedestres,
podendo a multa ser transformada na participação do infrator em cursos de
segurança viária, a critério da autoridade de trânsito.
Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na forma
estabelecida pelo CONTRAN:
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação;
II - quando suspenso do direito de dirigir;
III - quando se envolver em acidente grave para o qual haja contribuído,
independentemente de processo judicial;

634
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IV - quando condenado judicialmente por delito de trânsito;


V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando
em risco a segurança do trânsito;
VI - em outras situações a serem definidas pelo CONTRAN.
CAPÍTULO XVII
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das
competências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição,
deverá adotar as seguintes medidas administrativas:
I - retenção do veículo;
II - remoção do veículo;
III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;
V - recolhimento do Certificado de Registro;
VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;
VII - (VETADO)
VIII - transbordo do excesso de carga;
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de
substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica;
X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa
de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após
o pagamento de multas e encargos devidos.
XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de
prática de primeiros socorros e de direção veicular. (Incluído pela Lei nº
9.602, de 1998)
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas
administrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus
agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade
física da pessoa.
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não elidem a
aplicação das penalidades impostas por infrações estabelecidas neste Código,
possuindo caráter complementar a estas.

635
atemploCisA

§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional de Habilitação e


a Permissão para Dirigir.
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o disposto
nos arts. 271 e 328, no que couber.
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código.
§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o
veículo será liberado tão logo seja regularizada a situação.
§ 2o Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo,
desde que ofereça condições de segurança para circulação, poderá ser
liberado e entregue a condutor regularmente habilitado, mediante
recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, contra apresentação de
recibo, assinalando-se prazo razoável ao condutor para regularizar a situação,
para o que se considerará, desde logo, notificado. (Redação dada pela Lei
nº 13.160, de 2015)
§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao condutor
no órgão ou entidade aplicadores das medidas administrativas, tão logo o
veículo seja apresentado à autoridade devidamente regularizado.
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o
veículo será removido a depósito, aplicando-se neste caso o disposto no art.
271. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se
tratar de veículo de transporte coletivo transportando passageiros ou veículo
transportando produto perigoso ou perecível, desde que ofereça condições
de segurança para circulação em via pública.
§ 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se refere o § 2o, será
feito registro de restrição administrativa no Renavam por órgão ou entidade
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, que será retirada após
comprovada a regularização. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 7o O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2o resultará
em recolhimento do veículo ao depósito, aplicando-se, nesse caso, o disposto
no art. 271. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste Código,
para o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente, com
circunscrição sobre a via.

636
atemploCisA

§ 1o A restituição do veículo removido só ocorrerá mediante prévio


pagamento de multas, taxas e despesas com remoção e estada, além de
outros encargos previstos na legislação específica. (Incluído pela Lei nº
13.160, de 2015)
§ 2o A liberação do veículo removido é condicionada ao reparo de
qualquer componente ou equipamento obrigatório que não esteja em
perfeito estado de funcionamento. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência que não possa
ser tomada no depósito, a autoridade responsável pela remoção liberará o
veículo para reparo, na forma transportada, mediante autorização,
assinalando prazo para reapresentação. (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016)
§ 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo poderão ser
realizados por órgão público, diretamente, ou por particular contratado por
licitação pública, sendo o proprietário do veículo o responsável pelo
pagamento dos custos desses serviços. (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016)
§ 5o O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato de
remoção do veículo, sobre as providências necessárias à sua restituição e
sobre o disposto no art. 328, conforme regulamentação do
CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no
momento da remoção do veículo, a autoridade de trânsito, no prazo de 10
(dez) dias contado da data da remoção, deverá expedir ao proprietário a
notificação prevista no § 5º, por remessa postal ou por outro meio
tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, caso reste frustrada, a
notificação poderá ser feita por edital. (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016)
§ 7o A notificação devolvida por desatualização do endereço do
proprietário do veículo ou por recusa desse de recebê-la será considerada
recebida para todos os efeitos (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 8o Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação será feita
por edital. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 9o Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade puder ser
sanada no local da infração. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

637
atemploCisA

§ 10. O pagamento das despesas de remoção e estada será


correspondente ao período integral, contado em dias, em que efetivamente o
veículo permanecer em depósito, limitado ao prazo de 6 (seis)
meses. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)

§ 11. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados por


particulares poderão ser pagos pelo proprietário diretamente ao
contratado. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)

§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o respectivo ente


da Federação estabelecer a cobrança por meio de taxa instituída em
lei. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)

§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do recolhimento


comprovar, administrativa ou judicialmente, que o recolhimento foi indevido
ou que houve abuso no período de retenção em depósito, é da
responsabilidade do ente público a devolução das quantias pagas por força
deste artigo, segundo os mesmos critérios da devolução de multas
indevidas. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e da
Permissão para Dirigir dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos
neste Código, quando houver suspeita de sua inautenticidade ou adulteração.
Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á mediante
recibo, além dos casos previstos neste Código, quando:
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade no prazo
de trinta dias.
Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual dar-se-á
mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando:
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não puder ser
sanada no local.
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condição para
que o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado às expensas do
proprietário do veículo, sem prejuízo da multa aplicável.

638
atemploCisA

Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao disposto


neste artigo, o veículo será recolhido ao depósito, sendo liberado após
sanada a irregularidade e pagas as despesas de remoção e estada.

Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por


litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art.
165. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)

Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando


a infração for apurada por meio de aparelho de medição, observada a
legislação metrológica. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)

Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de


trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a
teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos
ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência
de álcool ou outra substância psicoativa que determine
dependência. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)

§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)

§ 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada


mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma
disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora ou produção
de quaisquer outras provas em direito admitidas. (Redação dada pela
Lei nº 12.760, de 2012)

§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas


estabelecidas no art. 165-A deste Código ao condutor que se recusar a se
submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não submetendo
veículo à pesagem obrigatória nos pontos de pesagem, fixos ou móveis, será
aplicada a penalidade prevista no art. 209, além da obrigação de retornar ao
ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória.

639
atemploCisA

Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial, a


apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja localizado, aplicando-se, além
das penalidades em que incorre, as estabelecidas no art. 210.
Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo equipado
com registrador instantâneo de velocidade e tempo, somente o perito oficial
encarregado do levantamento pericial poderá retirar o disco ou unidade
armazenadora do registro.
CAPÍTULO XVIII
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Seção I
Da Autuação
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-
á auto de infração, do qual constará:
I - tipificação da infração;
II - local, data e hora do cometimento da infração;
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie,
e outros elementos julgados necessários à sua identificação;
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente
autuador ou equipamento que comprovar a infração;
VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como
notificação do cometimento da infração.
§ 1º (VETADO)
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou
do agente da autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por
equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio
tecnologicamente disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN.
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito
relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, informando os dados
a respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para o
procedimento previsto no artigo seguinte.
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto
de infração poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial
militar designado pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no
âmbito de sua competência.

640
atemploCisA

Seção II
Do Julgamento das Autuações e Penalidades
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida
neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de
infração e aplicará a penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado
insubsistente:
I - se considerado inconsistente ou irregular;
II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da
autuação. (Redação dada pela Lei nº 9.602, de 1998)
Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao
proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer
outro meio tecnológico hábil, que assegure a ciência da imposição da
penalidade.
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do
proprietário do veículo será considerada válida para todos os efeitos.
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repartições
consulares de carreira e de representações de organismos internacionais e de
seus integrantes será remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as
providências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de multa.
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à
exceção daquela de que trata o § 1º do art. 259, a notificação será
encaminhada ao proprietário do veículo, responsável pelo seu pagamento.
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para
apresentação de recurso pelo responsável pela infração, que não será inferior
a trinta dias contados da data da notificação da penalidade. (Incluído
pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no parágrafo
anterior será a data para o recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei nº
9.602, de 1998)
Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor autuado poderá
optar por ser notificado por meio eletrônico se o órgão do Sistema Nacional
de Trânsito responsável pela autuação oferecer essa opção. (Incluído
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

641
atemploCisA

§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar pela notificação por


meio eletrônico deverá manter seu cadastro atualizado no órgão executivo de
trânsito do Estado ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o proprietário ou o
condutor autuado será considerado notificado 30 (trinta) dias após a inclusão
da informação no sistema eletrônico. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 3º O sistema previsto no caput será certificado digitalmente, atendidos os
requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade
da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído pela
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 283. (VETADO)
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do
vencimento expressa na notificação, por oitenta por cento do seu valor.
§ 1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação eletrônica, se
disponível, conforme regulamentação do Contran, e opte por não apresentar
defesa prévia nem recurso, reconhecendo o cometimento da infração, poderá
efetuar o pagamento da multa por 60% (sessenta por cento) do seu valor, em
qualquer fase do processo, até o vencimento da multa. (Incluído pela Lei
nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O recolhimento do valor da multa não implica renúncia ao
questionamento administrativo, que pode ser realizado a qualquer momento,
respeitado o disposto no § 1º. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser aplicada qualquer
restrição, inclusive para fins de licenciamento e transferência, enquanto não
for encerrada a instância administrativa de julgamento de infrações e
penalidades. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 4º Encerrada a instância administrativa de julgamento de infrações e
penalidades, a multa não paga até o vencimento será acrescida de juros de
mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia (Selic) para títulos federais acumulada mensalmente, calculados a
partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do
pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o
pagamento estiver sendo efetuado. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)

642
atemploCisA

Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante a


autoridade que impôs a penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá
julgá-lo em até trinta dias.
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo.
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso ao órgão
julgador, dentro dos dez dias úteis subseqüentes à sua apresentação, e, se o
entender intempestivo, assinalará o fato no despacho de encaminhamento.
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do
prazo previsto neste artigo, a autoridade que impôs a penalidade, de ofício,
ou por solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo.
Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser interposto
no prazo legal, sem o recolhimento do seu valor.
§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o estabelecido
no parágrafo único do art. 284.
§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso, se
julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância paga,
atualizada em UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais.
Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do
licenciamento do veículo, o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão
ou entidade de trânsito da residência ou domicílio do infrator.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá
remetê-lo, de pronto, à autoridade que impôs a penalidade acompanhado
das cópias dos prontuários necessários ao julgamento.
Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na forma
do artigo seguinte, no prazo de trinta dias contado da publicação ou da
notificação da decisão.
§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento, pelo
responsável pela infração, e da decisão de provimento, pela autoridade que
impôs a penalidade.
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010)
Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será apreciado no
prazo de trinta dias:
I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade de
trânsito da União:

643
atemploCisA

a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses,


cassação do documento de habilitação ou penalidade por infrações
gravíssimas, pelo CONTRAN;
b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo
Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso
e por mais um Presidente de Junta;
II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de
trânsito estadual, municipal ou do Distrito Federal, pelos CETRAN E
CONTRANDIFE, respectivamente.
Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando houver apenas
uma JARI, o recurso será julgado por seus próprios membros.
Art. 290. Implicam encerramento da instância administrativa de
julgamento de infrações e penalidades: (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)
I - o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 e
289; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
II - a não interposição do recurso no prazo legal; e (Incluído pela Lei
nº 13.281, de 2016) (Vigência)
III - o pagamento da multa, com reconhecimento da infração e
requerimento de encerramento do processo na fase em que se encontra, sem
apresentação de defesa ou recurso. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades aplicadas nos
termos deste Código serão cadastradas no RENACH.
CAPÍTULO XIX
DOS CRIMES DE TRÂNSITO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores,
previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do
Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso,
bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o
disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995,

644
atemploCisA

exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº


11.705, de 2008)
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição
automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de
veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído
pela Lei nº 11.705, de 2008)
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via
em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº
11.705, de 2008)
§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado
inquérito policial para a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei
nº 11.705, de 2008)
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta isolada ou
cumulativamente com outras penalidades. (Redação dada pela Lei nº
12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a
permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de
dois meses a cinco anos.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado
a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para
Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o
sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a
estabelecimento prisional.
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo
necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida
cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda
mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão
motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo
automotor, ou a proibição de sua obtenção.

645
atemploCisA

Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida


cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá
recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se
obter a permissão ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade
judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de
trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste
Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou
habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções
penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento,
mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia
calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre
que houver prejuízo material resultante do crime.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo
demonstrado no processo.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código
Penal.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será
descontado.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos
crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco
de grave dano patrimonial a terceiros;
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria
diferente da do veículo;
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o
transporte de passageiros ou de carga;
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos
ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de
acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do
fabricante;

646
atemploCisA

VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a


pedestres.
Art. 299. (VETADO)
Art. 300. (VETADO)
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança,
se prestar pronto e integral socorro àquela.
Seção II
Dos Crimes em Espécie
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a
pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: (Incluído
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de


Habilitação; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei


nº 12.971, de 2014) (Vigência)

III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
vítima do acidente; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo


de transporte de passageiros. (Incluído pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)

V- (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008)


§ 2o (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor:

647
atemploCisA

Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição


de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se
ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. (Redação dada pela
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de
prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por
justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não
constituir elemento de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do
veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de
vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para
fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora
alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa
que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor.

§ 1o As condutas previstas no caput serão constatadas


por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)

I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de


sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar;
ou (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)

II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da


capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)

648
atemploCisA

§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante


teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova
testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o
direito à contraprova. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)

§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de


alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado
neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste
Código:
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição
adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de
entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir
ou a Carteira de Habilitação.
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de
corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela
autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou
privada: (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou


proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)

§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de


natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o
resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é
de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as


circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu
o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco)

649
atemploCisA

a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida
Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir,
gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a
pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir
suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou
por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas
proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de
passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou
concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico
com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório,
inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não
iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o
processo aos quais se refere.
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste
Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa
de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de
serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes
atividades: (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de
bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a
vítimas de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

650
atemploCisA

II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública


que recebem vítimas de acidente de trânsito e
politraumatizados; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de
acidentados de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de
vítimas de acidentes de trânsito. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
CAPÍTULO XX
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação dos membros do
CONTRAN no prazo de sessenta dias da publicação deste Código.
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quarenta dias a partir
da publicação deste Código para expedir as resoluções necessárias à sua
melhor execução, bem como revisar todas as resoluções anteriores à sua
publicação, dando prioridade àquelas que visam a diminuir o número de
acidentes e a assegurar a proteção de pedestres.
Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existentes até a data de
publicação deste Código, continuam em vigor naquilo em que não conflitem
com ele.
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do
CONTRAN, deverá, no prazo de duzentos e quarenta dias contado da
publicação, estabelecer o currículo com conteúdo programático relativo à
segurança e à educação de trânsito, a fim de atender o disposto neste
Código.
Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do parágrafo único
do art. 281 só entrará em vigor após duzentos e quarenta dias contados da
publicação desta Lei.
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão prazo de até um
ano para a adaptação dos veículos de condução de escolares e de
aprendizagem às normas do inciso III do art. 136 e art. 154, respectivamente.
Art. 318. (VETADO)
Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas pelo CONTRAN,
continua em vigor o disposto no art. 92 do Regulamento do Código Nacional
de Trânsito - Decreto nº 62.127, de 16 de janeiro de 1968.

651
atemploCisA

Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste Código poderão ser


corrigidos monetariamente pelo Contran, respeitado o limite da variação do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no exercício
anterior. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do disposto
no caput serão divulgados pelo Contran com, no mínimo, 90 (noventa) dias
de antecedência de sua aplicação. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito
será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de
campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.
§ 1º O percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito
arrecadadas será depositado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito
nacional destinado à segurança e educação de trânsito. (Redação dada
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmente, na rede mundial
de computadores (internet), dados sobre a receita arrecadada com a cobrança
de multas de trânsito e sua destinação. (Incluído pela Lei nº 13. 281, de
2016) (Vigência)
Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema Nacional de Trânsito
poderão integrar-se para a ampliação e o aprimoramento da fiscalização de
trânsito, inclusive por meio do compartilhamento da receita arrecadada com a
cobrança das multas de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016)
Art. 321. (VETADO)
Art. 322. (VETADO)
Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a metodologia de
aferição de peso de veículos, estabelecendo percentuais de tolerância, sendo
durante este período suspensa a vigência das penalidades previstas no inciso
V do art. 231, aplicando-se a penalidade de vinte UFIR por duzentos
quilogramas ou fração de excesso.
Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere este artigo, até a
sua fixação pelo CONTRAN, são aqueles estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25
de novembro de 1985.
Art. 324. (VETADO)

652
atemploCisA

Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, no mínimo, 5


(cinco) anos os documentos relativos à habilitação de condutores, ao registro
e ao licenciamento de veículos e aos autos de infração de
trânsito. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser gerados e tramitados
eletronicamente, bem como arquivados e armazenados em meio digital,
desde que assegurada a autenticidade, a fidedignidade, a confiabilidade e a
segurança das informações, e serão válidos para todos os efeitos legais,
sendo dispensada, nesse caso, a sua guarda física. (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O Contran regulamentará a geração, a tramitação, o arquivamento, o
armazenamento e a eliminação de documentos eletrônicos e físicos gerados
em decorrência da aplicação das disposições deste Código. (Incluído
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema deverá ser certificado
digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade
jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
(ICP-Brasil). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será comemorada anualmente
no período compreendido entre 18 e 25 de setembro.
Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente poderão ser
fabricados e licenciados veículos que obedeçam aos limites de peso e
dimensões fixados na forma desta Lei, ressalvados os que vierem a ser
regulamentados pelo CONTRAN.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer título e não
reclamado por seu proprietário dentro do prazo de sessenta dias, contado da
data de recolhimento, será avaliado e levado a leilão, a ser realizado
preferencialmente por meio eletrônico. (Redação dada pela Lei nº
13.160, de 2015)

§ 1o Publicado o edital do leilão, a preparação poderá ser iniciada após


trinta dias, contados da data de recolhimento do veículo, o qual será
classificado em duas categorias: (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

653
atemploCisA

I – conservado, quando apresenta condições de segurança para trafegar;


e (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

II – sucata, quando não está apto a trafegar. (Incluído pela Lei nº


13.160, de 2015)

§ 2o Se não houver oferta igual ou superior ao valor da avaliação, o lote


será incluído no leilão seguinte, quando será arrematado pelo maior lance,
desde que por valor não inferior a cinquenta por cento do avaliado.
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

§ 3o Mesmo classificado como conservado, o veículo que for levado a


leilão por duas vezes e não for arrematado será leiloado como sucata.
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

§ 4o É vedado o retorno do veículo leiloado como sucata à circulação.


(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

§ 5o A cobrança das despesas com estada no depósito será limitada ao


prazo de seis meses. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

§ 6o Os valores arrecadados em leilão deverão ser utilizados para custeio


da realização do leilão, dividindo-se os custos entre os veículos arrematados,
proporcionalmente ao valor da arrematação, e destinando-se os valores
remanescentes, na seguinte ordem, para: (Incluído pela Lei nº 13.160, de
2015)

I – as despesas com remoção e estada; (Incluído pela Lei nº 13.160,


de 2015)

II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10; (Incluído


pela Lei nº 13.160, de 2015)

654
atemploCisA

III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de crédito com


garantia real, segundo a ordem de preferência estabelecida no art. 186 da Lei
no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário
Nacional); (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade responsável pelo leilão;


(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes do Sistema


Nacional de Trânsito, segundo a ordem cronológica; e (Incluído pela Lei
nº 13.160, de 2015)

VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferência legal.


(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

§ 7o Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar os débitos


incidentes sobre o veículo, a situação será comunicada aos credores.
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

§ 8o Os órgãos públicos responsáveis serão comunicados do leilão


previamente para que formalizem a desvinculação dos ônus incidentes sobre
o veículo no prazo máximo de dez dias. (Incluído pela Lei nº 13.160, de
2015)

§ 9o Os débitos incidentes sobre o veículo antes da alienação


administrativa ficam dele automaticamente desvinculados, sem prejuízo da
cobrança contra o proprietário anterior. (Incluído pela Lei nº 13.160, de
2015)

§ 10. Aplica-se o disposto no § 9o inclusive ao débito relativo a tributo


cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil, a posse, a circulação ou
o licenciamento de veículo. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

655
atemploCisA

§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o veículo, por qualquer


meio, os débitos serão novamente vinculados ao bem, aplicando-se, nesse
caso, o disposto nos §§ 1o, 2o e 3o do art. 271. (Incluído pela Lei nº
13.160, de 2015)

§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será depositado em


conta específica do órgão responsável pela realização do leilão e ficará à
disposição do antigo proprietário, devendo ser expedida notificação a ele, no
máximo em trinta dias após a realização do leilão, para o levantamento do
valor no prazo de cinco anos, após os quais o valor será transferido,
definitivamente, para o fundo a que se refere o parágrafo único do art. 320.
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

§ 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, ao animal


recolhido, a qualquer título, e não reclamado por seu proprietário no prazo de
sessenta dias, a contar da data de recolhimento, conforme regulamentação
do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

§ 14. Se identificada a existência de restrição policial ou judicial sobre o


prontuário do veículo, a autoridade responsável pela restrição será notificada
para a retirada do bem do depósito, mediante a quitação das despesas com
remoção e estada, ou para a autorização do leilão nos termos deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da notificação de que
trata o § 14, não houver manifestação da autoridade responsável pela
restrição judicial ou policial, estará o órgão de trânsito autorizado a promover
o leilão do veículo nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de bens automotores
que se encontrarem nos depósitos há mais de 1 (um) ano poderão ser
destinados à reciclagem, independentemente da existência de restrições
sobre o veículo. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese do § 16 será
realizado por lote de tonelagem de material ferroso, observando-se, no que
couber, o disposto neste artigo, condicionando-se a entrega do material
arrematado aos procedimentos necessários à descaracterização total do bem
e à destinação exclusiva, ambientalmente adequada, à reciclagem siderúrgica,

656
atemploCisA

vedado qualquer aproveitamento de peças e partes. (Incluído pela Lei nº


13.281, de 2016) (Vigência)
§ 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queimados, adulterados ou
estrangeiros, bem como aqueles sem possibilidade de regularização perante
o órgão de trânsito, serão destinados à reciclagem, independentemente do
período em que estejam em depósito, respeitado o prazo previsto
no caput deste artigo, sempre que a autoridade responsável pelo leilão julgar
ser essa a medida apropriada. (Incluído pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os arts. 135 e 136,
para exercerem suas atividades, deverão apresentar, previamente, certidão
negativa do registro de distribuição criminal relativamente aos crimes de
homicídio, roubo, estupro e corrupção de menores, renovável a cada cinco
anos, junto ao órgão responsável pela respectiva concessão ou autorização.
Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem reformas ou
recuperação de veículos e os que comprem, vendam ou desmontem veículos,
usados ou não, são obrigados a possuir livros de registro de seu movimento
de entrada e saída e de uso de placas de experiência, conforme modelos
aprovados e rubricados pelos órgãos de trânsito.
§ 1º Os livros indicarão:
I - data de entrada do veículo no estabelecimento;
II - nome, endereço e identidade do proprietário ou vendedor;
III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem;
IV - nome, endereço e identidade do comprador;
V - características do veículo constantes do seu certificado de registro;
VI - número da placa de experiência.
§ 2º Os livros terão suas páginas numeradas tipograficamente e serão
encadernados ou em folhas soltas, sendo que, no primeiro caso, conterão
termo de abertura e encerramento lavrados pelo proprietário e rubricados
pela repartição de trânsito, enquanto, no segundo, todas as folhas serão
autenticadas pela repartição de trânsito.
§ 3º A entrada e a saída de veículos nos estabelecimentos referidos neste
artigo registrar-se-ão no mesmo dia em que se verificarem assinaladas,
inclusive, as horas a elas correspondentes, podendo os veículos irregulares lá

657
atemploCisA

encontrados ou suas sucatas ser apreendidos ou retidos para sua completa


regularização.
§ 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais terão acesso
aos livros sempre que o solicitarem, não podendo, entretanto, retirá-los do
estabelecimento.
§ 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude ao realizá-lo e a
recusa de sua exibição serão punidas com a multa prevista para as infrações
gravíssimas, independente das demais cominações legais cabíveis.
§ 6o Os livros previstos neste artigo poderão ser substituídos por sistema
eletrônico, na forma regulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei nº
13.154, de 2015)
Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que passarão a integrar
os colegiados destinados ao julgamento dos recursos administrativos
previstos na Seção II do Capítulo XVIII deste Código, o julgamento dos
recursos ficará a cargo dos órgãos ora existentes.
Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de
Trânsito proporcionarão aos membros do CONTRAN, CETRAN e
CONTRANDIFE, em serviço, todas as facilidades para o cumprimento de sua
missão, fornecendo-lhes as informações que solicitarem, permitindo-lhes
inspecionar a execução de quaisquer serviços e deverão atender prontamente
suas requisições.
Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte dias após a
nomeação de seus membros, as disposições previstas nos arts. 91 e 92, que
terão de ser atendidas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito e
executivos rodoviários para exercerem suas competências.
§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão prazo de um
ano, após a edição das normas, para se adequarem às novas disposições
estabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto neste artigo.
§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados exercerão as
competências previstas neste Código em cumprimento às exigências
estabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto neste artigo,
acompanhados pelo respectivo CETRAN, se órgão ou entidade municipal, ou
CONTRAN, se órgão ou entidade estadual, do Distrito Federal ou da União,
passando a integrar o Sistema Nacional de Trânsito.

658
atemploCisA

Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão ser homologadas


pelo órgão ou entidade competente no prazo de um ano, a partir da
publicação deste Código, devendo ser retiradas em caso contrário.
Art. 335. (VETADO)
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no Anexo II até a
aprovação pelo CONTRAN, no prazo de trezentos e sessenta dias da
publicação desta Lei, após a manifestação da Câmara Temática de Engenharia,
de Vias e Veículos e obedecidos os padrões internacionais.
Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro dos Estados e
Municípios que os compõem e, o CONTRANDIFE, do Distrito Federal.
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importadores e fabricantes,
ao comerciarem veículos automotores de qualquer categoria e ciclos, são
obrigados a fornecer, no ato da comercialização do respectivo veículo, manual
contendo normas de circulação, infrações, penalidades, direção defensiva,
primeiros socorros e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro.
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial no
valor de R$ 264.954,00 (duzentos e sessenta e quatro mil, novecentos e
cinqüenta e quatro reais), em favor do ministério ou órgão a que couber a
coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, para atender as
despesas decorrentes da implantação deste Código.
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias após a data de
sua publicação.
Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de setembro de
1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, 5.820, de 10 de novembro de
1972, 6.124, de 25 de outubro de 1974, 6.308, de 15 de dezembro de
1975, 6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 de dezembro de
1979, 7.031, de 20 de setembro de 1982, 7.052, de 02 de dezembro de
1982, 8.102, de 10 de dezembro de 1990, os arts. 1º a 6º e 11 do Decreto-lei
nº 237, de 28 de fevereiro de 1967, e os Decretos-leis nºs 584, de 16 de maio
de 1969, 912, de 2 de outubro de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.
Brasília, 23 de setembro de 1997; 176º da Independência e 109º da
República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Iris Rezende
Eliseu Padilha
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.9.1997.

659
atemploCisA

ANEXO I
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições:
ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rolamento
destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e
à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado
para esse fim.
AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou policial militar,
credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de
fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo, originário dos
alvéolos pulmonares. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao transporte de
passageiros, com capacidade para até oito pessoas, exclusive o condutor.
AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade
executivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele
expressamente credenciada.
BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical passando pelos
centros das rodas traseiras extremas e o ponto mais recuado do veículo,
considerando-se todos os elementos rigidamente fixados ao mesmo.
BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não
sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.
BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento
de bicicletas.
BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move sobre trilhos.
BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser demarcada por linhas
longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de
veículos.
CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em nível diferente,
não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e,
quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação
e outros fins.
CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a tracionar ou
arrastar outro.

660
atemploCisA

CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de carga com peso


bruto total de até três mil e quinhentos quilogramas.
CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de passageiros e
carga no mesmo compartimento.
CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como separador de
duas pistas de rolamento, eventualmente substituído por marcas viárias
(canteiro fictício).
CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que a unidade de
tração é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições
sobre suas limitações de geração e multiplicação de momento de força e
resistência dos elementos que compõem a transmissão.
CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos automotores em
sinal de regozijo, de reivindicação, de protesto cívico ou de uma classe.
CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utilizado no transporte
de pequenas cargas.
CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao transporte de carga.
CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da luz utilizado na
sinalização de vias e veículos (olho-de-gato).
CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao transporte de
pessoas.
CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão humana.
CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à circulação
exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização específica.
CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de
combustão interna, cuja cilindrada não exceda a cinqüenta centímetros
cúbicos (3,05 polegadas cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação não
exceda a cinqüenta quilômetros por hora.
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, separada
fisicamente do tráfego comum.
CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à direita, de
mudança da direção original do veículo.
CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível.
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que tenha a função
específica de proporcionar maior segurança ao usuário da via, alertando-o

661
atemploCisA

sobre situações de perigo que possam colocar em risco sua integridade física
e dos demais usuários da via, ou danificar seriamente o veículo.
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo superior ao
necessário para embarque ou desembarque de passageiros.
ESTRADA - via rural não pavimentada.
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar
alveolar. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, delimitada por lei
específica e sob responsabilidade do órgão ou entidade de trânsito
competente com circunscrição sobre a via.
FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longitudinais em que a
pista pode ser subdividida, sinalizada ou não por marcas viárias longitudinais,
que tenham uma largura suficiente para permitir a circulação de veículos
automotores.
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das normas
estabelecidas na legislação de trânsito, por meio do poder de polícia
administrativa de trânsito, no âmbito de circunscrição dos órgãos e entidades
executivos de trânsito e de acordo com as competências definidas neste
Código.
FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permissão ou
impedimento de locomoção na faixa apropriada.
FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a manter o veículo
imóvel na ausência do condutor ou, no caso de um reboque, se este se
encontra desengatado.
FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo destinado a diminuir a
marcha do veículo no caso de falha do freio de serviço.
FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a diminuição da
marcha do veículo ou pará-lo.
GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de braço, adotados
exclusivamente pelos agentes de autoridades de trânsito nas vias, para
orientar, indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres ou emitir
ordens, sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou norma
constante deste Código.
GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais de braço,
adotados exclusivamente pelos condutores, para orientar ou indicar que vão

662
atemploCisA

efetuar uma manobra de mudança de direção, redução brusca de velocidade


ou parada.
ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à
ordenação dos fluxos de trânsito em uma interseção.
INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legislação de trânsito,
às normas emanadas do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de
Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva
do trânsito.
INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entroncamento ou bifurcação,
incluindo as áreas formadas por tais cruzamentos, entroncamentos ou
bifurcações.
INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo para atender
circunstância momentânea do trânsito.
LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a obrigações do
proprietário de veículo, comprovado por meio de documento específico
(Certificado de Licenciamento Anual).
LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela municipalidade à
circulação, parada ou estacionamento de veículos, ou à circulação de
pedestres, tais como calçada, parques, áreas de lazer, calçadões.
LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros, que o
veículo transporta, expressa em quilogramas para os veículos de carga, ou
número de pessoas, para os veículos de passageiros.
LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias urbanas ou rurais e
que com elas se limita.
LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar a via até uma
grande distância do veículo.
LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a iluminar a via diante do
veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodo injustificáveis aos
condutores e outros usuários da via que venham em sentido contrário.
LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos demais usuários da
via, que se encontram atrás do veículo, que o condutor está aplicando o freio
de serviço.
LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do veículo destinada a
indicar aos demais usuários da via que o condutor tem o propósito de mudar
de direção para a direita ou para a esquerda.

663
atemploCisA

LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a iluminar atrás do


veículo e advertir aos demais usuários da via que o veículo está efetuando ou
a ponto de efetuar uma manobra de marcha à ré.
LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumentar a iluminação da
via em caso de neblina, chuva forte ou nuvens de pó.
LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a indicar a
presença e a largura do veículo.
MANOBRA - movimento executado pelo condutor para alterar a posição
em que o veículo está no momento em relação à via.
MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de linhas, marcações,
símbolos ou legendas, em tipos e cores diversas, apostos ao pavimento da
via.
MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com
capacidade para até vinte passageiros.
MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com ou sem side-car,
dirigido por condutor em posição montada.
MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido por condutor
em posição sentada.
MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor cuja carroçaria seja
fechada e destinada a alojamento, escritório, comércio ou finalidades
análogas.
NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-sol e o nascer do
sol.
ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para
mais de vinte passageiros, ainda que, em virtude de adaptações com vista à
maior comodidade destes, transporte número menor.
OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do veículo, pelo
tempo estritamente necessário ao carregamento ou descarregamento de
animais ou carga, na forma disciplinada pelo órgão ou entidade executivo de
trânsito competente com circunscrição sobre a via.
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico baseado nos
conceitos de Engenharia de Tráfego, das condições de fluidez, de
estacionamento e parada na via, de forma a reduzir as interferências tais
como veículos quebrados, acidentados, estacionados irregularmente

664
atemploCisA

atrapalhando o trânsito, prestando socorros imediatos e informações aos


pedestres e condutores.
PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo
estritamente necessário para efetuar embarque ou desembarque de
passageiros.
PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre uma via e uma
linha férrea ou trilho de bonde com pista própria.
PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de passagem à frente de
outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade, mas
em faixas distintas da via.
PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à transposição de
vias, em desnível subterrâneo, e ao uso de pedestres ou veículos.
PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de vias, em desnível
aéreo, e ao uso de pedestres.
PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso,
separada por pintura ou elemento físico separador, livre de interferências,
destinada à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de
ciclistas.
PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Rodoviária Federal com
o objetivo de garantir obediência às normas de trânsito, assegurando a livre
circulação e evitando acidentes.
PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área rural.
PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo transmite ao
pavimento, constituído da soma da tara mais a lotação.
PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo transmitido ao
pavimento pela combinação de um caminhão-trator mais seu semi-reboque
ou do caminhão mais o seu reboque ou reboques.
PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada em caráter de
advertência, destinada a indicar aos demais usuários da via que o veículo está
imobilizado ou em situação de emergência.
PISTA - parte da via normalmente utilizada para a circulação de veículos,
identificada por elementos separadores ou por diferença de nível em relação
às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.
PLACAS - elementos colocados na posição vertical, fixados ao lado ou
suspensos sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter permanente e,

665
atemploCisA

eventualmente, variáveis, mediante símbolo ou legendas pré-reconhecidas e


legalmente instituídas como sinais de trânsito.
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função exercida pelas
Polícias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com
a segurança pública e de garantir obediência às normas relativas à segurança
de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.
PONTE - obra de construção civil destinada a ligar margens opostas de
uma superfície líquida qualquer.
REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de um veículo
automotor.
REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinalização de
regulamentação pelo órgão ou entidade competente com circunscrição sobre
a via, definindo, entre outros, sentido de direção, tipo de estacionamento,
horários e dias.
REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e protegida, destinada
ao uso de pedestres durante a travessia da mesma.
RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados.
RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores.
RETORNO - movimento de inversão total de sentido da direção original
de veículos.
RODOVIA - via rural pavimentada.
SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se apóia na sua
unidade tratora ou é a ela ligado por meio de articulação.
SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária que se utilizam de
placas, marcas viárias, equipamentos de controle luminosos, dispositivos
auxiliares, apitos e gestos, destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir o
trânsito dos veículos e pedestres.
SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dispositivos de
segurança colocados na via pública com o objetivo de garantir sua utilização
adequada, possibilitando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos
veículos e pedestres que nela circulam.
SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusivamente pelos
agentes da autoridade de trânsito nas vias, para orientar ou indicar o direito
de passagem dos veículos ou pedestres, sobrepondo-se ou completando
sinalização existente no local ou norma estabelecida neste Código.

666
atemploCisA

TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e


equipamento, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda
sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso
em quilogramas.
TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com duas, quatro, ou seis
rodas, acoplado ou adaptado à traseira de automóvel ou camionete, utilizado
em geral em atividades turísticas como alojamento, ou para atividades
comerciais.
TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais
nas vias terrestres.
TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo de uma faixa
demarcada para outra.
TRATOR - veículo automotor construído para realizar trabalho agrícola,
de construção e pavimentação e tracionar outros veículos e equipamentos.
ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de outro veículo que
se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e na mesma faixa de
tráfego, necessitando sair e retornar à faixa de origem.
UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versatilidade do seu uso,
inclusive fora de estrada.
VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos acoplados, sendo um
deles automotor.
VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propulsão que circule
por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de
pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o
transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos conectados
a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).
VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de carga,
podendo transportar dois passageiros, exclusive o condutor.
VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido fabricado há
mais de trinta anos, conserva suas características originais de fabricação e
possui valor histórico próprio.
VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sendo o primeiro um
veículo automotor e os demais reboques ou equipamentos de trabalho
agrícola, construção, terraplenagem ou pavimentação.

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atemploCisA

VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor destinado ao


transporte de carga com peso bruto total máximo superior a dez mil
quilogramas e de passageiros, superior a vinte passageiros.
VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao transporte de pessoas
e suas bagagens.
VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao transporte simultâneo
de carga e passageiro.
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais,
compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central.
VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por acessos especiais
com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos
lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível.
VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em nível,
geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e
às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da
cidade.
VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que
tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais,
possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade.
VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em nível não
semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas.
VIA RURAL - estradas e rodovias.
VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à
circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por
possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão.
VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias destinadas à
circulação prioritária de pedestres.
VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor uma depressão
de terreno ou servir de passagem superior.

Violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei n° 11.340 de 2006).

668
atemploCisA

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência
contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados
pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de
assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e
familiar.
Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação
sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as
oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo
dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura,
à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos
humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no
sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições
necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que
ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em
situação de violência doméstica e familiar.
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
CAPÍTULO I

669
atemploCisA

DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais,
por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem
de orientação sexual.
Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das
formas de violação dos direitos humanos.
CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre
outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante,
perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou
a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar

670
atemploCisA

qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao


aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou
manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos
de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria.
TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR
CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar
contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-
governamentais, tendo por diretrizes:
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da
Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social,
saúde, educação, trabalho e habitação;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações
relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às
causas, às conseqüências e à freqüência da violência doméstica e familiar
contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados
nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais
da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que
legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o
estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do
art. 221 da Constituição Federal;
IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres,
em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;

671
atemploCisA

V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da


violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à
sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos
direitos humanos das mulheres;
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros
instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre
estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo a implementação
de programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a
mulher;
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda
Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos
órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de
raça ou etnia;
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos
de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de
gênero e de raça ou etnia;
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os
conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou
etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.
CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR
Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar
será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde,
no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas
públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
§ 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de
violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do
governo federal, estadual e municipal.
§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar,
para preservar sua integridade física e psicológica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da
administração direta ou indireta;

672
atemploCisA

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do


local de trabalho, por até seis meses.
§ 3o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar
compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento
científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de
emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos
médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.
CAPÍTULO III
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e
familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao
descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o
atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por
servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente
capacitados. (Incluíd pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 1o A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e


familiar ou de testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime
contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela
Lei nº 13.505, de 2017)

I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente,


considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência
doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de


violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto
com investigados ou suspeitos e pessoas a eles
relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

673
atemploCisA

III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre


o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como
questionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela Lei nº 13.505,
de 2017)

§ 2o Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e


familiar ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á,
preferencialmente, o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)

I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse


fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher
em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei nº 13.505, de
2017)

II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional


especializado em violência doméstica e familiar designado pela autoridade
judiciária ou policial; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo


a degravação e a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao
Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto
Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou
local seguro, quando houver risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus
pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis.

674
atemploCisA

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher,


feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de
imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no
Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a
termo, se apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de
suas circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao
juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de
urgência;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e
requisitar outros exames periciais necessários;
V - ouvir o agressor e as testemunhas;
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de
antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou
registro de outras ocorrências policiais contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao
Ministério Público.
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e
deverá conter:
I - qualificação da ofendida e do agressor;
II - nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela
ofendida.
§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1o o
boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse
da ofendida.
§ 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários
médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políticas e
planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos

675
atemploCisA

de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a


investigação das violências graves contra a mulher.

Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 1o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 2o (VETADO. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 3o A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessários à


defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar e de seus
dependentes. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e
criminais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a
mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo
Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso
que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher,
órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser
criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para
o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno,
conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis
regidos por esta Lei, o Juizado:
I - do seu domicílio ou de sua residência;
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III - do domicílio do agressor.

676
atemploCisA

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da


ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade,
antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária,
bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa.
CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas
de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência
judiciária, quando for o caso;
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz,
a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério
Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de
maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ameaçados ou violados.
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já
concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares
e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal,
caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a

677
atemploCisA

requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade


policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do
processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao
agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem
prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao
agressor.
Seção II
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor,
em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência,
entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao
órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o
limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio
de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a
equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras
previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as
circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao
Ministério Público.

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atemploCisA

§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas


condições mencionadas no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22
de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a
restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor
responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer
nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o
juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto
no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil).
Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou
comunitário de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao
respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos
relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar,
liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização
judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e
danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar
contra a ofendida.

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atemploCisA

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins


previstos nos incisos II e III deste artigo.
CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis
e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos
casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de
assistência social e de segurança, entre outros;
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à
mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato,
as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer
irregularidades constatadas;
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação
de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado,
ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e
familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência
Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante
atendimento específico e humanizado.
TÍTULO V
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que
vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento
multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios
por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante
laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação,

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atemploCisA

encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o


agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada,
o juiz poderá determinar a manifestação de profissional especializado,
mediante a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária,
poderá prever recursos para a criação e manutenção da equipe de
atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível
e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV
desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais,
para o processo e o julgamento das causas referidas no caput.
TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias
e do serviço de assistência judiciária.
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar
e promover, no limite das respectivas competências:
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e
respectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar;
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em
situação de violência doméstica e familiar;
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de
perícia médico-legal especializados no atendimento à mulher em situação de
violência doméstica e familiar;
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e
familiar;
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.

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atemploCisA

Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a


adaptação de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos princípios
desta Lei.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei
poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por
associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um
ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo
juiz quando entender que não há outra entidade com representatividade
adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher
serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e
Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e informações
relativo às mulheres.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do
Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais para a base de
dados do Ministério da Justiça.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de
suas competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes
orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas, em
cada exercício financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas
nesta Lei.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos
princípios por ela adotados.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a
mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de
26 de setembro de 1995.
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código
de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:

“Art. 313. .................................................

................................................................

682
atemploCisA

IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar


contra a mulher, nos termos da lei específica, para garantir
a execução das medidas protetivas de urgência.” (NR)

Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de


dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 61. ..................................................

.................................................................

II - ............................................................

.................................................................

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de


relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou
com violência contra a mulher na forma da lei específica;

........................................................... ” (NR)

Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de


1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 129. ..................................................

..................................................................

§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente,


descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-
se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade:

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atemploCisA

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

..................................................................

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será


aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência.” (NR)

Art. 45. O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução
Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 152. ...................................................

Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica


contra a mulher, o juiz poderá determinar o
comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação.” (NR)

Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua
publicação.
Brasília, 7 de agosto de 2006; 185o da Independência e 118o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Dilma Rousseff

Contravenções penais.

O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o artigo


180 da Constituição,
DECRETA:

LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS

PARTE GERAL
Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal,
sempre que a presente lei não disponha de modo diverso.

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Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no


território nacional.
Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão
voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz
depender, de um ou de outra, qualquer efeito jurídico.
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
Art. 5º As penas principais são:
I – prisão simples.
II – multa.
Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor
penitenciário, em estabelecimento especial ou em secção especial de prisão
comum, podendo ser dispensado o isolamento noturno.
Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor
penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão
comum, em regime semi-aberto ou aberto. (Redação dada pela Lei nº
6.416, de 24.5.1977)
§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos
condenados a pena de reclusão ou de detenção.
§ 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze
dias.
Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma
contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha
condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção.
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando
escusaveis, a pena pode deixar de ser aplicada.
Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que
dispõe o Código Penal sobre a conversão de multa em detenção.
Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a conversão em
prisão simples se faz entre os limites de quinze dias e três meses.
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum,
ser superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta
contos.

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Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender,
por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de
prisão simples que não ultrapasse dois anos.
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender
por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de
prisão simples, bem como conceder livramento condicional. Redação dada
pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes
interdições de direitos:
I – a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício
dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder público;
lI – a suspensão dos direitos políticos.
Parágrafo único. Incorrem:
a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o condenado por
motivo de contravenção cometida com abuso de profissão ou atividade ou
com infração de dever a ela inerente;
b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa de liberdade,
enquanto dure a execução do pena ou a aplicação da medida de segurança
detentiva.
Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, os medidas de
segurança estabelecidas no Código Penal, à exceção do exílio local.
Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a que se referem
os ns. I e II do art. 78 do Código Penal:
I – o condenado por motivo de contravenção cometido, em estado de
embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos análogos, quando habitual a
embriaguez;
II – o condenado por vadiagem ou mendicância;
III – o reincidente na contravenção prevista no art. 50; (Revogado
pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
IV – o reincidente na contravenção prevista no art. 58. (Revogado
pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho,
de reeducação ou de ensino profissional, pelo prazo mínimo de um
ano: (Regulamento)
I – o condenado por vadiagem (art. 59);

686
atemploCisA

II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo);


III – o reincidente nas contravenções previstas nos arts. 50 e
58. (Revogado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio
judiciário ou em casa de custódia e tratamento é de seis meses.
Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a
internação, submeter o indivíduo a liberdade vigiada.
Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.

PARTE ESPECIAL
CAPÍTULO I
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA
Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem
permissão da autoridade, arma ou munição:
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco
contos de réis, ou ambas cumulativamente, se o fato não constitue crime
contra a ordem política ou social.
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem
licença da autoridade:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de
duzentos mil réis a três contos de réis, ou ambas cumulativamente.
§ 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi
condenado, em sentença irrecorrivel, por violência contra pessoa.
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa, de duzentos mil réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou
munição:
a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o
determina;
b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no
manejo de arma a tenha consigo;
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere
facilmente alienado, menor de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la.
Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar
aborto ou evitar a gravidez;

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atemploCisA

Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar


aborto: (Redação dada pela Lei nº 6.734, de 1979)
Pena – multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros. (Redação
dada pela Lei nº 6.734, de 1979)
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil
réis a um conto de réis, se o fato não constitue crime.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a
vítima é maior de 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de
2003)
Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as
formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental:
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade
competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de
urgência, sem as formalidades legais.
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar
as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento
psiquiátrico pessoa nele, internada.
Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto
no artigo anterior, sem autorização de quem de direito:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de
quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
CAPÍLULO II
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO
Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado
usualmente na prática de crime de furto:
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos
mil réis a três contos de réis.
Art. 25. Ter alguem em seu poder, depois de condenado, por crime de
furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando
conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou

688
atemploCisA

instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde


que não prove destinação legítima:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil
réis a dois contos de réis.
Art. 26. Abrir alguem, no exercício de profissão de serralheiro ou oficio
análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se
tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho
destinado à defesa de lugar nu objeto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de
duzentos mil réis a um conto de réis.
Art. 27. Explorar a credulidade pública mediante sortilégios, predição do
futuro, explicação de sonho, ou práticas congêneres: (Revogado pela Lei
nº 9.521, de 27.11.1997)
Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de quinhentos mil
réis a cinco contos de réis. (Revogado pela Lei nº 9.521, de 27.11.1997)
CAPÍTULO III
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE PÚBLICA
Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil
réis a três contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois
meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem
licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício
ou solta balão aceso.
Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto
ou na execução, dar-lhe causa:
Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitue crime
contra a incolumidade pública.
Art. 30. Omitir alguem a providência reclamada pelo Estado ruinoso de
construção que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe:
Pena – multa, de um a cinco contos de réis.

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atemploCisA

Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou


não guardar com a devida cautela animal perigoso:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil
réis a um conto de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia
à pessoa inexperiente;
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia;
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia.
Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou
embarcação a motor em aguas públicas:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas
públicas, pondo em perigo a segurança alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de
trezentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a vôos baixos,
fora da zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos
lugares destinados a esse fim:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de
quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado
em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou
obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes;
b) remove qualquer outro sinal de serviço público.

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atemploCisA

Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso


comum, ou do uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguem:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas
cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em
lugar de uso comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar
alguem.
Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que
possa ofender ou molestar alguem:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
CAPÍTULO IV
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA
Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se
reunam periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a
existência, objetivo, organização ou administração da associação:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil
réis a três contos de réis.
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o
cede, no todo ou em parte, para reunião de associação que saiba ser de
carater secreto.
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a
pena, quando lícito o objeto da associação.
Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou
desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembléia ou espetáculo
público, se o fato não constitue infração penal mais grave;
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou
praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 42. Perturbar alguem o trabalho ou o sossego alheios:
I – com gritaria ou algazarra;

691
atemploCisA

II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as


prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por
animal de que tem a guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
CAPÍTULO V
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA
Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no
país:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa
inexperiente ou rústica possa confundir com moeda:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 45. Fingir-se funcionário público:
Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil
réis a três contos de réis.
Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública
que não exerce:
Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública
que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo
emprêgo seja regulado por lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916,
de 2.10.1944)
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não
constitue infração penal mais grave.
Pena – multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não constitui
infração penal mais grave. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de
2.10.1944)
CAPÍTULO VI
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

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atemploCisA

Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a


exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu
exercício:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de
quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de
antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros:
Pena – prisão simples de um a seis meses, ou multa, de um a dez contos
de réis.
Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração
de indústria, de comércio, ou de outra atividade:
Pena – multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis.
CAPÍTULO VII
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES
Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou
acessivel ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele: (Vide
Decreto-Lei nº 4.866, de 23.10.1942) (Vide Decreto-Lei 9.215, de
30.4.1946)
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze
contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e
objetos de decoração do local.
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou
participa do jogo pessoa menor de dezoito anos.
§ 2º Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis,
quem é encontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador.
§ 2o Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 200.000,00
(duzentos mil reais), quem é encontrado a participar do jogo, ainda que pela
internet ou por qualquer outro meio de comunicação, como ponteiro ou
apostador. (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)
§ 3º Consideram-se, jogos de azar:
a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou
principalmente da sorte;
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local
onde sejam autorizadas;

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atemploCisA

c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva.


§ 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessivel ao público:
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles
habitualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a
ocupa;
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores
se proporciona jogo de azar;
c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza
jogo de azar;
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que
se dissimule esse destino.
Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autorização legal:
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de cinco a dez
contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis
existentes no local.
§ 1º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou expõe à venda, tem
sob sua guarda para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na
circulação bilhete de loteria não autorizada.
§ 2º Considera-se loteria toda operação que, mediante a distribuição de
bilhete, listas, cupões, vales, sinais, símbolos ou meios análogos, faz depender
de sorteio a obtenção de prêmio em dinheiro ou bens de outra natureza.
§ 3º Não se compreendem na definição do parágrafo anterior os sorteios
autorizados na legislação especial.
Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio, bilhete de loteria, rifa
ou tômbola estrangeiras:
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de um a cinco
contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda,
tem sob sua guarda. para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na
circulação, bilhete de loteria estrangeira.
Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de loteria estadual em
território onde não possa legalmente circular:
Pena – prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de um a três contos
de réis.

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atemploCisA

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda,


tem sob sua guarda, para o fim de venda, introduz ou tonta introduzir na
circulação, bilhete de loteria estadual, em território onde não possa
legalmente circular.
Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria
estrangeira:
Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de duzentos mil réis
a um conto de réis.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe ou tem sob sua
guarda lista de sorteio de loteria estadual, em território onde esta não possa
legalmente circular.
Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura de bilhetes, lista
de sorteio, avisos ou cartazes relativos a loteria, em lugar onde ela não possa
legalmente circular:
Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis
a dois contos de réis.
Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de sorteio ou avisos de
loteria, onde ela não possa legalmente circular:
Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de cem a quinhentos
mil réis.
Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de rádio, cinema,
ou qualquer outra forma, ainda que disfarçadamente, anúncio, aviso ou
resultado de extração de loteria, onde a circulação dos seus bilhetes não seria
legal:
Pena – multa, de um a dez contos de réis.
Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou
praticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração:
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a
vinte contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois
contos de réis, aquele que participa da loteria, visando a obtenção de prêmio,
para si ou para terceiro.
Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido
para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de
subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita:

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Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses.


Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao
condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena.
Art. 60. Mendigar, por ociosidade ou cupidez: (Revogado pela Lei
nº 11.983, de 2009)
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses. (Revogado pela
Lei nº 11.983, de 2009)
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um sexto a um terço, se a
contravenção é praticada: (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009)
a) de modo vexatório, ameaçador ou fraudulento. (Revogado pela
Lei nº 11.983, de 2009)
b) mediante simulação de moléstia ou deformidade; (Revogado pela
Lei nº 11.983, de 2009)
c) em companhia de alienado ou de menor de dezoito
anos. (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009)
Art. 61. Importunar alguem, em lugar público ou acessivel ao público, de
modo ofensivo ao pudor:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo
que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado
em casa de custódia e tratamento.
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
I – a menor de dezoito anos; (Revogado pela Lei nº 13.106, de
2015)
II – a quem se acha em estado de embriaguez;
III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;
IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de
frequentar lugares onde se consome bebida de tal natureza:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos
mil réis a cinco contos de réis.

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Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo:


Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a
quinhentos mil réis.
§ 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou
científicos, realiza em lugar público ou exposto ao publico, experiência
dolorosa ou cruel em animal vivo.
§ 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido
a trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo
público.
Art. 65. Molestar alguem ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou
por motivo reprovavel:
Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis.
CAPÍTULO VIII
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:
I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de
função pública, desde que a ação penal não dependa de representação;
II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da
medicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não
dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a
procedimento criminal:
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
Art. 67. Inumar ou exumar cadaver, com infração das disposições legais:
Pena – prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de duzentos mil
réis a dois contos de réis.
Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente
solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria
identidade, estado, profissão, domicílio e residência:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses,
e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitue
infração penal mais grave, quem, nas mesmas circunstâncias, f'az declarações

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inverídicas a respeito de sua identidade pessoal, estado, profissão, domicílio e


residência.
Art. 69. Exercer, no território nacional, atividade remunerada o
estrangeiro que nele se encontre como turista, visitante ou viajante em
trânsito: (Revogado pela Lei nº 6.815, de 19.8.1980)
Pena – prisão simples, de três meses a um ano. (Revogado pela Lei
nº 6.815, de 19.8.1980)
Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do monopólio postal
da União:
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de três a dez
contos de réis, ou ambas cumulativamente.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas, caça e pesca,
revogam-se as disposições em contrário.
Art. 72. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.
Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1941; 120º da Independência e 58º da
República.
GETULIO VARGAS.
Francisco Campos.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.1941

Dos crimes tipificados na Lei do Estatuto do idoso (Lei n° 10.741 de


2003).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
Disposições Preliminares
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos
assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e

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atemploCisA

facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu


aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de
liberdade e dignidade.
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder
Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação dada pela Lei nº
13.466, de 2017)
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas
específicas;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e
convívio do idoso com as demais gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em
detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam
de condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de
geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de
envelhecimento;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência
social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de
Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de
oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em
relação aos demais idosos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017)

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atemploCisA

Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência,


discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus
direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do
idoso.
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em
responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade
competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado
ou de que tenha conhecimento.
Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e
Municipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994,
zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
TÍTULO II
Dos Direitos Fundamentais
CAPÍTULO I
Do Direito à Vida
Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção
um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida
e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
CAPÍTULO II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa
a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de
direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas
leis.
§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes
aspectos:

700
atemploCisA

I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços


comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;
V – participação na vida familiar e comunitária;
VI – participação na vida política, na forma da lei;
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade
física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade,
da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos
pessoais.
§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo
de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor.
CAPÍTULO III
Dos Alimentos
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre
os prestadores.
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas
perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e
passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei
processual civil. (Redação dada pela Lei nº 11.737, de 2008)
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições
econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse
provimento, no âmbito da assistência social.
CAPÍTULO IV
Do Direito à Saúde
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso
universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e
serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde,

701
atemploCisA

incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os


idosos.
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas
por meio de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas
áreas de geriatria e gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população
que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para
idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem
fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios
urbano e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das
seqüelas decorrentes do agravo da saúde.
§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,
medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses,
órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela
cobrança de valores diferenciados em razão da idade.
§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante
terão atendimento especializado, nos termos da lei.

§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os


órgãos públicos, hipótese na qual será admitido o seguinte
procedimento: (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato


necessário com o idoso em sua residência; ou (Incluído pela Lei nº
12.896, de 2013)

II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por


procurador legalmente constituído. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

702
atemploCisA

§ 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia


médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de
saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que
integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde
necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção
tributária. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão


preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de
emergência. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017).
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições
adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério
médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo
tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no
caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é
assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado
mais favorável.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à
opção, esta será feita:
I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder
ser contactado em tempo hábil;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver
tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar
conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos
para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a
capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares
e grupos de auto-ajuda.
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada
contra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de
saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão

703
atemploCisA

obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes


órgãos: (Redação dada pela Lei nº 12.461, de 2011)
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso
qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe
cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei nº
12.461, de 2011)
§ 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista
no caput deste artigo, o disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro de
1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)
CAPÍTULO V
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,
espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de
idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à
educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos
programas educacionais a ele destinados.
§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às
técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para
sua integração à vida moderna.
§ 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou
cultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações,
no sentido da preservação da memória e da identidade culturais.
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal
serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao
respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a
produzir conhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por

704
atemploCisA

cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer,


bem como o acesso preferencial aos respectivos locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários
especiais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística
e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas
idosas, na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e programas de
extensão, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não
formais. (Redação dada pela lei nº 13.535, de 2017)
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade
aberta para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e
periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem
a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual. (Incluído pela
lei nº 13.535, de 2017)
CAPÍTULO VI
Da Profissionalização e do Trabalho
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional,
respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é
vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para
concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público
será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus
potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com
antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos
sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais
e de cidadania;
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.
CAPÍTULO VII
Da Previdência Social
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da
Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que

705
atemploCisA

preservem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos
termos da legislação vigente.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão
reajustados na mesma data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de
acordo com suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamento,
com base em percentual definido em regulamento, observados os critérios
estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a
concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no
mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de
carência na data de requerimento do benefício.
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto
no caput observará o disposto no caput e § 2o do art. 3o da Lei no 9.876, de
26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários-de-contribuição
recolhidos a partir da competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da
Lei no 8.213, de 1991.
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com
atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo
mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês
que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base dos
aposentados e pensionistas.
CAPÍTULO VIII
Da Assistência Social
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada,
conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência
Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não
possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua
família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos
termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto nº
6.214, de 2007)

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atemploCisA

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família


nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda
familiar per capita a que se refere a Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são
obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa
abrigada.
§ 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a
cobrança de participação do idoso no custeio da entidade.
§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da
Assistência Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1 o, que
não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício
previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.
§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal
firmar o contrato a que se refere o caput deste artigo.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto
ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos
legais. (Vigência)
CAPÍTULO IX
Da Habitação
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural
ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o
desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.
§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa
permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar,
casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.
§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a
manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender
toda a legislação pertinente.
§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter
padrões de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como
provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas
sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com
recursos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para
moradia própria, observado o seguinte:

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I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais


residenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei nº
12.418, de 2011)
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao
idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia
de acessibilidade ao idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de
aposentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento
a idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento
térreo. (Incluído pela Lei nº 12.419, de 2011)
CAPÍTULO X
Do Transporte
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a
gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto
nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos
serviços regulares.
§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão
reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60
(sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local
dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de
transporte previstos no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á,
nos termos da legislação específica: (Regulamento) (Vide Decreto nº
5.934, de 2006)
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com
renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das
passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual
ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.

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atemploCisA

Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos


e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,
de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados,
as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade
ao idoso.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos
procedimentos de embarque e desembarque nos veículos do sistema de
transporte coletivo. (Redação dada pela Lei nº 12.899, de 2013)
TÍTULO III
Das Medidas de Proteção
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de
atendimento;
III – em razão de sua condição pessoal.
CAPÍTULO II
Das Medidas Específicas de Proteção
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser
aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a
que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o
Ministério Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de
responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial,
hospitalar ou domiciliar;

709
atemploCisA

IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e


tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio
idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
VI – abrigo temporário.
TÍTULO IV
Da Política de Atendimento ao Idoso
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do
conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de
1994;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para
aqueles que necessitarem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis
por idosos abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos
idosos;
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos
diversos segmentos da sociedade no atendimento do idoso.
CAPÍTULO II
Das Entidades de Atendimento ao Idoso
Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção
das próprias unidades, observadas as normas de planejamento e execução
emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso, conforme
a Lei no 8.842, de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de
assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao
órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa

710
atemploCisA

Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa


Idosa, especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes
requisitos:
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis
com os princípios desta Lei;
III – estar regularmente constituída;
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização
de longa permanência adotarão os seguintes princípios:
I – preservação dos vínculos familiares;
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força
maior;
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter
interno e externo;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de
respeito e dignidade.
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento
ao idoso responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em
detrimento do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso,
especificando o tipo de atendimento, as obrigações da entidade e prestações
decorrentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação
suficiente;
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de
habitabilidade;
V – oferecer atendimento personalizado;

711
atemploCisA

VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;


VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com
suas crenças;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de
idoso portador de doenças infecto-contagiosas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os
documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os
tiverem, na forma da lei;
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que
receberem dos idosos;
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias
do atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade,
relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas
alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a
individualização do atendimento;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a
situação de abandono moral ou material por parte dos familiares;
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação
específica.
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de
serviço ao idoso terão direito à assistência judiciária gratuita.
CAPÍTULO III
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento
Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de
atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério
Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte
redação:
"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art.
6o desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a

712
atemploCisA

fiscalização e a avaliação da política nacional do idoso, no


âmbito das respectivas instâncias político-administrativas."
(NR)

Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos
públicos e privados recebidos pelas entidades de atendimento.
Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as
determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade
civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades,
observado o devido processo legal:
I – as entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II – as entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) multa;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
§ 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude
em relação ao programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a
interdição da unidade e a suspensão do programa.
§ 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá
quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.
§ 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que
coloque em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunicado
ao Ministério Público, para as providências cabíveis, inclusive para promover a
suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de
atendimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das
providências a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.

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atemploCisA

§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a


gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o idoso, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade.
CAPÍTULO IV
Das Infrações Administrativas
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações
do art. 50 desta Lei:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil
reais), se o fato não for caracterizado como crime, podendo haver a interdição
do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa
permanência, os idosos abrigados serão transferidos para outra instituição, a
expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por
estabelecimento de saúde ou instituição de longa permanência de comunicar
à autoridade competente os casos de crimes contra idoso de que tiver
conhecimento:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil
reais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade
no atendimento ao idoso:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais)
e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.
CAPÍTULO V
Da Apuração Administrativa de Infração às
Normas de Proteção ao Idoso
Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão
atualizados anualmente, na forma da lei.
Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa
por infração às normas de proteção ao idoso terá início com requisição do
Ministério Público ou auto de infração elaborado por servidor efetivo e
assinado, se possível, por duas testemunhas.
§ 1o No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser
usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da
infração.

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§ 2o Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a


lavratura do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas,
por motivo justificado.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da
defesa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na
presença do infrator;
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade
competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares,
sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da
pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de
atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas
demais instituições legitimadas para a fiscalização.
CAPÍTULO VI
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo
de que trata este Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto
de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade
governamental e não-governamental de atendimento ao idoso terá início
mediante petição fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do
Ministério Público.
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o
Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do
dirigente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar
lesão aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez)
dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as
provas a produzir.

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atemploCisA

Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art.


69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e julgamento,
deliberando sobre a necessidade de produção de outras provas.
§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público
terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade
judiciária em igual prazo.
§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente
de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará a autoridade
administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24
(vinte e quatro) horas para proceder à substituição.
§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária
poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas
as exigências, o processo será extinto, sem julgamento do mérito.
§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou
ao responsável pelo programa de atendimento.
TÍTULO V
Do Acesso à Justiça
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o
procedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não
contrarie os prazos previstos nesta Lei.
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do
idoso.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e
procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure
como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos, em qualquer instância.
§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo,
fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária
competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem
cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do
processo.

716
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§ 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-


se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união
estável, maior de 60 (sessenta) anos.
§ 3o A prioridade se estende aos processos e procedimentos na
Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e
instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria
Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços
de Assistência Judiciária.
§ 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso
aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível
e caracteres legíveis.
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos
maiores de oitenta anos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017).
CAPÍTULO II
Do Ministério Público
Art. 72. (VETADO)
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão
exercidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos
direitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e
individuais homogêneos do idoso;
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total
ou parcial, de designação de curador especial, em circunstâncias que
justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os
direitos de idosos em condições de risco;
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco,
conforme o disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas
hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse
público justificar;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em
caso de não comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar
condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;

717
atemploCisA

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades


municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem como
promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições
privadas;
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a
instauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às
normas de proteção ao idoso;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
assegurados ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais
cabíveis;
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas
administrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades
porventura verificadas;
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de
saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para o desempenho de
suas atribuições;
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos
previstos nesta Lei.
§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas
neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo
dispuser a lei.
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde
que compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério Público.
§ 3o O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções,
terá livre acesso a toda entidade de atendimento ao idoso.
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de
que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de outras
provas, usando os recursos cabíveis.
Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita
pessoalmente.

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Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade


do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
interessado.
CAPÍTULO III
Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e Individuais
Indisponíveis ou Homogêneos
Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério
Público deverão ser fundamentadas.
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentes à
omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:
I – acesso às ações e serviços de saúde;
II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com
limitação incapacitante;
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-
contagiosa;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
proteção judicial outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis
ou homogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei.
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do
domicílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a
causa, ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência
originária dos Tribunais Superiores.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos,
individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados,
concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e
que incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da
pessoa idosa, dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia
autorização estatutária.

719
atemploCisA

§ 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos


da União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta
Lei.
§ 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por associação
legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá assumir a
titularidade ativa.
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são
admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Público,
que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação
mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao
adimplemento.
§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de
Processo Civil.
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor multa
diária ao réu, independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou
compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do
preceito.
§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da
sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver
configurado.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo do
Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência
Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso.
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o
trânsito em julgado da decisão serão exigidas por meio de execução
promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual
iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia daquele.

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atemploCisA

Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar
dano irreparável à parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao
Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade
competente, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do
agente a que se atribua a ação ou omissão.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a execução,
deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos demais
legitimados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso de inércia
desse órgão.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a
iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os fatos que
constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício
de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos que possam
configurar crime de ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de
ação para sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério
Público, para as providências cabíveis.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias,
que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência,
inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou
particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar,
o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
§ 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou
de peças informativas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o
fundamentadamente.
§ 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados
serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três)

721
atemploCisA

dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de


Coordenação e Revisão do Ministério Público.
§ 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo
Conselho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e
Revisão do Ministério Público, as associações legitimadas poderão apresentar
razões escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de
informação.
§ 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e
Revisão do Ministério Público de homologar a promoção de arquivamento,
será designado outro membro do Ministério Público para o ajuizamento da
ação.
TÍTULO VI
Dos Crimes
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições
da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto
na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. (Vide
ADI 3.096-5 - STF)
CAPÍTULO II
Dos Crimes em Espécie
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública
incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso
a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou
por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania,
por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou
discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.

722
atemploCisA

§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar


sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou
dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos,
o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de
longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas,
quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do
idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o
de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou
sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2o Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um)
ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de
idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar
assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução
de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;

723
atemploCisA

V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à


propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo
Ministério Público.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a
execução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou
interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou
qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua
finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como
abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de
atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a
benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro
documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de
dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação,
informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou
outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento
de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
TÍTULO VII
Disposições Finais e Transitórias

724
atemploCisA

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério


Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código
Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 61. ............................................................................

............................................................................

II - ............................................................................

............................................................................

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou


mulher grávida;

............................................................................." (NR)

"Art. 121. ............................................................................

............................................................................

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3


(um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada
de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

............................................................................." (NR)

"Art. 133. ............................................................................

............................................................................

§ 3o ............................................................................

............................................................................

725
atemploCisA

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)

"Art. 140. ............................................................................

............................................................................

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos


referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

............................................................................ (NR)

"Art. 141. ............................................................................

............................................................................

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou


portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.

............................................................................." (NR)

"Art. 148. ............................................................................

............................................................................

§ 1o............................................................................

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do


agente ou maior de 60 (sessenta) anos.

............................................................................" (NR)

"Art. 159............................................................................

............................................................................

§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas,


se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60
(sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
quadrilha.

............................................................................" (NR)

726
atemploCisA

"Art. 183............................................................................

............................................................................

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual


ou superior a 60 (sessenta) anos." (NR)

"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência


do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou
inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior
de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos
necessários ou faltando ao pagamento de pensão
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada;
deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou
ascendente, gravemente enfermo:

............................................................................" (NR)

Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941,


Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte
parágrafo único:
"Art. 21............................................................................

............................................................................

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até


a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)

Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de abril de


1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1o ............................................................................

............................................................................

§ 4o ............................................................................

II – se o crime é cometido contra criança, gestante,


portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
(sessenta) anos;

............................................................................" (NR)

727
atemploCisA

Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976,


passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 18............................................................................

............................................................................

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a


menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha,
por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capacidade
de discernimento ou de autodeterminação:

............................................................................" (NR)

Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a


vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as
gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por
crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos
desta Lei." (NR)

Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo


Nacional de Assistência Social, até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado,
os recursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplicação em
programas e ações relativos ao idoso.
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à
população idosa do País.
Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto
de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de Prestação
Continuada previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir
que o acesso ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento
sócio-econômico alcançado pelo País.
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua
publicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir
de 1o de janeiro de 2004.
Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da
República.

728
atemploCisA

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palocci Filho
Rubem Fonseca Filho
Humberto Sérgio Costa LIma
Guido Mantega
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Benedita Souza da Silva Sampaio
Álvaro Augusto Ribeiro Costa
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.2003

Dos crimes tipificados no Estatuto do Desarmamento (Lei n° 10.826/03).


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério
da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o
território nacional.
Art. 2o Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo,
mediante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no
País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações
expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e
outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as
decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de
transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o
funcionamento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;

729
atemploCisA

VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a


procedimentos policiais e judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder
licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas,
exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e
munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das
impressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado,
conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do
Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos
respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de
fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos
seus registros próprios.
CAPÍTULO II
DO REGISTRO
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado
deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes
requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões
negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual,
Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a
processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios
eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de
residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o
manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento
desta Lei.

730
atemploCisA

§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após


atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente
e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre
correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no
regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é
obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a
manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos
documentos previstos neste artigo.
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições
responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua
propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre
pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida,
ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis,
a contar da data do requerimento do interessado.
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento
dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III
do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir
arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma
com as mesmas características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em
todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de
fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou
dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o
titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação
dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia
Federal e será precedido de autorização do Sinarm.

731
atemploCisA

§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4 o deverão ser


comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na
conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do
Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de
propriedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da
publicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art.
32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia
31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação
pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a
III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
2008) (Prorrogação de prazo)
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste artigo, o
proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia
Federal, certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de
computadores - internet, na forma do regulamento e obedecidos os
procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com
validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do
certificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário
para a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008)
CAPÍTULO III
DO PORTE
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional,
salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II - os integrantes de órgãos referidos
nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144
da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública
(FNSP); (Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)

732
atemploCisA

III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei;
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de
50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os
agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República;
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art.
52, XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais,
os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores
constituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente
constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo,
na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a
legislação ambiental.
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e
de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista
Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição
Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo
de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no
exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do
Ministério Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo
terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida
pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos
do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas
constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

733
atemploCisA

§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais


poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que
estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei nº


12.993, de 2014)

II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento;


e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle


interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das


instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está
condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III
do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais
está condicionada à formação funcional de seus integrantes em
estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos
de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da
Justiça. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais
e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito
Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do
cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do
regulamento desta Lei.
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos
que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua
subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de

734
atemploCisA

arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso


permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a
efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os
seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008)
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008)
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o
caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso
permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que
integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo,
quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de
segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei,
serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte
expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança
privada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no
parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções
administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas
primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deverá
apresentar documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos
constantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de
fogo.

735
atemploCisA

§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo


deverá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições
descritas no inciso XI do art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando
em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a
autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo
independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará
os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança
que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50%
(cinquenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de
segurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este
artigo fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à
formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo
deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694,
de 2012)
§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar
ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto,
roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente
constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o
autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta
Lei.

736
atemploCisA

Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma


para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento
desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em
competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido,
em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente
será concedida após autorização do Sinarm.
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com
eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e
dependerá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade
profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem
como o seu devido registro no órgão competente.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo,
perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou
abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas
ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do
Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das
atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito
de suas respectivas responsabilidades.

737
atemploCisA

§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as


pessoas e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5 o do art.
6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do
credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação da
aptidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de
fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo
psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos honorários profissionais
para realização de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do
Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo
instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta
reais), acrescido do custo da munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1o e 2o deste
artigo implicará o descredenciamento do profissional pela Polícia
Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda
no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do
estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que
menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se
apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor
responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem

738
atemploCisA

de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,


roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de
ocorrido o fato.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo
quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin
3.112-1)
Disparo de arma de fogo
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou
em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa
conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin
3.112-1)
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de
uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la
equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de
dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou
juiz;

739
atemploCisA

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou


incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado,
suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo.
Comércio ilegal de arma de fogo
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para
efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
Tráfico internacional de arma de fogo
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território
nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da
metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou
restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é
aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de
liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)
CAPÍTULO V

740
atemploCisA

DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os
Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das
armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do
chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do
Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar
acondicionadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na
caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre
outras informações definidas pelo regulamento desta Lei.
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas
autorizações de compra de munição com identificação do lote e do
adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de
publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de segurança e de
identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta
Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas
nos incisos III e IV do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir
insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
suprimento de suas atividades, mediante autorização concedida nos termos
definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei,
compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção,
exportação, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de
fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito
de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo
pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução
penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no
prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

741
atemploCisA

§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que


receberem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de
cada Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do
Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado
àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de
interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem
doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da
instituição beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade
da instituição beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou
no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento
ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de
uso restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo,
mencionando suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela
Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a
importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com
estas se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a
aquisição de armas de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos
Comandos Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de
fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III,
V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
de 2008)

742
atemploCisA

Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas


expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº
10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade
superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas
condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após
sua publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso
permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de
dezembro de 2008, mediante apresentação de documento de identificação
pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de
compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova
admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as
características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este
dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências
constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste
artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de
Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do §
4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas
regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal,
mediante recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão
entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé,
serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade
de eventual posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$
300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento desta
Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo,
fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova,

743
atemploCisA

facilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida


autorização ou com inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize
publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração
superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as
providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas,
ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição
Federal.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços
de transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as
providências necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em
todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6o desta
Lei.
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação
mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo
entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da
República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003
ANEXO
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

744
atemploCisA

TABELA DE TAXAS

ATO ADMINISTRATIVO R$

I - Registro de arma de fogo:

- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito


(art. 30)

- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00

II - Renovação do certificado de registro de arma de fogo:

Gratuito
- até 31 de dezembro de 2008 (art. 5o, § 3o)

- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00

III - Registro de arma de fogo para empresa de segurança 60,00


privada e de transporte
de valores

IV - Renovação do certificado de registro de arma de fogo para


empresa de
segurança privada e de transporte de valores:

- até 30 de junho de 2008 30,00

- de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00

- a partir de 1o de novembro de 2008 60,00

V - Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00

VI - Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00

VII - Expedição de segunda via de certificado de registro de arma 60,00

745
atemploCisA

de fogo

VIII - Expedição de segunda via de porte de arma de fogo

Crimes de Tortura (Lei n° 9.455 de 1997).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma
de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida
de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato
não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de
evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de
reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
II - se o crime é cometido contra criança, gestante, deficiente e adolescente;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº
10.741, de 2003)

746
atemploCisA

III - se o crime é cometido mediante seqüestro.


§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e
a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido
cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se
o agente em local sob jurisdição brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto
da Criança e do Adolescente.
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997

Dos crimes contra a propriedade Intelectual (Lei n° 9.609 de 1998).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado
de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico
de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de
tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos
periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar
de modo e para fins determinados.
CAPÍTULO II
DA PROTEÇÃO AOS DIREITOS DE AUTOR E DO REGISTRO

747
atemploCisA

Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de


computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos
autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei.
§ 1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos
direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de
reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de
opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação,
mutilação ou outra modificação do programa de computador, que
prejudiquem a sua honra ou a sua reputação.
§ 2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador
pelo prazo de cinqüenta anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano
subseqüente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação.
§ 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro.
§ 4º Os direitos atribuídos por esta Lei ficam assegurados aos estrangeiros
domiciliados no exterior, desde que o país de origem do programa conceda,
aos brasileiros e estrangeiros domiciliados no Brasil, direitos equivalentes.
§ 5º Inclui-se dentre os direitos assegurados por esta Lei e pela legislação de
direitos autorais e conexos vigentes no País aquele direito exclusivo de
autorizar ou proibir o aluguel comercial, não sendo esse direito exaurível pela
venda, licença ou outra forma de transferência da cópia do programa.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos casos em que o
programa em si não seja objeto essencial do aluguel.
Art. 3º Os programas de computador poderão, a critério do titular, ser
registrados em órgão ou entidade a ser designado por ato do Poder
Executivo, por iniciativa do Ministério responsável pela política de ciência e
tecnologia. (Regulamento)
§ 1º O pedido de registro estabelecido neste artigo deverá conter, pelo
menos, as seguintes informações:
I - os dados referentes ao autor do programa de computador e ao titular, se
distinto do autor, sejam pessoas físicas ou jurídicas;
II - a identificação e descrição funcional do programa de computador; e
III - os trechos do programa e outros dados que se considerar suficientes para
identificá-lo e caracterizar sua originalidade, ressalvando-se os direitos de
terceiros e a responsabilidade do Governo.

748
atemploCisA

§ 2º As informações referidas no inciso III do parágrafo anterior são de caráter


sigiloso, não podendo ser reveladas, salvo por ordem judicial ou a
requerimento do próprio titular.
Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao
empregador, contratante de serviços ou órgão público, os direitos relativos ao
programa de computador, desenvolvido e elaborado durante a vigência de
contrato ou de vínculo estatutário, expressamente destinado à pesquisa e
desenvolvimento, ou em que a atividade do empregado, contratado de
serviço ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra da própria natureza
dos encargos concernentes a esses vínculos.
§ 1º Ressalvado ajuste em contrário, a compensação do trabalho ou serviço
prestado limitar-se-á à remuneração ou ao salário convencionado.
§ 2º Pertencerão, com exclusividade, ao empregado, contratado de serviço ou
servidor os direitos concernentes a programa de computador gerado sem
relação com o contrato de trabalho, prestação de serviços ou vínculo
estatutário, e sem a utilização de recursos, informações tecnológicas,
segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos
do empregador, da empresa ou entidade com a qual o empregador
mantenha contrato de prestação de serviços ou assemelhados, do
contratante de serviços ou órgão público.
§ 3º O tratamento previsto neste artigo será aplicado nos casos em que o
programa de computador for desenvolvido por bolsistas, estagiários e
assemelhados.
Art. 5º Os direitos sobre as derivações autorizadas pelo titular dos direitos de
programa de computador, inclusive sua exploração econômica, pertencerão à
pessoa autorizada que as fizer, salvo estipulação contratual em contrário.
Art. 6º Não constituem ofensa aos direitos do titular de programa de
computador:
I - a reprodução, em um só exemplar, de cópia legitimamente adquirida,
desde que se destine à cópia de salvaguarda ou armazenamento eletrônico,
hipótese em que o exemplar original servirá de salvaguarda;
II - a citação parcial do programa, para fins didáticos, desde que identificados
o programa e o titular dos direitos respectivos;
III - a ocorrência de semelhança de programa a outro, preexistente, quando se
der por força das características funcionais de sua aplicação, da observância

749
atemploCisA

de preceitos normativos e técnicos, ou de limitação de forma alternativa para


a sua expressão;
IV - a integração de um programa, mantendo-se suas características
essenciais, a um sistema aplicativo ou operacional, tecnicamente
indispensável às necessidades do usuário, desde que para o uso exclusivo de
quem a promoveu.
CAPÍTULO III
DAS GARANTIAS AOS USUÁRIOS DE PROGRAMA DE COMPUTADOR
Art. 7º O contrato de licença de uso de programa de computador, o
documento fiscal correspondente, os suportes físicos do programa ou as
respectivas embalagens deverão consignar, de forma facilmente legível pelo
usuário, o prazo de validade técnica da versão comercializada.
Art. 8º Aquele que comercializar programa de computador, quer seja titular
dos direitos do programa, quer seja titular dos direitos de comercialização,
fica obrigado, no território nacional, durante o prazo de validade técnica da
respectiva versão, a assegurar aos respectivos usuários a prestação de
serviços técnicos complementares relativos ao adequado funcionamento do
programa, consideradas as suas especificações.
Parágrafo único. A obrigação persistirá no caso de retirada de circulação
comercial do programa de computador durante o prazo de validade, salvo
justa indenização de eventuais prejuízos causados a terceiros.
CAPÍTULO IV
DOS CONTRATOS DE LICENÇA DE USO, DE COMERCIALIZAÇÃO
E DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
Art. 9º O uso de programa de computador no País será objeto de contrato de
licença.
Parágrafo único. Na hipótese de eventual inexistência do contrato referido
no caput deste artigo, o documento fiscal relativo à aquisição ou
licenciamento de cópia servirá para comprovação da regularidade do seu uso.
Art. 10. Os atos e contratos de licença de direitos de comercialização
referentes a programas de computador de origem externa deverão fixar,
quanto aos tributos e encargos exigíveis, a responsabilidade pelos respectivos
pagamentos e estabelecerão a remuneração do titular dos direitos de
programa de computador residente ou domiciliado no exterior.
§ 1º Serão nulas as cláusulas que:

750
atemploCisA

I - limitem a produção, a distribuição ou a comercialização, em violação às


disposições normativas em vigor;
II - eximam qualquer dos contratantes das responsabilidades por eventuais
ações de terceiros, decorrentes de vícios, defeitos ou violação de direitos de
autor.
§ 2º O remetente do correspondente valor em moeda estrangeira, em
pagamento da remuneração de que se trata, conservará em seu poder, pelo
prazo de cinco anos, todos os documentos necessários à comprovação da
licitude das remessas e da sua conformidade ao caput deste artigo.
Art. 11. Nos casos de transferência de tecnologia de programa de
computador, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial fará o registro dos
respectivos contratos, para que produzam efeitos em relação a terceiros.
Parágrafo único. Para o registro de que trata este artigo, é obrigatória a
entrega, por parte do fornecedor ao receptor de tecnologia, da
documentação completa, em especial do código-fonte comentado, memorial
descritivo, especificações funcionais internas, diagramas, fluxogramas e outros
dados técnicos necessários à absorção da tecnologia.
CAPÍTULO V
DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES
Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa.
§ 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de programa
de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização
expressa do autor ou de quem o represente:
Pena - Reclusão de um a quatro anos e multa.
§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à
venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de
comércio, original ou cópia de programa de computador, produzido com
violação de direito autoral.
§ 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante queixa,
salvo:
I - quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo
poder público;

751
atemploCisA

II - quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal, perda


de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a ordem
tributária ou contra as relações de consumo.
§ 4º No caso do inciso II do parágrafo anterior, a exigibilidade do tributo, ou
contribuição social e qualquer acessório, processar-se-á independentemente
de representação.
Art. 13. A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão, nos
casos de violação de direito de autor de programa de computador, serão
precedidas de vistoria, podendo o juiz ordenar a apreensão das cópias
produzidas ou comercializadas com violação de direito de autor, suas versões
e derivações, em poder do infrator ou de quem as esteja expondo, mantendo
em depósito, reproduzindo ou comercializando.
Art. 14. Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá intentar
ação para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com cominação de
pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito.
§ 1º A ação de abstenção de prática de ato poderá ser cumulada com a de
perdas e danos pelos prejuízos decorrentes da infração.
§ 2º Independentemente de ação cautelar preparatória, o juiz poderá
conceder medida liminar proibindo ao infrator a prática do ato incriminado,
nos termos deste artigo.
§ 3º Nos procedimentos cíveis, as medidas cautelares de busca e apreensão
observarão o disposto no artigo anterior.
§ 4º Na hipótese de serem apresentadas, em juízo, para a defesa dos
interesses de qualquer das partes, informações que se caracterizem como
confidenciais, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em segredo
de justiça, vedado o uso de tais informações também à outra parte para
outras finalidades.
§ 5º Será responsabilizado por perdas e danos aquele que requerer e
promover as medidas previstas neste e nos arts. 12 e 13, agindo de má-fé ou
por espírito de emulação, capricho ou erro grosseiro, nos termos dos arts. 16,
17 e 18 do Código de Processo Civil.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 16. Fica revogada a Lei nº 7.646, de 18 de dezembro de 1987.

752
atemploCisA

Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
José Israel Vargas
Este texto não substitui o publicado no DOU de 20.2.1998 e retificado no
DOU de 25.2.1998

Dos crimes tipificados nas Leis de preconceito e aos dos deficientes


físicos (Lei n° 7.716 de
1989 e Lei n° 7853 de 1989).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Art. 2º (Vetado).
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a
qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das
concessionárias de serviços públicos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção
funcional. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça
ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem
nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em
igualdade de condições com os demais trabalhadores; (Incluído pela Lei nº
12.288, de 2010)
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de
benefício profissional; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)

753
atemploCisA

III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de


trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei nº 12.288, de
2010)
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à
comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem,
em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores,
exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas
atividades não justifiquem essas exigências.
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a
servir, atender ou receber cliente ou comprador.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em
estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a
pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão,
estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares,
confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos
esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros,
barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as
mesmas finalidades.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou
residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:
Pena: reclusão de um a três anos.

754
atemploCisA

Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios
barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte
concedido.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo
das Forças Armadas.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou
convivência familiar e social.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública,
para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento
particular por prazo não superior a três meses.
Art. 17. (Vetado).
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Art. 19. (Vetado).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de
15/05/97)
Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de
15/05/97)
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou
gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei nº 9.459,
de 15/05/97)
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de
15/05/97)
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio
dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer
natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de
15/05/97)

755
atemploCisA

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o


Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob
pena de desobediência: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do
material respectivo;(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas,
eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei nº
12.735, de 2012)
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede
mundial de computadores. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em
julgado da decisão, a destruição do material apreendido. (Incluído pela Lei nº
9.459, de 15/05/97)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado pela
Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei nº
8.081, de 21.9.1990)
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.
JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard

Lei n° 7853 de 1989

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno
exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de
deficiências, e sua efetiva integração social, nos termos desta Lei.
§ 1º Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores
básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do
respeito à dignidade da pessoa humana, do bem-estar, e outros, indicados na
Constituição ou justificados pelos princípios gerais de direito.
§ 2º As normas desta Lei visam garantir às pessoas portadoras de
deficiência as ações governamentais necessárias ao seu cumprimento e das

756
atemploCisA

demais disposições constitucionais e legais que lhes concernem, afastadas as


discriminações e os preconceitos de qualquer espécie, e entendida a matéria
como obrigação nacional a cargo do Poder Público e da sociedade.
Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas
portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive
dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao
amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da
Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.
Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos
e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de
sua competência e finalidade, aos assuntos objetos esta Lei, tratamento
prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, as
seguintes medidas:
I - na área da educação:
a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como
modalidade educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º
e 2º graus, a supletiva, a habilitação e reabilitação profissionais, com
currículos, etapas e exigências de diplomação próprios;
b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolas especiais,
privadas e públicas;
c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em
estabelecimento público de ensino;
d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial a nível
pré-escolar, em unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam
internados, por prazo igual ou superior a 1 (um) ano, educandos portadores
de deficiência;
e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos
aos demais educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de
estudo;
f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos
públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se
integrarem no sistema regular de ensino;
II - na área da saúde:
a) a promoção de ações preventivas, como as referentes ao planejamento
familiar, ao aconselhamento genético, ao acompanhamento da gravidez, do
parto e do puerpério, à nutrição da mulher e da criança, à identificação e ao

757
atemploCisA

controle da gestante e do feto de alto risco, à imunização, às doenças do


metabolismo e seu diagnóstico e ao encaminhamento precoce de outras
doenças causadoras de deficiência;
b) o desenvolvimento de programas especiais de prevenção de acidente
do trabalho e de trânsito, e de tratamento adequado a suas vítimas;
c) a criação de uma rede de serviços especializados em reabilitação e
habilitação;
d) a garantia de acesso das pessoas portadoras de deficiência aos
estabelecimentos de saúde públicos e privados, e de seu adequado
tratamento neles, sob normas técnicas e padrões de conduta apropriados;
e) a garantia de atendimento domiciliar de saúde ao deficiente grave não
internado;
f) o desenvolvimento de programas de saúde voltados para as pessoas
portadoras de deficiência, desenvolvidos com a participação da sociedade e
que lhes ensejem a integração social;
III - na área da formação profissional e do trabalho:
a) o apoio governamental à formação profissional, e a garantia de acesso
aos serviços concernentes, inclusive aos cursos regulares voltados à formação
profissional;
b) o empenho do Poder Público quanto ao surgimento e à manutenção
de empregos, inclusive de tempo parcial, destinados às pessoas portadoras
de deficiência que não tenham acesso aos empregos comuns;
c) a promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nos setores
públicos e privado, de pessoas portadoras de deficiência;
d) a adoção de legislação específica que discipline a reserva de mercado
de trabalho, em favor das pessoas portadoras de deficiência, nas entidades da
Administração Pública e do setor privado, e que regulamente a organização
de oficinas e congêneres integradas ao mercado de trabalho, e a situação,
nelas, das pessoas portadoras de deficiência;
IV - na área de recursos humanos:
a) a formação de professores de nível médio para a Educação Especial, de
técnicos de nível médio especializados na habilitação e reabilitação, e de
instrutores para formação profissional;

758
atemploCisA

b) a formação e qualificação de recursos humanos que, nas diversas áreas


de conhecimento, inclusive de nível superior, atendam à demanda e às
necessidades reais das pessoas portadoras de deficiências;
c) o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico em todas as
áreas do conhecimento relacionadas com a pessoa portadora de deficiência;
V - na área das edificações:
a) a adoção e a efetiva execução de normas que garantam a
funcionalidade das edificações e vias públicas, que evitem ou removam os
óbices às pessoas portadoras de deficiência, permitam o acesso destas a
edifícios, a logradouros e a meios de transporte.
Art. 3o As medidas judiciais destinadas à proteção de interesses
coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indisponíveis da
pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo Distrito
Federal, por associação constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei
civil, por autarquia, por empresa pública e por fundação ou sociedade de
economia mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção
dos interesses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência. (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 1º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades
competentes as certidões e informações que julgar necessárias.
§ 2º As certidões e informações a que se refere o parágrafo anterior
deverão ser fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos
respectivos requerimentos, e só poderão se utilizadas para a instrução da
ação civil.
§ 3º Somente nos casos em que o interesse público, devidamente
justificado, impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação.
§ 4º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser
proposta desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo
ao juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, e, salvo quando se tratar
de razão de segurança nacional, requisitar umas e outras; feita a requisição, o
processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em
julgado da sentença.
§ 5º Fica facultado aos demais legitimados ativos habilitarem-se como
litisconsortes nas ações propostas por qualquer deles.

759
atemploCisA

§ 6º Em caso de desistência ou abandono da ação, qualquer dos co-


legitimados pode assumir a titularidade ativa.
Art. 4º A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes,
exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de
prova, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com
idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
§ 1º A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação
fica sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois
de confirmada pelo tribunal.
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e
suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer legitimado ativo, inclusive o
Ministério Público.
Art. 5º O Ministério Público intervirá obrigatoriamente nas ações
públicas, coletivas ou individuais, em que se discutam interesses relacionados
à deficiência das pessoas.
Art. 6º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência,
inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
particular, certidões, informações, exame ou perícias, no prazo que assinalar,
não inferior a 10 (dez) dias úteis.
§ 1º Esgotadas as diligências, caso se convença o órgão do Ministério
Público da inexistência de elementos para a propositura de ação civil,
promoverá fundamentadamente o arquivamento do inquérito civil, ou das
peças informativas. Neste caso, deverá remeter a reexame os autos ou as
respectivas peças, em 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério
Público, que os examinará, deliberando a respeito, conforme dispuser seu
Regimento.
§ 2º Se a promoção do arquivamento for reformada, o Conselho Superior
do Ministério Público designará desde logo outro órgão do Ministério Público
para o ajuizamento da ação.
Art. 7º Aplicam-se à ação civil pública prevista nesta Lei, no que couber,
os dispositivos da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 8o Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e
multa: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou
fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer

760
atemploCisA

curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência; (Redação


dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer
cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência; (Redação dada pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão
de sua deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar
assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com
deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial
expedida na ação civil a que alude esta Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.146,
de 2015) (Vigência)
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à
propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando
requisitados. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 1o Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor de 18
(dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
§ 2o A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para
indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de estágio
probatório em concursos públicos não exclui a responsabilidade patrimonial
pessoal do administrador público pelos danos causados. (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
§ 3o Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o ingresso de
pessoa com deficiência em planos privados de assistência à saúde, inclusive
com cobrança de valores diferenciados. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
§ 4o Se o crime for praticado em atendimento de urgência e emergência,
a pena é agravada em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 9º A Administração Pública Federal conferirá aos assuntos relativos às
pessoas portadoras de deficiência tratamento prioritário e apropriado, para
que lhes seja efetivamente ensejado o pleno exercício de seus direitos
individuais e sociais, bem como sua completa integração social.

761
atemploCisA

§ 1º Os assuntos a que alude este artigo serão objeto de ação,


coordenada e integrada, dos órgãos da Administração Pública Federal, e
incluir-se-ão em Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência, na qual estejam compreendidos planos, programas e projetos
sujeitos a prazos e objetivos determinados.
§ 2º Ter-se-ão como integrantes da Administração Pública Federal, para
os fins desta Lei, além dos órgãos públicos, das autarquias, das empresas
públicas e sociedades de economia mista, as respectivas subsidiárias e as
fundações públicas.
Art. 10. A coordenação superior dos assuntos, ações governamentais e
medidas referentes a pessoas portadoras de deficiência caberá à Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. (Redação dada
pela Lei nº 11.958, de 2009)
Parágrafo único. Ao órgão a que se refere este artigo caberá formular a
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, seus
planos, programas e projetos e cumprir as instruções superiores que lhes
digam respeito, com a cooperação dos demais órgãos públicos. (Redação
dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
Art. 11. (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990)
Art. 12. Compete à Corde:
I - coordenar as ações governamentais e medidas que se refiram às
pessoas portadoras de deficiência;
II - elaborar os planos, programas e projetos subsumidos na Política
Nacional para a Integração de Pessoa Portadora de Deficiência, bem como
propor as providências necessárias a sua completa implantação e seu
adequado desenvolvimento, inclusive as pertinentes a recursos e as de caráter
legislativo;
III - acompanhar e orientar a execução, pela Administração Pública
Federal, dos planos, programas e projetos mencionados no inciso anterior;
IV - manifestar-se sobre a adequação à Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência dos projetos federais a ela
conexos, antes da liberação dos recursos respectivos;
V - manter, com os Estados, Municípios, Territórios, o Distrito Federal, e o
Ministério Público, estreito relacionamento, objetivando a concorrência de
ações destinadas à integração social das pessoas portadoras de deficiência;

762
atemploCisA

VI - provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe


informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil de que esta Lei, e
indicando-lhe os elementos de convicção;
VII - emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados
pelos demais órgãos da Administração Pública Federal, no âmbito da Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência;
VIII - promover e incentivar a divulgação e o debate das questões
concernentes à pessoa portadora de deficiência, visando à conscientização da
sociedade.
Parágrafo único. Na elaboração dos planos, programas e projetos a seu
cargo, deverá a Corde recolher, sempre que possível, a opinião das pessoas e
entidades interessadas, bem como considerar a necessidade de efetivo apoio
aos entes particulares voltados para a integração social das pessoas
portadoras de deficiência.
Art. 13. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)
Art. 14. (Vetado).
Art. 15. Para atendimento e fiel cumprimento do que dispõe esta Lei, será
reestruturada a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, e
serão instituídos, no Ministério do Trabalho, no Ministério da Saúde e no
Ministério da Previdência e Assistência Social, órgão encarregados da
coordenação setorial dos assuntos concernentes às pessoas portadoras de
deficiência.
Art. 16. O Poder Executivo adotará, nos 60 (sessenta) dias posteriores à
vigência desta Lei, as providências necessárias à reestruturação e ao regular
funcionamento da Corde, como aquelas decorrentes do artigo anterior.
Art. 17. Serão incluídas no censo demográfico de 1990, e nos
subseqüentes, questões concernentes à problemática da pessoa portadora de
deficiência, objetivando o conhecimento atualizado do número de pessoas
portadoras de deficiência no País.
Art. 18. Os órgãos federais desenvolverão, no prazo de 12 (doze) meses
contado da publicação desta Lei, as ações necessárias à efetiva implantação
das medidas indicadas no art. 2º desta Lei.
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 20. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 24 de outubro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

763
atemploCisA

JOSÉ SARNEY
João Batista de Abreu

Artigo 9° (nono) do Código Penal Militar.

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


I - os crimes de que trata êste Código, quando definidos de modo
diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o
agente, salvo disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na
mesma situação ou assemelhado;
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito
à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou
assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou
civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o
patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;
f) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por
civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os
compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem
administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de
atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da
Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;

764
atemploCisA

c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão,


vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento
ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar
em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância,
garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando
legalmente requisitado para aquêle fim, ou em obediência a determinação
legal superior.

§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e


cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do
Júri. (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)

§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e


cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da
competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto:
(Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)

I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo


Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; (Incluído
pela Lei nº 13.491, de 2017)

II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão


militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de
2017)

III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da


lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com
o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes
diplomas legais: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)

a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de


Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)

765
atemploCisA

b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída pela Lei


nº 13.491, de 2017)

c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo


Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)

d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Incluída


pela Lei nº 13.491, de 2017)

Crimes hediondos (Lei n° 8.072 de 1990).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados
no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de
1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)

I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo


de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado
(art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); (Redação dada pela Lei
nº 13.142, de 2015)

I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2 o) e lesão


corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº


8.930, de 1994)

766
atemploCisA

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído
pela Lei nº 8.930, de 1994)
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§
lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei
nº 12.015, de 2009)
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e
4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado
a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a
redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído
pela Lei nº 9.695, de 1998)
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual
de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e
2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio
previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de
posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da
Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou
consumados. (Redação dada pela Lei nº 13.497, de 2017)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis
de: (Vide Súmula Vinculante)
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes
previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da

767
atemploCisA

pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se


reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.
(Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de
dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30
(trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,
destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta
periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a
ordem ou incolumidade pública.
Art. 4º (Vetado).
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:
"Art. 83. ..............................................................

........................................................................

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de


condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o
apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput
e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal,
passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 157. .............................................................

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é


de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se
resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem
prejuízo da multa.

........................................................................

Art. 159. ...............................................................

768
atemploCisA

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º .................................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º .................................................................

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º .................................................................

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

........................................................................

Art. 213. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

........................................................................

Art. 223. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único. ........................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

........................................................................

Art. 267. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

........................................................................

Art. 270. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

769
atemploCisA

......................................................................."

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:


"Art. 159. ..............................................................

........................................................................

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-


autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação
do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do
Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o
bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena
reduzida de um a dois terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, §
3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação
com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art.
223, caput eparágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a
vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código
Penal.
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar
acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação:
"Art. 35. ................................................................

Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo


serão contados em dobro quando se tratar dos crimes
previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).


Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

770
atemploCisA

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990

Organizações Criminosas (Lei n° 9.034, de 1995).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Da Definição de Ação Praticada por Organizações Criminosas e dos Meios
Operacionais de Investigação e Prova
Art. 1o Esta Lei define e regula meios de prova e procedimentos
investigatórios que versem sobre ilícitos decorrentes de ações praticadas por
quadrilha ou bando ou organizações ou associações criminosas de qualquer
tipo. (Redação dada pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001)
Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem
prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e
formação de provas: (Redação dada pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001)
I - (Vetado).
II - a ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do
que se supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculado,
desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida
legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação
de provas e fornecimento de informações;
III - o acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias,
financeiras e eleitorais.
IV – a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos,
óticos ou acústicos, e o seu registro e análise, mediante circunstanciada
autorização judicial; (Inciso incluído pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001)
V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de
investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante
circunstanciada autorização judicial. (Inciso incluído pela Lei nº 10.217, de
11.4.2001)

771
atemploCisA

Parágrafo único. A autorização judicial será estritamente sigilosa e


permanecerá nesta condição enquanto perdurar a infiltração. (Parágrafo
incluído pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001)
CAPÍTULO II
Da Preservação do Sigilo Constitucional
Art. 3º Nas hipóteses do inciso III do art. 2º desta lei, ocorrendo
possibilidade de violação de sigilo preservado pela Constituição ou por lei, a
diligência será realizada pessoalmente pelo juiz, adotado o mais rigoroso
segredo de justiça. (Vide Adin nº 1.570-2).
§ 1º Para realizar a diligência, o juiz poderá requisitar o auxílio de
pessoas que, pela natureza da função ou profissão, tenham ou possam ter
acesso aos objetos do sigilo.
§ 2º O juiz, pessoalmente, fará lavrar auto circunstanciado da diligência,
relatando as informações colhidas oralmente e anexando cópias autênticas
dos documentos que tiverem relevância probatória, podendo para esse efeito,
designar uma das pessoas referidas no parágrafo anterior como escrivão ad
hoc.
§ 3º O auto de diligência será conservado fora dos autos do processo,
em lugar seguro, sem intervenção de cartório ou servidor, somente podendo
a ele ter acesso, na presença do juiz, as partes legítimas na causa, que não
poderão dele servir-se para fins estranhos à mesma, e estão sujeitas às
sanções previstas pelo Código Penal em caso de divulgação.
§ 4º Os argumentos de acusação e defesa que versarem sobre a
diligência serão apresentados em separado para serem anexados ao auto da
diligência, que poderá servir como elemento na formação da convicção final
do juiz.
§ 5º Em caso de recurso, o auto da diligência será fechado, lacrado e
endereçado em separado ao juízo competente para revisão, que dele tomará
conhecimento sem intervenção das secretarias e gabinetes, devendo o relator
dar vistas ao Ministério Público e ao Defensor em recinto isolado, para o
efeito de que a discussão e o julgamento sejam mantidos em absoluto
segredo de justiça.
CAPÍTULO III
Das Disposições Gerais

772
atemploCisA

Art. 4º Os órgãos da polícia judiciária estruturarão setores e equipes de


policiais especializados no combate à ação praticada por organizações
criminosas.
Art. 5º A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação
praticada por organizações criminosas será realizada independentemente da
identificação civil.
Art. 6º Nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será
reduzida de um a dois terços, quando a colaboração espontânea do agente
levar ao esclarecimento de infrações penais e sua autoria.
Art. 7º Não será concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, aos
agentes que tenham tido intensa e efetiva participação na organização
criminosa.
Art. 8° O prazo para encerramento da instrução criminal, nos processos
por crime de que trata esta Lei, será de 81 (oitenta e um) dias, quando o réu
estiver preso, e de 120 (cento e vinte) dias, quando solto. (Redação dada
pela Lei nº 9.303, de 5.9.1996)
Art. 9º O réu não poderá apelar em liberdade, nos crimes previstos nesta
lei.
Art. 10 Os condenados por crime decorrentes de organização criminosa
iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado.
Art. 11 Aplicam-se, no que não forem incompatíveis, subsidiariamente,
as disposições do Código de Processo Penal.
Art. 12 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13 Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 3 de maio de 1995; 174º da Independência e 107º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Milton Seligman
Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.5.1995

Identificação criminal do civilmente identificado (Lei n° 12.037/09).

773
atemploCisA

O VICE – PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo


de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal,
salvo nos casos previstos nesta Lei.
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes
documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos
de identificação civis os documentos de identificação militares.
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer
identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o
indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações
conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo
despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou
mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da
defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes
qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da
expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação
dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser
juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que
consideradas insuficientes para identificar o indiciado.

774
atemploCisA

Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade


encarregada tomará as providências necessárias para evitar o
constrangimento do identificado.
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o
fotográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em
flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal
poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil
genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
Art. 5o-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser
armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por
unidade oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 1o As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis
genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das
pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas
constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e
dados genéticos. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão
caráter sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente aquele que
permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei
ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 3o As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos
deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial
devidamente habilitado. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em
atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo
criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou
absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo
do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da
identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente
provas de sua identificação civil.
Art. 7o-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no
término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito. (Incluído
pela Lei nº 12.654, de 2012)

775
atemploCisA

Art. 7o-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco de


dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder
Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º Revoga-se a Lei nº 10.054, de 7 de dezembro de 2000.
Brasília, 1o de outubro de 2009; 188º da Independência e 121º da
República.
JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Este texto não substitui o publicado no DOU de 2.10.2009

Crimes contra o meio ambiente (Lei n° 9.605/98).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º (VETADO)
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos
nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua
culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e
de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa
jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a
sua prática, quando podia agir para evitá-la.
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das
pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à
qualidade do meio ambiente.

776
atemploCisA

Art. 5º (VETADO)
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DA PENA
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente
observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas
conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de
interesse ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
privativas de liberdade quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade
inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que
a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do
crime.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo
terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.
Art. 8º As penas restritivas de direito são:
I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.
Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao
condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades
de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada,
na restauração desta, se possível.
Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o
condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou
quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo

777
atemploCisA

de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes


culposos.
Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem
obedecendo às prescrições legais.
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima
ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo
juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta
salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual
reparação civil a que for condenado o infrator.
Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de
responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,
freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido
nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a
sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do
dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação
ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle
ambiental.
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o
meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do
Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

778
atemploCisA

g) em período de defeso à fauna;


h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas
públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode
ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não
superior a três anos.
Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do Código
Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as
condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção
ao meio ambiente.
Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se
revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser
aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica
auferida.
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,
fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e
cálculo de multa.
Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível
poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os
prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.

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atemploCisA

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução


poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos do caput, sem prejuízo da
liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às
pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:
I - multa;
II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade.
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter
subsídios, subvenções ou doações.
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem
obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do
meio ambiente.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade
estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a
concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios,
subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá
em:
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com
o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá
decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado
instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário
Nacional.
CAPÍTULO III

780
atemploCisA

DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO


ADMINISTRATIVA OU DE CRIME
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e
instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.
§ 1º Os animais serão libertados em seu habitat ou entregues a jardins
zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a
responsabilidade de técnicos habilitados.
§ 1o Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo
tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a
jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e
cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. (Redação dada
pela Lei nº 13.052, de 2014)
§ 2º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e
doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins
beneficentes.
§ 2o Tratando-se de produtos perecíveis, serão estes avaliados e doados a
instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins
beneficentes. (Redação dada pela Medida provisória nº 62, de
2002) Prejudicada
§ 2o Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no §
1o deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em
condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu
bem-estar físico. (Redação dada pela Lei nº 13.052, de 2014)
§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e
doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins
beneficentes. (Renumerando do §2º para §3º pela Lei nº 13.052, de 2014)
§ 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou
doados a instituições científicas, culturais ou educacionais. (Renumerando
do §3º para §4º pela Lei nº 13.052, de 2014)
§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,
garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem. (Renumerando
do §4º para §5º pela Lei nº 13.052, de 2014)
§ 5o Tratando-se de madeiras, serão levadas a leilão, e o valor arrecadado,
revertido ao órgão ambiental responsável por sua apreensão. (Incluído
pela Medida provisória nº 62, de 2002) Prejudicada

781
atemploCisA

CAPÍTULO IV
DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública
incondicionada.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76
da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada
desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que
trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995,
aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com
as seguintes modificações:
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo
referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano
ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo
artigo;
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a
reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período
máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com
suspensão do prazo da prescrição;
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II,
III e IV do § 1° do artigo mencionado no caput;
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo
de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu
resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo
previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de
punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o
acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
Seção I
Dos Crimes contra a Fauna

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atemploCisA

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre,
nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em
desacordo com a obtida;
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em
cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna
silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela
oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida
permissão, licença ou autorização da autoridade competente.
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada
ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de
aplicar a pena.
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies
nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham
todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território
brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que
somente no local da infração;
II - em período proibido à caça;
III - durante a noite;
IV - com abuso de licença;
V - em unidade de conservação;
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar
destruição em massa.
§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça
profissional.
§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto,
sem a autorização da autoridade ambiental competente:

783
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Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.


Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial
favorável e licença expedida por autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em
animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem
recursos alternativos.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o
perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos,
açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de
domínio público;
II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem
licença, permissão ou autorização da autoridade competente;
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre
bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica.
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares
interditados por órgão competente:
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos
inferiores aos permitidos;
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de
aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes
provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.

784
atemploCisA

Art. 35. Pescar mediante a utilização de:


I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito
semelhante;
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos
dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção,
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela
autoridade competente;
III – (VETADO)
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão
competente.
Seção II
Dos Crimes contra a Flora
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente,
mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de
proteção:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio
avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la
com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei nº 11.428, de
2006).
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
metade. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).

785
atemploCisA

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente,


sem permissão da autoridade competente:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas
de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990,
independentemente de sua localização:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação as Reservas Biológicas,
Reservas Ecológicas, Estações Ecológicas, Parques Nacionais, Estaduais e
Municipais, Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais, Áreas de Proteção
Ambiental, Áreas de Relevante Interesse Ecológico e Reservas Extrativistas ou
outras a serem criadas pelo Poder Público.
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as
Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os
Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela
Lei nº 9.985, de 2000)
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no
interior das Unidades de Conservação será considerada circunstância
agravante para a fixação da pena.
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no
interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada
circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei nº
9.985, de 2000)
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas de
Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas
Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de
Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do Patrimônio
Natural. (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no
interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada
circunstância agravante para a fixação da pena. (Incluído pela Lei nº
9.985, de 2000)

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§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela


Lei nº 9.985, de 2000)
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a
um ano, e multa.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar
incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou
qualquer tipo de assentamento humano:
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 43. (VETADO)
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de
preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou
qualquer espécie de minerais:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por
ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra
exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações legais:
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira,
lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de
licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se
da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem
em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos
de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do
armazenamento, outorgada pela autoridade competente.
Art. 47. (VETADO)
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais
formas de vegetação:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio,
plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade
privada alheia:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação
fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta,
plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem
autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela
Lei nº 11.284, de 2006)
§ 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência
imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei nº 11.284,
de 2006)
§ 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena
será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei nº
11.284, de 2006)
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais
formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou
instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou
subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a
um terço se:
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a
modificação do regime climático;
II - o crime é cometido:
a) no período de queda das sementes;

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atemploCisA

b) no período de formação de vegetações;


c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça
ocorra somente no local da infração;
d) em época de seca ou inundação;
e) durante a noite, em domingo ou feriado.
Seção III
Da Poluição e outros Crimes Ambientais
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o crime:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que
momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos
à saúde da população;
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do
abastecimento público de água de uma comunidade;
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou
detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou regulamentos:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar
de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de
precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a
competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo
com a obtida:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área
pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença,
concessão ou determinação do órgão competente.
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar,
fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou
substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente,
em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus
regulamentos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem abandona os produtos ou substâncias
referidos no caput, ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº


12.305, de 2010)

I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza


em desacordo com as normas ambientais ou de segurança; (Incluído
pela Lei nº 12.305, de 2010)

II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla


ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida
em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010)

§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é


aumentada de um sexto a um terço.
§ 3º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 57. (VETADO)
Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão
aumentadas:
I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio
ambiente em geral;
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em
outrem;
III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.

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atemploCisA

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão


aplicadas se do fato não resultar crime mais grave.
Art. 59. (VETADO)
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer
parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços
potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos
ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares
pertinentes:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à
agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Seção IV
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão
judicial;
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou
similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de
detenção, sem prejuízo da multa.
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu
valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a concedida:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno,
assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico,
turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou
monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo
com a concedida:

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atemploCisA

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.


Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou
monumento urbano:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em
virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de seis
meses a um ano de detenção, e multa.
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento
urbano: (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 12.408, de 2011)
§ 1o Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude
do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a
1 (um) ano de detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei nº 12.408, de 2011)
§ 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de
valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística,
desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou
arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização
do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas
editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e
conservação do patrimônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei
nº 12.408, de 2011)
Seção V
Dos Crimes contra a Administração Ambiental
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a
verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em
procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em
desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços
cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

792
atemploCisA

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de


detenção, sem prejuízo da multa.
Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de
cumprir obrigação de relevante interesse ambiental:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem
prejuízo da multa.
Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de
questões ambientais:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal
ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório
ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por
omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei
nº 11.284, de 2006)
§ 1o Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº
11.284, de 2006)
§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há
dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação
falsa, incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
CAPÍTULO VI
DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão
que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação
do meio ambiente.
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e
instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais
integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados
para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos
Portos, do Ministério da Marinha.

793
atemploCisA

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir


representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito
do exercício do seu poder de polícia.
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é
obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo
administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade.
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo
próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas
as disposições desta Lei.
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve
observar os seguintes prazos máximos:
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de
infração, contados da data da ciência da autuação;
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração,
contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou
impugnação;
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância
superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria
de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de
autuação;
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento
da notificação.
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções,
observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,
instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza
utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;

794
atemploCisA

IX - suspensão parcial ou total de atividades;


X – (VETADO)
XI - restritiva de direitos.
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-
ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei
e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das
demais sanções previstas neste artigo.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou
dolo:
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-
las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela
Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania
dos Portos, do Ministério da Marinha.
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação,
melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se
prolongar no tempo.
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V
do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando
o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem
obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.
§ 8º As sanções restritivas de direito são:
I - suspensão de registro, licença ou autorização;
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até
três anos.

795
atemploCisA

Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração


ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado
pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº
20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio
ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma
ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.
Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no
regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices
estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00
(cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de
reais).
Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito
Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de
incidência.
CAPÍTULO VII
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO
AMBIENTE
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons
costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente,
a necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado
para:
I - produção de prova;
II - exame de objetos e lugares;
III - informações sobre pessoas e coisas;
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham
relevância para a decisão de uma causa;
V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou pelos
tratados de que o Brasil seja parte.
§ 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da
Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente
para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-
la.
§ 2º A solicitação deverá conter:
I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;

796
atemploCisA

II - o objeto e o motivo de sua formulação;


III - a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante;
IV - a especificação da assistência solicitada;
V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o caso.
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente para a
reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido sistema de
comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações
com órgãos de outros países.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código
Penal e do Código de Processo Penal.
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais
integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e
projetos e pelo controle e fiscalização das atividades suscetíveis de
degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força
de título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas físicas
ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e
funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. (Incluído
pela Medida Provisória nº 1.710, de 1998)
§ 1o O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á,
exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas
no caput possam promover as necessárias correções de suas atividades, para
o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais
competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha
sobre: (Incluído pela Medida Provisória nº 1.710, de 1998)
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos
respectivos representantes legais; (Incluído pela Medida Provisória nº
1.710, de 1998)
II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade
das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o
máximo de cinco anos, com possibilidade de prorrogação por igual
período; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.710, de 1998)

797
atemploCisA

III - a descrição detalhada de seu objeto e o cronograma físico de execução e


de implantação das obras e serviços exigidos; (Incluído pela Medida
Provisória nº 1.710, de 1998)
IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica
compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-cumprimento
das obrigações nele pactuadas; (Incluído pela Medida Provisória nº
1.710, de 1998)
V - o foro competente para dirimir litígios entre as partes. (Incluído pela
Medida Provisória nº 1.710, de 1998)
§ 2o No tocante aos empreendimentos em curso no dia 30 de março de
1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes,
sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, a assinatura do termo
de compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas
interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento
escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do
SISNAMA. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.710, de 1998)
§ 3o Da data da protocolização do requerimento previsto no parágrafo
anterior e enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de
compromisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram causa à
celebração do instrumento, a aplicação e a execução de sanções
administrativas contra a pessoa física ou jurídica que o houver
firmado. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.710, de 1998)
§ 4o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser
publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. (Incluído pela
Medida Provisória nº 1.710, de 1998)
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais
integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e
projetos e pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e das atividades
suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a
celebrar, com força de título executivo extrajudicial, termo de compromisso
com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação,
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
poluidores. (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)

798
atemploCisA

§ 1o O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á,


exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas
no caput possam promover as necessárias correções de suas atividades, para
o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais
competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha
sobre: (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos
respectivos representantes legais; (Redação dada pela Medida Provisória
nº 1.710-1, de 1998)
II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade
das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o
máximo de três anos, com possibilidade de prorrogação por igual
período; (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto e o
cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços
exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas; (Redação dada pela
Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica
compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-cumprimento
das obrigações nele pactuadas; (Redação dada pela Medida Provisória nº
1.710-1, de 1998)
V - o valor da multa de que trata o inciso anterior não poderá ser superior ao
valor do investimento previsto; (Redação dada pela Medida Provisória nº
1.710-1, de 1998)
VI - o foro competente para dirimir litígios entre as partes. (Incluído pela
Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
§ 2o No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de março de
1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
considerados efetiva ou potencialmente poluidores, a assinatura do termo de
compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas
interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento
escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo
ser firmado pelo dirigente máximo do estabelecimento. (Redação dada
pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)

799
atemploCisA

§ 3o Da data da protocolização do requerimento previsto no parágrafo


anterior e enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de
compromisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram causa à
celebração do instrumento, a aplicação de sanções administrativas contra a
pessoa física ou jurídica que o houver firmado. (Redação dada pela
Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
§ 4o A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo não
impede a execução de eventuais multas aplicadas antes da protocolização do
requerimento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.710-1, de
1998)
§ 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso,
quando descumprida qualquer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito
ou de força maior. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
§ 6o O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias,
contados da protocolização do requerimento. (Incluído pela Medida
Provisória nº 1.710-1, de 1998)
§ 7o O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá conter
as informações necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e jurídica,
sob pena de indeferimento do plano. (Incluído pela Medida Provisória nº
1.710-1, de 1998)
§ 8o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser
publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. (Incluído pela
Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais
integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e
projetos e pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e das atividades
suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a
celebrar, com força de título executivo extrajudicial, termo de compromisso
com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação,
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
poluidores. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 1o O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á,
exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas
no caput possam promover as necessárias correções de suas atividades, para
o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais

800
atemploCisA

competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha


sobre: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos
respectivos representantes legais; (Redação dada pela Medida Provisória
nº 2.163-41, de 2001)
II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade
das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o
máximo de três anos, com possibilidade de prorrogação por igual
período; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto e o
cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços
exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas; (Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica
compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-cumprimento
das obrigações nele pactuadas; (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.163-41, de 2001)
V - o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser superior ao valor
do investimento previsto; (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.163-41, de 2001)
VI - o foro competente para dirimir litígios entre as partes. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 2o No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de março de
1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais,
considerados efetiva ou potencialmente poluidores, a assinatura do termo de
compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas
interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento
escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo
ser firmado pelo dirigente máximo do estabelecimento. (Redação dada
pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 3o Da data da protocolização do requerimento previsto no § 2o e enquanto
perdurar a vigência do correspondente termo de compromisso, ficarão
suspensas, em relação aos fatos que deram causa à celebração do
instrumento, a aplicação de sanções administrativas contra a pessoa física ou

801
atemploCisA

jurídica que o houver firmado. (Redação dada pela Medida Provisória nº


2.163-41, de 2001)
§ 4o A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo não
impede a execução de eventuais multas aplicadas antes da protocolização do
requerimento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de
2001)
§ 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso,
quando descumprida qualquer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito
ou de força maior. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 6o O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias,
contados da protocolização do requerimento. (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 7o O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá conter
as informações necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e jurídica,
sob pena de indeferimento do plano. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.163-41, de 2001)
§ 8o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser
publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias a
contar de sua publicação.
Art. 81. (VETADO)
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 12 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Gustavo Krause
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.2.1998 e retificado em
17.2.1998

Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei nº 4.117/1962).

802
atemploCisA

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
Introdução
Art. 1º Os serviços de telecomunicações em todo o território do País, inclusive
águas territoriais e espaço aéreo, assim como nos lugares em que princípios e
convenções internacionais lhes reconheçam extraterritorialidade obedecerão
aos preceitos da presente lei e aos regulamentos baixados para a sua
execução.
Art. 2º Os atos internacionais de natureza normativa, qualquer que seja a
denominação adotada, serão considerados tratados ou convenções e só
entrarão em vigor a partir de sua aprovação pelo Congresso Nacional.
Parágrafo único. O Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional no prazo
de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da assinatura, os atos
normativos sôbre telecomunicações, anexando-lhes os respectivos
regulamentos, devidamente traduzidos.
Art. 3º Os atos internacionais de natureza administrativa entrarão em vigor
na data estabelecida em sua publicação depois de aprovados pelo Presidente
da República (art. 29, al) (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
CAPÍTULO II
Das Definições
Art. 4º Para os efeitos desta lei, constituem serviços de telecomunicações a
transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos,
imagens, sons ou informações de qualquer natureza, por fio, rádio,
eletricidade, meios óticos ou qualquer outro processo
eletromagnético.Telegrafia é o processo de telecomunicação destinado à
transmissão de escritos, pelo uso de um código de sinais.Telefonia é o
processo de telecomunicação destinado à transmissão da palavra falada ou
de sons.
§ 1º Os têrmos não definidos nesta lei têm o significado estabelecido nos atos
internacionais aprovados pelo Congresso Nacional.
§ 2º Os contratos de concessão, as autorizações e permissões serão
interpretados e executados de acordo com as definições vigentes na época
em que os mesmos tenham sido celebrados ou expedidos. (Partes mantidas
pelo Congresso Nacional)

803
atemploCisA

Art. 5º Quanto ao seu âmbito, os serviços de telecomunicações se classificam


em:
a) serviço interior, estabelecido entre estações brasileiras, fixas ou móveis,
dentro dos limites da jurisdição territorial da União;
b) serviço internacional, estabelecido entre estações brasileiras, fixas ou
móveis, e estações estrangeiras, ou estações brasileiras móveis, que se achem
fora dos limites da jurisdição territorial da União.
Art. 6º Quanto aos fins a que se destinam, as telecomunicações assim se
classificam:
a) serviço público, destinado ao uso do público em geral;
b) serviço público restrito, facultado ao uso dos passageiros dos navios,
aeronaves, veículos em movimento ou ao uso do público em localidades
ainda não atendidas por serviço público de telecomunicação;
c) serviço limitado, executado por estações não abertas à correspondência
pública e destinado ao uso de pessoas físicas ou jurídicas nacionais.
Constituem serviço limitado entre outros:
1) o de segurança, regularidade, orientação e administração dos transportes
em geral;
2) o de múltiplos destinos;
3) o serviço rural;
4) o serviço privado;
d) serviço de radiodifusão, destinado a ser recebido direta e livremente pelo
público em geral, compreendendo radiodifusão sonora e televisão;
e) serviço de rádio-amador, destinado a treinamento próprio,
intercomunicação e investigações técnicas, levadas a efeito por amadores,
devidamente autorizados, interessados na radiotécnica ùnicamente a título
pessoal e que não visem a qualquer objetivo pecuniário ou comercial;
f) serviço especial, relativo a determinados serviços de interêsse geral, não
abertos à correspondência pública e não incluídos nas definições das alíneas
anteriores, entre os quais:
1) o de sinais horários;
2) o de freqüência padrão;
3) o de boletins meteorológicos;
4) o que se destine a fins científicos ou experimentais;

804
atemploCisA

5) o de música funcional;
6) o de Radiodeterminação.
Art. 7º Os meios, através dos quais se executam os serviços de
telecomunicações, constituirão troncos e rêdes contínuos, que formarão o
Sistema Nacional de Telecomunicações.
§ 1º O Sistema Nacional de Telecomunicações será integrado por troncos e
rêdes a êles ligados.
§ 2º Objetivando a estruturação e o emprêgo do Sistema Nacional de
Telecomunicações, o Govêrno estabelecerá as normas técnicas e as condições
de tráfego mútuo a serem compulsòriamente observadas pelos executores
dos serviços, segundo o que fôr especificado nos Regulamentos.
Art. 8º Constituem troncos do Sistema Nacional de Telecomunicações os
circuitos portadores comuns, que ínterligam os centros principais de
telecomunicações.
§ 1º Circuitos portadores comuns são aquêles que realizam o transporte
integrado de diversas modalidades de telecomunicações.
§ 2º Centros principais de telecomunicações são aquêles nos quais se realiza a
concentração e distribuição das diversas modalidades de telecomunicações,
destinadas ao transporte integrado.
§ 3º Entendem-se por urbanas as rêdes telefônicas situadas dentro dos limites
de um município ou do Distrito Federal, e por interurbanas as intermunicipais
dentro dos limites de um Estado ou Território.
Art. 9º O Conselho Nacional de Telecomunicações ao planejar o Sistema
Nacional de Telecomunicações, discriminará os troncos e os centros principais
de telecomunicações. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
§ 1º Na discriminação a que se refere este artigo serão incluídas, na medida
das possibilidades e conveniências entre os centros principais de
telecomunicação, a Capital da República e as Capitais de todos os Estados e
Territórios.(Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
§ 2º O Conselho Nacional de Telecomunicações estabelecerá as prioridades,
segundo as quais se procederá à instalação dos troncos e redes do Sistema
Nacional de Telecomunicações.(Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
CAPÍTULO III
Da competência da União
Art. 10. Compete privativamente à União:

805
atemploCisA

I - manter e explorar diretamente:


a) os serviços dos troncos que integram o Sistema Nacional de
Telecomunicações, inclusive suas conexões internacionais; (Partes mantidas
pelo Congresso Nacional)
b) os serviços públicos de telégrafos, de telefones interestaduais e de
radiocomunicações, ressalvadas as exceções constantes desta lei, inclusive
quanto aos de radiodifusão e ao serviço internacional;
II - fiscalizar os Serviços de telecomunicações por ela concedidos, autorizados
ou permitidos.
Art. 11. Compete, também, à União: fiscalizar os serviços de telecomunicações
concedidos, permitidos ou autorizados pelos Estados ou Municípios, em tudo
que disser respeito a observância das normas gerais estabelecidas nesta lei e
a integração dêsses serviços no Sistema Nacional de Telecomunicações.
Art. 12. As concessões feitas na faixa de 150 (cento e cinqüenta) quilômetros
estabelecida na Lei n. 2.597, de 12 de setembro de 1955 obedecerão às
normas fixadas na referida lei, observando-se iguais restrições relativamente
aos serviços explorados pela União.
Art. 13. Dentro dos seus limites respectivos, os Estados e Municípios poderão
organizar, regular e executar serviços de telefones, diretamente ou mediante
concessão, obedecidas as normas gerais fixadas pelo Conselho Nacional de
Telecomunicações.
CAPÍTULO IV
Do Conselho Nacional de Telecomunicações
Art. 14. É criado o Conselho Nacional de Telecomunicações (C.O.N.T.E.L.), com
a organização e competência definidas nesta lei, diretamente subordinado ao
Presidente da República. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Art. 15. O Conselho Nacional de Telecomunicações terá um Presidente de livre
nomeação do Presidente da República e será constituído:
a) do Diretor do Departamento dos Correios e Telégrafos, em exercício no
referido cargo, o qual pode ser representado por pessoa escolhida entre os
membros de seu Gabinete ou Diretores de sua repartição; (Partes mantidas
pelo Congresso Nacional)
b) de 3 (três) membros indicados, respectivamente, pelos Ministros da Guerra,
Marinha e Aeronáutica;

806
atemploCisA

c) de 1 (um) membro indicado pelo Chefe do Estado Maior das Forças


Armadas;
d) de 4 (quatro) membros indicados, respectivamente, pelos Ministros da
Justiça e Negócios Interiores, da Educação e Cultura, das Relações Exteriores e
da Indústria e Comércio;
e) de 3 (três) representantes dos 3 (três) maiores partidos políticos, segundo a
respectiva representação na Câmara dos Deputados no início da legislatura,
indicados pela direção nacional de cada agremiação. (Partes mantidas pelo
Congresso Nacional)
f) do diretor da emprêsa pública que terá a seu cargo a exploração dos
troncos do Sistema Nacional de Telecomunicações e serviços correlatos, o
qual pode ser representado por pessoa escolhida entre os membros de seu
Gabinete ou Diretores da emprêsa; (Partes mantidas pelo Congresso
Nacional)
g) do Diretor Geral do Departamento Nacional de Telecomunicações, sem
direito a voto. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
§ 1º Se os três partidos a que se refere a alínea "e" estiveram todos apoiando
o Govêrno, o partido de menor representação será substituído pelo maior
partido de oposição, com representação na Câmara dos Deputados. (Partes
mantidas pelo Congresso Nacional)
§ 2º Os representantes dos partidos políticos de que trata este artigo serão
indicados até 30 (trinta) dias após o início de cada legislatura. (Partes
mantidas pelo Congresso Nacional)
Art. 16. O mandato dos membros do Conselho mencionado nas alíneas b, c,
d, e e terá a duração de 4 (quatro) anos. (Partes mantidas pelo Congresso
Nacional)
Parágrafo único. Será de dois anos apenas o primeiro mandato dos membros
indicados nas alíneas b e ... observado o disposto no § 2º do artigo
anterior. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Art. 17. Em caso de vaga, o membro que fôr nomeado em substituição,
exercerá o mandato até o fim do período que caberia ao substituído.
Parágrafo único. É vedada a substituição dos membros do Conselho no
decurso do mandato, salvo por justa causa verificada mediante inquérito
administrativo, sob pena de nulidade das decisões tomadas com o voto do
substituto.

807
atemploCisA

Art. 18. O membro do Conselho que faltar, sem motivo justo, a 3 (três)
reuniões consecutivas, perderá automàticamente o cargo.
§ 1º O Regimento Interno do Conselho disporá sôbre a justificação das faltas.
§ 2º Serão nulas as deliberações de que participar, com voto decisivo,
membro que tenha incorrido nas sanções dêste artigo, incidindo o presidente,
que houver admitido êsse voto, em perda imediata de seu cargo.
Art. 19. O presidente será substituído, em seus impedimentos, pelo vice-
presidente eleito pelo Conselho dentre seus membros.
Parágrafo único. O presidente tem voto de qualidade nas deliberações do
Conselho.
Art. 20. Os membros do Conselho, ao se empossarem, devem fazer prova de
quitação do impôsto sôbre a renda, declaração de bens e rendas próprias, de
suas espôsas e dependentes, renovando-as em 30 de julho de cada ano.
§ 1º Os documentos constantes dessas declarações serão lacrados e
arquivados.
§ 2º O exame dêsses documentos só será admitido por determinação do
Presidente da República ou do Poder Judiciário.
Arts. 21 e 22 (Revogados pela Lei nº 5.535, de 20.11.1968)
Art. 23. Nenhum membro do Conselho ou servidor, que, no mesmo tenha
exercício, poderá fazer parte de qualquer emprêsa, companhia, sociedade ou
firma, que tenha por objetivo comercial a telecomunicação como diretor,
técnico, consultor, advogado, perito, acionista, cotista, debenturista, sócio ou
assalariado, nem tão pouco ter qualquer interêsse direto ou indireto na
manufatura ou venda de matéria aplicável a telecomunicação. (Partes
mantidas pelo Congresso Nacional)
§ 1º A infração deste artigo - devidamente comprovada, acarretará a perda
imediata do mandato no Conselho.
§ 2º Caberá ao Conselho tomar conhecimento das denúncias feitas nesse
sentido e, quando por dois têrços de seus votos, entender comprovadas as
acusações, encaminhar ao Presidente da República o pedido de nomeação do
substitutivo.
Art. 24. Das deliberações do Conselho caberá pedido de reconsideração para
o mesmo e, em instância superior, recurso para o Ministro das Comunicações,
salvo das deliberações tomadas sob a sua presidência, quando será dirigido

808
atemploCisA

diretamente ao Presidente da República. (Redação dada pela Lei nº 5.535, de


20.11.1968)
§ 1º As decisões serão tomadas por maioria absoluta de votos dos
representantes que compõem o Conselho, considerando-se unânimes tão
somente as que contarem com a totalidade destes. (Redação dada pela Lei nº
5.535, de 20.11.1968)
§ 2º O pedido de reconsideração ou o recurso de que trata este artigo deve
ser apresentado no prazo de trinta (30) dias contados da notificação feita ao
interessado, por telegrama ou carta registrada um e outro com aviso de
recebimento, ou da publicação dessa notificação feita no Diário Oficial da
União. (Redação dada pela Lei nº 5.535, de 20.11.1968)
§ 3º O recurso terá efeito suspensivo. (Redação dada pela Lei nº 5.535, de
20.11.1968)
Art. 25. O Departamento Nacional de Telecomunicações é a secretaria
executiva do Conselho e terá a seguinte organização administrativa: (Partes
mantidas pelo Congresso Nacional)
I - Divisão de Engenharia (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
II - Divisão Jurídica (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
III - Divisão Administrativa (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
IV - Divisão de Estatística (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
V - Divisão de Fiscalização (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
VI - Delegacias Regionais. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Art. 26. O território nacional fica dividido em oito Distritos, a cada um dos
quais corresponderá uma Delegacia Regional, com sede, respectivamente
em (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Brasília (DF) (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Belém (PA) (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Recife (PE) (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Salvador (BA) (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Rio de Janeiro (GB) (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
São Paulo (SP) (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Pôrto Alegre (RS) (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Campo Grande (MT) (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)

809
atemploCisA

Parágrafo único. Cada Distrito terá a jurisdição delimitada pelo


Conselho. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Art. 27. São criados, no Conselho, os cargos de provimento em comissão
constantes da tabela anexa. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Art. 28. Os membros do Conselho, o seu presidente, o diretor geral os
diretores de divisão e os delegados regionais serão cidadãos brasileiros de
reputação ilibada e notórios conhecimentos de assuntos ligados aos diversos
ramos das telecomunicações. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Art. 29. Compete ao Conselho Nacional de Telecomunicações:
a) elaborar o seu Regimento Interno;
b) organizar, na forma da lei os serviços de sua administração;
c) elaborar o plano nacional de telecomunicações e proceder à sua revisão,
pelo menos, de cinco em cinco anos, para a devida aprovação pelo Congresso
Nacional; (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
d) adotar medidas que assegurem a continuidade dos serviços de
telecomunicações, quando as concessões, autorizações ou permissões não
forem renovadas ou tenham sido cassadas, e houver interêsse público na
continuação dêsses serviços;
e) promover, orientar e coordenar o desenvolvimento das telecomunicações,
bem como a constituição, organização, articulação e expansão dos serviços
públicos de telecomunicações; (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
f) estabelecer as prioridades previstas no art. 9º, § 2º, desta lei. (Partes
mantidas pelo Congresso Nacional)
g) propor ou promover as medidas adequadas à execução da presente lei;
h) fiscalizar o cumprimento das obrigações decorrentes das concessões,
autorizações e permissões de serviços de telecomunicações e aplicar as
sanções que estiverem na sua alçada;
i) rever os contratos de concessão ou atos de autorização ou permissão, por
efeito da aprovação, pelo Congresso, de atos internacionais;
j) fiscalizar as concessões, autorizações e permissões em vigor; opinar sôbre a
respectiva renovação e propor a declaração de caducidade e perempção;
l) estudar os temas a serem debatidos pelas delegações brasileiras, nas
conferências e reuniões internacionais de telecomunicações, sugerindo e
propondo diretrizes;

810
atemploCisA

m) estabelecer normas para a padronização da escrita e contabilidade das


emprêsas que explorem serviços de telecomunicação;
n) promover e superintender o tombamento dos bens e a perícia contábil das
emprêsas concessionárias ou permissionárias de serviços de telecomunicação,
e das emprêsas subsidiárias, associadas ou dependentes delas, ou a elas
vinculadas, inclusive das que sejam controladas por acionistas estrangeiros ou
tenham como acionistas pessoas jurídicas com sede no estrangeiro, com o
objetivo de determinação do investimento efetivamente realizado e do
conhecimento de todos os elementos, que concorram para a emposição do
custo do serviço, requisitando para êsse fim os funcionários federais que
possam contribuir para a apuração dêsses dados;
o) estabelecer normas técnicas dentro das leis e regulamentos em vigor,
visando à eficiência e integração dos serviços no sistema nacional de
telecomunicações;
p) propor ao Presidente da República o valor das taxas a serem pagas pela
execução dos serviços concedidos, autorizados ou permitidos, e destinadas
ao custeio do serviço de fiscalização;
q) cooperar para o desenvolvimento do ensino técnico profissional dos ramos
pertinentes à telecomunicação;
r) promover e estimular o desenvolvimento da indústria de equipamentos de
telecomunicações, dando preferência àqueles cujo capital na sua maioria,
pertençam a acionistas brasileiros;
s) estabelecer ou aprovar normas técnicas e especificações a serem
observadas na planificação da produção industrial e na fabricação de peças,
aparelhos e equipamentos utilizados nos serviços de telecomunicações;
t) sugerir normas para censura nos serviços de telecomunicações, em caso de
declaração de estado de sítio;
u) fiscalizar a execução dos convênios firmados pelo Govêrno brasileiro com
outros países;
v) encaminhar à autoridade superior os recursos regularmente interpostos de
seus atos, decisões ou resoluções;
x) outorgar ou renovar quaisquer permissões e autorizações de serviço de
radiodifusão de caráter local (art. 33, § 5º) e opinar sobre a outorga ou
renovação de concessões e autorizações (art. 34, §§ 1º e 3º);

811
atemploCisA

z) estabelecer normas, fixar critérios e taxas para redistribuição de tarifa nos


casos de tráfego mútuo entre as emprêsas de telecomunicações de todo o
País;
aa) expedir certificados de licença para o funcionamento das estações de
radiocomunicação e radiodifusão uma vez verificado, em vistoria, o
atendimento às condições técnicas exigidas;
ab) estabelecer as qualificações necessárias ao desempenho de funções
técnicas e operacionais pertinentes às telecomunicações, expedindo os
certificados correspondentes;
ac) solicitar a prestação de serviços de quaisquer repartições ou autarquias
federais;
ad) aplicar as penas de multa e suspensão à estação de radiodifusão que
transmitir ou utilizar, total ou parcialmente, as emissões de estações
congêneres sem prévia autorização;
ae) fiscalizar, durante as retransmissões de radiodifusão, a declaração do
prefixo ou indicativo e a localização da estação emissôra e da estação de
origem;
af) fiscalizar o cumprimento, por parte das emissôras de radiodifusão, das
finalidades e obrigações de programação, definidas no art. 38;
ag) estabelecer ou aprovar normas técnicas e especificações para a fabricação
e uso de quaisquer instalações ou equipamentos elétricos que possam vir a
causar interferências prejudiciais aos serviços de telecomunicações, incluindo-
se nessa disposição as linhas de transmissão de energia e as estações e
subestações transformadoras;
ah) propor ao Presidente do Conselho a imposição das penas da competência
do Conselho;
ai) opinar sôbre a aplicação da pena de cassação ou de suspensão, quando
fundada em motivos de ordem técnica;
aj) propor, em parecer fundamentado, a declaração da caducidade ou
perempção, da concessão, autorização ou permissão;
al) opinar sôbre os atos internacionais de natureza administrativa, antes de
sua aprovação pelo Presidente da República (artigo 3º); (Partes mantidas pelo
Congresso Nacional)
am) aprovar as especificações das rêdes telefônicas de exploração ou
concessão estadual ou municipal.

812
atemploCisA

CAPÍTULO V
Dos Serviços de Telecomunicações
Art. 30. Os serviços de telégrafos, radiocomunicações e telefones
interestaduais estão sob a jurisdição da União, que explorará diretamente os
troncos integrantes do Sistema Nacional de Telecomunicações, e poderá
explorar diretamente ou através de concessão, autorização ou permissão, as
linhas e canais subsidiários.
§ 1º Os troncos que constituem o Sistema Nacional de Telecomunicações
serão explorados pela União através de emprêsa pública, com os direitos,
privilégios e prerrogativas do Departamento dos Correios e Telégrafos, a qual
avocará todos os serviços processados pelos referidos troncos, à medida que
expirarem as concessões ou autorizações vigentes ou que se tornar
conveniente a revogação das autorizações sem prazo determinado.
§ 2º Os serviços telefônicos explorados pelo Estado ou Município,
diretamente ou através de concessão ou autorização, a partir do momento
em que se ligarem direta ou indiretamente a serviços congêneres existentes
em outra unidade federativa, ficarão sob fiscalização do Conselho Nacional de
Telecomunicações, que terá poderes para determinar as condições de tráfego
mútuo, a redistribuição das taxas daí resultante, e as normas e especificações
a serem obedecidas na operação e instalação dêsses serviços, inclusive para
fixação das tarifas.
Art. 31. Os serviços internacionais de telecomunicações serão explorados pela
União diretamente ou através de concessão outorgada, sem caráter exclusivo
para instalação e operação de estações em pontos determinados do território
nacional, com o fim único de estabelecer serviço público internacional.
Parágrafo único. As estações dos concessionários serão ligadas ao Serviço
Nacional de Telecomunicações, através do qual será encaminhado e recebido
o tráfego telegráfico e telefônico para os locais não compreendidos na
concessão.
Art. 32. Os serviços de radiodifusão, nos quais se compreendem os de
televisão, serão executados diretamente pela União ou através de concessão,
autorização ou permissão.
Art. 33. Os serviços de telecomunicações, não executados diretamente pela
União, poderão ser explorados por concessão, autorização ou permissão,
observadas as disposições desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.424, de
2017)

813
atemploCisA

§ 1º Na atribuição de freqüência para a execução dos serviços de


telecomunicações serão levadas em consideração:
a) o emprêgo ordenado e econômico do spectrum eletro magnético;
b) as consignações de freqüências anteriormente feitas, objetivando evitar
interferência prejudicial.
§ 2º Considera-se interferência qualquer emissão, irradiação ou indução que
obstrua, total ou parcialmente, ou interrompa repetidamente serviços
radioelétricos.
§ 3o Os prazos de concessão, permissão e autorização serão de dez anos
para o serviço de radiodifusão sonora e de quinze anos para o de televisão,
podendo ser renovados por períodos sucessivos e iguais. (Redação dada
pela Lei nº 13.424, de 2017)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
§ 5º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
Art. 34. As novas concessões ou permissões para o serviço de
radiodifusão serão precedidas de edital, publicado com sessenta dias de
antecedência pelo órgão competente do Poder Executivo, convidando as
entidades interessadas a apresentar suas propostas em prazo
determinado. (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
§ 1o A outorga da concessão ou permissão é prerrogativa do Presidente
da República, depois de ouvido o órgão competente do Poder Executivo
sobre as propostas e requisitos exigidos pelo edital e de publicado o
respectivo parecer. (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
§ 2º Terão preferência para a concessão as pessoas jurídicas de direito público
interno, inclusive universidades.
§ 3º As disposições do presente artigo regulam as novas autorizações de
serviços de caráter local no que lhes forem aplicáveis.
Art. 35. As concessões e autorizações não têm caráter de exclusividade, e se
restringem, quando envolvem a utilização de radiofreqüência, ao respectivo

814
atemploCisA

uso sem limitação do direito, que assiste à União, de executar, diretamente,


serviço idêntico.
Art. 36. O funcionamento das estações de telecomunicações fica subordinado
a prévia licença, de que constarão as respectivas características, e que só será
expedida depois de verificada a observância de tôdas as exigências legais.
§ 1º A vistoria, para as estações de radiodifusão, após o atendimento das
condições legais a que se refere êste artigo e do registro do contrato de
concessão pelo Tribunal de Contas, deverá ser procedida dentro de 30 (trinta)
dias após a data da entrada do pedido de vistoria, e, aprovada esta, o
fornecimento da licença para funcionamento não poderá ser retardado por
mais de 30 (trinta) dias.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica às rêdes por fio do Departamento
dos Correios e Telégrafos e das estradas de ferro, cumprindo-lhes, todavia,
comunicar ao Conselho Nacional de Telecomunicações a data da inauguração
e as características da estação, para inscrição no cadastro e ulterior
verificação.
§ 3º Expirado o prazo da concessão ou autorização, perde, automàticamente,
a sua validade a licença para o funcionamento da estação.
Art. 37. Os serviços de telecomunicações podem ser desapropriados, ou
requisitados nos termos do artigo 141 § 16 da Constituição, e das leis
vigentes. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Parágrafo único. No cálculo da indenização serão deduzidos os favores
cambiais e fiscais concedidos pela União e pelos Estados.
Art. 38. Nas concessões, permissões ou autorizações para explorar serviços de
radiodifusão, serão observados, além de outros requisitos, os seguintes
preceitos e cláusulas: (Redação dada pela Lei nº 10.610, de 20.12.2002)
a) pelo menos 70% (setenta por cento) do capital total e do capital votante
deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados
há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades
e estabelecerão o conteúdo da programação; (Redação dada pela Lei nº
13.424, de 2017)
b) as alterações contratuais ou estatutárias deverão ser encaminhadas ao
órgão competente do Poder Executivo, no prazo de sessenta dias a contar da
realização do ato, acompanhadas de todos os documentos que comprovam
atendimento à legislação em vigor, nos termos regulamentares; (Redação
dada pela Lei nº 13.424, de 2017)

815
atemploCisA

c) a transferência da concessão ou permissão de uma pessoa jurídica para


outra depende, para sua validade, de prévia anuência do órgão competente
do Poder Executivo; (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
d) os serviços de informação, divertimento, propaganda e publicidade das
emprêsas de radiodifusão estão subordinadas às finalidades educativas e
culturais inerentes à radiodifusão, visando aos superiores interesses do País;
e) as emissôras de radiodifusão, excluídas as de televisão, são obrigadas a
retransmitir, diàriamente, das 19 (dezenove) às 20 (vinte) horas, exceto aos
sábados, domingos e feriados, o programa oficial de informações dos Poderes
da República, ficando reservados 30 (trinta) minutos para divulgação de
noticiário preparado pelas duas Casas do Congresso Nacional;
f) as emprêsas, não só através da seleção de seu pessoal, mas também das
normas de trabalho observadas nas estações emissôras devem criar as
condições mais eficazes para que se evite a prática de qualquer das infrações
previstas na presente lei;
g) a mesma pessoa não poderá participar da administração ou da gerência de
mais de uma concessionária, permissionária ou autorizada do mesmo tipo de
serviço de radiodifusão, na mesma localidade (Redação dada pela Lei nº
10.610, de 20.12.2002)
h) as emissôras de radiodifusão, inclusive televisão, deverão cumprir sua
finalidade informativa, destinando um mínimo de 5% (cinco por cento) de seu
tempo para transmissão de serviço noticioso.
i) as concessionárias e permissionárias de serviços de radiodifusão deverão
apresentar, até o último dia útil de cada ano, ao órgão do Poder Executivo
expressamente definido pelo Presidente da República e aos órgãos de
registro comercial ou de registro civil de pessoas jurídicas, declaração com a
composição de seu capital social, incluindo a nomeação dos brasileiros natos
ou naturalizados há mais de dez anos titulares, direta ou indiretamente, de
pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante. (Incluída
pela Lei nº 10.610, de 20.12.2002)
j) declaração de que nenhum dos dirigentes e sócios da entidade se encontra
condenado em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial
colegiado nos ilícitos previstos nas
alíneas b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p e q do inciso I do art. 1o da Lei
Complementar no 64, de 18 de maio de 1990. (Incluída pela Lei nº 13.424, de
2017)

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atemploCisA

Parágrafo único. Não poderá exercer a função de diretor ou gerente de


concessionária, permissionária ou autorizada de serviço de radiodifusão
quem esteja no gozo de imunidade parlamentar ou de foro
especial. (Redação dada pela Lei nº 10.610, de 20.12.2002)
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
§ 3o A falsidade das informações prestadas nos termos da alínea j deste
artigo sujeitará os responsáveis às sanções penais, civis e administrativas
cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 13.424, de 2017)
Art. 39. As estações de radiodifusão, nos 90 (noventa) dias anteriores às
eleições gerais do País ou da circunscrição eleitoral, onde tiverem sede,
reservarão diàriamente 2 (duas) horas à propaganda partidária gratuita, sendo
uma delas durante o dia e outra entre 20 (vinte) e 23 (vinte e três) horas e
destinadas, sob critério de rigorosa rotatividade, aos diferentes partidos e
com proporcionalidade no tempo de acôrdo com as respectivas legendas no
Congresso Nacional e Assembléias Legislativas.
§ 1º Para efeito dêste artigo a distribuição dos horários a serem utilizados
pelos diversos partidos será fixada pela Justiça Eleitoral, ouvidos os
representantes das direções partidárias.
§ 2º Requerida aliança de partidos, a rotatividade prevista no parágrafo
anterior será alternada entre os partidos requerentes de alianças diversas.
§ 3º O horário não utilizado por qualquer partido será redistribuído pelos
demais, não sendo permitida cessão ou transferência.
§ 4º Caberá à Justiça Eleitoral disciplinar as divergências oriundas da aplicação
dêste artigo.
Art. 40. As estações de rádio ficam obrigadas, a divulgar, 60 (sessenta) dias
antes das eleições mencionadas no artigo anterior, os comunicados da Justiça
Eleitoral até o máximo de tempo de 30 (trinta) minutos.
Art. 41. As estações de rádio e de televisão não poderão cobrar, na
publicidade política, preços superiores aos em vigor, nos 6 (seis) meses
anteriores, para a publicidade comum.
Art. 42. É o Poder Executivo autorizado a constituir uma entidade autônoma,
sob a forma de emprêsa pública, de cujo capital participem exclusivamente
pessoas jurídicas de direito público interno, bancos e emprêsas
governamentais, com o fim de explorar industrialmente serviços de
telecomunicações postos, nos têrmos da presente lei, sob o regime de
exploração direta da União.

817
atemploCisA

§ 1º A entidade a que se refere êste artigo ampliará progressivamente seus


encargos, de acôrdo com as diretrizes elaboradas pelo Conselho Nacional de
Telecomunicações, mediante:
a) transferência, por decreto do Poder Executivo, de serviços hoje executados
pelo Departamento dos Correios e Telégrafos;
b) incorporação de serviços hoje explorados mediante concessão ou
autorização, à medida que estas sejam extintas;
c) desapropriação de serviços existentes, na forma da legislação
vigente. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
§ 2º O Presidente da República nomeará uma comissão para organizar a nova
entidade e a ela incorporar os bens móveis e imóveis pertencentes à União,
atualmente sob a administração do Departamento dos Correios e Telégrafos
aplicados nos serviços transferidos.
§ 3º A entidade poderá contratar pessoal de acôrdo com a legislação
trabalhista, recrutado dentro ou fora do país, para exercer as funções de
natureza técnico-especializada, relativas às instalação e uso de equipamentos
especiais.
§ 4º A entidade poderá requisitar do Departamento dos Correios e Telégrafos
o pessoal de que necessite para o seu funcionamento, correndo o pagamento
respectivo à conta de seus recursos próprios. (Partes mantidas pelo
Congresso Nacional)
§ 5º Os recursos da nova entidade serão constituídos:
a) das tarifas cobradas pela prestação de seus serviços;
b) dos recursos do Fundo Nacional de Telecomunicações criado no art. 51
desta lei, cuja aplicação obedecerá ao Plano Nacional de Telecomunicações
elaborado pelo Conselho Nacional de Telecomunicações e aprovado por
decreto do Presidente da República;
c) das dotações consignadas no Orçamento Geral da União;
d) do produto de operações de crédito, juros de depósitos bancários, rendas
de bens patrimoniais, venda de materiais inservíveis ou de bens patrimoniais.
§ 6º A arrecadação das taxas de outras fontes de receita será efetuada
diretamente pela entidade ou mediante convênios e acôrdos com órgãos do
Poder Público.
Art. 43. As tarifas devidas pela utilização dos serviços de telecomunicações
prestados pela entidade serão fixadas pelo Conselho Nacional de

818
atemploCisA

Telecomunicações de forma a remunerar sempre os custos totais dos serviços,


as amortizações do capital investido e a formação dos fundos necessários à
conservação, reposição, modernização dos equipamentos e ampliações dos
serviços.
Art. 44. É vedada a concessão ou autorização do serviço de radiodifusão a
sociedades por ações ao portador, ou a emprêsas que não sejam constituídas
exclusivamente dos brasileiros a que se referem as alíneas I e II do art. 129 da
Constituição Federal.
Art. 45. A cada modalidade de telecomunicação corresponderá uma
concessão, autorização ou permissão distinta que será considerada
isoladamente para efeito da fiscalização e das contribuições previstas nesta
lei.
Art. 46. Os Estados e Territórios Federais poderão obter permissão para o
serviço telegráfico interior limitado, sob sua direta administração e
responsabilidade, dentro dos respectivos limites e destinado exclusivamente a
comunicações oficiais.
Art. 47. Nenhuma estação de radiodifusão, de propriedade da União, dos
Estados, Territórios ou Municípios ou nas quais possuam essas pessoas de
direito público maioria de cotas ou ações, poderá ser utilizada para fazer
propaganda política ou difundir opiniões favoráveis ou contrárias a qualquer
partido político, seus órgãos, representantes ou candidatos, ressalvado o
disposto na legislação eleitoral.
Art. 48. Nenhuma estação de radiodifusão poderá transmitir ou utilizar, total
ou parcialmente, as emissões de estações congêneres, nacionais ou
estrangeiras, sem estar por estas prèviamente autorizada. Durante a
irradiação, a estação dará a conhecer que se trata de retransmissão ou
aproveitamento de transmissão alheia, declarando, além do próprio indicativo
e localização, os da estação de origem.
Art. 49. A qualquer particular pode ser dada, pelo Conselho Nacional de
Telecomunicações permissão para executar serviço limitado, para uso privado,
entre duas localidades ou em uma mesma cidade, de telex, fac-simile ou
processo semelhante. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Parágrafo único. Só será permitido o telex internacional desde que os serviços
para o Brasil sejam executados através da Rêde Nacional de
Telecomunicações e assegurado o recolhimento, pelo permissionário, das
taxas terminais brasileiras e das de execução do trabalho pela União. (Partes
mantidas pelo Congresso Nacional)

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atemploCisA

Art. 50. As concessões e autorizações para a execução de serviços de


telecomunicações poderão ser revistas sempre que se fizer necessária a sua
adaptação a cláusula de atos internacionais aprovados pelo Congresso
Nacional ou a leis supervenientes de atos, observado o disposto no art. 141, §
3º da Constituição Federal.
CAPÍTULO VI
Do Fundo Nacional de Telecomunicações
Art 51 (Revogado pelo Decreto-lei nº 2.186, de 20.12.1984)
CAPÍTULO VII
Das Infrações e Penalidades
Art. 52. A liberdade de radiodifusão não exclui a punição dos que praticarem
abusos no seu exercício.
Art. 53. Constitui abuso, no exercício de liberdade da radiodifusão, o
emprêgo dêsse meio de comunicação para a prática de crime ou
contravenção previstos na legislação em vigor no País, inclusive: (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 236, de 1968)
a) incitar a desobediência às leis ou decisões judiciárias; (Redação dada pelo
Decreto-Lei nº 236, de 1968)
b) divulgar segredos de Estado ou assuntos que prejudiquem a defesa
nacional; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 236, de 1968)
c) ultrajar a honra nacional; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 236, de 1968)
d) fazer propaganda de guerra ou de processos de subversão da ordem
política e social; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 236, de 1968)
e) promover campanha discriminatória de classe, côr, raça ou
religião; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 236, de 1968)
f) insuflar a rebeldia ou a indisciplina nas fôrças armadas ou nas organizações
de segurança pública; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 236, de 1968)
g) comprometer as relações internacionais do País; (Redação dada pelo
Decreto-Lei nº 236, de 1968)
h) ofender a moral familiar, pública, ou os bons costumes; (Redação dada pelo
Decreto-Lei nº 236, de 1968)
i) caluniar, injuriar ou difamar os Poderes Legislativos, Executivo ou Judiciário
ou os respectivos membros; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 236, de 1968)

820
atemploCisA

j) veicular notícias falsas, com perigo para a ordem pública, econômica e


social; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 236, de 1968)
l) colaborar na prática de rebeldia desordens ou manifestações
proibidas. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 236, de 1968)
Parágrafo único. Se a divulgação das notícias falsas houver resultado de êrro
de informação e fôr objeto de desmentido imediato, a nenhuma penalidade
ficará sujeita a concessionária ou permissionária. (Partes mantidas pelo
Congresso Nacional)
Art. 54. São livres as críticas e os conceitos desfavoráreis, ainda que
veementes, bem como a narrativa de fatos verdadeiros, guardadas as
restrições estabelecidas em lei, inclusive de atos de qualquer dos podêres do
Estado. (Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Art. 55. É inviolável a telecomunicação nos têrmos desta lei. (Partes mantidas
pelo Congresso Nacional)
Art. 56. Pratica crime de violação de telecomunicação quem, transgredindo lei
ou regulamento, exiba autógrafo ou qualquer documento do arquivo,
divulgue ou comunique, informe ou capte, transmita a outrem ou utilize o
conteúdo, resumo, significado, interpretação, indicação ou efeito de qualquer
comunicação dirigida a terceiro.
§ 1º Pratica, também, crime de violação de telecomunicações quem
ilegalmente receber, divulgar ou utilizar, telecomunicação interceptada.
§ 2º Sòmente os serviços fiscais das estações e postos oficiais poderão
interceptar telecomunicação.
I - A recepção de telecomunicação dirigida por quem diretamente ou como
cooperação esteja legalmente autorizado;
II - O conhecimento dado:
a) ao destinatário da telecomunicação ou a seu representante legal;
b) aos intervenientes necessários ao curso da telecomunicação;
c) ao comandante ou chefe, sob cujas ordens imediatas estiver servindo;
d) aos fiscais do Govêrno junto aos concessionários ou permissionários;
e) ao juiz competente, mediante requisição ou intimação dêste.
Parágrafo único. Não estão compreendidas nas proibições contidas nesta lei
as radiocomunicações destinadas a ser livremente recebidas, as de amadores,

821
atemploCisA

as relativas a navios e aeronaves em perigo, ou as transmitidas nos casos de


calamidade pública.
Art 57. Não constitui violação de telecomunicação:
I - A recepção de telecomunicação dirigida por quem diretamente ou como
cooperação esteja legalmente autorizado;
II - O conhecimento dado:
a) ao destinatário da telecomunicação ou a seu representante legal;
b) aos intervenientes necessários ao curso da telecomunicação;
c) ao comandante ou chefe, sob cujas ordens imediatas estiver servindo;
d) aos fiscais do Govêrno junto aos concessionários ou permissionários;
e) ao juiz competente, mediante requisição ou intimação dêste.
Parágrafo único. Não estão compreendidas nas proibições contidas nesta lei
as radiocomunicações destinadas a ser livremente recebidas, as de amadores,
as relativas a navios e aeronaves em perigo, ou as transmitidas nos casos de
calamidade pública.
Art. 58. Nos crimes de violação da telecomunicação, a que se referem esta Lei
e o artigo 151 do Código Penal, caberão, ainda as seguintes
penas: (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
I - Para as concessionárias ou permissionárias as previstas no artigos 62 e 63,
se culpados por ação ou omissão e independentemente da ação criminal.
II - Para as pessoas físicas:
a) 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção ou perda de cargo ou emprego,
apurada a responsabilidade em processo regular, iniciado com o afastamento
imediato do acusado até decisão final;
b) para autoridade responsável por violação da telecomunicação, as penas
previstas na legislação em vigor serão aplicadas em dobro;
c) serão suspensos ou cassados, na proporção da gravidade da infração, os
certificados dos operadores profissionais e dos amadores responsáveis pelo
crime de violação da telecomunicação.
Art. 59. As penas por infração desta lei são: (Substituído pelo Decreto-lei nº
236, de 28.2.1967)
a) multa, até o valor .......NCR$ 10.000,00; (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de
28.2.1967)

822
atemploCisA

b) suspensão, até trinta (30) dias; (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de


28.2.1967)
c) cassação; (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
d) detenção; (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
§ 1º Nas infrações em que, o juízo do CONTEL, não se justificar a aplicação de
pena, o infrator será advertido, considerando-se a advertência como
agravante na aplicação de penas por inobservância do mesmo ou de outro
preceito desta Lei. (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
§ 2º A pena de multa poderá ser aplicada isolada ou conjuntamente, com
outras sanções especiais estatuídas nesta Lei. (Incluído pelo Decreto-lei nº
236, de 28.2.1967)
§ 3º O valor das multas será atualizado de 3 em 3 anos, de acordo com os
níveis de correção monetária. (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
Art. 60. A aplicação das penas desta Lei compete: (Substituído pelo Decreto-
lei nº 236, de 28.2.1967)
a) ao CONTEL: multa e suspensão, em qualquer caso; cassação, quando se
tratar de permissão; (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
b) ao Presidente da República: cassação, mediante representação do CONTEL
em parecer fundamentado. (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
Art. 61. A pena será imposta de acordo com a infração cometida,
considerados os seguintes fatores: (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de
28.2.1967)
a) gravidade da falta;
b) antecedentes da entidade faltosa;
c) reincidência específica.
Art. 62. A pena de multa poderá ser aplicada por infração de qualquer
dispositivo legal ou quando a concessionária ou permissionária não houver
cumprido, dentro do prazo estipulado, exigência que tenha sido feita pelo
CONTEL. (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
Art. 63. A pena de suspensão poderá ser aplicada nos seguintes
casos: (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
a) infração dos artigos 38, alíneas a, b, c, e, g e h; 53, 57, 71 e seus parágrafos;
b) infração à liberdade de manifestação do pensamento e de informação (Lei
nº 5.250 de 9 de fevereiro de 1967);

823
atemploCisA

c) quando a concessionária ou permissionária não houver cumprido, dentro


do prazo estipulaçao, exigência que lhe tenha sido feita pelo ......CONTEL;
d) quando seja criada situação de perigo de vida;
e) utilização de equipamentos diversos dos aprovados ou instalações fora das
especificações técnicas constantes da portaria que as tenha
aprovado; (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
f) execução de serviço para o qual não está autorizado. (Incluído pelo
Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
Parágrafo único. No caso das letras d, e e f deste artigo poderá ser
determinada a interrupção do serviço pelo agente fiscalizador, "ad-
referedum" do CONTEL.
Art. 64. A pena de cassação poderá ser imposta nos seguintes
casos: (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
a) infringência do artigo 53; (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
b) reincidência em infração anteriormente punida com suspensão; (Incluído
pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
c) interrupção do funcionamento por mais de trinta (30) dias consecutivos,
exceto quando tenha, para isso, obtido autorização prévia do
CONTEL; (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
d) superveniência da incapacidade legal, técnica, financeira ou econômica
para execução dos serviços da concessão ou permissão; (Incluído pelo
Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
e) não haver a concessionária ou permissionária, no prazo estipulado,
corrigido as irregularidades motivadoras da suspensão anteriormente
importa; (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
f) não haver a concessionária ou permissionária cumprido as exigências e
prazos estipulados, até o licenciamento definitivo de sua estação. (Incluído
pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
g) não-observância, pela concessionária ou permissionária, das disposições
contidas no art. 222, caput e seus §§ 1o e 2o, da Constituição. (Incluído pela
Lei nº 10.610, de 20.12.2002)
Art. 65. O CONTEL promoverá as medidas cabíveis, punindo ou propondo a
punição, por iniciativa própria ou sempre que receber representação de
qualquer autoridade. (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)

824
atemploCisA

Art. 66. Antes de decidir da aplicação de qualquer das penalidades previstas,


o CONTEL notificará a interessada para exercer o direito de defesa, dentro do
prazo de 5 (cinco) dias, contados do recebimento da notificação. (Substituído
pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
§ 1º A repetição da falta no período decorrido entre o recebimento da
notificação e a tomada de decisão, será considerada como reincidência e, no
caso das transgressões citadas no artigo 53, o Presidente do CONTEL
suspenderá a emissora provisóriamente.
§ 2º Quando a representação for feita por uma das autoridades a seguir
relacionadas, o Presidente do CONTEL verificará "in limine" sua procedência,
podendo deixar de ser feita a notificação a que se refere este artigo:
I - Em todo o Território nacional: (Incluído Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
a) Mesa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; (Incluído Decreto-
lei nº 236, de 28.2.1967)
b) Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído Decreto-lei nº 236, de
28.2.1967)
c) Ministros de Estado; (Incluído Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
d) Secretário Geral do Conselho de Segurança Nacional; (Incluído Decreto-lei
nº 236, de 28.2.1967)
e) Procurador Geral da República; (Incluído Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
f) Chefe do Estado Maior das Forças Armadas. (Incluído Decreto-lei nº 236, de
28.2.1967)
II - Nos Estados: (Incluído Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
a) Mesa da Assembléia Legislativa; (Incluído Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
b) Presidente do Tribunal de Justiça; (Incluído Decreto-lei nº 236, de
28.2.1967)
c) Secretário de Assuntos Relativos à Justiça; (Incluído Decreto-lei nº 236, de
28.2.1967)
d) Chefe do Ministério Público Estadual. (Incluído Decreto-lei nº 236, de
28.2.1967)
III - Nos Municípios: (Incluído Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
a) Mesa da Câmara Municipal; (Incluído Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
b) Prefeito Municipal. (Incluído Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)

825
atemploCisA

Art. 67. A perempção da concessão ou autorização será declarada pelo


Presidente da República, precedendo parecer do Conselho Nacional de
Telecomunicações, se a concessionária ou permissionária decair do direito à
renovação (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
Parágrafo único. O direito a renovação decorre do cumprimento pela
empresa, de seu contrato de concessão ou permissão, das exigências legais e
regulamentares, bem como das finalidades educacionais, culturais e morais a
que se obrigou, e de persistirem a possibilidade técnica e o interesse público
em sua existência. (Incluído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
Art. 68. A caducidade de concessão ou da autorização será declarada pelo
Presidente da República, precedendo parecer do Conselho Nacional de
Telecomunicações, nos seguintes casos: (Substituído pelo Decreto-lei nº 236,
de 28.2.1967)
a) quando a concessão ou a autorização decorra de convênio com outro país,
cuja denúncia a torne inexeqüível;
b) quando expirarem os prazos de concessão ou autorização decorrente de
convênio com outro país, sendo inviável a prorrogação.
Parágrafo único. A declaração de caducidade só se dará se for impossível
evitá-la por convênio com qualquer país ou por inexistência comprovada de
frequência no Brasil que possa ser atribuída à concessionária ou
permissionária, a fim de que não cesse seu funcionamento. (Incluído pelo
Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
Art. 69. A declaração da perempção ou da caducidade, quando viciada por
ilegalidade, abuso do poder ou pela desconformidade com os ou motivos
alegados, titulará o prejudicado a postular reparação do seu direito perante o
Judiciário. (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
Art. 70. Constitui crime punível com a pena de detenção de 1 (um) a 2 (dois)
anos, aumentada da metade se houver dano a terceiro, a instalação ou
utilização de telecomunicações, sem observância do disposto nesta Lei e nos
regulamentos. (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
Parágrafo único. Precedendo ao processo penal, para os efeitos referidos
neste artigo, será liminarmente procedida a busca e apreensão da estação ou
aparelho ilegal.
Art. 71. Toda irradiação será gravada e mantida em arquivo durante as 24
horas subsequentes ao encerramento dos trabalhos diários de
emissora. (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)

826
atemploCisA

§ 1º As Emissoras de televisão poderão gravar apenas o som dos programas


transmitidos.
§ 2º As emissoras deverão conservar em seus arquivos os textos dos
programas, inclusive noticiosos devidamente autenticados pelos responsáveis,
durante 60 (sessenta) dias.
§ 3º As gravações dos programas políticos, de debates, entrevistas
pronunciamentos da mesma natureza e qualquer irradiação não registrada
em texto, deverão ser conservadas em arquivo pelo prazo de 20 (vinte) dias
depois de transmitidas, para as concessionárias ou permissionárias até 1 kw e
30 (trinta) dias para as demais.
§ 4º As transmissões compulsoriamente estatuídas por lei serão gravadas em
material fornecido pelos interessados.
Art. 72. A autoridade que impedir ou embaraçar a liberdade da radiodifusão
ou da televisão fora dos casos autorizados em lei, incidirá no que couber, na
sanção do artigo 322 do Código Penal. (Substituído pelo Decreto-lei nº 236,
de 28.2.1967)
Art. 73 a 99 (Revogados pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)
CAPÍTULO VIII
Das Taxas e Tarifas
Art. 100. A execução de qualquer serviço de telecomunicações, por meio de
concessão, autorização ou permissão, está sujeita ao pagamento de taxas
cujo valor será fixado em lei.
Art. 101. Os critérios para determinação da tarifa dos serviços de
telecomunicações, excluídas as referentes à Radiodifusão, serão fixados pelo
Conselho Nacional de Telecomunicações de modo a permitirem:
a) cobertura das despesas de custeio;
b) justa remuneração do capital;
c) melhoramentos e expansão dos serviços (Constituição, art. 151, parágrafo
único).
§ 1º As tarifas dos serviços internacionais obedecerão aos mesmos princípios
dêste artigo, observando-se o que estiver ou vier a ser estabelecido em
acordos e convenções a que o Brasil esteja obrigado.
§ 2º Nenhuma tarifa entrará em vigor sem prévia aprovação pelo Conselho
Nacional de Telecomunicações.

827
atemploCisA

Art. 102. A parte da tarifa que se destinar a melhoramentos e expansão dos


serviços de telecomunicações, de que trata o art. 101, letra c, será escriturada
em rubrica especial na contabilidade da emprêsa.
Art. 103. Não poderão ser incluídos na composição do custo do serviço, para
efeito da revisão ou fixação tarifária:
a) despesas de publicidade das concessionárias e permissionárias;
b) assistência técnica devida a emprêsas que pertençam a holding, de que
faça parte também a concessionária ou permissionária;
c) honorários advocatícios, ou despesas com pareceres, quando a emprêsa
possua órgãos técnicos permanentes para o serviço forense;
d) despesa com peritos da parte, sempre que no quadro da emprêsa figurem
pessoas habilitadas para a perícia em questão;
e) vencimentos de diretores ou chefes de serviços, no que vierem a exceder a
remuneração atribuída, no serviço federal, ao Ministro de Estado;
f) despesas não cobradas com serviços de qualquer natureza que a lei não
haja tornado gratuitos, ou que não tenham sido dispensados de pagamento
em resolução do Conselho Nacional de Telecomunicações, publicada no
Diário Oficial.
Parágrafo único. A publicação de editais ou de notícias de evidente interêsse
público, não se incluirá na redação da letra a desde que prèviamente
autorizada pelo Conselho Nacional de Telecomunicações e distribuída
uniformemente por todos os jornais diários.
Art. 104. Será adotada tarifa especial para os programas educativos dos
Estados, Municípios e Distrito Federal, assim como para as instituições
privadas de ensino e de cultura.
Art. 105. Na ocorrência de novas modalidades do serviço, poderá o Govêrno
até que a lei disponha a respeito, adotar taxas e tarifas provisórias, calculadas
na base das que são cobradas em serviço análogo ou fixadas para a espécie
em regulamento internacional.
Art. 106. A tarifa do serviço telegráfico público interior será constituída de
uma taxa fixa por grupo de palavras ou fração, e de taxa de percurso por
palavra. A tarifa dos serviços telefônicos, de foto-telegramas, de telex e outros
congêneres, terá por base a ocupação do circuito e a distância entre as
estações.

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atemploCisA

Art. 107. No serviço telegráfico público internacional a União terá direito às


taxas de terminal e de trânsito brasileiras.
Art. 108. Em relação à que for cobrada pela União em serviço interior idêntico,
a tarifa dos concessionários e permissionários, deverá ser:
a) igual, no serviço telegráfico das estradas de ferro;
b) nunca inferior nos casos de serviço público restrito interior;
c) sempre mais elevada, nos demais casos.
Art. 109. No serviço público telegráfico interior em tráfego mútuo entre rêdes
da União e de estradas de ferro, a prórateação das taxas obedecerá ao que
fôr estipulado pelo Conselho Nacional de Telecomunicações.
Parágrafo único. Os convênios serão aprovados pelo Conselho Nacional de
Telecomunicações e o rateio das taxas obedecerá às normas por êle
estabelecidas.
Art. 110. Nos serviços de telegramas e radiocomunicações de múltiplos
destinos será cobrada a tarifa que vigorar para a imprensa.
Art. 111. A tarifa dos radiotelegramas internacionais será estabelecida
segundo os respectivos regulamentos, considerando-se, porém, serviço
público interior para êsse efeito os radiotelegramas diretamente permutados
entre as estações brasileiras fixas ou móveis e as estações brasileiras móveis
que se acharem fora da jurisdição territorial do Brasil.
Art. 112. As disposições sôbre tarifas sòmente têm aplicação nos casos de
serviços remunerados.
Parágrafo único. O orçamento consignará anualmente dotação suficiente para
cobertura das despesas correspondentes às taxas postais-telegráficas
resultantes dos serviços dos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário.
Art. 113. Os concessionários e permissionários não poderão cobrar tarifas
diferentes das que para os mesmos destinos no exterior e pela mesma via,
estejam em vigor nas estações do Departamento de Correios e Telégrafos.
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 114. Ficam revogados os dispositivos em vigor referentes ao registro de
aparelhos receptores de radiodifusão.
Art. 115. São anistiadas as dívidas pelo não pagamento de taxa de registro de
aparelhos receptores de radiodifusão, devendo o Poder Executivo

829
atemploCisA

providenciar o imediato cancelamento dessas dívidas, inclusive as já inscritas


e ajuizadas.
Art. 116. Regulamentada esta lei, constituído e instalado o Conselho Nacional
de Telecomunicações, ficará extinta a Comissão Técnica de Rádio,
transferindo-se o seu pessoal, arquivo, expediente e instalações para o
Conselho Nacional de Telecomunicações.
Art. 117. As concessões e autorizações para os serviços de radiodifusão em
funcionamento ficam automaticamente mantidas pelos prazos fixados no art.
33, § 3º, desta lei.
Art. 118. O Conselho Nacional de Telecomunicações procederá,
imediatamente, ao levantamento das concessões, autorizações e permissões,
propondo ao Presidente da República a extinção daquelas cujos serviços não
estiverem funcionando por culpa dos concessionários.
Art. 119. Até que seja aprovado o seu Quadro de Pessoal os serviços a cargo
do Conselho Nacional de Telecomunicações serão executados por servidores
públicos civis e militares, requisitados na forma da legislação em vigor.
Art. 120. Após a sua instalação, o Conselho Nacional de Telecomunicações
proporá, dentro de 90 (noventa) dias, a organização dos quadros de seus
serviços e órgãos.
Art. 121. O Conselho Nacional de Telecomunicações procederá à revisão dos
contratos das emprêsas de telecomunicações que funcionam no país,
observando:
a) a padronização de todos os contratos, observadas as circunstâncias
peculiares a cada tipo de serviço;
b) a fixação de prazo para as concessionárias autorizadas a funcionar no país
se adaptarem aos preceitos da presente lei e às disposições do seu respectivo
regulamento.
Art. 122. É o Departamento dos Correios e Telégrafos dispensado de no
último dia do ano, recolher a conta de "restos a pagar", as importâncias
empenhadas na aquisição de material ou na contratação ou ajuste de serviços
de terceiros, não entregues ou não concluídos antes daquela data.
§ 1º As importâncias serão depositadas no Banco do Brasil, em conta
vinculada com o fornecedor, só podendo ser liberadas quando certificado o
recebimento.
§ 2º A conta vinculada mencionará específicamente a data limite de entrega
ou de conclusão dos serviços.

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atemploCisA

§ 3º 30 (trinta) dias após a data limite e não tendo o Departamento dos


Correios e Telégrafos liberado a conta, o Banco do Brasil recolherá o depósito
à conta de "restos a pagar" da União.
Art. 123. As disposições legais e regulamentares que disciplinam os serviços
de telecomunicações não colidentes com esta lei e não revogadas ou
derrogadas, explícita ou implícitamente, pela mesma, deverão ser
consolidadas pelo Poder Executivo.
Art. 124. O tempo destinado na programação das estações de radiodifusão, à
publicidade comercial, não poderá exceder de 25% (vinte e cinco por cento)
do total.
Art. 125. O Departamento dos Correios e Telégrafos continuará a exercer as
atribuições de fiscalização e a efetuar a arrecadação das atuais taxas, prêmios
e contribuições, até que o Conselho Nacional de Telecomunicações esteja
devidamente aparelhado para o exercício destas atribuições.
Art. 126. Enquanto não houver serviços telefônicos entre Brasília e as demais
regiões do país, em condições de atender aos membros do Congresso
Nacional em assuntos relacionados com o exercício de seus mandatos, o
Conselho Nacional de Telecomunicações deverá reservar freqüências para
serem utilizadas por estações transmissoras e receptoras particulares, com
aquêle objetivo, observados os preceitos legais e regulamentares que
disciplinam a matéria.
Art. 127. É o Poder Executivo autorizado a abrir, no Ministério da Fazenda, o
crédito especial de Cr$30.000.000,00 (trinta milhões de cruzeiros) destinado a
atender, no corrente exercício, às despesas de qualquer natureza com a
instalação e funcionamento do Conselho Nacional de Telecomunicações.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 128. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação e deverá ser
regulamentada, por ato do Poder Executivo, dentro de 90 (noventa) dias.
Art. 129. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 27 de agôsto de 1962; 141º da Independência e 74º da República.
JOÃO GOULART
Francisco Brochado da Rocha
Candido de Oliveira Neto
Pedro Paulo de Araújo Suzano
Miguel Calmon
Hélio de Almeida

831
atemploCisA

Reynaldo de Carvalho Filho


Carlos Siqueira Castro
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.10.1962 e retificado em
31.12.1962
CONSELHO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇõES
TABELA I
Cargos de Provimento eM Comissão
(Partes mantidas pelo Congresso Nacional)
Número de DENOMINAÇÃO Símbo Qualificaç
Cargos lo ão

1 Presidente do Conselho Nacional de 1-c *


Telecomunicações

13 Membros do Conselho Nacional de 1-c


Telecomunicações

1 Diretor-Geral do Departamento Nacional 1-c *


de Telecomunicações

1 Diretor da Divisão de Engenharia do 3-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Diretor da Divisão Jurídica do 3-c Bacharel


Departamento Nacional de
Telecomunicações

1 Diretor da Divisão de Administração do 3-c **


Departamento Nacional de
Telecomunicações

1 Diretor da Divisão de Estatística do 3-c Estatístico


Departamento Nacional de
Telecomunicações

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atemploCisA

1 Diretor da Divisão de Fiscalização do 3-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, em Belém, o 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, em Recife, 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, em Brasília, do 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações.

1 Delegado Regional, em Salvador, do 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, na Guanabara, do 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, em São Paulo, do 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicaçõe

1 Delegado Regional, em Pôrto Alegre, do 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, em Campo Grande, 5-c Engenheir


MT, do Departamento Nacional de o
Telecomunicações

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a
.

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 4.117, DE 27 DE AGOSTO DE 1962.


Partes vetadas pelo Presidente da
República e mantidas pelo
CONGRESSO NACIONAL, do Projeto
que se transformou na Lei nº 4.117, de
27 de agôsto de 1962 (que institui o
Código Brasileiro de
Telecomunicações).

Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL manteve e eu promulgo, nos


têrmos do art. 70, § 3º, da Constituição Federal e do art. 3º, item III, da Ato
Adicional, os seguintes dispositivos da Lei nº 4.117, de 27 de agôsto de 1962:
" Art 3º Os atos Internacionais de natureza administrativa entrarão em
vigor na data estabelecida em sua publicação depois de aprovados pelo
Presidente da República (art. 29, aI)"
................................................................................ ......................................................
" Art 4º............................................................................... ............................................
................................................................................ ..............................................................
§ 2º Os contratos de concessão, as autorizações e permissões serão
interpretados e executados de acôrdo com as definições vigentes na época
em que os mesmos tenham sido celebrados ou expedidos".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 9º O Conselho Nacional de Telecomunicações ao planejar o Sistema
Nacional de Telecomunicações, discriminará os troncos e os centro principais
de telecomunicações.

837
atemploCisA

§ 1º Na discriminação a que se refere, êste artigo serão incluídas, na


medida das possibilidades e conveniências entre os centros principais de
telecomunicação, a Capital da República e as capitais de todos os Estados e
Territórios.
§ 2º O Conselho Nacional de Telecomunicações estabelecerá as
prioridades, segundo as quais se procederá à instalação dos troncos e rêdes
do Sistema Nacional de Telecomunicações".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 10 ................................................................................ .........................................
I - ................................................................................ ................................................
a) ......................... dos troncos ................................................................................ ..."
................................................................................ ..............................................................
"Art. 14 ................................................................................ .........................................
..........................................e competência diretamente subordinado ao
Presidente da República".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 15 ................................................................................ .........................................
a) ................................................................................ .................................................
............................................................pessoa escolhida entre os membros de seu
Gabinete ou
................................................................................ ..............................................................
e) e de 3 (três) representantes dos 3 (três) maiores partidos políticos,
segundo a respectiva representação na Câmara dos Deputados no início da
legislatura, indicados pela direção nacional de cada agremiação.
f) ............................ ..........dos
troncos.............................................. ............................................................ pessoa escolhida
entre os membros de seu Gabinete ou...........................................................
g) do Diretor Geral do Departamento Nacional de Telecomunicações,
sem direito a voto.
§ 1º Se os três partidos a que se refere a alínea "e" estiveram todos
apoiando o Govêrno, o partido de menor representação será substituído pelo
maior partido de oposição, com representação na Câmara dos Deputados.

838
atemploCisA

§ 2º Os representantes dos partidos políticos de que trata êste artigo


serão indicados até 30 (trinta) dias após o início de cada legislatura".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 16 ................................................................................ .........................................
............................e e................................................................................ .............................
Parágrafo único. Será de dois anos apenas o primeiro mandato dos
membros indicados nas alíneas " b " e observado o disposto no § 2º do artigo
anterior".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 23 ................................................................................ .........................................
.....como diretor, técnico, consultor, advogado, perito, acionista, cotista,
debenturista, sócio ou assalariado, nem tão pouco ter qualquer interêsse
direito ou indireto na manufatura ou venda de matéria aplicável a
telecomunicação".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 24 .........................unânimes............................................... ...................................
......................no das que não o forem,
caberá ........................................................................"
................................................................................ ..............................................................
"Art. 25. O Departamento Nacional de Telecomunicações é a secretaria
executiva do Conselho e terá a, seguinte organização administrativa:
I - Divisão de Engenharia
II - Divisão Jurídica
III - Divisão Administrativa
IV - Divisão de Estatística
V - Divisão de Fiscalização
VI - Delegacias Regionais".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 26. O território nacional fica dividido em oito Distritos, a cada um
dos quais corresponderá uma Delegacia Regional, com sede, respectivamente
em
Brasília (DF)

839
atemploCisA

Belém (PA)
Recife (PE)
Salvador (BA)
Rio de Janeiro (GB)
São Paulo (SP)
Pôrto Alegre (RS)
Campo Grande (MT)
Parágrafo único. Cada Distrito terá a jurisdição delimitada pelo
Conselho".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 27. São criados, no Conselho, os cargos de provimento em
comissão constantes da tabela anexa".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 28 ................................................................................ .................... o diretor geral
os diretores de divisão e os delegados
regionais........................................................................ ..
................................................................................ ..............................................................
"Art. 29 ................................................................................ .........................................
................................................................................ ..............................................................
c) ................................................................................ ................................................
................................................................... para a devida apropriação pelo
Congresso Nacional:
................................................................................ ..............................................................
e) promover ................................................................................ ..................................
..................... bem como a constituição, organização, articulação e
expansão dos serviços públicos de telecomunicações;
................................................................................ ..............................................................
f) estabelecer as prioridades previstas no art. 9º, § 2º, desta lei.
................................................................................ ..............................................................
al) ...................... de natureza administrativa, antes de sua aprovação pelo
Presidente da República (artigo 3º) "

840
atemploCisA

................................................................................ ..............................................................
"Art. 33 ................................................................................ .........................................
................................................................................ ..............................................................
3º Os prazos de concessão e autorização serão de 10 (dez) anos para o
serviço de radiodifusão sonora e de 15 (quinze) anos para o de televisão,
podendo ser renovados por períodos sucessivos e iguais, se os
concessionários houverem cumprido tôdas as obrigações legais e contratuais,
mantido a mesma idoneidade técnica, financeira e moral, e atendido o
interêsse público (art. 29 X).
§ 4º Havendo a concessionária requerido, em tempo hábil, a prorrogação
da respectiva concessão ter-se-á a mesma como deferida se o órgão
competente não decidir dentro de 120 (cento e vinte) dias"
................................................................................ ..............................................................
"Art. 37 Os serviços de telecomunicações podem ser desapropriados, ou
requisitados nos termos do artigo 141
16 da Constituição, e das leis vigentes.
Parágrafo único. No cálculo da indenização serão deduzidos os favores
cambiais e fiscais concedidos pela União e pelos Estados".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 38 - c) ................................................................................ ...................................
................................................................................ ..............................................................
O silêncio do Poder concedente ao fim de 90 (noventa) dias contados da
data da entrega do requerimento de transferência de ações ou cotas
implicará na autorização".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 42 ................................................................................ .........................................
................................................................................ ..............................................................
c) desapropriação de serviços existentes, na forma da legislação vigente.
................................................................................ ..............................................................
4º A entidade poderá requisitar do Departamento dos Correios e
Telégrafos o pessoal de que necessite para o seu funcionamento, correndo o
pagamento respectivo à conta de seus recursos próprios".
................................................................................ ..............................................................

841
atemploCisA

Art 49. A qualquer particular pode ser dada, pelo Conselho Nacional de
Telecomunicações permissão para executar serviço limitado, para uso privado
entre duas Iocalidades ou em uma mesma cidade, de telex, fac-símile ou
processo semelhante.
Parágrafo único. Só será permitido o telex internacional desde que os
serviços para o Brasil sejam executados através da Rêde Nacional de
Telecomunicações e assegurado o recolhimento, pelo permissionário, das
taxas terminais brasileiras e das de execução do trabalho pela União".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 51 ................................................................................ .........................................
................................................................................ ..............................................................
................................. e postos à disposição da entidade a que se refere o art.
42 ......................
................................................................................ ..............................................................
a) ................................................................................ .....................................................
................................................................................ ..............................................................
prestado pelo Departamento dos Correios e Telégrafos, por emprêsas
concessionárias ou permissionárias
................................................................................ ......................................
................................................................................ ..............................................................
"Art. 53 ................................................................................ .........................................
................................................................................ ..............................................................
Parágrafo único. Se a divulgação das notícias falsas houver resultado de
êrro de informação e fôr objeto de desmentido imediato, a nenhuma
penalidade ficará sujeita a concessionária ou permissionária".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 54. São livres as críticas e os conceitos desfavoráveis, ainda que
veementes, bem como a narrativa de fatos verdadeiros, guardadas as
restrições estabelecidas em lei, inclusive de atos de qualquer dos podêres do
Estado".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 55. É inviolável a telecomunicação nos têrmos desta lei".
................................................................................ ..............................................................

842
atemploCisA

"Art. 61 ................................................................................ .........................................


................................................................................ ..............................................................
Parágrafo único Se a concessão ou permissão abranger mais de uma
emissôra, a penalidade que recair sôbre uma delas não atingirá as demais
inocentes".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 64. ................................................................................ ........................................
..............................................dentro de um
ano...................................................................... "
................................................................................ ..............................................................
"Art. 71. A concessionária ou permissionária que não se conformar com a
notificação, suspensão provisória ou pena de suspensão aplicada pelo
Ministro da Justiça, poderá dentro de cinco dias, promover o pronunciamento
do Tribunal Federal de Recursos, através de mandado de segurança,
observadas as seguintes normas:
a) o Presidente, dentro de prazo improrrogável de 24 (vinte e quatro)
horas, suspenderá ou não in limine , o ato do Ministro da Justiça;
b) o prazo para as informações do Ministro da Justiça de 48 (quarenta e
oito) horas ímprorrogáveis;
c) após o recebimento das informações, o relator enviará o processo
imediatamente à Mesa, para que seja julgado na primeira Reunião deTurma;
d) o Procurador emitirá parecer oral na sessão de julgamento, após o
relatório;
e) o julgamento é da competência de turmas isoladas;
f) a defesa e as informações poderão ser enviadas por via telegráfica ou
radiotelegráfica;
g) o Regimento Interno do Tribunal Federal de Recursos estabelecerá
normas complementares para a aplicação desta lei, inclusive para o período
de férias, forenses.
§ 1º A autoridade que não se conformar com a decisão denegatória da
representação que ofereceu ao Ministro da Justiça poderá, dentro de 15
(quinze) dias da mesma, promover o pronunciamento do Judiciário, através
de mandado de segurança, interpôsto ao Tribunal Federal de Recursos.

843
atemploCisA

§ 2º A decisão final do Ministro da Justiça, aplicando a pena de


suspensão só será executada depois da decisão liminar referida na
letra "a" dêste artigo, quando confirmatória da suspensão
§ 3º A Justiça Eleitoral poderá também notificar para que cesse e
imediatamente seja desmentida, determinando sua suspensão até 24 (vinte e
quatro) horas, no caso de desobediência, transmissão que constitua infração
à legislação eleitoral".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 73. ................................................................................ .......................................
.................................. com efeito suspensivo salvo, o caso da alínea "c ".
"Art. 74. ................................................................................ .......................................
................................................................................ ..............................................................
2º A concessionária ou permissionária que não se conformar com a
cassação, poderá promover o pronunciamento do Tribunal Federal de
Recursos, através do mandado de segurança, cabendo ao seu Presidente
decidir sôbre a suspensão liminar do ato, no prazo improrrogável de 24 (vinte
e quatro) horas.
3º Aplica-se, quanto à execução da cassação, o disposto no § 2º, do art.
71, desta lei".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 75 ................................................................................ ........................................
.................. se a respectiva concessionária ou permissionária decair do
direito à renovação.
Parágrafo único. O direito à renovação decorre do cumprimento, pela
concessionária ou permissionária, das exigências legais e regulamentares,
bem como das finalidades educacionais culturais e morais a que esteve
obrigada".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 76. ................................................................................ ........................................
Parágrafo único. A declaração de caducidade só se dará se fôr impossível
evitá-la por convênio com qualquer país ou por inexistência comprovada de
freqüência no Brasil, que possa ser atribuída a concessionária ou
permissionária, a fim de que não cesse seu funcionamento".
................................................................................ ..............................................................

844
atemploCisA

"Art. 77. A declaração da perempção ou da caducidade, quando viciada


por ilegalidade, abuso do poder ou pela desconformidade com os fins ou
motivos alegados, titulará o prejudicado a postular reparação do seu direito
perante o Judiciário (art. 141, § 4º, da Constituição Federal)".
................................................................................ ..............................................................
Art 83. A crítica e o conceito desfavorável, ainda que veementes, ou a
narrativa de fatos verdadeiros, não darão motivo a qualquer reparação".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 98. A autoridade que impedir ou embaraçar a liberdade da
radiodifusão ou da televisão, fora dos casos autorizados em lei, incidirá, no
que couber, na sanção do artigo 322 do Código Penal".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 99. A concessionária ou permissionária, ofendida em qualquer
direito, poderá pleitear junto ao Judiciário sua reparação, inclusive para
salvaguardar a viabilidade econômica do empreendimento, afetada por
exigências administrativas que a comprometam, desde que não decorrentes
de lei ou regulamento".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 100 ................................................................................ .......................................
................................................................ cujo valor será fixado em lei".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 105 ................................................................................ .......................................
................................... e tarifas ................................................................................ ..........".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 106. A tarifa do serviço telegráfico público interior será constituída
de uma taxa fixa por grupo de palavras ou fração, e de taxa de percurso por
palavra. A tarifa dos serviços telefônicos, de foto-telegramas, de telex e outros
congêneres, terá por base a ocupação do circuito e a distância entre as
estações".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 113 ................................................................................ .......................................
................................... nas estações do Departamento de Correios e
Telégrafos".

845
atemploCisA

................................................................................ ..............................................................
"Art. 117. As concessões e autorizações para os serviços de radiodifusão
em funcionamento ficam automaticamente mantidas pelos prazos fixados no
art. 33, § 3º, desta lei".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 125. O Departamento dos Correios e Telégrafos continuará a
exercer as atribuições de fiscalização e a efetuar a arrecadação das atuais
taxas, prêmios e contribuições, até que o Conselho Nacional de
Telecomunicações esteja devidamente aparelhado para o exercício destas
atribuições".
................................................................................ ..............................................................
"Art. 126. Enquanto não houver serviços telefônicos entre Brasília e as
demais regiões do país, em condições de atender aos membros do Congresso
Nacional em assuntos relacionados com o exercício de seus mandatos, o
Conselho Nacional de Telecomunicações deverá reservar freqüências para
serem utilizadas por estações transmissoras e receptoras particulares, com
aquêle objetivo, observados os preceitos legais e regulamentares que
disciplinam a matéria".
Brasília, em 14 de dezembro de 1962; 141º da Independência e 74º da
República.
JOÃO GOULART
Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.12.1962
CONSELHO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇõES
TABELA I
Cargos de Provimento eM Comissão
Número de DENOMINAÇÃO Símbo Qualificaç
Cargos lo ão

1 Presidente do Conselho Nacional de 1-c *


Telecomunicações

13 Membros do Conselho Nacional de 1-c


Telecomunicações

1 Diretor-Geral do Departamento Nacional 1-c *

846
atemploCisA

de Telecomunicações

1 Diretor da Divisão de Engenharia do 3-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Diretor da Divisão Jurídica do 3-c Bacharel


Departamento Nacional de
Telecomunicações

1 Diretor da Divisão de Administração do 3-c **


Departamento Nacional de
Telecomunicações

1 Diretor da Divisão de Estatística do 3-c Estatístico


Departamento Nacional de
Telecomunicações

1 Diretor da Divisão de Fiscalização do 3-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, em Belém, o 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, em Recife, 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, em Brasília, do 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações.

1 Delegado Regional, em Salvador, do 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, na Guanabara, do 5-c Engenheir


Departamento Nacional de

847
atemploCisA

Telecomunicações o

1 Delegado Regional, em São Paulo, do 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicaçõe

1 Delegado Regional, em Pôrto Alegre, do 5-c Engenheir


Departamento Nacional de o
Telecomunicações

1 Delegado Regional, em Campo Grande, 5-c Engenheir


MT, do Departamento Nacional de o
Telecomunicações

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Organização dos serviços de telecomunicações (Lei nº 9472/97).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
LIVRO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1° Compete à União, por intermédio do órgão regulador e nos termos
das políticas estabelecidas pelos Poderes Executivo e Legislativo, organizar a
exploração dos serviços de telecomunicações.
Parágrafo único. A organização inclui, entre outros aspectos, o
disciplinamento e a fiscalização da execução, comercialização e uso dos
serviços e da implantação e funcionamento de redes de telecomunicações,
bem como da utilização dos recursos de órbita e espectro de
radiofreqüências.
Art. 2° O Poder Público tem o dever de:

851
atemploCisA

I - garantir, a toda a população, o acesso às telecomunicações, a tarifas e


preços razoáveis, em condições adequadas;
II - estimular a expansão do uso de redes e serviços de telecomunicações
pelos serviços de interesse público em benefício da população brasileira;
III - adotar medidas que promovam a competição e a diversidade dos
serviços, incrementem sua oferta e propiciem padrões de qualidade
compatíveis com a exigência dos usuários;
IV - fortalecer o papel regulador do Estado;
V - criar oportunidades de investimento e estimular o desenvolvimento
tecnológico e industrial, em ambiente competitivo;
VI - criar condições para que o desenvolvimento do setor seja harmônico com
as metas de desenvolvimento social do País.
Art. 3° O usuário de serviços de telecomunicações tem direito:
I - de acesso aos serviços de telecomunicações, com padrões de qualidade e
regularidade adequados à sua natureza, em qualquer ponto do território
nacional;
II - à liberdade de escolha de sua prestadora de serviço;
III - de não ser discriminado quanto às condições de acesso e fruição do
serviço;
IV - à informação adequada sobre as condições de prestação dos serviços,
suas tarifas e preços;
V - à inviolabilidade e ao segredo de sua comunicação, salvo nas hipóteses e
condições constitucional e legalmente previstas;
VI - à não divulgação, caso o requeira, de seu código de acesso;
VII - à não suspensão de serviço prestado em regime público, salvo por
débito diretamente decorrente de sua utilização ou por descumprimento de
condições contratuais;
VIII - ao prévio conhecimento das condições de suspensão do serviço;
IX - ao respeito de sua privacidade nos documentos de cobrança e na
utilização de seus dados pessoais pela prestadora do serviço;
X - de resposta às suas reclamações pela prestadora do serviço;
XI - de peticionar contra a prestadora do serviço perante o órgão regulador e
os organismos de defesa do consumidor;

852
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XII - à reparação dos danos causados pela violação de seus direitos.


Art. 4° O usuário de serviços de telecomunicações tem o dever de:
I - utilizar adequadamente os serviços, equipamentos e redes de
telecomunicações;
II - respeitar os bens públicos e aqueles voltados à utilização do público em
geral;
III - comunicar às autoridades irregularidades ocorridas e atos ilícitos
cometidos por prestadora de serviço de telecomunicações.
Art. 5º Na disciplina das relações econômicas no setor de telecomunicações
observar-se-ão, em especial, os princípios constitucionais da soberania
nacional, função social da propriedade, liberdade de iniciativa, livre
concorrência, defesa do consumidor, redução das desigualdades regionais e
sociais, repressão ao abuso do poder econômico e continuidade do serviço
prestado no regime público.
Art. 6° Os serviços de telecomunicações serão organizados com base no
princípio da livre, ampla e justa competição entre todas as prestadoras,
devendo o Poder Público atuar para propiciá-la, bem como para corrigir os
efeitos da competição imperfeita e reprimir as infrações da ordem econômica.
Art. 7° As normas gerais de proteção à ordem econômica são aplicáveis ao
setor de telecomunicações, quando não conflitarem com o disposto nesta Lei.
§ 1º Os atos envolvendo prestadora de serviço de telecomunicações, no
regime público ou privado, que visem a qualquer forma de concentração
econômica, inclusive mediante fusão ou incorporação de empresas,
constituição de sociedade para exercer o controle de empresas ou qualquer
forma de agrupamento societário, ficam submetidos aos controles,
procedimentos e condicionamentos previstos nas normas gerais de proteção
à ordem econômica.
§ 2° Os atos de que trata o parágrafo anterior serão submetidos à apreciação
do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, por meio do órgão
regulador.
§ 3º Praticará infração da ordem econômica a prestadora de serviço de
telecomunicações que, na celebração de contratos de fornecimento de bens e
serviços, adotar práticas que possam limitar, falsear ou, de qualquer forma,
prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa.
LIVRO II

853
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DO ÓRGÃO REGULADOR E DAS POLÍTICAS SETORIAIS


TÍTULO I
DA CRIAÇÃO DO ÓRGÃO REGULADOR
Art. 8° Fica criada a Agência Nacional de Telecomunicações, entidade
integrante da Administração Pública Federal indireta, submetida a regime
autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações, com a
função de órgão regulador das telecomunicações, com sede no Distrito
Federal, podendo estabelecer unidades regionais.
§ 1º A Agência terá como órgão máximo o Conselho Diretor, devendo contar,
também, com um Conselho Consultivo, uma Procuradoria, uma Corregedoria,
uma Biblioteca e uma Ouvidoria, além das unidades especializadas
incumbidas de diferentes funções.
§ 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada por
independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica,
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira.
Art. 9° A Agência atuará como autoridade administrativa independente,
assegurando-se-lhe, nos termos desta Lei, as prerrogativas necessárias ao
exercício adequado de sua competência.
Art. 10. Caberá ao Poder Executivo instalar a Agência, devendo o seu
regulamento, aprovado por decreto do Presidente da República, fixar-lhe a
estrutura organizacional.
Parágrafo único. A edição do regulamento marcará a instalação da Agência,
investindo-a automaticamente no exercício de suas atribuições.
Art. 11. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional, no prazo de
até noventa dias, a partir da publicação desta Lei, mensagem criando o
quadro efetivo de pessoal da Agência, podendo remanejar cargos disponíveis
na estrutura do Ministério das Comunicações.
Art. 12. Ficam criados os Cargos em Comissão de Natureza Especial e do
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, com a finalidade de
integrar a estrutura da Agência, relacionados no Anexo
I. (Revogado pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
Art. 13. Ficam criadas as funções de confiança denominadas Funções
Comissionadas de Telecomunicação - FCT, de ocupação privativa por
servidores do quadro efetivo, servidores públicos federais ou empregados de
empresas públicas ou sociedades de economia mista, controladas pela União,
em exercício na Agência Nacional de Telecomunicações, no quantitativo e

854
atemploCisA

valores previstos no Anexo II desta Lei. (Revogado pela Lei nº


9.986, de 18.7.2000)
§ 1º O servidor investido na Função Comissionada de Telecomunicação
exercerá atribuições de assessoramento e coordenação técnica e perceberá
remuneração correspondente ao cargo efetivo ou emprego permanente,
acrescida do valor da Função para a qual foi
designado. (Revogado pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
§ 2° A designação para Função de Assessoramento é inacumulável com a
designação ou nomeação para qualquer outra forma de comissionamento,
cessando o seu pagamento durante as situações de afastamento do servidor,
inclusive aquelas consideradas de efetivo exercício, ressalvados os períodos a
que se referem os incisos I, IV, VI, VIII, alíneas a a e, e inciso X do art. 102
da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
§ 3° O Poder Executivo poderá dispor sobre alteração dos quantitativos e da
distribuição das Funções Comissionadas de Telecomunicação dentro da
estrutura organizacional, observados os níveis hierárquicos, os valores de
retribuição correspondentes e o respectivo custo global estabelecidos no
Anexo II. (Revogado pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
Art. 14. A Agência poderá requisitar, com ônus, servidores de órgãos e
entidades integrantes da administração pública federal direta, indireta ou
fundacional, quaisquer que sejam as funções a serem exercidas. (Revogado
pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
§ 1º Durante os primeiros vinte e quatro meses subseqüentes à instalação da
Agência, as requisições de que trata o caput deste artigo serão irrecusáveis
quando feitas a órgãos e entidades do Poder Executivo, e desde que
aprovadas pelo Ministro de Estado das Comunicações e pelo Ministro de
Estado Chefe da Casa Civil. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
18.7.2000)
§ 2º Quando a requisição implicar redução de remuneração do servidor
requisitado, fica a Agência autorizada a complementá-la até o limite da
remuneração percebida no órgão de origem. (Revogado pela
Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
Art. 15. A fixação das dotações orçamentárias da Agência na Lei de
Orçamento Anual e sua programação orçamentária e financeira de execução
não sofrerão limites nos seus valores para movimentação e empenho.
Art. 16. Fica o Poder Executivo autorizado a realizar as despesas e os
investimentos necessários à instalação da Agência, podendo remanejar,

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atemploCisA

transferir ou utilizar saldos orçamentários, empregando como recursos


dotações destinadas a atividades finalísticas e administrativas do Ministério
das Comunicações, inclusive do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações
- FISTEL.
Parágrafo único. Serão transferidos à Agência os acervos técnico e
patrimonial, bem como as obrigações e direitos do Ministério das
Comunicações, correspondentes às atividades a ela atribuídas por esta Lei.
Art. 17. A extinção da Agência somente ocorrerá por lei específica.
TÍTULO II
DAS COMPETÊNCIAS
Art. 18. Cabe ao Poder Executivo, observadas as disposições desta Lei, por
meio de decreto:
I - instituir ou eliminar a prestação de modalidade de serviço no regime
público, concomitantemente ou não com sua prestação no regime privado;
II - aprovar o plano geral de outorgas de serviço prestado no regime público;
III - aprovar o plano geral de metas para a progressiva universalização de
serviço prestado no regime público;
IV - autorizar a participação de empresa brasileira em organizações ou
consórcios intergovernamentais destinados ao provimento de meios ou à
prestação de serviços de telecomunicações.
Parágrafo único. O Poder Executivo, levando em conta os interesses do País
no contexto de suas relações com os demais países, poderá estabelecer
limites à participação estrangeira no capital de prestadora de serviços de
telecomunicações.
Art. 19. À Agência compete adotar as medidas necessárias para o
atendimento do interesse público e para o desenvolvimento das
telecomunicações brasileiras, atuando com independência, imparcialidade,
legalidade, impessoalidade e publicidade, e especialmente:
I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de
telecomunicações;
II - representar o Brasil nos organismos internacionais de telecomunicações,
sob a coordenação do Poder Executivo;
III - elaborar e propor ao Presidente da República, por intermédio do Ministro
de Estado das Comunicações, a adoção das medidas a que se referem os

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atemploCisA

incisos I a IV do artigo anterior, submetendo previamente a consulta pública


as relativas aos incisos I a III;
IV - expedir normas quanto à outorga, prestação e fruição dos serviços de
telecomunicações no regime público;
V - editar atos de outorga e extinção de direito de exploração do serviço no
regime público;
VI - celebrar e gerenciar contratos de concessão e fiscalizar a prestação do
serviço no regime público, aplicando sanções e realizando intervenções;
VII - controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas dos serviços
prestados no regime público, podendo fixá-las nas condições previstas nesta
Lei, bem como homologar reajustes;
VIII - administrar o espectro de radiofreqüências e o uso de órbitas,
expedindo as respectivas normas;
IX - editar atos de outorga e extinção do direito de uso de radiofreqüência e
de órbita, fiscalizando e aplicando sanções;
X - expedir normas sobre prestação de serviços de telecomunicações no
regime privado;
XI - expedir e extinguir autorização para prestação de serviço no regime
privado, fiscalizando e aplicando sanções;
XII - expedir normas e padrões a serem cumpridos pelas prestadoras de
serviços de telecomunicações quanto aos equipamentos que utilizarem;
XIII - expedir ou reconhecer a certificação de produtos, observados os
padrões e normas por ela estabelecidos;
XIV - expedir normas e padrões que assegurem a compatibilidade, a operação
integrada e a interconexão entre as redes, abrangendo inclusive os
equipamentos terminais;
XV - realizar busca e apreensão de bens no âmbito de sua competência;
XVI - deliberar na esfera administrativa quanto à interpretação da legislação
de telecomunicações e sobre os casos omissos;
XVII - compor administrativamente conflitos de interesses entre prestadoras
de serviço de telecomunicações;
XVIII - reprimir infrações dos direitos dos usuários;
XIX - exercer, relativamente às telecomunicações, as competências legais em
matéria de controle, prevenção e repressão das infrações da ordem

857
atemploCisA

econômica, ressalvadas as pertencentes ao Conselho Administrativo de


Defesa Econômica - CADE;
XX - propor ao Presidente da República, por intermédio do Ministério das
Comunicações, a declaração de utilidade pública, para fins de desapropriação
ou instituição de servidão administrativa, dos bens necessários à implantação
ou manutenção de serviço no regime público;
XXI - arrecadar e aplicar suas receitas;
XXII - resolver quanto à celebração, alteração ou extinção de seus contratos,
bem como quanto à nomeação, exoneração e demissão de servidores,
realizando os procedimentos necessários, na forma em que dispuser o
regulamento;
XXIII - contratar pessoal por prazo determinado, de acordo com o disposto
na Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993;
XXIV - adquirir, administrar e alienar seus bens;
XXV - decidir em último grau sobre as matérias de sua alçada, sempre
admitido recurso ao Conselho Diretor;
XXVI - formular ao Ministério das Comunicações proposta de orçamento;
XXVII - aprovar o seu regimento interno;
XXVIII - elaborar relatório anual de suas atividades, nele destacando o
cumprimento da política do setor definida nos termos do artigo anterior;
XXIX - enviar o relatório anual de suas atividades ao Ministério das
Comunicações e, por intermédio da Presidência da República, ao Congresso
Nacional;
XXX - rever, periodicamente, os planos enumerados nos incisos II e III do
artigo anterior, submetendo-os, por intermédio do Ministro de Estado das
Comunicações, ao Presidente da República, para aprovação;
XXXI - promover interação com administrações de telecomunicações dos
países do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL, com vistas à consecução de
objetivos de interesse comum.
TÍTULO III
DOS ÓRGÃOS SUPERIORES
Capítulo I
Do Conselho Diretor

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atemploCisA

Art. 20. O Conselho Diretor será composto por cinco conselheiros e decidirá
por maioria absoluta.
Parágrafo único. Cada conselheiro votará com independência,
fundamentando seu voto.
Art. 21. As sessões do Conselho Diretor serão registradas em atas, que ficarão
arquivadas na Biblioteca, disponíveis para conhecimento geral.
§ 1º Quando a publicidade puder colocar em risco a segurança do País, ou
violar segredo protegido ou a intimidade de alguém, os registros
correspondentes serão mantidos em sigilo.
§ 2º As sessões deliberativas do Conselho Diretor que se destinem a resolver
pendências entre agentes econômicos e entre estes e consumidores e
usuários de bens e serviços de telecomunicações serão públicas, permitida a
sua gravação por meios eletrônicos e assegurado aos interessados o direito
de delas obter transcrições.
Art. 22. Compete ao Conselho Diretor:
I - submeter ao Presidente da República, por intermédio do Ministro de
Estado das Comunicações, as modificações do regulamento da Agência;
II - aprovar normas próprias de licitação e contratação;
III - propor o estabelecimento e alteração das políticas governamentais de
telecomunicações;
IV - editar normas sobre matérias de competência da Agência;
V - aprovar editais de licitação, homologar adjudicações, bem como decidir
pela prorrogação, transferência, intervenção e extinção, em relação às
outorgas para prestação de serviço no regime público, obedecendo ao plano
aprovado pelo Poder Executivo;
VI - aprovar o plano geral de autorizações de serviço prestado no regime
privado;
VII - aprovar editais de licitação, homologar adjudicações, bem como decidir
pela prorrogação, transferência e extinção, em relação às autorizações para
prestação de serviço no regime privado, na forma do regimento interno;
VIII - aprovar o plano de destinação de faixas de radiofreqüência e de
ocupação de órbitas;
IX - aprovar os planos estruturais das redes de telecomunicações, na forma
em que dispuser o regimento interno;

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X - aprovar o regimento interno;


XI - resolver sobre a aquisição e a alienação de bens;
XII - autorizar a contratação de serviços de terceiros, na forma da legislação
em vigor.
Parágrafo único. Fica vedada a realização por terceiros da fiscalização de
competência da Agência, ressalvadas as atividades de apoio.
Art. 23. Os conselheiros serão brasileiros, de reputação ilibada, formação
universitária e elevado conceito no campo de sua especialidade, devendo ser
escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação
pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da
Constituição Federal.
Art. 24. O mandato dos membros do Conselho Diretor será de cinco anos.
vedada a recondução.
Art. 24. O mandato dos membros do Conselho Diretor será de cinco
anos. (Redação dada pela Lei nº 9.986, de 18 de julho de
2000)
Parágrafo único. Em caso de vaga no curso do mandato, este será
completado por sucessor investido na forma prevista no artigo anterior, que o
exercerá pelo prazo remanescente.
Art. 25. Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor serão de
três, quatro, cinco, seis e sete anos, a serem estabelecidos no decreto de
nomeação.
Art. 26. Os membros do Conselho Diretor somente perderão o mandato em
virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de
processo administrativo disciplinar. (Revogado pela Lei nº
9.986, de 18.7.2000)
§ 1° Sem prejuízo do que prevêem a lei penal e a lei da improbidade
administrativa, será causa da perda do mandato a inobservância, pelo
conselheiro, dos deveres e proibições inerentes ao cargo, inclusive no que se
refere ao cumprimento das políticas estabelecidas para o setor pelos Poderes
Executivo e Legislativo. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
18.7.2000)
§ 2° Cabe ao Ministro de Estado das Comunicações instaurar o processo
administrativo disciplinar, que será conduzido por comissão especial,
competindo ao Presidente da República determinar o afastamento preventivo,

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atemploCisA

quando for o caso, e proferir o julgamento. (Revogado pela


Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
Art. 27. O regulamento disciplinará a substituição dos conselheiros em seus
impedimentos, bem como durante a vacância.
Art. 28. Aos conselheiros é vedado o exercício de qualquer outra atividade
profissional, empresarial, sindical ou de direção político-partidária, salvo a de
professor universitário, em horário compatível. (Revogado pela
Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
Parágrafo único. É vedado aos conselheiros, igualmente, ter interesse
significativo, direto ou indireto, em empresa relacionada com
telecomunicações, como dispuser o regulamento. (Revogado
pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
Art. 29. Caberá também aos conselheiros a direção dos órgãos
administrativos da Agência.
Art. 30. Até um ano após deixar o cargo, é vedado ao ex-conselheiro
representar qualquer pessoa ou interesse perante a Agência.
Parágrafo único. É vedado, ainda, ao ex-conselheiro utilizar informações
privilegiadas obtidas em decorrência do cargo exercido, sob pena de incorrer
em improbidade administrativa.
Art. 31. O Presidente do Conselho Diretor será nomeado pelo Presidente da
República dentre os seus integrantes e investido na função por três anos ou
pelo que restar de seu mandato de conselheiro, quando inferior a esse prazo,
vedada a recondução. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
18.7.2000)
Art. 32. Cabe ao Presidente a representação da Agência, o comando
hierárquico sobre o pessoal e o serviço, exercendo todas as competências
administrativas correspondentes, bem como a presidência das sessões do
Conselho Diretor.
Parágrafo único. A representação judicial da Agência, com prerrogativas
processuais de Fazenda Pública, será exercida pela Procuradoria.
Capítulo II
Do Conselho Consultivo
Art. 33. O Conselho Consultivo é o órgão de participação institucionalizada da
sociedade na Agência.

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atemploCisA

Art. 34. O Conselho será integrado por representantes indicados pelo Senado
Federal, pela Câmara dos Deputados, pelo Poder Executivo, pelas entidades
de classe das prestadoras de serviços de telecomunicações, por entidades
representativas dos usuários e por entidades representativas da sociedade,
nos termos do regulamento.
Parágrafo único. O Presidente do Conselho Consultivo será eleito pelos seus
membros e terá mandato de um ano.
Art. 35. Cabe ao Conselho Consultivo:
I - opinar, antes de seu encaminhamento ao Ministério das Comunicações,
sobre o plano geral de outorgas, o plano geral de metas para universalização
de serviços prestados no regime público e demais políticas governamentais
de telecomunicações;
II - aconselhar quanto à instituição ou eliminação da prestação de serviço no
regime público;
III - apreciar os relatórios anuais do Conselho Diretor;
IV - requerer informação e fazer proposição a respeito das ações referidas no
art. 22.
Art. 36. Os membros do Conselho Consultivo, que não serão remunerados,
terão mandato de três anos, vedada a recondução.
§ 1° Os mandatos dos primeiros membros do Conselho serão de um, dois e
três anos, na proporção de um terço para cada período.
§ 2° O Conselho será renovado anualmente em um terço.
Art. 37. O regulamento disporá sobre o funcionamento do Conselho
Consultivo.
TÍTULO IV
DA ATIVIDADE E DO CONTROLE
Art. 38. A atividade da Agência será juridicamente condicionada pelos
princípios da legalidade, celeridade, finalidade, razoabilidade,
proporcionalidade, impessoalidade, igualdade, devido processo legal,
publicidade e moralidade.
Art. 39. Ressalvados os documentos e os autos cuja divulgação possa violar a
segurança do País, segredo protegido ou a intimidade de alguém, todos os
demais permanecerão abertos à consulta do público, sem formalidades, na
Biblioteca.

862
atemploCisA

Parágrafo único. A Agência deverá garantir o tratamento confidencial das


informações técnicas, operacionais, econômico-financeiras e contábeis que
solicitar às empresas prestadoras dos serviços de telecomunicações, nos
termos do regulamento.
Art. 40. Os atos da Agência deverão ser sempre acompanhados da exposição
formal dos motivos que os justifiquem.
Art. 41. Os atos normativos somente produzirão efeito após publicação no
Diário Oficial da União, e aqueles de alcance particular, após a
correspondente notificação.
Art. 42. As minutas de atos normativos serão submetidas à consulta pública,
formalizada por publicação no Diário Oficial da União, devendo as críticas e
sugestões merecer exame e permanecer à disposição do público na
Biblioteca.
Art. 43. Na invalidação de atos e contratos, será garantida previamente a
manifestação dos interessados.
Art. 44. Qualquer pessoa terá o direito de peticionar ou de recorrer contra ato
da Agência no prazo máximo de trinta dias, devendo a decisão da Agência ser
conhecida em até noventa dias.
Art. 45. O Ouvidor será nomeado pelo Presidente da República para mandato
de dois anos, admitida uma recondução.
Parágrafo único. O Ouvidor terá acesso a todos os assuntos e contará com o
apoio administrativo de que necessitar, competindo-lhe produzir,
semestralmente ou quando oportuno, apreciações críticas sobre a atuação da
Agência, encaminhando-as ao Conselho Diretor, ao Conselho Consultivo, ao
Ministério das Comunicações, a outros órgãos do Poder Executivo e ao
Congresso Nacional, fazendo publicá-las para conhecimento geral.
Art. 46. A Corregedoria acompanhará permanentemente o desempenho dos
servidores da Agência, avaliando sua eficiência e o cumprimento dos deveres
funcionais e realizando os processos disciplinares.
TÍTULO V
DAS RECEITAS
Art. 47. O produto da arrecadação das taxas de fiscalização de instalação e de
funcionamento a que se refere a Lei nº 5.070, de 7 de julho de 1966, será
destinado ao Fundo de Fiscalização das Telecomunicações - FISTEL, por ela
criado.

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Art. 48. A concessão, permissão ou autorização para a exploração de serviços


de telecomunicações e de uso de radiofreqüência, para qualquer serviço, será
sempre feita a título oneroso, ficando autorizada a cobrança do respectivo
preço nas condições estabelecidas nesta Lei e na regulamentação,
constituindo o produto da arrecadação receita do Fundo de Fiscalização das
Telecomunicações - FISTEL.
§ 1º Conforme dispuser a Agência, o pagamento devido pela concessionária,
permissionária ou autorizada poderá ser feito na forma de quantia certa, em
uma ou várias parcelas, ou de parcelas anuais, sendo seu valor,
alternativamente:
I - determinado pela regulamentação;
II - determinado no edital de licitação;
III - fixado em função da proposta vencedora, quando constituir fator de
julgamento;
IV - fixado no contrato de concessão ou no ato de permissão, nos casos de
inexigibilidade de licitação.
§ 2º Após a criação do fundo de universalização dos serviços de
telecomunicações mencionado no inciso II do art. 81, parte do produto da
arrecadação a que se refere o caput deste artigo será a ele destinada, nos
termos da lei correspondente.
Art. 49. A Agência submeterá anualmente ao Ministério das Comunicações a
sua proposta de orçamento, bem como a do FISTEL, que serão encaminhadas
ao Ministério do Planejamento e Orçamento para inclusão no projeto de lei
orçamentária anual a que se refere o § 5º do art. 165 da Constituição Federal.
§ 1º A Agência fará acompanhar as propostas orçamentárias de um quadro
demonstrativo do planejamento plurianual das receitas e despesas, visando
ao seu equilíbrio orçamentário e financeiro nos cinco exercícios subseqüentes.
§ 2º O planejamento plurianual preverá o montante a ser transferido ao fundo
de universalização a que se refere o inciso II do art. 81 desta Lei, e os saldos a
serem transferidos ao Tesouro Nacional.
§ 3º A lei orçamentária anual consignará as dotações para as despesas de
custeio e capital da Agência, bem como o valor das transferências de recursos
do FISTEL ao Tesouro Nacional e ao fundo de universalização, relativos ao
exercício a que ela se referir.
§ 4º As transferências a que se refere o parágrafo anterior serão formalmente
feitas pela Agência ao final de cada mês.

864
atemploCisA

Art. 50. O Fundo de Fiscalização das Telecomunicações - FISTEL, criado


pela Lei n° 5.070, de 7 de julho de 1966, passará à administração exclusiva da
Agência, a partir da data de sua instalação, com os saldos nele existentes,
incluídas as receitas que sejam produto da cobrança a que se refere o art. 14
da Lei nº 9.295, de 19 de julho de 1996.
Art. 51. Os arts. 2°, 3°, 6° e seus parágrafos, o art. 8° e seu § 2°, e o art. 13, da
Lei n° 5.070, de 7 de julho de 1966, passam a ter a seguinte redação:
"Art. 2° O Fundo de Fiscalização das Telecomunicações -
FISTEL é constituído das seguintes fontes:

a) dotações consignadas no Orçamento Geral da União,


créditos especiais, transferências e repasses que lhe forem
conferidos;

b) o produto das operações de crédito que contratar, no


País e no exterior, e rendimentos de operações financeiras
que realizar;

c) relativas ao exercício do poder concedente dos serviços


de telecomunicações, no regime público, inclusive
pagamentos pela outorga, multas e indenizações;

d) relativas ao exercício da atividade ordenadora da


exploração de serviços de telecomunicações, no regime
privado, inclusive pagamentos pela expedição de
autorização de serviço, multas e indenizações;

e) relativas ao exercício do poder de outorga do direito de


uso de radiofreqüência para qualquer fim, inclusive multas
e indenizações;

f) taxas de fiscalização;

g) recursos provenientes de convênios, acordos e contratos


celebrados com entidades, organismos e empresas,
públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras;

h) doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe


forem destinados;

865
atemploCisA

i) o produto dos emolumentos, preços ou multas, os


valores apurados na venda ou locação de bens, bem assim
os decorrentes de publicações, dados e informações
técnicas, inclusive para fins de licitação;

j) decorrentes de quantias recebidas pela aprovação de


laudos de ensaio de produtos e pela prestação de serviços
técnicos por órgãos da Agência Nacional de
Telecomunicações;

l) rendas eventuais."

"Art. 3° Além das transferências para o Tesouro Nacional e


para o fundo de universalização das telecomunicações, os
recursos do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações -
FISTEL serão aplicados pela Agência Nacional de
Telecomunicações exclusivamente:

...................................................................................

d) no atendimento de outras despesas correntes e de


capital por ela realizadas no exercício de sua competência."

"Art. 6° As taxas de fiscalização a que se refere a alínea f do


art. 2° são a de instalação e a de funcionamento.

§ 1° Taxa de Fiscalização de Instalação é a devida pelas


concessionárias, permissionárias e autorizadas de serviços
de telecomunicações e de uso de radiofreqüência, no
momento da emissão do certificado de licença para o
funcionamento das estações.

§ 2° Taxa de Fiscalização de Funcionamento é a devida


pelas concessionárias, permissionárias e autorizadas de
serviços de telecomunicações e de uso de radiofreqüência,
anualmente, pela fiscalização do funcionamento das
estações."

"Art. 8° A Taxa de Fiscalização de Funcionamento será paga,


anualmente, até o dia 31 de março, e seus valores serão os

866
atemploCisA

correspondentes a cinqüenta por cento dos fixados para a


Taxa de Fiscalização de Instalação.

.......................................................................................

§ 2° O não-pagamento da Taxa de Fiscalização de


Funcionamento no prazo de sessenta dias após a
notificação da Agência determinará a caducidade da
concessão, permissão ou autorização, sem que caiba ao
interessado o direito a qualquer indenização.

....................................................................................."

"Art. 13. São isentos do pagamento das taxas do FISTEL a


Agência Nacional de Telecomunicações, as Forças Armadas,
a Polícia Federal, as Polícias Militares, a Polícia Rodoviária
Federal, as Polícias Civis e os Corpos de Bombeiros
Militares."

Art. 52. Os valores das taxas de fiscalização de instalação e de funcionamento,


constantes do Anexo I da Lei n° 5.070, de 7 de julho de 1966, passam a ser os
da Tabela do Anexo III desta Lei.
Parágrafo único. A nomenclatura dos serviços relacionados na Tabela vigorará
até que nova regulamentação seja editada, com base nesta Lei.
Art. 53. Os valores de que tratam as alíneas i e j do art. 2° da Lei n° 5.070, de 7
de julho de 1966, com a redação dada por esta Lei, serão estabelecidos pela
Agência.
TÍTULO VI
DAS CONTRATAÇÕES
Art. 54. A contratação de obras e serviços de engenharia civil está sujeita ao
procedimento das licitações previsto em lei geral para a Administração
Pública.
Parágrafo único. Para os casos não previstos no caput, a Agência poderá
utilizar procedimentos próprios de contratação, nas modalidades de consulta
e pregão.
Art. 55. A consulta e o pregão serão disciplinados pela Agência, observadas as
disposições desta Lei e, especialmente: (Vide Lei nº 9.986, de
2000)

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I - a finalidade do procedimento licitatório é, por meio de disputa justa entre


interessados, obter um contrato econômico, satisfatório e seguro para a
Agência;
II - o instrumento convocatório identificará o objeto do certame,
circunscreverá o universo de proponentes, estabelecerá critérios para
aceitação e julgamento de propostas, regulará o procedimento, indicará as
sanções aplicáveis e fixará as cláusulas do contrato;
III - o objeto será determinado de forma precisa, suficiente e clara, sem
especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a
competição;
IV - a qualificação, exigida indistintamente dos proponentes, deverá ser
compatível e proporcional ao objeto, visando à garantia do cumprimento das
futuras obrigações;
V - como condição de aceitação da proposta, o interessado declarará estar
em situação regular perante as Fazendas Públicas e a Seguridade Social,
fornecendo seus códigos de inscrição, exigida a comprovação como condição
indispensável à assinatura do contrato;
VI - o julgamento observará os princípios de vinculação ao instrumento
convocatório, comparação objetiva e justo preço, sendo o empate resolvido
por sorteio;
VII - as regras procedimentais assegurarão adequada divulgação do
instrumento convocatório, prazos razoáveis para o preparo de propostas, os
direitos ao contraditório e ao recurso, bem como a transparência e
fiscalização;
VIII - a habilitação e o julgamento das propostas poderão ser decididos em
uma única fase, podendo a habilitação, no caso de pregão, ser verificada
apenas em relação ao licitante vencedor;
IX - quando o vencedor não celebrar o contrato, serão chamados os demais
participantes na ordem de classificação;
X - somente serão aceitos certificados de registro cadastral expedidos pela
Agência, que terão validade por dois anos, devendo o cadastro estar sempre
aberto à inscrição dos interessados.
Art. 56. A disputa pelo fornecimento de bens e serviços comuns poderá ser
feita em licitação na modalidade de pregão, restrita aos previamente
cadastrados, que serão chamados a formular lances em sessão
pública. (Vide Lei nº 9.986, de 2000)

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Parágrafo único. Encerrada a etapa competitiva, a Comissão examinará a


melhor oferta quanto ao objeto, forma e valor.
Art. 57. Nas seguintes hipóteses, o pregão será aberto a quaisquer
interessados, independentemente de cadastramento, verificando-se a um só
tempo, após a etapa competitiva, a qualificação subjetiva e a aceitabilidade
da proposta: (Vide Lei nº 9.986, de 2000)
I - para a contratação de bens e serviços comuns de alto valor, na forma do
regulamento;
II - quando o número de cadastrados na classe for inferior a cinco;
III - para o registro de preços, que terá validade por até dois anos;
IV - quando o Conselho Diretor assim o decidir.
Art. 58. A licitação na modalidade de consulta tem por objeto o fornecimento
de bens e serviços não compreendidos nos arts. 56 e
57. (Vide Lei nº 9.986, de 2000)
Parágrafo único. A decisão ponderará o custo e o benefício de cada proposta,
considerando a qualificação do proponente.
Art. 59. A Agência poderá utilizar, mediante contrato, técnicos ou empresas
especializadas, inclusive consultores independentes e auditores externos, para
executar atividades de sua competência, vedada a contratação para as
atividades de fiscalização, salvo para as correspondentes atividades de apoio.
LIVRO III
DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Capítulo I
Das Definições
Art. 60. Serviço de telecomunicações é o conjunto de atividades que
possibilita a oferta de telecomunicação.
§ 1° Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por fio,
radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético,
de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de
qualquer natureza.
§ 2° Estação de telecomunicações é o conjunto de equipamentos ou
aparelhos, dispositivos e demais meios necessários à realização de

869
atemploCisA

telecomunicação, seus acessórios e periféricos, e, quando for o caso, as


instalações que os abrigam e complementam, inclusive terminais portáteis.
Art. 61. Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um serviço
de telecomunicações que lhe dá suporte e com o qual não se confunde,
novas utilidades relacionadas ao acesso, armazenamento, apresentação,
movimentação ou recuperação de informações.
§ 1º Serviço de valor adicionado não constitui serviço de telecomunicações,
classificando-se seu provedor como usuário do serviço de telecomunicações
que lhe dá suporte, com os direitos e deveres inerentes a essa condição.
§ 2° É assegurado aos interessados o uso das redes de serviços de
telecomunicações para prestação de serviços de valor adicionado, cabendo à
Agência, para assegurar esse direito, regular os condicionamentos, assim
como o relacionamento entre aqueles e as prestadoras de serviço de
telecomunicações.
Capítulo II
Da Classificação
Art. 62. Quanto à abrangência dos interesses a que atendem, os serviços de
telecomunicações classificam-se em serviços de interesse coletivo e serviços
de interesse restrito.
Parágrafo único. Os serviços de interesse restrito estarão sujeitos aos
condicionamentos necessários para que sua exploração não prejudique o
interesse coletivo.
Art. 63. Quanto ao regime jurídico de sua prestação, os serviços de
telecomunicações classificam-se em públicos e privados.
Parágrafo único. Serviço de telecomunicações em regime público é o
prestado mediante concessão ou permissão, com atribuição a sua prestadora
de obrigações de universalização e de continuidade.
Art. 64. Comportarão prestação no regime público as modalidades de serviço
de telecomunicações de interesse coletivo, cuja existência, universalização e
continuidade a própria União comprometa-se a assegurar.
Parágrafo único. Incluem-se neste caso as diversas modalidades do serviço
telefônico fixo comutado, de qualquer âmbito, destinado ao uso do público
em geral.
Art. 65. Cada modalidade de serviço será destinada à prestação:
I - exclusivamente no regime público;

870
atemploCisA

II - exclusivamente no regime privado; ou


III - concomitantemente nos regimes público e privado.
§ 1° Não serão deixadas à exploração apenas em regime privado as
modalidades de serviço de interesse coletivo que, sendo essenciais, estejam
sujeitas a deveres de universalização.
§ 2° A exclusividade ou concomitância a que se refere o caput poderá ocorrer
em âmbito nacional, regional, local ou em áreas determinadas.
Art. 66. Quando um serviço for, ao mesmo tempo, explorado nos regimes
público e privado, serão adotadas medidas que impeçam a inviabilidade
econômica de sua prestação no regime público.
Art. 67. Não comportarão prestação no regime público os serviços de
telecomunicações de interesse restrito.
Art. 68. É vedada, a uma mesma pessoa jurídica, a exploração, de forma direta
ou indireta, de uma mesma modalidade de serviço nos regimes público e
privado, salvo em regiões, localidades ou áreas distintas.
Capítulo III
Das Regras Comuns
Art. 69. As modalidades de serviço serão definidas pela Agência em função de
sua finalidade, âmbito de prestação, forma, meio de transmissão, tecnologia
empregada ou de outros atributos.
Parágrafo único. Forma de telecomunicação é o modo específico de transmitir
informação, decorrente de características particulares de transdução, de
transmissão, de apresentação da informação ou de combinação destas,
considerando-se formas de telecomunicação, entre outras, a telefonia, a
telegrafia, a comunicação de dados e a transmissão de imagens.
Art. 70. Serão coibidos os comportamentos prejudiciais à competição livre,
ampla e justa entre as prestadoras do serviço, no regime público ou privado,
em especial:
I - a prática de subsídios para redução artificial de preços;
II - o uso, objetivando vantagens na competição, de informações obtidas dos
concorrentes, em virtude de acordos de prestação de serviço;
III - a omissão de informações técnicas e comerciais relevantes à prestação de
serviços por outrem.

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Art. 71. Visando a propiciar competição efetiva e a impedir a concentração


econômica no mercado, a Agência poderá estabelecer restrições, limites ou
condições a empresas ou grupos empresariais quanto à obtenção e
transferência de concessões, permissões e autorizações.
Art. 72. Apenas na execução de sua atividade, a prestadora poderá valer-se de
informações relativas à utilização individual do serviço pelo usuário.
§ 1° A divulgação das informações individuais dependerá da anuência
expressa e específica do usuário.
§ 2° A prestadora poderá divulgar a terceiros informações agregadas sobre o
uso de seus serviços, desde que elas não permitam a identificação, direta ou
indireta, do usuário, ou a violação de sua intimidade.
Art. 73. As prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo
terão direito à utilização de postes, dutos, condutos e servidões pertencentes
ou controlados por prestadora de serviços de telecomunicações ou de outros
serviços de interesse público, de forma não discriminatória e a preços e
condições justos e razoáveis. (Vide Lei nº 11.934, de 2009)
Parágrafo único. Caberá ao órgão regulador do cessionário dos meios a
serem utilizados definir as condições para adequado atendimento do
disposto no caput.
Art. 74. A concessão, permissão ou autorização de serviço de
telecomunicações não isenta a prestadora do atendimento às normas de
engenharia e às leis municipais, estaduais ou do Distrito Federal relativas à
construção civil e à instalação de cabos e equipamentos em logradouros
públicos.
Art. 74. A concessão, permissão ou autorização de serviço de
telecomunicações não isenta a prestadora do atendimento às normas de
engenharia e às leis municipais, estaduais ou distritais relativas à construção
civil. (Redação dada pela Lei nº 13.116, de 2015)
Art. 75. Independerá de concessão, permissão ou autorização a atividade de
telecomunicações restrita aos limites de uma mesma edificação ou
propriedade móvel ou imóvel, conforme dispuser a Agência.
Art. 76. As empresas prestadoras de serviços e os fabricantes de produtos de
telecomunicações que investirem em projetos de pesquisa e desenvolvimento
no Brasil, na área de telecomunicações, obterão incentivos nas condições
fixadas em lei.

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Art. 77. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional, no prazo de


cento e vinte dias da publicação desta Lei, mensagem de criação de um fundo
para o desenvolvimento tecnológico das telecomunicações brasileiras, com o
objetivo de estimular a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias,
incentivar a capacitação dos recursos humanos, fomentar a geração de
empregos e promover o acesso de pequenas e médias empresas a recursos
de capital, de modo a ampliar a competição na indústria de
telecomunicações.
Art. 78. A fabricação e o desenvolvimento no País de produtos de
telecomunicações serão estimulados mediante adoção de instrumentos de
política creditícia, fiscal e aduaneira.
TÍTULO II
DOS SERVIÇOS PRESTADOS EM REGIME PÚBLICO
Capítulo I
Das Obrigações de Universalização e de Continuidade
Art. 79. A Agência regulará as obrigações de universalização e de
continuidade atribuídas às prestadoras de serviço no regime público.
§ 1° Obrigações de universalização são as que objetivam possibilitar o acesso
de qualquer pessoa ou instituição de interesse público a serviço de
telecomunicações, independentemente de sua localização e condição sócio-
econômica, bem como as destinadas a permitir a utilização das
telecomunicações em serviços essenciais de interesse público.
§ 2° Obrigações de continuidade são as que objetivam possibilitar aos
usuários dos serviços sua fruição de forma ininterrupta, sem paralisações
injustificadas, devendo os serviços estar à disposição dos usuários, em
condições adequadas de uso.
Art. 80. As obrigações de universalização serão objeto de metas periódicas,
conforme plano específico elaborado pela Agência e aprovado pelo Poder
Executivo, que deverá referir-se, entre outros aspectos, à disponibilidade de
instalações de uso coletivo ou individual, ao atendimento de deficientes
físicos, de instituições de caráter público ou social, bem como de áreas rurais
ou de urbanização precária e de regiões remotas.
§ 1º O plano detalhará as fontes de financiamento das obrigações de
universalização, que serão neutras em relação à competição, no mercado
nacional, entre prestadoras.

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§ 2º Os recursos do fundo de universalização de que trata o inciso II do art. 81


não poderão ser destinados à cobertura de custos com universalização dos
serviços que, nos termos do contrato de concessão, a própria prestadora deva
suportar.
Art. 81. Os recursos complementares destinados a cobrir a parcela do custo
exclusivamente atribuível ao cumprimento das obrigações de universalização
de prestadora de serviço de telecomunicações, que não possa ser recuperada
com a exploração eficiente do serviço, poderão ser oriundos das seguintes
fontes:
I - Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
II - fundo especificamente constituído para essa finalidade, para o qual
contribuirão prestadoras de serviço de telecomunicações nos regimes público
e privado, nos termos da lei, cuja mensagem de criação deverá ser enviada ao
Congresso Nacional, pelo Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias
após a publicação desta Lei.
Parágrafo único. Enquanto não for constituído o fundo a que se refere o
inciso II do caput, poderão ser adotadas também as seguintes fontes:
I - subsídio entre modalidades de serviços de telecomunicações ou entre
segmentos de usuários;
II - pagamento de adicional ao valor de interconexão.
Art. 82. O descumprimento das obrigações relacionadas à universalização e à
continuidade ensejará a aplicação de sanções de multa, caducidade ou
decretação de intervenção, conforme o caso.
Capítulo II
Da Concessão
Seção I
Da outorga
Art. 83. A exploração do serviço no regime público dependerá de prévia
outorga, pela Agência, mediante concessão, implicando esta o direito de uso
das radiofreqüências necessárias, conforme regulamentação.
Parágrafo único. Concessão de serviço de telecomunicações é a delegação de
sua prestação, mediante contrato, por prazo determinado, no regime público,
sujeitando-se a concessionária aos riscos empresariais, remunerando-se pela

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cobrança de tarifas dos usuários ou por outras receitas alternativas e


respondendo diretamente pelas suas obrigações e pelos prejuízos que causar.
Art. 84. As concessões não terão caráter de exclusividade, devendo obedecer
ao plano geral de outorgas, com definição quanto à divisão do País em áreas,
ao número de prestadoras para cada uma delas, seus prazos de vigência e os
prazos para admissão de novas prestadoras.
§ 1° As áreas de exploração, o número de prestadoras, os prazos de vigência
das concessões e os prazos para admissão de novas prestadoras serão
definidos considerando-se o ambiente de competição, observados o princípio
do maior benefício ao usuário e o interesse social e econômico do País, de
modo a propiciar a justa remuneração da prestadora do serviço no regime
público.
§ 2° A oportunidade e o prazo das outorgas serão determinados de modo a
evitar o vencimento concomitante das concessões de uma mesma área.
Art. 85. Cada modalidade de serviço será objeto de concessão distinta, com
clara determinação dos direitos e deveres da concessionária, dos usuários e
da Agência.
Art. 86. A concessão somente poderá ser outorgada a empresa constituída
segundo as leis brasileiras, com sede e administração no País, criada para
explorar exclusivamente os serviços de telecomunicações objeto da
concessão.
Parágrafo único. A participação, na licitação para outorga, de quem não
atenda ao disposto neste artigo, será condicionada ao compromisso de, antes
da celebração do contrato, adaptar-se ou constituir empresa com as
características adequadas.
Art. 86. A concessão somente poderá ser outorgada a empresa
constituída segundo as leis brasileiras, com sede e administração no País,
criada para explorar exclusivamente serviços de
telecomunicações. (Redação dada pela Lei nº 12.485, de 2011)
Parágrafo único. Os critérios e condições para a prestação de outros
serviços de telecomunicações diretamente pela concessionária obedecerão,
entre outros, aos seguintes princípios, de acordo com regulamentação da
Anatel: (Redação dada pela Lei nº 12.485, de 2011)
I - garantia dos interesses dos usuários, nos mecanismos de reajuste e
revisão das tarifas, mediante o compartilhamento dos ganhos econômicos
advindos da racionalização decorrente da prestação de outros serviços de

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telecomunicações, ou ainda mediante a transferência integral dos ganhos


econômicos que não decorram da eficiência ou iniciativa empresarial,
observados os termos dos §§ 2o e 3o do art. 108 desta
Lei; (Incluído pela Lei nº 12.485, de 2011)
II - atuação do poder público para propiciar a livre, ampla e justa
competição, reprimidas as infrações da ordem econômica, nos termos do art.
6o desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.485, de 2011)
III - existência de mecanismos que assegurem o adequado controle
público no que tange aos bens reversíveis. (Incluído pela Lei nº
12.485, de 2011)
Art. 87. A outorga a empresa ou grupo empresarial que, na mesma região,
localidade ou área, já preste a mesma modalidade de serviço, será
condicionada à assunção do compromisso de, no prazo máximo de dezoito
meses, contado da data de assinatura do contrato, transferir a outrem o
serviço anteriormente explorado, sob pena de sua caducidade e de outras
sanções previstas no processo de outorga.
Art. 88. As concessões serão outorgadas mediante licitação.
Art. 89. A licitação será disciplinada pela Agência, observados os princípios
constitucionais, as disposições desta Lei e, especialmente:
I - a finalidade do certame é, por meio de disputa entre os interessados,
escolher quem possa executar, expandir e universalizar o serviço no regime
público com eficiência, segurança e a tarifas razoáveis;
II - a minuta de instrumento convocatório será submetida a consulta pública
prévia;
III - o instrumento convocatório identificará o serviço objeto do certame e as
condições de sua prestação, expansão e universalização, definirá o universo
de proponentes, estabelecerá fatores e critérios para aceitação e julgamento
de propostas, regulará o procedimento, determinará a quantidade de fases e
seus objetivos, indicará as sanções aplicáveis e fixará as cláusulas do contrato
de concessão;
IV - as qualificações técnico-operacional ou profissional e econômico-
financeira, bem como as garantias da proposta e do contrato, exigidas
indistintamente dos proponentes, deverão ser compatíveis com o objeto e
proporcionais a sua natureza e dimensão;
V - o interessado deverá comprovar situação regular perante as Fazendas
Públicas e a Seguridade Social;

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VI - a participação de consórcio, que se constituirá em empresa antes da


outorga da concessão, será sempre admitida;
VII - o julgamento atenderá aos princípios de vinculação ao instrumento
convocatório e comparação objetiva;
VIII - os fatores de julgamento poderão ser, isolada ou conjugadamente, os
de menor tarifa, maior oferta pela outorga, melhor qualidade dos serviços e
melhor atendimento da demanda, respeitado sempre o princípio da
objetividade;
IX - o empate será resolvido por sorteio;
X - as regras procedimentais assegurarão a adequada divulgação do
instrumento convocatório, prazos compatíveis com o preparo de propostas e
os direitos ao contraditório, ao recurso e à ampla defesa.
Art. 90. Não poderá participar da licitação ou receber outorga de concessão a
empresa proibida de licitar ou contratar com o Poder Público ou que tenha
sido declarada inidônea, bem como aquela que tenha sido punida nos dois
anos anteriores com a decretação de caducidade de concessão, permissão ou
autorização de serviço de telecomunicações, ou da caducidade de direito de
uso de radiofreqüência.
Art. 91. A licitação será inexigível quando, mediante processo administrativo
conduzido pela Agência, a disputa for considerada inviável ou desnecessária.
§ 1° Considera-se inviável a disputa quando apenas um interessado puder
realizar o serviço, nas condições estipuladas.
§ 2° Considera-se desnecessária a disputa nos casos em que se admita a
exploração do serviço por todos os interessados que atendam às condições
requeridas.
§ 3° O procedimento para verificação da inexigibilidade compreenderá
chamamento público para apurar o número de interessados.
Art. 92. Nas hipóteses de inexigibilidade de licitação, a outorga de concessão
dependerá de procedimento administrativo sujeito aos princípios da
publicidade, moralidade, impessoalidade e contraditório, para verificar o
preenchimento das condições relativas às qualificações técnico-operacional
ou profissional e econômico-financeira, à regularidade fiscal e às garantias do
contrato.
Parágrafo único. As condições deverão ser compatíveis com o objeto e
proporcionais a sua natureza e dimensão.

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Seção II
Do contrato
Art. 93. O contrato de concessão indicará:
I - objeto, área e prazo da concessão;
II - modo, forma e condições da prestação do serviço;
III - regras, critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores da
implantação, expansão, alteração e modernização do serviço, bem como de
sua qualidade;
IV - deveres relativos à universalização e à continuidade do serviço;
V - o valor devido pela outorga, a forma e as condições de pagamento;
VI - as condições de prorrogação, incluindo os critérios para fixação do valor;
VII - as tarifas a serem cobradas dos usuários e os critérios para seu reajuste e
revisão;
VIII - as possíveis receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem
como as provenientes de projetos associados;
IX - os direitos, as garantias e as obrigações dos usuários, da Agência e da
concessionária;
X - a forma da prestação de contas e da fiscalização;
XI - os bens reversíveis, se houver;
XII - as condições gerais para interconexão;
XIII - a obrigação de manter, durante a execução do contrato, todas as
condições de habilitação exigidas na licitação;
XIV - as sanções;
XV - o foro e o modo para solução extrajudicial das divergências contratuais.
Parágrafo único. O contrato será publicado resumidamente no Diário Oficial
da União, como condição de sua eficácia.
Art. 94. No cumprimento de seus deveres, a concessionária poderá,
observadas as condições e limites estabelecidos pela Agência:
I - empregar, na execução dos serviços, equipamentos e infra-estrutura que
não lhe pertençam;
II - contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes,
acessórias ou complementares ao serviço, bem como a implementação de
projetos associados.

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§ 1° Em qualquer caso, a concessionária continuará sempre responsável


perante a Agência e os usuários.
§ 2° Serão regidas pelo direito comum as relações da concessionária com os
terceiros, que não terão direitos frente à Agência, observado o disposto no
art. 117 desta Lei.
Art. 95. A Agência concederá prazos adequados para adaptação da
concessionária às novas obrigações que lhe sejam impostas.
Art. 96. A concessionária deverá:
I - prestar informações de natureza técnica, operacional, econômico-
financeira e contábil, ou outras pertinentes que a Agência solicitar;
II - manter registros contábeis separados por serviço, caso explore mais de
uma modalidade de serviço de telecomunicações;
III - submeter à aprovação da Agência a minuta de contrato-padrão a ser
celebrado com os usuários, bem como os acordos operacionais que pretenda
firmar com prestadoras estrangeiras;
IV - divulgar relação de assinantes, observado o disposto nos incisos VI e IX
do art. 3°, bem como o art. 213, desta Lei;
V - submeter-se à regulamentação do serviço e à sua fiscalização;
VI - apresentar relatórios periódicos sobre o atendimento das metas de
universalização constantes do contrato de concessão.
Art. 97. Dependerão de prévia aprovação da Agência a cisão, a fusão, a
transformação, a incorporação, a redução do capital da empresa ou a
transferência de seu controle societário.
Parágrafo único. A aprovação será concedida se a medida não for prejudicial à
competição e não colocar em risco a execução do contrato, observado o
disposto no art. 7° desta Lei.
Art. 98. O contrato de concessão poderá ser transferido após a aprovação da
Agência desde que, cumulativamente:
I - o serviço esteja em operação, há pelo menos três anos, com o
cumprimento regular das obrigações;
II - o cessionário preencha todos os requisitos da outorga, inclusive quanto às
garantias, à regularidade jurídica e fiscal e à qualificação técnica e econômico-
financeira;

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III - a medida não prejudique a competição e não coloque em risco a


execução do contrato, observado o disposto no art. 7° desta Lei.
Art. 99. O prazo máximo da concessão será de vinte anos, podendo ser
prorrogado, uma única vez, por igual período, desde que a concessionária
tenha cumprido as condições da concessão e manifeste expresso interesse na
prorrogação, pelo menos, trinta meses antes de sua expiração.
§ 1° A prorrogação do prazo da concessão implicará pagamento, pela
concessionária, pelo direito de exploração do serviço e pelo direito de uso
das radiofreqüências associadas, e poderá, a critério da Agência, incluir novos
condicionamentos, tendo em vista as condições vigentes à época.
§ 2° A desistência do pedido de prorrogação sem justa causa, após seu
deferimento, sujeitará a concessionária à pena de multa.
§ 3° Em caso de comprovada necessidade de reorganização do objeto ou da
área da concessão para ajustamento ao plano geral de outorgas ou à
regulamentação vigente, poderá a Agência indeferir o pedido de prorrogação.
Seção III
Dos bens
Art. 100. Poderá ser declarada a utilidade pública, para fins de desapropriação
ou instituição de servidão, de bens imóveis ou móveis, necessários à execução
do serviço, cabendo à concessionária a implementação da medida e o
pagamento da indenização e das demais despesas envolvidas.
Art. 101. A alienação, oneração ou substituição de bens reversíveis dependerá
de prévia aprovação da Agência.
Art. 102. A extinção da concessão transmitirá automaticamente à União a
posse dos bens reversíveis.
Parágrafo único. A reversão dos bens, antes de expirado o prazo contratual,
importará pagamento de indenização pelas parcelas de investimentos a eles
vinculados, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido
realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço
concedido.
Seção IV
Das tarifas
Art. 103. Compete à Agência estabelecer a estrutura tarifária para cada
modalidade de serviço.

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§ 1° A fixação, o reajuste e a revisão das tarifas poderão basear-se em valor


que corresponda à média ponderada dos valores dos itens tarifários.
§ 2° São vedados os subsídios entre modalidades de serviços e segmentos de
usuários, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 81 desta Lei.
§ 3° As tarifas serão fixadas no contrato de concessão, consoante edital ou
proposta apresentada na licitação.
§ 4° Em caso de outorga sem licitação, as tarifas serão fixadas pela Agência e
constarão do contrato de concessão.
Art. 104. Transcorridos ao menos três anos da celebração do contrato, a
Agência poderá, se existir ampla e efetiva competição entre as prestadoras do
serviço, submeter a concessionária ao regime de liberdade tarifária.
§ 1° No regime a que se refere o caput, a concessionária poderá determinar
suas próprias tarifas, devendo comunicá-las à Agência com antecedência de
sete dias de sua vigência.
§ 2° Ocorrendo aumento arbitrário dos lucros ou práticas prejudiciais à
competição, a Agência restabelecerá o regime tarifário anterior, sem prejuízo
das sanções cabíveis.
Art. 105. Quando da implantação de novas prestações, utilidades ou
comodidades relativas ao objeto da concessão, suas tarifas serão previamente
levadas à Agência, para aprovação, com os estudos correspondentes.
Parágrafo único. Considerados os interesses dos usuários, a Agência poderá
decidir por fixar as tarifas ou por submetê-las ao regime de liberdade tarifária,
sendo vedada qualquer cobrança antes da referida aprovação.
Art. 106. A concessionária poderá cobrar tarifa inferior à fixada desde que a
redução se baseie em critério objetivo e favoreça indistintamente todos os
usuários, vedado o abuso do poder econômico.
Art. 107. Os descontos de tarifa somente serão admitidos quando extensíveis
a todos os usuários que se enquadrem nas condições, precisas e isonômicas,
para sua fruição.
Art. 108. Os mecanismos para reajuste e revisão das tarifas serão previstos
nos contratos de concessão, observando-se, no que couber, a legislação
específica.
§ 1° A redução ou o desconto de tarifas não ensejará revisão tarifária.

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§ 2° Serão compartilhados com os usuários, nos termos regulados pela


Agência, os ganhos econômicos decorrentes da modernização, expansão ou
racionalização dos serviços, bem como de novas receitas alternativas.
§ 3° Serão transferidos integralmente aos usuários os ganhos econômicos que
não decorram diretamente da eficiência empresarial, em casos como os de
diminuição de tributos ou encargos legais e de novas regras sobre os
serviços.
§ 4º A oneração causada por novas regras sobre os serviços, pela álea
econômica extraordinária, bem como pelo aumento dos encargos legais ou
tributos, salvo o imposto sobre a renda, implicará a revisão do contrato.
Art. 109. A Agência estabelecerá:
I - os mecanismos para acompanhamento das tarifas praticadas pela
concessionária, inclusive a antecedência a ser observada na comunicação de
suas alterações;
II - os casos de serviço gratuito, como os de emergência;
III - os mecanismos para garantir a publicidade das tarifas.
Seção V
Da intervenção
Art. 110. Poderá ser decretada intervenção na concessionária, por ato da
Agência, em caso de:
I - paralisação injustificada dos serviços;
II - inadequação ou insuficiência dos serviços prestados, não resolvidas em
prazo razoável;
III - desequilíbrio econômico-financeiro decorrente de má administração que
coloque em risco a continuidade dos serviços;
IV - prática de infrações graves;
V - inobservância de atendimento das metas de universalização;
VI - recusa injustificada de interconexão;
VII - infração da ordem econômica nos termos da legislação própria.
Art. 111. O ato de intervenção indicará seu prazo, seus objetivos e limites, que
serão determinados em função das razões que a ensejaram, e designará o
interventor.

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§ 1° A decretação da intervenção não afetará o curso regular dos negócios da


concessionária nem seu normal funcionamento e produzirá, de imediato, o
afastamento de seus administradores.
§ 2° A intervenção será precedida de procedimento administrativo instaurado
pela Agência, em que se assegure a ampla defesa da concessionária, salvo
quando decretada cautelarmente, hipótese em que o procedimento será
instaurado na data da intervenção e concluído em até cento e oitenta dias.
§ 3° A intervenção poderá ser exercida por um colegiado ou por uma
empresa, cuja remuneração será paga com recursos da concessionária.
§ 4° Dos atos do interventor caberá recurso à Agência.
§ 5° Para os atos de alienação e disposição do patrimônio da concessionária,
o interventor necessitará de prévia autorização da Agência.
§ 6° O interventor prestará contas e responderá pelos atos que praticar.
Seção VI
Da extinção
Art. 112. A concessão extinguir-se-á por advento do termo contratual,
encampação, caducidade, rescisão e anulação.
Parágrafo único. A extinção devolve à União os direitos e deveres relativos à
prestação do serviço.
Art. 113. Considera-se encampação a retomada do serviço pela União durante
o prazo da concessão, em face de razão extraordinária de interesse público,
mediante lei autorizativa específica e após o pagamento de prévia
indenização.
Art. 114. A caducidade da concessão será decretada pela Agência nas
hipóteses:
I - de infração do disposto no art. 97 desta Lei ou de dissolução ou falência
da concessionária;
II - de transferência irregular do contrato;
III - de não-cumprimento do compromisso de transferência a que se refere o
art. 87 desta Lei;
IV - em que a intervenção seria cabível, mas sua decretação for inconveniente,
inócua, injustamente benéfica ao concessionário ou desnecessária.

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§ 1° Será desnecessária a intervenção quando a demanda pelos serviços


objeto da concessão puder ser atendida por outras prestadoras de modo
regular e imediato.
§ 2° A decretação da caducidade será precedida de procedimento
administrativo instaurado pela Agência, em que se assegure a ampla defesa
da concessionária.
Art. 115. A concessionária terá direito à rescisão quando, por ação ou omissão
do Poder Público, a execução do contrato se tornar excessivamente onerosa.
Parágrafo único. A rescisão poderá ser realizada amigável ou judicialmente.
Art. 116. A anulação será decretada pela Agência em caso de irregularidade
insanável e grave do contrato de concessão.
Art. 117. Extinta a concessão antes do termo contratual, a Agência, sem
prejuízo de outras medidas cabíveis, poderá:
I - ocupar, provisoriamente, bens móveis e imóveis e valer-se de pessoal
empregado na prestação dos serviços, necessários a sua continuidade;
II - manter contratos firmados pela concessionária com terceiros, com
fundamento nos incisos I e II do art. 94 desta Lei, pelo prazo e nas condições
inicialmente ajustadas.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, os terceiros que não
cumprirem com as obrigações assumidas responderão pelo inadimplemento.
Capítulo III
Da Permissão
Art. 118. Será outorgada permissão, pela Agência, para prestação de serviço
de telecomunicações em face de situação excepcional comprometedora do
funcionamento do serviço que, em virtude de suas peculiaridades, não possa
ser atendida, de forma conveniente ou em prazo adequado, mediante
intervenção na empresa concessionária ou mediante outorga de nova
concessão.
Parágrafo único. Permissão de serviço de telecomunicações é o ato
administrativo pelo qual se atribui a alguém o dever de prestar serviço de
telecomunicações no regime público e em caráter transitório, até que seja
normalizada a situação excepcional que a tenha ensejado.
Art. 119. A permissão será precedida de procedimento licitatório simplificado,
instaurado pela Agência, nos termos por ela regulados, ressalvados os casos

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de inexigibilidade previstos no art. 91, observado o disposto no art. 92, desta


Lei.
Art. 120. A permissão será formalizada mediante assinatura de termo, que
indicará:
I - o objeto e a área da permissão, bem como os prazos mínimo e máximo de
vigência estimados;
II - modo, forma e condições da prestação do serviço;
III - as tarifas a serem cobradas dos usuários, critérios para seu reajuste e
revisão e as possíveis fontes de receitas alternativas;
IV - os direitos, as garantias e as obrigações dos usuários, do permitente e do
permissionário;
V - as condições gerais de interconexão;
VI - a forma da prestação de contas e da fiscalização;
VII - os bens entregues pelo permitente à administração do permissionário;
VIII - as sanções;
IX - os bens reversíveis, se houver;
X - o foro e o modo para solução extrajudicial das divergências.
Parágrafo único. O termo de permissão será publicado resumidamente no
Diário Oficial da União, como condição de sua eficácia.
Art. 121. Outorgada permissão em decorrência de procedimento licitatório, a
recusa injustificada pelo outorgado em assinar o respectivo termo sujeitá-lo-á
às sanções previstas no instrumento convocatório.
Art. 122. A permissão extinguir-se-á pelo decurso do prazo máximo de
vigência estimado, observado o disposto no art. 124 desta Lei, bem como por
revogação, caducidade e anulação.
Art. 123. A revogação deverá basear-se em razões de conveniência e
oportunidade relevantes e supervenientes à permissão.
§ 1° A revogação, que poderá ser feita a qualquer momento, não dará direito
a indenização.
§ 2° O ato revocatório fixará o prazo para o permissionário devolver o serviço,
que não será inferior a sessenta dias.
Art. 124. A permissão poderá ser mantida, mesmo vencido seu prazo máximo,
se persistir a situação excepcional que a motivou.

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Art. 125. A Agência disporá sobre o regime da permissão, observados os


princípios e objetivos desta Lei.
TÍTULO III
DOS SERVIÇOS PRESTADOS EM REGIME PRIVADO
Capítulo I
Do Regime Geral da Exploração
Art. 126. A exploração de serviço de telecomunicações no regime privado
será baseada nos princípios constitucionais da atividade econômica.
Art. 127. A disciplina da exploração dos serviços no regime privado terá por
objetivo viabilizar o cumprimento das leis, em especial das relativas às
telecomunicações, à ordem econômica e aos direitos dos consumidores,
destinando-se a garantir:
I - a diversidade de serviços, o incremento de sua oferta e sua qualidade;
II - a competição livre, ampla e justa;
III - o respeito aos direitos dos usuários;
IV - a convivência entre as modalidades de serviço e entre prestadoras em
regime privado e público, observada a prevalência do interesse público;
V - o equilíbrio das relações entre prestadoras e usuários dos serviços;
VI - a isonomia de tratamento às prestadoras;
VII - o uso eficiente do espectro de radiofreqüências;
VIII - o cumprimento da função social do serviço de interesse coletivo, bem
como dos encargos dela decorrentes;
IX - o desenvolvimento tecnológico e industrial do setor;
X - a permanente fiscalização.
Art. 128. Ao impor condicionamentos administrativos ao direito de exploração
das diversas modalidades de serviço no regime privado, sejam eles limites,
encargos ou sujeições, a Agência observará a exigência de mínima
intervenção na vida privada, assegurando que:
I - a liberdade será a regra, constituindo exceção as proibições, restrições e
interferências do Poder Público;
II - nenhuma autorização será negada, salvo por motivo relevante;
III - os condicionamentos deverão ter vínculos, tanto de necessidade como de
adequação, com finalidades públicas específicas e relevantes;

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IV - o proveito coletivo gerado pelo condicionamento deverá ser proporcional


à privação que ele impuser;
V - haverá relação de equilíbrio entre os deveres impostos às prestadoras e os
direitos a elas reconhecidos.
Art. 129. O preço dos serviços será livre, ressalvado o disposto no § 2° do art.
136 desta Lei, reprimindo-se toda prática prejudicial à competição, bem como
o abuso do poder econômico, nos termos da legislação própria.
Art. 130. A prestadora de serviço em regime privado não terá direito
adquirido à permanência das condições vigentes quando da expedição da
autorização ou do início das atividades, devendo observar os novos
condicionamentos impostos por lei e pela regulamentação.
Parágrafo único. As normas concederão prazos suficientes para adaptação
aos novos condicionamentos.
Art. 130-A. É facultado às prestadoras de serviço em regime privado o
aluguel de suas redes para implantação de sistema de localização de pessoas
desaparecidas. (Incluído pela Lei nº 12.841, de 2013)
Parágrafo único. O sistema a que se refere o caput deste artigo está sujeito
às regras de mercado, nos termos do art. 129 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.841, de 2013)
Capítulo II
Da Autorização de Serviço de Telecomunicações
Seção I
Da obtenção
Art. 131. A exploração de serviço no regime privado dependerá de prévia
autorização da Agência, que acarretará direito de uso das radiofreqüências
necessárias.
§ 1° Autorização de serviço de telecomunicações é o ato administrativo
vinculado que faculta a exploração, no regime privado, de modalidade de
serviço de telecomunicações, quando preenchidas as condições objetivas e
subjetivas necessárias.
§ 2° A Agência definirá os casos que independerão de autorização.
§ 3° A prestadora de serviço que independa de autorização comunicará
previamente à Agência o início de suas atividades, salvo nos casos previstos
nas normas correspondentes.

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§ 4° A eficácia da autorização dependerá da publicação de extrato no Diário


Oficial da União.
Art. 132. São condições objetivas para obtenção de autorização de serviço:
I - disponibilidade de radiofreqüência necessária, no caso de serviços que a
utilizem;
II - apresentação de projeto viável tecnicamente e compatível com as normas
aplicáveis.
Art. 133. São condições subjetivas para obtenção de autorização de serviço
de interesse coletivo pela empresa:
I - estar constituída segundo as leis brasileiras, com sede e administração no
País;
II - não estar proibida de licitar ou contratar com o Poder Público, não ter sido
declarada inidônea ou não ter sido punida, nos dois anos anteriores, com a
decretação da caducidade de concessão, permissão ou autorização de serviço
de telecomunicações, ou da caducidade de direito de uso de radiofreqüência;
III - dispor de qualificação técnica para bem prestar o serviço, capacidade
econômico-financeira, regularidade fiscal e estar em situação regular com a
Seguridade Social;
IV - não ser, na mesma região, localidade ou área, encarregada de prestar a
mesma modalidade de serviço.
Art. 134. A Agência disporá sobre as condições subjetivas para obtenção de
autorização de serviço de interesse restrito.
Art. 135. A Agência poderá, excepcionalmente, em face de relevantes razões
de caráter coletivo, condicionar a expedição de autorização à aceitação, pelo
interessado, de compromissos de interesse da coletividade.
Parágrafo único. Os compromissos a que se refere o caput serão objeto de
regulamentação, pela Agência, observados os princípios da razoabilidade,
proporcionalidade e igualdade.
Art. 136. Não haverá limite ao número de autorizações de serviço, salvo em
caso de impossibilidade técnica ou, excepcionalmente, quando o excesso de
competidores puder comprometer a prestação de uma modalidade de
serviço de interesse coletivo.
§ 1° A Agência determinará as regiões, localidades ou áreas abrangidas pela
limitação e disporá sobre a possibilidade de a prestadora atuar em mais de
uma delas.

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§ 2° As prestadoras serão selecionadas mediante procedimento licitatório, na


forma estabelecida nos arts. 88 a 92, sujeitando-se a transferência da
autorização às mesmas condições estabelecidas no art. 98, desta Lei.
§ 3° Dos vencedores da licitação será exigida contrapartida proporcional à
vantagem econômica que usufruírem, na forma de compromissos de
interesse dos usuários.
Art. 137. O descumprimento de condições ou de compromissos assumidos,
associados à autorização, sujeitará a prestadora às sanções de multa,
suspensão temporária ou caducidade.
Seção II
Da extinção
Art. 138. A autorização de serviço de telecomunicações não terá sua vigência
sujeita a termo final, extinguindo-se somente por cassação, caducidade,
decaimento, renúncia ou anulação.
Art. 139. Quando houver perda das condições indispensáveis à expedição ou
manutenção da autorização, a Agência poderá extingui-la mediante ato de
cassação.
Parágrafo único. Importará em cassação da autorização do serviço a extinção
da autorização de uso da radiofreqüência respectiva.
Art. 140. Em caso de prática de infrações graves, de transferência irregular da
autorização ou de descumprimento reiterado de compromissos assumidos, a
Agência poderá extinguir a autorização decretando-lhe a caducidade.
Art. 141. O decaimento será decretado pela Agência, por ato administrativo,
se, em face de razões de excepcional relevância pública, as normas vierem a
vedar o tipo de atividade objeto da autorização ou a suprimir a exploração no
regime privado.
§ 1° A edição das normas de que trata o caput não justificará o decaimento
senão quando a preservação das autorizações já expedidas for efetivamente
incompatível com o interesse público.
§ 2° Decretado o decaimento, a prestadora terá o direito de manter suas
próprias atividades regulares por prazo mínimo de cinco anos, salvo
desapropriação.
Art. 142. Renúncia é o ato formal unilateral, irrevogável e irretratável, pelo
qual a prestadora manifesta seu desinteresse pela autorização.

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Parágrafo único. A renúncia não será causa para punição do autorizado, nem
o desonerará de suas obrigações com terceiros.
Art. 143. A anulação da autorização será decretada, judicial ou
administrativamente, em caso de irregularidade insanável do ato que a
expediu.
Art. 144. A extinção da autorização mediante ato administrativo dependerá de
procedimento prévio, garantidos o contraditório e a ampla defesa do
interessado.
TÍTULO IV
DAS REDES DE TELECOMUNICAÇÕES
Art. 145. A implantação e o funcionamento de redes de telecomunicações
destinadas a dar suporte à prestação de serviços de interesse coletivo, no
regime público ou privado, observarão o disposto neste Título.
Parágrafo único. As redes de telecomunicações destinadas à prestação de
serviço em regime privado poderão ser dispensadas do disposto no caput, no
todo ou em parte, na forma da regulamentação expedida pela Agência.
Art. 146. As redes serão organizadas como vias integradas de livre circulação,
nos termos seguintes:
I - é obrigatória a interconexão entre as redes, na forma da regulamentação;
II - deverá ser assegurada a operação integrada das redes, em âmbito
nacional e internacional;
III - o direito de propriedade sobre as redes é condicionado pelo dever de
cumprimento de sua função social.
Parágrafo único. Interconexão é a ligação entre redes de telecomunicações
funcionalmente compatíveis, de modo que os usuários de serviços de uma
das redes possam comunicar-se com usuários de serviços de outra ou acessar
serviços nela disponíveis.
Art. 147. É obrigatória a interconexão às redes de telecomunicações a que se
refere o art. 145 desta Lei, solicitada por prestadora de serviço no regime
privado, nos termos da regulamentação.
Art. 148. É livre a interconexão entre redes de suporte à prestação de serviços
de telecomunicações no regime privado, observada a regulamentação.
Art. 149. A regulamentação estabelecerá as hipóteses e condições de
interconexão a redes internacionais.

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Art. 150. A implantação, o funcionamento e a interconexão das redes


obedecerão à regulamentação editada pela Agência, assegurando a
compatibilidade das redes das diferentes prestadoras, visando à sua
harmonização em âmbito nacional e internacional.
Art. 151. A Agência disporá sobre os planos de numeração dos serviços,
assegurando sua administração de forma não discriminatória e em estímulo à
competição, garantindo o atendimento aos compromissos internacionais.
Parágrafo único. A Agência disporá sobre as circunstâncias e as condições em
que a prestadora de serviço de telecomunicações cujo usuário transferir-se
para outra prestadora será obrigada a, sem ônus, interceptar as ligações
dirigidas ao antigo código de acesso do usuário e informar o seu novo
código.
Art. 152. O provimento da interconexão será realizado em termos não
discriminatórios, sob condições técnicas adequadas, garantindo preços
isonômicos e justos, atendendo ao estritamente necessário à prestação do
serviço.
Art. 153. As condições para a interconexão de redes serão objeto de livre
negociação entre os interessados, mediante acordo, observado o disposto
nesta Lei e nos termos da regulamentação.
§ 1° O acordo será formalizado por contrato, cuja eficácia dependerá de
homologação pela Agência, arquivando-se uma de suas vias na Biblioteca
para consulta por qualquer interessado.
§ 2° Não havendo acordo entre os interessados, a Agência, por provocação de
um deles, arbitrará as condições para a interconexão.
Art. 154. As redes de telecomunicações poderão ser, secundariamente,
utilizadas como suporte de serviço a ser prestado por outrem, de interesse
coletivo ou restrito.
Art. 155. Para desenvolver a competição, as empresas prestadoras de serviços
de telecomunicações de interesse coletivo deverão, nos casos e condições
fixados pela Agência, disponibilizar suas redes a outras prestadoras de
serviços de telecomunicações de interesse coletivo.
Art. 156. Poderá ser vedada a conexão de equipamentos terminais sem
certificação, expedida ou aceita pela Agência, no caso das redes referidas no
art. 145 desta Lei.
§ 1° Terminal de telecomunicações é o equipamento ou aparelho que
possibilita o acesso do usuário a serviço de telecomunicações, podendo

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incorporar estágio de transdução, estar incorporado a equipamento


destinado a exercer outras funções ou, ainda, incorporar funções secundárias.
§ 2° Certificação é o reconhecimento da compatibilidade das especificações
de determinado produto com as características técnicas do serviço a que se
destina.
TÍTULO V
DO ESPECTRO E DA ÓRBITA
Capítulo I
Do Espectro de Radiofreqüências
Art. 157. O espectro de radiofreqüências é um recurso limitado, constituindo-
se em bem público, administrado pela Agência.
Art. 158. Observadas as atribuições de faixas segundo tratados e acordos
internacionais, a Agência manterá plano com a atribuição, distribuição e
destinação de radiofreqüências, e detalhamento necessário ao uso das
radiofreqüências associadas aos diversos serviços e atividades de
telecomunicações, atendidas suas necessidades específicas e as de suas
expansões.
§ 1° O plano destinará faixas de radiofreqüência para:
I - fins exclusivamente militares;
II - serviços de telecomunicações a serem prestados em regime público e em
regime privado;
III - serviços de radiodifusão;
IV - serviços de emergência e de segurança pública;
V - outras atividades de telecomunicações.
§ 2° A destinação de faixas de radiofreqüência para fins exclusivamente
militares será feita em articulação com as Forças Armadas.
Art. 159. Na destinação de faixas de radiofreqüência serão considerados o
emprego racional e econômico do espectro, bem como as atribuições,
distribuições e consignações existentes, objetivando evitar interferências
prejudiciais.
Parágrafo único. Considera-se interferência prejudicial qualquer emissão,
irradiação ou indução que obstrua, degrade seriamente ou interrompa
repetidamente a telecomunicação.

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Art. 160. A Agência regulará a utilização eficiente e adequada do espectro,


podendo restringir o emprego de determinadas radiofreqüências ou faixas,
considerado o interesse público.
Parágrafo único. O uso da radiofreqüência será condicionado à sua
compatibilidade com a atividade ou o serviço a ser prestado, particularmente
no tocante à potência, à faixa de transmissão e à técnica empregada.
Art. 161. A qualquer tempo, poderá ser modificada a destinação de
radiofreqüências ou faixas, bem como ordenada a alteração de potências ou
de outras características técnicas, desde que o interesse público ou o
cumprimento de convenções ou tratados internacionais assim o determine.
Parágrafo único. Será fixado prazo adequado e razoável para a efetivação da
mudança.
Art. 162. A operação de estação transmissora de radiocomunicação está
sujeita à licença de funcionamento prévia e à fiscalização permanente, nos
termos da regulamentação.
§ 1° Radiocomunicação é a telecomunicação que utiliza freqüências
radioelétricas não confinadas a fios, cabos ou outros meios físicos.
§ 2° É vedada a utilização de equipamentos emissores de radiofreqüência sem
certificação expedida ou aceita pela Agência.
§ 3° A emissão ou extinção da licença relativa à estação de apoio à navegação
marítima ou aeronáutica, bem como à estação de radiocomunicação marítima
ou aeronáutica, dependerá de parecer favorável dos órgãos competentes para
a vistoria de embarcações e aeronaves.
Capítulo II
Da Autorização de Uso de Radiofreqüência
Art. 163. O uso de radiofreqüência, tendo ou não caráter de exclusividade,
dependerá de prévia outorga da Agência, mediante autorização, nos termos
da regulamentação.
§ 1° Autorização de uso de radiofreqüência é o ato administrativo vinculado,
associado à concessão, permissão ou autorização para prestação de serviço
de telecomunicações, que atribui a interessado, por prazo determinado, o
direito de uso de radiofreqüência, nas condições legais e regulamentares.
§ 2° Independerão de outorga:
I - o uso de radiofreqüência por meio de equipamentos de radiação restrita
definidos pela Agência;

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II - o uso, pelas Forças Armadas, de radiofreqüências nas faixas destinadas a


fins exclusivamente militares.
§ 3° A eficácia da autorização de uso de radiofreqüência dependerá de
publicação de extrato no Diário Oficial da União.
Art. 164. Havendo limitação técnica ao uso de radiofreqüência e ocorrendo o
interesse na sua utilização, por parte de mais de um interessado, para fins de
expansão de serviço e, havendo ou não, concomitantemente, outros
interessados em prestar a mesma modalidade de serviço, observar-se-á:
I - a autorização de uso de radiofreqüência dependerá de licitação, na forma e
condições estabelecidas nos arts. 88 a 90 desta Lei e será sempre onerosa;
II - o vencedor da licitação receberá, conforme o caso, a autorização para uso
da radiofreqüência, para fins de expansão do serviço, ou a autorização para a
prestação do serviço.
Art. 165. Para fins de verificação da necessidade de abertura ou não da
licitação prevista no artigo anterior, observar-se-á o disposto nos arts. 91 e 92
desta Lei.
Art. 166. A autorização de uso de radiofreqüência terá o mesmo prazo de
vigência da concessão ou permissão de prestação de serviço de
telecomunicações à qual esteja vinculada.
Art. 167. No caso de serviços autorizados, o prazo de vigência será de até
vinte anos, prorrogável uma única vez por igual período.
§ 1° A prorrogação, sempre onerosa, poderá ser requerida até três anos antes
do vencimento do prazo original, devendo o requerimento ser decidido em,
no máximo, doze meses.
§ 2° O indeferimento somente ocorrerá se o interessado não estiver fazendo
uso racional e adequado da radiofreqüência, se houver cometido infrações
reiteradas em suas atividades ou se for necessária a modificação de
destinação do uso da radiofreqüência.
Art. 168. É intransferível a autorização de uso de radiofreqüências sem a
correspondente transferência da concessão, permissão ou autorização de
prestação do serviço a elas vinculada.
Art. 169. A autorização de uso de radiofreqüências extinguir-se-á pelo
advento de seu termo final ou no caso de sua transferência irregular, bem
como por caducidade, decaimento, renúncia ou anulação da autorização para
prestação do serviço de telecomunicações que dela se utiliza.

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Capítulo III
Da Órbita e dos Satélites
Art. 170. A Agência disporá sobre os requisitos e critérios específicos para
execução de serviço de telecomunicações que utilize satélite, geoestacionário
ou não, independentemente de o acesso a ele ocorrer a partir do território
nacional ou do exterior.
Art. 171. Para a execução de serviço de telecomunicações via satélite regulado
por esta Lei, deverá ser dada preferência ao emprego de satélite brasileiro,
quando este propiciar condições equivalentes às de terceiros.
§ 1° O emprego de satélite estrangeiro somente será admitido quando sua
contratação for feita com empresa constituída segundo as leis brasileiras e
com sede e administração no País, na condição de representante legal do
operador estrangeiro.
§ 2° Satélite brasileiro é o que utiliza recursos de órbita e espectro
radioelétrico notificados pelo País, ou a ele distribuídos ou consignados, e
cuja estação de controle e monitoração seja instalada no território brasileiro.
Art. 172. O direito de exploração de satélite brasileiro para transporte de
sinais de telecomunicações assegura a ocupação da órbita e o uso das
radiofreqüências destinadas ao controle e monitoração do satélite e à
telecomunicação via satélite, por prazo de até quinze anos, podendo esse
prazo ser prorrogado, uma única vez, nos termos da regulamentação.
§ 1º Imediatamente após um pedido para exploração de satélite que implique
utilização de novos recursos de órbita ou espectro, a Agência avaliará as
informações e, considerando-as em conformidade com a regulamentação,
encaminhará à União Internacional de Telecomunicações a correspondente
notificação, sem que isso caracterize compromisso de outorga ao requerente.
§ 2° Se inexigível a licitação, conforme disposto nos arts. 91 e 92 desta Lei, o
direito de exploração será conferido mediante processo administrativo
estabelecido pela Agência.
§ 3° Havendo necessidade de licitação, observar-se-á o procedimento
estabelecido nos arts. 88 a 90 desta Lei, aplicando-se, no que couber, o
disposto neste artigo.
§ 4º O direito será conferido a título oneroso, podendo o pagamento,
conforme dispuser a Agência, fazer-se na forma de quantia certa, em uma ou
várias parcelas, bem como de parcelas anuais ou, complementarmente, de
cessão de capacidade, conforme dispuser a regulamentação.

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TÍTULO VI
DAS SANÇÕES
Capítulo I
Das Sanções Administrativas
Art. 173. A infração desta Lei ou das demais normas aplicáveis, bem como a
inobservância dos deveres decorrentes dos contratos de concessão ou dos
atos de permissão, autorização de serviço ou autorização de uso de
radiofreqüência, sujeitará os infratores às seguintes sanções, aplicáveis pela
Agência, sem prejuízo das de natureza civil e penal: (Vide Lei
nº 11.974, de 2009)
I - advertência;
II - multa;
III - suspensão temporária;
IV - caducidade;
V - declaração de inidoneidade.
Art. 174. Toda acusação será circunstanciada, permanecendo em sigilo até sua
completa apuração.
Art. 175. Nenhuma sanção será aplicada sem a oportunidade de prévia e
ampla defesa.
Parágrafo único. Apenas medidas cautelares urgentes poderão ser tomadas
antes da defesa.
Art. 176. Na aplicação de sanções, serão considerados a natureza e a
gravidade da infração, os danos dela resultantes para o serviço e para os
usuários, a vantagem auferida pelo infrator, as circunstâncias agravantes, os
antecedentes do infrator e a reincidência específica.
Parágrafo único. Entende-se por reincidência específica a repetição de falta de
igual natureza após o recebimento de notificação anterior.
Art. 177. Nas infrações praticadas por pessoa jurídica, também serão punidos
com a sanção de multa seus administradores ou controladores, quando
tiverem agido de má-fé.
Art. 178. A existência de sanção anterior será considerada como agravante na
aplicação de outra sanção.

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Art. 179. A multa poderá ser imposta isoladamente ou em conjunto com


outra sanção, não devendo ser superior a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta
milhões de reais) para cada infração cometida.
§ 1° Na aplicação de multa serão considerados a condição econômica do
infrator e o princípio da proporcionalidade entre a gravidade da falta e a
intensidade da sanção.
§ 2° A imposição, a prestadora de serviço de telecomunicações, de multa
decorrente de infração da ordem econômica, observará os limites previstos na
legislação especifica.
Art. 180. A suspensão temporária será imposta, em relação à autorização de
serviço ou de uso de radiofreqüência, em caso de infração grave cujas
circunstâncias não justifiquem a decretação de caducidade.
Parágrafo único. O prazo da suspensão não será superior a trinta dias.
Art. 181. A caducidade importará na extinção de concessão, permissão,
autorização de serviço ou autorização de uso de radiofreqüência, nos casos
previstos nesta Lei.
Art. 182. A declaração de inidoneidade será aplicada a quem tenha praticado
atos ilícitos visando frustrar os objetivos de licitação.
Parágrafo único. O prazo de vigência da declaração de inidoneidade não será
superior a cinco anos.
Capítulo II
Das Sanções Penais
Art. 183. Desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação:
Pena - detenção de dois a quatro anos, aumentada da metade se houver
dano a terceiro, e multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, direta ou indiretamente,
concorrer para o crime.
Art. 184. São efeitos da condenação penal transitada em julgado:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;
II - a perda, em favor da Agência, ressalvado o direito do lesado ou de
terceiros de boa-fé, dos bens empregados na atividade clandestina, sem
prejuízo de sua apreensão cautelar.

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Parágrafo único. Considera-se clandestina a atividade desenvolvida sem a


competente concessão, permissão ou autorização de serviço, de uso de
radiofreqüência e de exploração de satélite.
Art. 185. O crime definido nesta Lei é de ação penal pública, incondicionada,
cabendo ao Ministério Público promovê-la.
LIVRO IV
DA REESTRUTURAÇÃO E DA DESESTATIZAÇÃO
DAS EMPRESAS FEDERAIS DE TELECOMUNICAÇÕES
Art. 186. A reestruturação e a desestatização das empresas federais de
telecomunicações têm como objetivo conduzir ao cumprimento dos deveres
constantes do art. 2º desta Lei.
Art. 187. Fica o Poder Executivo autorizado a promover a reestruturação e a
desestatização das seguintes empresas controladas, direta ou indiretamente,
pela União, e supervisionadas pelo Ministério das Comunicações:
I - Telecomunicações Brasileiras S.A. - TELEBRÁS;
II - Empresa Brasileira de Telecomunicações - EMBRATEL;
III - Telecomunicações do Maranhão S.A. - TELMA;
IV - Telecomunicações do Piauí S.A. - TELEPISA;
V - Telecomunicações do Ceará - TELECEARÁ;
VI - Telecomunicações do Rio Grande do Norte S.A. - TELERN;
VII - Telecomunicações da Paraíba S.A. - TELPA;
VIII - Telecomunicações de Pernambuco S.A. - TELPE;
IX - Telecomunicações de Alagoas S.A. - TELASA;
X - Telecomunicações de Sergipe S.A. - TELERGIPE;
XI - Telecomunicações da Bahia S.A. - TELEBAHIA;
XII - Telecomunicações de Mato Grosso do Sul S.A. - TELEMS;
XIII - Telecomunicações de Mato Grosso S.A. - TELEMAT;
XIV - Telecomunicações de Goiás S.A. - TELEGOIÁS;
XV - Telecomunicações de Brasília S.A. - TELEBRASÍLIA;
XVI - Telecomunicações de Rondônia S.A. - TELERON;
XVII - Telecomunicações do Acre S.A. - TELEACRE;
XVIII - Telecomunicações de Roraima S.A. - TELAIMA;

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XIX - Telecomunicações do Amapá S.A. - TELEAMAPÁ;


XX - Telecomunicações do Amazonas S.A. - TELAMAZON;
XXI - Telecomunicações do Pará S.A. - TELEPARÁ;
XXII - Telecomunicações do Rio de Janeiro S.A. - TELERJ;
XXIII - Telecomunicações de Minas Gerais S.A. - TELEMIG;
XXIV - Telecomunicações do Espírito Santo S.A. - TELEST;
XXV - Telecomunicações de São Paulo S.A. - TELESP;
XXVI - Companhia Telefônica da Borda do Campo - CTBC;
XXVII - Telecomunicações do Paraná S.A. - TELEPAR;
XXVIII - Telecomunicações de Santa Catarina S.A. - TELESC;
XXIX - Companhia Telefônica Melhoramento e Resistência - CTMR.
Parágrafo único. Incluem-se na autorização a que se refere o caput as
empresas subsidiárias exploradoras do serviço móvel celular, constituídas nos
termos do art. 5° da Lei n° 9.295, de 19 de julho de 1996.
Art. 188. A reestruturação e a desestatização deverão compatibilizar as áreas
de atuação das empresas com o plano geral de outorgas, o qual deverá ser
previamente editado, na forma do art. 84 desta Lei, bem como observar as
restrições, limites ou condições estabelecidas com base no art. 71.
Art. 189. Para a reestruturação das empresas enumeradas no art. 187, fica o
Poder Executivo autorizado a adotar as seguintes medidas:
I - cisão, fusão e incorporação;
II - dissolução de sociedade ou desativação parcial de seus empreendimentos;
III - redução de capital social.
Art. 190. Na reestruturação e desestatização da Telecomunicações Brasileiras
S.A. - TELEBRÁS deverão ser previstos mecanismos que assegurem a
preservação da capacidade em pesquisa e desenvolvimento tecnológico
existente na empresa.
Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto no caput, fica o Poder
Executivo autorizado a criar entidade, que incorporará o Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento da TELEBRÁS, sob uma das seguintes formas:
I - empresa estatal de economia mista ou não, inclusive por meio da cisão a
que se refere o inciso I do artigo anterior;
II - fundação governamental, pública ou privada.

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Art. 191. A desestatização caracteriza-se pela alienação onerosa de direitos


que asseguram à União, direta ou indiretamente, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores da
sociedade, podendo ser realizada mediante o emprego das seguintes
modalidades operacionais:
I - alienação de ações;
II - cessão do direito de preferência à subscrição de ações em aumento de
capital.
Parágrafo único. A desestatização não afetará as concessões, permissões e
autorizações detidas pela empresa.
Art. 192. Na desestatização das empresas a que se refere o art. 187, parte das
ações poderá ser reservada a seus empregados e ex-empregados
aposentados, a preços e condições privilegiados, inclusive com a utilização do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS.
Art. 193. A desestatização de empresas ou grupo de empresas citadas no art.
187 implicará a imediata abertura à competição, na respectiva área, dos
serviços prestados no regime público.
Art. 194. Poderão ser objeto de alienação conjunta o controle acionário de
empresas prestadoras de serviço telefônico fixo comutado e o de empresas
prestadoras do serviço móvel celular.
Parágrafo único. Fica vedado ao novo controlador promover a incorporação
ou fusão de empresa prestadora do serviço telefônico fixo comutado com
empresa prestadora do serviço móvel celular.
Art. 195. O modelo de reestruturação e desestatização das empresas
enumeradas no art. 187, após submetido a consulta pública, será aprovado
pelo Presidente da República, ficando a coordenação e o acompanhamento
dos atos e procedimentos decorrentes a cargo de Comissão Especial de
Supervisão, a ser instituída pelo Ministro de Estado das Comunicações.
§ 1° A execução de procedimentos operacionais necessários à desestatização
poderá ser cometida, mediante contrato, a instituição financeira integrante da
Administração Federal, de notória experiência no assunto.
§ 2° A remuneração da contratada será paga com parte do valor líquido
apurado nas alienações.
Art. 196. Na reestruturação e na desestatização poderão ser utilizados
serviços especializados de terceiros, contratados mediante procedimento
licitatório de rito próprio, nos termos seguintes:

900
atemploCisA

I - o Ministério das Comunicações manterá cadastro organizado por


especialidade, aberto a empresas e instituições nacionais ou internacionais,
de notória especialização na área de telecomunicações e na avaliação e
auditoria de empresas, no planejamento e execução de venda de bens e
valores mobiliários e nas questões jurídicas relacionadas;
II - para inscrição no cadastro, os interessados deverão atender aos requisitos
definidos pela Comissão Especial de Supervisão, com a aprovação do Ministro
de Estado das Comunicações;
III - poderão participar das licitações apenas os cadastrados, que serão
convocados mediante carta, com a especificação dos serviços objeto do
certame;
IV - os convocados, isoladamente ou em consórcio, apresentarão suas
propostas em trinta dias, contados da convocação;
V - além de outros requisitos previstos na convocação, as propostas deverão
conter o detalhamento dos serviços, a metodologia de execução, a indicação
do pessoal técnico a ser empregado e o preço pretendido;
VI - o julgamento das propostas será realizado pelo critério de técnica e
preço;
VII - o contratado, sob sua exclusiva responsabilidade e com a aprovação do
contratante, poderá subcontratar parcialmente os serviços objeto do contrato;
VIII - o contratado será obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais,
os acréscimos ou reduções que se fizerem necessários nos serviços, de até
vinte e cinco por cento do valor inicial do ajuste.
Art. 197. O processo especial de desestatização obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, podendo adotar a
forma de leilão ou concorrência ou, ainda, de venda de ações em oferta
pública, de acordo com o estabelecido pela Comissão Especial de Supervisão.
Parágrafo único. O processo poderá comportar uma etapa de pré-
qualificação, ficando restrita aos qualificados a participação em etapas
subseqüentes.
Art. 198. O processo especial de desestatização será iniciado com a
publicação, no Diário Oficial da União e em jornais de grande circulação
nacional, de avisos referentes ao edital, do qual constarão, obrigatoriamente:
I - as condições para qualificação dos pretendentes;
II - as condições para aceitação das propostas;

901
atemploCisA

III - os critérios de julgamento;


IV - minuta do contrato de concessão;
V - informações relativas às empresas objeto do processo, tais como seu
passivo de curto e longo prazo e sua situação econômica e financeira,
especificando-se lucros, prejuízos e endividamento interno e externo, no
último exercício;
VI - sumário dos estudos de avaliação;
VII - critério de fixação do valor mínimo de alienação, com base nos estudos
de avaliação;
VIII - indicação, se for o caso, de que será criada, no capital social da empresa
objeto da desestatização, ação de classe especial, a ser subscrita pela União, e
dos poderes especiais que lhe serão conferidos, os quais deverão ser
incorporados ao estatuto social.
§ 1° O acesso à integralidade dos estudos de avaliação e a outras informações
confidenciais poderá ser restrito aos qualificados, que assumirão
compromisso de confidencialidade.
§ 2° A alienação do controle acionário, se realizada mediante venda de ações
em oferta pública, dispensará a inclusão, no edital, das informações
relacionadas nos incisos I a III deste artigo.
Art. 199. Visando à universalização dos serviços de telecomunicações, os
editais de desestatização deverão conter cláusulas de compromisso de
expansão do atendimento à população, consoantes com o disposto no art.
80.
Art. 200. Para qualificação, será exigida dos pretendentes comprovação de
capacidade técnica, econômica e financeira, podendo ainda haver exigências
quanto a experiência na prestação de serviços de telecomunicações,
guardada sempre a necessária compatibilidade com o porte das empresas
objeto do processo.
Parágrafo único. Será admitida a participação de consórcios, nos termos do
edital.
Art. 201. Fica vedada, no decurso do processo de desestatização, a aquisição,
por um mesmo acionista ou grupo de acionistas, do controle, direto ou
indireto, de empresas atuantes em áreas distintas do plano geral de outorgas.

902
atemploCisA

Art. 202. A transferência do controle acionário ou da concessão, após a


desestatização, somente poderá efetuar-se quando transcorrido o prazo de
cinco anos, observado o disposto nos incisos II e III do art. 98 desta Lei.
§ 1° Vencido o prazo referido no caput, a transferência de controle ou de
concessão que resulte no controle, direto ou indireto, por um mesmo
acionista ou grupo de acionistas, de concessionárias atuantes em áreas
distintas do plano geral de outorgas, não poderá ser efetuada enquanto tal
impedimento for considerado, pela Agência, necessário ao cumprimento do
plano.
§ 2° A restrição à transferência da concessão não se aplica quando efetuada
entre empresas atuantes em uma mesma área do plano geral de outorgas.
Art. 203. Os preços de aquisição serão pagos exclusivamente em moeda
corrente, admitido o parcelamento, nos termos do edital.
Art. 204. Em até trinta dias após o encerramento de cada processo de
desestatização, a Comissão Especial de Supervisão publicará relatório
circunstanciado a respeito.
Art. 205. Entre as obrigações da instituição financeira contratada para a
execução de atos e procedimentos da desestatização, poderá ser incluído o
fornecimento de assistência jurídica integral aos membros da Comissão
Especial de Supervisão e aos demais responsáveis pela condução da
desestatização, na hipótese de serem demandados pela prática de atos
decorrentes do exercício de suas funções.
Art. 206. Os administradores das empresas sujeitas à desestatização são
responsáveis pelo fornecimento, no prazo fixado pela Comissão Especial de
Supervisão ou pela instituição financeira contratada, das informações
necessárias à instrução dos respectivos processos.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 207. No prazo máximo de sessenta dias a contar da publicação desta Lei,
as atuais prestadoras do serviço telefônico fixo comutado destinado ao uso
do público em geral, inclusive as referidas no art. 187 desta Lei, bem como do
serviço dos troncos e suas conexões internacionais, deverão pleitear a
celebração de contrato de concessão, que será efetivada em até vinte e
quatro meses a contar da publicação desta Lei.
§ 1° A concessão, cujo objeto será determinado em função do plano geral de
outorgas, será feita a título gratuito, com termo final fixado para o dia 31 de
dezembro de 2005, assegurado o direito à prorrogação única por vinte anos,

903
atemploCisA

a título oneroso, desde que observado o disposto no Título II do Livro III


desta Lei.
§ 2° À prestadora que não atender ao disposto no caput deste artigo aplicar-
se-ão as seguintes disposições:
I - se concessionária, continuará sujeita ao contrato de concessão atualmente
em vigor, o qual não poderá ser transferido ou prorrogado;
II - se não for concessionária, o seu direito à exploração do serviço extinguir-
se-á em 31 de dezembro de 1999.
§ 3° Em relação aos demais serviços prestados pelas entidades a que se refere
o caput, serão expedidas as respectivas autorizações ou, se for o caso,
concessões, observado o disposto neste artigo, no que couber, e no art. 208
desta Lei.
Art. 208. As concessões das empresas prestadoras de serviço móvel celular
abrangidas pelo art. 4º da Lei nº 9.295, de 19 de julho de 1996, serão
outorgadas na forma e condições determinadas pelo referido artigo e seu
parágrafo único.
Art. 209. Ficam autorizadas as transferências de concessão, parciais ou totais,
que forem necessárias para compatibilizar as áreas de atuação das atuais
prestadoras com o plano geral de outorgas.
Art. 210. As concessões, permissões e autorizações de serviço de
telecomunicações e de uso de radiofreqüência e as respectivas licitações
regem-se exclusivamente por esta Lei, a elas não se aplicando as Leis n°
8.666, de 21 de junho de 1993, n° 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, n° 9.074,
de 7 de julho de l995, e suas alterações.
Art. 211. A outorga dos serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens
fica excluída da jurisdição da Agência, permanecendo no âmbito de
competências do Poder Executivo, devendo a Agência elaborar e manter os
respectivos planos de distribuição de canais, levando em conta, inclusive, os
aspectos concernentes à evolução tecnológica.
Parágrafo único. Caberá à Agência a fiscalização, quanto aos aspectos
técnicos, das respectivas estações.
Art. 212. O serviço de TV a Cabo, inclusive quanto aos atos, condições e
procedimentos de outorga, continuará regido pela Lei n° 8.977, de 6 de
janeiro de 1995, ficando transferidas à Agência as competências atribuídas
pela referida Lei ao Poder Executivo.

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atemploCisA

Art. 213. Será livre a qualquer interessado a divulgação, por qualquer meio, de
listas de assinantes do serviço telefônico fixo comutado destinado ao uso
do público em geral.
§ 1º Observado o disposto nos incisos VI e IX do art. 3° desta Lei, as
prestadoras do serviço serão obrigadas a fornecer, em prazos e a preços
razoáveis e de forma não discriminatória, a relação de seus assinantes a quem
queira divulgá-la.
§ 2º É obrigatório e gratuito o fornecimento, pela prestadora, de listas
telefônicas aos assinantes dos serviços, diretamente ou por meio de terceiros,
nos termos em que dispuser a Agência.
Art. 214. Na aplicação desta Lei, serão observadas as seguintes disposições:
I - os regulamentos, normas e demais regras em vigor serão gradativamente
substituídos por regulamentação a ser editada pela Agência, em
cumprimento a esta Lei;
II - enquanto não for editada a nova regulamentação, as concessões,
permissões e autorizações continuarão regidas pelos atuais regulamentos,
normas e regras; (vide Decreto nº 3.896, de 23.8.2001)
III - até a edição da regulamentação decorrente desta Lei, continuarão regidos
pela Lei nº 9.295, de 19 de julho de 1996, os serviços por ela disciplinados e
os respectivos atos e procedimentos de outorga;
IV - as concessões, permissões e autorizações feitas anteriormente a esta Lei,
não reguladas no seu art. 207, permanecerão válidas pelos prazos nelas
previstos;
V - com a aquiescência do interessado, poderá ser realizada a adaptação dos
instrumentos de concessão, permissão e autorização a que se referem os
incisos III e IV deste artigo aos preceitos desta Lei;
VI - a renovação ou prorrogação, quando prevista nos atos a que se referem
os incisos III e IV deste artigo, somente poderá ser feita quando tiver havido a
adaptação prevista no inciso anterior.
Art. 215. Ficam revogados:
I - a Lei n° 4.117, de 27 de agosto de 1962, salvo quanto a matéria penal não
tratada nesta Lei e quanto aos preceitos relativos à radiodifusão;
II - a Lei n°. 6.874, de 3 de dezembro de 1980;
III - a Lei n°. 8.367, de 30 de dezembro de 1991;

905
atemploCisA

IV - os arts. 1°, 2°, 3°, 7°, 9°, 10, 12 e 14, bem como o caput e os §§ 1° e 4° do
art. 8°, da Lei n° 9.295, de 19 de julho de 1996;
V - o inciso I do art. 16 da Lei nº 8.029, de 12 de abril de 1990.
Art. 216. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 16 de julho de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Iris Resende
Antonio Kandir
Sergio Motta
Cláudia Maria Costin
Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.7.1997

Lei de Organizações Criminosas (Lei n. 12.850).

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação
criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal a ser aplicado.
§ 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais
pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas,
ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente,
vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas
penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
transnacional.
§ 2o Esta Lei se aplica também:
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter
ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

906
atemploCisA

II - às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as


normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos
atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de
execução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território
nacional.
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a
prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação dada pela lei
nº 13.260, de 2016)
Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por
interposta pessoa, organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas
correspondentes às demais infrações penais praticadas.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma,
embaraça a investigação de infração penal que envolva organização
criminosa.
§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização
criminosa houver emprego de arma de fogo.
§ 3o A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo,
da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de
execução.
§ 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I - se há participação de criança ou adolescente;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização
criminosa dessa condição para a prática de infração penal;
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em
parte, ao exterior;
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações
criminosas independentes;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da
organização.
§ 5o Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra
organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
se fizer necessária à investigação ou instrução processual.

907
atemploCisA

§ 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário


público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição
para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos
subsequentes ao cumprimento da pena.
§ 7o Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata
esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará
ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a
sua conclusão.
CAPÍTULO II
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA
Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo
de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I - colaboração premiada;
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
III - ação controlada;
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados
cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a
informações eleitorais ou comerciais;
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da
legislação específica;
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da
legislação específica;
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art.
11;
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e
municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou
da instrução criminal.
§ 1o Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade
investigatória, poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços
técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à
polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos
incisos II e V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
§ 2o No caso do § 1o, fica dispensada a publicação de que trata o parágrafo
único do art. 61 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser

908
atemploCisA

comunicado o órgão de controle interno da realização da


contratação. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
Seção I
Da Colaboração Premiada
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial,
reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la
por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e
voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que
dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa
e das infrações penais por eles praticadas;
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização
criminosa;
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da
organização criminosa;
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações
penais praticadas pela organização criminosa;
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
§ 1o Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a
personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a
repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.
§ 2o Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério
Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito
policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou
representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda
que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se,
no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
(Código de Processo Penal).
§ 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao
colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por
igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração,
suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
§ 4o Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá deixar de
oferecer denúncia se o colaborador:

909
atemploCisA

I - não for o líder da organização criminosa;


II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
§ 5o Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida
até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os
requisitos objetivos.
§ 6o O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a
formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de
polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público,
ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e
seu defensor.
§ 7o Realizado o acordo na forma do § 6o, o respectivo termo, acompanhado
das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será remetido ao
juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade e
voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na
presença de seu defensor.
§ 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.
§ 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre
acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério
Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas
autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas
exclusivamente em seu desfavor.
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o
colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por
iniciativa da autoridade judicial.
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito pelos
meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica
similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das
informações.
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de
seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de
dizer a verdade.

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§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da


colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento
apenas nas declarações de agente colaborador.
Art. 5o São direitos do colaborador:
I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais
preservados;
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e
partícipes;
IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser
fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;
VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou
condenados.
Art. 6o O termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por
escrito e conter:
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;
IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de
polícia, do colaborador e de seu defensor;
V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família,
quando necessário.
Art. 7o O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribuído,
contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador e o
seu objeto.
§ 1o As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas
diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48
(quarenta e oito) horas.
§ 2o O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações,
assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos

911
atemploCisA

elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,


devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às
diligências em andamento.
§ 3o O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que
recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5o.
Seção II
Da Ação Controlada
Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou
administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a
medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e
obtenção de informações.
§ 1o O retardamento da intervenção policial ou administrativa será
previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá
os seus limites e comunicará ao Ministério Público.
§ 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter
informações que possam indicar a operação a ser efetuada.
§ 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao
juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o
êxito das investigações.
§ 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da
ação controlada.
Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o
retardamento da intervenção policial ou administrativa somente poderá
ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como
provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de
fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.
Seção III
Da Infiltração de Agentes
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação,
representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público,
após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso
de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa
autorização judicial, que estabelecerá seus limites.

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§ 1o Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz


competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2o Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que
trata o art. 1o e se a prova não puder ser produzida por outros meios
disponíveis.
§ 3o A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.
§ 4o Findo o prazo previsto no § 3o, o relatório circunstanciado será
apresentado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério
Público.
§ 5o No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar
aos seus agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer tempo,
relatório da atividade de infiltração.
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do
delegado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da
necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível,
os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma a
não conter informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou
identificar o agente que será infiltrado.
§ 1o As informações quanto à necessidade da operação de infiltração serão
dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte
e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese de
representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas
necessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado.
§ 2o Os autos contendo as informações da operação de infiltração
acompanharão a denúncia do Ministério Público, quando serão
disponibilizados à defesa, assegurando-se a preservação da identidade do
agente.
§ 3o Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco
iminente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público
ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público
e à autoridade judicial.

913
atemploCisA

Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida


proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos
excessos praticados.
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime
pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta
diversa.
Art. 14. São direitos do agente:
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto
no art. 9o da Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das
medidas de proteção a testemunhas;
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais
informações pessoais preservadas durante a investigação e o processo
criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário;
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos
meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito.
Seção IV
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso,
independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do
investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e
o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições
financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco)
anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do
delegado de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo prazo
de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades mencionadas no art. 15,
registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino
das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.
Seção V
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua
prévia autorização por escrito:

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atemploCisA

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.


Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a
prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar
informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a
ação controlada e a infiltração de agentes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e
informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia,
no curso de investigação ou do processo:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se
apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.
CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão
apurados mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689,
de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto
no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável,
o qual não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver
preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada,
devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato
procrastinatório atribuível ao réu.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade
judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências
investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado,
amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do
direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados
os referentes às diligências em andamento.
Parágrafo único. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor
terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como
sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo
ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.

915
atemploCisA

Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940


(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o
fim específico de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
associação é armada ou se houver a participação de criança
ou adolescente.” (NR)
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 342. ...................................................................................
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
..................................................................................................” (NR)
Art. 26. Revoga-se a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco) dias de
sua publicação oficial.
Brasília, 2 de agosto de 2013; 192o da Independência e 125o da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 - Edição extra

Estatuto do Torcedor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES Gerais
Art. 1o Este Estatuto estabelece normas de proteção e defesa do torcedor.

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atemploCisA

Art. 1o-A. A prevenção da violência nos esportes é de responsabilidade do


poder público, das confederações, federações, ligas, clubes, associações ou
entidades esportivas, entidades recreativas e associações de torcedores,
inclusive de seus respectivos dirigentes, bem como daqueles que, de qualquer
forma, promovem, organizam, coordenam ou participam dos eventos
esportivos. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 2o Torcedor é toda pessoa que aprecie, apóie ou se associe a qualquer
entidade de prática desportiva do País e acompanhe a prática de determinada
modalidade esportiva.
Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se a apreciação, o
apoio ou o acompanhamento de que trata o caput deste artigo.
Art. 2o-A. Considera-se torcida organizada, para os efeitos desta Lei, a
pessoa jurídica de direito privado ou existente de fato, que se organize para o
fim de torcer e apoiar entidade de prática esportiva de qualquer natureza ou
modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Parágrafo único. A torcida organizada deverá manter cadastro atualizado
de seus associados ou membros, o qual deverá conter, pelo menos, as
seguintes informações: (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
I - nome completo; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
II - fotografia; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
III - filiação; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
IV - número do registro civil; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
V - número do CPF; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
VI - data de nascimento; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
VII - estado civil; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
VIII - profissão; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
IX - endereço completo; e (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
X - escolaridade. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 3o Para todos os efeitos legais, equiparam-se a fornecedor, nos termos
da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, a entidade responsável pela
organização da competição, bem como a entidade de prática desportiva
detentora do mando de jogo.
Art. 4o (VETADO)

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CAPÍTULO II
DA TRANSPARÊNCIA NA ORGANIZAÇÃO
Art. 5o São asseguradas ao torcedor a publicidade e transparência na
organização das competições administradas pelas entidades de administração
do desporto, bem como pelas ligas de que trata o art. 20 da Lei no 9.615, de
24 de março de 1998.
§ 1o As entidades de que trata o caput farão publicar na internet, em
sítio da entidade responsável pela organização do evento: (Incluído pela Lei
nº 12.299, de 2010).
I - a íntegra do regulamento da competição; (Incluído pela Lei nº 12.299,
de 2010).
II - as tabelas da competição, contendo as partidas que serão realizadas,
com especificação de sua data, local e horário; (Incluído pela Lei nº 12.299, de
2010).
III - o nome e as formas de contato do Ouvidor da Competição de que
trata o art. 6o; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
IV - os borderôs completos das partidas; (Incluído pela Lei nº 12.299, de
2010).
V - a escalação dos árbitros imediatamente após sua definição;
e (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
VI - a relação dos nomes dos torcedores impedidos de comparecer ao
local do evento desportivo. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 2o Os dados contidos nos itens V e VI também deverão ser afixados
ostensivamente em local visível, em caracteres facilmente legíveis, do lado
externo de todas as entradas do local onde se realiza o evento
esportivo. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 3o O juiz deve comunicar às entidades de que trata o caput decisão
judicial ou aceitação de proposta de transação penal ou suspensão do
processo que implique o impedimento do torcedor de frequentar estádios
desportivos. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 6o A entidade responsável pela organização da competição, previamente
ao seu início, designará o Ouvidor da Competição, fornecendo-lhe os meios
de comunicação necessários ao amplo acesso dos torcedores.

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§ 1o São deveres do Ouvidor da Competição recolher as sugestões, propostas


e reclamações que receber dos torcedores, examiná-las e propor à respectiva
entidade medidas necessárias ao aperfeiçoamento da competição e ao
benefício do torcedor.
§ 2o É assegurado ao torcedor:
I - o amplo acesso ao Ouvidor da Competição, mediante comunicação postal
ou mensagem eletrônica; e
II - o direito de receber do Ouvidor da Competição as respostas às sugestões,
propostas e reclamações, que encaminhou, no prazo de trinta dias.
§ 3o Na hipótese de que trata o inciso II do § 2o, o Ouvidor da Competição
utilizará, prioritariamente, o mesmo meio de comunicação utilizado pelo
torcedor para o encaminhamento de sua mensagem.
§ 4o O sítio da internet em que forem publicadas as informações de que trata
o § 1o do art. 5o conterá, também, as manifestações e propostas do Ouvidor
da Competição. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 5o A função de Ouvidor da Competição poderá ser remunerada pelas
entidades de prática desportiva participantes da competição.
Art. 7o É direito do torcedor a divulgação, durante a realização da partida, da
renda obtida pelo pagamento de ingressos e do número de espectadores
pagantes e não-pagantes, por intermédio dos serviços de som e imagem
instalados no estádio em que se realiza a partida, pela entidade responsável
pela organização da competição.
Art. 8o As competições de atletas profissionais de que participem entidades
integrantes da organização desportiva do País deverão ser promovidas de
acordo com calendário anual de eventos oficiais que:
I - garanta às entidades de prática desportiva participação em competições
durante pelo menos dez meses do ano;
II - adote, em pelo menos uma competição de âmbito nacional, sistema de
disputa em que as equipes participantes conheçam, previamente ao seu
início, a quantidade de partidas que disputarão, bem como seus adversários.
CAPÍTULO III
DO REGULAMENTO DA COMPETIÇÃO
Art. 9o É direito do torcedor que o regulamento, as tabelas da competição e
o nome do Ouvidor da Competição sejam divulgados até 60 (sessenta) dias

919
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antes de seu início, na forma do § 1o do art. 5o. (Redação dada pela Lei nº
12.299, de 2010).
§ 1o Nos dez dias subseqüentes à divulgação de que trata o caput, qualquer
interessado poderá manifestar-se sobre o regulamento diretamente ao
Ouvidor da Competição.
§ 2o O Ouvidor da Competição elaborará, em setenta e duas horas, relatório
contendo as principais propostas e sugestões encaminhadas.
§ 3o Após o exame do relatório, a entidade responsável pela organização da
competição decidirá, em quarenta e oito horas, motivadamente, sobre a
conveniência da aceitação das propostas e sugestões relatadas.
§ 4o O regulamento definitivo da competição será divulgado, na forma do §
1o do art. 5o, 45 (quarenta e cinco) dias antes de seu início. (Redação dada
pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 5o É vedado proceder alterações no regulamento da competição desde sua
divulgação definitiva, salvo nas hipóteses de:
I - apresentação de novo calendário anual de eventos oficiais para o ano
subseqüente, desde que aprovado pelo Conselho Nacional do Esporte – CNE;
II - após dois anos de vigência do mesmo regulamento, observado o
procedimento de que trata este artigo.
§ 6o A competição que vier a substituir outra, segundo o novo calendário
anual de eventos oficiais apresentado para o ano subseqüente, deverá ter
âmbito territorial diverso da competição a ser substituída.
Art. 10. É direito do torcedor que a participação das entidades de prática
desportiva em competições organizadas pelas entidades de que trata o art.
5o seja exclusivamente em virtude de critério técnico previamente definido.
§ 1o Para os fins do disposto neste artigo, considera-se critério técnico a
habilitação de entidade de prática desportiva em razão de: (Redação dada
pela Lei nº 13.155, de 2015)
I - colocação obtida em competição anterior; e (Incluído pela Lei nº
13.155, de 2015)
II - cumprimento dos seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.155, de
2015)

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atemploCisA

a) regularidade fiscal, atestada por meio de apresentação de Certidão


Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa
da União - CND; (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)
b) apresentação de certificado de regularidade do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço - FGTS; e (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)
c) comprovação de pagamento dos vencimentos acertados em contratos
de trabalho e dos contratos de imagem dos atletas. (Incluído pela Lei nº
13.155, de 2015)
§ 2o Fica vedada a adoção de qualquer outro critério, especialmente o
convite, observado o disposto no art. 89 da Lei nº 9.615, de 24 de março de
1998.
§ 3o Em campeonatos ou torneios regulares com mais de uma divisão,
serão observados o princípio do acesso e do descenso e as seguintes
determinações, sem prejuízo da perda de pontos, na forma do
regulamento: (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)
I - a entidade de prática desportiva que não cumprir todos os requisitos
estabelecidos no inciso II do § 1o deste artigo participará da divisão
imediatamente inferior à que se encontra classificada; (Incluído pela Lei nº
13.155, de 2015)
II - a vaga desocupada pela entidade de prática desportiva rebaixada nos
termos do inciso I deste parágrafo será ocupada por entidade de prática
desportiva participante da divisão que receberá a entidade rebaixada nos
termos do inciso I deste parágrafo, obedecida a ordem de classificação do
campeonato do ano anterior e desde que cumpridos os requisitos exigidos no
inciso II do § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)
§ 4o Serão desconsideradas as partidas disputadas pela entidade de prática
desportiva que não tenham atendido ao critério técnico previamente
definido, inclusive para efeito de pontuação na competição.
§ 5o A comprovação da regularidade fiscal de que trata a alínea a do
inciso II do § 1o deste artigo poderá ser feita mediante a apresentação de
Certidão Positiva com Efeitos de Negativa de Débitos relativos a Créditos
Tributários Federais e à Dívida Ativa da União - CPEND. (Incluído pela Lei nº
13.155, de 2015)
§ 6o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)
§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

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§ 8o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)


Art. 11. É direito do torcedor que o árbitro e seus auxiliares entreguem, em
até quatro horas contadas do término da partida, a súmula e os relatórios da
partida ao representante da entidade responsável pela organização da
competição.
§ 1o Em casos excepcionais, de grave tumulto ou necessidade de laudo
médico, os relatórios da partida poderão ser complementados em até vinte e
quatro horas após o seu término.
§ 2o A súmula e os relatórios da partida serão elaborados em três vias, de
igual teor e forma, devidamente assinadas pelo árbitro, auxiliares e pelo
representante da entidade responsável pela organização da competição.
§ 3o A primeira via será acondicionada em envelope lacrado e ficará na posse
de representante da entidade responsável pela organização da competição,
que a encaminhará ao setor competente da respectiva entidade até as treze
horas do primeiro dia útil subseqüente.
§ 4o O lacre de que trata o § 3o será assinado pelo árbitro e seus auxiliares.
§ 5o A segunda via ficará na posse do árbitro da partida, servindo-lhe como
recibo.
§ 6o A terceira via ficará na posse do representante da entidade responsável
pela organização da competição, que a encaminhará ao Ouvidor da
Competição até as treze horas do primeiro dia útil subseqüente, para
imediata divulgação.
Art. 12. A entidade responsável pela organização da competição dará
publicidade à súmula e aos relatórios da partida no sítio de que trata o §
1o do art. 5o até as 14 (quatorze) horas do 3o (terceiro) dia útil subsequente
ao da realização da partida.(Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).
CAPÍTULO IV
DA SEGURANÇA DO TORCEDOR PARTÍCIPE DO EVENTO ESPORTIVO
Art. 13. O torcedor tem direito a segurança nos locais onde são realizados os
eventos esportivos antes, durante e após a realização das partidas. (Vigência)
Parágrafo único. Será assegurado acessibilidade ao torcedor portador de
deficiência ou com mobilidade reduzida.

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atemploCisA

Art. 13-A. São condições de acesso e permanência do torcedor no


recinto esportivo, sem prejuízo de outras condições previstas em lei: (Incluído
pela Lei nº 12.299, de 2010).
I - estar na posse de ingresso válido; (Incluído pela Lei nº 12.299, de
2010).
II - não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de
gerar ou possibilitar a prática de atos de violência; (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010).
III - consentir com a revista pessoal de prevenção e segurança; (Incluído
pela Lei nº 12.299, de 2010).
IV - não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais
com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo; (Incluído
pela Lei nº 12.299, de 2010).
V - não entoar cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos; (Incluído
pela Lei nº 12.299, de 2010).
VI - não arremessar objetos, de qualquer natureza, no interior do recinto
esportivo; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
VII - não portar ou utilizar fogos de artifício ou quaisquer outros
engenhos pirotécnicos ou produtores de efeitos análogos; (Incluído pela Lei
nº 12.299, de 2010).
VIII - não incitar e não praticar atos de violência no estádio, qualquer que
seja a sua natureza; e (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
IX - não invadir e não incitar a invasão, de qualquer forma, da área restrita
aos competidores. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
X - não utilizar bandeiras, inclusive com mastro de bambu ou similares,
para outros fins que não o da manifestação festiva e amigável. (Incluído pela
Lei nº 12.663, de 2012).
Parágrafo único. O não cumprimento das condições estabelecidas neste
artigo implicará a impossibilidade de ingresso do torcedor ao recinto
esportivo, ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do recinto, sem
prejuízo de outras sanções administrativas, civis ou penais eventualmente
cabíveis. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 14. Sem prejuízo do disposto nos arts. 12 a 14 da Lei nº 8.078, de 11 de
setembro de 1990, a responsabilidade pela segurança do torcedor em evento

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atemploCisA

esportivo é da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo e


de seus dirigentes, que deverão:
I – solicitar ao Poder Público competente a presença de agentes públicos de
segurança, devidamente identificados, responsáveis pela segurança dos
torcedores dentro e fora dos estádios e demais locais de realização de
eventos esportivos;
II - informar imediatamente após a decisão acerca da realização da partida,
dentre outros, aos órgãos públicos de segurança, transporte e higiene, os
dados necessários à segurança da partida, especialmente:
a) o local;
b) o horário de abertura do estádio;
c) a capacidade de público do estádio; e
d) a expectativa de público;
III - colocar à disposição do torcedor orientadores e serviço de atendimento
para que aquele encaminhe suas reclamações no momento da partida, em
local:
a) amplamente divulgado e de fácil acesso; e
b) situado no estádio.
§ 1o É dever da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo
solucionar imediatamente, sempre que possível, as reclamações dirigidas ao
serviço de atendimento referido no inciso III, bem como reportá-las ao
Ouvidor da Competição e, nos casos relacionados à violação de direitos e
interesses de consumidores, aos órgãos de defesa e proteção do consumidor.
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 15. O detentor do mando de jogo será uma das entidades de prática
desportiva envolvidas na partida, de acordo com os critérios definidos no
regulamento da competição.
Art. 16. É dever da entidade responsável pela organização da competição:
I - confirmar, com até quarenta e oito horas de antecedência, o horário e o
local da realização das partidas em que a definição das equipes dependa de
resultado anterior;
II - contratar seguro de acidentes pessoais, tendo como beneficiário o
torcedor portador de ingresso, válido a partir do momento em que ingressar
no estádio;

924
atemploCisA

III – disponibilizar um médico e dois enfermeiros-padrão para cada dez mil


torcedores presentes à partida;
IV – disponibilizar uma ambulância para cada dez mil torcedores presentes à
partida; e
V – comunicar previamente à autoridade de saúde a realização do evento.
Art. 17. É direito do torcedor a implementação de planos de ação referentes a
segurança, transporte e contingências que possam ocorrer durante a
realização de eventos esportivos.
§ 1o Os planos de ação de que trata o caput serão elaborados pela entidade
responsável pela organização da competição, com a participação das
entidades de prática desportiva que a disputarão e dos órgãos responsáveis
pela segurança pública, transporte e demais contingências que possam
ocorrer, das localidades em que se realizarão as partidas da
competição. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 2o Planos de ação especiais poderão ser apresentados em relação a eventos
esportivos com excepcional expectativa de público.
§ 3o Os planos de ação serão divulgados no sítio dedicado à competição de
que trata o parágrafo único do art. 5o no mesmo prazo de publicação do
regulamento definitivo da competição.
Art. 18. Os estádios com capacidade superior a 10.000 (dez mil) pessoas
deverão manter central técnica de informações, com infraestrutura suficiente
para viabilizar o monitoramento por imagem do público presente. (Redação
dada pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 19. As entidades responsáveis pela organização da competição, bem
como seus dirigentes respondem solidariamente com as entidades de que
trata o art. 15 e seus dirigentes, independentemente da existência de culpa,
pelos prejuízos causados a torcedor que decorram de falhas de segurança
nos estádios ou da inobservância do disposto neste capítulo.
CAPÍTULO V
DOS INGRESSOS
Art. 20. É direito do torcedor partícipe que os ingressos para as partidas
integrantes de competições profissionais sejam colocados à venda até setenta
e duas horas antes do início da partida correspondente.
§ 1o O prazo referido no caput será de quarenta e oito horas nas partidas em
que:

925
atemploCisA

I - as equipes sejam definidas a partir de jogos eliminatórios; e


II - a realização não seja possível prever com antecedência de quatro dias.
§ 2o A venda deverá ser realizada por sistema que assegure a sua agilidade e
amplo acesso à informação.
§ 3o É assegurado ao torcedor partícipe o fornecimento de comprovante de
pagamento, logo após a aquisição dos ingressos.
§ 4o Não será exigida, em qualquer hipótese, a devolução do comprovante de
que trata o § 3o.
§ 5o Nas partidas que compõem as competições de âmbito nacional ou
regional de primeira e segunda divisão, a venda de ingressos será realizada
em, pelo menos, cinco postos de venda localizados em distritos diferentes da
cidade.
Art. 21. A entidade detentora do mando de jogo implementará, na
organização da emissão e venda de ingressos, sistema de segurança contra
falsificações, fraudes e outras práticas que contribuam para a evasão da
receita decorrente do evento esportivo.
Art. 22. São direitos do torcedor partícipe: (Vigência)
I - que todos os ingressos emitidos sejam numerados; e
II - ocupar o local correspondente ao número constante do ingresso.
§ 1o O disposto no inciso II não se aplica aos locais já existentes para
assistência em pé, nas competições que o permitirem, limitando-se, nesses
locais, o número de pessoas, de acordo com critérios de saúde, segurança e
bem-estar.
§ 2o A emissão de ingressos e o acesso ao estádio nas primeira e segunda
divisões da principal competição nacional e nas partidas finais das
competições eliminatórias de âmbito nacional deverão ser realizados por
meio de sistema eletrônico que viabilize a fiscalização e o controle da
quantidade de público e do movimento financeiro da partida. (Redação dada
pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 3o O disposto no § 2o não se aplica aos eventos esportivos realizados em
estádios com capacidade inferior a 10.000 (dez mil) pessoas. (Redação dada
pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 23. A entidade responsável pela organização da competição apresentará
ao Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal, previamente à sua

926
atemploCisA

realização, os laudos técnicos expedidos pelos órgãos e autoridades


competentes pela vistoria das condições de segurança dos estádios a serem
utilizados na competição. (Regulamento)
§ 1o Os laudos atestarão a real capacidade de público dos estádios, bem
como suas condições de segurança.
§ 2o Perderá o mando de jogo por, no mínimo, seis meses, sem prejuízo das
demais sanções cabíveis, a entidade de prática desportiva detentora do
mando do jogo em que:
I - tenha sido colocado à venda número de ingressos maior do que a
capacidade de público do estádio; ou
II - tenham entrado pessoas em número maior do que a capacidade de
público do estádio.
III - tenham sido disponibilizados portões de acesso ao estádio em número
inferior ao recomendado pela autoridade pública. (Incluído pela Lei nº 12.299,
de 2010).
Art. 24. É direito do torcedor partícipe que conste no ingresso o preço pago
por ele.
§ 1o Os valores estampados nos ingressos destinados a um mesmo setor do
estádio não poderão ser diferentes entre si, nem daqueles divulgados antes
da partida pela entidade detentora do mando de jogo.
§ 2o O disposto no § 1o não se aplica aos casos de venda antecipada de carnê
para um conjunto de, no mínimo, três partidas de uma mesma equipe, bem
como na venda de ingresso com redução de preço decorrente de previsão
legal.
Art. 25. O controle e a fiscalização do acesso do público ao estádio com
capacidade para mais de 10.000 (dez mil) pessoas deverão contar com meio
de monitoramento por imagem das catracas, sem prejuízo do disposto no art.
18 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).
CAPÍTULO VI
DO TRANSPORTE
Art. 26. Em relação ao transporte de torcedores para eventos esportivos, fica
assegurado ao torcedor partícipe:
I - o acesso a transporte seguro e organizado;

927
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II - a ampla divulgação das providências tomadas em relação ao acesso ao


local da partida, seja em transporte público ou privado; e
III - a organização das imediações do estádio em que será disputada a
partida, bem como suas entradas e saídas, de modo a viabilizar, sempre que
possível, o acesso seguro e rápido ao evento, na entrada, e aos meios de
transporte, na saída.
Art. 27. A entidade responsável pela organização da competição e a entidade
de prática desportiva detentora do mando de jogo solicitarão formalmente,
direto ou mediante convênio, ao Poder Público competente:
I - serviços de estacionamento para uso por torcedores partícipes durante a
realização de eventos esportivos, assegurando a estes acesso a serviço
organizado de transporte para o estádio, ainda que oneroso; e
II - meio de transporte, ainda que oneroso, para condução de idosos, crianças
e pessoas portadoras de deficiência física aos estádios, partindo de locais de
fácil acesso, previamente determinados.
Parágrafo único. O cumprimento do disposto neste artigo fica dispensado na
hipótese de evento esportivo realizado em estádio com capacidade inferior a
10.000 (dez mil) pessoas. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).
CAPÍTULO VII
DA ALIMENTAÇÃO E DA HIGIENE
Art. 28. O torcedor partícipe tem direito à higiene e à qualidade das
instalações físicas dos estádios e dos produtos alimentícios vendidos no local.
§ 1o O Poder Público, por meio de seus órgãos de vigilância sanitária,
verificará o cumprimento do disposto neste artigo, na forma da legislação em
vigor.
§ 2o É vedado impor preços excessivos ou aumentar sem justa causa os
preços dos produtos alimentícios comercializados no local de realização do
evento esportivo.
Art. 29. É direito do torcedor partícipe que os estádios possuam sanitários em
número compatível com sua capacidade de público, em plenas condições de
limpeza e funcionamento.
Parágrafo único. Os laudos de que trata o art. 23 deverão aferir o número de
sanitários em condições de uso e emitir parecer sobre a sua compatibilidade
com a capacidade de público do estádio.
CAPÍTULO VIII

928
atemploCisA

DA RELAÇÃO COM A ARBITRAGEM ESPORTIVA


Art. 30. É direito do torcedor que a arbitragem das competições desportivas
seja independente, imparcial, previamente remunerada e isenta de pressões.
Parágrafo único. A remuneração do árbitro e de seus auxiliares será de
responsabilidade da entidade de administração do desporto ou da liga
organizadora do evento esportivo.
Art. 31. A entidade detentora do mando do jogo e seus dirigentes deverão
convocar os agentes públicos de segurança visando a garantia da integridade
física do árbitro e de seus auxiliares.
Art. 31-A. É dever das entidades de administração do desporto contratar
seguro de vida e acidentes pessoais, tendo como beneficiária a equipe de
arbitragem, quando exclusivamente no exercício dessa atividade. (Incluído
pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 32. É direito do torcedor que os árbitros de cada partida sejam
escolhidos mediante sorteio, dentre aqueles previamente selecionados, ou
audiência pública transmitida ao vivo pela rede mundial de computadores,
sob pena de nulidade. (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)
§ 1o O sorteio ou audiência pública serão realizados no mínimo quarenta
e oito horas antes de cada rodada, em local e data previamente
definidos. (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)
§ 2o O sorteio será aberto ao público, garantida sua ampla divulgação.
CAPÍTULO IX
DA RELAÇÃO COM A ENTIDADE DE PRÁTICA DESPORTIVA
Art. 33. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, cada entidade de prática
desportiva fará publicar documento que contemple as diretrizes básicas de
seu relacionamento com os torcedores, disciplinando,
obrigatoriamente: (Vigência)
I - o acesso ao estádio e aos locais de venda dos ingressos;
II - mecanismos de transparência financeira da entidade, inclusive com
disposições relativas à realização de auditorias independentes, observado o
disposto no art. 46-A da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998; e
III - a comunicação entre o torcedor e a entidade de prática desportiva.

929
atemploCisA

Parágrafo único. A comunicação entre o torcedor e a entidade de prática


desportiva de que trata o inciso III do caput poderá, dentre outras medidas,
ocorrer mediante:
I - a instalação de uma ouvidoria estável;
II - a constituição de um órgão consultivo formado por torcedores não-sócios;
ou
III - reconhecimento da figura do sócio-torcedor, com direitos mais restritos
que os dos demais sócios.
CAPÍTULO X
DA RELAÇÃO COM A JUSTIÇA DESPORTIVA
Art. 34. É direito do torcedor que os órgãos da Justiça Desportiva, no exercício
de suas funções, observem os princípios da impessoalidade, da moralidade,
da celeridade, da publicidade e da independência.
Art. 35. As decisões proferidas pelos órgãos da Justiça Desportiva devem ser,
em qualquer hipótese, motivadas e ter a mesma publicidade que as decisões
dos tribunais federais.
§ 1o Não correm em segredo de justiça os processos em curso perante a
Justiça Desportiva.
§ 2o As decisões de que trata o caput serão disponibilizadas no sítio de que
trata o § 1o do art. 5o. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 36. São nulas as decisões proferidas que não observarem o disposto nos
arts. 34 e 35.
CAPÍTULO XI
DAS PENALIDADES
Art. 37. Sem prejuízo das demais sanções cabíveis, a entidade de
administração do desporto, a liga ou a entidade de prática desportiva que
violar ou de qualquer forma concorrer para a violação do disposto nesta Lei,
observado o devido processo legal, incidirá nas seguintes sanções:
I – destituição de seus dirigentes, na hipótese de violação das regras de que
tratam os Capítulos II, IV e V desta Lei;
II - suspensão por seis meses dos seus dirigentes, por violação dos
dispositivos desta Lei não referidos no inciso I;
III - impedimento de gozar de qualquer benefício fiscal em âmbito federal; e

930
atemploCisA

IV - suspensão por seis meses dos repasses de recursos públicos federais da


administração direta e indireta, sem prejuízo do disposto no art. 18 da Lei
no 9.615, de 24 de março de 1998.
§ 1o Os dirigentes de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo serão
sempre:
I - o presidente da entidade, ou aquele que lhe faça as vezes; e
II - o dirigente que praticou a infração, ainda que por omissão.
§ 2o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir,
no âmbito de suas competências, multas em razão do descumprimento do
disposto nesta Lei, observado o valor mínimo de R$ 100,00 (cem reais) e o
valor máximo de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). (Redação dada pela
Lei nº 13.155, de 2015)
§ 3o A instauração do processo apuratório acarretará adoção cautelar do
afastamento compulsório dos dirigentes e demais pessoas que, de forma
direta ou indiretamente, puderem interferir prejudicialmente na completa
elucidação dos fatos, além da suspensão dos repasses de verbas públicas, até
a decisão final.
Art. 38. (VETADO)
Art. 39. (Revogado pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 39-A. A torcida organizada que, em evento esportivo, promover tumulto;
praticar ou incitar a violência; ou invadir local restrito aos competidores,
árbitros, fiscais, dirigentes, organizadores ou jornalistas será impedida, assim
como seus associados ou membros, de comparecer a eventos esportivos pelo
prazo de até 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 39-B. A torcida organizada responde civilmente, de forma objetiva e
solidária, pelos danos causados por qualquer dos seus associados ou
membros no local do evento esportivo, em suas imediações ou no trajeto de
ida e volta para o evento. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 40. A defesa dos interesses e direitos dos torcedores em juízo observará,
no que couber, a mesma disciplina da defesa dos consumidores em juízo de
que trata o Título III da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
Art. 41. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a
defesa do torcedor, e, com a finalidade de fiscalizar o cumprimento do
disposto nesta Lei, poderão:
I - constituir órgão especializado de defesa do torcedor; ou

931
atemploCisA

II - atribuir a promoção e defesa do torcedor aos órgãos de defesa do


consumidor.
Art. 41-A. Os juizados do torcedor, órgãos da Justiça Ordinária com
competência cível e criminal, poderão ser criados pelos Estados e pelo Distrito
Federal para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes
das atividades reguladas nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
CAPÍTULO XI-A
DOS CRIMES
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 41-B. Promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir
local restrito aos competidores em eventos esportivos: (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010).
Pena - reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010).
§ 1o Incorrerá nas mesmas penas o torcedor que: (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010).
I - promover tumulto, praticar ou incitar a violência num raio de 5.000
(cinco mil) metros ao redor do local de realização do evento esportivo, ou
durante o trajeto de ida e volta do local da realização do evento; (Incluído
pela Lei nº 12.299, de 2010).
II - portar, deter ou transportar, no interior do estádio, em suas
imediações ou no seu trajeto, em dia de realização de evento esportivo,
quaisquer instrumentos que possam servir para a prática de
violência. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 2o Na sentença penal condenatória, o juiz deverá converter a pena de
reclusão em pena impeditiva de comparecimento às proximidades do estádio,
bem como a qualquer local em que se realize evento esportivo, pelo prazo de
3 (três) meses a 3 (três) anos, de acordo com a gravidade da conduta, na
hipótese de o agente ser primário, ter bons antecedentes e não ter sido
punido anteriormente pela prática de condutas previstas neste
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 3o A pena impeditiva de comparecimento às proximidades do estádio,
bem como a qualquer local em que se realize evento esportivo, converter-se-
á em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado
da restrição imposta. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

932
atemploCisA

§ 4o Na conversão de pena prevista no § 2o, a sentença deverá


determinar, ainda, a obrigatoriedade suplementar de o agente permanecer
em estabelecimento indicado pelo juiz, no período compreendido entre as 2
(duas) horas antecedentes e as 2 (duas) horas posteriores à realização de
partidas de entidade de prática desportiva ou de competição determinada.
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
§ 5o Na hipótese de o representante do Ministério Público propor
aplicação da pena restritiva de direito prevista no art. 76 da Lei n o 9.099, de
26 de setembro de 1995, o juiz aplicará a sanção prevista no § 2o. (Incluído
pela Lei nº 12.299, de 2010).
Art. 41-C. Solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou
omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva
ou evento a ela associado:(Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)
Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa. (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010).
Art. 41-D. Dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial
com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição desportiva ou
evento a ela associado: (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)
Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa. (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010).
Art. 41-E. Fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude,
de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela
associado: (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)
Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa. (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010).
Art. 41-F. Vender ingressos de evento esportivo, por preço superior ao
estampado no bilhete: (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
Pena - reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010).
Art. 41-G. Fornecer, desviar ou facilitar a distribuição de ingressos para
venda por preço superior ao estampado no bilhete: (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010).
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº
12.299, de 2010).

933
atemploCisA

Parágrafo único. A pena será aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o
agente for servidor público, dirigente ou funcionário de entidade de prática
desportiva, entidade responsável pela organização da competição, empresa
contratada para o processo de emissão, distribuição e venda de ingressos ou
torcida organizada e se utilizar desta condição para os fins previstos neste
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).
CAPÍTULO XII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 42. O Conselho Nacional de Esportes – CNE promoverá, no prazo de seis
meses, contado da publicação desta Lei, a adequação do Código de Justiça
Desportiva ao disposto na Lei no 9.615, de 24 de março de 1998, nesta Lei e
em seus respectivos regulamentos.
Art. 43. Esta Lei aplica-se apenas ao desporto profissional.
Art. 44. O disposto no parágrafo único do art. 13, e nos
arts. 18, 22, 25 e 33 entrará em vigor após seis meses da publicação desta Lei.
Art. 45. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 15 de maio de 2003; 182o da Independência e 115o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Agnelo Santos Queiroz Filho
Álvaro Augusto Ribeiro Costa
Este texto não substitui o publicado no DOU de 16.5.2003

934
atemploCisA

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows

Todo computador precisa, além das partes físicas, de programas que façam
essa parte física funcionar corretamente. Como sabemos, existem vários
programas para várias funções, como digitar textos, desenhar, calcular, e
muitas outras...

Para poder utilizar os programas que têm função definida (como os citados
acima), é necessário que o computador tenha um programa chamado Sistema
Operacional.

O SO (Sistema Operacional) é o primeiro programa a “acordar” no


computador quando este é ligado, ou seja, quando ligamos o computador, o
Sistema Operacional é automaticamente iniciado, fazendo com que o usuário
possa dar seus comandos ao computador.

Entre as atribuições do SO, estão:

• o reconhecimento dos comandos do usuário


• o controle do processamento do computador
• o gerenciamento da memória, etc.

Resumindo, quem controla todos os processos do computador é o Sistema


Operacional, sem ele o computador não funcionaria.

Existem diversos tipos e versões de Sistemas Operacionais no mundo, entre


eles podemos citar, para conhecimento: Windows, Linux, Unix, Netware,
Windows NT ,2000, Vista, Seven (7), OS 2, MacOS, entre outros.

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atemploCisA

Os mais cobrados nos concursos da atualidade são o Windows XP, Windows


Vista, Windows 7, Windows 8 e Linux.

Vamos apresentar agora algumas informações básicas a respeito do


ambiente gráfico do Windows e suas principais telas como: Área de
Trabalho, Menu Iniciar, Painel de Controle, Pastas e Arquivos e Windows
Explorer.

Windows – Principais Características

Sistema Operacional Gráfico


O Sistema Operacional MS-DOS é um exemplo de sistema operacional não-
gráfico. A característica visual, ou interface não é nada amigável. Tem apenas
uma tela escura e uma linha de comando.

Quando desejávamos acessar algum arquivo, pasta ou programa, digitamos


seu endereço no computador e vale lembrar que um ponto a mais ou a
menos é o suficiente para não abri-lo.

MS-DOS

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atemploCisA

O Linux também não é um sistema operacional gráfico, porém utiliza um


ambiente gráfico para tornar mais amigável sua utilização como, por exemplo,
GNOME e KDE.

Linux KDE

GNOME

Ambientes visuais como o Windows 3.11 facilitavam muito, mas são duas
coisas distintas, a parte operacional (MS-DOS) e parte visual (Windows 3.11).

A partir do Windows 95 temos, então, as duas coisas juntas, a parte


operacional e gráfica, logo, um Sistema Operacional Gráfico.

937
atemploCisA

A partir da versão do Windows 7 (Windows Seven) a aparência e


características visuais mudaram em relação ao Vista e, muito mais, em relação
ao XP.
E o mesmo aconteceu com a versão da Windows 8, como novas mudanças
gráficas e de acesso.

Windows XP

Windows Vista

Windows Seven

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atemploCisA

Windows 8

Multitarefa

Mais uma característica das versões atuais do Windows. Um sistema


operacional multitarefa permite trabalhar com diversos programas ao mesmo
tempo.
A capacidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo pode ser
exemplificada da seguinte maneira: O MS-DOS é mono tarefa, o que isso que
dizer?
Quer dizer que se eu estivesse trabalhando com um editor de texto como o
Word e desejasse trabalhar com um programa de planilhas, deveria fechar o
editor de texto primeiro e depois executar o programa de planilhas.
Diferente disso um sistema operacional multitarefa permite trabalhar com
diversos programas ao mesmo tempo (Word e Excel abertos ao mesmo
tempo).
Isso é válido para qualquer versão do windows a partir do XP, ok?!

Multiusuário
Capacidade de criar diversos perfis de usuários. O administrador pode instalar
de desinstalar impressoras, alterar as configurações do sistema, modificar a

939
atemploCisA

conta dos outros usuários entre outras configurações. Já, o usuário padrão
poderá apenas usar o computador, não poderá, por exemplo, alterar a hora
do Sistema.

Plug And Play (PnP)


Instalação automática dos itens de hardware. Sem a necessidade de desligar o
computador para iniciar sua instalação. O Windows possui dezenas de Drivers
(pequenos arquivos de configuração e reconhecimento que permitem o
correto funcionamento do item de hardware, ou seja, ensinam ao Windows
como utilizar o hardware). Quando plugado o Windows inicia a tentativa de
instalação procurando nos Drivers, já existentes, que condizem com o
hardware plugado.

Área de Trabalho (Desktop)


Como vimos, a área de trabalho varia, visualmente, de acordo com a versão
do windows.
Porém, alguns conceitos básicos sofrem poucas alterações.

Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode
adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir. Alguns ícones
são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede, Lixeira e a
Pasta do usuário. Os ícones de atalho são identificados pela pequena seta no
canto inferior esquerdo da imagem. Eles permitem que você acesse
programas, arquivos, pastas, unidades de disco, páginas da web, impressoras
e outros computadores.

Exemplos:

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Barra de tarefas
A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste momento,
mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela,
permitindo assim, alternar entre estas janelas ou entre programas com
rapidez e facilidade.

A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das maiores ferramentas de


produtividade do Windows. Podemos alternar entre as janelas abertas com a
sequência de teclas ALT+TAB (permitindo escolher qual janela, ou programa
deseja manipular) e ALT+ESC (alterna entre as janelas sequencialmente).

Pode conter ícones e atalhos e também como uma ferramenta do Windows.


Desocupa memória RAM, quando as janelas são minimizadas.

A barra de tarefas também possui o menu Iniciar e a área de notificação, onde


você verá o relógio. Outros ícones na área de notificação podem ser exibidos
temporariamente, mostrando o status das atividades em andamento.

Por exemplo, o ícone da impressora é exibido quando um arquivo é enviado


para a impressora e desaparece quando a impressão termina. Você também
verá um lembrete na área de notificação quando novas atualizações do
Windows estiverem disponíveis para download no site da Microsoft.

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atemploCisA

As novas versões do Windows mantém a barra de tarefas organizada


consolidando os botões quando há muitos acumulados.

Por exemplo, os botões que representam arquivos de um mesmo programa


são agrupados automaticamente em um único botão. Clicar no botão permite
que você selecione um determinado arquivo do programa.

Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas ao


passar a seta do mouse sobre os botões na barra de tarefas.

Botão Iniciar
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao
Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que, por sua vez,
acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um
menu vertical com várias opções. Alguns comandos do menu Iniciar têm uma
seta para a direita, significando que há opções adicionais disponíveis em um

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atemploCisA

menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre um item com uma


seta, será exibido outro menu.

A sequência de teclas para ativar o Botão Iniciar é CTRL+ESC ou a tecla


Winkey (tecla com o logo do Windows).

Importante

No windows 8 a tela do iniciar é diferente, veja:

Botão Iniciar

Tela

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atemploCisA

Tela Start do Windows 8


Essa tela nova funciona como o antigo Menu Iniciar e consiste em um
mosaico com imagens animadas. Cada mosaico representa um aplicativo que
está instalado no computador. Os atalhos dessa área de trabalho, que
representam aplicativos de versões anteriores, ficam com o nome na parte de
cima e um pequeno ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem
tamanhos diferentes, cores diferentes e são atualizados automaticamente.
A tela pode ser customizada conforme a conveniência do usuário. Alguns
utilitários não aparecem nessa tela, mas podem ser encontrados clicando com
o botão direito do mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que um
desses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão direito sobre
o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial.

Barra de tarefas
A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste momento,
mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela,
permitindo assim, alternar entre estas janelas ou entre programas com
rapidez e facilidade.

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A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das maiores ferramentas de


produtividade do Windows. Podemos alternar entre as janelas abertas com a
sequência de teclas ALT+TAB (permitindo escolher qual janela, ou programa
deseja manipular) e ALT+ESC (alterna entre as janelas sequencialmente).

Pode conter ícones e atalhos e também como uma ferramenta do Windows.


Desocupa memória RAM, quando as janelas são minimizadas.

A barra de tarefas também possui o menu Iniciar e a área de notificação, onde


você verá o relógio. Outros ícones na área de notificação podem ser exibidos
temporariamente, mostrando o status das atividades em andamento.

Por exemplo, o ícone da impressora é exibido quando um arquivo é enviado


para a impressora e desaparece quando a impressão termina. Você também
verá um lembrete na área de notificação quando novas atualizações do
Windows estiverem disponíveis para download no site da Microsoft.

Botão Iniciar
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao
Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que, por sua vez,
acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um
menu vertical com várias opções. Alguns comandos do menu Iniciar têm uma
seta para a direita, significando que há opções adicionais disponíveis em um
menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre um item com uma
seta, será exibido outro menu.

A sequência de teclas para ativar o Botão Iniciar é CTRL+ESC ou a tecla


Winkey (tecla com o logo do Windows).

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Menu Iniciar
O Menu Iniciar é uma lista de atalhos para iniciar diversas aplicações.

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Todos os Programas
O menu Todos os Programas ativa, automaticamente, outro submenu, no qual
aparecem todas as opções de programas.

Executar
Apresenta uma linha de comando que executa programas, arquivos, pastas,
acessar páginas da internet, entre outras utilidades.

Pesquisar
Apresenta janela que permite realizar de forma simples buscas na internet,
computadores em rede e arquivos no computador local. O Windows utiliza
caracteres coringas como o (*) e o (?) para personalizar suas consultas

Logoff - (encerrar a sessão do Windows) ou mudar de usuário.

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Opções - Botão Desligar o Computador

Clicando neste botão, o Windows salvará o estado da área de trabalho no


disco rígido e depois desligará o computador. Desta forma, quando ele for
ligado novamente, a área de trabalho se apresentará exatamente como você
deixou, com os programas e arquivos que você estava usando, abertos.

Desliga o Windows, fechando todos os programas abertos para que você


possa desligar o computador com segurança.

Encerra o Windows e reinicia o computador.

Lixeira
É uma pasta que armazena temporariamente arquivos e outras pastas
excluídos. Permite a restauração dos arquivos e pastas excluídos. O tamanho
padrão é de 10% do disco rígido onde o Windows está instalado. Os arquivos
dentro da pasta Lixeira não podem ser manipulados (editados ou acessados).

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Meus Documentos

Tem por objetivo organizar os documentos do computador conforme


familiaridade.
Ex.: Minhas músicas, Minhas imagens e etc. Cada novo usuário do sistema
terá uma pasta Meus Documentos exclusiva, com o intuito de permitir a
confidencialidade dos documentos ali encontrados.

Windows Explorer
Windows Explorer (literalmente do inglês "Explorador do Windows", nome
pelo qual é encontrado na versão portuguesa de todas as versões do
Windows) é um gerenciador de arquivos e pastas do sistema Windows. Ou
seja, é utilizado para a cópia, exclusão, organização, movimentação e todas as
atividades de gerenciamento de arquivos, podendo também ser utilizado para
a instalação de programas. Seu ícone é uma pasta (diretório) amarela com
uma lupa por cima da mesma e o nome de seu arquivo é Explorer.exe, o qual
normalmente se encontra em C:\Windows. Para encontrar esse programa,
clique no botão "Iniciar", em seguida, em Programas e em Acessórios, lá
estará o Windows Explorer.

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Pastas
Para procurar um arquivo ou pasta:
Clique em Iniciar e, em seguida, clique em Pesquisar.

Na caixa de diálogo, clique em Todos os arquivos e pastas.


Digite parte ou todo o nome do arquivo ou da pasta, ou digite uma palavra
ou frase no arquivo.
Na caixa Examinar , clique na unidade ou unidades, pasta ou local da rede
que você deseja pesquisar.
Escolha uma das opções a seguir:
Clique em quando ele foi modificado para procurar arquivos que foram
criados ou modificados em datas específicas ou entre.
Clique em qual é o tamanho para procurar arquivos de tamanho específico.

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Clique em mais opções avançadas para especificar critérios de pesquisa


adicionais.
Clique em Pesquisar.

Painel de Controle
O Painel de Controle é uma pasta de sistema do Microsoft Windows, na qual
é possível personalizar as configurações do computador.

Confira a tabela abaixo com os ícones principais.

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Ferramentas do Sistema

Limpeza do Disco
Quando se usa um computador, diversos arquivos temporários são gerados.
Eles deveriam ser automaticamente apagados pelo Windows, mas isso nem
sempre acontece e eles acabam permanecendo no HD (disco rígido),
ocupando espaço desnecessariamente. O programa "Limpeza de disco"
realiza o trabalho de remoção automaticamente, eliminando os seguintes
tipos de arquivo:

• Temporários armazenados durante a navegação pela internet;


• De programas instalados, que apagamos de nosso sistema, mas que
continuam armazenados e;
• Temporários do próprio sistema.

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Desfragmentador de Disco
O Desfragmentador de Disco do Windows ou simplesmente
Desfragmentador de Disco é um aplicativo incluído no Windows que visa
melhorar a velocidade com que o computador lê as partições de arquivos
fragmentados. Como o nome já diz, ele procura em todo o disco rígido por
arquivos que estão fragmentados (em pedaços) e os "une" novamente
tornando a leitura dos mesmos mais fácil e rápida.

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Back up
O utilitário de Backup do Windows tem a função de fazer cópias de segurança
(backups) de arquivos específicos do seu computador. As cópias de segurança
podem ser de cinco tipos:  Normal: Limpa os marcadores. Faz o backup de
arquivos e pastas selecionados. Agiliza o processo de restauração, pois
somente um backup será restaurado.
 Cópia: Não limpa os marcadores. Faz o backup de arquivos e pastas
selecionados que foram alterados após o último backup.
 Diferencial: Não limpa os marcadores. Faz o backup somente de arquivos e
pastas selecionados que foram alterados após o último backup.
 Incremental: Limpa os marcadores. Faz o backup somente de arquivos e
pastas selecionados que foram alterados após o último backup.
 Diário: Não limpa os marcadores. Faz o backup de arquivos e pastas
selecionados que foram alterados durante o dia.

963
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Restauração do Sistema
A ferramenta Restauração do Sistema é usada para voltar a um estado de
trabalho anterior de seu computador. A Restauração do Sistema faz uma
varredura instantânea de arquivos de sistema críticos e alguns arquivos de
programas e armazena essas informações como pontos a restaurar. Você
pode usar esses pontos de restauração para retornar a um estado anterior do
Windows.

Editor de textos – Word

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atemploCisA

Não existiria nenhuma função útil no computador se este não possuísse


programas que pudéssemos usar na vida profissional e pessoal, estes
programas que têm funções definidas para nosso uso são chamados de
APLICATIVOS.

Os aplicativos estão divididos em várias categorias, como: Processadores de


texto, Planilhas, Bancos de Dados, Linguagens de Programação, Jogos,
Ilustradores gráficos, Animadores, Programas de Comunicação, etc...

Abaixo estão listados alguns dos programas mais comuns:

Processadores de Texto: Microsoft Word, Write...


Planilha de Cálculos: Microsoft Excel, Quattro Pro, Lotus...
Bancos de Dados: Microsoft Access, Paradox, SQL, Oracle, dBase...
Programação: Microsoft Visual Basic, Delphi, Clipper, C++, Java...
Gráficos: Corel Draw, Adobe Illustrator, Macromedia Freehand...
Animação: Macromedia Flash, Macromedia Director...

Quando falamos em texto (cartas, memorandos, ofícios, livros, apostilas), o


programa que precisamos é um processador de textos.

O mais famoso processador de textos do mundo é o Microsoft Word.


Fabricado pela mesma empresa que fabrica o Windows, este programa já
teve várias versões as quais abordaremos as principais na apostila.

Vamos aos estudos do Word?

O Word abre e cria documentos em diversos formatos/Extensões. Veja alguns


formatos suportados por este aplicativo:
.DOC = Formato padrão de documentos do Word
.DOT = Modelo de Documento do Word
.HTM/HTML = Modelo de documento para Web
.XML = Arquivos XML
.RTF = Modelo de Documento do WordPAD

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atemploCisA

.TXT = Documento de Bloco de Notas (Notepad)

Menu

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atemploCisA

Barra de Ferramentas Padrão

Novo – Inicia um novo documento em branco

Abrir – Abre um documento existente

Salvar – Permite salvar um documento em edição

Permissão (Irrestrito) – Permite proteger os direitos autorais do documento


em edição

Imprimir – Envia diretamente o documento em edição para a impressora

Visualizar Impressão – Permite a visualização do documento antes da


impressão
Ortografia e Gramática – Realiza a busca por erros de grafia e gramática no
documento em edição

Pesquisar – Permite pesquisa de termos sinônimos ou em outro idiomas.

Recortar

Copiar

Colar
Pincel – Permite copiar a formatação usada em uma palavra/texto e colar
em outra palavra/texto

Desfazer Ações

Refazer Ações

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atemploCisA

Inserir Hiperlinks

Tabelas e Bordas

Inserir Tabela

Inserir Planilha do Excel

Colunas Formatar Documento para Duas ou Mais colunas

Desenho – Exibe / Oculta a barra de ferramentas Desenho

Estrutura do Documento

Mostrar / Ocultar caracteres não imprimíveis

ZOOM - Aumentar / Diminuir Zoom da Área de Trabalho do Word

Ajuda do Word

LER – Permite o usuário visualizar o documento como se fosse um livro.

Barra de Ferramentas Formatação

Estilos e Formatação – Exibe a coluna de Estilos

Caixa de Estilos e Formatação


Caixa de Fontes
Caixa Tamanho da Fonte
Negrito
Itálico
Sublinhado
Alinhar texto à Esquerda
Centralizar Texto

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Alinhar texto à Direita


Justificar Texto – Alinhar simultaneamente à direita e a Esquerda

Espaçamento entre linhas


Numeração
Marcadores
Diminuir Recuo
Aumentar Recuo
Bordas
Realçar
Cor da Fonte

BARRA DE MENUS

Na Barra de Menus do Word, encontramos diversos comandos utilizados na


formatação, configuração e edição de um documento do Word. Vejamos
algumas opções encontradas:

MENU ARQUIVO

Através do Menu Arquivo, por exemplo, é possível abrir um documento


existente, iniciar um novo documento, salvar um documento em edição,
imprimir e visualizar os últimos documentos abertos no Word.
É possível também realizar pesquisas de arquivos compatíveis com o Word.

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MENU EDITAR

MENU EXIBIR

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MENU INSERIR

MENU FORMATAR

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MENU FERRAMENTAS

MENU TABELA

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MENU JANELA

MENU AJUDA

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atemploCisA

RÉGUA DO WORD

Através da Régua Horizontal podemos ajustar as margens direita e esquerda e


as Margens Superior e Inferior por meio da Régua Vertical do Word.

BARRA DE ROLAGEM

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atemploCisA

Além de ter a função de movimentar a tela ou área de trabalho do Word, na


barra de rolagem podemos encontrar diversas funções. Através do botão
“Selecionar Objeto de Procura” é possível localizar uma página, texto,
expressão, tabela, figura, objeto que estão dentro do documento em edição.

LOCALIZAR E SUBSTITUIR

Para Localizar uma palavra ou expressão dentro de um documento, você


poderá fazê-lo utilizando a tecla de atalho CTRL + L, para Substituir CTRL+U e
para Ir Para outra página CTRL+Y ou acessar estas mesmas opções por meio
do menu Editar.

SELECIONANDO TEXTO COM O TECLADO

Você pode facilmente selecionar uma linha, uma palavra ou o texto inteiro por
meio de comandos realizados com auxílio do Teclado. Vejamos alguns
exemplos:

TECLAS POSIÇÃO DO CURSOR


Shift +  Seleciona um caractere à direita, um a um
Shift +  Seleciona caractere à esquerda, um a um
Seleciona para as linhas abaixo, selecionando, ao mesmo
tempo, tudo o que
Shift + ↓
estiver à direita do posicionamento do cursor e à
esquerda da última linha.
Seleciona para as linhas acima, selecionando, ao mesmo
tempo, tudo o que
Shift + ↑
estiver à esquerda do posicionamento do cursor e à
direita da primeira linha.
“Ctrl” + “Shift” +
“” Seleciona palavra à direita.

“Ctrl” + “Shift” +
“” Seleciona palavra à esquerda.

“Ctrl” + “Shift” +
“↓” Seleciona parágrafo abaixo.

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atemploCisA

“Ctrl” + “Shift” +
“↑” Seleciona parágrafo acima.

“Shift” + “End” Seleciona até o fim da linha.


“Shift” + “Home” Seleciona até o início da linha
“Shift” + “Page
Seleciona página acima
Up”
“Shift” + “Page
Seleciona página abaixo.
Down”
“Ctrl” + “T” Seleciona todo o texto.
“F8” (duas vezes) Seleciona palavra atual.
“F8” (três vezes) Seleciona a linha atual.
“F8” (quatro
Seleciona o parágrafo atual.
vezes)
“F8” (cinco
Seleciona todos o texto.
vezes)

SELECIONANDO TEXTO COM O MOUSE

Para selecionarmos uma palavra é suficiente aplicar um Clique Duplo sobre a


palavra que se deseja selecionar.
Para selecionar um parágrafo, é suficiente aplicar um Clique Triplo sobre
qualquer palavra do parágrafo desejado. Você ainda pode usar teclas
auxiliares para selecionar parcialmente um parágrafo ou uma palavra. As
teclas auxiliares são: CTRL, SHIFT e ALT.

FORMATANDO TEXTOS

Caso desejarmos alterar o formato dos caracteres e suas respectivas cores,


seja parcialmente ou total de um texto, devemos selecionar o trecho ou a
palavra que iremos “formatar” antes de qualquer ação.

Para alterar a cor da fonte, além dos comandos encontramos na Barra de


Ferramentas de Formatação.

Você pode aplicar outros formatos de fontes (letras), espaçamento de


caracteres e efeitos animados no texto.

MARCADORES E NUMERAÇÃO

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atemploCisA

Na janela Marcadores e Numeração podemos enumerar (Numeração) ou


ordenar (Marcadores) uma lista no texto em edição ou ainda podemos
personalizar utilizando o botão Personalizar.... ´
É possível utilizar esta ferramenta antes de iniciarmos a digitação de um texto
ou após. Para atribuir estes formatos o texto ou parágrafo deverá ser
selecionado.

CONFIGURAÇÃO & IMPRESSÃO

Antes de fazermos um documento devemos realizar configurações para que o


texto não esteja desalinhado e não ocorra problemas durante a impressão
deste documento. Para configurar as margens, o papel que será usado na
impressão e o Layout do documento, temos acima a janela Configurar Página
que encontramos no Menu Arquivo > Configurar Página.
As configurações feitas por meio desta janela, poderão ser aplicadas em todo
o documento ou em apenas uma seção deste mesmo documento.

IMPRIMIR

O caminho para realizar a impressão de um texto é através do Menu arquivo


> imprimir... ou também podemos utilizar a tecla de atalho CTRL + P, ou na
barra de ferramentas padrão acionarmos o botão . Nas duas primeiras
alternativas, a janela de configuração de impressão é aberta antes da
impressão do documento.

COLUNAS
Podemos dividir o texto em colunas (com em jornais e revistas) é muito
simples e pode ser realizado através do menu “Formatar” e da opção
“Colunas...” ou ainda utilizando o ícone atalho da barra de ferramentas padrão
. podemos criar até seis colunas automáticas.

NUMERAÇÃO DE PÁGINAS

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atemploCisA

A numeração de página permite o usuário identificar facilmente as páginas de


um documento que está sendo editado sem ter que usar o recurso cabeçalho
e rodapé. Para inserir números de páginas em um documento do Word é
suficiente acessar o Menu Inserir > Números de Páginas. Você ainda pode
escolher a posição onde a numeração deverá ficar na página do documento.

INSERIR TABELA

Durante a criação de um documento, poderemos inserir uma tabela com


diversas células que poderão ser preenchidas por u texto, figura ou gráfico.
Para isso, basta acessar o menu Tabela ou pressionar o botão na barra de
ferramentas padrão.

WORDART

É um recurso do pacote Microsoft Office que permite a criação de um texto


baseado em um formato predefinido pelo programa.

INSERIR IMAGEM

Para inserir uma imagem no Word, você poderá acessar através do menu
Inserir > Imagem e escolher uma das opções.

TECLAS DE ATALHO

AÇÕES ATALHO
Abrir CTRL + A
Abrir o dicionário de sinônimos SHIFT + F7
Alterar maiúsculas e minúsculas SHIFT + F3
Colar CTRL + V
Copiar CTRL + C
Cortar CTRL + X

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atemploCisA

Desfazer CTRL + Z
Excluir uma palavra CTRL + BACKSPACE
Imprimir CTRL + P
Inserir um hiperlink CTRL + K
Ir para o fim do documento CTRL + END
Ir para o início do documento CTRL + HOME
Itálico CTRL + I
Localizar e substituir CTRL + L ou U
Negrito CTRL + N
Repetir a última ação F4
Salvar CTRL + B
Selecionar até o fim do documento CTRL + SHIFT + END
Selecionar até o início do documento CTRL + SHIFT + HOME
Selecionar tudo CTRL + T
Vai para início da página seguinte ALT + CTRL + Y
Abre caixa de formatação de tipo de
CTRL + D
letra

Planilha eletrônica - Excel

Planilha eletrônica, é um tipo de programa de computador que utiliza tabelas


para realização de cálculos ou apresentação de dados. Cada tabela é formada
por uma grade composta de linhas e colunas. O nome eletrônica se deve à
sua implementação por meio de programas de computador.

Existem no mercado diversos aplicativos de planilha eletrônica. Os mais


conhecidos são Microsoft Excel, Lotus123 e o OpenOffice.org Calc.

Vamos aos estudos!

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atemploCisA

As Planilhas Eletrônicas são utilizadas para criação de gráficos, cálculos


financeiros e matemáticos, criação de listas, entre outras diversas finalidades.

Podemos dividir estes programas em algumas partes como:

PASTAS: Janela onde estão localizadas as planilhas que serão utilizadas.

PLANILHAS: Local onde estão as células, onde os dados serão digitados

CÉLULAS: Onde os dados são digitados pelo usuário. As mesmas podem ser
mescladas.

Confira na próxima página a tela principal do Excel:

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atemploCisA

Nome Finalidade

Nova Pasta de Trabalho cria uma nova pasta de trabalho

Abrir abre uma pasta de trabalho existente

Salvar salva a planilha da janela ativa

Imprimir imprime a planilha ou gráfico da janela ativa

Visualizar Impressão inicia visualização de prévia de impressão da

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atemploCisA

planilha ativa

Verificar Ortografia inicia a verificação ortográfica da planilha ativa

Recortar remove a área selecionada e a insere na Área de


Transferência

Copiar copia a área selecionada e a insere na Área de


Transferência

Colar insere o conteúdo que fora recortado ou


copiado para a Área de Transferência na seleção.

Pincel copia o formato das células selecionadas. Um


clique permite colar uma única vez o formato.
Duplo clique permite colar inúmeras vezes esse
formato.

Desfazer desfaz as últimas ações ou comandos: um


comando efetuado ou uma entrada digitada

Repetir repete a última ação ou comando

Inserir Hyperlink Efetua vínculos com endereço URL (Internet)

Barra de Ferramentas Contém ícones para abrir, pesquisar e procurar


WEB em qualquer documento, inclusive páginas na
WEB

AutoSoma Aciona automaticamente a função SOMA. Se


houver dados numéricos acima ou à esquerda,
irá sugerir o intervalo de células a serem
somadas.

Colar Função para escolher função a ser inserida na célula ou


na barra de fórmulas

Classificação Crescente ordena a lista selecionada do menor para o

982
atemploCisA

maior valor, usando a coluna que contém a


célula ativa

Classificação Decrescente ordena a lista selecionada do maior para o


menor, usando a coluna que contém a célula
ativa

Assistente de Gráfico tutorial para auxiliar a criação de um gráfico

Mapa cria um mapa com recursos geográficos e dados


associados.

Desenho exibe a barra de ferramentas de Desenho

Controle de Zoom amplia ou reduz a visualização da planilha

Assistente do Office Para auxiliar no esclarecimento de dúvidas sobre


as ações e comandos do Excel.

Barra de Ferramentas PADRÃO

Contém os ícones daqueles comandos que são frequentemente usados.


Podem ser utilizados em lugar dos comandos dos menus.

Barra de Formatação

Assim como a Barra de Ferramentas, contém os ícones daqueles comandos


que são freqüentemente usados, podendo ser utilizados em lugar dos
comandos dos menus.

Nome Finalidade

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atemploCisA

Fonte exibe a lista de fontes disponíveis

Tamanho da fonte exibe a lista de tamanhos de


fontes

Negrito transforma o trecho selecionado


em negrito

Itálico transforma o trecho selecionado


em itálico

Sublinhado sublinha o trecho selecionado

Alinhamento a esquerda alinha à esquerda os caracteres da


seleção

Alinhamento centralizado centraliza os caracteres da seleção

Alinhamento a direita alinha à direita os caracteres da


seleção

Mesclar e centralizar Mescla e Centraliza colunas

Formato de Moeda formata a seleção como R$


000.000,00

Formato de porcentagem formata a seleção como ## %


(sem casas decimais)

Separador de milhares formata a seleção como


000.000,00 (com duas casas
decimais)

Aumentar casas decimais aumenta em uma unidade as


casas decimais da seleção

Diminuir casas decimais diminui uma casa decimal na


seleção

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atemploCisA

Diminuir recuo diminui a distância entre o texto e


a margem esquerda da planilha

Aumentar recuo aumenta a distância entre o texto


e a margem esquerda da planilha

Bordas aplica o tipo escolhido ao redor


da área selecionada da planilha

Cor do Preenchimento aplica a cor escolhida ao fundo da


seleção

Cor da Fonte aplica a cor escolhida ao


conteúdo da seleção

INICIANDO UMA PLANILHA


Ao iniciamos o Excel percebemos que sua área de trabalho nos sugere uma
planilha, que é identificada por letras na parte superior, fazendo referência às
colunas e por números no lado esquerdo da tela como referência às linhas.
Cada célula será identificada pelo cruzamento destas letras e números, como,
por exemplo, A10, B12, G2, F1 etc.

SALVANDO UMA PASTA

Podemos salvar uma pasta do Excel através do Menu Arquivo, escolhendo as


opções: Salvar e Salvar como... ou através do botão encontrado na barra
de ferramentas padrão do Excel. Também temos a opção de tecla de Atalho:
(CTRL+B para Salvar) e (F12 para Salvar como...)

LOCALIZAR OU SUBSTITUIR

Para substituir ou pesquisar dados na planilha é suficiente pressionarmos a


tecla CTRL + L.

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atemploCisA

INTERVALO

É uma região da planilha que é representada pelo


endereço da primeira célula (canto superior esquerdo),
dois pontos (:) e o endereço da última célula (canto
inferior direito). Usamos os intervalos para calcular uma
seqüência de células sem precisar digitar repetidamente.
Exemplo. Caso desejamos somar os números das
seguintes células: A1, A2, A3, A4, A5, A6 e A7, podemos
resumidamente digitar a fórmula: =soma(A1:A7).
Para somar número em intervalos, podemos realizar a seguinte ação:
=soma(A1;A4;A7). Assim, somaremos apenas os números das células A1, A4 e
A7.

( : ) Dois pontos = Indica intervalo e lemos “ATÉ”.

( ; ) Ponto e Vírgula = Intervalos separados. Lemos “E”

ARRASTANDO / MOVENDO UMA CÉLULA

Movimentamos uma célula e seu conteúdo e arrastamos em outra


posição através da figura exibida ao lado. Uma célula também pode
ser movida para outra planilha ou até outra pasta do Excel.

DIGITANDO DADOS NAS CÉLULAS

Textos: É interpretado como texto toda a informação que se inicia com uma
letra ficando alinhados à esquerda. Utilizamos o texto em títulos e definições.
Números: É interpretado como número todo dado precedido pelos seguintes
caracteres: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 + menos, abre e fecha parênteses, / $ %.
Utilizamos os números para cálculos. Os valores numéricos sempre são

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atemploCisA

alinhados à direita e podem assumir vários formatos como: número fixo de


casas decimais, percentual entre outros.
Fórmulas: são compostas por números, operadores matemáticos, referências
de células etc.
Funções: são as fórmulas criadas pelo Excel. Existem funções estatísticas,
matemáticas, financeiras etc.

BARRA DE FÓRMULAS

Na Barra de Fórmulas estão os dados que digitamos dentro das células.


Portanto, quando há a necessidade alterar estes dados, podemos faze-lo
efetuando um duplo clique sobre a célula desejada, ou clicando na barra de
fórmulas. Encontramos na barra de fórmula o botão de Inserir Funções.

OPERAÇÕES BÁSICAS

As Fórmulas do Excel são iniciadas através sinal igual (=) seguido dos
elementos que serão calculados.
Exemplo: =5+2*3. O resultado é 11.
O Excel calcula os elementos da Esquerda para a direita, obedecendo os
seguintes critérios:
1º Parênteses ( )
2º Expoentes ^
3º Multiplicação e/ou Divisão
3º Soma e/ou Subtração

Uma fórmula também pode conter uma célula referenciada, exemplo:


=A2+B3*C4

SÍMBOLOS UTILIZADOS

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atemploCisA

MATEMÁTICOS LÓGICOS
^ Exponenciação = Igual
- Subtração < Menor que
+ Adição > Maior que
* Multiplicação <= Menor ou igual a
/ Divisão >= Maior ou igual a

Estes elementos são usados para especificar a operação que irá ser utilizada.
Exemplo: =10^2*25% (eleva 10 ao quadrado e multiplica o resultado por
0,25).

OPERADORES DE COMPARAÇÃO

São utilizados para realizar a comparação do conteúdo de uma célula com


outra. A comparação produz um valor lógico que será: Verdadeiro ou Falso.
Ex.: =A2<=F6

OUTRAS FUNÇÕES DO EXCEL

Nome da
Exemplo Descrição da Fórmula
Fórmula
=MAIOR(B3:C O resultado será o 2º maior. O 2 na formula é
MAIOR
3;2) um parâmetro obrigatório
=MENOR(B3:
MENOR Mostrará o 2º menor número do intervalo.
C3;2)
=MÁXIMO(A
Máximo Calcula o maior valor dentro de um intervalo
1:A4)
=MINIMO(A1
Mínimo Calcula o menor valor dentro de um intervalo
:A4)
DESCONTO =B3- Aplica um desconto à um valor especificado

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atemploCisA

(B3*20%)
=MÉDIA(A1:A Calcula a Média entre os intervalos
MÉDIA
7) referenciados.

Porcentage Retira o valor em porcentagem de um valor


=(B3*25%)
m qualquer
Subtração =(B3-C3-D3) Subtrai quantos valores forem necessários
Multiplicaç
=(B3*C3) Multiplica apenas dois valores
ão
Divisão =(B3/C3) Divide quantos valores forem necessários
=MODO(B3:C
Moda Busca por valores repetidos e o exibe na célula
3)
Realiza uma divisão, porém o resultado será o
MOD =MOD(B3;7)
resto.

FUNÇÃO CONT.SE

Basicamente, usamos a função cont.se para contar o número de células que


possui o conteúdo especificado na fórmula.

Exemplo: =cont.se(A1:A3;"amor"). Nesta fórmula, a função calcula o número


de células entre os intervalos A1 até A3 que contém a palavra Amor. O
resultado será: 2.

FUNÇÃO SE( )

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atemploCisA

Diferentemente da função cont.se, a função lógica SE calcula um conjunto de


células a fim de detectar se o conteúdo de uma célula é maior, menor, igual
ou diferente de outra. Vamos analisar o exemplo abaixo:

A fórmula: =se(A1<SOMA(B1;B2); "APROVADO "; "REPROVADO")


A sintaxe da fómula é: =se(teste_lógico;Valor_se_verdadeiro;valor_se_falso).
Então: Se o valor da célula A1 for menor que o valor da soma das células B1 e
B2, o resultado final será Aprovado. Caso contrário será Reprovado.

FUNÇÃO SOMASE

A Função SOMASE adiciona as células especificadas por um determinado


critério.

Exemplo: =SOMASE(A1:A3;"aprovado";B1:B3)

AUTO-PREENCHIMENTO

Este recurso é de grande utilidade no Excel, pois permite a continuação de


dados digitação sem a necessidade de repetição dos mesmos. A ferramenta
de “Auto-Preenchimento” está na alça da célula. Vejamos abaixo na figura:

AUTO-PREENCHIMENTO EM FUNÇÕES

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atemploCisA

Fazemos a soma da primeira linha (Linha 3), clicamos e arrastamos a alça para
baixo e vejamos o que ocorre:

SIGNIFICADO DOS ERROS DE DADOS

• A coluna não é larga o suficiente para exibir o conteúdo. Aumente a


largura da coluna, diminua o conteúdo para ajustá-lo à coluna ou
aplique um formato numérico diferente.
• REF! Uma referência de célula não é válida. Células podem ter sido
excluídas ou sobrepostas.
• NOME? Você pode ter digitado o nome de uma função incorretamente.
• DIV/0! Está dividindo um número por zero

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atemploCisA

• VALOR! Introduziu uma fórmula matemática e está usando um


operando que é texto, ou está a indicando um intervalo de células
quando é esperado um valor único
• N/D Não está disponível a informação para o cálculo que quer executar
• NÚM! Está utilizando um argumento que não é valido para a função, ou
a função que está usando não encontrou resultado nenhum, ou
introduziu uma fórmula cujo o resultado é demasiado pequeno ou
demasiado grande para ser representado na folha de cálculo
• NULO! Utilização de um operador de intervalos ou de uma referência de
célula incorretos. Por exemplo na intersecção de intervalos quando não
há células comuns

PLANILHAS DO EXCEL

Normalmente quando iniciamos uma pasta nova do Excel, esta pasta já possui
3 planilhas. Veja na figura abaixo:

Você pode ter quantas planilhas puder. Quanto mais planilhas, mais memória
RAM você irá precisar. É possível portanto, mudar o nome da planilha e inserir
novas planilhas pressionando o botão direito do mouse sobre qualquer uma
delas e escolher as opções abaixo:

Podemos efetuar a soma dos valores que estão em planilhas diferentes.


Exemplo:
Selecione a planilha e após a célula que irá receber o valor; Digite: =Plan1!
A10+Plan2!B20+Plan4!A15

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atemploCisA

Esta fórmula irá somar a célula A10 da planilha 1 com a célula B20 da planilha
2 e também com a célula A15 da planilha 4. Se você renomear as planilhas, a
fórmula deverá conter os nomes corretos das planilhas.

Veja o exemplo. =ContasReceber!A10-ContasPagar!B20

Esta fórmula irá subtrair o valor da célula A10 da planilha “ContasReceber”


com o valor da célula B20 da planilha “ContasPagar”.

AUTO-FORMATAÇÃO

A Auto-Formação é um recurso do Excel que permite a criação automática de


modelos prontos de células para agilizar o desenvolvimento da estética de
uma planilha.

CÉLULAS RELATIVAS E ABSOLUTAS

Relativa: Cada referência de célula relativa em uma fórmula é


automaticamente alterada quando essa fórmula é copiada verticalmente em
uma coluna ou transversalmente em uma linha. Ex.: =C4*$D$9 é
copiada de uma linha para a outra, as referências de célula relativas são
alteradas de C4 para C5 e para C6.
Absoluta: Uma referência de célula absoluta é fixa. Referências absolutas não
serão alteradas se você copiar uma fórmula de uma célula para a outra.
Referências absolutas apresentam cifrões ($) como este: $D$9. Como mostra a
imagem, quando a fórmula =C4*$D$9 é copiada de uma linha para a outra, a
referência de célula absoluta permanece como $D$9.
Mista: Uma referência de célula mista possui uma coluna absoluta e uma linha
relativa ou uma linha absoluta e uma coluna relativa. Por exemplo, $A1 é uma
referência absoluta para a coluna A e uma referência relativa para a linha 1. À
medida que uma referência mista é copiada de uma célula para a outra, a
referência absoluta permanece a mesma, mas a referência relativa é alterada.
A figura a seguir mostra um exemplo de fórmulas usando referências
constantes e variáveis (absoluta, relativa e mista).

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atemploCisA

CRIANDO UM GRÁFICO

Podemos criar um gráfico no Excel da seguinte maneira: Selecionando


primeiro os dados que farão parte do gráfico ou iniciar o “Assistente de
Criação de Gráfico” por meio do botão e depois selecionar os dados do
Gráfico.

PASSOS PARA CRIAÇÃO DO GRÁFICO

1º Passo: Tipos de Gráfico


2º Passo: Dados de Origem
3º Passo: Opções do Gráfico
4º Passo: Escolha do Local onde o gráfica ficará

FILTRO DE DADOS

Este permite que você visualize rapidamente conteúdos de uma planilha e um


modo bem rápido prático de defini-los é através do auto-filtro.

AUTO FILTRO

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atemploCisA

Caso queira fazer a filtragem automática de dados, você poderá utilizar o


recurso chamado Auto-Filtro que pode ser encontrado no menu DADOS.

FORMATAÇÃO CONDICIONAL

O Excel possui uma função que permite ao usuário aplicar formatos especiais
na planilha, dependendo do seu resultado. Esta função se chama Formatação
Condicional. Para adicionar um formato condicional, clique no menu
Formatar/Formatação Condicional.

PROTEGENDO UMA PLANILHA

Através do menu Ferramentas, encontramos uma opção que permite você


proteger uma pasta, planilha ou célula contra formatação ou edição por meio
de uma senha, por exemplo.

SALVANDO UMA PLANILHA / PASTA

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atemploCisA

Através da Janela Salvar Como... é possível salvar a pasta utilizada no excel em


outros formatos. Por exemplo: XLS, XML, HTML, HTM, DBF, CSV e outras
extensões.

Se você quiser salvar as modificações feitas na planilha pelo navegador de


Internet, terá de editá-la no Excel usando o botão Exportar para o Excel.

Responda

1 - CESGRANRIO - 2014 - Petrobras - Técnico(a) de Administração e Controle


Júnior

Um profissional liberal que está trabalhando em determinada planilha Excel


2010 deseja gerar um gráfico de seus dados financeiros.

Para tanto, ele tem a possibilidade de selecionar, no Excel 2010, alguns tipos,
como os gráficos de
• a) colunas, linhas, pizza ou barras
• b) colunas, diapasão, Laplace ou Pitágoras
• c) colunas, Pitágoras, barras ou diapasão
• d) barras, Pitágoras, espirais ou Fourier
• e) Laplace, linhas, pizza ou Fourier

2 - CONSULPLAN - 2014 - MAPA - Agente Administrativo

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atemploCisA

Observe a planilha produzida com a ferramenta Microsoft Office Excel 2007


(configuração padrão).

Se na célula A7 for inserida a fórmula


=SE(A4=B5;SOMA(C4:C5);SE(B2="RJ";A2;C2)), o resultado será

• a) 300.
• b) 500.
• c) RIO DE JANEIRO.
• d) ESPÍRITO SANTO.

GABARITO
1-A 2- C

Power Point

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atemploCisA

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1000
atemploCisA

Microsoft PowerPoint é um programa utilizado para edição e exibição de


apresentações gráficas originalmente escrito para sistema operacional
Microsoft Windows e também suportado na plataforma Mac OS X.

O PowerPoint é usado em apresentações, cujo objetivo é informar sobre um


determinado tema, podendo usar: imagens, sons, textos e vídeos que podem
ser animados de diferentes maneiras. O PowerPoint tem suporte a
objetos OLE e inclui uma ferramenta especial de formatação de texto
(WordArt), modelos de apresentação pré-definidos, galeria de objetos
gráficos e uma gama de efeitos de animação e composição de slides.
O formato nativo do PowerPoint é o PPT, para arquivos de apresentações, e o
PPS, para apresentações diretas. A partir da versão 2007 do programa,
a Microsoft introduziu o formato .PPTX.
Para executar o Powerpoint em máquinas que não o tenham instalado, é
necessário usar o software PowerPoint Viewer, uma vez que o PowerPoint não
tem suporte nativo para outros formatos como o SWF, o PDF e mesmo
o OpenDocument Format.
Os arquivos do PowerPoint em geral são lidos sem problemas por outros
softwares similares como o Impress.

Interface

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1002
atemploCisA

1003
atemploCisA

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1005
atemploCisA

1006
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1007
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Barra de Menu

1008
atemploCisA

Modos de Exibição

Barra de Status

Criando um slide
O que é SLIDE?
É o conjunto de texto, desenho e cor em um só plano, em uma só página. O
conjunto de slides chama-se apresentação, e pode conter quantos slides for
preciso.

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1010
atemploCisA

Criando o primeiro Slide

Este primeiro slide da sua apresentação ainda não foi salvo. Para salvá-lo
existem três formas.

· Clique no botão : (Salvar


· Acione o menu: Arquivo – Salvar, ou;
· Pressione as teclas de atalho: Ctrl + B.

NOVO SLIDE

Para inserirmos o segundo slide, escolha uma das três opções a seguir:

 Clique no botão: , ou;


Pressione as teclas de atalho: Ctrl + M, ou;
Acione o menu: Inserir – Novo slide...

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atemploCisA

GALERIA DE DIAGRAMAS

ANIMANDO O SLIDE – TRANSIÇÃO DE SLIDES

clique no botão: Transição de slides, ou acione o menu:


Apresentações – Transição de slides...;

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ADICIONANDO EFEITOS – FONTES/IMAGENS

Acione o menu: Exibir – Normal, ou clique, no rodapé da tela, à esquerda, no


botão: (Modo
normal) ou clique duas vezes sobre o slide número 1;
· No seu primeiro slide, clique no título;
· Acione o menu: Apresentações – Personalizar animação...;

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· No painel à direita, clique no botão: ;

Para testar a animação basta clicar no botão:


Ou pressionar o botão F5 do teclado.

Obs.: É possível inserir imagens e vídeos nos slides e ainda salvar no formato
HTML

Navegadores

Um navegador (também conhecido como web browser ou simplesmente


browser) é um programa que habilita seus usuários a interagirem com

1014
atemploCisA

documentos HTML hospedados em um servidor Web. É o tipo mais


comumente usado de agente. A maior coleção interligada de documentos
hipertexto, dos quais os documentos HTML são uma substancial fração, é
conhecida com a World Wide Web.

Na prática ele é um programa que deve ser instalado em seu computador


para permitir o acesso aos sites em que deseja visitar.

Há muitos navegadores Web no mercado. Uma pequena lista dos


navegadores existentes podem ser vistos
em http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_web_browsers.
No entanto, cinco navegadores tem sido adotados com maior popularidade
por parte das empresas e organizações, e consequentemente são as mais
cobradas em concursos.

Os mais cobrados são:


•Internet Explorer: produto da empresa Microsoft, é o navegador
nativo do sistema operacional Windows, o que o torna um dos
navegadores mais utilizados. É um sistema proprietário, de código-
fechado, sendo historicamente um navegador suscetível a falhas e
programas maliciosos.

•Google Chrome: produto da empresa Google, é um navegador de


código-aberto que possui diversas funcionalidades como a adição de
extensões e aplicativos diversos, desenvolvidos por terceiros, que
permite expandir a sua capacidade. É o navegador atualmente mais
utilizado no mundo, possuindo um padrão de atualizações constantes o
que permite atender rapidamente a falhas e brechas de sistema.

•Mozilla Firefox: produto da Mozilla, uma fundação sem fins lucrativos,


é um navegador de código-aberto que, assim como o Chrome, possui
diversas funcionalidades como a adição de extensões e aplicativos
diversos, desenvolvidos por terceiros, que permite expandir a sua
capacidade. É considerado o navegador mais apropriado para usuários
experientes nos quesitos de segurança e privacidade.

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atemploCisA

Navegadores não tão cobrados em concursos:

•Opera: é um navegador da web e uma suíte de internet desenvolvida


pela companhia Opera Software. Ele é oferecido gratuitamente para
computadores pessoais e smartphones, mas para outros dispositivos é
preciso pagar por ele. É um navegador criado para oferecer rapidez de
acesso às páginas web, além de diversos outros recursos ainda não
encontrados em outros navegadores, como comandos por voz.

•Safari: o Safari é um navegador desenvolvido pela Apple Inc. e incluído


como o navegador padrão a partir do sistema operacional Mac OS X
para os produtos da Apple.

Mozilla Firefox

O navegador Mozilla Firefox é um dos navegadores mais usados no mundo e


possui diversas vantagens funcionais. Uma das vantagens é o Recurso de
Abas (Que atualmente já foi copiado por todos os outros navegadores) que
permite que sejam abertos vários sites usando uma mesma janela do
navegador.
O Mozilla Firefox é compatível com qualquer site da Web, não havendo assim,
distinção quando acessar um site na internet.

Barra de Navegação

Esta é a barra onde são exibidos os recursos que possibilitam fazer a


navegação entre as páginas da Internet. Esta barra é composta pelos
seguintes recursos:

Barra de Botões de Navegação

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OPÇÕES DO MENU DO FIREFOX

FERRAMENTAS > OPÇÕES

As configurações e personalizações são realizadas através desta opção do


Firefox. Vejamos algumas telas de configuração:

Geral

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Uma das principais opções é aquela que permite alterar a página inicial que é
aberto quando o programa é inicial ou quando o botão de página inicial é
pressionado pelo usuário.

Aba

Permite o usuário personalizar a utilização das Abas de Navegação quando


clicar em um link ou quando um endereço URL for digitado, por exemplo.

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Conteúdo

Através desta janela o usuário tem a opção de impedir que janelas pop-up’s
sejam abertas automaticamente ao acessar um site na internet. Permite
também a utilização de recursos Java e personalizar fontes do navegador.

Aplicativos
O Painel Aplicativos permite que você escolha como o Firefox lida com
diferentes tipos de arquivos. Para cada tipo de conteúdo que o Firefox
reconhece, você pode selecionar uma ação para o Firefox usar para lidar com
esse tipo de conteúdo. Você pode visualizar o conteúdo do arquivo na janela

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atemploCisA

do Firefox com os formatos suportados nativamente (podcast, feed da Web,


PDF) ou com uma extensão, abra o arquivo com um aplicativo instalado no
seu computador (ou em alguns casos, com um aplicativo web), ou você pode
salvar o arquivo para a pasta de downloads.

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Privacidade

Histórico, Cookies e Dados Pessoais podem ser facilmente configurados


através da janela Privacidade. O usuário tem a opção de excluir todos os
cookies, o histórico de navegação e limpar os dados pessoais que são
digitados em determinados sites. Há também opção que permite que todos
estes dados não sejam gravados.

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Segurança

Através desta janela o usuário tem opções de:



Alertar se sites tentarem instalar complementos
O Firefox sempre pedirá a sua confirmação para a instalação de
complementos. Para evitar que tentativas de instalação não requisitadas
resultem em instalações acidentais, o Firefox exibe um aviso quando um
site tentar instalar um complemento e bloqueia a tentativa de
instalação. Para permitir que sites específicos instalem complementos,
você deve clicar em Exceções…, digitar o endereço do site e clicar
em Permitir. Desmarque essa opção para desativar esse aviso para todos
os sites.

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• Bloquear sites reportados de ataque: Marque isso se você quer que o


Firefox verifique se o site que você está visitando pode ser uma
tentativa de interferir nas funções normais do computador ou mandar
dados pessoais sobre você sem autorização através da Internet.
• A ausência deste aviso não garante que o site seja confiável.

• Bloquear sites reportados como Fraudes: Marque isso se você quer


que o Firefox verifique ativamente se o site que você está visitando
pode ser uma tentativa de enganar você fazendo com que passe suas
informações pessoais (isto é frequentemente chamado de "phishing").
• A ausência deste aviso não garante que o site é confiável.

Sync
Quando configurar o Firefox Sync no seu computador, todos os seus dados e
preferências (como os seus favoritos, histórico, senhas, abas abertas e
complementos instalados) serão armazenados com segurança nos servidores
da Mozilla. Você pode compartilhar essas informações em todos os seus
dispositivos.

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Avançado
Possui 5 sub abas: Geral, Escolha de Dados, Rede, Atualizações e Certificados.

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Aba Geral

Acessibilidade

•Usar teclas de setas para percorrer pelas páginas: Quando


essa opção está ativada, o Firefox mostrará um cursor móvel nas páginas,
que lhe permite selecionar texto usando o teclado. Esse modo é
conhecido como Caret Browsing e pode ser ativado ou desativado com a
tecla F7.

•Localizar texto ao começar a digitar: Quando essa opção está ativada,


o Firefox tenta localizar na página exibida qualquer texto que você
digitar. Enquanto estiver digitando o texto a ser localizado, a barra de
ferramentas Localizar é automaticamente exibida na parte inferior da

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atemploCisA

janela, mostrando informações sobre a pesquisa.

•Alertar se sites tentarem redirecionar ou recarregar a página:


Quando essa opção está ativada, o Firefox impedirá que sites tentem
redirecioná-lo para outra página ou sejam recarregados
automaticamente.

Navegação

•Autorrolagem: A autorrolagem é um recurso útil que permite rolar a


página exibida segurando o botão do meio do mouse (normalmente a
roda de rolagem) e movendo-o para cima ou para baixo. Alguns usuários
podem achar esse recurso irritante e, por isso, a autorrolagem pode ser
desativada por essa opção.

•Rolagem suave: A rolagem suave pode ser muito útil se você costuma
ler páginas muito longas. Normalmente, quando você pressiona a
tecla Page Down, a exibição desce uma página inteira. Com a rolagem
suave, a página rola suavemente, permitindo que você veja o quanto a
página rolou. Isso torna mais fácil continuar uma leitura do ponto que
você estava.

•Quando disponível, usar aceleração por hardware: O Firefox pode


usar sua placa de vídeo para exibir páginas com vídeos e animações. Isso
deixa o Firefox muito mais rápido para essa tarefa, pois o processador da
sua placa de vídeo é muito melhor que seu processador principal para
exibir esse tipo de conteúdo. Essa opção está assinalada por padrão, mas
o recurso não está disponível para todas as placas de vídeo. O Firefox irá
ativá-lo quando possível.

•Verificar ortografia ao digitar: Quando essa opção está ativada, o


Firefox irá verificar a ortografia do seu texto e sugerir possíveis correções
enquanto estiver digitando informações em formulários. Lembre-se de
que você precisa instalar um dicionário; para fazer isso, clique com o
botão direito em qualquer campo de texto, ative a verificação ortográfica
se necessário e então utilize o menu Idiomas para adicionar dicionários.

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Aba Escolha de Dados

Telemetria

•Ativar telemetria: Esta opção assinalada permitirá o envio de dados


anônimos (leia mais) à Mozilla, sobre como tem sido o desempenho do
Firefox no mundo real. Usaremos essa informação para deixar o Firefox
ainda melhor.

Relatório de Integridade do Firefox

•Ativar Relatório de Integridade do Firefox: O Relatório de Integridade


do Firefox (leia mais) lhe dá informações sobre a estabilidade do seu
navegador através do tempo. A Mozilla usa esses dados para lhe dar
dicas e informações significativas. Nós também agregamos as
informações fornecidas por todo mundo para fazer o Firefox melhor para
você.

Relatórios de travamento

•Ativar Crash Reporter: Se o Firefox trava, o Mozilla Crash


Reporter (Relator de Travamentos do Firefox) aparecerá, perguntando se
você quer enviar o relatório de travamento para a Mozilla. Com essa
opção ativada, Enviar um relatório à Mozilla para que eles possam
resolver o problema estará marcada por padrão.

Aba Rede

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atemploCisA

Conexão
Talvez a empresa ou provedor de Internet ofereça ou exija o uso de um proxy.
Proxy é um programa que age como intermediário entre seu computador e a
Internet. Ele intercepta todas as solicitações à Internet e verifica se a
solicitação poderá ser atendida diretamente do seu cache. Servidores proxy
são utilizados para aumentar o desempenho, filtrar solicitações e ocultar o
seu computador na Internet para aumentar sua segurança. Servidores proxy
também podem ser parte de um firewall corporativo.

Janela Configurar conexão

•Sem proxy: Escolha esta opção se não quiser usar um servidor proxy.

•Autodetectar as configurações de proxy para esta rede: Escolha esta


opção se quiser que o Firefox tente detectar automaticamente as
configurações de proxy para sua rede.

•Usar as configurações de proxy do sistema: Escolha esta opção se


quiser usar as configurações de proxy do seu sistema.

•Essa é a configuração padrão.

•Configuração manual de proxy: Escolha esta opção se tiver uma lista


de um ou mais servidores de proxy. Peça informações ao administrador
do seu sistema para fazer a configuração. Cada proxy exige um nome de
servidor e o número de uma porta.

•Se o mesmo nome de servidor e porta forem usados para todos os


protocolos, assinale a opção Usar este proxy para todos os
protocolos.

•Sem proxy para: Lista de nomes de servidores ou endereços de IP que


não passarão pelo proxy.

•Endereço para configuração automática de proxy: Escolha esta opção


se você tem um arquivo (.pac) de configuração de proxy (PAC, em inglês).
Insira a URL e clique em OK para salvar as alterações e carregar a
configuração de proxy.

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•Recarregar: O botão para recarregar carregará a configuração de proxy


disponível no momento.

Aba Atualizações

Atualizações do Firefox

•Instalar automaticamente (recomendado: maior segurança): O


Firefox automaticamente baixa e instala as atualizações disponíveis.

•Alertar caso desative alguma extensão: Se você deseja ser alertado


caso as atualizações forem desabilitar alguma extensão, assinale esta
opção.

•Verificar, mas perguntar se desejo instalar: O Firefox lhe permite


escolher se deseja baixar e instalar as atualizações. Se optar por não
instalar no momento, poderá fazer isso posteriormente.

•Nunca verificar (não recomendado: risco de segurança): O Firefox


não verificará se existem atualizações.

Atualizar automaticamente

•Mecanismos de pesquisa: Marque esta opção para receber


automaticamente as atualizações para os seus mecanismos de pesquisa.

Aba Certificados
Os Certificados ajudam a criptografar e descriptografar as conexões com
sites.

•Quando um servidor solicitar meu certificado pessoal: Alguns


servidores solicitam que você se identifique com um certificado pessoal.
Para fazê-lo, eles pedem ao Firefox para gerar um para você. Quando
você visitar o site no futuro, o Firefox perguntará qual certificado deve
ser usado. Se você deseja que o Firefox escolha automaticamente um
certificado, selecione a opção Selecionar um automaticamente.

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Nota: Um certificado pessoal pode conter informações de identificação


pessoal, como nome e endereço. Pode ser perigoso para sua privacidade
assinalar a opção Selecionar um automaticamente. Ao usar essa opção, você
não será alertado quando sites requisitarem seu certificado pessoal, e você
poderá perder o controle de quem pode acessar suas informações pessoais.

• Consultar servidores de resposta OCSP para confirmar a validade de


certificados: O Firefox pode pergunta a um servidor OCSP (Online
Certificate Status Protocol) para confirmar que um certificado ainda é
válido. Por padrão, o Firefox valida um certificado se o certificado
fornece um servidor OCSP. Provavelmente só precisa ser alterado se o
seu ambiente de Internet exigir.

•Certificados: Clique neste botão para exibir certificados armazenados,


importar novos certificados e fazer backup ou excluir certificados antigos
do Firefox.

•Dispositivos de segurança: Dispositivos de segurança podem


criptografar e descriptografar conexões e armazenar certificados e
senhas. Se você precisar utilizar um dispositivo de segurança diferente
do fornecido pelo Firefox, clique no botão Dispositivos de segurança.

Barra de Pesquisas

A Barra de Pesquisas fica próximo a barra de endereço e oferece a


comodidade para o usuário realizar pesquisa de sites no mecanismo de busca
automática de sua escolhe. E ainda poderá adicionar novos mecanismos de
pesquisas de Livros, Compras, Produtos e serviços, traduções de músicas, etc.,
através da opção Organizar.

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Abas de Navegação

Aba com uma página em exibição

Barra de menu
Composta por 7 opções:

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Indicador de Página Segura

Existem pelo menos dois itens que podem ser visualizados na janela do seu
browser, e que significam que as informações transmitidas entre o browser e
o site visitado estão sendo criptografadas.

O primeiro pode ser visualizado no local onde o endereço do site é digitado.


O endereço deve começar com https:// (diferente do http:// nas conexões
normais), onde o s antes do sinal de dois-pontos indica que o endereço em
questão é de um site com conexão segura e, portanto, os dados serão
criptografados antes de serem enviados.

A figura abaixo apresenta o primeiro item, indicando uma conexão segura

O segundo item a ser visualizado corresponde a algum desenho ou sinal,


indicando que a conexão é segura.

Normalmente, o desenho mais adotado nos browsers recentes é de um


"cadeado fechado", apresentado na barra de status, na parte inferior da janela
do browser (se o cadeado estiver aberto, a conexão não é segura).

A figura abaixo apresenta desenhos dos cadeados fechados, indicando


conexões seguras, observados nas barras de status do Internet Explorer

Ao clicar sobre o cadeado, será exibida uma tela que permite verificar as
informações referentes ao certificado emitido para a instituição que mantém
o site, bem como informações sobre o tamanho da chave utilizada para
criptografar os dados.

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Teclas de Atalho

Comando Atalho
Navegação
Alt+Seta para a esquerda
Voltar
Backspace
Alt+Seta para a direita
Shift+Backspace
Início Alt+Home
Abrir arquivo Ctrl+O
F5
Recarregar
Ctrl +R
Ctrl+F5
Recarregar (sobrepor a cache)
Ctrl+Shift+R
Parar Esc
Página atual
Ir para o fim da página End
Ir para o início da página Home
Ir para a próxima frame F6
Ir para a frame anterior Shift+F6
Informações da Página +I}
Código-fonte da página Ctrl+U
Imprimir Ctrl+P
Guardar a página como Ctrl+S
Reduzir Ctrl+-
Ampliar Ctrl+ +
Repor Ctrl+0

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atemploCisA

Editar
Copiar Ctrl+C
Cortar Ctrl+X
Apagar Delete
Colar Ctrl+V
Refazer Ctrl+Y
Selecionar tudo Ctrl+A
Anular Ctrl+Z
Procurar
Procurar Ctrl+F
F3
Procurar seguinte
Ctrl+G
Procurar ao escrever uma hiperligação '
Procurar ao escrever texto /
Procurar anterior Shift+F3
Ctrl+K
Pesquisa na Web
Ctrl+E
Janela e separadores(consulte Navegação com
separadores )
Ctrl+W
Fechar separador
Ctrl+F4
Ctrl+Shift+W
Fechar janela
Alt+F4
Ctrl+Seta para a
Mover o separador para a esquerda
esquerda
(quando o separador está ativo)
Ctrl+Seta para cima
Mover o separador para a direita Ctrl+Seta para a direita
(quando o separador está ativo) Ctrl+Seta para baixo
Mover o separador para o início
Ctrl +Home
(quando o separador está ativo)
Mover o separador para o fim
Ctrl+End
(quando o separador está ativo)
Novo separador Ctrl+T
Nova janela Ctrl+N
Ctrl+Tabulação
Próximo separador
Ctrl+Page Down
Abrir endereço num novo separador
(a partir da barra de navegação ou da barra de Alt+Enter
pesquisa)

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atemploCisA

Ctrl+Shift+Tabulação
Separador anterior
Ctrl+Page Up
Reabrir separador fechado Ctrl+Shift+T
Selecionar separador (1 a 8) Ctrl+(1 a 8)
Selecionar último separador Ctrl+9
Ferramentas
Adicionar todos os separadores abertos aos
Ctrl+Shift+D
marcadores
Adicionar esta página aos marcadores Ctrl+D
Ctrl+B
Marcadores
Ctrl+I
Janela da Biblioteca Ctrl+Shift+B
Navegação com o cursor F7
Transferências Ctrl+J
Histórico Ctrl+H
Ativar Navegação Privada Ctrl+Shift+P
Limpar Histórico Recente Ctrl+Shift+Del
Consola de erros Ctrl+Shift+J
Outros
Completar endereços do tipo .com Ctrl+Enter
Completar endereços do tipo .net Shift+Enter
Completar endereços do tipo .org Ctrl+Shift+Enter
Eliminar entrada de conclusão automática
Del
selecionada
Ecrã inteiro F11
Alt+D
Selecionar barra de endereço
Ctrl+L
Alt+Seta para cima
Selecionar ou gerir motores de pesquisa
Alt+Seta para baixo
(quando a barra de pesquisa está ativa)
F4

Responda

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1 - PR-4 Concursos - 2015 - UFRJ - Assistente em Administração

Janelas pop-up, ou simplesmente pop-ups, são janelas que aparecem


automaticamente sem serem solicitadas. O Mozilla Firefox permite você
controlar pop-ups, que já são bloqueados por padrão. O desbloqueio desta
opção é feita por meio do painel:
• a) de controle do sistema operacional
• b) avançado na janela de Preferências
• c) de configurações Geral na janela de Preferências
• d) configurações de Conteúdo na janela de Preferências
• e) configurações de Segurança na janela de Preferências

2 - UFPB - Assistente em Administração

O Mozilla Firefox permite que o armazenamento de dados pessoais do


usuário (histórico de navegação e downloads, por exemplo) seja configurado
através dos itens Ferramentas, Opções, Segurança que estão disponíveis a
partir da barra de menus.
• ( ) Certo ( ) Errado

3 - CESGRANRIO - 2013 - BR Distribuidora - Técnico de Administração e


Controle Júnior

Na internet, para visualização de sites, são usados programas navegadores,


tais como o
• a) Adobe Reader
• b) Mozilla Firefox
• c) Office Publisher
• d) Outlook Express
• e) Windows Explorer

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4 - CESPE - 2012 - Pefoce - Todos os Cargos

O serviço Firefox Sync do navegador Mozilla Firefox permite a sincronização


de favoritos, históricos de navegação, senhas, músicas e fotos de
computadores diferentes ou até mesmo de celular.
• ( ) Certo ( ) Errado

GABARITO
1-D 2-E 3-B 4-E

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Internet Explorer

Desenvolvido pela Microsoft e distribuído integrado ao Sistema Operacional


Windows, o Internet Explorer é um browser (programa navegador), que
permite que o usuário visualize páginas HTML disponível na Internet.

O Internet Explorer 11 é a versão mais recente do Internet Explorer que foi


desenvolvido pela Microsoft. É parte integrante do sistema operacional
Windows 8. Tem duas distintas apresentações, de acordo com a interface
escolhida pelo usuário do sistema: na interface Metro UI

Principais Conceitos

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atemploCisA

Barra de Endereços
A barra de endereços é local do navegador onde são digitados ou mostrados
os endereços eletrônicos dos sites que se deseja acessar. Você pode fazer
pesquisas na Internet diretamente da Barra de endereços dos navegadores
modernos e escolher o mecanismo de pesquisa a ser utilizado. Também é
possível permitir que um mecanismo de pesquisa faça sugestões de termos
de pesquisa ou de resultados enquanto você digita.

Navegação por Guias


A navegação com guias é um recurso no nos navegadores modernos que
permite a abertura de vários sites em uma única janela do navegador. Você
pode abrir páginas da Web em novas guias, e alternar entre elas clicando nas
guias que desejar exibir. Ao usar a navegação com guias, você reduz
potencialmente o número de itens exibidos na barra de tarefas. Quando há
várias páginas da Web abertas ao mesmo tempo, cada uma é exibida em uma
guia separada. Essas guias facilitam a alternância entre os sites abertos. Você
pode abrir uma guia clicando no botão Nova Guia à direita da guia aberta
mais recentemente.

Central de Favoritos
O Centro de favoritos é o local onde você pode gerenciar seus Favoritos,
Feeds e Histórico. Favoritos: Favoritos são links de páginas da Web que você
pode adicionar ao seu navegador.
Feeds: Feeds são novos conteúdos baixados automaticamente de sites para
que o RSS assinado esteja sempre atualizado. Um feed, também conhecido
como feed RSS, feed XML ou conteúdo agregado, é o conteúdo de um site
que pode ser fornecido automaticamente para o navegador. Assinando um
feed, você pode obter conteúdo atualizado, como notícias recentes ou o seu
blog favorito, sem ter que visitar o site.
Histórico: O Histórico traz os links visitados pelo usuário do computador em
determinados períodos de tempo. O IE organiza os links de acordo com os
sites visitados, agrupando site a site. O histórico NÃO guarda arquivo, ele é
apenas uma listagem de links

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Botão de Ferramentas

Botão Início ou Página Inicial

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Barra de Menus
Por padrão a barra de menu do Internet Explorer fica oculta, para ativar pasta
pressionar o ALT da esquerda do teclado.

Arquivo

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Editar

Exibir

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Favoritos

Ferramentas

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Ajuda

Principais Funções do Menu

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Arquivo

Nova Guia - Abre uma nova aba na janela selecionada do Internet Explorer.

Duplicar Guia - Cria outra guia com o conteúdo igual a que está aberta no
momento.

Nova janela - Abre uma nova janela do Internet Explorer com a mesma página
que está acessando no momento.

Nova Sessão - Abre uma nova janela do Internet Explorer.

Abrir – Abre uma caixa de dialogo solicitando um endereço de página a ser


aberta.

Editar - Ele abre a janela no editor de arquivos HTML instalado no


computador.

Salvar - Salva a página que está sendo exibida.

Salvar como... - Salva a página que está sendo exibida. Pode escolher entre
salvar toda a página (completa, inclusive com imagens), somente a página
HTML, ou somente
o texto da página.

Fechar Guia - Fecha a guia aberta no momento.

Configurar Página.. - Abre a janela Configurar Página para que você possa
efetuar alterações nas configurações de impressão de seu documento.

Imprimir - Exibe a caixa de diálogo Imprimir, com opções de impressão.

Visualizar impressão - Mostra como a página exibida ficará quando for


impressa.

Enviar – Opções para escolher como enviar a página esta sendo exibida para
destinatária de e-mail ou área de trabalho. Opções: Página por E-mail, Link
por E-mail ou

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Atalho para Área de Trabalho.

Importar e Exportar - Abre o Assistente de importação e exportação, de


opções, favoritos, histórico, senhas e outros dados de navegadores como o
Microsoft Internet
Explorer ou Mozilla.

Propriedades - Abre uma janela de informação sobre a página acessada no


momento.
Trabalhar Offline - Alterna entre os modos online e offline. O modo offline
permite que visualize páginas que já tenha visitado anteriormente sem a
necessidade de estar conectado à internet.

Sair - Fecha todas as janelas abertas.

Editar

Recortar – Esta fica sempre desabilitada.

Copiar – Envia o conteúdo selecionar para área de transferência.

Colar – Cola o conteúdo da área de transferência.

Selecionar tudo - Seleciona todo o texto e outros itens da página.

Localizar nesta Página - Exibe a barra de ferramentas Localizar logo abaixo da


barra de
Guias do Internet Explorer.

Exibir

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Barras de ferramentas - Oculta ou exibe as barras de ferramentas na janela do


Internet Explorer.

Barra do Explorer - Oculta ou exibe as barras Favoritos, Histório e Feeds.

Ir Para - Através desta opção você pode Voltar para uma página acessada
anteriormente, Avançar para a pagina seguinte e voltar à Home Page (Página
inicial).

Parar - Interrompe o carregamento da página que você está visitando.

Painel - O Painel pode exibir os seus favoritos ou o seu histórico.

Atualizar - Recarrega a página novamente em caso de algum problema.

Zoom - Caso a página exibida seja muito grande ou muito pequena, você
pode alterá-la para um tamanho mais confortável.

Tamanho do Texto - Permite que você selecione o tamanho do texto exibido


na página do site: Muito Grande, Grande, Médio, Pequeno e Muito Pequeno.

Codificação - Permite que você selecione manualmente a codificação de


caracteres de uma página.

Estilo - Personaliza o layout de navegação.

Navegação por cursor - é uma maneira mais simples de selecionar textos e se


mover pelas páginas da web, tudo através do seu teclado. Ao invés de utilizar
o cursor do
mouse para selecionar texto e se mover, você pode usar as teclas de
navegação do seu teclado: Home, End, Page Up, Page Down, Enter, Backspace
e as setas direcionais.

Código-fonte - Exibe o código-fonte do documento exibido. Códigos HTML

Política de Privacidade da Página da Web - Permitem visualizar quais paginas


da internet podem gerar cookies ou não

Tela inteira - Alterna para o modo Tela inteira

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Favoritos

Adicionar a Favoritos - Adiciona a página exibida aos seus Favoritos.

Adicionar à Barra de Favoritos - Adiciona a página aberta à barra de favoritos.

Adicionar Guias atuais a Favoritos - Adiciona todas as guias da janela exibida


em uma nova pasta dos Favoritos.

Organizar favoritos: Exibe a Biblioteca, uma janela onde você modificar seus
favoritos.

Ferramentas

Excluir Histórico de navegação - Exclui (limpa) o histórico de acesso a sites.

Navegação InPrivate - Permite navegar na Web sem deixar vestígios no


Internet Explorer. Não gerando histórico, cookies ou arquivos temporários.

Reabrir Última Sessão de Navegação - Reabre a última janela fechada com a


última página de internet aberta.

Filtragem InPrivate - Ajuda a evitar que provedores de conteúdo de sites da


web coletem informações sobre os sites visitados.

Configurações da Filtragem InPrivate - Configura quais os sites que estão


permitidos a coletar informações sobre a navegação.

Bloqueador de Pop-ups: É um recurso do Internet Explorer que permite limitar


ou bloquear a maioria dos pop-ups.

Filtro SmartScreen: É um recurso no Internet Explorer que ajuda a detectar


sites de phishing software que solicitam preenchimento de formulários falsos
para capturar as informações do usuário.

1052
atemploCisA

Gerencias Complementos - Serve para habilitar/desabilitar ou até mesmo


conferir os complementos ou plugins do Internet Explorer.

Modo de Exibição de Compatibilidade: Se uma página não foi desenhada


para o IE, mas funcionam bem nas demais versões, ela pode não ser exibida
corretamente no Internet Explorer para resolver isso foi criado este item.

Assinar este feed - Ao clicar nesta opção será oferecido conteúdos


atualizados do site atualmente acessado.

Windows Update – Acessa o site da Fabricante do Navegar a busca de novas


atualizações ou correções de falhas.

Opções da Internet

Geral: Gerencia a página inicial, Histórico de navegação, ferramentas de


pesquisa, Guias/abas e aparência do navegador.

1053
atemploCisA

Segurança: Gerencia os níveis de segurança na rede e permite personalizar a


execução de complementos e funcionalidades.

1054
atemploCisA

Privacidade: Gerencia funcionalidades de privacidade na rede: Cookies e


Pop-ups

1055
atemploCisA

Conteúdo: Gerencia conteúdos com visualização restrita (Filtro dos Pais),


Certificados digitais, Preenchimento automático e Feeds

Conexões: Gerencia a conexão com a Internet. Permite configuração de


conexões para discagem automática.

1056
atemploCisA

Programas: Gerencia os programas padrões para funcionamento na Internet,


o navegador padrão e os complementos instalados e disponíveis.

1057
atemploCisA

Avançadas: Gerencia as configurações avançadas do navegador (para


usuários experientes). Permite alterar detalhes de acessibilidade, impressão,
navegação, arquivos multimídia, pesquisa e segurança.

Outras Funções

Gerenciar Complementos
Os complementos de navegador da Web adicionam recursos extras ao
navegador, como barras de ferramentas e controles ActiveX. Diversos
complementos são pré-instalados no navegador, mas muitos são
provenientes da Internet. Os complementos geralmente exigem a sua
permissão para que sejam instalados no computador. Entretanto, alguns
podem ser instalados sem o seu conhecimento. Isso pode acontecer se o
complemento for parte de outro programa que você tenha instalado.

1058
atemploCisA

Gerenciador de Downloads
O Gerenciador de Download lista os arquivos que você baixou da Internet,
mostra onde eles estão armazenados no computador e permite facilmente
pausar downloads, abrir arquivos e executar outras ações.

Bloqueador de Pop-ups
O Bloqueador de Pop-ups limita ou bloqueia popups nos sites que você visita.
Você pode escolher o nível de bloqueio que prefere, ative ou desative o
recurso de notificações quando os pop-ups estão bloqueados ou criar uma
lista de sites cujos pop-ups você não deseja bloquear.

Do Not Track (Não Rastrear)


Rastreamento se refere à maneira como sites, provedores de conteúdo
terceirizados, anunciantes e outros ficam sabendo sobre o modo como você

1059
atemploCisA

interage com sites. Eles podem, por exemplo, monitorar as páginas que você
visita, os links em que você clica e os produtos que você compra ou avalia.
Isso ajuda esses sites a oferecer conteúdo personalizado como anúncios ou
recomendações, mas também significa que a sua atividade de navegação está
sendo coletada e, muitas vezes, compartilhada com outras empresas. Quando
o recurso Do Not Track está ativado, o Internet Explorer envia uma solicitação
Do Not Track tanto para os sites que você visita como para os terceiros cujo
conteúdo está hospedado nesses sites. A solicitação Do Not Track informa a
esses sites e provedores de conteúdo que você prefere que sua atividade de
navegação não seja rastreada.

Indicador de Página Segura

Existem pelo menos dois itens que podem ser visualizados na janela do seu
browser, e que significam que as informações transmitidas entre o browser e
o site visitado estão sendo criptografadas.

O primeiro pode ser visualizado no local onde o endereço do site é digitado.


O endereço deve começar com https:// (diferente do http:// nas conexões
normais), onde o s antes do sinal de dois-pontos indica que o endereço em
questão é de um site com conexão segura e, portanto, os dados serão
criptografados antes de serem enviados.

A figura abaixo apresenta o primeiro item, indicando uma conexão segura

O segundo item a ser visualizado corresponde a algum desenho ou sinal,


indicando que a conexão é segura.

Normalmente, o desenho mais adotado nos browsers recentes é de um


"cadeado fechado", apresentado na barra de status, na parte inferior da janela
do browser (se o cadeado estiver aberto, a conexão não é segura).

A figura abaixo apresenta desenhos dos cadeados fechados, indicando


conexões seguras, observados nas barras de status do Internet Explorer

1060
atemploCisA

Ao clicar sobre o cadeado, será exibida uma tela que permite verificar as
informações referentes ao certificado emitido para a instituição que mantém
o site, bem como informações sobre o tamanho da chave utilizada para
criptografar os dados.

Teclas de Atalho

Pressione o seguinte no
Pressione o seguinte no
Para fazer isto Abrir o Internet Explorer
Internet Explorer 11
para área de trabalho
Adicionar o site atual Ctrl+D Ctrl+D

1061
atemploCisA

Pressione o seguinte no
Pressione o seguinte no
Para fazer isto Abrir o Internet Explorer
Internet Explorer 11
para área de trabalho
aos favoritos
Fechar a guia Ctrl+W Ctrl+W
Ir para a home page (Não disponível) Alt+Home
Excluir o histórico de
(Não disponível) Ctrl+Shift+Delete
navegação
Obter ajuda e suporte F1 F1
Abrir o histórico de
(Não disponível) Ctrl+H
navegação
Abrir uma nova guia Ctrl+T Ctrl+T
Abrir uma nova janela
de Navegação Ctrl+Shift+P Ctrl+Shift+P
InPrivate
Imprimir a página
Ctrl+P Ctrl+P
atual
Atualizar a página F5 F5
Alternar entre guias Ctrl+Tab Ctrl+Tab
Exibir os comandos Alt+D (Não disponível)
de aplicativo (barra de
endereços, sites
frequentes, etc.)
Exibir os downloads Ctrl+J Ctrl+J

Pesquisar
Pressione o seguinte no
Pressione o seguinte
Para fazer isto Abrir o Internet Explorer
no Internet Explorer 11
para área de trabalho
Abrir uma consulta de
pesquisa na barra de Ctrl+E Ctrl+E
endereços
Abrir uma consulta de
pesquisa em uma nova (não disponível) Alt+Enter
guia
Abrir a barra de Ctrl+Seta para baixo Ctrl+Seta para baixo
endereços (para exibir o
histórico, os favoritos e

1062
atemploCisA

Pressione o seguinte no
Pressione o seguinte
Para fazer isto Abrir o Internet Explorer
no Internet Explorer 11
para área de trabalho
os provedores de
pesquisa)
Pesquisar usando texto
Ctrl+Shift+L Ctrl+Shift+L
copiado

Aplicar zoom
Pressione o seguinte no Abrir o
Para fazer Pressione o seguinte no
Internet Explorer para área de
isto Internet Explorer 11
trabalho
Ampliar (+
Ctrl+Sinal de adição Ctrl+Sinal de adição
10%)
Reduzir (-
Ctrl+Sinal de subtração Ctrl+Sinal de subtração
10%)
Aplicar
zoom de Ctrl+0 Ctrl+0
100%

1063
atemploCisA

Chrome

O Google Chrome é um navegador desenvolvido pelo Google e compilado


com base em componentes de código aberto e sua estrutura de
desenvolvimento de aplicações (Framework). Em menos de dois anos de uso,
o Google Chrome já era o terceiro navegador mais usado do mundo, atrás
apenas do Internet Explorer e Mozilla Firefox. Em outubro de 2010, cerca de
8,50% dos usuários de Internet do mundo mantiveram o Google Chrome
como seu navegador principal.
Atualmente, o Chrome é o navegador mais utilizado no mundo, com 49,18%
dos usuários de Desktop, contra 22,62% do Internet Explorer e 19,25% do
Mozilla Firefox, segundo a StatCounter. O nome do navegador deriva do
término usado para o marco da interface gráfica do usuário ("chrome").

Principais Conceitos

Navegação por Guias


A navegação com guias é um recurso que permite a abertura de vários sites
em uma única janela do navegador. Você pode abrir páginas da Web em
novas guias, e alternar entre elas clicando nas guias que desejar exibir. Ao
usar a navegação com guias, você reduz potencialmente o número de itens
exibidos na barra de tarefas.

1064
atemploCisA

Gerenciador de favoritos

Você pode ver e organizar seus favoritos na guia do Gerenciador de favoritos


da Biblioteca. Para abrir a guia "Gerenciador de Favoritos”, clique no botão
Personalizar e Controlar , ao lado direito da Barra de Endereço, e selecione a
opção Favoritos – Gerenciador de Favoritos.

Histórico

O Histórico traz os links visitados pelo usuário do computador em


determinados períodos de tempo. O Google Chrome organiza os links de
acordo com os sites visitados, agrupando site a site. O histórico NÃO guarda
arquivos, ele é apenas uma listagem de links.

1065
atemploCisA

Barra de Endereço
Na Barra de Endereço pode ser também utilizada como Campo de Pesquisa.

Campo de Endereço
Como campo de Endereço você pode navegar para uma nova página da web
digitando seu endereço ou URL na Barra de Endereço. URLs normalmente
começam com "http://" seguido de um ou mais nomes que identificam o
endereço.

Navegação Anônima

Quando você navega na web, o Google Chrome guarda informações para


você - sites que você visitou, arquivos que você baixou e muito mais. No
entanto, pode haver momentos em que você não quer que outros usuários
tenham acesso a tais informações. Por exemplo, se você compartilha um
computador com alguém e quer lhe comprar um presente de aniversário.
A Navegação Anônima permite-lhe navegar na Internet sem guardar qualquer
informação sobre os sites e páginas que você visitou.
A Navegação Anônima não o torna indetectável na Internet. O fornecedor de
serviços internet, entidade patronal, ou os próprios sites ainda podem
localizar as páginas que você visitou.

1066
atemploCisA

Extensões
As extensões ou complementos (add-ons) do Google Chrome são pequenos
pedaços de programas que adicionam novas características ou
funcionalidades ao navegador. As extensões podem incrementar o Google
Chrome com novos sistemas de busca, dicionários de língua estrangeira, ou
mudar a aparência do Google Chrome.
Através dos complementos, você pode customizar o Google Chrome para
encontrar suas necessidades e gostos.

Downloads
A opção Downloads mantém o usuário informado dos arquivos que você
baixou ao usar o Google Chrome, incluindo arquivos que você abre e salva os
arquivos em seu computador. O Downloads exibe informações sobre cada
download, como o nome do arquivo, tempo restante para o download está

1067
atemploCisA

completo, onde o arquivo foi baixado, e o tempo ou a data do download. Por


padrão, o gerenciador de downloads será exibido um histórico de downloads
do passado até que você limpe a lista.

Configurações
Na guia de Configurações do Google Chrome o usuário pode realizar, entre
outras funções: Configurar uma conta de acesso Google, definir padrões de
inicialização, ajustar aparência e pesquisar, alterar configurações de
Privacidade, Idiomas, Downloads e Sistema.

Principais Símbolos e Ícones

1068
atemploCisA

Voltar e Avançar
Botões usados para realizar as ações de “Voltar” e “Avançar” entre o histórico
de páginas navegadas. O botão “Voltar” fica disponível quando você sai da
página inicial e vai para uma outra página, permitindo que o usuário possa
retornar a página anterior. O Botão “Avançar” fica disponível quando o usuário
“Volta” de uma página acessada, permitindo ao usuário avançar para a página
de onde voltou.

Recarregar
Atualiza o conteúdo da página atualmente exibida, é o famoso F5

Página Inicial
Carrega a página inicial configurada no Google Chrome na guia atual e, caso
aja mais de uma página inicial configurada no Chrome, elas serão abertas em
outras abas

Favoritos
A estrela branca indica que a página atualmente exibida não faz parte dos
favoritos do Google Chrome. Ao clicar na estrela branca a página atual é
automaticamente inserida como favorito e a estrela dourada passará a ser
sempre exibida para esse site.

Indicador de Página Segura

Existem pelo menos dois itens que podem ser visualizados na janela do seu
browser, e que significam que as informações transmitidas entre o browser e
o site visitado estão sendo criptografadas.

1069
atemploCisA

O primeiro pode ser visualizado no local onde o endereço do site é digitado.


O endereço deve começar com https:// (diferente do http:// nas conexões
normais), onde o s antes do sinal de dois-pontos indica que o endereço em
questão é de um site com conexão segura e, portanto, os dados serão
criptografados antes de serem enviados.

A figura abaixo apresenta o primeiro item, indicando uma conexão segura

O segundo item a ser visualizado corresponde a algum desenho ou sinal,


indicando que a conexão é segura.

Normalmente, o desenho mais adotado nos browsers recentes é de um


"cadeado fechado", apresentado na barra de status, na parte inferior da janela
do browser (se o cadeado estiver aberto, a conexão não é segura).

A figura abaixo apresenta desenhos dos cadeados fechados, indicando


conexões seguras, observados nas barras de status do Internet Explorer

Ao clicar sobre o cadeado, será exibida uma tela que permite verificar as
informações referentes ao certificado emitido para a instituição que mantém
o site, bem como informações sobre o tamanho da chave utilizada para
criptografar os dados.

1070
atemploCisA

Teclas de Atalho

Atalhos de guias e janelas


Windows
Ctrl+N Abre uma nova janela.
Ctrl+T Abre uma nova guia.
Abre uma nova janela no
Ctrl+Shift+N modo de navegação
anônima.
Pressionar Ctrl+O e, em seguida, selecionar Abre um arquivo do seu
arquivo. computador no Google

1071
atemploCisA

Chrome.
Pressionar Ctrl e clicar em um link. Ou clicar em Abre o link em uma
um link com o botão do meio do mouse (ou rolar nova guia em segundo
o mouse). plano.
Pressionar Ctrl+Shift e clicar em um link. Ou Abre o link em uma
pressionar Shift e clicar em um link com o botão nova guia e alterna para
do meio de seu mouse (ou rolar o mouse). a guia recém-aberta.
Abre o link em uma
Pressionar Shift e clicar em um link.
nova janela.
Reabre a última guia que
você fechou. O Google
Ctrl+Shift+T
Chrome lembra as dez
últimas guias fechadas.
Arrastar um link para uma guia. Abre o link na guia.
Arrastar um link para uma área em branco na Abre o link em uma
barra de guias. nova guia.
Abre a guia em uma
Arrastar uma guia para fora da barra de guias.
nova janela.
Arrastar uma guia para fora da barra de guias e Abre a guia na janela já
em uma janela já existente. existente.
Retorna a guia para sua
Pressionar Esc ao arrastar uma guia.
posição original.
Alterna para a guia no
número de posição
Ctrl+1 a Ctrl+8
especificado na barra de
guias.
Alterna para a última
Ctrl+9
guia.
Alterna para a próxima
Ctrl+Tab ou Ctrl+PgDown
guia.
Alterna para a guia
Ctrl+Shift+Tab ou Ctrl+PgUp
anterior.
Alt+F4 ou Ctrl + Shift + W Fecha a janela atual.

1072
atemploCisA

Fecha a guia ou pop-up


Ctrl+W ou Ctrl+F4
atual.
Clicar em uma guia com o botão do meio do Fecha a guia em que
mouse (ou rolar o mouse). você clicou.
Clicar com o botão direito do mouse ou clicar e
Exibe seu histórico de
manter pressionada a seta "Voltar" ou "Avançar"
navegação na guia.
na barra de ferramentas do navegador.
Vai para a página
Pressionar Backspace ou Alt e a seta para
anterior no seu histórico
esquerda ao mesmo tempo.
de navegação da guia.
Vai para a próxima
Pressionar Shift+Backspace ou Alt e a seta para a
página no seu histórico
direita ao mesmo tempo.
de navegação da guia.
Pressionar Ctrl e clicar na seta "Voltar", na seta
Abre o destino do botão
"Avançar" ou no botão "Ir" na barra de
em uma nova guia em
ferramentas. Ou clicar em um dos botões com o
segundo plano.
botão do meio do mouse (ou rolar o mouse).
Clicar duas vezes na área em branco na barra de Maximiza ou minimiza a
guias. janela.
Abre sua página inicial
Alt+Home
na janela atual.

Linux

Ctrl+N Abre uma nova janela.


Ctrl+T Abre uma nova guia.
Abre uma nova janela no
Ctrl+Shift+N
modo de navegação anônima.
Abre um arquivo do seu
Pressionar Ctrl+O e, em seguida,
computador no Google
selecionar arquivo.
Chrome.
Pressionar Ctrl e clicar em um link. Ou Abre o link em uma nova guia
clicar em um link com o botão do meio em segundo plano.

1073
atemploCisA

do mouse (ou rolar o mouse).


Pressionar Ctrl+Shift e clicar em um link.
Abre o link em uma nova guia
Ou pressionar Shifte clicar em um link
e alterna para a guia recém-
com o botão do meio de seu mouse (ou
aberta.
rolar o mouse).
Abre o link em uma nova
Pressionar Shift e clicar em um link.
janela.
Reabre a última guia que você
fechou. O Google Chrome
Ctrl+Shift+T
lembra as dez últimas guias
fechadas.
Arrastar um link para uma guia. Abre o link na guia.
Arrastar um link para uma área em Abre o link em uma nova
branco na barra de guias. guia.
Arrastar uma guia para fora da barra de Abre a guia em uma nova
guias. janela.
Arrastar uma guia para fora da barra de Abre a guia na janela já
guias e em uma janela já existente. existente.
Retorna a guia para sua
Pressionar Esc ao arrastar uma guia.
posição original.
Alterna para a guia no
número de posição
Ctrl+1 a Ctrl+8
especificado na barra de
guias.
Ctrl+9 Alterna para a última guia.
Ctrl+Tab ou Ctrl+PgDown Alterna para a próxima guia.
Ctrl+Shift+Tab ou Ctrl+PgUp Alterna para a guia anterior.
Ctrl+Shift+Q Fecha o Google Chrome.
Ctrl+W ou Ctrl+F4 Fecha a guia ou pop-up atual.
Clicar em uma guia com o botão do meio Fecha a guia em que você
do mouse (ou rolar o mouse). clicou.
Clicar com o botão direito do mouse ou Exibe seu histórico de
clicar e manter pressionada a seta navegação na guia.
"Voltar" ou "Avançar" na barra de

1074
atemploCisA

ferramentas do navegador.
Vai para a página anterior no
Pressionar Alt e a seta para a esquerda
seu histórico de navegação da
ao mesmo tempo.
guia.
Vai para a próxima página no
Pressionar Alt e a seta para a direita ao
seu histórico de navegação da
mesmo tempo.
guia.
Clicar na seta "Voltar", na seta "Avançar"
Abre o destino do botão em
ou no botão "Ir" na barra de ferramentas
uma nova guia em segundo
com o botão do meio do mouse (ou rolar
plano.
o mouse).
Clicar duas vezes na área em branco na Maximiza ou minimiza a
barra de guias. janela.

Atalhos de recursos do Google Chrome


Windows

Alt+F ou Alt Abre o menu do Google Chrome , que permite


+Eou F10 personalizar e controlar as configurações do Chrome.
Ctrl+Shift+B Ativa e desativa a barra de favoritos.
Ctrl+H Abre a página "Histórico".
Ctrl+J Abre a página "Downloads".
Ctrl+Shift+Es
Abre o "Gerenciador de tarefas".
c
Shift+Alt+T Define o foco na primeira ferramenta da barra de
ferramentas do navegador. Você pode usar os seguintes
atalhos para se mover na barra de ferramentas:
• Pressione Tab, Shift+Tab, Home, End, seta para a
direita e seta para a esquerda para mover o foco para
diferentes itens na barra de ferramentas.
• Pressione Espaço ou Enter para ativar os botões da barra de

1075
atemploCisA

ferramenta, incluindo ações da página e do navegador.


• Pressione Shift+F10 para acessar qualquer menu de
contexto associado (por exemplo, o histórico de navegação
do botão "Voltar").
• Pressione Esc para mudar o foco da barra de ferramentas de
volta à página.
Muda o foco para o próximo painel acessível pelo teclado.
Os painéis incluem:
• Destaca o URL na barra de endereço
F6 ou Shift+F
• Barra de favoritos (se visível)
6
• O conteúdo principal da Web (incluindo qualquer barra de
informações)
• Barra de downloads (se visível)
Ctrl+Shift+J Abre as ferramentas do desenvolvedor.
Ctrl+Shift+D
Abre a caixa de diálogo "Limpar dados de navegação".
elete
F1 Abre a Central de Ajuda em uma nova guia (nosso favorito).
Ctrl+Shift+M Alternar entre vários usuários.

Linux

Abre o menu "Ferramentas", que permite personalizar e


Alt+F
controlar as configurações no Google Chrome.
Ctrl+Shift+
Ativa e desativa a barra de favoritos.
B
Ctrl+H Abre a página "Histórico".
Ctrl+J Abre a página "Downloads".
Shift+Esc Abre o "Gerenciador de tarefas".
Ctrl+Shift+
Abre as ferramentas do desenvolvedor.
J
Ctrl+Shift+
Abre a caixa de diálogo "Limpar dados de navegação".
Delete

1076
atemploCisA

F1 Abre a Central de Ajuda em uma nova guia (nosso favorito).


Ctrl+Shift+
Alternar entre vários usuários.
M

Atalhos da barra de endereço

Digitar um termo de pesquisa e Executa uma pesquisa usando seu


pressionar Enter. mecanismo de pesquisa padrão.
Digitar a palavra-chave de um
mecanismo de pesquisa, Executa uma pesquisa usando o
pressionar Espaço, digitar um mecanismo de pesquisa associado à
termo de pesquisa e palavra-chave.
pressionar Enter.
Começar a digitar o URL de um
mecanismo de pesquisa, Executa uma pesquisa usando o
pressionar Tab quando for mecanismo de pesquisa associado ao
solicitado, digitar um termo de URL.
pesquisa e pressionar Enter.
Adiciona www. e .com para a entrada
Ctrl+Enter na barra de endereços e abre o URL
resultante.
Digitar um URL e
Abre o URL em uma nova guia.
pressionar Alt+Enter.
Ctrl+L ou Alt+D Destaca o URL.
Coloca um "?" na barra de endereço.
Digite um termo de pesquisa após o
Ctrl+K ou Ctrl+E ponto de interrogação para realizar
uma pesquisa usando seu mecanismo
de pesquisa padrão.
Pressionar Ctrl e a seta para a Move seu cursor para o termo-chave
esquerda ao mesmo tempo. anterior na barra de endereço
Pressionar Ctrl e a seta para a Move seu cursor para o próximo

1077
atemploCisA

direita ao mesmo tempo. termo-chave na barra de endereço


Exclui o termo-chave antes do cursor
Ctrl+Backspace
na barra de endereço
Selecionar uma entrada no menu
suspenso da barra de endereço Exclui a entrada do seu histórico de
com as setas de seu teclado e navegação, se for possível.
pressionar Shift+Delete.
Clicar em uma entrada no menu
suspenso da barra de endereço Abre a entrada em uma nova guia em
com o botão do meio do mouse segundo plano.
(ou rolar o mouse).
Pressionar Page Up ou Page
Seleciona a primeira ou a última
Down quando o menu suspenso
entrada no menu suspenso.
da barra de endereço estiver visível.

Linux

Digitar um termo de pesquisa e Executa uma pesquisa usando seu


pressionar Enter. mecanismo de pesquisa padrão.
Digitar a palavra-chave de um
Executa uma pesquisa usando o
mecanismo de pesquisa,
mecanismo de pesquisa associado à
pressionar Espaço, digitar um termo
palavra-chave.
de pesquisa e pressionar Enter.
Começar a digitar o URL de um
mecanismo de pesquisa, Executa uma pesquisa usando o
pressionar Tab quando for mecanismo de pesquisa associado ao
solicitado, digitar um termo de URL.
pesquisa e pressionar Enter.
Ctrl+L Destaca o URL.
Coloca um "?" na barra de endereço.
Digite um termo de pesquisa após o
Ctrl+K ou Ctrl+E ponto de interrogação para realizar
uma pesquisa usando seu mecanismo
de pesquisa padrão.

1078
atemploCisA

Pressionar Ctrl+Shift e a seta para a Move seu cursor para o termo-chave


esquerda ao mesmo tempo. anterior na barra de endereço
Pressionar Ctrl+Shift e a seta para a Move seu cursor para o próximo
direita ao mesmo tempo. termo-chave na barra de endereço
Exclui o termo-chave antes do cursor
Ctrl+Backspace
na barra de endereço
Selecionar uma entrada no menu
suspenso da barra de endereço com Exclui a entrada do seu histórico de
as setas de seu teclado e navegação, se for possível.
pressionar Shift+Delete.
Clicar em uma entrada no menu
suspenso da barra de endereço com Abre a entrada em uma nova guia em
o botão do meio do mouse (ou rolar segundo plano.
o mouse).
Pressionar Page Up ou Page
Seleciona a primeira ou a última
Down quando o menu suspenso da
entrada no menu suspenso.
barra de endereço estiver visível.

Atalhos de páginas da Web


Windows
Ctrl+P Imprime sua página atual.
Ctrl+S Salva sua página atual.
F5 ou Ctrl+R Recarrega sua página atual.
Esc Interrompe o carregamento de sua página atual.
Ctrl+F Abre a barra "Localizar".
Localiza a próxima correspondência para sua
Ctrl+G ou F3
entrada na barra de localização.
Ctrl+Shift+G, Shift+F3 Localiza a correspondência anterior para sua
ouShift+Enter entrada na barra de localização.
Clicar no botão do meio Ativa o rolamento automático. Conforme você
do mouse (ou rolar o movimenta o mouse, a página rola

1079
atemploCisA

automaticamente de acordo com a direção do


mouse).
mouse.
Recarrega sua página atual, ignorando o
Ctrl+F5 ou Shift+F5
conteúdo armazenado em cache.
Pressionar Alt e clicar em
Faz download do destino do link.
um link.
Ctrl+U Abre o código-fonte da página atual.
Arrastar um link para a
Salva o link como um favorito.
barra de favoritos
Ctrl+D Salva a página da Web atual como um favorito.
Salva todas as páginas abertas como favoritos em
Ctrl+Shift+D
uma nova pasta.
Abre sua página no modo de tela cheia.
F11
Pressione F11 novamente para sair desse modo.
Ctrl e + ou
pressionar Ctrl e rolar o Aumenta tudo na página.
mouse para cima.
Ctrl e - ou
pressionar Ctrl e rolar o Diminui tudo na página.
mouse para baixo.
Ctrl+0 Tudo da página volta ao tamanho normal.
Barra de espaço Rola a página da Web para baixo.
Home Vai para a parte superior da página.
End Vai para a parte inferior da página.
Pressionar Shift e rolar o
Rola a página na direção horizontal.
mouse.

Linux

Ctrl+P Imprime sua página atual.


Ctrl+S Salva sua página atual.

1080
atemploCisA

Ctrl+R Recarrega a página atual.


Interrompe o carregamento de sua página
Esc
atual.
Ctrl+F Abre a barra "Localizar".
Localiza a próxima correspondência para sua
Ctrl+G ou Enter
entrada na barra "Localizar".
Ctrl+Shift+G ou Shift+Ent Localiza a correspondência anterior da sua
er entrada na barra "Localizar".
Pressionar Alt e clicar em
Faz download do destino do link.
um link.
Ctrl+U Abre o código-fonte da página atual.
Arrastar um link para a barra
Salva o link como um favorito.
de favoritos
Salva a página da Web atual como um
Ctrl+D
favorito.
Salva todas as páginas abertas como favoritos
Ctrl+Shift+D
em uma nova pasta.
Abre sua página no modo de tela cheia.
F11 Pressione F11 novamente para sair desse
modo.
Ctrl e + ou pressionar Ctrl e
Aumenta tudo na página.
rolar o mouse para cima.
Ctrl e - ou pressionar Ctrl e
Diminui tudo na página.
rolar o mouse para baixo.
Ctrl+0 Tudo da página volta ao tamanho normal.
Barra de espaço Rola a página da Web para baixo.
Home Vai para a parte superior da página.
End Vai para a parte inferior da página.

1081
atemploCisA

Atalhos de texto
Windows e Linux

Ctrl+C Copia o conteúdo realçado na área de transferência.


Ctrl+V ou Shift+Ins
Cola o conteúdo da área de transferência.
ert
Cola o conteúdo da área de transferência sem
Ctrl+Shift+V
formatação.
Ctrl+X ou Shift+Del Exclui o conteúdo realçado e o copia na área de
ete transferência

Busca e Pesquisa na Internet

Os motores de busca surgiram logo após o aparecimento da Internet, com a


intenção de prestar um serviço extremamente importante: a busca de
qualquer informação na rede, apresentando os resultados de uma forma
organizada, e também com a proposta de fazer isto de uma maneira rápida e
eficiente.

A partir deste preceito básico, diversas empresas se desenvolveram, chegando


algumas a valer milhões de dólares.

Entre as maiores empresas encontram-se o Google, o Yahoo, o Bing, o Lycos,


o Cadê e, mais recentemente, a Amazon.com com o seu mecanismo de busca
A9 porém inativo.

Os buscadores se mostraram imprescindíveis para o fluxo de acesso e a


conquista novos visitantes.

1082
atemploCisA

O Google Search é, atualmente, o site de busca mais famoso, eficaz e visitado


da web. Mas será que todo mundo sabe como fazer buscas eficientes no
Google? A partir desta pergunta decidimos trazer-lhes algumas informações
relevantes sobre como usar a busca do Google da melhor maneira.
Por exemplo: você sabia que é possível saber o horário local das principais
cidades do mundo pelo Google? Sabia que também é possível consultar a
previsão do tempo, converter moedas ou fazer contas matemáticas? Pois é,
estas são apenas algumas de muitas outras ferramentas que o Google
oferece.
Conteúdo entre aspas: o comando “entre aspas” efetua a busca pela
ocorrência exata de tudo que está entre as aspas, agrupado da mesma forma.
Sinal de subtração: este comando procura todas as ocorrências que você
procurar, exceto as que estejam após o sinal de subtração. É chamado de
filtro (ex: baixaki -download)
OR (ou): OR serve para fazer uma pesquisa alternativa. No caso de “Carro
(vermelho OR verde)” (sem as aspas), Google irá procurar Carro vermelho e
Carro verde. É necessário usar os parênteses e OR em letra maiúscula.
Asterisco coringa: utilizar o asterisco entre aspas o torna um coringa. (ex:
café * leite: Google buscará ocorrências de café + qualquer palavra + leite.
Define: comando para procurar definições de qualquer coisa na internet
(define:abacate).
Info: info serve para mostrar as informações que o Google tem sobre algum
site (info:www.brasi.com.br).
Palavra-chave + site: procura certa palavra dentro de um site específico
(download site:www.brasi.com.br).
Link: procura links externos para o site especificado (ex:
link:www.brasi.com.br).
Intitle: restringe os termos da busca aos títulos dos sites (ex: intitle:eu ja fui).
Allinurl: restringe os termos da busca às URL dos sites (ex: allinurl:cachorro).
Time: pesquisa o horário das principais cidades do mundo (ex: time:new
york).

1083
atemploCisA

Weather: pesquisa a previsão do tempo para as principais cidades do mundo


(ex: weather:tokyo).
Calculadora: serve para efetuar contas matemáticas com o Google (ex: 10 /
2).
Conversão de moedas: serve para comparar o atual valor de duas moedas
(ex: 7 dollar in real).
Conversão de temperatura: converte temperatura em Celsius para
Fahreinheit (ex: 140 C in F).
Conversão de distâncias: utilizada para ver a correspondente distância em
diferentes medidas (ex: 100 miles in kilometers).
Conversão de velocidade: comando para converter medidas de velocidade
(ex: 48 kph to mph).
Find a business: procure lojas ou restaurantes em certa cidade. (não
disponível para o Brasil) (ex: shopping, Chicago).
Movie: comando para procurar por títulos de filmes (ex: movie: Batman).
Director: o comando director serve para descobrir o nome de um diretor de
certo filme (ex: director braveheart).

Barra de Pesquisa do Google

O Google possui a ferramenta “estou com sorte” há muito tempo, este


recurso basicamente leva você para o primeiro resultado da pesquisa.

O Google define que o primeiro resultado é o mais “relevante” para o que


você está procurando, porém este recurso gera um custo de oportunidade
muito grande pois quem clica no “estou com sorte” normalmente não
visualiza os anúncios presentes nos resultados da busca e não gera receita
para o Google através dos anunciantes.

1084
atemploCisA

Uma das ferramentas do Google permite que o usuário faça pesquisas de voz
pelo computador, em português.

Basta acessar o ícone

Responda

1 - IBFC - 2014 - PC-SE - Escrivão Substituto


Na pesquisa avançada do Google, temos como padrão, condições de limitar
os resultados de pesquisa por:

I. tipo de arquivo
II. tamanho da página

1085
atemploCisA

III. idioma

Estão corretos os itens:


• a) I e II
• b) II e III.
• c) I e III
• d) todos os itens

2 - VUNESP - 2014 - SP-URBANISMO - Assistente Técnico - Planejamento


O site de buscas www.google.com é um dos mais utilizados para realização de
buscas na internet e é o buscador padrão de alguns navegadores. Outra
opção de site de buscas é o site ____________.

Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto.


• a) www.iexplorer.exe
• b) www.vunesp.com.br
• c) www.bing.com
• d) www.facebook.com
• e) ftp.chrome.com

3 - VUNESP - 2014 - SP-URBANISMO - Assistente Administrativo


O site de buscas www.google.com é um dos mais utiliza- dos para realização
de buscas na internet e é o buscador padrão de alguns navegadores. Outra
opção de site de buscas é o site______________.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto.
• a) www.iexplorer.exe
• b) www.vunesp.com.br
• c) www.bing.com
• d) www.facebook.com
• e) ftp.chrome.com

4 - FGV - 2014 - BNB - Analista Bancário

1086
atemploCisA

Em certas situações, a caixa de busca para o Google mostra-se como na


figura abaixo.

Nesse caso, o ícone

indica que a pesquisa:


• a) se refere a termos de busca previamente gravados num arquivo;
• b) ficará restrita à localização de vídeos e arquivos de áudio;
• c) ficará restrita aos sites do país onde o computador está conectado;
• d) será realizada por meio de protocolos seguros, criptografados;
• e) será determinada por comando de voz.

GABARITO
1-C 2-C 3-C 4- E

Grupos de discussão

Grupo de discussão são ferramentas de comunicação assíncronas, ou seja,


para o recebimento e envio de mensagens não é necessário que os
participantes estejam conectados ao mesmo tempo.

Também conhecido como “Lista de discussão” ou “lista de e-mail” ou “grupos


de e-mail” ou pelo termo inglês “Newsgroups” é um serviço oferecido na
Internet por vários sites como Yahoo Grupos (br.groups.yahoo.com), Google
Groups (groups.google.com), Grupos (www.grupos.com.br) e outros. Nesse

1087
atemploCisA

serviço é possível a grupo de pessoas a troca de mensagens via e-mail com


todos os membros do grupo.

Estrutura Básica

Inicialmente uma pessoa deve ser responsável por cadastrar o grupo


desejado, escolhendo um nome e fazendo as configurações apropriadas. Esta
pessoa é chamada de administrador (ou gerente) e possui como função
gerenciar o grupo, tendo plenos poderes inclusive para deletar o grupo de
discussão se necessário. Diversas configurações estão disponíveis ao
administrador: determinar que as mensagens do grupo não sejam lidas por
pessoas não cadastradas no grupo, determinar quem pode ou não se
inscrever no grupo de discussão, as regras que o grupo de discussão deve
seguir, selecionar outras pessoas para serem administradores, etc. Além disto,
o administrador é responsável por manter o bom andamento do grupo de
discussão: não raro, o administrador pode excluir ou penalizar usuários que
não atendam às políticas do grupo.
A inscrição em um grupo de discussão pode ocorrer por convite ou por
inscrição. No caso do convite, em geral, a maioria dos grupos de discussão
permite ao administrador enviar, para uma lista de e-mails desejados, convites
para participação no grupo. Em outros casos, uma pessoa pode solicitar a
inscrição no grupo diretamente. Conforme as configurações iniciais
estabelecidas pelo administrador, a pessoa pode entrar automaticamente no
grupo de discussão após solicitar a inscrição ou "ser aprovada" pelo
administrador antes de participar.
As discussões podem ocorrer em diversas formas diferentes: nos fóruns de
discussão, quando um membro deseja falar sobre um assunto específico, ele
entra na página do seu grupo com login e senha, e insere um novo tópico de
discussão. Ao submeter o tópico de discussão, qualquer outro membro que
queira responder, deverá entrar no tópico criado inicialmente e responder ao
assunto. Como isto é feito continuamente, para cada tópico cria-se uma lista
de mensagens relacionadas vinculadas ao tópico em questão.
Nos casos das listas de discussão, não há necessidade do usuário entrar na
página do grupo. Após a inscrição inicial, toda vez que o usuário quiser criar
um novo tópico de discussão, ele deve enviar sua mensagem por e-mail para
o endereço de e-mail do grupo. De forma automática, o sistema cria o tópico.

1088
atemploCisA

Para responder ao tópico, basta responder ao e-mail em questão enviado


pelo membro, e automaticamente o sistema vai ordenando os tópicos.

Uma das deficiências dos grupos de discussão é a possível redundância de


mensagens. Como as mensagens são enviadas para os membros, e isso
facilitar o uso, pois não é necessário voltar ao site para verificar se a sua
mensagem foi respondida, temas antigos já respondidos podem voltar com o
tempo ao mesmo grupo de discussão, uma vez que usuários novos sempre
poderão entrar no grupo, e sem conhecimento das mensagens antigas
voltarem ao mesmo assunto novamente. Uma possível solução para essa
deficiência é a existência dos FÓRUNS via web.

Fóruns

A ideia é a mesma, dos grupos de discussão, porém as mensagens ficam


arquivadas no site organizadas por tema e com a consulta mais facilitada.
Fórum nada mais é que um site, onde os usuários podem promover debates,
tirar dúvidas, dar sua opinião ou apenas trocar informações com outros
membros sobre um tema especifico. Muitos utilizam fóruns para discutir com
outras pessoas assuntos ao qual tem interesse, como Hobbys (fotografia,
dança,automobilismo,etc), áreas de atuação (professores, artistas, músicos,
jornalistas) e uma porção de outros assuntos.

Q&A
Outro modelo específico de lista de discussão são as plataformas Q&A
("Questions & Answers") que tenta solucionar um problema dos fóruns de
discussão: no passado, em fóruns de informática, quando alguém postava
uma pergunta sobre tecnologia, poderia haver muitas respostas ao tópico,
mas nenhuma resposta útil para a pergunta original. O acúmulo de respostas
inúteis, no entanto, atrapalhava quem desejava obter informação confiável:
nas plataformas Q&A, o usuário que inicia o tópico posta uma pergunta e
outros usuários respondem a pergunta. Os usuários do grupo de discussão
então dão notas para as respostas de acordo com sua qualidade, o que faz
com que boas respostas apareçam nos primeiros resultados de discussão,

1089
atemploCisA

evitando que o leitor tenha que ler todo o conteúdo. Um exemplo de


plataforma Q&A é o Yahoo! Respostas

Segurança da informação

As informações digitais estão sujeitas a uma série de ameaças (intencionais


ou não) que lhes conferem uma situação de “não confiável”.
A segurança da informação trata justamente dos conceitos, técnicas e
recursos que conseguem diminuir essa fragilidade, dando níveis de
confiabilidade altos às informações digitais.

Princípios Básicos da Segurança da Informação


Disponibilidade
É a garantia de que os sistemas e as informações de um computador estarão
disponíveis quando necessário.

Confidenciabilidade
É a capacidade de controlar quem vê as informações e sob quais condições.
Assegurar que a informação só será acessível por pessoas explicitamente
autorizadas.

Autenticidade
Permite a verificação da identidade de uma pessoa ou agente externo de um
sistema. É a confirmação exata de uma informação.

Integridade
Princípio em que as informações e dados serão guardados em sua forma
original evitando possíveis alterações realizadas por terceiros.

Auditoria
É a possibilidade de rastrear os diversos passos que o processo realizou ou
que uma informação foi submetida, identificando os participantes, locais e

1090
atemploCisA

horários de cada etapa. Exame do histórico dos eventos dentro de um sistema


para determinar quando e onde ocorreu violação de segurança.

Privacidade
Capacidade de controlar quem viu certas informações e quem realizou
determinado processo para saber quem participou, o local e o horário.

Legalidade
É a garantia de legalidade de uma informação de acordo com a legislação
vigente.

Não Repúdio
Não há como "dizer não" sobre um sistema que foi alterado ou sobre um
dado recebido.

Responda
1 - FUNIVERSA - 2015 - SEGPLAN-GO - Auxiliar de Autópsia

O princípio da segurança da informação que se refere a manter as


informações protegidas de acessos não autorizados é chamado de princípio
da
• a) autenticidade.
• b) disponibilidade.
• c) integridade.
• d) confidencialidade.
• e) irretratabilidade.

GABARITO

1091
atemploCisA

1-D

Ameaças
Uma ameaça acontece quando há uma ação sobre uma pessoa ou sobre um
processo utilizando uma determinada fraqueza e causa um problema ou
consequência. Sendo assim, são caracterizados como divulgação ruim,
usurpação, decepção e rompimento.
As ameaças podem ter origem natural, quando surgem de eventos da
natureza, como terremotos ou enchentes; podem ser involuntárias, como falta
de energia ou erros causados por pessoas desconhecidas; ou se tratam de
ameaças voluntárias em que hackers e bandidos acessam os computadores
no intuito de disseminar vírus e causar danos.

Tipos de Ameaça
Ameaça Inteligente: Situação em que seu adversário possui capacidade
técnica e operacional para fazer uso de algo vulnerável no sistema;

Ameaça de Análise: Após uma análise poderão descobrir as possíveis


consequências da ameaça a um sistema.

Principais Ameaças ao Sistema de Informação: incêndio, problemas na


eletricidade, erros no hardware e software, alterações em programas, furto de
dados, invasão ao terminal de acesso, dificuldades de telecomunicação, etc.

Ataques
Um ataque pode ser decorrente de um furto a um sistema de segurança no
intuito de invadir sistemas e serviços. Ele pode ser dividido em ativo, passivo
e destrutivo;o ativo muda os dados, o passivo libera os dados e o destrutivo
proíbe qualquer acesso aos dados. Para que um ataque seja considerado bem
sucedido o sistema atacado deve estar vulnerável.

Tipos de Ataque

1092
atemploCisA

Malware, adware, cavalo de Troia e spyware

O termo malware é proveniente do termo em inglês MALicious software.


Trata-se de um software destinado a se infiltrar em um computador alheio de
forma ilícita, com o intuito de causar algum dano ou roubo de informações
(confidenciais ou não).
Vírus de computador, worms, cavalos de Troia e spywares são considerados
malware.

Adwares trazem propagandas sem autorização


Adware vem do inglês ad = anuncio + software = programa, e são programas
que exibem propagandas e anúncios sem a autorização do usuário, tornando
o computador e a conexão lentos. Normalmente, assumem o formato de
pop-up – aquelas janelas incômodas que abrem a todo instante enquanto se
navega em determinado site.

Cavalo de Tróia invade o computador disfarçado

O cavalo de Tróia ou Trojan Horse é um tipo programa malicioso que pode


entrar em um computador disfarçado como um programa comum e legítimo.
Ele serve para possibilitar a abertura de uma porta de forma que usuários
com más intenções possam invadir o PC.
Seu nome surgiu devido à história da Guerra de Troia e que culminou com a
destruição dessa cidade.
O cavalo de Troia, feito de madeira, fora supostamente oferecido como um
pedido de paz por parte dos gregos. Sendo um presente para o rei, os
troianos levaram o cavalo para dentro das muralhas da cidade.
Durante a noite, quando todos dormiam, este revelou-se uma armadilha e os
soldados gregos que se escondiam dentro da estrutura oca de madeira do
cavalo saíram e abriram os portões para que todo o exército entrasse e
queimasse a cidade.
Assim como na história, um Trojan se passa por um programa que simula
alguma funcionalidade útil quando de fato ele esconde um programa que
pode causar malefícios aos computadores e seus usuários, como abrir portas
e possibilitar invasões ou roubar senhas de usuário. A principal forma de

1093
atemploCisA

propagação destes é pela internet, onde são oferecidos como ferramentas


com funções úteis – ou até mesmo vitais – para os computadores.

Spywares espionam para coletar informações

Spywares são programas espiões, isto é, sua função é coletar informações


sobre uma ou mais atividades realizadas em um computador. Existem muitos
spywares de má índole, criados para coletar informações pessoais e, com elas,
praticar atividades ilegais. Entretanto, nem todos são assim. Por exemplo:
existem empresas de anúncio que se utilizam de spywares para, de forma
legal, coletar informações de seus assinantes, com vistas a selecionar o tipo
de anúncio que irão lhes apresentar.
O fato é que não existe um modo de saber qual spyware é bom e qual é mau.
O critério para se proteger é sempre desconfiar. Um spyware não-prejudicial
só será instalado mediante a autorização do usuário. Um spyware maligno,
porém, irá se instalar sem que o usuário perceba.

Scam

O scam (ou "golpe") é qualquer esquema ou ação enganosa e/ou fraudulenta


que, normalmente, tem como finalidade obter vantagens financeiras.

Apresentamos duas situações envolvendo este tipo de fraude, sendo que a


primeira situação se dá através de páginas disponibilizadas na Internet e a
segunda através do recebimento de e-mails. Observe que existem variantes
para as situações apresentadas e outros tipos de scam. Além disso, novas
formas de scam podem surgir, portanto é muito importante que você se
mantenha informado sobre os tipos de scam que vêm sendo utilizados pelos
fraudadores, através dos veículos de comunicação, como jornais, revistas e
sites especializados.

Os vírus são programas maliciosos desenvolvidos para infectar um sistema e


realizar cópias de si mesmo para se espalhar por computadores de uma rede
local ou mundial, utilizando diversos meios, como: E-Mail, CD, DVD, HD,
PenDrive, e muitos outros.

1094
atemploCisA

Um arquivo infectado por um vírus de computador pode ser recuperado por


meio de softwares Anti-Virus. Através deste mesmo software de proteção é
possível, também, detectar um arquivo contaminado antes que o mesmo seja
executado no computador.

Denial Of Service (DOS)

Ataque que consiste em sobrecarregar um servidor com uma quantidade


excessiva de solicitações de serviços. Há muitas variantes, como os ataques
distribuídos de negação de serviço (DDoS). Nessa variante, o agressor invade
muitos computadores e instala neles um software zumbi, como o Tribal Flood
Network ou o Trinoo. Quando recebem a ordem para iniciar o ataque, os
zumbis bombardeiam o servidor-alvo, tirando-o do ar.

Smurf

O Smurf é outro tipo de ataque de negação de serviço. O agressor envia uma


rápida seqüência de solicitações de Ping(um teste para verificar se um
servidor da Internet está acessível) para um endereço de broadcast. Usando
spoofing, o cracker faz com que o servidor de broadcast encaminhe as
respostas não para o seu endereço, mas para o da vítima. Assim, o
computador-alvo é inundado pelo Ping.

Sniffing

O sniffer é um programa ou dispositivo que analisa o tráfego da rede. Sniffers


são úteis para gerenciamento de redes. Mas nas mãos de hackers, permitem
roubar senhas e outras informações sigilosas.

Spoofing

É a técnica de se fazer passar por outro computador da rede para conseguir


acesso a um sistema. Há muitas variantes, como o spoofing de IP. Para
executá-lo, o invasor usa um programa que altera o cabeçalho dos pacotes IP
de modo que pareçam estar vindo de outra máquina.

1095
atemploCisA

Métodos de proteção de dados digitais

Criptografia
É a codificação de uma informação usando um código secreto. Os métodos
mais seguros e eficientes, baseiam-se no uso de Chaves. Chave é uma
sequencia de caracteres, que pode conter letras, dígitos e símbolos (como
uma senha), e que é convertida em número, usados para Codificar e
Descodificar as informações.

 autenticar a identidade de usuários;


 autenticar e proteger o sigilo de comunicações pessoais e de transações
comerciais e bancárias;
 proteger a integridade de transferências eletrônicas de fundos.

Criptografia de Chave Única


A criptografia de chave única utiliza a mesma chave tanto para codificar
quanto para decodificar mensagens. Apesar deste método ser bastante
eficiente em relação ao tempo de processamento, ou seja, o tempo gasto
para codificar e decodificar mensagens, tem como principal desvantagem a
necessidade de utilização de um meio seguro para que a chave possa ser
compartilhada entre pessoas ou entidades que desejem trocar informações
criptografadas.

Criptografia de Chave Pública e Privada

A criptografia de chaves pública e privada utiliza duas chaves distintas, uma


para codificar e outra para decodificar mensagens. Neste método cada
pessoa ou entidade mantém duas chaves: uma pública, que pode ser
divulgada livremente, e outra privada, que deve ser mantida em segredo pelo
seu dono. As mensagens codificadas com a chave pública só podem ser
decodificadas com a chave privada correspondente.
Seja o exemplo, onde José e Maria querem se comunicar de maneira sigilosa.
Então, eles terão que realizar os seguintes procedimentos:

 José codifica uma mensagem utilizando a chave pública de Maria, que


está disponível para o uso de qualquer pessoa;

1096
atemploCisA

 Depois de criptografada, José envia a mensagem para Maria, através da


Internet;
 Maria recebe e decodifica a mensagem, utilizando sua chave privada,
que é apenas de seu conhecimento;
 Se Maria quiser responder a mensagem, deverá realizar o mesmo
procedimento, mas utilizando a chave pública de José.

Certificado digital
É um arquivo eletrônico que contém dados de uma pessoa ou instituição para
comprovação de identidades. São armazenados no computador, em mídia,
exemplo token ou smart card. Exemplos de Certificados digitais: CPF, RG, CPF
e a Carteira de Habilitação de uma pessoa.

O objetivo da assinatura digital no certificado é indicar que uma outra


entidade (a Autoridade Certificadora) garante a veracidade das informações
nele contidas.

Alguns exemplos típicos do uso de certificados digitais são:


 quando você acessa um site com conexão segura, como por exemplo o
acesso a sua conta bancária pela Internet (vide Parte IV: Fraudes na
Internet), é possível checar se o site apresentado é realmente da
instituição que diz ser, através da verificação de seu certificado digital;
 quando você consulta seu banco pela Internet, este tem que se
assegurar de sua identidade antes de fornecer informações sobre a
conta;
 quando você envia um e-mail importante, seu aplicativo de e-mail pode
utilizar seu certificado para assinar "digitalmente" a mensagem, de
modo a assegurar ao destinatário que o e-mail é seu e que não foi
adulterado entre o envio e o recebimento.

Antivírus

Os antivírus são programas de computador concebidos para prevenir,


detectar e eliminar vírus de computador.

1097
atemploCisA

Existe uma grande variedade de produtos com esse intuito no mercado, e a


diferença entre eles está nos métodos de detecção, no preço e nas
funcionalidades.
Para o usuário doméstico, existe a opção de utilizar um antivírus gratuito ou
um pago. A diferença está nas camadas a mais de proteção que a versão paga
oferece, além do suporte técnico realizado por equipe especializada.

Antispywares eliminam adwares também

Um antispyware é um software de segurança que tem o objetivo de detectar


e remover adwares e spywares. A principal diferença de um anti-spyware de
um antivírus é a classe de programas que eles removem. Adwares e spywares
são consideradas áreas “cinza”, pois nem sempre é fácil determinar o que é
um adware e um spyware.
Muitos antivírus já incorporam detecção de spyware e adware, mas um
antispyware específico ainda faz parte da programação de segurança da
maioria dos usuários.

Firewall controla tráfego da rede

Firewall em português é o mesmo que parede corta-fogo, um tipo de parede,


utilizada principalmente em prédios, e que contém o fogo em casos de
incêndio. O firewall da informática faz jus ao nome, funcionando de maneira
análoga ao mecanismo de contenção de fogo. Ao invés de barrar o avanço
deste, age interceptando e impedindo a difusão de conexões não autorizadas
e/ou nocivas em uma rede.

Um firewall trabalha controlando o tráfego em uma rede, usando para isso


um conjunto de regras. Ele determina qual o conteúdo poderá trafegar pela
rede, bem como as conexões que serão aceitas ou negadas. Se, por exemplo,
um hacker tentar acessar a rede, ou até mesmo um único computador ligado
à internet, e há um firewall configurado adequadamente, o acesso dele será
interceptado e bloqueado. O mesmo vale para os worms, pragas que utilizam
a rede para se disseminarem.

1098
atemploCisA

Os firewalls podem se apresentar sob duas formas: software e hardware. A


primeira, mais comum, são programas que o usuário instala na máquina para
realizar o controle das conexões, tanto as que entram, como as que saem.
Já sob a forma de hardware, temos equipamentos específicos que reforçam a
segurança de uma rede. Esses geralmente são empregados em redes de
grande porte, principalmente em empresas que necessitam de mais
segurança a suas máquinas, uma vez que são equipamentos nem um pouco
baratos.
Embora utilizar os dois tipos seja o ideal para reforçar a segurança de uma
rede, dispor de um bom software e navegar com cautela pela Internet são
medidas triviais que ajudarão, e muito, a impedir que o computador — ou
rede — seja invadido por um hacker

Responda
1 - FGV - 2015 - TJ-BA - Técnico Judiciário
Os criminosos virtuais, também chamados de hackers, atacam computadores
conectados à internet para roubar informações ou danificar o computador.
Para protegê-lo, utiliza-se um software ou hardware que verifica as
informações vindas da internet, conforme ilustrado na figura a seguir.

O software ou hardware utilizado para rejeitar ou permitir que informações da


internet entrem no computador é o:
• a) firewall;
• b) cavalo de tróia (trojan);
• c) anti-spyware;

1099
atemploCisA

• d) certificado digital;
• e) anti-vírus.

GABARITO
1-A

1100
atemploCisA

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DA POLÍCIA MILITAR

Lei Complementar nº 515/2014 - dispõe sobre o Regime de Promoção dos


Praças. Lei nº 4.533/1975 e suas alterações – dispõe sobre o Regime de
Promoção dos Oficiais da PM. Lei nº 4.630/1976 - dispõe sobre o Estatuto da
PMRN. Portaria nº 042/2016 - GCG - dispõe sobre a formalização do Processo
Administrativo Disciplinar Sumário. Decreto nº 23.045/2012 – regulamenta
uniformes da PM. Decreto nº 8.336/1982 - aprova o Regulamento Disciplinar
da PM. Lei Complementar nº 090/1991 – dispõe sobre a Organização básica
da PMRN. Lei Complementar nº 463/2012 - dispõe sobre subsídios dos
Militares do Estado RN. Lei Complementar nº 514/2014 - dispõe sobre o
Reajuste dos subsídios.

Todos os documentos oficiais encontram-se no link Anexo da apostila.

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