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Faculdade de Guarantã do Norte - UNIFAMA

mantida pela Unifama- União das Faculdade de Mato Grosso


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DIREITO PENAL I

PROFESSOR: MARCUS AUGUSTO GIRALDI MACEDO

AULA 11

CRIME COMPLEXO

Não há acordo jurídico da inclusão do crime


complexo no regime da consunção.

Mas, o que é um crime complexo?

Ele vem tratado no artigo 101 do Código Penal.

É um crime que mediante a análise da figura típica,


você consegue visualizar dois ou mais tipos penais, ou seja,
pega-se um fato típico, e se visualiza dois ou mais fatos
típicos em apenas um tipo penal.

EX: Art. 157 do CP - Roubo é a subtração de coisa


alheia móvel mediante violência ou grave ameaça a pessoa.

Imaginemos que o sujeito subtraia coisa alheia


móvel sem violência ou grave ameaça, isto seria, furto, então
ao tipo penal do 157, associamos o tipo penal do 155, ou
seja, o roubo nada mais é do que o furto, com o emprego de
violência ou grave ameaça, e onde podemos achar violência ou
grave ameaça? No artigo 146 do CP, que é o constrangimento
ilegal.

Desta forma, temos que crime complexo, é a fusão


de dois ou mais tipos penais, seria como se 146 + 155 = 157.
PROGRESSÃO CRIMINOSA
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Por meio do princípio da consunção é que se resolve


a questão da progressão criminosa.

As condutas absorvíveis, na relação consuntiva,


podem ser classificadas em três grupos.

1 – da progressão criminosa em sentido estrito;

2 – do fato antecedente não punível;

3 – do fato sucessivo não punível;

O que é a progressão criminosa?

O sujeito quer praticar um crime menos grave, um


furto de residência por exemplo, mas quando ele está
praticando o furto, ele se depara com o proprietário, ele
puxa a arma de fogo e da voz de assalto, ou seja, ele pratica
um crime mais grave, do que aquele que ele pretendia
praticar.

Devemos observar o elemento subjetivo para


detectar a progressão criminosa, o sujeito pretendia cometer
um crime menos grave, que avançou para uma conduta de maior
gravidade durante o iter criminis.

Ocorre a progressão criminosa em sentido estrito


quando a hipótese que seria um crime progressivo se
desvincula no tempo.

EX: A quer, primeiramente, somente ferir, e, logo


após lesar a integridade física da vítima, determina matar
e a mata (o homicídio absorve a lesão corporal). B começa
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molestando uma pessoa (LCP, art. 65) e depois decide injuriá-


la (CP, art. 140). A contravenção é absorvida pelo crime.

Verifica-se o antefactum não punível quando uma


conduta menos grave precede a uma mais grave como meio
necessário ou normal de realização. A primeira é consumida
pela segunda, em face do princípio id quod plerum que
accidit.

É o que ocorre no caso de o sujeito ter em seu


poder “instrumentos empregados usualmente na prática do
crime de furto” (LCP, art. 25) e, em seguida, praticar uma
subtração punível. O detentor de chaves falsas ou gazuas,
que se serve desses meios para praticar um furto, responde
somente pela subtração, em que fica consumida a contravenção.

Existe o postfactum impunível quando um fato


posterior menos grave é praticado contra o mesmo bem jurídico
e do mesmo sujeito, para a utilização de um fato antecedente
e mais grave, e disso para deste tirar proveito, mas sem
causar outra ofensa. Assim, se após o furto o ladrão destrói
a coisa subtraída, só responde pelo furtum rei, e não também
pelo dano (CP, art. 163). Neste caso, a lesão ao interesse
jurídico causada pela conduta precedente torna indiferente
o crime de dano.

PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE: CONCEITO E SUA POSIÇÃO NO TEMA

Segundo o princípio da alternatividade, a norma


penal que prevê vários fatos alternativamente, como
modalidades de um mesmo crime, só é aplicável uma vez, ainda
quando os ditos fatos são praticados, pelo mesmo sujeito,
sucessivamente. Ocorre nos crimes de ação múltipla ou
conteúdo variado, como a participação em suicídio, o comércio
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clandestino ou facilitação de uso de entorpecentes, o escrito


ou objeto obsceno, a supressão de documentos etc.

Assim, se o agente induz, instiga e depois auxilia


alguém a suicidar-se, só responde por um crime: o de
participação em suicídio (CP, art. 122).

Aquele que importa, depois tem em depósito e vende


substância entorpecente, sem autorização legal, só
transgride uma vez a norma do art. 33 da Lei n. 11.343, de
23-8-2006.

Nesses casos, não se pode falar em concurso ou


conflito aparente de normas, uma vez que as condutas
descritas pelos vários núcleos se encontram num só preceito
primário.

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