É um crime que mediante a análise da figura típica,
você consegue visualizar dois ou mais tipos penais, ou seja, pega-se um fato típico, e se visualiza dois ou mais fatos típicos em apenas um tipo penal.
EX: Art. 157 do CP - Roubo é a subtração de coisa
alheia móvel mediante violência ou grave ameaça a pessoa.
Imaginemos que o sujeito subtraia coisa alheia
móvel sem violência ou grave ameaça, isto seria, furto, então ao tipo penal do 157, associamos o tipo penal do 155, ou seja, o roubo nada mais é do que o furto, com o emprego de violência ou grave ameaça, e onde podemos achar violência ou grave ameaça? No artigo 146 do CP, que é o constrangimento ilegal.
Desta forma, temos que crime complexo, é a fusão
de dois ou mais tipos penais, seria como se 146 + 155 = 157. PROGRESSÃO CRIMINOSA Faculdade de Guarantã do Norte - UNIFAMA mantida pela Unifama- União das Faculdade de Mato Grosso _____________________________________________________________________
Por meio do princípio da consunção é que se resolve
a questão da progressão criminosa.
As condutas absorvíveis, na relação consuntiva,
podem ser classificadas em três grupos.
1 – da progressão criminosa em sentido estrito;
2 – do fato antecedente não punível;
3 – do fato sucessivo não punível;
O que é a progressão criminosa?
O sujeito quer praticar um crime menos grave, um
furto de residência por exemplo, mas quando ele está praticando o furto, ele se depara com o proprietário, ele puxa a arma de fogo e da voz de assalto, ou seja, ele pratica um crime mais grave, do que aquele que ele pretendia praticar.
Devemos observar o elemento subjetivo para
detectar a progressão criminosa, o sujeito pretendia cometer um crime menos grave, que avançou para uma conduta de maior gravidade durante o iter criminis.
Ocorre a progressão criminosa em sentido estrito
quando a hipótese que seria um crime progressivo se desvincula no tempo.
EX: A quer, primeiramente, somente ferir, e, logo
após lesar a integridade física da vítima, determina matar e a mata (o homicídio absorve a lesão corporal). B começa Faculdade de Guarantã do Norte - UNIFAMA mantida pela Unifama- União das Faculdade de Mato Grosso _____________________________________________________________________
molestando uma pessoa (LCP, art. 65) e depois decide injuriá-
la (CP, art. 140). A contravenção é absorvida pelo crime.
Verifica-se o antefactum não punível quando uma
conduta menos grave precede a uma mais grave como meio necessário ou normal de realização. A primeira é consumida pela segunda, em face do princípio id quod plerum que accidit.
É o que ocorre no caso de o sujeito ter em seu
poder “instrumentos empregados usualmente na prática do crime de furto” (LCP, art. 25) e, em seguida, praticar uma subtração punível. O detentor de chaves falsas ou gazuas, que se serve desses meios para praticar um furto, responde somente pela subtração, em que fica consumida a contravenção.
Existe o postfactum impunível quando um fato
posterior menos grave é praticado contra o mesmo bem jurídico e do mesmo sujeito, para a utilização de um fato antecedente e mais grave, e disso para deste tirar proveito, mas sem causar outra ofensa. Assim, se após o furto o ladrão destrói a coisa subtraída, só responde pelo furtum rei, e não também pelo dano (CP, art. 163). Neste caso, a lesão ao interesse jurídico causada pela conduta precedente torna indiferente o crime de dano.
PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE: CONCEITO E SUA POSIÇÃO NO TEMA
Segundo o princípio da alternatividade, a norma
penal que prevê vários fatos alternativamente, como modalidades de um mesmo crime, só é aplicável uma vez, ainda quando os ditos fatos são praticados, pelo mesmo sujeito, sucessivamente. Ocorre nos crimes de ação múltipla ou conteúdo variado, como a participação em suicídio, o comércio Faculdade de Guarantã do Norte - UNIFAMA mantida pela Unifama- União das Faculdade de Mato Grosso _____________________________________________________________________
clandestino ou facilitação de uso de entorpecentes, o escrito
ou objeto obsceno, a supressão de documentos etc.
Assim, se o agente induz, instiga e depois auxilia
alguém a suicidar-se, só responde por um crime: o de participação em suicídio (CP, art. 122).
Aquele que importa, depois tem em depósito e vende
substância entorpecente, sem autorização legal, só transgride uma vez a norma do art. 33 da Lei n. 11.343, de 23-8-2006.
Nesses casos, não se pode falar em concurso ou
conflito aparente de normas, uma vez que as condutas descritas pelos vários núcleos se encontram num só preceito primário.