Você está na página 1de 13

EDUCAÇÃO EM PERÍODO DE AUMENTO DA DESIGUALDADE

No que se segue vamos apresentar um quadro da desigualdade social brasileira


buscando

1º) identificar sua sólida estruturação da desigualdade social brasileira e apontar para o modo
como ela se torna uma forma de violência (física e simbólica), contra as vidas e os corpos
periféricos. A desigualdade é beneces economicas, culturais, luxo, opções variadas (campo da
informação e doa posse dos canais de infor) enquanto a base da piramide, precisa gozar com o
mínimo qe dipoe, recursos parcos, escasssez, privação, faltaa de acessso, falta de informação,
parquissimas opções, exropriação, recuros exiguos. Mas evidente que a potencia vital não é
menor, querem poder, querem acesso, querem gozar. E quanto mais exposição ao luxo e a
riqueza se sofre hoje me dia no mundo ultramidiatico, então as ganas de ter aumentam, ainda
mais tendo em vista um campo de experiencias que impele como o mais importante o ter. Antes
a religião oficial e dominante estimulava aos pobres a não ter, a sofrer privações conformados, e
tirando dela uma promessa de futuro extramundano. Mas hoje em dia nem a religiao
predominante nas periferias e zonas urbanas em geral não são baseadas na pobreza, mas
também impele ao incremento drástico, exponencial e mágico das rendas, muito afim da
dinamica do capital, portanto. O sonho do capital adentrou na mente e nos afetos, e , mesmo nas
regras morai sdo povo globalizado, e está nas favelas tal como nas reuniões de negócio dfeitas
em hoteis de luxo em qe se arranjam grandes negocios.

Esse impeto DA PRPIEDADE LUxUOSA DO ESBANJAMENTO E DA OSTENTAÇÃOPODE


SER FACILMENTE REALIZADO PELOS ORINDOS DAS CLASES RICAS, FILHOS DE
INDUSTRIAIS, DESEMBARGADOS, GRANDES COMERCIARIOS, ETC. MAS nos jovens
oriundos da periferia, marcados pela humilhação de assistir as posses pela TV sem poder
goza-las isso forja um ponto de partida existencial cuja disposição de ânimo é o rancor social, a
desesperança quanto ao futuro, a humilhação social por meio dos símbolos da marginalização
que lhe são imputados no corpo, no endereço, etc. e ao qual, por meio de um fenômeno psiquico
chamado identificação ele irá responder por meio de estratégias que criam desavenças no país
muito tristes. Sem uma clara noção sobre esse ponto de partida é injusto querer que os alunos
se comportem mental e afetivamente como aqueles cujo ponto de partida lhe preparou para um
futuro seguro, estável e sob todos os cuidados necessário de modo concreto no dia a dia. A
indignação e a revolta, o desperzo pela ordem estabelecida, a agressividade encarnada n
sistema nervoso e materiazada numa personalidade social (o habitus de Bordieu) são as
caracetrizações mais evidentes do modo de perceber o mundo e de e realizar nele, o modo de
se relacionar uns com os outros, com as instituições que lhe atendem. Esta agerssibidade e
desorientaao imanente não pode ser criticada, recusada de principio, e so'vai soar o grande
abirdo que soa a todos os professores que lidam com estes alunos marginalizados dado que o
grande abismo entre as classes sociais não nos permite ver - quando temos outro ponto de
partida social [e portanto também existencial] - Este impeto agressivo, destritivo, decadente,
uma vez compreendido como parte da natureza da exclusão, do aviltamento e da marginalização
deve nos servir para engendrar critérios próprios na sua educação escolar. Veja-se que nem se
quer são os explorados, pois mal conseguem trabalho formall, são isto sim os abandonados da
sociedade, jogados na sargeta, vivendo numa situação de exclusão e rejeição, por isso o grau de
revolta e indiganação é muito maior do que dos filhos de trabalhadores assalariados estáveis,
que portam uma profissão estável e legal.

2º) mostrar de que modo estas condições sociais e afetivas inviabilizam os processos
educacionais que lhes são oferecidos pelas instituições escolares, que de resto, funcionam ainda
dentro dos moldes das expectativas e dos padrões de vida das classes médias.

1) A política tácita da exclusão social no Brasil, um exemplo recente

Não há exagero ao propondo verificar que a desigualdade social brasileira é intrínseca ao


programa político exercido pelo bloco das elites que governam dando sustentação à classe
política - algo que era parte do programa moral da monarquia, mas que na republica teve de
passar para as operações tacitas. Iso se elucida com certa facilidade quando passamos a
pesquisar as ações do Estado conectada a um pacto de latifundiários, banqueiros e industriais
conectados ao capital internacional . Sendo assim as instituições escolares trabalham orientadas
pelo peso dessa inclinação política, ao mesmo tempo em que se criou uma legislação
educacional em que ela parece autonoma e libertadora do pensamento. este paradoxo é o eixo
central que precisamos manter em mente se quisermos ter uma visão dos fundamentos dos
problemas educacionais históricos do Brasil.
.
É claro que a educação é paradoxal por excelência e ao mesmo tempo que pode
combater a desigualdade pode ser um dos recursos institucionais mais afirmativos desta
desigualdade, afirmando na cara dos relegados de origem que eles não servem para a
sociedade, e que seu horizonte é continuar na mazela.
A escola funciona em grande medida partindo do pressuposto de que encontraremo
slaunos integrados aos objetivos escolares, como acontece de fato entre os filhos das classes
mais confortáveis, cuja prosperidade dependeu de fato da educação dos pais, e entre aques pais
que mesmo sem estudo podem dar acompanhamento estreito a vida escolar dos fhos, o que é
muito dificil quando estes mesmos pais não usufruiram de anos de estudo. Os profissionais da
educação, por uma falha na propria formação que não pontua o paradoxo da educação nem o
mal radical que há em não considerar a exlusão e revolta social dos alunos que chegam
obrigados à escola. A escola opera então exigindo certos pressupostos para o seu trabalho que
as crias da injustiça social não possuem, desconhecem, e até mesmo, foram orientadas pela
experiencia em sentido francamente contrários. Como é o caso do saber esperar, falar um de
cada vez, não falar palavrão, não andar pela asala durante uma explicação, e até mesmo,
pasmem, ouvir uma explicação!
E dado essa incompatibilidade de disposição (ou de genio) os profissionais, uma vez
atacados pelos gestos agressivos de quem foi forjado na violencia, irritados, contracatacam com
as armas que possuem, seu pretenso grau de civilidade, diplomação, vida boa, etc. Um dos
nossos objetivos é indicar para o lugar em que se formam estas crianças perifericas, poder
perceber como crescem e se formam socialmente, para a partir daí poder abrir espaço para uma
questão educacional mais profunda e que costuma ficar obscurecida: quais são os problemas de
má formação humana que sofreram nossas crianças da periferia e qual tipo de educação
primária necessitam para poderem lidar com o mundo de exigencias civicas que vão enfrentar
para se inserirem na sociedade de cabeça erguida.
Podemos ver em ação a estratégia inerente às estratégisa do pacto das elites-Estado para
garantir a desigualdade começando por um acontecimento recente que mostra como as elites
criaram uma colapso nacional para corrigir o grave crime de reduzir a desigualdade, que vinha
tomando forma desde 2000. Todos aqueles que ameacem expor a desigualdade (políticos,
movimentos sociais, ou mesmo a existencia dos pobres) são tratados como bandidos
criminosos. Não há maior crime no brasil do que incomodar a doce vida de privilégios dos muito
ricos.

Em 2014 a distancia entre as condições de subsistência entre os brasileiros estava em


seu ponto de maior arrefecimento (a pobreza havia reduzido de 35% em 1990 para 8% em 2014
(ver NERI, FGVSocial) - , mas a partir de meados deste ano, a crise política que levou ao
impedimento presidencial disparou um aumento da desigualdade economica que desde então
não parou mais de crescer.

De 2014 a 2019 foram 4 anos de aumento ininterrupto do aumento da desigualdade, uma série
recorde na ampliação da iniquidade do trabalho no Brasil (ver NERI, FGVSocial). Apenas em
2015 a pobreza cresceu 19%, arrastando para a escassez algo mais de 3,6 milhões de pessoas
(ibidem, p. 15)

A Crise instalada em 2014, porém não gerou perda de renda para todos os brasileiros. As
camadas mais ricas tiveram aumento de seus dividendos com a ruptura política e o caos social
criado com ela.
Nesse gráfico se vê que os 10% mais ricos tiveram um acrescimo de 2,5% em sua renda
de lá pra cá, os 5% mais ricos um aumento de 4,3% e o 1% mais rico uma elevação maior ainda,
de 10%. Ou seja, a crise foi um bom negocio para os mais ricos.

Observando os grupos tradicionalmente excluidos, como os analfabetos, negros ou


mulheres, temos uma diferenciação que mostra preferencias por alguns na pauperização da
sociedade.
Enquanto o total das pessoas que se encontram nestes grupos selecionados
representam ao todo uma perda de renda de -3,7%, nota-se que os jovens foram os que mais
perderam renda (-17,76%), seguido pelos analfabetos (-15%), os habitantes do Norte e
posteriormente os negros foram os que mais perderam. Nota-se que as mulheres não tiveram
perda neste periodo. A razão para isso parece ter sido, segundo o autor da FGV, é o fato de
terem mais escolaridade.

***

Até aqui uma pequena introdução à política de manutenção da exclusão social como um
programa que toma conta das mentes da sociedade, partindo dos grupos da elite e sendo
adaptadas e divulgadas pela mídia para as classes médias e absorvidas por falta de opção pelas
classes pobres.
Busquemos perceber agora os moldes que amarram as vidas humanas em mundos bem
separados, isto é, as estruturas da desigualdade social. Verificaremos agora o “mapa da
desigualdade” para a cidade de São Paulo, com dados de 2019.

São 96 distritos, que são as unidades apontadas. Vamos indicar os extremos para
averiguar a situação da região de Cidade Lider, Artur Alvim e Itaquera, considerando que esses
dados não refletem a situação das favelas situadas na Lider ou outras, mas sim de toda a região,
na qual as favelas tem um peso que são contrabalanceado por moradores do bairro em
melhores espaços e condições.

% de população Preta e Parda


Moema: 5,8% (menor indice) feminicídio
.. (Número total de ocorrências de feminicídio, para
Cidade Lider:38,8% cada dez mil mulheres na faixa etária de 20 a 59 anos
Itaquera:45% Alto de Pinheiros 0
.. Bela Vista 0
Jardim Angela e imediações: 60% (maiores indices) Belém 0
Bom Retiro 0
Brás 0
Jaguaré 0
Mandaqui 0
Marsilac 0
Violência contra a mulher - todos os tipos Moema 0
(Proporção de ocorrências de violência contra a Moóca 0
mulher (todas as categorias),para cada dez mil …
mulheres na faixa etária de 20 a 59 anos Cidade Líder 0,48
Itaquera 0,62
Vila Andrade 102,3 Artur Alvim 1,91
Perdizes 112,4 …
Alto de Pinheiros 132,0(menores indices) Vila Guilherme 3,54
… Barra Funda 6,11
Cidade Líder 256,9 Sé 8,41
Itaquera 356,8

Brás 580,0 (maiores indices)
Barra Funda 651,5
Sé 803,9
Violência racial Leitos hospitalares
Alto de Pinheiros 0 (públicos e particulares)
Jaguara 0
Marsilac 0 Bela Vista 38,64
Jardim Ângela 0,12 Jardim Paulista 30,98
São Mateus 0,13 Consolação 27,25
.... Vila Mariana 18,66
Cidade Líder 1,05 Moema 17,99
Itaquera 1,48 Liberdade 16,54
… Moóca 15,94
Barra Funda 7,62 …
Sé 13,00 Parque do Carmo 8,55
Itaquera 0,856
Artur Alvim 0
Favelas Cidade Líder 0
(Proporção de domicílios em favelas, em relação ao Cangaíba 0
total de domicílios (%) Marsilac 0

Alto de Pinheiros 0
Bela Vista 0
Brás 0 Gravidez na adolescência
Cambuci 0 (Proporção de nascidos vivos cujas mães tinham 19
Consolação 0 anos ou menos, em relação ao total de nascidos vivos
Jardim Paulista 0 (%)
Moema 0
Perdizes 0 Moema 0,35
… Perdizes 0,54
Itaquera 6,89 Itaim Bibi 0,70
Artur Alvim 7,59 Jardim Paulista 0,74
Cidade Líder 7,85 Pinheiros 0,92
… …
Morumbi 16,59 Cidade Líder 10,12
Parque do Carmo 19,26 Itaquera 10,51
… Parque do Carmo 11,97
Jardim Ângela 25,83 …
Campo Limpo 26,63 Cidade Tiradentes 16,42
Capão Redondo 27,66 Parelheiros 16,53
Vila Sônia 27,72 Marsilac 18,85
Sacomã 27,98
Brasilândia 29,60
Vila Andrade 49,15 Idade média ao morrer
Moema 80,57
Jardim Paulista 79,85
Consolação 79,43
Alto de Pinheiros 79,09
Itaim Bibi 78,67

Artur Alvim 68,86
Cidade Líder 65,15
Itaquera 64,62

Grajaú 58,64
Marsilac 57,51
Cidade Tiradentes 57,31
MAPA DA VIOLÊNCIA CONTRA JOVENS NEGROS

A juventude negra é a maior vítima de homicídios no Brasil desde que se começou a 


fazer estatísticas neste país. A produção da morte na realidade das periferias brasileiras, 
em especial na capital paulista, está inscrita nas diversas vulnerabilidades construídas 
em torno da população negra. 

No ano de 2016 , 62.517 mil pessoas foram assassinadas no Brasil, 33.590 jovens 
foram assassinados, sendo 94,6% do sexo masculino e desse percentual, 71,5% são 
negros. A taxa de homicídios de negros é de 40,2 por 100 mil habitantes enquanto que a 
taxa de homicídios de não negros é de 16,0. 

De acordo com o mesmo Mapa, os jovens representam aproximadamente 29% da 


população brasileira, concentrando 58% das mortes por armas de fogo, ou seja, mais do 
que a metade dos homicídios. 

Na cidade de São Paulo, a taxa de homicídio é de 12,6 por 100 mil habitantes, índice 
abaixo da média nacional de 21,9 por 100 mil habitantes. Ainda assim, a população 
negra e em especial a sua juventude é a mais vitimada pela violência letal. 

Abaixo o mapa da violencia feito pelo IPEA, de 2019 

 
 

O Instituto Sou da Paz em estudo sobre a evolução de homicídios na capital paulista, 


apontou uma taxa de vitimização de jovens negros superior às do estado de São Paulo 
como um todo.[verificar em INSTITUTO SOU DA PAZ, jan2012ajun2013 
em:http://soudapaz.org/wp-content/uploads/2019/11/conhecimento_homicidios_sp_em_2012_web_isbn-1.pdf 
 

O número de jovens abaixo da linha de pobreza, na cidade de São Paulo é duas vezes 
superior ao dos jovens brancos, todavia a quantidade de jovens negros beneficiados por 
programas sociais de transferência de renda (PTR) é apenas 1% maior.[verificar em 
MAPA DA JUVENTUDE, 2014 em : 
https://ceapg.fgv.br/sites/ceapg.fgv.br/files/u60/mapa_da_juventude_da_cidade_de_sao_paulo.pdf] 

O distrito da Consolação, localizado na região central da cidade, e o de Perdizes, 


pertencente ao quadrante sudoeste, possuíam, respectivamente, em 2010 3,3% e 5,4% de 
seus jovens sem acesso à instrução ou ao ensino fundamental, ao passo que os distritos 
de Marsilac e Vila Andrade, ambos no extremo sul, possuíam 32,9% e 38,6% de jovens 
na mesma situação. 

O Mapa da Juventude, outro importante indicador, trouxe em seus estudos que os 
distritos mais vulneráveis apresentam taxas de mortalidade de três a quatro vezes 
superiores que os demais jovens do restante da cidade. O segmento que mais morre por 
causas externas é a população masculina entre 20 e 24 anos. 

Ao analisar a distribuição dos homicídios no espaço urbano de São Paulo, o Instituto Sou 
da Paz encontrou dados referentes à violência letal no período de janeiro de 2012 a 
junho de 2013, constatando que as localidades de maior incidência de homicídios 
concentram-se nas áreas correspondentes à 6ª seccional. Esta reúne diversos distritos 
policiais da zona sul e abrange os bairros de Parelheiros, Santo Amaro e Cidade Ademar, 
representando 25,3% dos homicídios. 

Em segundo lugar está a 8ª delegacia seccional que abrange as subprefeituras de 


Guaianases e Cidade Tiradentes, correspondendo a 13,7%; as 2ª e 5ª seccionais, cujas 
jurisdições encontram-se nas subprefeituras de Pinheiros, Vila Mariana e Lapa, 
apresentam o menor volume de registros de homicídios, 4,4% e 3,6% respectivamente. 

 
 
 
Veja-se a proporção de jovens assassinados no distrito Cidade Lider. A EMEF O 
Negro está exatamente na mancha correspondente à altíssima taxa. 
 


 
 
 
O  histórico  das  mortes  violentas  no  Estado  de  SP  apresenta um aumento vertiginoso ao 
desde  o  inicio  da  decada  de  1980  até  o  ano  2000  chegando a patamares aos de paises 
em  guerra  civil.  Este  periodo  sensivelmente  critico  da  sociedade  é  fruto  do  colapso  da 
proliferação  urbana  sem  planejamento  (que  já  vinha  sendo  realizado  por  migrantes 
sobretudo  do  NE  desde  1960-1970),  com  descaso  social,  cujos  fundamentos  sociais 
eram  a  sede  de  lucro  das  grandes  empresas  que  prosperavam  em  areas  da  cidade 
distantes  das  moradias  pobres  de  seus funcionários. Nos espaços de maior abandono a 
juventude  relegada  a  própria  sorte,  formada  sobretudo  por negros, se entregava ao caos 
de  injustiça,  humilhadas  pela  riqueza exposta nas midias ao qual se viam decididamente 
privados  e  cuja  indignação  era  sufocado  pelas  forças  políciais  -  não  só  aos  criminosos 
de  fato,  ma  distribuidos  aleatoriamente  pelas  periferas  numa  tática  oficalizada  de 
prevenção,  orientadas  por  uma  política  pública  de  segurança  projetada  pela  Escola 
Superior  de  Guerra,  por  meio  de  documentos  oficiais  cuja  orientação  frente  ao 
crescimento  das  populações  pobres  e  faveladas,  era “matá-los e destrí-los” (cf.a cartilha 
da  ESG  chamado  ‘Desafios  para  o  séc.  XXI”,  IN:Prof.  Dennis  de  Oliveira  EXTERMINIO DE 
JOVENS NEGROS) 
 
 
graf. abaixo retirado do artigo VINTE ANOS DE HOMICÍDIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO, 
de Paulo Borlina Santos, pesquisador do SEADE. 

 
 
Desde  a  decada  de  90  com  a  proporção  alarmante  dos  assassinatos,  muito  se 
tem  debatido  sobre  o  tema,  gerando  or  exemplo  o  Instituto  Sou  da  Paz,  o  Atlas  da 
Violencia  IPEA?,  o  Nucleo  de  Estudos  da  Violência-USP,  a  política  de  desarmamento,  a 
revisão  da política de assasinato feita pela corporação da PM depois dos escanda-los da 
chacina do carandiru e da Favela Naval. 
O  tema  da  violência  explodiu  nas  vozes  populares  dessa  população  com  a 
emerção  do  RAP  na  cultura  popular  da  periferia,  tendo  ocmo  acontecimento  iconico  o 
disco  Sobrevivendo  no  Inferno  de  1997,  cuja  vendagem  foi  de astros da música, mesmo 
sem  receber  investimento  em  propaganda  pelas  gravadoras.  O  corpus  literario  desse 
disco  problematza  e  expoe  aspectos  importantes  da  violencia  das  ruas  paulistanas 
naquele  momento,  pondo  destaque  no  estilo  de  vida  das  comunidades  negras,  muitas 
vezes  nos  coloca  diante  dos  dilemas,  pensamentos  e  atitudes  do  grupo  de  jovens 
inclinados  à  criminalidade  vivem.  Nos  termos  prpopostos  pelo  grupo,  são  canções  que 
nos  sujerem tentar entrar na “mente do vilão”, como é o caso da faixa, “artigo 157” ou em 
“Racionais Versiculo 3” 
 
 
 
 
 
 
a  DESIGUALDADE  SOCIAL  E  ECONOMICA  É  DE  FATO  DISFARÇADA  QUANDO  O 
ASSUNTO  É  O  APRENDIZADO  ESCOLAR.  Não  querendo  admitir  que  a  exclusão  é 
definitiva  na  disposição  para  com  os  estudos,  que  forma  a  predisposição  e  a  visã  ode 
mundo,  dá  a  estabilidade  emocional  necessária  e  prepara  o  sindividuos  para  se 
comportarems  no  padrão  que  a  escola  exige,  que  não  é  natural,  mas  um  arbitrário 
cultural  construido  por  certas  classes  sociais.  E  a  vida  que  veio  das  senzadas, 
carregadas  de  violência  que  permanecem  se  reproduzndo  nas  violencias  políciais,  na 
subnutrição,  na  subinformação,  na  exploração  máxima  de  seus  responasaveis  pelo 
mundo  do  trabalho  precarizado,  em  que  não  há  baba  o  upreceptorese  as  crianças 
passam  a  viver  em  situação  de  rua,  jogadas  a  própria  sorte.  Em  meio  a  problemas  de 
vicios  e  alcoolismo  que  as  classe  spobres  recorrem  para  aplacar  o  desespero,a 
frustração  e o fracasso social. As elites quando falam em educação não levam em conta 
as  difererntes  formações  sociais e culturais que existe por trás da exloração economica. 
É  o  que  podemos  notar  na  materia  abaixo  que transcreve a opinião do grupo Todos pela 
educação  sobre  o  baix  orendimento  das crianças pobres nas provas de alfabetização de 
2014: 
 
 

Alfabetização  entre  crianças  mais  ricas  é  até 


6 vezes maior que entre as pobres 
Publicado em 05/04/2017 - 10:30 

Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Brasília 

As  desigualdades  na  qualidade  da  educação  começam  cedo  no  Brasil,  e  crianças  de 
famílias  com  nível  socioeconômico  mais  alto  têm  desempenho  considerado  adequado 
desde a alfabetização. Entre aquelas com nível socioeconômico mais baixo, o percentual 
das que têm aprendizado adequado chega a ser seis vezes menor. 

Os  dados  são  de  levantamento  feito  pelo  movimento  Todos  pela  Educação  (TPE),  com 
base  nos  resultados  da  Avaliação  Nacional  da  Alfabetização  (ANA)  de  2014.  Entre  as 
crianças  que  pertencem  a  camadas  mais  pobres  da população, ou seja, cuja família tem 
renda  de  até  um  salário  mínimo  (R$  937),  apenas  45,4%  têm  o  nível  adequado, 
estabelecido  pelo  Ministério  da  Educação  (MEC)  em  leitura;  24,9%,  em  escrita;  e  14,3%, 
em matemática. 

Entre  as  crianças  de  famílias  mais  ricas,  com  renda  familiar  acima  de  sete  salários 
mínimos  (R$  6.559),  os  percentuais  aumentam:  98,3%  têm  nível  considerado  adequado 
em  leitura;  95,4%,  em  escrita,  e  85,9%,  em matemática. O levantamento do TPE levou em 
consideração  o  Indicador  de  Nível  Socioeconômico  (Inse)  do  Instituto  Nacional  de 
Estudos  e  Pesquisas  Educacionais  Anísio  Teixeira  (Inep),  que  além  de  renda,  inclui 
outros dados, como a escolaridade dos pais ou responsáveis. 

"O  que  preocupa  é  notar  que  as  desigualdades  começam  muito  cedo",  diz  o  gerente  de 
Conteúdo  do  Todos  pela  Educação,  Ricardo  Falzetta.  "​Se  tivesse  um  sistema 
funcionando  muito  bem,  todos  teriam  as  mesmas  oportunidades​,  independentemente 
de  raça,  cor,  religião,  localidade.  ​As  condições  socioeconômicas  não  mudam  a 
capacidade  da  criança  de  aprender​.  Se  tiver  educação de qualidade, ela vai ter a mesma 
aprendizagem que qualquer outra criança." 

 
 
Nelas  a  culpa  é  certamente  da  escola  que  não  ensina  direito,  já  que  é  a  educação  que 
não  funciona  direito.  Temos  a  compartilhar  certamente  críticas  à  educação,  mas 
certamente  não estamos de acordo que o periodo que corresponde o ciclo de letramento 
(3anos)  não  são  suficientes  para  deixar  crianças  de  oriegens  sociais  absurdamente 
dispares  em  pé  de  igualdade.  Em  resumo:  não,  as  crianças  não  tem a mesma igualdade 
de  oportunidades  porque  frequentaram  as  mesmas  escola  por  3  anos.  POis  por  trás 
desses  3  anos  existem  o  dobro  do  periodo  em  algum  lugar  que  preparava  as 
precondições  da  aprendizagem.  A  habilidade  de  ouvir  em  silencio,  de  argumentar, 
acesso  a  um  vocabulário  rico,  a  explicações  de  mundo,  a  locais  privados  e  públicos 
variados.  Acesso  a  uma  familia  que  acompanha  e  se interessa pela vida escolar do filho 
como  por  uma  série  de  outras  questões  da  vida  pessoal  da  criança.  Lidamos  com 
crianças  que  com  10  ou  11  anos  não  sabem  da  data  do  seu aniversário. Essas lacunas 
são  fundamentais  no  processo  de  bloqueio  do  inconsciente  pelas  questões  que  dizem 
respeito  ao  saber  em  geral.  Como  interessará  a  uma  criança  dominar  os  conteúdos 
escolares se na sua formação fetal, na sua tenra infância sentia-se rejeitada, desprezada, 
ofendida  por  condições  miseráveis  e  uma  cultura  da  pauperizada,  em  que  não  fazia 
sentido  a  comemoração  do  aniversário  de  uma  criança,  seja  por  um  desleixo  familiar 
seja  por  falta  de  condições  de  arcar  financeiramente  com  os  pressupostos  desse 
simples  ritual  familiar.  Lidamos  com  crianças  cujo  endereço  lhes  são  desconhecidos, 
dessa  vez  porque  de  fato  não  existe,  não  há  numeração  no  barracos  da  favela,  não  há 
precisão  nas  ruelas  e  o  serviço  postal  d  o  Estado não adentra aquela área, como muitos 
outros  não  o  fazem.  Essas  condições  sociai,s,  economicas  e  culturais  abrem  uma 
perspectiva  existencial  de tal maneira caótica e desalentada que torna muito equivocada 
a  afirmação  de  “a​s  condições socioeconômicas não mudam a capacidade da criança de 
aprender”.  
 
O  discurso  liberal  aqui  em  questão  não  chega  a  rejeitar  a  influência  das  condições 
emocionais  e  mentais  atordoadas  pela  privação,  a  humilhação  social,  ele  simplesmente 
o  ignora,  o  mantém oculto voluntaria ou involuntariamente. Daí é claro, a culpa que não é 
de uma origem de privações e agressẽs, é do s professores, como diz textualmente: 
 
"Essas  crianças  estão  avançando  nas  séries  sem  o  devido  desenvolvimento.  O  domínio 
da  língua  passa  a  ser  cada  vez  mais  fundamental  para  avançar  em  todas  as  áreas",  diz 
Falzetta.  Ele  ressalta,  no  entanto,  que  não  é  possível  desistir  dessas  gerações.  "Não 
adianta  dizer  que  a  culpa  é  de  quem  não  alfabetizou  direito.  Tem  que  entender  que  vai 
haver  crianças  em  turmas  heterogêneas  e  que  é  preciso  ter  estratégias  para  cada 
grupo." 
(​http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2017-04/alfabetizacao-entre-criancas-mais-ricas-e-seis-vezes-maior-que-entre-po
bres​) 
 
 

Você também pode gostar