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17 a 24
Etimologia – Livro
Objeto formado por um conjunto de folhas havendo ou não um texto e reunidas por uma encadernação ou
uma brochura.
Dicionário de Moreri: amontoado de varias folhas reunidas e sobre as quais há alguma coisa escrita.
Definições – Livro
Caráter instável
Senso comum: objeto mais usual = livro impresso.
Limites sem nitidez
Livro ≠ Periódico ≠ Jornal (impresso – com certa periodicidade)
Distinção não é tão clara
Usualmente fala-se livro para periódicos reunidos em coleção e encadernados; e para
anuário (periódico anual)
Usualmente = objeto impresso
Porém é igualmente usado para livros manuscritos ou manuscritos (cuja forma material é
totalmente diferente)
Desenvolvimento das técnicas de informática livro eletrônico (novos suportes de textos)
Conservados nas bibliotecas cujo acervo é diferente do acervo dos arquivos, porém depende, não entendi
o texto.
Atualmente: coleções das bibliotecas se ampliam cada vez mais para além dos livros acervos de discos,
de fitas de vídeo, espaços de conexão a internet (midiateca) e etc.
Histórias de livros
Eixos principais França, 4 grandes etapas sucessivas:
1. Séculos XVII e XVIII – colecionadores e bibliófilos - difusão da prática de vendas públicas,
estabelecimento de gabinetes de curiosidades e de bibliotecas, impulsionam a confecção de
catálogos e os estudos monográficos (produção de uma imprensa célebre).
2. Século XVIII – Erudição – descoberta da imprensa (1740) – documentação dos pesquisadores
se estende às peças de arquivos e esforça-se em reconstituir a carreira dos grandes tipógrafos do
passado. Esse tipo de trabalho é normalmente conduzido por livreiros. A tradição do grande
livreiro erudito se prolonga até a época contemporânea.
3. Um Todo – objeto livro faz unidade – manuais propõem uma descrição aplicada, muito precisa,
condições de fabricação do livro, sua forma material, de sua difusão e de sua conservação.
4. Lucien Febvre e Henri-Jean Martin – perspectiva renovada – história do livro entendida com a
história social, ampliada a todos os aspectos da vida em sociedade – História econômica
(condições da produção e difusão) + história das culturas e das práticas culturais (construção,
percepção, circulação e apropriação de textos) + história das categorias sociais, políticas,
simbólicas das diferentes épocas. Território do historiador.
Perspectivas
4 campos de pesquisa são explorados = ampliação do quadro de pesquisa torna a situação atual
cambiante e ambígua
1. Trabalhos Alemães – história da recepção – incide sobre os problemas da leitura e de suas práticas.
2. Historiados Ingleses do livro – se interesse pelas formas materiais do livro – bibliografia material –
estuda as formas materiais dos textos para recuperar suas genealogias e suas variantes e para
estabelecer a melhor edição possível.
ampliada ao estudo da composição – como a organização material do texto de um certo livro
nos informa sobre as condições implícitas de sua leitura, e mesmo sobre as categorias mais gerais que
emolduram essa “composição” e da qual é como que reflexo.
(os outros 2 eixos ele disse que só mencionaria, mas só mencionou mesmo o 3)
3. Comparatismo – visa construir uma história comparada do livro – ordem metodológica
A partir de que momento é possível falar de uma presença real do livro e do surgimento de práticas de
leitura em Roma?
Uso da Escrita – primeiros séculos – restrito ao corpo sacerdotal e aos grupos nobres
(depositários dos conhecimentos fundamentais da cidade, referentes ao sagrado e ao jurídico, à medida do tempo,
à ordem anual dos eventos registrada nos “anuais”: conhecimento provavelmente fixado em livros de fazenda de
linho [lintei] ou em pranchetas de madeira [tabulae].
Literatura – restrita ao círculo da classe dirigente e as particulares exigências da vida corporativa: elogios
fúnebres, relatos de magistrados, memórias da cidade escritas sem nenhuma pesquisa retórica
(Catão, o Censor [234 - 149 a.C.] escrevia seus discursos em tabuinhas antes de proferi-los, ele mesmo compôs e
escreveu uma historia de Roma para o filho – ainda longe de verdadeiros livros e da verdadeira literatura, mas
apresenta uma guinada)
181 a.C. – livros de Numa – rolos de papiro envoltos em folhas de cedro – em parte gregos e de conteúdo
filosófico-doutrinal, e outra parte em latim de direito pontifical
As modalidades de Leitura
Livros manuscritos
Condições gerais
Rolo de papiro forma tradicional do livro antigo volumen Séculos II e IV foi suplantado
progressivamente pelo códex (feito de folhas encartadas e dobradas para constituírem cadernos juntos uns aos
outros)
Trata-se de uma mudança importante na história do livro, pois atingia o livro na sua forma e obrigava o
leitor a mudar completamente a sua atitude física.
A consulta de um volumen era pouco prática era necessário desenrolá-lo lateralmente ante si, sendo
difícil reporta-se de uma parte a outra do texto era incômodo e tinha de ser segurado com ambas as mãos, o que
não permitia tomar notas da leitura, como mais tarde se fará.
O papiro por ser muito frágil convinha pouco ao códex, já o pergaminho, por ser mais resistente e flexível
permitia dar ao livro uma forma mis prática. Mas isto não é o suficiente pois sabemos da existência de pergaminho
em rolo e papiro em códices.
O preço dos materiais também pode ter sido determinante. Fabricado exclusivamente no Egito, o papiro
ficava mais caro que o pergaminho, inclusive porque o pergaminho tinha vantagem de poder suportar a escrita dos
dois lados.
Sabemos também que os romanos utilizavam tabuinhas de madeira cobertas de cera, para tomar nota,
fazer contas ou exercícios escolares. Estas eram juntas aos pares ou reunidas em maior numero e ligadas pela
lombada o que inspirou o códice.
Outros associam essa evolução ao progresso do cristianismo os cristãos tinham necessidade de livros,
mas eram demasiado pobres para utilizarem o papiro além disso era mais fácil, em tempos de perseguição,
escondes os códices, pois eram menores e manejáveis.
Constitui assim uma forma portátil do livro o seu desenvolvimento acarretou consequências mesmo para
a disposição dos textos sua maior capacidade favoreceu-lhes o reagrupamento em corpus as divisões
tradicionais que correspondiam às suas repartições em rolos foram modificadas enfim, a paginação do texto com
4 margens permitiu o desenvolvimento dos comentários e escólios.
Direitos de autor e editor desconhecidos na Antiguidade qualquer escritor podia confiar a reprodução do
seu texto a vários editores simultaneamente qualquer possuidor de um livro podia mandar recopilá-los como
desejasse a até mesmo fazer acréscimos e modificações não existiam honorários para os autores os editores
que ganhavam dinheiro com suas obras os autores recebiam glória e renome.
Censura já existia.
Perseguições contra os cristãos e seus livros.
O comércio de livro devia existir em Roma anteriormente, introduzido por imigrantes gregos, que
empregavam escravos para recopiar os clássicos atenienses.
A edição propriamente dita apareceu quando a literatura latina se desenvolveu.
Os autores tinham o hábito de reunir amigos à sua volta, para lhes lerem as suas obras forma de difusão
restrita e não era o suficiente para manter o contato com um publico que se tornava numeroso e dispersava à
medida que o Império Romano se ampliava.
Ignora-se o alcance dessas edições, mas são de grande importância sinal de eficácia de um comércio
capaz de difundir os seus escritos em todo o Império Romano.
O desenvolvimento das bibliotecas é outro indício da expansão do livro numero de bibliotecas privas
aumenta no início do Império existiam coleções de milhares de rolos.
Já o desejo de conhecimento e o gosto pelo estudo não eram mais os únicos motivos para se acumular os
livros excesso que faz do livro um objeto de luxo.
As bibliotecas públicas desenvolvem-se também no ano de 370 Roma conta com 28
Conhecem-se também as bibliotecas municipais e existiam nas províncias
O livro na idade média
O fim da antiguidade e o livro Bizâncio
O fim da antiguidade
Queda do Império Romano do Ocidente podia ocasionar no desaparecimento da cultura antigas mas o
desenvolvimento do cristianismo e a sobrevivência do Império no Oriente salvaguardaram-na em parte
Cristãos tinham necessidade de livros existiam coleções cristãs antes das invasões mas as bibliotecas
cristãs foram dizimadas na altura da perseguição de Diocleciano (303 – 304) o papel das bibliotecas monásticas
no tempo das invasões é simbolizado pelo Vivarium (fundado por volta de 540) este convento era uma espécie
de academia cristã onde os monges serviam a Deus através da leitura e de cópias de textos de onde os autores
profanos não estavam excluídos
No século IV papa Dâmaso constituiu uma biblioteca em Roma
As bibliotecas multiplicavam-se assim no Império do Oriente.
Em 330 Constantino mudou a capital para Constantinopla fundando aí a Academia um centro de
depósito e difusão de textos similar ao que tinham sido os de Alexandria e de Atenas
Queimada em 477 durante a revolta de Basilicus esta biblioteca foi mais tarde restabelecida e
subsistiria parcialmente em 1453.
Ricas em textos religiosos as bibliotecas monásticas também desempenharam em relação à literatura
grega um papel de conservação e transmissão
As mais célebres eram as do Stoudion em Bizâncio, da vintena de conventos da península do monte Atos,
do monastério de Santa Catarina perto do Sinai.
O grande lugar ocupado pelos estudos na civilização bizantina provocou um próspero comércio do livro e
a constituição de ricas bibliotecas privadas.
O livro Bizâncio
O período monástico
O movimento cultural
Os cristãos incendiaram a biblioteca de Alexandria todavia foram os monges que transmitiram uma parte
importante da cultura clássica.
Expansão do monarquismo na Europa e abadias que tiveram oficina renomada de copistas.
Ordem beneditina devia ampliar este movimento cultural a regra que redige expande-se rapidamente no
Ocidente ela divide o tempo do monge entre a oração, o trabalho intelectual e o trabalho manual
É por isso que muitos mosteiros comportavam um Scriptorium local reservado à cópia e à decoração de
manuscritos cujo exemplo fora dado pelo Vivarium.
Esta atividade tinha principalmente por objeto a literatura religiosa, mas os monges também se
interessavam pelos textos profanos o latim era a língua da Igreja, e cada clérigo tinha de o conhecer
razoavelmente, assim os monges recopiavam os autores da Antiguidade menos pelo texto do que pela língua a
fim de aprenderem latim e de melhor o praticarem.
Querendo fazer renascer o Império Romano Carlos Magno provocou o despertar dos estudos e o
restabelecimento da civilização antiga dentro de um espirito cristão Renascença Carolíngia organizou a escola
do palácio (concebida para formar servidores do Estado) e contribuiu para reunir manuscritos para se constituir a
biblioteca do palácio os sábios vinculados ao palácio tinham também por missão a correção dos textos e a
edição dos autores clássicos simultaneamente desenvolviam-se oficinas monásticas e os copistas reproduziam
as obras de autores antigos e sagrados.
Na Alemanha esse movimento artístico e literário século X conheceram uma atividade intelectual
intensa.
Na França as invasões normandas dos séculos IX e XI arruinaram inúmeras abadias estes mosteiros
reconstituíram-se mais tarde.
As oficinas monásticas - Scriptorium
No fim do século XII e no decurso do século XIII efetua-se uma transformação na fabricação e
difusão do livro as abadias cessam de ser os únicos centros de vida intelectual e os scriptorias não produzem a
não ser manuscritos litúrgicos e obras de estudo para seu próprio uso Por que isso aconteceu?
Cidades dos Ocidente destruídas pelas invasões população restrita e uma atividade limitada às
necessidades locais e cotidianas sendo que o livro é essencialmente um produto urbano porque a cidade é o
lugar privilegiado das trocas, intelectuais e materiais já não existia oferta nem procura, nem mesmo organização
comercial de produção e difusão de manuscritos o que restava de vida econômica refugiava-se nas
aglomerações rurais que eram as vilas merovíngias e as abadias é nessas abadias que se confinava a vida
intelectual as suas bibliotecas e scriptoria bastavam às necessidades dos seus membros e a difusão de escritos
do tempo pouco saía do circuito fechado do mundo monástico por isso classifica-se período monástico esta
época da historia do livro com a evolução favorável do movimento comunal, a renascença urbana desenvolve-se
desde o fim do século XII e tudo muda a vida intelectual reganha as cidades, que voltam a ser centros de
produção e de trocas e cuja população aumenta.
O ensino segue o mesmo caminho era rural nas escolas monásticas urbano nos claustros das
catedrais quando as primeiras declinavam, as escolas episcopais beneficiavam-se do desenvolvimento das
cidades e aumentavam os seus efetivos no decurso do século XII mestres e alunos tiveram então de se unir para
defender os seus interesses comuns e assegurar a autonomia indispensável ao seu trabalho: as corporações que
formaram receberam no século VIII o nome de universitas o ensino possuía caráter oral e dava grande valor à
memória mas como era baseado na glosa, na discussão, no comentário do texto os livros eram necessários
aos profissionais por isso, os misteres do livro organizaram-se em estreita dependência das universidades seus
membros partilhavam dos privilégios, mas sofriam o controle das mesmas ao lado dos copistas, frequentemente
clérigos, por vezes estudantes necessitados surgiram 2 profissões de caráter comercial o livreiro era um
mercador, um depositário de livros os manuscritos, que continuavam raros, circulavam muito e eram
frequentemente revendidos e o estacionário tinha o papel de organizar a cópia segundo um ritmo acelerado e
para garantir a exatidão dos textos as universidades tinham instaurado no decurso do século XIII o sistema de
pecia tratado de teologia ou arte liberal que a universidade ensinasse um manuscrito modelo o exemplar
depositado junto ao estacionário este alugava-o ou por inteiro, ou mais frequentemente em cadernos assim
dividido, o exemplar podia ser utilizado simultaneamente por vários copistas e a reprodução dos textos era
normalizada já que todos os manuscritos derivavam de um mesmo original
O desenvolvimento das cidades trouxe outra clientela ao livro cortes principescas juristas
burguesia enriquecida pelo comércio todos precisavam de livros fossem especializados (textos jurídicos)
fossem de entretenimento (crônicas, romances, contos populares em verso) ou de edificação (opúsculos de
piedade) esta necessidade coincidia com o desenvolvimento da literatura em língua vulgar até então esta
transmitia-se oralmente o aumento de pessoas capazes de ler um texto e não mais de o escutar incitou os
autores a confiar mais facilmente as suas obras ao manuscritos e a clientela do livro invadiu o mundo
universitário os livreiros da universidade dedicaram-se também ao comercio do livro não erudito e apareceram
alguns livreiros nas outras grandes cidades
As bibliotecas monásticas deixam de ser as únicas coleções de livros as bibliotecas reais tomam
amplitude o gosto pelo livro ganha as grandes personagens
Encontram-se também bibliotecas no mundo universitário bibliotecas de colégios tinham seus livros
acorrentados às estantes: sinal do valor que lhes atribuíram grandes eclesiásticos juristas burgueses
começaram a reunir livros as coleções privadas aumentaram em numero e importância no decurso do século XV
O aparecimento do papel no Ocidente permite a multiplicação e a vulgarização dos manuscritos
originário da China foi transmitido ao mundo mediterrâneo pelos árabes o implantaram na Espanha no século
XI e na Itália no século XII a sua fabricação difundiu-se na Europa no decurso do século XIV
Papel apresentava sobre o pergaminho a vantagem de um preço inferior e de maiores possibilidades
de fabrico não o substitui de imediato mas revezou-o enquanto o manuscrito se destinava aos manuscritos de
luxo o papel servia para os manuscritos mais ordinários e de uso corrente, como os destinados aos estudantes