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UC2: Pesquisar Movimentos Artísticos

e a História do Teatro
Aula 08 – TEATRO ROMANO - A Formação do Teatro Romano: o Período de
Gestação da Comédia. Releituras de Materiais Gregos e a Política do Pão e Circo
TEATRO ROMANO
• Militarmente, a Grécia havia entrado num declínio tal que os romanos
conquistaram todo o seu território (168 a.C. em diante) - ainda que a
cultura grega, em contrapartida, houvesse "conquistado" os romanos.

• Os romanos vão se interessar muito pelos aspectos culturais da Grécia


Antiga.
VÍDEO
Vídeo: Para entender a conquista do império romano sobre os povos
gregos.

https://www.youtube.com/watch?v=gatDVIiLRq8
IMPÉRIO ROMANO
TEATRO ROMANO
• Quase toda a Europa e grande parte da África e Oriente Médio vão
estar sob o domínio do Império Romano.

• A história de Roma e da sua transformação no mais poderoso império


ocidental da Antiguidade remete a uma trajetória de quase setecentos
anos.

• Os romanos eram um povo aguerrido, sóbrio, disciplinado e


responsável, afeito às conquistas militares que os levou à expansão
territorial desde o norte do continente africano e europeu, até porções
da Ásia, no Médio Oriente.
TEATRO ROMANO
• Sabiamente, permitiam que os povos conquistados mantivessem seus
hábitos culturais e sociais, desde que lhes pagassem devidamente os
impostos.

• O contato e a possibilidade de vivenciar a incrível diversidade cultural


permitiram a esse povo incorporar o gosto por espetáculos grandiosos,
encenados nos grandes teatros construídos especialmente para
acolher milhares de espectadores ansiosos por diversão e
entretenimento.
A POLÍTICA DO PÃO E CIRCO
• A política do Pão e circo (panem et circenses, no original em Latim) como ficou
conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a
população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o
seu apoio.

• O povo romano não tinha qualquer interesse em assuntos políticos, e só se


preocupava com o alimento e o divertimento.

• Com a sua gradual expansão, o Império Romano tornou-se um estado rico,


cosmopolita, e sua capital, Roma, tornou-se o centro de praticamente todos os
acontecimentos sociais, políticos e culturais na época de seu auge.

 
A POLÍTICA DO PÃO E CIRCO
• Isso fez naturalmente com que a cidade se expandisse, com gente vinda das mais
diferentes regiões em busca de uma vida melhor.

• Como acontece até hoje em qualquer parte do mundo, pessoas humildes e de


poucas condições financeiras iam se acotovelando nas periferias de Roma, em
habitações com conforto mínimo, espaço reduzido, de pouco ou nenhum
saneamento básico, e que eram exploradas em empregos de muito trabalho braçal e
pouco retorno financeiro.

• Esses ingredientes, em qualquer sociedade são perfeitos para detonarem revoltas


sociais de grandes dimensões. Para evitar isso, os imperadores optaram por uma
solução paliativa, que envolvia a distribuição de cereais, e a promoção de vários
eventos para entreter e distrair o povo dos problemas mais sérios na fundação da
sociedade romana.
A POLÍTICA DO PÃO E CIRCO
• Assim, nos tempos de crise, em especial no tempo do Império, as
autoridades acalmavam o povo com a construção de enormes arenas,
para grandes eventos espetaculares.

• Outro costume dos imperadores era a distribuição de cereais


mensalmente no Pórtico de Minucius. Basicamente, estes "presentes"
ao povo romano garantia que a plebe não morresse de fome e
tampouco de aborrecimento.

• A vantagem de tal prática era que, ao mesmo tempo em que a


população ficava contente e apaziguada, a popularidade do imperador
entre os mais humildes ficava consolidada.
TEATRO ROMANO
• Durante o Império Romano a imitação dos modelos gregos é regra
geral.

• São conhecidas as histórias de que corriqueiramente o público


abandonava os teatros durante representações teatrais para
assistirem a espetáculos de equilibristas e lutas de gladiadores.

• O circo – com a presença de malabaristas, comediantes e animais


exóticos adestrados e demonstrações de força e treinamento físico,
como as corridas de bigas e lutas de gladiadores – era o espetáculo
preferido das multidões.
TEATRO ROMANO
• O circo romano é apenas distrativo, enquanto o teatro grego
propiciava uma reflexão sobre a sociedade.

• Os Romanos viam o mundo em outra perspectiva que não coincide


com o modo de ver o mundo dos gregos.

• Os romanos seguiam um estilo de vida baseado no Epicurismo.


EPICURISMO
• O Epicurismo que é um sistema filosófico, baseado no pensamento do
filósofo grego Epicuro (341-271 a.C.), que prega a procura dos prazeres
materiais para atingir um estado de tranquilidade e de libertação do medo.
Em outras palavras, epicurismo é a justificativa da festa.

• O que vamos ter em Roma nesse período é uma forma de viver a vida de
maneira intensa: jantares fartos, pata de galinha, gente que não para de
comer, orgias homo/hétero eróticas.

• A nossa sociedade, de alguma forma, herdou essas características do


modo de viver dos romanos e não dos gregos.
TEATRO ROMANO
• O Império Romano é uma sociedade militar, guerreira, bélica,
expansionista... Diferentemente dos gregos, os Deuses não estão
acima do Estado.

• Roma não tem Polis e sim Urbs.

• A urbs - cidade romana -, ao contrário da polis, implica um fazer cidade


sem bases políticas, ou seja, uma ideia de cidade que se justifica
apenas na estrutura física, essencial à vida, que materializa no
território.
TEATRO ROMANO
• Se a filosofia e a mitologia foram fundamentais para os gregos, a
guerra é fundamental para os romanos.

• Toda a mitologia romana é vinculada à ideia de guerra, morte,


genocídio, violência...
CURIOSIDADE
• “Até tu, Brutus?”
• De onde vem essa expressão?
• A frase remete a uma famosa história da Idade Antiga. No século I
A.C., o imperador romano Júlio César foi vítima de uma conspiração
de senadores para tirá-lo do cargo. Entre eles estava o seu filho
adotivo Marcus Brutus.

• O complô resultou no assassinato do imperador a punhaladas pelo


grupo de senadores. Na hora da morte, Júlio César reconheceu o
filho entre os seus algozes e proferiu a frase. "Até tu, Brutus, filho
meu?". "É uma frase célebre que, com o tempo, adquiriu um sentido
simbólico”.
LINHAGENS DRAMATÚRGICAS

• Aristotélica

• Aristofânica

• Menândrica

• Circense
A FÁBULA ATELANA
• Atella, uma pequena vila próxima de Nápoles, era famosa por
suas farsas burlescas no dialeto osco, que reproduzia a fala dos
moradores rudes da região.

• As sátiras eram disparadas principalmente em direção aos


militares, aos doutores e filósofos, e sua estrutura era baseada em
personagens fixos, sendo alguns deles: Maccus (o idiota), Pappus
(vilão avaro e libidinoso), Dossenus (filósofo parasita).
A FÁBULA ATELANA
• Os atores usavam máscaras ao representar os tipos rudes e glutões, de
palavreado pouco polido e chulo, mas que pareciam garantir sucesso e
popularidade ao gênero.

• Tratava-se das farsas improvisadas, às quais os escritores Pomponius e


Noviu conferiram forma literária, e das quais somente alguns fragmentos
são conhecidos.

• A fábula atelana deu origem, mais tarde, na Renascença, aos


personagens da Commedia dell”Arte.
O MIMO
• Estilo de representação sem personagens fixas e com temas
geralmente tomados da vida urbana, nos quais se ridicularizavam fatos
verídicos, mais ou menos recentes.

• Como na atelana, no mimo era usada uma linguagem rude e


frequentemente imoral.

• A arte do teatro havia se transformado na habilidade do intérprete,


divorciada da dramática do poeta.
O MIMO
• O Mimo era uma forma teatral que superava qualquer outra forma
teatral no Império Romano.

• Mimos divertiam as assembleias públicas do Império de Júlio Cézar e


nas representações que aconteciam nas Ludi Romani.

• Os Mimos, diferentemente da fábula atelana, não utilizavam máscaras.


Usavam apenas uma sandália leve nos pés.
O MIMO
O MIMO
• Arte da imitação (Mimesis).

• No Mimo a participação das mulheres não era um tabu.

• A arte da Pantomima e do Mimo é universal. Suas leis são as mesmas


em todos os lugares e em qualquer época. Sua linguagem sem
palavras fala aos olhos. É por isso que a arte da Pantomima se
espalhou de Roma para todas as regiões do Império e sobreviveu até
a modernidade.
ALGUNS EXEMPLOS DE MIMO E PANTOMIMA:

Vídeo: Harold Lloyd


https://youtu.be/shdzRq4BYWk

Vídeo: Charlie Chaplin


https://www.youtube.com/watch?v=XLF1JZCxpxw
.
A Tragédia e a Comédia Romana
• Ao tomar contato com o mundo helênico, primeiramente pela
conquista das colônias gregas da Sicília e de outras menores no sul
da Itália, durante as Primeiras Guerras Púnicas (264 – 241 a.C.), os
romanos, de tal forma apreciaram a arte grega, que a incorporaram
as suas próprias manifestações artísticas.

• De início, houve simples imitação, à qual foram acrescidas notas


sobre o gosto e os costumes dos romanos.
DRAMATURGOS ROMANOS
• São cinco os escritores dramáticos romanos de maior
vulto:

• Lívio Andrônico (tradutor das peças gregas);


• Névio (introduziu os costumes romanos nas peças
gregas);
• Plauto e Terêncio (comediógrafos);
• Sêneca (autor de tragédias).
PLAUTO
• Plauto (251 – 184) – viveu 67 anos. Nasceu em Ariminum (Rimini), ao
norte de Roma. Era de origem humilde, e foi recrutado como soldado
romano. É considerado o maior comediógrafo romano, tendo em vista
que vinte de suas comédias são conhecidas na atualidade: Anfitrião,
Asinária, Aululária, As Bacantes, O Cartaginês, Casina, O Cesto, A
Corda, Os Cativos, Epídico, O Fantasma, O Gorgulho, O Mercador, Os
Menecmos, O Prodígio, Pseudolo, O Persa, o Rústico, o Soldado
Fanfarrão e Stico.
TERÊNCIO
• Terêncio (195 – 159) – viveu 26 anos. De origem bárbara, nasceu
em Cartago, na atual Tunísia. Era um escravo liberto, de gosto
refinado, considerado grande poeta e artista, escritor de comédias
“calmas”, cujo humor sutil e apurado foi objeto de admiração e
inspiração para escritores que o sucederam. Morreu jovem, durante
uma viagem que fazia à Grécia, deixando apenas seis peças, todas
conhecidas: Ândria, Os Gêmeos, O Eunuco, Formião, A Sogra e A
Autopunição.
SÊNECA
• Sêneca (4 – 65 a. C.) – viveu 69 anos. Nasceu em Cordone, no sul da
Espanha. Com vinte e três anos vai para Roma, e hospeda-se em casa
de parentes patrícios. Professor de eloquência e filósofo, Sêneca foi
preceptor de Nero, o futuro imperador de Roma. Escreveu inúmeras
tragédias adaptadas de motivos gregos, nas quais os personagens
vivem situações-limite de horror e tortura, a fim de revelar a verdade
por trás dos fatos. As únicas tragédias que sobreviveram foram: As
Troianas, Medéia, Édipo, Fedra, Tiestes, Hércules em Oeta, Hércules
Enlouquecido, As Fenícas e Agamenon.
TAREFA
• Assistir ao filme “Satyricon”, de Fellini e tentar encontrar traços
políticos e sociais, traços que sejam romanos. Elementos constitutivos
da civilização romana na construção cinematográfica de Fellini. Atos
cerimoniais. Representações teatrais. Casamento. Comilança. Troca
de poder de imperador. Invasão e o modo como eles lidam com as
crucificações.
• Escreva as suas impressões identificando as características do modo
de vida romano no filme de Fellini.
https://www.youtube.com/watch?v=mcmBqimmmB4

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