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...costumam seguir um padrão.

As comédias românticas, por exemplo, têm sempre


um casal apaixonado, alguma situação ou pessoa que
ameaça separá-los, risadas, lágrimas e,
invariavelmente, uma aliança no final. Ainda assim,
boa parte dos filmes com esse roteiro faz milhões
de dólares nas bilheterias do cinema. Por mais
parecidas que sejam algumas narrativas, se contadas
de maneira cativante, as chances de as pessoas se
interessarem por elas são grandes.
O mesmo vale para as apresentações Pensando nisso, mostraremos alguns tipos
profissionais. Quantas palestras de narrativa e as ocasiões mais apropriadas
motivacionais, apresentações de resultado, para cada uma delas. Assim, no momento
concorrências e pitchs de vendas você já em que você precisar se apresentar, estará
viu? Possivelmente gostou de algumas e mais preparado.
detestou outras. Provavelmente, aquelas
que mais ficaram em sua memória
tinham um apresentador um bom
contador de histórias no palco.
Para que uma apresentação seja
impactante, independente de qual seja o
seu objetivo, a narrativa tem de ser
interessante e apresentar um diferencial.
A agenda do seu chefe é lotada e há Esse recurso é indicado para todas as
pouco tempo para a apresentação? situações anteriores.
A pauta da reunião é delicada? Abordar a mensagem principal nos
Você tem uma notícia ruim para dar? primeiros minutos da apresentação garante
O público já conhece o assunto e que a mensagem seja compreendida logo
você só pretende se aprofundar? de cara e evita que os ansiosos ou
apressados levantem da cadeira antes de
A audiência é ansiosa e inquieta? você chegar à mensagem que pretende
passar. Também mostra que você domina o
assunto e que não está lá para “encher
linguiça”. Depois, o tempo que sobrar
poderá ser usado para levantar argumentos
sobre a mensagem principal. Se for uma
notícia ruim, por exemplo, haverá tempo
para justificar a apresentar propostas para
mudar o que não está bom.
Em 30 segundos, Arianna Huffington
colocou para o público qual seria o
tema abordado em sua palestra: o sono.

Em How to succeed? Get more sleep,


percebe-se o uso do recurso direto ao
ponto. Sem enrolações, no primeiro
minuto seus espectadores já sabiam do
que se tratava a apresentação. Depois de
esclarecer o tema, a apresentadora
segue a palestra argumentando e dando
motivos para as pessoas acreditarem na
importância do sono. A palestra é curta,
cerca de 4 minutos, tempo que foi muito
bem administrado graças à técnica.
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Em situações como essas, em vez de trazer
termos técnicos e complicados, busque
simplificar a linguagem. Afinal, mesmo os
termos que são mais comuns em sua área
podem ser desconhecidos pela audiência.

Uma alternativa é fazer analogias das


narrativa que funciona muito bem quando
o assunto a ser abordado é desconhecido ferramentas que você irá apresentar com
pela audiência. os temas conhecidos por aquelas pessoas.
É o caso de um profissional de T.I. que irá Para falar dos planetas, por exemplo, o
apresentar um software para uma fábrica físico quântico poderia fazer uma analogia
de tecidos, por exemplo. Ou de um físico
com as letras, termo usual entre os
quântico que vai dar uma palestra sobre o
comunicadores. A partir daí, desenvolver o
universo para alunos de comunicação.
assunto, de maneira simples e clara.
Um exemplo desse tipo de apresentação
é a The fascinating physics of
everyday life, conduzida pela física
britânica Helen Czerski no Ted Talks.
Na palestra, ela mostra como o
funcionamento de elementos comuns do
nosso dia a dia podem explicar as leis do
universo; como a metáfora que ela faz
com os ovos cozidos para explicar a
engenharia do Telescópio Espacial
Hubble.

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Boas notícias para dar? Que tal
acrescentar um tom de suspense?
Boas notícias para dar? Que tal acrescentar um tom de suspense? Isso mesmo: o recurso
narrativo de suspense é muito indicado para dar boas notícias, ainda mais quando elas não
Isso
erammesmo: o recurso narrativo de
esperadas. Com o cenário de crise que estamos, a
suspense é muito indicado para dar boas empresa visava um crescimento de 20%, mas
notícias, ainda mais quando elas não eram
Por exemplo, se o cenário de crise mostrava que não alcançamos da
o crescimento esse número.seria
empresa Vou de
contar
20%para
e
esperadas.
o crescimento foi de 40%, o suspense para contarvocêsesse salto
por inesperado
que isso pode ser um bom
aconteceu... Porque
recurso. Cria expectativa sobre o que vai ser falado e prende a atenção dos espectadores.
Por exemplo, se o cenário de crise alcançamos um crescimento de 40%!
mostrava que o crescimento da empresa
“Com o cenário de crise que estamos, a empresa visava um crescimento de 20%, mas não
seria de 20% eesse
alcançamos o crescimento foi contar
número. Vou de 40%,para vocês por que isso aconteceu…Porque
oalcançamos
suspense umparacrescimento
contar esse salto
de 40%!” Entendeu?
inesperado pode ser um bom recurso.
Cria expectativa
Entendeu? sobre oestender
Mas cuidado, que vaio ser Mascansar
suspense pode cuidado, estendere tirar
seu público o suspense pode
o interesse
dele na eboaprende
falado notícia que
a você quer dar.
atenção dosUm bom suspense
cansar seudura entre
público 30 segundos
e tirar e um
o interesse dele na
minuto.
espectadores. boa notícia que você quer dar.
Um exemplo muito bom do uso de suspense em
uma apresentação foi o lançamento do
primeiro iPhone, em 2007.
Steve Jobs, com maestria, segurou a novidade
antes de apresentá-la para a audiência.
Ele começa falando dos produtos revolucionários
da Apple, como o Mac, em 1984, o iPod, em 2001.
Então, Jobs diz que com esse novo aparelho a
Apple revolucionará mais um mercado, tendo três
produtos em um só aparelho, um iPod, um celular
e um navegador.
Por volta do terceiro minuto, Jobs revela o
nome do novo produto, sem mostra-lo o que
aumenta o suspense.
Ele dá todos argumentos do porquê o
iPhone será tão revolucionário e só então mostra
uma imagem do novo dispositivo.
Não é recomendado, mas Steve Jobs consegue
segurar a expectativa do auditório por mais de 6
minutos, quando, finalmente, apresenta o novo
Clique aqui telefone.
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Por mais interessante que seja um Certa vez, o diretor de uma indústria
assunto, ninguém consegue prestar americana no Brasil, cliente da SOAP, queria
100% de atenção nele. convencer a matriz a fornecer mais
Mensagens no celular, tarefas a serem recursos para ele investir em segurança na
feitas, projetos que precisam ser fábrica nacional. Como o seu interlocutor
resolvidos. era alguém que ele já conhecia, sugerimos
Diversas coisas passam pela nossa cabeça. uma abordagem mais ousada. Já no
primeiro slide ele mostrou a imagem de
Para evitar a perda de foco da audiência,
você pode utilizar a técnica da surpresa. uma fábrica explodindo no Brasil. Era uma
simulação, mas já foi impactante o
Primeiro, você fala algo que ninguém
suficiente para que os seus argumentos
espera. Depois, dá argumentos para
ganhassem força. A apresentação foi um
sustentar a ideia.
sucesso e o executivo conseguiu o que
queria.
A apresentação There’s more to life
than being happy, feita pela jornalista
suíça Emily Esfahani Smith, utiliza dessa
técnica. Logo no início, a apresentadora diz
que o objetivo da vida não deve ser a
felicidade. Diferentemente de como a
maioria das pessoas pensam, essa busca
incessante por ser feliz pode deixar as
pessoas infelizes. Em seguida, ela traz os
argumentos que comprovam a sua teoria.

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As manchetes são quase sempre
sobre algo conflituoso e inesperado
que aconteceu, e não sobre algo
comum. Assim, chamar a atenção do
seu ouvinte para algum conflito
pode ser uma boa estratégia.

Comece explicando o problema,


contextualizando-o e envolvendo as
pessoas na questão. Mostre suas
o que
consequências e finalize a
podemos
apresentação com a solução para
verificar nos jornais: tudo que foi falado. Esse recurso
pode ser usado em trechos, ou na
palestra inteira.
Em The way we think about charity is
dead wrong, o ativista Dan Pallotta
coloca um problema para os palestrantes:
as organizações que não visam o lucro e
lutam contra problemas sociais são muito
pequenas se comparadas aos problemas
sociais em si, e o sistema no qual estão
inseridas as mantém pequenas. Ao longo
da palestra, Pallotta detalha esse problema
e, aos poucos, dá soluções que podem
diminuir e até erradicar os problemas de
organizações sem fins lucrativos.

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...efeitos neurofisiológicos sobre o corpo. Não estamos falando sobre contar piadas
sujas e ofensivas, mas sobre ser divertido e
Quando rimos, o cérebro produz os
bem-humorado nos momentos em que
“hormônios da alegria”: endorfina,
isso for conveniente.
dopamina e serotonina.

É por isso que trazer o humor para uma Agora, se você não for uma pessoa
apresentação pode facilitar o engajamento naturalmente engraçada, pode se apoiar em
da audiência. Mesmo apresentações alguns materiais cômicos e interessantes,
corporativas, que costumam ser mais como vídeos, charges, fotos ou frases
sérias, podem ficar mais leves e agradáveis relacionadas ao que você quer transmitir.
com a técnica.
Esse recurso é bastante utilizado na
palestra do Ted Talks The Magic of
Not Giving a F***, da escritora
Sarah Knight. A apresentadora
conta de maneira divertida a sua
técnica para não se sentir culpada ao
recusar convites ou deixar de fazer
tarefas que não lhe interessam.

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Questionar o auditório pode ser uma boa
estratégia de apresentação. Além de dar
dinamismo à palestra, perguntas retóricas
fazem o público refletir e se aproximar do
apresentador. Além disso, o
Quem aqui já
questionamento dá informações e
permite ao apresentador identificar, no
passou por isso?
auditório, linhas de pensamento,
experiências anteriores, ou nível de Esse recurso dá informações que ajudam
conhecimento em determinado assunto, o palestrante e também serve para
prender a atenção do público em alguma
pergunta que, ao longo da apresentação,
será respondida e comentada.
Logo depois de cumprimentar a plateia, o
palestrante e pesquisador de
desenvolvimento Kang Lee questiona o
público presente: “Vocês já mentiram
quando criança? Se sim, poderia levantar a
mão?” É assim que ele introduz o tema da
palestra Can you really tell if a kid is
lying?. Essa pergunta, além de quebrar o
gelo para começar a falar, engajou o
público no assunto e deu uma perspectiva
para Lee sobre com que tipo de pessoas
ele estava conversando. Segundo ele, “esse
é o grupo de pessoas mais honesto que
eu já encontrei”, depois de ver tantas
mãos levantadas.
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Uma atitude dramática, nesse caso, seria o
apresentador mostrar os efeitos negativos
que essa decisão poderia gerar, como o
fato de que menos pessoas seriam
saudáveis, ou de que poderia haver o
uma boa estratégia quando o objetivo é aumento da obesidade e de doenças
sensibilizar e deixar as pessoas apreensivas cardiorrespiratórias.
em relação a algo.
Também é possível recorrer a vídeos
Suponha, por exemplo, que o presidente da
emocionais nesse tipo de apresentação.
matriz de uma empresa de produtos
naturais pretenda deixar de vender os seus Boas histórias costumam deixar as pessoas
produtos em uma certa região porque lá o emocionadas e mais propensas a aceitar os
comércio não é tão lucrativo. argumentos que estão por vir.
A maratonista e dançarina Adrianne
Haslet-Davis perdeu parte da sua
perna esquerda ao ser atropelada por
um automóvel. Na palestra Ted Talks
What people say when they don’t
know what to say, ela se utiliza do
recurso dramático para contar sobre
o acidente e como isso impactou a
sua vida. A partir daí, ela aproveita
para falar sobre os conselhos que as
pessoas dão quando não sabem o que
falar, de acordo com a sua experiência
durante a recuperação.
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Esse recurso deve ser usado com cuidado, O tom provocativo é delicado, então não
pois requer fazer comentários e recomendamos o seu uso indiscriminado,
questionamentos a respeito de pontos mas sim quando quiser dar destaque a uma
fracos e dificuldades do público, que pode solução, ou quando quiser fazer a audiência
não se sentir confortável.
refletir sobre algo junto com você.
Se quiser utilizar o tom provocativo, não se
demore muito nos pontos fracos. Depois
de tocar na ferida, ofereça soluções e
melhorias para as angústias da plateia. O
tom provocativo deve ter uma finalidade
construtiva, de modo a valorizar uma
solução proposta.
Um exemplo do uso desse tom era o
programa Provocações da TV Cultura.
Nesse programa de entrevistas, o ator, diretor
e apresentador Antônio Abujamra iniciava cada
episódio com um poema. A luz de fundo
escurecia; uma luz de baixo para cima iluminava
seu semblante, que adotava um ar misterioso; a
câmera fechava o close bem no rosto dele;
Abujamra, com uma voz grave, rouca e um
sorriso quase irônico, declamava o poema da
semana. Toda a construção de cenário, do
próprio Abujamra e a proclamação do poema,
em tom forte, deixava as pessoas vidradas na
tela, enquanto o apresentador, por meio do
poema, colocava a vida das pessoas em xeque,
em reflexão. Veja um exemplo com o poema
Esquece o Futuro, de Michel de Montaigne,
interpretado por Antônio Abujamra.
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não necessariamente um
discurso possui apenas uma
dessas narrativas. Elas podem
aparecer simultaneamente, mas,
geralmente, algumas são mais
evidentes do que outras. Ao
saber qual merece ser
destacada, de acordo com o
contexto, as probabilidades de
que você conquiste o seu
público-alvo em suas
apresentações são bem maiores.
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