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CALOR

CIPA

Eng. Mário Sobral


AVALIAÇÃO E CONTROLE DA EXPOSIÇÃO
AO CALOR

A sobrecarga térmica no organismo humano é resultante


de dois tipos de carga térmica: uma carga externa
(ambiental) e outra interna (metabólica).

A carga externa é resultante de trocas por condução /


convecção e radiação e a carga metabólica é resultante
do metabolismo basal e da atividade física.

A sobrecarga térmica pode provocar reações fisiológicas


como: sudorese intensa, aumento da freqüência das
pulsações e o aumento da temperatura interna do corpo,
que por sua vez, acabam provocando no trabalhador
fadiga, diminuição da percepção e do raciocínio e
perturbações psicológicas que o levam ao esgotamento.
ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO
TERMÔMETRO DE GLOBO (IBUTG)

Esse índice deve ser medido através do conjunto chamado


árvore dos termômetros, que é composto de três termômetros:
Tbs - Termômetro de bulbo seco, Tbn - Termômetro de bulbo
úmido natural e Tg - Termômetro de Globo.

O IBUTG para ambientes internos sem carga solar é


calculado a partir da medição de duas temperaturas:
Tbn e Tg

IBUTGINT = 0,7 x Tbn + 0,3 x Tg


ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO
TERMÔMETRO DE GLOBO (IBUTG)

Para ambiente externos com carga solar o IBUTG é calculado


a partir de três medições: Tbs, Tbn e Tg

IBUTGEXT = 0,7 x Tbn + 0,1 x Tbs + 0,2 x Tg

O termômetro de bulbo úmido Natural possui uma manga de


algodão imersa em água destilada, envolvendo o seu bulbo,
tornando-o constantemente úmido e serve para avaliar a
Umidade Relativa do ar, em conjunto com o termômetro de
bulbo seco.
ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO
TERMÔMETRO DE GLOBO (IBUTG)

O termômetro de globo é formado por uma esfera de cobre de


6", pintada de preto fosco, ficando o bulbo do termômetro no
centro dessa esfera e serve para avaliar o Calor Radiante.

O IBUTG leva ainda em consideração o tipo de atividade


desenvolvida (LEVE, MODERADA e PESADA).

As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o


trabalhador, à altura da região do corpo mais atingida.
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em
regime de trabalho intermitente com períodos
de descanso no próprio local de prestação de
serviço.

Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente


será definido no Quadro n º 1.
A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada
ou Pesada) é feita consultando-se o Quadro nº 3.

TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE


Limites de Tolerância para exposição ao calor, em
regime de trabalho intermitente com período de
descanso em outro local (local de descanso).

Para os fins deste item, considera-se como local de descanso


ambiente termicamente mais ameno, com o trabalhador em
repouso ou exercendo atividade leve.
Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro nº 2.
Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada
para uma hora, determinada pela seguinte fórmula:

M = Mt x Tt + Md x Td
60
Sendo:
Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no
local de trabalho.
Md - taxa de metabolismo no local de descanso.
Td - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece
no local de descanso.
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para
uma hora, determinado pela seguinte fórmula:

IBUTG = IBUTG t x Tt + IBUTG d x Td


60
Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definidos.

Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais


desfavorável do ciclo de trabalho, sendo Tt + Td = 60
minutos corridos.
As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas
consultando-se o Quadro n º 3.:

Os períodos de descanso serão considerados tempo de


serviço para todos os efeitos legais.

A exposição ao calor com valores de IBUTG superiores


aos LT, sem a garantia da devida proteção individual ou
coletiva, será caracterizada como insalubre de grau
médio, cabendo ao trabalhador o adicional de 20% sobre
o salário mínimo legal vigente no país.
Quanto a estratégia de amostragem, os
seguintes pontos devem ser lembrados:

a) Avaliar a exposição para o período considerado mais crítico;

b) Deve-se identificar as exposições críticas quando o


processo for variável;

c) Deve-se avaliar o momento mais quente do dia quando o


processo for constante;

d) Na interpretação dos resultados, se uma situação for


aceitável para a hora de maior sobrecarga térmica, será
aceitável para o resto do tempo;

e) As leituras das temperaturas devem ser iniciadas após 25


minutos, para estabilização do conjunto
MEDIDAS DE CONTROLE

a) Fonte de Calor
- Alterar da característica da fonte variando a potência;
- Utilizar instrumentação e automação do processo.

b) Trajetória

- Utilizar barreiras entre a fonte e o trabalhador;

- Aumentar a distância entre o local de trabalho e a


fonte de calor;

- Ventilar ar fresco no local de trabalho;

- Reduzir a umidade através da exaustão do vapor d'água


provenientes do processo
c) Receptor

- Aclimatar o trabalhador;
- Otimizar os ciclos de trabalho na execução das tarefas;

- Limitar o tempo de exposição através do revezamento de


pessoas ou tarefas;.
- Utilizar EPI, principalmente óculos com lentes especiais, luva,
avental e capuz de material isolante;
- Monitorar o trabalhador realizando exames médicos periódicos;

- Recompor a quantidade de água e sais minerais perdidos;

- Elaborar procedimentos operacionais que diminuam a


exposição do trabalhador à fonte;
A utilização de ventiladores.

Estes equipamentos somente são recomendados quando


a temperatura do ambiente em bulbo seco for inferior a
40oC, associada a uma baixa umidade relativa do ar. Com
temperaturas elevadas, a ventilação atua no sentido de
redistribuir, da melhor forma, o ar quente, aumentando o
efeito do calor excessivo. Com a umidade muito alta e as
correntes de ar quente, proporcionadas pelo ventilador, o
trabalhador perderá calor somente por convecção e não
por evaporação. Assim, não adianta ventilar porque o ar
não é capaz de receber mais vapor d'água.

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