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LABORATÓRIO DE ENGENHARIA

AVALIAÇÃO DO STRESS TÉRMICO

AVALIAÇÃO DO STRESS TÉRMICO

Os limites estabelecidos na NHO 06 são válidos apenas para trabalhadores


sadios, com reposição de água e sais perdidos durante sua atividade, mediante
orientação e controle médico e com o uso de vestimentas tradicionais, compostas por
calça e camisa de manga longa ou macacão de tecido simples, que permitam a
circulação de ar junto à superfície do corpo e viabilizem a troca de calor com o
ambiente pelos mecanismos da convecção e evaporação do suor.
O limite de exposição ocupacional ao calor, é estabelecido com base no IBUTG
médio ponderado (IBUTG) e na taxa metabólica média ponderada (M). Este é um
limite horário e, portanto, deve ser respeitado em qualquer período de 60 minutos
corridos ao longo da jornada de trabalho. Quando o trabalhador estiver exposto a uma
única situação térmica, ao longo do período de 60 minutos considerados na avaliação,
o IBUTG será o próprio IBUTG determinado para essa situação.
Uma vez determinados os parâmetros relacionados no item 2, deve ser
calculado o IBUTG de cada situação térmica, em função da presença ou ausência de
carga solar direta. Os dados a serem utilizados nestes cálculos são as temperaturas
médias obtidas, segundo os critérios estabelecidos na NHO 06.
Deve ser atribuído o valor da taxa metabólica (M), para cada atividade física
identificada, utilizando-se como referência, o Quadro 1, da NHO 06 ou o Quadro nº 3,
do Anexo 3, da NR15.
A partir dos IBUTGs de todas as situações térmicas, que compõem o ciclo de
exposição do trabalhador objeto de estudo e dos valores de “M” atribuídos para todas
as atividades físicas executadas por ele em seu ciclo de exposição, devem ser
determinados o IBUTGm (IBUTG médio ponderado) e a Mm (M médio ponderado),
representativo da exposição ao calor do referido trabalhador.
Os tempos de exposição a serem utilizados nas referidas equações, devem ser
determinados com base no tempo total de duração de cada situação térmica e de cada
atividade física, no período de 60 minutos mais desfavorável da jornada de trabalho.

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O IBUTGm e a Mm a serem utilizados como representativos da exposição


ocupacional ao calor devem ser aqueles que, obtidos no mesmo período de 60
minutos corridos, resultem na condição mais crítica de exposição.
Os limites de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores não
aclimatizados (IBUTGMAX) estão apresentados na Tabela 1, da NHO 06, para os
diferentes valores de M. Seus valores também são os adotados como NÍVEL DE AÇÃO
para as exposições ocupacionais ao calor e ainda devem ser utilizados na avaliação de
exposições eventuais, ou periódicas, em atividades nas quais os trabalhadores não
estão expostos diariamente, tais como manutenção preventiva ou corretiva de fornos,
forjas, caldeiras etc.
Para trabalhadores aclimatizados, os limites de exposição a serem utilizados
são os apresentados na Tabela 2, da NHO 06. • Além dos limites estabelecidos nas
Tabela 1 e 2, da NHO 06, deve ser observado o VALOR TETO, na Tabela 3, da NHO 06,
acima do qual o trabalhador não pode ser exposto sem o uso de vestimentas e
equipamentos de proteção adequados em nenhum momento da jornada de trabalho.
O IBUTG é calculado por meio das seguintes equações, para períodos de descanso no
PRÓPRIO local de trabalho:

• Para ambientes internos ou para ambientes externos SEM CARGA SOLAR direta.

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg

• Para ambientes externos COM CARGA SOLAR direta.

IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs


sendo:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural (em °C)
tg = temperatura de globo (em °C)
tbs = temperatura de bulbo seco – temperatura do ar (em °C)

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No entanto, se o período de descanso ocorrer em OUTRO LOCAL, que não seja


o próprio local de trabalho, será necessário calcularmos a taxa de metabolismo média
ponderada (M) e o IBUTG médio ponderado, tal como mostrado nas equações abaixo:

M = {[Mt x Tt] + [Md x Td]} / 60

sendo:
Mt = taxa de metabolismo no local de trabalho
Tt = soma dos tempos (em minutos) que se permanece no local de trabalho
Md = taxa de metabolismo no local de descanso
Td = soma dos tempos (em minutos) que se permanece no local de descanso
As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas, consultando-se o Quadro nº 3, do
Anexo 3, da NR15 (pg. 21), alterado pela Portaria MTE Nº 1.359/2019.

Por conseguinte, teremos que, igualmente, calcular o IBUTG médio ponderado


para uma hora, o qual será determinado pela seguinte fórmula:

IBUTG = {[IBUTGt x Tt] + [IBUTGd x Td]} / 60


sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho
Tt = soma dos tempos (em minutos) que se permanece no local de trabalho
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso
Td = soma dos tempos (em minutos) que se permanece no local de descanso

No tocante à aclimatização, esta requer a realização de atividades físicas e


exposições sucessivas e graduais ao calor, dentro de um plano, que deve ser
estruturado e implementado sob supervisão médica, para que, de forma progressiva, o
trabalhador atinja as condições de sobrecarga térmica similares àquelas previstas para
a sua rotina normal de trabalho. A aclimatização deve ser específica para o nível de
sobrecarga térmica a que o trabalhador será submetido e, consequentemente, para a
qual deverá estar adaptado.

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São considerados não aclimatizados os trabalhadores:


i) que iniciarem atividades que impliquem exposição ocupacional ao calor;
ii) que passarem a exercer atividades que impliquem exposição ocupacional ao
calor mais críticas do que aquelas a que estavam expostos anteriormente;
iii) que, mesmo já anteriormente aclimatizados, tenham se afastado da
condição de exposição por mais de 7 (sete) dias;
iv) que tiverem exposições eventuais ou periódicas em atividades nas quais não
estão expostos diariamente.

Para exposições ocupacionais abaixo ou igual ao nível de ação, não é necessária


a aclimatização. Neste caso, o trabalhador não aclimatizado pode assumir de imediato
a rotina normal de trabalho. • Para exposições acima do nível de ação, deve ser
realizado um plano de aclimatização gradual. Neste caso, o trabalhador inicia suas
atividades cumprindo um regime de trabalho mais ameno, que deve ter como ponto
de partida os valores do nível de ação, sendo a sua exposição elevada, de forma
progressiva, até atingir a condição da exposição ocupacional existente na rotina de
trabalho (condição real).
Trabalhadores já aclimatizados, que passarem a exercer atividades que
impliquem condições de exposição mais severas deverão ser submetidos à
aclimatização adicional, sendo que o plano de aclimatização deverá ser elaborado a
critério médico, em função das condições ambientais, individuais e da taxa de
metabolismo relativa à rotina de trabalho.
As vestimentas utilizadas podem influenciar nas trocas de calor do corpo com o
ambiente, devendo, portanto, ser consideradas na avaliação da exposição ocupacional
ao calor. Assim, a correção para vestimentas deve ser realizada sempre que o
trabalhador utilizar vestimentas ou EPIs diferentes dos uniformes tradicionais
(compostos por calça e camisa de manga comprida) que prejudiquem a livre circulação
do ar sobre a superfície do corpo, dificultando essas trocas de calor com o ambiente.
Nestes casos, o IBUTG deve ser previamente corrigido, para depois ser comparado
com os limites de exposição estabelecidos no Quadro 2, da NHO 06. Este Quadro
apresenta incrementos para alguns tipos de vestimentas, que devem ser acrescidos ao
IBUTG determinado, como representativo da exposição ocupacional do trabalhador
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avaliado. Nas situações em que o trabalhador utilizar EPIs ou roupas especiais


diferentes dos citados no Quadro 2 acima, poderá ocorrer uma contribuição (positiva
ou negativa), na condição de sobrecarga térmica do trabalhador. A quantificação desta
variável é de caráter complexo, devendo ser analisada, caso a caso, pelo Higienista
Ocupacional.

Quanto ao critério de julgamento e tomada de decisão, o Quadro 3, da NHO 06,


apresenta considerações técnicas e a atuação recomendada para trabalhadores
aclimatizados, em função dos valores de IBUTG e de M, determinados para a condição
de exposição avaliada.
No tocante às medidas preventivas e corretivas, deve ser ressaltado que,
mesmo que as exposições sejam consideradas aceitáveis, a adoção de medidas
corretivas, que reduzam os níveis de exposição, se disponíveis ou viáveis, deve ser
considerada prática positiva, uma vez que melhora as condições de trabalho e
minimiza os riscos de danos à saúde.
Baseado nas informações anteriormente descritas, no laboratório virtual você
irá avaliar as condições ambientais de determinados postos de trabalho, concluindo se
há desconforto térmico ou sobrecarga térmica.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERENCE Jr, Michael; LEMON, Harvey B; STEPHENSON, Reginald J. Curso de Física -


CALOR. 1. ed. São Paulo: Ed. Edgard Blucher, 1974.

MORAES DE ARAÚJO, Giovanni; FNormas Regulamentadoras Comentadas. Rio de


Janeiro: Gerenciamento Verde Consultoria, 4 ed, vol 1, 2003.

http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr15_anexoIII.htm

https://alextinoco.com/downloads/nho-06-avaliacao-da-exposicao-ocupacional-ao-
calor/

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