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PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO

Abordagem dos locais e das condições de trabalho

A avaliação de calor foi feita de modo a caracterizar a exposição de todos


os trabalhadores considerados no estudo.
Identificaram-se grupos de trabalhadores que apresentavam iguais
características de exposição – grupos homogêneos.
As avaliações foram realizadas cobrindo trabalhadores cuja situação
correspondia à exposição “típica” do grupo considerado.

Para que as medições fossem representativas da exposição ocupacional.


O período de amostragem foi adequadamente escolhido,de maneira a
considerar os 60 minutos corridos de exposição que correspondam à
condição de sobrecarga térmica mais desfavorável, considerando-se as
condições térmicas do ambiente e as atividades físicas desenvolvidas pelo
trabalhador. Portanto, a identificação do período de exposição mais
desfavorável foi feita mediante análise conjunta do par de variáveis,
situação térmica e atividade física, e nunca por meio de análise isolada de
cada uma delas.
Condições de exposição não rotineiras, decorrentes de operações ou
procedimentos de trabalho previsíveis mas não habituais, foram avaliadas
e interpretadas isoladamente, considerando-se a sua contribuição na
caracterização da exposição ocupacional do trabalhador exposto.

Foram obtidas informações administrativas, necessárias à caracterização


da exposição dos trabalhadores, e as mesmas foram confirmadas por
observações de campo.

Equipamentos de medição

Utilizou-se equipamento eletrônico para a determinação do IBUTG, sendo


que a esfera utilizada no dispositivo de medição da temperatura de globo é
de cobre, oca, de aproximadamente 1 mm de espessura e com diâmetro de
152,4 mm, pintada externamente de preto fosco, com emissividade mínima
de 0,95.
O pavio utilizado no dispositivo de medição da temperatura de bulbo
úmido natural é de forma tubular, de tecido com alto poder de absorção de
água.
Os medidores foram utilizados dentro das condições de umidade,
temperatura, campos magnéticos e demais interferentes especificados pelos
fabricantes.

Equipamentos e acessórios complementares

Tripé do tipo telescópico


Dispositivo, pintado de preto fosco, destinado à montagem e
posicionamento do equipamento de medição, na altura necessária para a
correta avaliação da exposição ocupacional ao calor.
Procedimentos de medição

Aspectos gerais
Antes de serem iniciadas as medições para a determinação do IBUTG, foi
observado o que segue:

Quanto aos equipamentos eletrônicos de medição:

• Verificou-se a integridade eletromecânica e a coerência no


comportamento de resposta do instrumento;

• verificou-se a suficiência de carga das baterias para o tempo de medição


previsto;

• Efetuou-se a calibração de acordo com as instruções do fabricante;

• Verificou-se a necessidade da utilização de cabo de extensão para


eliminar a influência de interferências inaceitáveis;

• Procedeu-se à umidificação prévia do pavio.

Conduta do avaliador:

• Evitou-se que seu posicionamento e conduta interferissem na condição de


exposição sob avalição, para não falsear os resultados obtidos.
• Adotaram-se medidas necessárias para impedir que o usuário, ou
qualquer terceiro, pudesse fazer alterações na programação do
equipamento, comprometendo os resultados obtidos;
• Informou-se o trabalhador a ser avaliado que:

- a medição não iria interferir com suas atividades habituais, devendo


manter a sua rotina de trabalho.
- o equipamento de medição só poderia ser removido pelo avaliador;
- o equipamento de medição não poderia ser tocado ou obstruído.

Posicionamento do conjunto de medição

A altura de montagem dos equipamentos coincidiu com a região mais


atingida do corpo. Quando esta não for definida, o conjunto foi ser
montado à altura do tórax do trabalhador exposto.

Medições

A avaliação da exposição ao calor foi feita por meio da análise da exposição


de cada trabalhador, cobrindo-se todo o seu ciclo de exposição.

Portanto, foram feitas medições em cada situação térmica que compõe o


ciclo de exposição a que fica submetido o trabalhador. Ressaltamos que o
número de situações térmicas, em determinados casos, foi superior ao
número de pontos de trabalho, já que no mesmo ponto ocorreram duas ou
mais situações térmicas distintas.

As temperaturas medidas são a temperatura de bulbo úmido natural (tbn),


a temperatura de globo (tg) e a temperatura de bulbo seco (tbs). Em locais
em que não houve a presença de carga solar direta não foi necessária a
medição da temperatura de bulbo seco.
As leituras das temperaturas foram sempre iniciadas após a estabilização*
do conjunto na situação térmica que está sendo avaliada, e repetida a cada
minuto. foram feitas no mínimo três leituras. Os valores atribuídos ao tg,
ao tbs e ao tbn correspondem às médias das leituras, respectivas a cada
temperatura, contidas no referido intervalo.

As condições térmicas de curta duração, inferiores ao tempo de


estabilização, foram avaliadas por meio de simulação. Este procedimento
consistiu em estender o tempo de duração das referidas condições térmicas,
de modo a permitir a estabilização e as leituras necessárias para a
avaliação da exposição.

O tempo de permanência do trabalhador em cada situação térmica que


compõe o ciclo de exposição foi determinado através da médio-aritmética
de no mínimo três cronometragens, obtidas observando-se o trabalhador
na execução do seu trabalho.

Análogo à determinação das diversas situações térmicas, foi, igualmente,


identificada as distintas atividades físicas exercidas pelos trabalhadores em
estudo e estimado o calor produzido pelo metabolismo em cada uma delas.

* O tempo necessário para a estabilização do conjunto pode ser de até 25


minutos.

Foi registrado em planilha de campo, para cada situação térmica


identificada:

 O horário de início e fim da medição;


 A descrição das características ambientais e operacionais que a
compõem;
 Os dados obtidos nas medições de temperatura;
 Os dados de cronometragem do tempo de duração da situação.

E para cada atividade física identificada:

 A descrição das operações e procedimentos que a compõem;


 Os dados de cronometragem do tempo de duração da atividade

ANEXO

ATIVIDADE OU OPERAÇÕES QUE EXPONHAM O TRABALHADOR

PERCENTUAL

ANEXO- 03
Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos limites de tolerância fixados nos quadros nº 1 e
20%
MEIOS DE PROPAGAÇÃO E POSSIVEIS DANOS Á
SAUDE

TEMPERATURAS EXTREMAS (CALOR): As formas de propagação do calor no ambiente


são: radiação (através de ondas infravermelhas), condução (através de materiais) e convecção
(movimentação de meios líquidos ou gasosos). Pode causar ao trabalhador desconforto térmico,
vaso dilatação sanguínea, elevada ativação das glândulas sudoríparas, fadiga, insolação ou
intermação (pele seca), desidratação, perturbação nas funções cardiovasculares, prostação
térmica, cãibras de calor, devido à perca de sal, queimaduras, intertrigo, urticária e catarata
(pelo calor irradiante).
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DESENVOLVIMENTO

Para elaboração do presente laudo, realizamos durante o Mês de MARÇO DE 2013


vistorias nas instalações a fim de verificar as condições de segurança e higiene do
trabalho, objetivando a elaboração do LTCAT, conforme determinação da Legislação
Vigente.

Análise das Condições de Trabalho

Para facilitar o entendimento da análise, esta foi separada por atividades e grupos
homogêneos.

O presente trabalho é extensivo a todos os setores e funcionários desta empresa.

O trabalho desenvolvido procura alinhar os aspectos humanos, materiais e ambientais,


os quais são invariavelmente relacionados entre si, para tanto foram levados em
consideração as Normas Regulamentadoras e as determinações do Ministério do
Trabalho.

Com relação aos instrumentos utilizados, critérios de avaliação, estes seguem o padrão,
considerados ideal no mundo todo.

Cumpre-nos esclarecer que houve participação dos funcionários da Empresa na coleta


de dados e na prestação de informações vitais, de exclusiva responsabilidade dos
informantes.

As informações e investigações constantes nesse relatório são baseadas nas informações


e dados colhidos durante o levantamento técnico realizado. Quaisquer modificações nas
instalações, equipamentos, métodos e processos, poderão alterar os valores e
informações constantes neste trabalho.
GHE – GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO

“O Grupo Homogêneo de Exposição envolve um grupo de trabalhadores que exercem


atividades diferentes ou similares dentro de um mesmo ambiente de trabalho, ou seja,
expostos aos mesmos agentes ambientais”.

“O conceito de Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) conforme o manual da NIOSH


– “Occupational Expsure Sampling” nos diz que: “GHE corresponde a um grupo de
trabalhadores, que experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado
fornecido pela avaliação da exposição de qualquer trabalhador do grupo seja
representativo da exposição do restante dos trabalhadores do mesmo grupo”.
1 PROPOSTA
FORNO

GHE: 09 DATA: 30/04/2013


FORNO Jornada de Trabalho: 06 horas diárias
Trabalhos em Turnos: (x) Sim ( ) Não
RESUMO DAS ATIVIDADES
Função Quant. Atividades
Executar operações ligadas à perfuração, vazamento, tamponamento
Forneiro
04 do Alto Forno, preparação dos canais de corrida, fiscalizar a
refrigeração geral do Alto Forno e realizar a limpeza do local.

AVALIAÇÃO QUANTITATIVA
EXPOSIÇÃO AOS RISCOS CONTINUO
AGENTES IDENTIFICADOS PARÂMETRO LEGAL
Calor: Média Ponderada: Atividade Metabolismo NR-15/Anexo 3:
IBUTG: = 36,8 ºC TU = 29,0 ºC IBUTG = 25,0 para
Fonte Geradora: Forno TS = 31,1 ºC Pesada 440 Kcal/h Trabalho Continuo
TG = 40,6 ºC
Observações: Controle da PAIR (Perda Induzida pelo Ruído) e Controle Médico.
Possíveis Danos:

Físicos: Ruído e Calor


Medidas de Controle Utilizadas Medidas de Controle Recomendadas
ADMINISTRATIVA: Orientações de segurança / palestras e Eliminar os agentes causadores de insalubridade através da
procedimento de segurança. adequação e controle das fontes geradoras de risco, ou da
implantação de equipamentos de proteção coletiva.
EPC: Extintores de incêndio, sinalização de segurança.
Recomendamos que seja realizado um estudo com relação aos
EPI: Calçado de segurança solado térmico, capacete Celeron, agentes causadores de calor, visando á implantação de um
óculos meia haste, cinto abdominal ergonômico, Blusão de meio que reduza a temperatura junto ao ambiente de trabalho
Raspa, Protetor facial aluminizado, touca de raspa, luva (ver proposta de correção técnica).
pigmentada, protetor auricular tipo concha, luva de raspa e
mascara de proteção PFF2.
2 PROPOSTA

FICHA DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - LTCAT


POSTO DE TRABALHO: Operacional – PADARIA
Jornada de Trabalho:
CARGO/FUNÇÃO: 07h 20 de Segunda-Feira à
Sábado
TRABALHADORES EXPOSTOS: 05 DATA: 29/07/2013
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

FÍSICO
QUÍMICO
BIOLÓGICO
ERGONÔMIC
Agentes

O
MECÂNICO
OU DE
ACIDENTE
FONTE GERADORA:

CARACTERIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO:
Intermitente e Continuo.
POSSÍVEIS DANOS A SAÚDE RELACIONADOS AOS RISCOS:
.
MEDIDAS DE CONTROLE EXISTENTES:

MEDIDAS DE CONTROLE RECOMENDADAS:


AVALIAÇÃO QUANTITATIVA
CALOR
Padaria:
Regime de Trabalho-descanso, com descanso em outro local.

Ciclo de Trabalho encontrado (fonte geradora):


Área de Descanso: Bancada (24 min) Trabalhando
Área de Trabalho: Forno (36 min) Trabalhando

Calor Encontrado:
Ponto 01 (Descanso): IBUTG: 27,9 °C
TG TBN
Média Ponderada
29,3 °C 23,5 °C

Calor Encontrado:
Ponto 02 (Forno): IBUTG: 27,9 °C
TG TBN
Média Ponderada
32,0 °C 25,3 °C

Tipo de Atividade (Moderada)


Metabolismo Área de Descanso: 220 Kcal/h
Metabolismo Área de Forno: 300 Kcal/h

Média Ponderada
Metabolismo Médio: 268 kcal/h
IBUTG Médio: 30,4 °C
* Parâmetro Legal: para M=268 Kcal/h o IBUTG máximo permitido é de 27,5 °C

Os limites de Tolerância para Exposição ao Calor, em conformidade NR 15,


anexo 3 e Trabalho contínuo Quadro de Atividades Moderada é de até 26,7 ºC,
sendo que valores acima do referido se faz necessário iniciar medidas
preventivas, conforme NR 9.3.6.1.

CONCLUSÃO
Para o IBUTG encontrado recomendamos que os colaboradores trabalhem em
regime de 15 minutos de trabalho e 45 minutos de descanso em ambiente
termicamente mais ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo
atividade mais amena.
Portanto deverá a empresa adotar mecanismos de ordem coletiva e
administrativa a fim de tornar o ambiente salubre

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