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AULA #25

Programa Ergonomizando com Debora Dengo


Aula toda segunda às 17h
03/05/2021
ANÁLISE DA TEMPERATURA EFETIVA NA
ERGONOMIA
O que é a temperatura efetiva:
A temperatura avaliada para a ergonomia não é a temperatura do ar,
com termômetro simples. A temperatura efetiva é um índice
desenvolvido por Yaglou (1927) com o intuito de apreciar o conforto
térmico. É definida como a temperatura ambiente com ar calmo,
saturado em vapor d’água que produz a mesma sensação térmica do
ambiente estudado. A determinação da temperatura efetiva é obtida
por meio da introdução em ábaco específico dos seguintes
parâmetros: temperatura do ar (bulbo seco), temperatura de
bulbo úmido e velocidade do ar.

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Por que analisar?
É importante a análise da temperatura efetiva, pois um ambiente que
esteja em desconforto térmico é um ambiente desconfortável para
trabalhar.
Temperaturas acima dos níveis de conforto, ou seja, as quentes,
podem causar cansaço, fadiga, suor, baixar a pressão arterial, menor
rendimento e produtividade.
Temperaturas abaixo dos níveis de conforto, ou seja, as baixas, podem
causar rigidez, dores, tremores, falta de concentração e elevar os
níveis de stress.
A partir de uma boa análise, é possível encontrar os valores, as causas
do problema e então propor soluções assertivas.

É obrigatório analisar?
Sim, em toda Análise Ergonômica do Trabalho, um dos tópicos a ser
analisado na análise ambiental é o conforto térmico.

NR-17:
17.5 Condições ambientais de trabalho.
17.5.1 As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do
trabalho a ser executado.
17.5.2 Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que
exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de
controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou
análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes
condições de conforto:

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a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma
brasileira registrada no INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte
e três graus centígrados);
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.

E em ambientes onde não são executadas atividades que exijam


solicitação intelectual e atenção constantes?
Muitos profissionais pensam que as atividades/ funcionários que não
se enquadram nessa recomendação acima devem ser ignorados na
análise. Isso é um grande erro. Acima estão as recomendações da
norma para essas situações de trabalho. Em nenhum momento fala
que não se deve analisar ou recomendar valores para situações
diferentes de trabalho, a norma deixa livre para o profissional buscar
suas próprias fontes de recomendação, afinal, impossível uma única
NR abordar todas as situações de trabalho existentes nas atividades
dentro de um país, a norma teria mais de mil páginas facilmente.
Eu utilizo, para as diferentes situações de trabalho, a tabela de
temperatura do livro Ergonomia Prática de Jan Dull.
Atenção: como essa tabela é dos EUA, para o Brasil, esses valores
ainda podem ser confortáveis sendo de 3 a 5 graus acima do valor da
tabela.

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Manual de Aplicação da NR 17:
A climatização dos locais de trabalho onde há solicitação intelectual e
atenção constante, frequentemente é obtida pelo sistema de ar-
condicionado. Na grande maioria das situações de trabalho, não há o
emprego de fontes de calor radiante para a execução das tarefas. A
abordagem para verificar as condições de conforto térmico inicia-se
por uma fase exploratória. Essa fase compreende a observação da
situação de trabalho complementada por entrevistas com os
trabalhadores a respeito do conforto térmico.
A ação dos profissionais de segurança e saúde ocupacional deve
privilegiar a busca conjunta de soluções para reduzir a exposição do
trabalhador, aumentar o grau de satisfação por meio da reorganização
do trabalho ou de medidas técnicas.
Os critérios de medição do conforto térmico devem levar em conta a
atividade real e a medição deve ser realizada na altura do tórax do
trabalhador. São utilizados o termo higrômetro e o termo
anemômetro, mas há instrumentos que permitem a leitura de todos
os parâmetros.
Conheça o Manual: Clique Aqui

Como analisar?
1) Entrevista

- Como é a temperatura do seu setor?


- Você considera confortável?
- É muito frio ou muito quente?
- Tem algum ponto de melhoria que você gostaria de pontuar?

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2) Coleta em campo

- No setor, durante a (s) principal (is) atividade (s) posicionar o


equipamento na altura do tórax do trabalhador e realizar a coleta da
temperatura.
- Não existe um número X de coletas ou tempo de coleta solicitado em
normas, mas obviamente, quanto mais coletas fizer, em horários
distintos, mais precisa ficará sua análise.

3) Equipamento

- O equipamento para coletar a temperatura pode ser um termo


higrômetro ou um medidor de stress térmico, independente do
modelo. O que importa para nós é se o equipamento faz a coleta da
temperatura de Bulbo Úmido e de Bulbo seco, pois precisamos dessas
duas variáveis.
- O equipamento para coletar a velocidade do ar, que também
precisamos para a análise da temperatura efetiva, é o anemômetro.
Pode ser um equipamento a parte ou em alguns casos já vem junto
com seu equipamento medidor de temperatura.

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4) Análise dos dados com o Ábaco

- Após ter as 3 medidas (temperatura bulbo seco, úmido e velocidade


do ar) precisamos colocar no ábaco e obter o valor final.
- Conheça o Ábaco:

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Exemplo de análise real:
Dados:
Temperatura bulbo seco: 30°C
Temperatura bulbo úmido: 20°C
Velocidade do ar: 1,0 m/s
Aplicação:

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Neste caso, a temperatura efetiva é 24°C

Link da vídeo aula: Youtube


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