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RELATÓRIO DE

INSPEÇÃO TÉCNICA
(Obras)

BUNGE ALIMENTOS S.A.

URUÇUÍ
JUNHO – 2003
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................ 3

1 PREPARAÇÃO.....................................................................................................4

2 EXTRAÇÃO........................................................................................................16

3 CALDEIRA..........................................................................................................27

4 SUBESTAÇÃO 69 kV.........................................................................................29

5 SILO GRANELEIRO...........................................................................................31

6 SUBESTAÇÃO / GERADORES.........................................................................33

7 PRÉ-LIMPEZA....................................................................................................37

8 SILO DE FARELO..............................................................................................40

9 CONSTATAÇÕES GERAIS................................................................................41

ANEXO............................................................................................................... 42

ACOMPANHAMENTO DAS INSPEÇÕES REALIZADAS..................................47


Blumenau, 04 de julho de 2003.

INTRODUÇÃO

Sobreviver num mercado cada vez mais competitivo, significa oferecer produtos e
serviços com qualidade, ao menor custo possível e preservando o meio ambiente,
as pessoas, a comunidade e as instalações. Assim, torna-se evidente a
necessidade de uma interação muito forte entre as ações voltadas à qualidade,
produção e segurança, onde toda e qualquer possível fonte de "perda" deve ser
identificada, analisada e controlada, a fim de consolidar ainda mais a sua marca e
tornar a sua empresa mais competitiva.

Com este propósito, a inspeção de risco têm caráter de ação preventiva, auxiliando
a empresa na análise dos riscos identificados e norteando o planejamento das
ações e investimentos a serem tomados (capacitação técnica de profissionais,
cumprimento dos padrões internos de qualidade e segurança, elaboração de
procedimentos de trabalho, definição de padrões internos para aquisição de novos
equipamentos, para a elaboração de projetos ou para a realização de montagens
industriais, etc.).

As recomendações, contidas neste documento, são baseadas, fundamentalmente,


em normas técnicas vigentes (ABNT, NR, NFPA, Segurança Contra Incêndio e
outras).

Destacamos que a inspeção foi efetuada com as obras em andamento,


portanto não foi possível verificar "in loco" todas as instalações e/ou
montagens.

Atenciosamente,

Antoninho Domingos Testa


1 PREPARAÇÃO

a. Verificamos que o pé direito localizado junto ao mezanino, junto ao BK 219,


encontra-se muito baixo, favorecendo a ocorrência de doenças ocupacionais
(lombalgia).

Recomendamos:
- sinalizar a viga localizada sobre a escada de acesso;
- orientar os trabalhadores que acessam este local;
- se possível aumentar o pé direito deste local; e
- para o próximo projeto, corrigir esta não conformidade.

b. Junto ao mezanino do motor do BK 210, não existe lâmpada para iluminação do


local, podendo ocasionar acidentes no período noturno.
Também o corredor de acesso ao TCD 170 A não apresenta iluminação artificial
(luminária).

Recomendamos instalar iluminação artificial junto aos dois locais acima citados.
c. A escada de acesso do pavimento térreo para o superior (cabeça do BK), encontra-
se pouco afixada, inclusive a mesma balança lateralmente como gangorra,
podendo com isso ocasionar acidentes pessoais ocasionados por quedas ou
colapso da mesma.

Recomendamos melhorar a fixação lateral da escada acima citada.

d. Em diversos locais, constatamos ausência de tomadas monofásicas e trifásicas


para auxiliar os trabalhos de manutenção. Dentre eles destacamos:
- mezanino do BK 210;
- mezanino de acesso ao EL 105;
- topo do elevador de canecas EL 105;
- mezanino da extremidade oposta ao BK 210; e
- sobre os dois redutores do TCD 160 e TC 110.

Objetivando prevenir emendas de extensões e extensões espalhadas sobre o piso


das áreas, recomendamos instalar uma tomada monofásica e uma trifásica junto
aos locais acima citados e, eventualmente em outros.
e. Diversas luminárias localizadas nas laterais da edificação, apresentam a saída
rosqueada aberta, favorecendo a entrada de insetos e pó para o interior da mesma,
podendo com isso ocasionar formação de curto-circuito.
Lembramos que esta condição faz com que a luminária perca a condição de ser à
prova de pó.

Mezanino de acesso ao EL 105. Primeiro pavimento.

Primeiro pavimento.

Para minimizar o risco de perdas materiais, podendo até provocar explosão de pó,
recomendamos manter todas as saídas rosqueadas completamente fechadas.
f. A eletrocalha localizada na lateral do primeiro pavimento não apresenta tampa de
fechamento, além de apresentar detritos de construção civil internamente.

Recomendamos efetuar limpeza interna.


Caso o local apresente riscos de danos mecânicos aos cabos ou acesso de
pó/sujeiras no interior da eletrocalha, recomendamos instalar a respectiva tampa na
eletrocalha.

g. O corredor de acesso ao redutor do BK 160, encontra-se obstruído por uma


pequena eletrocalha, podendo causar tropeções e/ou queda dos trabalhadores.
Destacamos que a eletrocalha encontra-se localizada a aproximadamente 25 cm
de altura em relação ao piso do corredor.

Recomendamos relocar a eletrocalha, de forma que a mesma não permaneça junto


da área de circulação.
h. A escada marinheiro, de acesso ao redutor do BK 160, apresenta largura de 73 cm
e profundidade de 55 cm, incluindo o arco.
Destacamos que a profundidade de 55 cm, não permite a circulação de um
indivíduo de maior estatura física ou obeso. Caso o profissional force a passagem
pelo local, poderá sofrer acidente.

Recomendamos aumentar a profundidade da escada acima citada, de forma que a


dimensão permita a passagem segura de qualquer profissional. Para isso
sugerimos manter profundidade mínima de 80 cm (incluindo arco).

i. Em diversos corredores (passarela), constatamos dificuldade para circulação,


podendo ocasionar tropeções e/ou quedas. Dentre eles destacamos:
- corredor (passarela) de acesso ao TCD 160 com degrau (resalto) de 11 cm de
altura;
- corredor (passarela) de acesso ao TC 120, com dois degraus (resalto) de 11 cm
de altura; e
- corredor (passarela) de acesso ao TC 120, com eletrocalha a 120 cm de altura.

Acesso ao TCD 160. Acesso ao TC 120.

Local possível para instalar escada de


Acesso ao TC 120. acesso ao corredor do TC 120.
Recomendamos eliminar os degraus existentes nos locais acima citados, ou
instalar outro acesso ao corredor de acesso do TC 120, conforme foto acima citada.
Caso isto não seja possível a curto prazo, recomendamos:
- sinalizar a existência dos degraus;
- orientar os trabalhadores que acessam estes locais;
- se possível eliminar os degraus acima citados; e
- para os projetos futuros, recomendamos prever a eliminação dos degraus acima
citados.
Também recomendamos eliminar ou elevar a eletrocalha, de forma que a altura
mínima em relação ao corredor, seja pelo menos 2 (dois) metros, ou relocar a
eletrocalha, de forma que a mesma não permaneça localizada sobre o corredor.

j. O corredor localizada junto ao TC 120 encontra-se quase que obstruído, podendo


com isso agravar ou ocasionar acidentes pessoais. Dentre os locais destacamos:
- corredor do lado externo, localizado junto ao resfriador de farelo;
- corredor parcialmente obstruído e parte da tubulação sem isolamento térmico,
também localizado junto ao resfriador de farelo; e
- rosca dos finos do resfriador, localizada junto ao piso do corredor externo do
resfriador de farelo.

Resfriador de farelo. Isolamento parcial da tubulação.

Rosca no Corredor.
Recomendamos:
- desviar lateralmente o corredor, onde a tubulação impede a circulação;
- efetuar o isolamento térmico de toda tubulação e se possível mudá-la de local, de
forma que a mesma não dificulte a circulação;
- caso não seja possível relocar a tubulação localizada no corredor, sinalizar a viga
junto da tubulação/registro;
- instalar uma pequena escada com degraus para circular sobre o redler/tubulação,
além de elevar o corrimão junto deste local.

k. As janelas laterais da sala de controle (painéis elétricos), são do tipo basculante e


abrem diretamente na altura do rosto dos trabalhadores que circulam junto ao
corredor interno do resfriador de farelo, podendo ocasionar acidentes pessoais,
como por exemplo cortes e luxações no rosto.

Recomendamos manter as janelas permanentemente fechadas e trancadas ou


relocá-las de forma que sua abertura não atinja o rosto/cabeça dos trabalhadores.
Outra alternativa é substituir as janelas por elemento vazado, juntamente com tela
para prevenir a entrada de insetos.

l. Dois disjuntores gerais, localizados na sala de controle (CCM), apresentam a


manopla de acionamento instalada no interior do painel. Portanto em eventual
necessidade de desligar a energia elétrica, o operador precisará abrir a porta para
efetuar esta operação, podendo com isso se acidentar gravemente, além de
provocar perdas materiais e interrupção do fornecimento de energia elétrica neste
setor.
Recomendamos instalar um prolongador junto à manopla de acionamento dos
disjuntores, de modo que a manopla possa ser acionada sem necessidade de abrir
a porta do painel elétrico.

m. O condutor de aterramento das portas dos painéis da sala de controle (CCM)


encontra-se subdimensionado, isto porque o mesmo possui seção 2,5mm 2.
Portanto em eventual falha de isolamento, o condutor de aterramento poderá se
romper e, neste caso configurará ausência de aterramento.
Também as portas localizadas atrás de um dos painéis da sala de controle, junto
ao lado do resfriador de farelo, não apresentam aterramento.

Recomendamos efetuar o aterramento de todas as portas dos painéis elétricos e,


conforme especificações da NBR 5410 (item 6.4.3.1.2, tabela 53) da ABNT,
conforme segue.

Seção dos condutores Seção mínima do condutor de


da instalação S proteção
2
(mm ) correspondente Sp
(mm2)
S  16 S
16 < S  35 16
S > 35 S/2

Em qualquer caso a seção não poderá ser inferior a:


- a 2,5 mm2 se possuir proteção mecânica; e
- a 4,0 mm2 se não possuir proteção mecânica.
n. A grande maioria dos condutores elétricos, encontra-se ligado diretamente na saída
da régua de bornes, sem o respectivo terminal, favorecendo a desconexão
acidental, o aumento da resistência elétrica e por conseqüência perdas por
aquecimento ou formação de curto-circuito.

Recomendamos instalar o respectivo terminal, específico para condutor flexível,


em cada um dos condutores das diversas réguas de bornes.

o. A grande maioria dos condutores elétricos ligados junto da régua de bornes dos
painéis da sala de controle (CCM), não possui identificação, contribuindo assim
para a ocorrência de acidentes pessoais graves, podendo até provocar mortes.

Objetivando minimizar o risco de desligamento indevido de um determinado circuito


facilitando a ocorrência dos riscos supracitados, recomendamos identificar de
forma legível e clara todos os circuitos e os componentes elétricos dos quadros e
painéis elétricos, atendendo assim o item 6.1.5 (identificação dos componentes) da
NBR 5410.
p. Todas as luminárias com lâmpada PL localizadas nas portas dos painéis da sala de
controle (CCM), apresentam os terminais expostos, além de apresentar dificuldade
para trocar a lâmpada e, em função da lâmpada estar virada para cima o nível de
iluminamento no interiro do painel fica parcialmente comprometido.

Objetivando minimizar o risco de acidentes pessoais, recomendamos inverter a


luminária, de forma que a lâmpada permaneça virada para baixo.
Caso seja possível, também recomendamos evitar que os terminais permaneçam
expostos.

q. Na sala dos painéis de controle (CCM), não foi instalada iluminação de


emergência, podendo com isso agravar o risco de danos materiais e principalmente
acidentes pessoais graves, em função da demora ou da não atuação em eventual
caso de ação emergencial ou até mesmo em manutenção corretiva.

Caso esteja prevista, lembramos para instalar a iluminação de emergência também


para este local.
Caso não esteja prevista, recomendamos instalar iluminação de emergência neste
setor, atendendo assim ao disposto na Norma Regulamentadora NR-10 e na NBR
5410.
r. A subestação apresenta poço captor (bacia de contenção) para conter eventuais
vazamentos de óleo isolante. Porém em função da mesma estar localizada ao ar
livre, não existe mecanismo para drenar a água da chuva que fica retida no interior
do poço captor.
Lembramos que no local são dois transformadores, sendo que cada um deles
possui 970 litros de óleo isolante.

Recomendamos instalar um sistema, constituído por registro juntamente com


declividade, de forma que seja possível drenar a água da chuva.

s. Na lateral da edificação da preparação, localizada do lado oposto da extração, não


existe descida do sistema de proteção contra descargas atmosféricas (pára-raios),
podendo em eventual queda de raio, ocasionar danos materiais e acidentes
pessoais.

Recomendamos prever pelo menos uma descida junto à lateral acima citada,
utilizando o mesmo critério utilizado na lateral do lado da extração.
Acompanhamento do setor: PREPARAÇÃO
Item Medida Proposta Verificação da Eficácia
Data Responsável Data Visto do Responsável
Prevista Realizada
a
b
c
d
e
f
g
h
i
j
k
l
m
n
o
p
q
r
s
Observações:
2 EXTRAÇÃO

a. Todas as unidades seladoras não foram preenchidas com a respectiva massa


seladora.
Antes de iniciar a operação da planta, lembramos para efetuar a colocação da
respectiva massa seladora.

b. A massa seladora existente na unidade, apresenta identificação parcial, isto porque


no corpo da embalagem consta Br Ex.
Destacamos que não estamos afirmando que a massa não é indicada para a
extração, porém em função da embalagem apresentar identificação parcial, ficamos
em dúvida.

Recomendamos que a massa seladora atenda os seguintes requisitos:


- ser aprovada para área classificada;
- possuir identificação/marcação completa junto ao corpo da embalagem;
- estar dentro do prazo de validade;
- vir acompanhada do certificado de conformidade; e
- ser aplicada com espessura igual ao tamanho nominal do eletroduto e nunca
inferior a 16 mm (Figura 1).

Figura 1 – Aplicação da massa seladora (espessura mínima).


Exemplo de marcação para um equipamento à prova de explosão, a ser utilizado
em atmosfera explosiva contendo hexano.

BR Ex d IIA T3 Nº do certificado
e nome da
entidade
certificadora

c. Junto ao mezanino da extração, constatamos a existência de diversas unidades


seladoras, cuja localização das mesmas é muito distante do invólucro dos
seguintes equipamentos:
- unidade seladora a 55 centímetros do motor VBR 622;
- unidade seladora a 55 centímetros do motor do ventilador 136;
- unidade seladora a 60 centímetros do mexedor 503;
- unidade seladora a 56 centímetros da válvula do 729/736 (lavador de gases); e
- unidade seladora a 65 centímetros do motor do IT 5.

Motor 506. IT 5.

Junto ao piso do extrator (1º pavimento), constatamos a existência de unidades


seladoras, cuja localização encontra-se muito distante do invólucro dos seguintes
equipamentos:
- unidade seladora a 63 centímetros do motor da centrífuga;
- unidade seladora a 60 centímetros do motor da rosca da entrada do extrator;
- unidade seladora a 60 centímetros da válvula de fluxo (um) de água; e
- unidade seladora a 60 centímetros da válvula de fluxo (dois) de água.

Junto ao piso intermediário (entre o térreo e o 1º pavimento), constatamos a


existência de unidades seladoras, cuja localização encontra-se muito distante do
invólucro dos seguintes equipamentos:
- unidade seladora a 49 centímetros do motor BE 2 (lateral do DT);
- unidade seladora a 55 centímetros do motor BE 1 (lateral do DT); e
- unidade seladora a 55 centímetros do motor do extrator.
Junto ao pavimento térreo, constatamos a existência de unidades seladoras, cuja
localização encontra-se muito distante do invólucro dos seguintes equipamentos:
- unidade seladora a 55 centímetros do motor P 729 / 736;
- unidade seladora a 58 centímetros do motor P 503 HW;
- unidade seladora a 50 centímetros do motor P 582 B;
- unidade seladora a 50 centímetros do motor P 582 L;
- unidade seladora a 50 centímetros do motor P 503 B;
- unidade seladora a 55 centímetros do motor ao lado do P 120;
- unidade seladora a 55 centímetros do motor P 120;
- unidade seladora a 55 centímetros do motor P 22;
- unidade seladora a 55 centímetros do motor P 1;
- unidade seladora a 50 centímetros do motor P 46 B;
- unidade seladora a 54 centímetros do motor P 99;
- unidade seladora a 56 centímetros do motor P 32;
- unidade seladora a 53 centímetros do motor P 63;
- unidade seladora a 53 centímetros do motor P 29;
- unidade seladora a 55 centímetros do motor P 3/5;
- unidade seladora a 58 centímetros do motor P 3/4;
- unidade seladora a 54 centímetros do motor P 3/3;
- unidade seladora a 56 centímetros do motor P 3/2;
- unidade seladora a 57 centímetros do motor P 3/1;
- unidade seladora a 56 centímetros do motor P 70 L;
- unidade seladora a 53 centímetros do motor 4 D; e
- unidade seladora a 57 centímetros do motor 4.

As unidades seladoras devem ser utilizadas em cada eletroduto que chega em


invólucros que contenham chaves, lâmpadas, motores, disjuntores, fusíveis, relés,
resistores, ou outros equipamentos que podem produzir arco, centelha, ou alta
temperatura.

De acordo com o NEC, em Classe I, Divisões 1 e 2, a aplicação das unidades


seladoras, pelo critério do invólucro, deve ser o mais próximo possível do invólucro
e nunca a mais de 45 cm de distância do mesmo.
Lembramos que na NBR 5418 (Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas) da
ABNT e no Manual de Instalações Elétricas em Industrias Químicas, Petroquímicas
e de Petróleo, do autor Dácio de Miranda Jordão, recomendam afastamento
máximo de 45 cm (quarenta e cinco centímetros) entre a unidade seladora e o
invólucro.

Desta forma, recomendamos a relocação das unidades seladoras para o mais


próximo possível do invólucro, porém nunca a mais de 45 cm, prevenindo assim o
risco do fenômeno da detonação do chamado tubo longo.
Outra alternativa é manter a atual unidade seladora, instalando outra unidade com
afastamento igual ou inferior a 45 cm.

Lembramos que, tanto a unidade seladora quanto à massa seladora, devem ser
aprovadas para o ambiente onde serão instaladas, devendo a massa estar dentro
do prazo de validade. A massa seladora deverá ser aplicada com espessura igual
ao tamanho nominal do eletroduto e nunca inferior a 16 mm.
d. Junto ao piso do extrator (1º piso), constatamos a existência de uma abertura
lateral, em praticamente todo o perímetro da extração, favorecendo o risco de
acidentes pessoais, isto porque esta abertura apresenta aproximadamente 15 cm,
portanto o calçado/pé do trabalhador passa facilmente, podendo ocasionar
escoriações e/ou luxação e/ou quebra da perna.

Recomendamos fechar a abertura acima citada, de forma que o calçado do


trabalhador permaneça firme junto ao piso. Portanto, uma das alternativas é
prolongar as chapas expandidas até a estrutura que sustenta o telhado lateral ou
instalar outras chapas expandidas, de forma que a abertura seja mantida
completamente fechada.

e. Aparentemente as duas luvas dos dois eletrodutos que acondicionam os


condutores elétricos do DT, não são indicadas para área classificada, podendo
ocasionar perdas materiais acentuadas.

Objetivando minimizar o risco de danos materiais e acidentes pessoais,


recomendamos solicitar o certificado de conformidade de todos os equipamentos e
componentes que compõe o sistema elétrico.
f. Na unidade não conseguimos localizar os respectivos certificados de conformidade,
inclusive ninguém soube informar se os mesmos existem ou não.

A certificação de conformidade é o ato de atestar que um produto ou serviço está


conforme uma determinada norma ou especificação técnica, através de ensaios
e/ou verificações baseados em métodos também normalizados. A certificação
consiste de um poderoso instrumento para o desenvolvimento industrial e para a
proteção do consumidor, induzindo à busca contínua da melhoria da qualidade.

Segundo a Portaria nº 121 de 24 de julho de 1996, do Instituto Nacional de


Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, fica obrigatória a
certificação de conformidade para todos os equipamentos, dispositivos e/ou
componentes elétricos e eletrônicos, destinados à aplicação em atmosferas
explosivas, fabricados no Brasil ou no exterior, conforme Regulamento aprovado
por esta Portaria, a qual entrou em vigor 6 meses após a data de sua publicação.

Também destacamos que a portaria 176 do INMETRO, datada de 17 de julho de


2000, determina em seu artigo primeiro:

Art. 1°
"Manter a obrigatoriedade de que todos os equipamentos elétricos,
acessórios e componentes, para atmosferas potencialmente explosivas,
comercializados e utilizados no Brasil, em atendimento à legislação vigente,
salvo as exceções previstas, ostentem a identificação da Certificação do
Sistema Brasileiro de Certificação - SBC, em conformidade com a Regra
Especifica para a Certificação de Equipamentos Elétricos para Atmosferas
Explosivas (NIE DINQP 096)"

Parágrafo 1°
"Estabelecer a data de 01 de agosto de 2001 para que os produtos ostentem a
nova identificação da Certificação do Sistema Brasileiro de Certificação,
estabelecida pela Resolução n° 02, de 11 de dezembro de 1997, do Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - CONMETRO,
publicada na Diário Oficial da União de 08 de março de 1998."

Art. 6°
"Estabelecer que a inobservância das disposições contida nesta Portaria
acarretará aplicação, a seus infratores, das penalidades previstas no art. 8°,
da lei n° 9.933, de 20 de dezembro de 1999."

É importante lembrar dos aspectos legais presentes nesta questão, no que diz
respeito à responsabilidade civil e penal do acidente de trabalho. Por exemplo, se
um equipamento elétrico para atmosfera explosiva é instalado numa indústria sem
que possua o respectivo certificado de conformidade, aquela empresa estará em
situação de ilegalidade, e se, por hipótese, ocorrer um acidente devido ao mau
funcionamento daquele dispositivo, a empresa e seus responsáveis técnicos
responderão processos civil e penal, respectivamente, pelo acidente de trabalho.

Lembramos que o invólucro à prova de explosão (Ex d) deve ser capaz de suportar
a pressão de explosão interna e não permitir que essa explosão se propague para
o meio externo, sendo que cuidados na montagem e manutenção são
fundamentais para garantir essa função.
Desta forma, recomendamos solicitar dos instaladores todos os certificados de
conformidade dos equipamentos, dispositivos e/ou componentes elétricos e/ou
eletrônicos instalados na unidade.
É fundamental ainda, estabelecer procedimentos que garantam a seleção e a
compra adequada destes equipamentos, dispositivos e/ou componentes, ou seja,
adequados à área classificada onde serão instalados e somente com os
respectivos certificados de conformidade.
É importante lembrar que as áreas de projetos, compras, manutenção e segurança
deverão ser orientadas, para que os procedimentos sejam seguidos.

g. Constatamos que diversos bujões de fechamento das saídas rosqueadas


encontram-se parcialmente enroscados. Portanto, em eventual explosão interna,
em função da resistência mecânica estar reduzida, ocorrerá o rompimento do
invólucro ou o desprendimento do bujão e, neste caso a centelha se propagará
para o meio externo.
Em síntese, este tipo de situação faz com que os equipamentos percam as
características à prova de explosão.

Recomendamos rosquear todas as conexões com pelo menos 5 (cinco) fios de


rosca.
h. Todas as luminárias instaladas em 45 graus, não apresentam unidade seladora,
nem o selo (resina) original de fábrica.
As unidades seladoras devem ser utilizadas em cada eletroduto que chega em
invólucros que contenham chaves, lâmpadas, motores, disjuntores, fusíveis, relés,
resistores, ou outros equipamentos que podem produzir arco, centelha, ou alta
temperatura.

Ausência do selo original da luminária.

Recomendamos instalar unidade seladora nas luminárias acima citadas, atendendo


os seguintes requisitos:
- ser aprovada para área classificada;
- possuir identificação/marcação completa junto ao corpo da mesma;
- possuir afastamento igual ou inferior a 45 cm do invólucro; e
- vir acompanhada do respectivo certificado de conformidade.
Lembramos que na PNB 158 da ABNT e no Manual de Instalações Elétricas em
Industrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo, do autor Dácio de Miranda
Jordão, recomendam afastamento máximo de 45 cm (quarenta e cinco
centímetros) entre a unidade seladora e o invólucro.
Portanto recomendamos manter afastamento, entre o invólucro e a unidade
seladora, o mais próximo possível, porém não superior a 45 cm, prevenindo assim
o risco do fenômeno da detonação do chamado tubo longo.

Também lembramos para instalar a massa seladora no interior das unidades


seladoras e, que a mesma atenda aos seguintes requisitos:
- ser aprovada para área classificada;
- estar dentro do prazo de validade;
- possuir identificação/marcação completa junto ao corpo da embalagem;
- vir acompanhada do respectivo certificado de conformidade.

i. Todas as luminárias instaladas na posição 180 graus, não possuem unidade


seladora.
Também a abertura com o espaço físico interno, onde poderia ser instalada a
massa seladora encontra-se vazia internamente.

Objetivando minimizar o risco de acidentes pessoais, e danos materiais,


recomendamos instalar unidade seladora em todas as luminárias acima citadas ou
instalar massa seladora no interior da abertura da foto acima citada.
Lembramos para que as unidades seladoras juntamente com a respectiva massa
atenda aos critérios citados na recomendação anterior.
j. Por falta de informações técnicas, em especial o certificado de conformidade, não
conseguimos concluir se as instalações e alguns equipamentos são indicados para
área classificada. Dentre eles destacamos:
- PT 100;
- botoeiras;
- termostatos;
- pressostatos;
- válvulas;
- indicadores de níveis;
- medidores de vazão;
- sensores; e
- demais sinais.
Visualmente podemos afirmar que não são à prova de explosão.
Conforme informações recebidas, os equipamentos acima citados possuem
barreira intrínseca. Porém, a unidade não possui certificado de conformidade das
barreiras intrínsecas.

Lembramos para solicitar, da empresa que efetuou a montagem das instalações


elétrica, os respectivos certificados de conformidade dos equipamentos acima
citados.

k. Também constatamos que alguns conduletes e eletrodutos que conduzem os


condutores elétricos dos equipamentos mencionados na recomendação acima
citada (letra j) são do tipo comuns, ou seja; os mesmos não são à prova de
explosão.

Caso os equipamentos acima citados sejam indicados para área classificada, os


conduletes e eletrodutos estão corretamente aplicados. Apenas recomendamos
estabelecer um tipo de identificação (cor ou marcas listadas) para todos os
eletrodutos, conduletes e caixas de passagem de circuitos/equipamentos do tipo
não acendível ou segurança intrínseca ou segurança aumentada ou barreira
intrínseca.

Caso os equipamentos acima citados não sejam indicados para área classificada,
todos os conduletes e eletrodutos necessitam ser do tipo à prova de explosão.
Portanto, recomendamos substituí-los.

l. Observamos a falta de um estudo de classificação de áreas, o que consiste em não


conformidade, uma vez que a sua falta impede um controle adequado sobre as
áreas classificadas e respectivas instalações elétricas.

Recomendamos um estudo de classificação de áreas, para verificar os tipos de


proteção adequados e permitidos, para que a correção das irregularidades citadas
possa ser realizada com maior eficiência e menor custo.
Sugerimos ainda, a realização de inspeções periódicas nas instalações elétricas
situadas em ambientes onde possa ocorrer atmosfera explosiva, quanto à
adequação, montagem e manutenção, visando garantir um nível de segurança
aceitável para estas instalações.
m. Com relação aos futuros trabalhos de manutenção e, caso seja efetuado
manutenção (rebobinamento, troca de rolamentos, etc.) dos motores elétricos E xd
em oficina externa, lembramos que a mesma necessita estar autorizada para
efetuar reparos em equipamentos de área classificada.
Caso a oficina não esteja devidamente autorizada, lembramos que tal condição
permite a perda das características originais, colocando em risco a segurança das
instalações e de seus usuários, além da perda da garantia e da responsabilidade
civil e criminal que poderá incidir sobre tal procedimento.

Desta forma, recomendamos estabelecer procedimento de manutenção, definindo


quem poderá realizar tais manutenções (oficinas de manutenção autorizada pelos
respectivos fabricantes), além da documentação necessária para resguardar a
empresa, devendo o setor de compras também ser informado deste procedimento.

A título de orientação, destacamos a foto da aplicação correta do selo na passagem


dos condutores elétricos da caixa de ligação para o interior do motor.

n. É importante lembrar que, além dos aspectos relacionados à responsabilidade civil


e penal, as irregularidades presentes neste relatório, se identificadas em uma
perícia, após um eventual acidente, podem desobrigar a seguradora do
ressarcimento dos prejuízos, razão que reforça ainda mais, a necessidade de
colocar em prática tais recomendações.
Acompanhamento do setor: EXTRAÇÃO
Item Medida Proposta Verificação da Eficácia
Data Responsável Data Visto do Responsável
Prevista Realizada
a
b
c
d
e
f
g
h
i
j
k
l
m
n
Observações:
3 CALDEIRA

a. Junto às bombas de combate a incêndio, constatamos as seguintes não


conformidades:
- presença de tanque de combustível, com capacidade para 250 litros, localizado
no interior da edificação;
- ausência de bacia para conter eventual vazamento do óleo diesel; e
- presença de mangueira diretamente exposta e constituída de material (plástico)
facilmente quebrável e combustível.
Tais situações aumentam o risco de contaminação ambiental, propagação de
incêndio, acidentes pessoais e não funcionamento do sistema de combate a
incêndio.

Recomendamos:
- relocar o tanque para o lado externo da edificação;
- instalar bacia de contenção para conter eventual vazamento do líquido
combustível. A mesma deverá possuir capacidade para conter o volume do
tanque de combustível, acrescida de margem de segurança de 10%; e
- substituir a mangueira por outra do tipo retardante a chama, como por exemplo,
mangueira constituída por material metálico.
b. A manopla do disjuntor geral do painel de força da caldeira , encontra-se instalada
no interior do painel, portanto em eventual necessidade de desligar a energia
elétrica deste painel, o operador precisará abrir a porta para efetuar esta operação,
podendo com isso se acidentar gravemente, além de provocar perdas materiais e
interrupção do fornecimento de energia elétrica neste setor.

Recomendamos instalar um prolongador junto à manopla de acionamento do


disjuntor, de modo que esta possa ser acionada sem necessidade de abrir a porta
do painel elétrico.

Acompanhamento do setor: CALDEIRA


Item Medida Proposta Verificação da Eficácia
Data Responsável Data Visto do Responsável
Prevista Realizada
a
b
Observações:
4 SUBESTAÇÃO 69 KV

a. A chave seccionadora geral não possui lâmina de terra para aterrar a entrada
durante os períodos de manutenção. Portanto, caso a concessionária energize
acidentalmente a linha geral de 69 KV, antes da conclusão dos trabalhos de
manutenção, poderá ocorrer acidentes pessoais gravíssimos (morte).

Recomendamos instalar lâmina de terra na chave seccionadora geral.

b. A subestação apresenta poço captor (bacia de contenção) para conter eventuais


vazamentos de óleo isolante. Porém, em função da subestação estar localizada ao
ar livre, não existe mecanismo para drenar a água da chuva que fica retida no
interior do poço captor. Inclusive o poço captor encontra-se mais da metade cheio
d'água.
Lembramos que no local são dois transformadores, sendo atualmente um de
reserva. O número 1 (um) que se encontra em funcionamento, apresenta 4.900,00
litros de óleo isolante.

Portanto recomendamos instalar um sistema, constituído por registro juntamente


com declividade, de forma que seja possível drenar a água da chuva.

c. A porta do transformador de serviços auxiliares não apresenta sistema de contra


porta ou grade de proteção. Portanto ao abrir a porta existe o risco de contato
direto com o sistema diretamente energizado, podendo com isso ocorrer acidentes
pessoais graves, além da interrupção da energia elétrica de toda fábrica.

Recomendamos instalar um sistema de contra porta ou grade de proteção contra


contatos diretos com o sistema energizado.
d. Conforme informações recebidas o transformador de corrente que alimenta os
relês de sobre-corrente possui relação de transformação 200/5. Portanto, os relês
possuem opção de ajuste de 1 a 12 vezes a relação acima citada. Atualmente os
relês encontram-se ajustados em 2 vezes.
Efetuando uma análise simplificada, o ajuste acima citado aparenta estar muito
alto.

Recomendamos entrar em contato com a concessionária local ou verificar o projeto


original, de forma que haja seletividade no sistema e, se necessário mudar o valor
do ajuste da corrente nominal dos relês de proteção.

Acompanhamento do setor: ÁREA DE ARMAZENAGEM


Item Medida Proposta Verificação da Eficácia
Data Responsável Data Visto do Responsável
Prevista Realizada
a
b
c
d
Observações:
5 SILO GRANELEIRO

a. O corrimão da passarela do armazém de soja, não possui rodapé, favorecendo a


ocorrência de acidentes pessoais.

Recomendamos instalar rodapé também neste local. Para tanto poderá ser
utilizado o rodapé semelhante ou igual ao existente no setor da preparação.

b. Diversas luminárias localizadas na escada de acesso à passarela do armazém de


soja, apresentam a saída rosqueada aberta, favorecendo a entrada de insetos e pó
para o interior da mesma, podendo com isso ocasionar a formação de curto-
circuito.
Lembramos que esta condição faz com que a luminária perca a condição de ser à
prova de pó e intempéries.

Recomendamos manter todas as saídas rosqueadas, completamente fechadas.


c. A manopla do disjuntor geral do painel de força do silo graneleiro, encontra-se
instalada no interior do painel, portanto em eventual necessidade de desligar a
energia elétrica deste quadro, o operador precisará abrir a porta para efetuar esta
operação, podendo com isso se acidentar gravemente, além de provocar perdas
materiais e interrupção do fornecimento de energia elétrica neste setor.

Recomendamos instalar um prolongador junto à manopla de acionamento do


disjuntor, de modo que esta possa ser acionada sem necessidade de abrir a porta
do painel elétrico.

Acompanhamento do setor: SILO GRANELEIRO


Item Medida Proposta Verificação da Eficácia
Data Responsável Data Visto do Responsável
Prevista Realizada
a
b
c
Observações:
6 SUBESTAÇÃO (SECADORES / ARMAZENAGEM) GERADORES

a. A canaleta (duto) que acondiciona os condutores elétricos não apresenta tampa de


fechamento, favorecendo o risco de acidentes ocasionados por quedas.
Também no interior da canaleta constatamos a presença de restos de construção
civil, favorecendo o risco de danificação dos condutores elétricos.

Recomendamos efetuar limpeza no interior da canaleta (duto) acima citada.


Também recomendamos efetuar o fechamento de toda extensão da canaleta
(duto).

b. Esta subestação possui poço captor mas não possui bacia ou tanque de
contenção.
Num eventual curto-circuito com extravasamento do líquido isolante em chamas, o
mesmo permanecerá no interior da subestação, mais precisamente embaixo do
transformador, aumentando consideravelmente os riscos de danos materiais
acentuados e interrupção prolongada da produção.
Destacamos que o transformador apresenta potência de 2.000 kVA e 980 litros de
óleo isolante.

Recomendamos construir bacia de contenção ou tanque, localizado externamente


à subestação.
A bacia de contenção ou tanque deve possuir capacidade para reter o volume do
líquido isolante do transformador, acrescido de margem de segurança de 10%,
além de resistir à pressão hidráulica exercida sobre suas paredes.
Entre o poço captor e a bacia, recomendamos instalar uma camada de brita para
impedir a propagação de incêndio do poço captor até o dique e vice versa.

Em função do local receber água da chuva, também recomendamos instalar um


mecanismo (registro juntamente com declividade) para drenar a água da chuva que
fica retida no interior do poço captor.
A título de sugestão apresentamos exemplo de poço captor com saída para bacia
de contenção.

saída p/ bacia brita

c. Entre o Transformador e os geradores de emergência, existe comunicação direta,


favorecendo o risco de propagação de incêndio.
Portanto, um eventual incêndio no transformador se propagará para os geradores e
vice-versa, aumentando consideravelmente as perdas materiais, além do elevado
tempo de interrupção do fornecimento de energia elétrica e por conseqüência da
produção.

Caso os geradores permaneçam localizados neste local, recomendamos instalar


parede corta fogo entre o transformador e os geradores.
A parede corta fogo deve ter uma resistência ao fogo de no mínimo duas horas.
Esta condição é atingida quando as paredes possuem uma espessura mínima de
15 cm, no caso de alvenaria de tijolos maciços, ou 12,7 cm, no caso de parede de
concreto leve ou armado com argila expandida.
d. Duas portas do painel geral dos geradores encontravam-se abertas, favorecendo a
ocorrência de acidentes pessoais e danos materiais.

Recomendamos fechar as portas do painel dos geradores.


Também recomendamos orientar os trabalhadores, de forma que seja criado o
hábito de manter todas as portas, dos painéis elétricos, completamente fechadas.

e. Os dois tanques de óleo diesel dos geradores não possuem bacia de contenção,
favorecendo a ocorrência de contaminação ambiental em caso de eventual
derramamento do óleo.

Recomendamos construir bacia de contenção para os tanques acima citados.


A bacia de contenção deve possuir capacidade para reter o volume do líquido
isolante do tanque de maior volume, acrescido de margem de segurança de 10%
do volume do outro tanque, além de resistir à pressão hidráulica exercida sobre
suas paredes.

Lembramos que o piso deve ser impermeável e em função de receber incidência


d'água da chuva, recomendamos instalar dreno com válvula, a qual deve
permanecer fechada, sendo aberta somente para drenar á água da chuva,
objetivando assim prevenir contaminação ambiental.
Acompanhamento do setor: SUBESTAÇÃO (SECADORES /
ARMAZENAGEM) GERADORES
Item Medida Proposta Verificação da Eficácia
Data Responsável Data Visto do Responsável
Prevista Realizada
a
b
c
d
e
Observações:
7 PRÉ-LIMPEZA

a. O condutor de aterramento das portas do CCM da pré-limpeza, encontra-se


subdimensionado, isto porque o mesmo possui seção 2,5mm 2. Portanto em
eventual falha de isolamento, o condutor de aterramento poderá se romper e, neste
caso configurará ausência de aterramento.

Recomendamos efetuar o aterramento de todas as portas dos painéis elétricos e,


conforme especificações da NBR 5410 (item 6.4.3.1.2, tabela 53) da ABNT,
conforme segue.

Seção dos condutores Seção mínima do condutor de


da instalação S proteção
(mm2) correspondente Sp
(mm2)
S  16 S
16 < S  35 16
S > 35 S/2

Em qualquer caso a seção não poderá ser inferior a:


- a 2,5 mm2 se possuir proteção mecânica; e
- a 4,0 mm2 se não possuir proteção mecânica.
b. Os condutores elétricos ligados junto da régua de bornes do CCM da pré-limpeza,
não possuem identificação, contribuindo para a ocorrência de danos materiais,
interrupção do fornecimento de energia elétrica e de acidentes pessoais graves,
podendo até provocar mortes.

Objetivando minimizar o risco de desligamento indevido de um determinado circuito


facilitando a ocorrência dos riscos supracitados, recomendamos identificar de
forma legível e clara todos os circuitos e os componentes elétricos dos quadros e
painéis elétricos, atendendo assim o item 6.1.5 (identificação dos componentes) da
NBR 5410.

c. A manopla do disjuntor geral do painel de força do silo graneleiro, encontra-se


instalada no interior do painel, portanto em eventual necessidade de desligar a
energia elétrica deste quadro, o operador precisará abrir a porta para efetuar esta
operação, podendo com isso se acidentar gravemente, além de provocar perdas
materiais e interrupção do fornecimento de energia elétrica neste setor.

Recomendamos instalar um prolongador junto à manopla de acionamento do


disjuntor, de modo que esta possa ser acionada sem necessidade de abrir a porta
do painel elétrico.

d. A estrutura metálica do silo metálico vertical, localizado ao lado dos secadores, não
se encontra aterrada. Portanto uma eventual descarga atmosférica ou eletricidade
estática, poderá ocasionar acidente pessoal.

Recomendamos efetuar o aterramento da estrutura metálica do silo acima citado.


Acompanhamento do setor: PRÉ-LIMPEZA
Item Medida Proposta Verificação da Eficácia
Data Responsável Data Visto do responsável
Prevista Realizada
a
b
c
d
Observações:
8 SILO DE FARELO

a. O corrimão da passarela do armazém de soja, não possui rodapé, favorecendo a


ocorrência de acidentes pessoais.

Recomendamos instalar rodapé também neste local. Para tanto poderá ser
utilizado o rodapé semelhante ou igual ao existente no setor da preparação.

Acompanhamento do setor: SILO DE FARELO


Item Medida Proposta Verificação da Eficácia
Data Responsável Data Visto do Responsável
Prevista Realizada
a
Observações:
9 CONSTATAÇÕES GERAIS

a. Também recomendamos observar e atender as recomendações contidas na


análise do projeto, efetuada em setembro de 2002.
ANEXO PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO

1 PROCEDIMENTOS

Em função da importância que a manutenção representa para o setor da extração,


transcrevemos a seguir alguns procedimentos que julgamos importantes para o
setor de manutenção.

Para maiores informações, favor consultar a IT 18.002-0 (Manutenção em


instalações elétricas).

Também recomendamos consultar e colocar em prática a IT 18.003-0


(Inspeção de partes críticas).

2 GERAIS

 Antes de iniciar os serviços de manutenção, deverá ser consultada a


documentação disponível (manuais, desenhos, projetos, etc.), a fim de entender
a instalação elétrica e avaliar os riscos envolvidos, procurando-se a eliminação
ou o controle dos mesmos.
 Responsável pela área onde ocorrerá a manutenção elétrica, deverá ser
informado sobre a sua ocorrência e sobre os detalhes envolvidos (tempo
estimado, desligamentos necessários, área de abrangência, etc.).
 Extremo cuidado deve ser tomado nos procedimentos de aterramento, sempre
que existirem capacitores conectados ao circuito a ser aterrado. O aterramento
somente deverá ser executado após a completa descarga dos capacitores sobre
seus resistores de descarga (esta descarga pode demandar tempo superior a
quinze minutos, em função da potência do banco de capacitores e dos resistores
de descarga).

 Serviços em painéis ou equipamentos energizados, sempre que possível,


deverão ser realizados em dupla ou, no mínimo, com alguém por perto, ciente da
presença do eletricista no local.
 As instalações elétricas em manutenção, sempre que possível, deverão estar
desenergizadas, bloqueadas e solidamente aterradas, para evitar o acionamento
acidental de máquinas/equipamentos ou a energização destas instalações. Além
disso, deverão ser utilizados dispositivos mecânicos de bloqueio que impeçam o
acionamento e a energização dos circuitos sob manutenção (por exemplo,
cadeados instalados nos manípulos das chaves seccionadoras, disjuntores, etc; à
razão de um cadeado para cada profissional envolvido na tarefa, garantindo a
integridade dos mesmos até o último a se retirar).
 Na impossibilidade de serem utilizados dispositivos de bloqueio mecânico, os
circuitos de comando deverão se desativados através da retirada dos fusíveis ou
cabos de comando.
 Deverão ser instaladas placas de aviso sobre todos os dispositivos de comando,
tantas quantas forem necessárias, a fim de sinalizar sobre a ocorrência de
manutenção e evitar o acionamento acidental de máquinas/equipamentos ou a
energização de instalações elétricas em manutenção. (ver exemplo a seguir)

 ATENÇÃO!
 NÃO LIGUE
 EM MANUTENÇÃO
 Eletricista __________________

 Deverão ser utilizados os EPI recomendados, de acordo com os itens 4.2 e 4.6
desta IT.
 Deverão ser utilizadas ferramentas manuais e instrumentos adequados (classe
de tensão, etc.), em boas condições de uso, conforme item 4.7 desta IT.
 Na detecção de circuitos energizados, deverão ser utilizados aparelhos
adequados (voltímetro, multímetro, chave teste, etc.), nunca dedos, mãos ou
outros artifícios.
 Eletricistas não deverão usar pulseiras, relógio ou qualquer adorno metálico.
 Condutores de aterramento deverão ser religados antes dos condutores de fase
ou de potencial elétrico (circuito de corrente contínua), após o término dos
serviços de manutenção (transformadores, chaves, disjuntores, painéis, motores,
máquinas, equipamentos, etc.).

 Após concluídos os serviços de manutenção e testes, o responsável pela área


onde os mesmos ocorreram deverá ser informado sobre a liberação para uso das
instalações elétricas, bem como deverão ser retiradas as placas de aviso.
 Concluídos os serviços de manutenção, estes deverão ser registrados para fins
de controle.
 Deverão ser respeitadas as características originais de projeto (correntes
nominais e tempos de atuação das proteções, capacidades de condução de
corrente, grau de proteção dos invólucros, etc.) das instalações elétricas. Sempre
que forem necessárias alterações, estas deverão ser fonte de novos estudos e
registradas, a fim de manter atualizados os diagramas de força e comando,
visando garantir a segurança e a confiabilidade das instalações elétricas.

 A realização de trabalhos em baixa, média ou alta tensão, com equipamento


energizado, poderá se efetivar mediante uso de EPI’s e procedimentos
adequados, em áreas não classificadas .
 Não deverão ser guardados materiais no interior de subestações, cubículos ou
painéis elétricos. Diagramas de força e comando poderão ser armazenados
dentro de painéis elétricos, desde que em locais apropriados, junto às portas dos
mesmos.
 Cuidados especiais deverão ser tomados no transporte e manuseio de escadas.
 Deverão ser feitas análises/medições periódicas (termografia, resistência de
aterramento, óleo dos transformadores, etc.) em função do grau de importância
das instalações/equipamentos, recomendações dos fabricantes e normas vigentes.

3 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERA EXPLOSIVA


Além dos procedimentos gerais, medidas especiais deverão ser adotadas, quando
da execução de serviços em instalações elétricas situadas em atmosferas
explosivas, relacionadas a seguir.

 A manutenção de instalações elétricas em atmosferas explosivas deverá ser


executada por pessoal experiente, em cujo treinamento tenha sido incluída
instrução sobre os vários tipos de proteção e práticas de instalação, além de
noções sobre os mais importantes princípios de classificação de áreas. Deverá
ser dado à equipe de manutenção, regularmente, treinamento de atualização
apropriado.

 Alterações que possam afetar o tipo de proteção inerente ao equipamento, não


deverão ser realizadas, sem que haja autorização da área de manutenção
responsável por estas instalações, necessariamente após consulta ao fabricante
e projetista (responsável técnico). A seguir estão exemplificadas algumas das
alterações que podem interferir na proteção inerente ao equipamento:
- furos e/ou cortes para a instalação de instrumentos e/ou dispositivos de comando;
- colocação de borrachas de vedação entre a tampa e o corpo;
- retirada de parafusos e porcas de aperto das tampas;
- utilização de lâmpadas com potências maiores que os valores nominais
especificados;
- marcação, pintura e/ou obstrução de áreas transparentes das luminárias;
- posicionamento incorreto de luminárias;
- utilização de prensa-cabos inadequados à área classificada (grupo, zona,
temperatura, etc.);
- substituição de partes (ex.: proteção de vidro da luminária) por outras
inadequadas à área classificada (grupo, zona, temperatura, etc.); e
- interferências nos meios empregados pelo fabricante para reduzir os efeitos da
eletricidade estática.

 Qualquer nova instalação e/ou equipamento, deverá sofrer inspeção inicial


detalhada, antes de ser colocada em serviço. Toda e qualquer inspeção
detalhada deverá ser registrada, devendo a instalação e/ou o equipamento estar
desenergizado.
 Cabos flexíveis, eletrodutos flexíveis e suas respectivas terminações deverão ser
substituídas, caso apresentem danos ou defeitos.
 Quando for necessário retirar algum equipamento de serviço para manutenção,
os condutores expostos deverão ser terminados num invólucro certificado
apropriado; opcionalmente, o cabo poderá ser protegido por outro meio de
isolamento adequado nas extremidades dos condutores e o cabo desconectado
de todas as fontes de alimentação. Caso a retirada do equipamento de serviço
seja permanente, toda a fiação a ele associada deverá ser removida ou,
opcionalmente, terminada de modo correto num invólucro certificado apropriado.
 Invólucros ou componentes, plásticos ou metálicos, que apresentarem
rachaduras ou estiverem severamente corroídos, deverão ser parcialmente ou
totalmente substituídos, visando garantir o grau de proteção inerente ao
equipamento.
 Na instalação de novos equipamentos elétricos e/ou eletrônicos, bem como na
substituição de partes danificadas ou defeituosas, deverão ser levados em
consideração os seguintes aspectos:
- equipamentos, dispositivos e/ou componentes elétricos e eletrônicos deverão ser
adequados à área classificada (grupo, zona, temperatura, etc.);
- equipamentos, dispositivos e/ou componentes elétricos e eletrônicos deverão
apresentar a devida marcação, de acordo com o que estabelece a NBR-9518; e
- equipamentos, dispositivos e/ou componentes elétricos e eletrônicos deverão
possuir seus respectivos certificados de conformidade, segundo portaria do
INMETRO n.º 164/91;

 Todas as partes das instalações deverão ser mantidas limpas e livres do acúmulo
de poeira ou outras substâncias nocivas que possam causar um aumento
excessivo na temperatura.
 Deverão ser tomadas precauções para que as proteções dos equipamentos
contra intempéries sejam mantidas. Gaxetas defeituosas deverão ser
substituídas.
 Dispositivos anticondensação, tais como respiros, drenos ou elementos
aquecedores deverão ser examinados para se ter certeza de que operam
corretamente.
 Em equipamentos sujeitos a vibrações, deverá ser verificado o grau de aperto
dos parafusos de fixação e das entradas de cabos.
 Durante a limpeza de equipamentos elétricos que possuam superfícies feitas de
material não condutor, deverão ser tomadas precauções para evitar a geração de
eletricidade estática.

 Equipamentos elétricos instalados em áreas classificadas, somente poderão ser


abertos para a realização de serviços de manutenção, se atendidas as condições
a seguir:
 os equipamentos deverão estar desenergizados;
 todas as conexões de entrada e, se necessário, de saída, inclusive o condutor
neutro, deverão estar isoladas; neste contexto, isolamento significa a retirada de
fusíveis e “links” ou o travamento na posição desligada, de chave ou dispositivo
de desconexão; deverá existir uma identificação clara e confiável de todos os
circuitos, de modo a garantir o isolamento correto de qualquer equipamento
elétrico, quando necessário; e
 o tempo decorrido desde a desenergização até a abertura do invólucro, tenha
sido suficiente para que a temperatura de superfície ou a energia armazenada
decaia a um nível abaixo do qual não seja capaz de causar ignição.
 Serviços essenciais para cuja execução seja necessária à abertura do invólucro e
a exposição de partes energizadas, somente poderão ser realizados, se
atendidas as seguintes condições:
- deverá ser garantida a ausência de atmosfera explosiva, por profissional da área
de segurança, após medição com equipamento adequado e devidamente aferido
(explosímetro);
- o profissional acima citado, dotado de sistema de comunicação (rádio) deverá
monitorar o local durante o tempo em que o invólucro estiver aberto;
deverá ser emitida autorização explícita (por escrito) dos responsáveis pelas áreas
de produção e manutenção (se for o caso, o gerente industrial), com essa
finalidade;
- um profissional da área elétrica, munido com sistema de comunicação (rádio),
deverá ser mantido próximo ao dispositivo de desligamento do circuito em
questão, a fim de proceder ao seu desligamento imediato, mediante comunicação
do funcionário da segurança, no caso da atmosfera tornar-se explosiva; e
- deverão ser tomados todos os cuidados normais em áreas não classificadas.

 Equipamentos elétricos móveis (portáteis, transportáveis e manuais) deverão ser


submetidos à inspeção detalhada pelo menos a cada doze meses. Inspeção
visual deverá ser realizada pelo operador, sempre antes do equipamento ser
colocado em uso, o qual deverá ser apropriado à área classificada em que será
utilizado.
 Deverão ser tomados cuidados para assegurar que o aterramento e a ligação de
equalização de potencial em área classificada sejam mantidas em boas
condições. Anualmente deverá ser realizada medição no sistema de aterramento,
para verificar a sua resistência máxima (vide norma específica da ABNT para
área classificada).

 As unidades seladoras e a selagem de cabos deverão estar corretamente


preenchidas, devendo o composto selante ser de um tipo aprovado para as
condições e uso. A espessura da massa seladora não deverá ser inferior ao
diâmetro nominal do eletroduto e, em nenhum caso, menor do que 16 mm
(dezesseis milímetros).
 Após manutenção no invólucro de um equipamento à prova de explosão (Ex d),
todas as juntas deverão ser completamente limpas e levemente untadas com
graxa (quimicamente inerte e que não resseque com o tempo), a fim de que
sejam protegidas. Na limpeza de juntas flangeadas não é recomendável o uso de
escovas metálicas, devendo-se utilizar materiais não metálicos e fluidos não
corrosivos. Em juntas cilíndricas, se constatados danos evidentes, provocados
por desgaste, distorção, corrosão, etc., deverão ser verificadas as folgas
diametrais.

Abreviaturas:
NEC – National Electrical Code.
API – American Petroleum Institute.
IEC – International Electrotechnical Commission.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
AE – Atmosfera Explosiva.
ACOMPANHAMENTO DAS INSPEÇÕES REALIZADAS

Ano Itens Identificados Itens Atendidos


No No %
2003 53

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