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E ROTINA
TRABALHISTA E
PREVIDENCIÁRIA
Maytê Ribeiro
Tamura Meleto
Barboza
Legislação previdenciária:
benefícios, auxílios
e aposentadoria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O sistema previdenciário brasileiro é contributivo, o que significa que
os benefícios previdenciários são voltados aos que contribuem com a
previdência social (segurados) e aos seus respectivos dependentes. Tais
contribuições são compulsórias — isto é, se uma pessoa exercer ativi-
dade lícita, ela deve contribuir com o sistema previdenciário por vontade
própria ou mesmo contra a sua vontade, uma vez que não se trata de
um instituto facultativo. Nesse sistema, existem inclusive categorias de
segurados e dependentes, que analisaremos em maiores detalhes ao
longo deste estudo.
Neste capítulo, estudaremos sobre as normas que regem a legislação
previdenciária brasileira. Também analisaremos as hipóteses de concessão
de aposentadoria, pensão, salário-família e salário-maternidade, e verifica-
remos em quais casos é possível receber auxílio-doença, auxílio-acidente
e benefício assistencial.
2 Legislação previdenciária: benefícios, auxílios e aposentadoria
Benefícios previdenciários
Como já aprendemos na seção anterior, os benefícios previdenciários visam
cobrir riscos sociais, amparando as pessoas que se tornam vulneráveis ao
4 Legislação previdenciária: benefícios, auxílios e aposentadoria
se depararem com qualquer uma das situações descritas pelo art. 201 da
Constituição Federal de 1988.
Assim versa o referido artigo:
Art. 201 A previdência social será organizada sob a forma de regime geral,
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
I — cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II — proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III — proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV — salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados
de baixa renda;
V — pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou com-
panheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º (BRASIL, 1988, do-
cumento on-line).
Dessa maneira, podemos depreender que, uma vez que a pessoa exerça ati-
vidade lícita remunerada, ela deverá contribuir com o INSS, pois a sua filiação
é obrigatória. Os facultativos, ainda que não possuam qualquer vínculo que
os obrigue a se filiarem ao sistema previdenciário, poderão fazê-lo se assim
desejarem, pois nesse caso, como o próprio nome sugere, trata-se de um ato
facultativo. Insta salientarmos que existem cinco categorias de segurados
obrigatórios: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual,
trabalhador avulso e segurado especial.
Outro conceito essencial quando discutimos os benefícios do RGPS diz
respeito ao que denominamos carência. Afinal, o que é isso?
mulher. Essas idades serão reduzidas em cinco anos para o professor que com-
prove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental ou no ensino médio, fazendo jus à
aposentadoria após 30 anos de contribuição, se homem, ou 25 anos, se mulher.
econômica que não é presumida, na forma do artigo 16, §2o, da Lei 8.213/91.
[...] Mas não basta ser segurado empregado, empregado doméstico, trabalhador
avulso ou aposentado (observada à espécie de aposentadoria ou idade mínima)
e ter filhos ou equiparados menores ele 14 anos ou inválidos ele qualquer idade
para a percepção do salário-família. Por força da Emenda 20/1998, apenas
os segurados enquadrados como baixa renda perceberão o salário-família,
a teor da nova redação do inciso IV, do artigo 201, da Constituição Federal.
Essas categorias são definidas por ordem de prioridade, sendo que uma exclui
a outra. Dessa forma, os dependentes pertencentes à primeira classe e desfrutam
Legislação previdenciária: benefícios, auxílios e aposentadoria 11
O auxílio-reclusão é devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos de-
pendentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão que não receber remune-
ração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono
de permanência em serviço (benefício já extinto) (KERTZMAN, 2015, p. 441).
Nesse ponto dos nossos estudos, resta a análise de dois auxílios: o auxílio-do-
ença e o auxílio-acidente, que geram muita confusão entre si. O auxílio-doença
é conferido ao segurado quando incapacitado para a sua atividade habitual ou
trabalho e a carência necessária para o seu recebimento é de 12 contribuições
mensais. Porém, existem algumas doenças específicas que não exigem carência
alguma, assim como nos casos de acidentes. Ademais, o auxílio-doença pode
ter o seu pagamento suspenso se o segurado não comparecer às perícias mé-
dicas que ocorrem periodicamente a cargo do INSS. A cessação, por sua vez,
ocorrerá quando findar a incapacidade do segurado ou o auxílio se converter
em aposentadoria por invalidez ou em auxílio-acidente (KERTZMAN, 2015).
A respeito do auxílio-acidente:
Leituras recomendadas
BRASIL. Decreto-lei nº. 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do Traba-
lho. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 ago. 1943. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em:
26 jun. 2018.
BRASIL. Instituto Nacional do Seguro Social. Dependentes. 12 maio 2017. Disponível
em: <https://www.inss.gov.br/orientacoes/dependentes/>. Acesso em: 26 jun. 2018.
BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 26 jun. 2018.