Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E D i TO R A
www.revistaclinicaveterinaria.com.br
Índice
Ron Lowe
Oncologia - 30
Eletroquimioterapia: uma nova promessa para o
tratamento de cânceres em animais Carcinoma de células escamosas
Electrochemotherapy: a new alternative for the treatment of cancer in animals em mastiff antes do tratamento e
Electroquimioterapia: una nueva promesa para el tratamiento del cáncer en los animales três semanas após o tratamento
Clínica médica - 38
Sofia Borin
Clínica médica - 42
Imunodeficiência viral felina associada à alta infecção por
Toxocara cati: relato de caso
Feline immunodeficiency virus (FIV) related to a high infection of Toxocara cati: case report
Ouriço-caixeiro (Coendou prehensilis) Inmunodeficiencia viral felina asociada a alta infección por Toxocara cati: relato de caso Fase terminal da imunodeficiência
com cateter intra-ósseo femoral viral felina
Clínica médica - 52
Aspectos etiológicos das hepatites crônicas caninas
Clínica médica - 60
Hemorragia de involução tímica em uma cadela -
Francisco A. L. Costa
relato de caso
Thymic involution hemorrhage in a bitch - case report
Hemorragia de involución del timo en una perra - relato de caso
Clínica médica - 64
Glomerulonefrite no cão Hematoma estendendo-se de
Glomerulonephritis in dogs região subcutânea cervical até
Glomérulo. Glomerulonefrite me- Glomerulonefritis en el perro mediastino cranial
sangioproliferativa. Hipercelularidade
Oftalmologia - 74
Angélica de M. V. Safatle
glomerular. Coloração: PAS.
Aumento: 40 x Análise retrospectiva dos resultados da remoção de
catarata por facoemulsificação em cães
Retrospective analysis of phacoemulsification for cataract removal in dogs
Thomas Normanton Guim
Oncologia - 80
Histiocitoma fibroso maligno tipo célula gigante em felino
Giant-cell type malignant fibrous histiocytoma in feline
Histiocitoma fibroso maligno tipo célula gigante en un felino
Facoemulsificação: fragmentação
do núcleo
P
da realização de consulta pública há meses atrás
ara melhor esclarecimentos dos brasileiras e sua fiscalização ou também do nários de animais selvagens e biólogos.
leitores desta prestigiosa revista, exercício de cidadania que cada um de nós Porém, o que vemos são ONGs que perpe-
temos que discordar da afirmação pulica- ligados à área devemos exercer, em relação tuam seu trabalho de conservação às custas
da na seção Ecologia de edição n. 74, à conscientização da população quanto a de muita convicção e dedicação. Atualmente
maio/junho, páginas 86-90. guarda de animais e preservação do meio há grupos especializados em promover pas-
Em nome da classe de médicos veteri- ambiente? seios ecológicos para observação de pássaros
nários, gostaríamos de esclarecer que o Diretoria da Anclivepa-SP na vida livre, atividade que pode estar asso-
número de profissionais veterinários atu- www.anclivepa-sp.org.br ciada até mesmo com esportes de aventura.
antes e capacitados na área de atendimen- Na internet, pode-se encontrar diversos locais
to clínico de animais silvestres é adequa- Prezados membros da diretoria da que oferecem pacotes para observação de
do e vem aumentado nos últimos anos, Anclivepa-SP, aves em seus hábitats naturais, inclusive na
por intermédio, principalmente, da real- Certamente a qualidade do atendimento Amazônia, como por exemplo: www.birding.
ização de cursos de especialização nesta clínico a animais silvestres tem evoluído. com.br, www.avistarbrasil.com.br, www.
área. Além disto, a atualização destes e Principalmente no Estado de São Paulo, pelo terrabrasil.org.br/itb_caminhadas/camin-
dos demais profissionais ligados à medic- empenho da Anclivepa-SP em promover a edu- hadas_proceder.htm, www.avisbrasilis.com.
ina e conservação de animais silvestres cação continuada através do curso de especi- br. Outra opção que não envolve o cativeiro é
ocorre também mediante a participação liazação em animais silvestres na clínica vete- promovida por Christian Dalgas Frisch, fotó-
em congressos e encontros anuais de enti- rinária. Porém, a realidade brasileira é bem grafo e co-autor do livro Aves brasileiras e
dades de classe como a ABRAVAS heterogênea, principalmente ao distanciar-se plantas que as atraem: “cuide do seu jardim,
(Associação Brasileira de Veterinários de dos grandes centros, onde há grande oferta de plantando o que as atraem, que elas virão até
Animais Selvagens), SZB (Sociedade de serviços especializados. A exemplo de clínicas você!”, incentiva o autor.
Zoológicos do Brasil) e Anclivepa (Asso- com atendimento específico de felinos, as quais Na criação comercial de animais sil-
ciação Nacional de Clínicos Veterinários vêm sendo inauguradas em diversas partes do vestres, principalmente de aves, é emergente a
de Pequenos Animais), dentre outras. Di- país, será de grande valor para o consumidor necessidade da implantação de testes de
versas faculdades já dispõem, em sua gra- que isso aconteça também com o atendimento, DNA. Anilhas e microchips não são páreos
de curricular, de disciplinas que abordam por exemplo, de aves ou répteis. Para con- para os perspicazes fraudadores do mercado
medicina de animais silvestres, com inter- tribuir com esse aquecimento do mercado, dis- ilegal de animais silvestres. Com o teste sendo
esse crescente por parte dos alunos, além pomos do Guia Vet (www.guiavet.com.br), sis- uma obrigatoriedade, as fraudes ficam ani-
das disciplinas já tradicionais que abor- tema de banco de dados que inclui, entre ou- quiladas. Como médicos veterinários deve-
dam, entre outras, a anatomia, patologia, tros ítens, serviços especializados, hospitais, mos primar pela integridade e contribuir
farmacologia, manejo, clínica, dos ani- clínicas e consultórios veterinários. O cadastro para o fim das fraudes. Adotando o princípio
mais silvestres e selvagens, condição pre- é gratuito e pode ser feito diretamente pela pági- da precaução, a implantanção dos testes de
cípua da medicina veterinária. Não há na principal do Guia Vet. DNA deve preceder à ampliação comercial de
melhor profissional capacitado para atender No Brasil, legislação nunca foi barreira. animais da nossa fauna.
a estes animais que um médico veterinário. Basta ver as notícias sobre as brigas de galo.
Ainda em relação às manifestações da Por isso, o exercício da cidadania faz sim a Arthur de V. P. Barretto - editor
WSPA e SOS Fauna quanto à legalização diferença. Principalmente quando a asso- Revista Clínica Veterinária
da criação comercial de algumas espécies ciarmos à prática da educação ambiental e Editora Guará Ltda.
de animais silvestres, gostaríamos de pro- sanitária dentro dos estabelecimentos veteri- www.revistaclinicaveterinaria.com.br
por ao leitor alguns pontos para reflexão: nários. www.editoraguara.com.br
plementação das boas práticas de fabri- lações vigentes, sendo que recentemente cela do selo internacional
“O sistema APPCC traz competitividade para linhas de alimentos da empresa - standard, (Guabi), Friskies (Nestlé) Frolic (Master-
participar dos mercados interno e externo, e é premium, superpremium e snacks - fo- foods), Gatsy (Nestlé), Herói Mascote
fundamental para ganhar a confiança e a credi- ram aprovadas pelo PiqPet. (Guabi), Kanina (Nestlé), Pedigree (Master-
bilidade dos consumidores”, destacou Valéria
Costa Salustiano, da NBS Consulting Group
Atenta à segurança alimentar tam- foods), Whiskas (Masterfoods), Top Cat
bém está a empresa Romer Labs (www. (Guabi), Kitekat (Masterfoods). O
PiqPet, a associação buscou empresas e romerlabs.com). Na sua Greenpeace explica que o fato de
entidades que se destacam pela credi- linha de kits para análises uma empresa não estar na lista ver-
bilidade no mercado. São os casos da rápidas, encontra-se por melha não significa que seus pro-
BSI Management Systems - empresa de exemplo, kits para identifi- dutos são livres de transgênicos.
certificação multinacional, com sede no cação de soja e milho geneti- Como algumas marcas/ empresas
Reino Unido e atuante no mercado de camente modificados (OGMs) são muito pequenas ou são vendi-
avaliação da conformidade desde 1901; e micotoxinas. Dependendo do das apenas em algumas regiões do
NBS Consulting Group - responsável perfil de cada fabrincante de país, não é possível incluir todas no
pelos programas de qualidade, treina- ração, o kit para identificação guia. Nestes casos, elas não são lis-
mentos e diagnósticos para certificação; de OGMs pode ser bastante AgraStrip GMO tadas nem na coluna vermelha
os laboratórios ITAL - Instituto de útil. No Guia do Consumidor (transgênicos) e nem na verde (não
Tecnologia de Alimentos, Multimix, do Greenpeace (www.greenpeace.org/ transgênicos). Neste caso, qualquer pes-
CBO, MCassab, LAB de óleos e gordu- brasil/transgenicos) constam, atual- soa pode e deve entrar em contato com a
ras da Unicamp e ainda, estações de pes- mente, as seguintes empresas/produtos empresa e questionar sobre a utilização
quisa da UFLA e da Unesp/Jaboticabal. na lista verde (não transgênicos): Guabi, de ingredientes transgênicos. É impor-
A fabricante de pet food Total Ali- Purina (Nestlé), Alpo (Nestlé), Bonzo tante as empresas saberem que há con-
mentos saiu na frente e foi a primeira (Nestlé), Cat Chow (Nestlé), Champ sumidores que não querem comprar
empresa do setor a conquistar o selo Piq (Masterfoods), Deli Dog (Nestlé), Dog produtos com organismos geneticamen-
Pet - Programa Integrado de Qualidade Menu (Nestlé), Fancy Feast (Nestlé), Faro te modificados.
Perfil nutricional de alimentos para final de sua vida. Uma boa nutrição Características do manejo também são
gatos idosos saudáveis durante a fase adulta, permitindo uma primordias quando se trata de um gato
A Royal Canin trouxe da França para condição ideal de peso, pode levar a uma geriátrico. “A água, nutriente essencial
participar do simpósio, Vincent Biourge, sobrevida de 4 anos a mais do que a de para o gato idoso, deve sempre estar sob
diretor de projetos da empresa. Em seu gatos que estão abaixo ou acima da fácil oferta, principalmente naqueles ani-
país a longevidade dos gatos está au- condição ideal”, ressaltou o especialista. mais onde se observa problemas de loco-
mentando, “mais de 33% dos gatos pos- Outro detalhe que foi frisado é que moção. Antes de apresentar sinais de en-
suem mais de 8 anos de idade”, frisou “pode-se ter a melhor formulação do fermidade renal, muitas vezes o gato
Vincent. No Brasil, o assunto tambem mundo, mas se o alimento não for palatá- apresenta uma fase de poliúria e poli-
merece atenção, pois o mercado cresce a vel ou se o gato possuir problemas den- dipsia. Por isso, não havendo fácil oferta
cada ano. tários que dificultam a ingestão do ali- de água, o gato pode desidratar rapida-
Vincent explicou que “o gato que já mento, não se terá sucesso no manejo mente”, relatou Vincent.
ultrapassou metade do seu tempo de dietético pretendido. Por isso, a dieta que A energia é outro ponto importante na
expctativa de vida deve ser considerado o gato aceita e come bem deve ser a de dieta do gato geriátrico. “O fornecimento
como gato maduro. Ao redor dos 12 eleição”. de energia ao gato geriátrico não
anos teremos o gato geriátrico: deve ser restringido, exceto nos
pouco ativo, pode ter padrões anor- indivíduos que tenham tendência à
mais de sono, mia muito durante a obesidade. Tanto para gatos adul-
noite sem motivo aparente, pode tos quanto para os geriátricos deve-
estar surdo e/ou cego, perda me se fornecer uma dieta que leve em
massa muscular, máu hálito, dificul- consideração suas condições cor-
dades de locomoção”. porais. A obesidade em gatos pre-
“Devemos cuidar da nutrição do cisar ser criteriosamente controla-
gato geriátrico, logo que ele nasce! da, pois quando obesos, passam a
Se a manutenção não for adequada desenvolver resitência à insulina,
durante toda a vida, não se pode levando a um quadro de diabetes
esperar que ele viva mais na fase Vincent Biourge acompanhado da equipe Royal Canin do Brasil mellitus”, alertou Vincent.
ProMeris
e ProMeris
Duo, novos
produtos da
Fort Dodge
para o con-
trole de
pulgas, em
gatos, e de
pulgas e
carrapatos,
em cães
N
nal de Residência em Medicina Veterinária
tuição de um dos membros na veterinária. Em sua opinião o governo está mais tenden-
os dias 16 e 17 de junho de da CNRMV, por outro que Essa modalidade de residência precisa ser do conhecimento
cioso a aprovar o programa de residência multiprofissional.
2008, o Conselho Federal de não tenha participado da pri- de todos e o prof. dr. Eduardo H.
Medicina Veterinária (CFMV) meira visitação. Birgel, membro da CNRMV, frisou
promoveu o I Seminário Brasileiro de O prof. dr. Antônio F. P.
bastante que os participantes
enviassem à comissão suas
Residência em Medicina Veterinária. O de F. Wouk, também mem- opiniões sobre essa modalidade.
evento foi realizado em São Paulo, SP, bro da CNRMV, explicou, No endereço eletrônico portal.
e contou com a participação de mem- por sua vez, que “aguarda- saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/
livroresidenciamultiprofissional.
bros de instituições de ensino de várias se uma agenda ministerial pdf pode-se encontrar extenso do-
regiões do país. para regulamentação fede- cumento sobre a modalidade, com
O evento teve início com a apresen- ral da residência em medi- 415 páginas, no qual, bem diferente
de outras profissões da saúde, a
tação do prof. dr. Júlio César Cambraia cina veterinária e, conse- palavra veterinário aparece uma
Veado, membro da Comissão Nacional de qüente, aprovação por decre- única vez
Residência em Medicina Veterinária to presidencial. Outra ação Residência multiprofissional em saúde:
(CNRMV), que discorreu sobre a relação desenvolvida pelo CFMV em experiências, avanços e desafios -
do CFMV com os programas de residên- prol do ensino, o exame na- Ministério da Saúde - Brasília/DF - 2006
cia em medicina veterinária. Explicou que cional de certificação pro-
desde 2001 o CFMV vem publicando re- fissional, também por uma ação políti- Além disso, Wouk destacou que “deve-
soluções que foram sendo aperfeiçoadas, ca, está próximo de assinado pelo presi- mos permanecer mobilizados como
principalmente em função do trabalho de- dente da república. O fato do Ministério classe, no sentido de, unidos, pleitear-
senvolvido pela CNRMV, que há anos da Educação estar interagindo com o mos ao Ministério da Educação, o
vem avaliando in loco, sempre com cará- CFMV, o exame de certaficação nacional mesmo tratamento que é dado à nossa
ter educativo, os programas de também estar próximo de co-irmã, a medicina. Diferentemente de
residência em medicina vete- ser aprovado e contatos pré- outras profissões que pleiteiam o
rinária. Inicialmente, o assun- vios com o ministro da Edu- reconhecimento de suas residências, a
to foi tratado pela resolução cação, Fernando Haddad, medicina veterinária, depois da medi-
684, de 16 de março de 2001, trazem uma grande es- cina, é a profissão que mais possui
sendo revogada pela resolu- perança na regulamenta- experiência em programas de residên-
ção 729 de 10 de dezembro de ção federal da residência cia”.
2002, a qual também foi revo- em medicina veterinária. A profa. dra. Cleuza Maria de Faria
gada pela resolução 752 de 17
de março de 2003. Esta última
também já foi revogada, es- "A metodologia deve ser ativa, participativa e tendo
tando em vigor a resolução
como eixo pedagógico a educação continuada. O resi-
dente é o médico veterinário que está se aperfeiçoan-
824, de 31 de março de 2006. "Apenas 25% dos cursos
de medicina veterinária do do no exercício prático da função, sob supervisão e
O prof. dr. Eduardo H. Brasil tem um programa de orientação. O residente não é mão-de-obra barata, não
Birgel, também membro da residência que foi
veio suprir a falta de funcionários de hospital ou qual-
quer outra função que o tire do seu foco, o aprendiza-
CNRMV, abordou detalhes submetido à avaliação
pela CNRMV", salientou do em serviço", enfatizou a presidente do Colégio
das avaliações dos progra- o prof. dr. Eduardo Harry Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária
mas de residência que foram Birgel, membro da CNRMV (CBCAV), profa. dra. Cleuza Maria de Faria Rezende
Tr a b a l h o s d e s e n v o l v i d o s
ISTA
• Curso de capacitação em cirurgias de ASS
esterilização minimamente invasiva
• Curso de capacitação em educação
humanitária
• Consultoria para Prefeituras, Empresas
e ONG’s
Disponível no
• Curso de Formação de Oficiais de endereço:
Controle Animal (FOCA) www.itecbr.org
Pesquisadores da Fiocruz validam novo teste molecular para diagnóstico. Método identifica elemento
genético da bactéria causadora da doença, que atinge cerca de 50 milhões de pessoas no Brasil
P esquisadores da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootec-
nia da Universidade de São Paulo
Estatística (IBGE). “Qualquer mu-
nicípio que tiver a base de dados
do IBGE pode fazer estimativas da
de São Paulo considera que, para não
haver comprometimento da qualidade
do serviço prestado, cada posto deve
(FMVZ-USP) desenvolveram uma população animal utilizando os atender no máximo 700 animais por
metodologia inédita que, ao estimar as programas de informações geográfi- dia. Em 2002, cerca de 25% dos postos
populações de cães e gatos de um cas e a razão de habitantes por animal da capital paulista vacinaram um núme-
município, pode ser aplicada de forma que pode ser estimada pelos centros de ro superior a mil animais. “Esse grande
sistemática no planejamento e na avalia- controle de zoonose de cada cidade”, número de animais em um único posto
ção de campanhas de vacinação contra a explicou. compromete a qualidade do serviço
raiva animal. Em São Paulo, os setores censitários prestado e dá margem a problemas
O desenvolvimento do método, que foram agrupados de forma a compor os como brigas entre animais”, conta
permite a identificação de áreas de cober- 96 distritos administrativos e as 31 sub- Amaku.
tura vacinal crítica, partiu de estimativas prefeituras da capital. Os pesquisadores Dados de literatura estimam uma
feitas na capital paulista: sete habitantes estimaram a existência de 1,49 milhão soroprevalência para raiva de 16,5%
por cão e 46 habitantes por gato. A vali- de cães e 226,9 mil gatos domiciliados para os cães de rua da cidade de São
dação do método teve como base infor- na cidade, totalizando uma população Paulo. “Isso significa que apenas 16,5%
mações da campanha de vacinação contra de cerca de 1,7 milhão de animais. As dos cães de rua da capital paulista, cujo
a raiva de 2002, fornecidas pelo Centro estimativas do estudo não incluíram a tamanho da população é ainda desco-
de Controle de Zoonoses da Secretaria população de cães de rua, cuja cobertu- nhecida, estariam protegidos contra a
Municipal de Saúde de São Paulo. ra vacinal é mais baixa. doença”, apontou.
Com base nesses dados, coletados Segundo os pesquisadores, que ela- “Essa baixa soroprevalência, asso-
com o auxílio de sistemas de informa- boraram uma série de mapas de densi- ciada à possibilidade de reintrodução
ção geográfica, o método permite fazer dade animal para organizar a distribui- do vírus rábico por outras espécies ani-
estimativas de densidade animal e do ção espacial dos postos de vacinação na mais, é um fator que deve motivar um
número de postos de vacinação móveis capital, 1.729 é o número total de postos planejamento estratégico de vacinação
necessários para se atingir uma cobertu- necessários no município para atingir a e a manutenção de um sistema eficaz de
ra vacinal de 70% em cada região. cobertura vacinal de 70%. vigilância epidemiológica nos municí-
Dados de literatura sugerem que uma “Além de evitar as epidemias de pios brasileiros”, disse Amaku.
cobertura nessa proporção previne cerca raiva e evitar a formação de filas nos O projeto de pesquisa que originou o
de 96% das epidemias rábicas nas postos, com essa distribuição é possível método teve apoio da FAPESP na mo-
grandes cidades. deslocar a quantidade exata de recur- dalidade Auxílio a Pesquisa e foi desen-
“Os sistemas de informação geográ- sos financeiros e humanos em cada volvido em parceria com pesquisadores
fica integram softwares que podem ser posto de vacinação”, disse Amaku. do Centro de Controle de Zoonoses de
baixados gratuitamente pela internet, A raiva é uma zoonose causada por São Paulo. Um artigo com a descrição
permitindo a associação de dados car- um vírus do gênero Lyssavirus que da metodologia foi aceito e será publi-
tográficos – como ruas, setores censi- ataca o sistema nervoso de todos os ma- cado na Revista de Saúde Pública, edi-
tários e distritos administrativos – com míferos, principalmente bovinos, eqüi- tada pela Faculdade de Saúde Pública
dados não geográficos, como tamanho nos, suínos, cães, gatos e morcegos. da USP.
da população animal e número de pos- Uma vez iniciada a sintomatologia não Um software de sistemas de infor-
tos de vacinação”, disse Marcos Ama- há tratamento efetivo conhecido, o que mações geográficas que pode ser usado
ku, coordenador do trabalho e professor faz com que, na zona urbana, a pre- para a aplicação do método, segundo
do Departamento de Medicina Veteriná- venção da raiva canina e felina por meio Amaku, é o TerraView, disponibilizado
ria Preventiva e Saúde Animal da de campanhas de vacinação seja o ins- gratuitamente pelo Instituto Nacional de
FMVZ, à Agência FAPESP. trumento mais eficiente para o controle Pesquisas Espaciais (Inpe) e cujo lança-
Segundo ele, os municípios interes- da raiva humana. mento da versão 3.0 Plus foi noticiado
sados na aplicação do método podem pela Agência FAPESP
utilizar bases de dados censitárias do Serviço de qualidade Mais informações sobre o método:
Instituto Brasileiro de Geografia e O Centro de Controle de Zoonoses amaku@vps.fmvz.usp.br.
http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=8958
Ron Lowe
del cáncer en los animales MV - Clinica Petcancetvet
ronlowe@petcancervet.co.uk
Resumo: A eletroquimioterapia é uma nova modalidade de terapia de controle local para neoplasias sólidas. A administração
do agente antineoplásico posteriormente à realização da eletroporação no tumor são os princípios da técnica. Suas principais
características são os poucos efeitos colaterais, não promover mutilações na maioria dos casos em que se aplica além de não Lluis Maria Mir
mostrar diminuição em sua eficiência frente a reaplicações em possíveis recidivas A terapia vem apresentando resultados bas- Institut de Cancérologie Gustave Roussy
tante satisfatórios tanto para carcinomas quanto para sarcomas na medicina humana e na medicina veterinária os estudos Universidade Paris-Sud
estão avançando, conferindo a esta uma grande expectativa de vir a ser outra opção de tratamento. No Brasil, o Laboratório luis.mir@igr.fr
de Oncologia Experimental da FMVZ/USP vem desenvolvendo pesquisas e obtendo resultados expressivos com a técnica e
espera em breve publicá-los, possibilitando a aplicação da técnica na rotina das clínicas.
Unitermos: eletroporação, quimioterapia, bleomicina, cisplatina Idércio Luiz sinhorini
MV, prof. tit. - VPT/FMVZ/USP
Abstract: Electrochemotherapy is a new type of antitumor therapy for solid neoplasms. This technique consists first in sidercio@usp.br
administering a chemotherapeutic drug followed by the application of a specific electric field, which promotes electroporation in
tumor cells. The main advantages are fewer toxic effects, a smaller amount of mutilations and the possibility to use the same
drug multiple times in case of recurrence. This therapy has demonstrated promising results in both epithelial and mesenchymal
Maria Lúcia Zaidan Dagli
tumors in humans. Studies in veterinary medicine are advancing, and this therapy might become a treatment option in the MV, profa. tit. - VPT/FMVZ/USP
clinic. In Brazil, the Laboratory of Experimental and Comparative Oncology from FMVZ-USP has obtained expressive results malu021@yahoo.com
with this technique, which will be published shortly.
Keywords: electroporation, chemotherapy, bleomycin, cisplatin
aumento da permeabilidade das vesícu-
Resumen: La electroquimioterapia es una nueva modalidad antitumoral para control local de neoplasias sólidas. La técnica las submetidas a pulsos elétricos. Em
consiste en administrar un quimioterápico posteriormente a la aplicación de electroporación en el tumor. Sus principales
características son: menor cantidad de efectos colaterales, menor grado de mutilaciones y mantenimiento de la eficiencia 1982 foi feita a transferência de genes
terapéutica frente a replicaciones en posibles recidivas. El uso de esta terapia en humanos ha presentado resultados utilizando pulsos elétricos, e final-
prometedores tanto para carcinomas como sarcomas. En medicina veterinaria los estudios están avanzando, con grandes
expectativas de que se convierta en otra alternativa terapéutica. En Brasil, el Laboratorio de Oncología Experimental de la mente, em 1988, foi observado o
FMVZ/USP viene desarrollando investigaciones y obteniendo resultados significativos con esta técnica y se espera publicar en aumento da citotoxicidade da bleomici-
breve, permitiendo la aplicación de la técnica en la rutina de las clinicas.
Palabras clave: electroporación, quimioterapia, bleomicina, cisplatina na in vitro e in vivo com o uso de pulsos
elétricos, o que viria a ser posterior-
Clínica Veterinária, n. 75, p. 30-36, 2008 mente denominado eletroquimioterapia 4.
A eletroporação, processo conhecido há
INTRODUÇÃO fármacos antineoplásicos apresenta prin- aproximadamente vinte anos, tem como
Os tratamentos de câncer atualmente cipalmente limitações de toxicidade, objetivo facilitar a entrada na célula, de
disponíveis podem ser divididos em di- relacionadas a sua inespecificidade por moléculas normalmente não permeáveis
ferentes categorias, de acordo com seus células tumorais e às altas doses re- à membrana 5. Atualmente esse processo
objetivos e modos de ação. Freqüente- queridas, o que tem incentivado o desen- tem sido amplamente utilizado em bio-
mente são utilizados como tratamento volvimento de novos mecanismos para logia molecular, biotecnologia e medici-
único ou combinados. As três principais facilitar a entrada do fármaco na célula 3. na para o transporte de genes e fármacos
categorias de tratamentos são a cirurgia, para dentro das células 6. Dentre as apli-
a radioterapia, que são tratamentos loca- ELETROPORAÇÃO cações mais promissoras da eletropo-
lizados, e a quimioterapia, uma modali- Embora pouco percebido na época, o ração destacam-se a transferência de
dade sistêmica 1. Dentre essas opções de fenômeno de “quebras elétricas” rever- DNA, pois o método é eficiente, seguro
tratamento, os efeitos colaterais tardios e síveis na membrana celular, mais tarde e não viral para a terapia gênica 4, e a
graduais, o potencial oncogênico e o definido como eletroporação ou eletro- eletroquimioterapia para o tratamento
custo alto são os principais inconve- permeabilização, foi relatado em 1958. do câncer 7. Recentemente, a eletropo-
nientes da radioterapia, e os necessários Quase uma década depois, foi realiza- ração foi associada com sucesso à tera-
procedimentos mutilantes e desfiguran- da a destruição não térmica de microor- pia fotodinâmica in vitro, com o objeti-
tes constituem-se nas principais limita- ganismos submetidos a altos pulsos vo de aumentar os níveis de fotosensibi-
ções da cirurgia 2. Já o tratamento com elétricos. Em 1972, constatou-se grande lizadores nas células tumorais 8.
Após as sessões, a maioria dos animais da doença (ED) e progressão da doença eletroquimioterapia pode ser realizada
apresenta comportamento normal e (PD) foram divididos para melanomas e novamente, com a mesma eficiência,
ausência de sinais de dor 19. Reação não melanomas, e também em relação em intervalos de três a seis semanas.
inflamatória local – com discreto erite- ao uso da bleomicina ou da cisplatina, Tumores já tratados com cirurgia,
ma no tecido normal adjacente –, e for- como demonstram as figuras 2 e 3 6. Fo- quimioterapia ou radioterapia que apre-
mação de crosta superficial podem ser ram adotados os critérios da Organização sentarem comportamento refratário ou
observadas nos primeiros dias após a Mundial de Saúde (OMS) para avaliar recidiva também podem ser tratados
aplicação. Em tumores maiores, algu- os resultados de tratamentos de câncer, com eletroquimioterapia sem interfe-
mas vezes verificam-se ulcerações do segundo os quais RC indica que o tumor rência em sua eficiência 29. Alguns expe-
nódulo neoplásico. Ambas as lesões de- passa a não ser mais palpável, RP repre- rimentos têm demonstrado que a eletro-
saparecem em no máximo cinco sema- senta diminuição maior que 50% no quimioterapia pode se constituir em
nas após o tratamento 23. Alterações bio- volume do tumor, ED corresponde a di- uma opção de tratamento conservativo
químicas e hematológicas são raras em minuição menor que 50% e aumento de para sarcomas localizados nas extremi-
pacientes submetidos à eletroquimiote- até 25%, e PD significa aumentos supe- dades de membros 16. Em pesquisas rea-
rapia 5. riores a 25%. Um mínimo de quatro se- lizadas em animais, o índice de RO é de
manas foi necessário para qualificar as aproximadamente 80%, sendo em mui-
EFICIÊNCIA TERAPÊUTICA respostas ao tratamento. Os resultados tos casos observada, já após a primeira
Diversas triagens clínicas foram rea- foram bastante promissores, alcançando sessão, parcial ou completa remissão do
lizadas em humanos para avaliar a efi- índices de RO predominantemente tumor 20. As figuras 4, 5, 6 e 7 mostram
ciência terapêutica da eletroquimiotera- maiores que 80%, conforme mostrado a evolução de um carcinoma de células
pia. Os índices de resposta completa nas figuras 2 e 3. Em casos de recidiva escamosas em membro torácico de um
(RC), resposta parcial (RP), resposta ou de tumores maiores, para os quais mastiff Inglês tratado com eletroqui-
objetiva (RO = RC+RP), estabilização uma única sessão não seja suficiente, a mioterapia. As figuras 8, 9, 10, 11 e 12
Ron Lowe
Ron Lowe
Figura 4 - Carcinoma de células escamosas em
mastiff antes do tratamento
Ron Lowe
Ron Lowe
mastiff três semanas após o tratamento
Ron Lowe
Ron Lowe
mastiff quatro meses após o tratamento
Ron Lowe
Ron Lowe
Resumo: Importante acesso na terapia intensiva, a via intra-óssea (IO) pode ser utilizada em situações nas quais o acesso
intravascular não é possível, especialmente em pacientes pediátricos e de pequeno porte. É indicada no colapso vascular
Silvia Molnar Leite Fernandes
associado ao choque, em distúrbios de coagulação, queimaduras, edemas, flebites, variações anatômicas e para a adminis- Médica veterinária autônoma
tração de fluidos após longos períodos de hospitalização. Infelizmente, a via IO ainda encontra no Brasil relativa resistência Pronto Socorro Veterinário
por parte dos clínicos de pequenos animais, em função do desconhecimento de sua praticidade e eficiência e por ser erronea- silviamolnar@yahoo.com.br
mente considerada perigosa e complicada. Espera-se, com este artigo, desmistificar o uso dessa via e esclarecer as principais
dúvidas em relação às suas indicações e contra-indicações, descrevendo o procedimento e evidenciando as suas vantagens
na clínica de pequenos animais, animais selvagens e exóticos.
Unitermos: emergência, intramedular, infusão
Abstract: The intraosseous route (IO) offers an important means of access in intensive care and can be used in several
situations in which intravascular access is not possible, especially in pediatric and small-size patients. It is indicated in the
vascular collapse related to shock, coagulation disorders, burnings, swelling, phlebitis, when there are anatomical variations
and for fluid administration after long periods of hospitalization. Unfortunately, the IO route still faces a certain resistance by
small animal clinicians in Brazil, mainly due to unawareness of its convenience and efficiency, and because it is mistakenly
considered dangerous and complicated. This article intends to demystify the usage of this route, addressing the main questions
as regards the indications and contraindications, as well as describing the usage and stressing its advantages in the clinics of
small, wild and exotic animals..
Keywords: emergency, intramedullary, infusion
Resumen: Un importante acceso en la terapia intensiva, la vía intraósea, se convierte en una alternativa que puede ser
utilizada en diversas situaciones en las que no es posible el acceso intravascular, especialmente en pacientes pediátricos o de
pequeño tamaño. Es indicada en el colapso vascular asociado al choque, en alteraciones de la coagulación, quemaduras,
edemas, flebitis, cuando las características anatómicas impiden el acceso a las venas o cuando se requiere administrar fluidos
por largos periodos. Infelizmente, la via intraósea todavía encuentra en Brasil una relativa resistencia a su uso por parte de los
clínicos de pequeños animales, debido muy posiblemente al desconocimiento de su practicidad y eficiencia, y por ser
erróneamente considerada peligrosa y complicada. Se espera con este articulo desmistificar el uso de esta vía, aclarando las
principales dudas en relación a sus indicaciones y contraindicaciones, describiendo el procedimiento y mostrando sus
ventajas en la clínica de pequeños animales, animales salvajes y exóticos. trocantérica ou no platô tibial respecti-
Palabras clave: emergencia, intramedular, infusión vamente 7, na dosagem rotineiramente
utilizada na via intravenosa (IV) 2,8.
Clínica Veterinária, n. 75, p. 38-40, 2008 Essa via, descrita com sucesso em
pequenos mamíferos exóticos 9,10, coe-
lhos 4, aves 11, répteis 12 e humanos 13,
Introdução de soluções cristalóides, sangue e he- ainda é pouco utilizada no Brasil devido
A infusão intra-óssea (IO) é uma via moderivados, assim como a administra- à resistência de alguns clínicos de peque-
alternativa quando se exige acesso rápi- ção de nutrientes 6 e medicamentos, nos animais, que a consideram perigosa
do e direto ao sistema circulatório 1, e podem ser realizadas no canal medular e complicada 5 por desconhecerem sua
consiste na administração de soluções do úmero (Figura 1), do fêmur (Figura 2) praticidade e eficiência 2.
diretamente na cavidade medular de de- ou da tíbia (Figura 3), com inserções Porém, assim como as demais vias, a
terminados ossos longos 2. do cateter no tubérculo maior, na fossa IO também apresenta complicações e
Especialmente importante em pa-
cientes pediátricos, cuja vasculatura é
Sofia Borin
Abstract: Chronic hepatitis is frequently found in dogs in the veterinary practice. The prognosis is poor due to the high
probability of progression to cirrhosis. In spite of being one of the most frequent canine malignancies, it is not a single disease,
but rather the result of different etiologies in which the liver becomes chronically wounded. In humans, most of the etiological
agents that cause chronic hepatitis are known. In contrast, in dogs the cause is usually unknown, and the etiological
diagnostic is not always possible. Instead, clinicians rely on the histopathological description. This review aims to highlight the
etiological agents that are likely to cause chronic hepatitis in dogs and the importance and need of this etiological identification
for the establishment of more adequate therapies, which enable the control of disease progression and removal of main cause.
Keywords: dogs, disease, liver
Resumen: La hepatitis crónica se diagnostica con frecuencia en perros en la práctica veterinaria. Es una enfermedad con
progresión probable a cirrosis y por lo tanto con pronóstico malo. Aunque sea una de las molestias caninas más frecuentes,
no es sólo una enfermedad, pero el resultado de diversas etiologías que lesionan el hígado crónicamente. En seres humanos,
la mayor parte de los agentes etiológicos que causan las hepatitis crónicas son conocidos. En contrate, en perros, la causa es que, somada à presença de nódulos de
generalmente desconocida, y el diagnóstico etiológico no es siempre posible, siendo substituido por la descripción
histopatológica. Esta revisión apunta destacar los agentes etiológicos probables que pueden causar hepatitis crónica en regeneração, define a cirrose hepática 3.
perros y la importancia y la necesidad de esta identificación etiológica, buscando el establecimiento de terapias más A cirrose é o quadro terminal da doença
adecuadas, con el control de la progresión de la enfermedad y de la eliminación de la causa principal.
Palabras clave: perros, enfermedad, hígado hepática crônica, e é acompanhada de
marcante distorção arquitetural com
alterações circulatórias e metabólicas
Clínica Veterinária, n. 75, p. 52-58, 2008 no fígado 5.
Resumen: La hemorragia de involución del timo es una enfermedad que ocurre en perros jóvenes, resultando en hemotórax
y pérdida aguda de sangre. La etiología de la enfermedad es todavía desconocida, pero se cree que ocurra de manera Marília Martins Melo
espontánea o asociada a traumas o disturbios de coagulación. La mayor parte de los casos referidos resultó en muerte, pero MV, profa. adj. dra.
el diagnóstico y terapia clínica y quirúrgica de algunos casos resultaron en total recuperación del paciente. El objetivo de este Depto. Clínica e Cirurgia Veterinárias - UFMG
trabajo es reportar el caso de una perra Whipet, de seis meses de edad, que presentó un cuadro clínico de dificultad marilia@vet.ufmg.br
respiratoria aguda con presencia de masa mediastínica, que evolucionó muy rápido hasta causarle la muerte. En el examen
necroscópico se observó un gran coágulo en mediastino craneal y hemotórax.
Palabras clave: perros, hemotórax, timo
Introdução uma condição que acomete cães jo- Os sinais clínicos da doença incluem
O timo é um órgão de grande vens no período de involução do timo, dispnéia, taquipnéia, depressão, anore-
importância imunológica, sendo o local ocasionando sinais sistêmicos associa- xia, mucosas pálidas e pulso fraco.
de maturação de células T no organis- dos à perda sangüínea e à efusão pleural Grande parte desses pacientes evolui
mo. Em cães, o timo involui entre seis (pneumopatia restritiva). Os primeiros para o óbito em menos de 24 horas a
meses e dois anos de idade 1. casos da afecção foram descritos em contar do início dos sintomas. Contudo,
A hemorragia tímica associada com o 1975 4, e desde então relatos sobre a os tratamentos clínico e cirúrgico
desenvolvimento de hemotórax é uma afecção têm sido publicados, totali- podem ser efetivos na estabilização e
doença na maioria dos casos fatal, que zando cerca de 70 casos, todos eles completa recuperação do animal. Foram
acomete cães jovens, em geral até os diagnosticados à necropsia 5,6,7,8. A maio- descritos dois casos nos quais a terapia
dois anos de idade, período de invo- ria dos animais descritos não apresenta- com vitamina K1 e toracocentese para
lução do timo. 2,3 va evidência de trauma, distúrbios de drenagem do sangue (caso 1), e a trans-
O objetivo deste trabalho é abordar coagulação ou ingestão de rodenticidas, fusão sangüínea associada à aplicação
aspectos etiológicos, fisiopatológicos, além de não ter hemorragias em outros de vitamina K1 (caso 2) foram efetivas
clínicos e de tratamento da hemorragia locais do corpo. A causa do sangramen- na completa recuperação dos pacientes 3.
de involução do timo, assim como to espontâneo ainda é obscura, sendo Outro autor também relatou o sucesso
descrever um caso da afecção em uma sugerido um aumento da fragilidade dos do tratamento de um cão com transfusão
cadela. vasos tímicos em função da substituição de sangue e administração de vitamina
do parênquima por tecido adiposo e K1 9. O tratamento cirúrgico também foi
Revisão de literatura conjuntivo no período de involução do efetivo em um caso, com a retirada de
A hemorragia de involução tímica é órgão 2. um grande hematoma do mediastino
Glomerulonephritis in dogs
Glomerulonefritis en el perro definição desses critérios, foi impor-
tante a publicação do “Handbook of
Resumo: A prevalência de glomerulonefrites na população canina vem aumentando consideravelmente. Mesmo com o adven- Kidney Nomenclature and Nosology” e
to de técnicas modernas de estudo, ainda há dificuldade em interpretar e classificar as glomerulonefrites na espécie canina. A
falta de critérios de classificação das glomerulonefrites no cão tem levado os pesquisadores a adotarem os critérios da do “International Collaborative Study
Organização Mundial de Saúde (OMS), elaborados para classificar as glomerulopatias no homem, como parâmetro para definir of Kidney Disease in Children” pelo
os tipos morfológicos de lesão glomerular na espécie canina. Esse fato limita o estudo das nefropatias no cão e dificulta o
entendimento da sua patogenia. Pouco se conhece sobre a patogênese da glomerulonefrite no cão mas, além do mecanismo Comitê Internacional para Nomenclatu-
imune humoral, existem fortes evidências de que o mecanismo imune celular também participe do processo de lesão glomeru- ra e Nosologia de Doença Renal. Com
lar secundária.
Unitermos: rim, nefropatia, glomérulo base nos critérios definidos, em 1974 a
Organização Mundial de Saúde (OMS)
Abstract: The occurrence of glomerulonephritis is increasing considerably among the canine population. In spite of modern
study techniques, it is still difficult to interpret and classify the disease in dogs. The lack of specific criteria has led researchers
estabeleceu um centro de colaboração
to adopt those that the World Health Organization (WHO) has developed for humans as parameters to define the morphologic para a classificação histológica das
types of glomerular injury in the canine species. This limits the study of this nephropathy in dogs and hinders the
understanding of its pathogenesis. Little is known about the pathogenesis of glomerulonephritis in dogs. In addition to humoral
doenças renais, com sede no Departa-
immune mechanisms, there is strong evidence that the cellular immune responses also participate in the process of secondary mento de Patologia da “Mount Sinai
glomerular injury.
Keywords: kidney, nephropathy, glomeruli
School of Medicine” da Universidade
de Nova York e sob a coordenação do
Resumen: En la población canina la prevalencia de glomerulonefritis viene aumentando considerablemente. Mismo con el dr. J. Churg. O centro trabalhou com
advenimiento de técnicas modernas de estudio, aún hay dificultades en interpretar y clasificar las glomerulonefritis en la
especie canina. La falta de criterios de clasificación de las glomerulonefritis en el perro ha llevado los investigadores a patologistas e nefrologistas de 14 paí-
adoptaren los criterios de la Organización Mundial de Salud (OMS), elaborados para clasificar las glomerulonefritis en el ses. A classificação levou em considera-
hombre, como parámetro para definir los tipos morfológicos de lesión glomerular en la especie canina. Ese hecho limita el
estudio de las nefropatías en perros y dificulta el entendimiento de su patogenia. Poco se conoce sobre la patogénesis de la ção os seguintes aspectos: a morfologia
glomerulonefritis en perros además del mecanismo inmune humoral, pero existen fuertes evidencias de que el mecanismo das lesões renais em tecidos corados por
inmune celular también participe del proceso de lesión glomerular secundaria.
Palabras clave: riñón, nefropatía, glomérulo técnicas histológicas especiais, como
ácido periódico de Schiff (PAS), tricrô-
Clínica Veterinária, n. 75, p. 64-72, 2008
mico de Masson (TM), ácido periódico
prata metanamine (PAMS) e imunoper-
oxidase; a presença de depósitos de
INTRODUÇÃO trombose em decorrência, provavel- imunoglobulinas (IgG, IgM, IgA) e
No passado recente, as glomerulone- mente, da hipoalbuminemia que é cau- complemento (C3) no glomérulo; e a
frites (GN) eram quase desconhecidas sada pela perda renal de grandes quanti- deposição de material eletrodenso na
ou não diagnosticadas nos animais 1 dades de antitrombina III 7,9,10,11. membrana basal glomerular 13. O empre-
mas, atualmente, sabe-se que são res- Mesmo com o advento de técnicas go dessas técnicas forneceu elementos
ponsáveis por substancial morbidade e modernas de estudo, ainda hoje há difi- mais adequados para o diagnóstico e
mortalidade em muitas espécies 2. A pre- culdade para interpretar e classificar as classificação das GN 8,14,15.
valência de GN vem aumentando consi- alterações glomerulares na espécie cani-
deravelmente na população canina 3, na. A falta de critérios padronizados li- CAUSAS DE
constituindo-se em causa comum de in- mita o estudo das nefropatias e faz com GLOMERULONEFRITES
suficiência renal crônica 4. A maior ocor- que as alterações renais nem sempre As GN primárias constituem um gru-
rência de GN no cão está na faixa etária sejam interpretadas e classificadas da po específico de doenças glomerulares
de oito a doze anos 2,3,4,5. forma mais adequada, dificultando o hereditárias causadas pela síntese defei-
Em doença glomerular com perda de entendimento da patogenia da doença. tuosa de colágeno tipo IV. Como na sín-
mais de 3/4 dos néfrons pode ocorrer in- No homem, avanços significativos drome de Alport no homem, a nefrite
suficiência renal com conseqüente pro- nessa área foram possíveis graças à in- hereditária no cão é causada por uma al-
teinúria, principalmente albuminúria trodução, em 1951, da técnica de biópsia teração autossômica recessiva que de-
que, na ausência de infecção das vias renal 12, metodologia raramente empre- termina um defeito no gene que codifi-
urinárias ou de sedimento na urina, evo- gada para o estudo das alterações renais ca a cadeia _5 do colágeno tipo IV (raça
lui para azotemia, polidipsia, poliúria, no cão. A biópsia disponibilizou ma- samoyeda) e a cadeia _3 ou _4 do colá-
anorexia, náusea e vômito 6,7,8. Se a pro- terial mais adequado para o acompanha- geno tipo IV (raça cocker spaniel) 16,17.
teinúria é suficientemente severa, maior mento da evolução do processo de com- A nefropatia juvenil é descrita em cães
que 3,5g/dL, promove a síndrome ne- prometimento renal e a interpretação das raças dálmata, cocker spaniel, beagle,
frótica, caracterizada por proteinúria se- da resposta aos tratamentos emprega- chow-chow e dobermann 18.
vera, hipoalbuminemia, ascite ou edema dos. No entanto, para melhor entendi- As GN secundárias se manifestam no
e hipercolesterolemia. As complicações mento das GN no homem, foram defini- quadro evolutivo de várias enfermida-
da GN, como hipertensão sistêmica e dos critérios de classificação que são des, como a leishmaniose visceral, a
hipercoagulabilidade, predispõem à adotados internacionalmente. Para a piometra, o lupus eritematoso sistêmico,
C3, IgA e células T CD4+ 21,31. Em amos- os glomérulos mostram uma combi-
tra constituída por 101 cães com e sem nação de espessamento da parede capi-
sinais clínicos de doença renal, verifi- lar com proliferação e aumento variável
cou-se que 19 animais tinham esclerose de células e de matriz mesangial, o que
mesangial com depósitos de C3 no me- acentua a estrutura lobular do gloméru-
sângio, mas sem presença de imunoglo- lo. A forma mais típica de GN membra-
bulinas 22. Outro estudo revelou que de noproliferativa é a que se manifesta por
106 cães com GN, seis (4,4%) possuíam Figura 3 - Glomérulo. Cão naturalmente infecta- duplicação da membrana basal do capi-
glomeruloesclerose com imunofluores- do por Leishmania (Leishmania) chagasi. lar glomerular (MBG), com formação
Glomerulonefrite proliferativa mesangial difusa.
cência negativa para imunoglobulinas e Hipercelularidade glomerular. Coloração: PAS. de membrana de duplo contorno vista
complemento 6. O padrão de doença que Aumento: 40x na coloração pelo PAMS. Entretanto,
três tipos diferentes de GN mesangioca-
Francisco Assis Lima Costa
Angélica de M. V. Safatle
pica foram atropina 1% a (em intervalo ta) acoplada a uma agulha de titânio. Du-
de 12 horas, um dia antes da cirurgia), rante a cirurgia, os animais permaneceram
gatifloxacino 0,3% b e acetato de predni- em decúbito lateral com a cabeça apoiada
solona 1% c (em intervalos de quatro a em travesseiro apropriado, e o olho a so-
seis horas, nos três dias anteriores ao frer a intervenção foi posicionado sob
procedimento e até um mês após, sendo microscópio cirúrgico (Figura 2). Reali-
a freqüência gradualmente diminuída zou-se cantotomia para melhor exposi-
após a cirurgia) e tropicamida 1% d (em ção do campo operatório quando neces-
intervalos de 8 horas, iniciada logo após sário. Após uma incisão de 3,2mm na
a cirurgia e até quinze dias depois des- córnea (clear cornea), foram injetadas
ta); os portadores de Diabetes melito re- 10 unidades de azul de tripano o e 30
ceberam antiinflamatório não esteroi- unidades de ar para corar a cápsula an-
dal, cetorolaco de trometamina e, em terior da lente (Figura 3); um cistítimo
substituição ao corticóide. Antibióticos ou uma agulha 22X25ga foi introduzido Figura 3 - Cápsula anterior da lente corada com
azul de tripano
foram administrados também por via para a realização da capsulotomia
sistêmica por dez dias, a contar do dia
da cirurgia. Flunixin meglumine f (1mg
Angélica de M. V. Safatle
Angélica de M. V. Safatle
Angélica de M. V. Safatle
Angélica de M. V. Safatle
A B
Figura 6 - Pós-operatório imediato: aspecto final Figura 7 - Facoemulsificação bilateral: sete meses após a cirurgia
fragmentação do núcleo do cristali- freqüentes foram opacificação da uveíte anterior severa é freqüentemente
no, que foi aspirado posteriormente, cápsula posterior e formação de siné- descrita. Fibrina, flare (dispersão coloi-
assim como o viscoelástico (Figura 5). quias posteriores (Figura 8), e as menos dal do humor aquoso; efeito Tyndall) e
A córnea foi suturada em pontos sim- freqüentes, edema de córnea e desen- células se instalam na câmara anterior, a
ples isolados com fio de seda 8-0 r, e a volvimento de uveíte anterior severa. despeito do emprego de antiinflamató-
cantorrafia foi realizada com fio de seda Foram registrados dois casos de seclu- rios. A miose acompanha a uveíte e
4-0 s (Figura 6). O colar elizabetano foi são pupilar com íris bombé e outros dois sinéquias posteriores se desenvolvem 1,14.
colocado imediatamente após a cirurgia de hipertensão ocular pós-operatória. Dentre os 71 casos analisados, seis
e mantido por quinze dias. A não recuperação da visão no perío- apresentaram uveíte severa, três dos
Os animais foram avaliados quanto a do estudado foi decorrente do desenvol- quais responderam de forma satisfatória
visão, inflamação e pressão intra-ocular vimento de uveíte anterior severa não ao tratamento; dos demais, dois evo-
(PIO), obtida com tonômetro de aplana- responsiva ao tratamento, e da não luíram para cegueira e um para phthisis
ção (Tono-pen®). Essa avaliação foi fei- administração da medicação por parte bulbi.
ta no primeiro, quinto, 12º, 20º e 30º do proprietário. Pressupõe-se que alguns aconteci-
dias de pós-operatório, e então mensal- mentos, como o trauma causado pela
mente, por três meses. Discussão e conclusão turbulência do ultra-som e os efeitos tó-
Considerou-se como bem sucedida a A taxa de sucesso alcançada na análi- xicos e mecânicos da infusão de
cirurgia que proporcionou eixo visual se do emprego da facoemulsificação grandes volumes, possam lesar as célu-
claro e melhoria ou restauração da como tratamento de catarata (95,77%) las endoteliais, resultando no edema de
visão funcional do paciente, aferida foi similar à relatada na literatura, que córnea. Cães em estágio ainda inicial de
pela presença de reflexo de ameaça, varia de 90 a 95% 3,5,8,13,14. Esse resultado distrofia endotelial podem não tolerar o
capacidade de acompanhar objetos em é positivo quando comparado aos repor- volume de irrigação contínua, com des-
movimento e de transpor obstáculos tados para a técnica convencional, FEC, compensação e perda das células do en-
em ambiente desconhecido. Nos cães entre 75% e 83% 6. dotélio. O aumento de pressão e a
que tiveram os dois olhos operados, As complicações encontradas após a uveíte pós-operatória podem causar
estes foram avaliados separadamente FACO, como uveíte pós-operatória, edema secundário, que tende a se
(Figura 7). opacidade de cápsula posterior, sinéquia resolver uma vez corrigida a causa de
As complicações encontradas foram: posterior e edema de córnea, são base 8,13. Dos dez casos de edema
opacidade de cápsula posterior, uveíte comuns à FEC 1,8. corneal, oito regrediram e dois se man-
severa, edema de córnea, descolamento A uveíte pós-operatória é esperada tiveram ao final do período compreen-
de retina, sinéquias e seclusão pupilar como resposta ao trauma cirúrgico, o que dido neste estudo, mas não comprome-
acompanhada por íris bombé. explica o uso de antiinflamatórios, ini- teram a visão.
Como se tratou de trabalho clínico ciado ainda no pré-operatório. Entretan- Embora seu mecanismo exato perma-
epidemiológico retrospectivo observa- to, em cães e humanos, a cronificação de neça incerto, a hipertensão ocular pós-
cional, ou seja, estudos de casos, a aná-
lise estatística foi dispensada.
Complicações nº de olhos %
Resultados Opacidade de cápsula posterior 27 38,03
Houve restauração da visão funcional Sinéquia posterior 15 21,13
em 68 dos 71 olhos operados (95,77%), Edema de córnea 10 14,08
ou seja, apenas em três casos os animais Uveíte severa 6 8,45
não recuperaram a visão durante o pe- Seclusão pupilar/Iris bombé 2 2,82
ríodo analisado, e nenhum destes era Hipertensão ocular pós-operatória 2 2,82
diabético.
As complicações precoces mais Figura 8 - Complicações encontradas nas cirurgias realizadas (em porcentagem)
Angélica de M. V. Safatle
variedade de condições relacionadas à 03-STRUBBE, D. T. ; GELATT, K. N. ; Diseases
and surgery of the canine lens In: Essentials of
inflamação que se desenvolvem no pós- veterinary ophthalmology. Philadelphia:
cirúrgico, como restos celulares no Lippincot Williams & Wilkins, 2000.
humor aquoso que dificultam seu fluxo, 04-NASISSE, M. P. Innovations in cataract surgery.
edema do trabeculado, partículas resi- In: Kirk, R. W. , Bonagura, J.D. (Ed): Current
Veterinary Therapy XI (Small Animal
duais e proteínas solúveis da lente, Practice). Philadelphia: W.B. Saunders Co.
herniação do vítreo e retenção do p. 1261-1265, 1995.
viscoelástico 3,11. É relatado que 37,5% 05-LANNEK, E. B. ; MILLER, P .E. Development
dos cães submetidos à FACO desen- of glaucoma after phacoemulsification for
removal of cataracts in dogs: 22 cases (1987-
volvem HOP 8. Essa alta incidência 1997). Journal of the American Veterinary
indica que é apropriado tratar os cães Medical Association, v. 218, n. 1, p. 70-76, 2001.
com medicações antiglaucomatosas 06-BIROS, D. J. ; GELATT, K. N. ; BROOKS, D. E. ;
desde as primeiras horas do pós-oper- Figura 9 - Opacidade de cápsula posterior. KUBILIS, P. S. ; ANDREW, S. E. ; STRUBBE,
Observe visualização do disco óptico D. T. ; WHIGHAM, H. M. Development of
atório, para evitar aumentos de pressão glaucoma after cataract surgery in dogs: 220
intra-ocular e danos ao nervo óptico 12. cases (1987-1998). Journal of the American
No pós-operatório imediato, foram visual na espécie canina, assim como Veterinary Medical Association, v. 216, n. 11,
p. 1780-1786, 2000.
administrados fármacos que diminuem no homem, seja reduzida após a
07-KEIL, S. M. ; DAVIDSON, H. J. Canine
a produção do humor aquoso, remoção do cristalino sem colocação de cataracts: a review of diagnostic and treatment
inibidores de anidrase carbônica, com lente (afacia), mas essa condição não é procedures. Veterinary Medicine, v. 96, n. 1,
resultado satisfatório, ou seja, apenas objetivamente analisada devido à difi- p. 14-38, 2001.
em dois casos registrou-se aumento da culdade de aferir a acuidade visual no 08-STRUBBE, D. T. Uveitis and pupillary block
glaucoma in an aphakic dog. Veterinary
pressão intra-ocular. cão. Além disso, cães possuem pequena Ophthalmology, v. 5, n. 1, p. 3-7, 2002.
A opacificação da cápsula posterior capacidade acomodativa e não têm 09-WILLIAMS, D. L. ; BOYDELL, I. P. ; LONG,
(OCP) é uma complicação freqüente regiões na retina comparáveis à mácula R. D. Current concepts in the management of the
da cirurgia de catarata 1,5,14,15, embora a canine cataract: a survey of the techniques used
e à fóvea, que requerem imagens pre- by surgeons in Britain, Europe and USA and
sua exata prevalência não tenha sido cisamente focadas 13. Considerando que review of recent literature. The Veterinary
determinada 16. Em um estudo, a as lentes são associadas a uma maior Record, v. 138, n. 15, p. 347-353.
prevalência dessa complicação foi de incidência de complicações como 10-MILLER, T. R. ; WHITLEY, R. D. ; MEEK, L.
67% para cães não diabéticos, e de A. ; GARCIA, G. A. ; WILSON, M. C. ;
uveíte crônica e glaucoma 7,13 e que os RAWLS, JR. B. H. Phacofragmentation and
68% para cães diabéticos, independen- cães, após uma bem sucedida cirurgia aspiration for cataract extraction in dogs: 56
temente da técnica empregada, FACO de catarata, mesmo sem implante de cases (1980-1984). Journal of the American
ou FEC 14. A despeito de quão meticu- Veterinary Medical Association, v. 190, n. 12,
LIO, retomam suas atividades normais, p. 1577-1580, 1987.
losamente se realize o procedimento optou-se por não utilizá-las até o 11-BAGLEY, L. H. ; LAVACHE, J. D. Comparison
cirúrgico, algumas células epiteliais momento. of postoperative phacoemulsification results in
remanescentes da lente aderem à A facoemulsificação apresenta im- dogs with and without diabetes mellitus: 153
cápsula anterior, e depois migram para cases (1991-1992). Journal of the American
portantes vantagens em relação à téc- Veterinary Medical Association, v. 205, n. 8,
a cápsula posterior, onde passam a nica convencional, como menor tem- p. 1165-1169, 1994.
produzir material cristalino e sofrem po cirúrgico, redução das complica- 12-SMITH, P. J. ; BROOKS, D. E. ; LAZARUS, J.
metaplasia fibrosa, que causa o enru- ções decorrentes da cicatrização – A. ; KUBILIS, P. S. ; GELATT, K. N. Ocular
gamento da cápsula. A presença de hypertension following cataract surgery in dogs.
pois a incisão é menor –, e menor Journal of the American Veterinary Medical
lente intra-ocular inibe essa opacifica- tempo de recuperação. Sua introdução Association, v. 209, n. 1, p. 105-111, 1996.
ção 5. A complicação mais prevalente representou aumento significativo nas 13-NASISSE, M. P. ; DAVIDSON, M. G. ;
(38,03%) neste estudo foi a OCP com taxas de sucesso cirúrgico na remoção ENGLISH, R. V. ; ROBERTS, S. M. ;
vários graus de intensidade e, embora NEWMAN, H. C. Neodymium: YAG laser
da catarata. Comparada à FEC, a faco- treatment of the lens extraction-induced
lentes intra-oculares não tenham sido emulsificação é um procedimento ci- pupillary opacification in dogs. Journal of the
utilizadas, nenhum animal apresentou rúrgico mais complexo, requer apare- American Animal Hospital Association, v. 26,
opacidade suficiente para impedir a p. 275-281,1990.
lhagem de custo elevado e, dada a sua 14-GELATT, K. N. The canine lens. In: GELATT, K.
visão (Figura 9). A OCP pode ser trata- complexidade, exige que o cirurgião N. Veterinary Ophthalmology, 2 ed.
da por capsulectomia ou por capsuloto- possua considerável treinamento e co- Pennsylvania: Lea & Febiger, 1991, p. 429-460.
mia com yttrium-aluminium-garnet nhecimento teórico do procedimento. 15-DAVIDSON, M. G. ; NASISSE, M. P. ;
(YAG) laser 13,16, este não disponível RUSNAK, I. M. ; CORBERTT, W. T. ;
rotineiramente em nosso meio. ENGLISH, R. V. Sucess rates of unilateral vs.
Referências bilateral cataract extration in dogs. Veterinary
Na opinião de alguns autores, a 01-GILGER, B. C. Phacoemulsification, technology Surgery, v. 19, n. 3, p. 232-236, 1990.
cirurgia de catarata sem o implante de and fundamentals. Veterinary Clinics of North 16-MILLER, P. E. ; STANZ, K. M. : DUBIELZIG,
lentes intra-oculares (LIO) não pode ser America: Small Animal Practice, v. 27, n. 5, R. R. ; MURPHY, C. J. Mechanisms of acute
p. 1131-1141,1997. intraocular pressure increases after
considerada totalmente bem sucedida 15, phacoemulsification lens extraction in dogs.
02-GLOVER, T. D. ; CONSTANTINESCU, G. M.
porém o assunto ainda é alvo de con- Surgery for cataracts. Veterinary Clinics of American Journal of Veterinary Research,
trovérsias. Estima-se que a acuidade North America: Small Animal Practice. v. 27, v. 58, n. 10, p. 1159-1165.
fibroso maligno tipo célula gigante. gráfico não revelou imagens compatíveis
Durante o período pós-operatório não com lise de estruturas ósseas e articulares
houve complicação. Os pontos cirúrgicos adjacentes à massa neoplásica, mas essa
foram retirados dez dias após o procedi- alteração tem sido observada por outros
mento, sem histórico de contaminação ou autores e está associada ao comportamen-
dificuldade de cicatrização da ferida. Acom- to invasivo do HFM 5,7,20. A radiografia é
panhamento periódico do animal através de uma ferramenta essencial para a detecção
Figura 1 - Massa subcutânea de formato ovóide
e ulcerada localizada na face medial da região exames clínicos e radiográficos foi sugeri- de alterações que possam indicar lesões me-
rádio-ulnar esquerda do felino do ao proprietário. Até o momento transcor- tastáticas 1. O HFM, embora apresente com-
reram vinte e quatro meses de sobrevida sem portamento invasivo e altas taxas de re-
Por apresentar sinais clínicos e padrões intercorrências, a contar do período pós-ope- corrência, raramente produz metástases
histológicos de malignidade, mas sem evi- ratório. O animal apresentava-se em ótimo para pulmões e outros órgãos 3,6,8. No animal
dências de lesões metastáticas, a terapia estado clínico. O proprietário informou que, deste caso não foram encontradas altera-
eleita para esse caso foi a cirúrgica. A am- devido à amputação, o animal tornou-se mais ções radiográficas no campo pulmonar.
putação completa do membro anterior, in- sedentário e já não apresentava os hábitos A biópsia incisional ou excisional é
cluindo a escápula, foi realizada. Não de caça que comumente exercia. absolutamente necessária para o diagnós-
houve complicações durante o período tico definitivo do HFM. O conhecimento
transoperatório. Discussão do tipo histológico antes da intervenção
A peça cirúrgica foi encaminhada para O HFM é um neoplasma incomum em curativa é vital para que a terapia inicial
exame anatomopatológico. Macroscopi- todas as espécies de animais domésticos. possa ser planejada e realizada 1. Neste
camente, foi eviden- Em cães e gatos, tem se observado nos últi- caso, uma biópsia por punch foi realiza-
ciada a aderência e a mos anos um número crescente de diagnós- da e um diagnóstico presuntivo foi esta-
Thomas Normanton Guim
infiltração do neo- ticos, embora a casuística nessas duas belecido. A dificuldade de estabelecer o
plasma na fáscia espécies ainda seja considerada baixa 3,8. diagnóstico por meio de biópsias incisio-
muscular profunda, No Brasil, embora haja um crescente nú- nais ou por punch pode estar relacionada
sem envolvimento mero de diagnósticos de HFM em cães 13,14,15, à heterogeneidade do HFM, pois propor-
do linfonodo regio- a espécie felina raramente tem sido descrita ções dos diferentes tipos celulares va-
nal. A superfície de como portadora desse tipo de neoplasma 16,17. riam consideravelmente em um mesmo
corte do neoplasma Claudicação é um sinal clínico comu- tumor 3,4. O diagnóstico diferencial do
apresentou colora- mente observado em animais acometidos HFM inclui os fibrossarcomas, os neo-
ção esbranquiçada e por HFM nos membros 6,9,18. Neste relato, a plasmas de bainha neural, os rabdomios-
aspecto lobulado. disfunção neurológica, evidenciada por im- sarcomas, os osteossarcomas extra-es-
Histologicamente possibilidade de apoio do membro afetado queléticos e outros sarcomas 6,9,21.
Figura 2 - Projeção ra- observou-se prolife- e perda proprioceptiva foi associada à com- As informações mais importantes para
diográfica lateral de- ração de células fu- pressão dos nervos periféricos pela massa a determinação do estádio clínico de sar-
monstrando massa siformes com pleo- neoplásica. Alguns autores citam que, mesmo comas de tecidos moles são o tamanho do
radiopaca localizada
na região rádio-ulnar, morfismo celular e que as neoplasias não sejam primárias dos neoplasma, sua aderência a tecidos adja-
sem envolvimento de nuclear acentuado, nervos periféricos, outros tumores de teci- centes, sua localização, o comprometimen-
estruturas ósseas e além de núcleos dos moles podem produzir sinais de disfun- to neoplásico de linfonodos regionais e as
articulares adjacentes ção neurológica, tanto por invasão como metástases clinicamente diagnosticadas.
com mitoses bizarras
(Figura 3). Adicionalmente, células gigan- por encarceramento e compressão dessas Segundo o sistema TNM de estadiamento
tes multinucleadas neoplásicas eram abun- estruturas 19. Em estudo anterior, foram clínico para sarcomas de tecidos moles
dantes e havia atividade mitótica típica e constatados sinais de disfunção neurológi- (Figura 5) proposto pela Organização
atípica acentuada (Figura 4). Os achados ca do nervo ciático em um felino acometi- Mundial da Saúde (OMS) 1, o sarcoma
microscópicos permitiram caracterizar do por HFM envolvendo ossos pélvicos 9. presente no animal objeto deste relato in-
seria-se no estádio II da doença.
Thomas Normanton Guim
A
! ! ! !
recente aprovação pela Câmara científicos, tanto no ensino quanto na pes-
Federal do Projeto de Lei n. quisa. Foi apresentado como dissertação de
! ! ! 1.153/95,
! ! ! a chamada "Lei
! ! Arouca", mestrado ao! ! Instituto !de Psicologia ! da!
! ! ! ! que regulamenta
! a
! experimentação ! ! animal Universidade
! ! de São Paulo,
! ! em 1995. ! Im-
! ! ! ! no País, tem ! acirrado ! o debate entre ! ! cientis- ! ! portante ! !referencial ! teórico
! no debate acerca
! !
tas e a sociedade civil, da vivissecção, tem inspirado monografias
! ! ! ! ! ! ! ! ! notadamente ! ! o movi- ! ! ! ! ! !
mento de defesa animal, acerca dos princí- de conclusão de cursos universitários, teses
! ! ! ! ! ! ! ! ! em congressos ambientais e ações judiciais !
! ! ! ! !
pios éticos da ciência e também sobre a efi-
! ! ! ! ! ! ! !
cácia e necessidade deste método de ensino
! ! ! ! ! ! em!defesa dos
propostas ! animais.! !
! ! ! ! e pesquisa. Se aprovada no Senado, será a João Epifânio Regis !Lima,
! ! ! !
professor de
! ! ! ! ! ! ! !
primeira regra federal sobre pesquisas e ati- ! ! !
Filosofia da Ciência e Estética na Universi- ! ! !
! ! ! ! ! vidades de ensino ! ! cobaias,
com ! ! legalizando- ! !
! dade Metodista de São ! !Paulo, investiga ! as
! ! ! ! ! as. Seu! primeiro ! !efeito prático, ! !porém, será ! causas do silêncio, da naturalidade e! da! pos-
! ! ! ! !
! ! ! ! acabar !com ! leis municipais ! ! !que ! tentam tura acrítica! do! meio acadêmico diante de
! ! ! ! ! proibir a pesquisa com animais, em disputa
! ! ! ! uma prática ! violenta ! como ! a! vivissecção. ! !
! ! ! no Rio de Janeiro e em Florianópolis.
! ! ! Para isso, baseia-se em depoimentos de !pro-!
! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! ! Neste contexto, o Instituto Nina Rosa
! ! ! ! ! fissionais
! e estudantes
! ! envolvidos ! com! a ex-
! ! ! ! lançou no dia 7 de junho de 2008, o livro
! perimentação ! animal e! na !análise ! dos
! com-
! ! ! ! ! Vozes do Silêncio. ! ! É o primeiro ! trabalho! ponentes ! ! ideológicos! e culturais que ! ! cercam
Vozes do Silêncio - !Cultura cientifíca: ! ! ideologia acadêmico,!no !Brasil,! que ! faz ! uma ! reflexão! tal prática. ! !O silêncio! é o problema. ! ! O mate-! ! !
e alienação no! discurso ! sobre!vivissecção ! acerca do !uso !de animais em experimentos ! ! rial, a palavra. ! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
! !
3º Seminário Arca Brasil ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
Responsabilidade ! ! ! Social
! ! & Crescimento ! ! Profissional ! ! ! ! !
C
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
rescem em nosso país as ações de cunho nova medicina veterinária;
! ! ! ! ! ! !
- legislação, defesa dos animais e cidadania;
! ! ! ! ! ! ! !
social que trazem consigo grande po-
! ! !
tencial de negócios. Confira no 3º Seminário ! ! ! !
- as novas legislações e a consolidação das ! ! ! ! ! ! ! !
! !
ARCA Brasil, que ocorrerá em setembro, em ! ! ! !
políticas públicas de controle de cães e ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
! !
São Paulo, SP, os novos caminhos que se ! ! gatos; ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
apresentam para ! o! médico ! ! !
veterinário. ! !
Co- - controle !populacional de !cães ! e gatos: ! ! ! ! ! ! !
! !
nheça as oportunidades de transformar ! res- modelos !de sucesso no Brasil ! ! e no! exterior. ! ! ! ! ! !
ponsabilidade ! social ! !em sucesso ! !profissional ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
3º SEMINÁRIO ARCA ! BRASIL
e pessoal. ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
Responsabilidade Social! !& Crescimento Profissional
Entre os temas ! ! que! serão! abordados, ! ! ! ! ! !
17 !de setembro de !2008, ! das 14h00 às 18h30
destacam-se: ! ! ! ! ! !
Auditório do Transamérica Expo Center
- leishmaniose:! aspectos ! éticos !e legais ! do ! ! ! !
São Paulo - SP, Brasil
atendimento clínico; ! ! !
- atuação social! e crescimento ! ! profissional:
! ! a Inscrições em !breve!
! !
receita do sucesso; ! ! ! ! ! Mais
! ! informações ! no !sítio www.petsa.com.br
- o bem-estar ! dos animais ! !no contexto
! ! da ! ! ! !
! ! ! ! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! !! ! !
! ! ! ! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! ! ! !! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
84 ! Ano
! Veterinária,
Clínica ! XIII,
! !n. 75,
! julho/agosto, 2008 !
Legislação
A
! !
Schering-Plough
! ! ! Saúde ! Animal ! ! ! ! Fotóforo (3º lugar); todos da marca
lança! uma! !promoção, ! !por tempo ! Welch Allyn. Além disto, terão direito a
limitado (até ! ! outubro ! de 2008),
! ! ! aos uma reportagem na Revista Vet News e
médicos veterinários. ! ! ! ! no site especialpet, falando a respeito de Otoscópio
Os médicos ! ! veterinários ! ! devidamente ! serviços e especialidades de suas clínicas. Macroview
Vale ressaltar que aqueles que ainda
cadastrados ! no sítio www.especialpet. ! ! !
com.br que permanecerem por mais não são cadastrados podem se cadastrar
! ! ! ! ! ! agora mesmo e concorrer da mesma
tempo logado, navegando pelos links
! !
artigos técnicos, produtos, novidades,
! ! ! ! ! forma.
!
programas, ! outros, concorrerão
entre ! ! a Assim, além de fortalecer o relacio-
prêmios. ! ! ! ! ! ! ! namento com seus principais formado- Auriflush
!
A medição !será controlada
! ! ! ! área! res de opinião, a Schering-Plough Saú-
pela
de manutenção ! ! do site ! durante ! todo! o de Animal sai na frente e consolida sua
! !
período da promoção. ! ! ! ! marca por meio das informações técni-
Os premiados serão contemplados
! ! ! ! ! cas promocionais prestadas em seu sítio.
com um ! Otoscópio! Macroview ! ! (1º! ! Schering-Plough ! !! ! ! ! ! ! ! !
lugar); !um! Auriflush ! ! (2º ! lugar) ! e um Saúde Animal: ! 0800131113. ! ! ! ! ! Fotóforo
86 Clínica ! Ano
( Veterinária, ! XIII,
! ! n. 75,
! julho/agosto, 2008 !
ATLAS COLORIDO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA - REAÇÕES
MORFOLÓGICAS GERAIS DE ÓRGÃOS E TECIDOS
A segunda edição do clássico Atlas Consulta essencial para alunos de
Colorido de Patologia Veterinária - graduação e pós-graduação, médicos
Divulgação
teve sua versão para o português lança- rinárias, Universidade de Buenos Aires,
da recentemente pela MedVet Livros. República Argentina).
O autor da obra, Daniel Herrera, MV, O conteúdo da obra é composto, ini-
PhD, diplomado pelo Colégio Latino- cialmente, pela farmacologia e pela te-
Americano de Oftalmólogos Veteriná- rapêutica em oftalmologia clínica, que
rios (CLOVE), professor de enfermi- aborda, entre outros itens, a administra-
dades cirúrgicas, chefe da unidade de ção eficaz de fármacos oftálmicos, as
oftalmologia da Faculdade de Ciências injeções intra-oculares, os agentes anti-
Veterinárias, da Universdidade de Bue- microbianos, os fármacos antiinflama-
nos Aires, República Argentina, contou tórios e os reguladores da pressão intra-
com a participação de importantes cola- ocular. Toda a parte de exames é deta-
boradores: Peter G. C. Bedford (Royal lhada, desde a anamnese, a contenção e
Veterinary College, Universidade de o exame oftalmológico, até exames
Londres, Reino Unido), Dennis E. mais minusciosos, como por exemplo, a
Brooks, (Universidade da Flórida, ultra-sonografia ocular, a angiografia
EUA), Kirk N. Gelatt (Universidade da fluoresceínica do fundo ocular e a ele-
Flórida, EUA), José Luis Laus, (Uni- trorretinografia. O livro aborda a oftal-
Oftalmologia Clínica em Animais de
Companhia, obra com o total de 300 pági- versidade Estadual Paulista - Unesp/Ja- mologia no cão, no gato e no eqüino.
nas, é ricamente ilustrado com fotografias e boticabal, Brasil), Marc Simon MedVet Livros: (11) 6918-9154 -
ilustrações de excelente qualidade (França), Manuel Vilagrasa Hijar www.medvetlivros.com.br
O
que será que faz com que mi- estruturas físicas fora dos padrões, em
lhares de veterinários acordem condições de insalubridade, sem condi-
todos os dias de manhã, tomem ções técnicas adequadas e condizentes
seus banhos, comam o café da manhã com o conhecimento obtido em anos e
(muitas vezes de forma apressada e anos de estudo e ainda recebendo per-
desequilibrada do ponto de vista nutri- centagens ínfimas sobre o serviço que
cional...), vistam suas roupas e/ou jale- prestam e pelo qual respondem legal-
cos brancos e comecem o dia dentro de mente perante várias esferas da Lei?
seus consultórios, clínicas e hospitais? O que faz com que esses profissio-
O que será que faz com que esses nais da medicina veterinária sigam para
mesmos profissionais passem mais de seus plantões com a esperança de que
oito horas em plantões sem almoçar di- vários clientes entrem na sala de atendi-
reito, sem tempo para pagar uma conta mento garantindo o mínimo da comis-
no banco ou mesmo descansar um são do dia?
pouco durante um atendimento e outro? O que faz com que médicos veteriná- tempos corridos como estes em que
O que será que faz com que médi- rios de todo o Brasil insistam em abrir vivemos? Pois muitos de nossos colegas
cos(as) veterinários(as) de todo o País suas clínicas quando a imagem da pro- já abandonaram a profissão, seguiram
enfrentem situações de conflito com fissão se encontra tão desvalorizada por outros caminhos. Conheço colegas
clientes estressados, clientes oportunis- como instituição perante a sociedade que hoje são atores, outros comerciantes
tas, clientes desinformados e que acham que acha que todos devemos ser “veteri- de jóias, outros trabalham em bancos e
que esses profissionais devem ser a re- nários do Bem” e atender de graça, tantos outros que seguiram por estradas
presentação diplomática de São Fran- dando aquilo que temos para vender? diferentes... Mas o que faz você seguir
cisco de Assis na Terra ao chegar nas Em um primeiro instante creio que na medicina veterinária? O que o dife-
consultas com quadros críticos como todos pensamos... “Temos que pagar as rencia desses colegas que escolheram no-
um tumor de mama de 5 kilos arrastan- nossas contas...” vas estradas para sua satisfação pessoal?
do pelo chão e com a falta de vergonha E esta não deixa de ser uma forte A resposta é uma só: sua motivação!
na cara em dizer: “ Ih doutor apareceu razão, mas e por trás disso ? Dessa obri- Mas afinal o que seria essa tal moti-
ontem!”? gação monetária e fiscal? vação?
O que será que faz com que nossos O que move você? Será que você Não quero aqui tratar do tema do ponto
colegas continuem trabalhando em já parou para pensar nisso no meio de de vista filosófico, social, etnográfico ou
A Interzoo acontece
na Alemanha e é uma
das mais importantes
feiras mundias do
mercado pet. Sua
próxima edição já está
programada para 2010.
www.interzoo.com
Zalmir Silvino Cubas - M.V., MSc - Membro da Academia Paranaense de Medicina Veterinária • cubas@foznet.com.br
José Maurício Barbanti Duarte - barbanti@fcav.unesp.br • Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa - mpcosta@fcav.unesp.br
Depto. Zootecnia, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP Campus de Jaboticabal
produtos são compostos por uma nova Papa explica que o ProMeris foi de-
molécula, a metaflumizona, que age no senvolvido para ser aplicado na nuca do
Divulgação
sistema nervoso da pulga, resultando animal. A ponta da pipeta aplicadora
em sua paralisia e morte. deve ser colocada entre os pêlos, que
A versão para gatos leva o nome precisam ser afastados para promover
ProMeris porque possui apenas a meta- melhor penetração do produto na pele
flumizona. Na versão para cães, foi do animal. Recomenda-se que o conteú-
incorporado o amitraz, substância con- do não seja aplicado de uma só vez, já
sagrada e de eficácia comprovada con- que o for-
tra carrapatos, sendo chamada de mato es-
ProMeris Duo. De acordo com Tiago pecial da
Divulgação
Nero Vegetais com Corn Crispys possui
Papa, gerente de negócios de animais de pipeta partículas crocantes de milho – fonte de car-
companhia da Fort Dodge, o objetivo permite boidrato de alta absorção – que tornam o ali-
mento mais saboroso e nutritivo
foi aliar a rápida ação do amitraz, im- que o me-
portante para que os carrapatos sejam
eliminados antes de transmitirem doen-
ças aos cães, com a segurança e longa
dicamento
seja vertido len-
Aplicação de
ProMeris Duo.
tamente, de ma- Ao lado, detalhe
O novo Nero Vegetais com Corn
Crispys, da Total Alimentos, é uma
ótima opção nutricional para cães adul-
ação desejada pelo mercado, já que a neira que o lí- da pipeta tos, enriquecido com antioxidantes e
pipeta é de fácil utilização, prática, não quido se disper- proteínas nobres
vaza e nem espirra. “Alguns produtos se gradualmente, sem cair. O produto possui proteínas à base de
para banho anti-pulgas também contém Além da praticidade e segurança, é frango e ovelha, de excelente digestibi-
essa substância, mas, além de não possível identificar quando o local de lidade. “É enriquecido com vitamina E
serem produtos de ação prolongada, há aplicação está seco. O ProMeris Duo e selênio, antioxidantes que proporcio-
tem um aroma exclusivo de eucalipto, já nam mais saúde e longevidade aos
o ProMeris, de coco. Assim, ao aplicar o cães”, explica o médico veterinário da
medicamento, o proprietário sabe que Total Alimentos, Julio César Coscarelli.
Divulgação
quando não sentir mais o aroma siginifi- O alimento traz ainda benefícios para a
ca que o pêlo do animal está seco. De pele e pelagem dos animais, em função
acordo com Papa, isso é importante para de possuir equilibrada quantidade de
que o o dono do animal não esqueça que ômegas 3 e 6 em sua formulação.
o animal está sendo tratado e remova o Nero Vegetais com Corn Crispys está
ProMeris Duo e ProMeris, novos produtos da Fort
produto acidentalmente, o que poderia disponível em embalagens de 15 e 25
Dodge para o controle, respectivamente, de pulgas diminuir sua eficácia. kg.
e carrapatos, em cães, e de pulgas, em gatos Fort Dodge: 0800 701 9987 Total Alimentos: 0800-725 8575
Quantidade
A - perdas B - manutenção C - perdas de fluido a
ocorridas diária continuadas ser administrada
Tempo aproximado
dos procedimentos
demonstrados:
Procedimento Tempo
(min.)
Paramentação 4:50'
Mesa cirurgica 3:50'
Cães • macho 4:10'
• fêmea 12:10'
Gatos • macho 5:20'
• fêmea 8:50'
! S i s t e m a d e b u s c a p o r p a l av r a - ch ave
! I n cl u s ã o s e m i - a u t o m á t i c a d e eve n t o s d i r e t a m e n t e
www.agendaveterinaria.com.br at r av é s d a p á g i n a i n i c i a l
ANESTESIA
INALATÓRIA
as anestesias são marcadas
na sua clínica
Luiz Otávio Gonzaga
CRMV-SP 6117