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Manual de Sobrevivencia para A Crise PDF
Manual de Sobrevivencia para A Crise PDF
ÁGUA
Manual de Sobrevivência para a Crise
Março/2015
A intenção deste manual é divulgar
dicas para atravessar da melhor
forma possível situações difíceis
que podem ocorrer devido à falta
de água nas cidades.
1
Por que está faltando água? (Pg. 4)
2
Preparando-se para a emergência (Pg. 6)
3
Práticas de economia máxima (Pg. 8)
4
Estratégias de sobrevivência ao colapso (Pg. 18)
5
Orientações de saúde (Pg. 22)
6
Fontes alternativas de água (Pg. 24)
7
Para saber mais (Pg. 30)
2
INTRODUÇÃO
São Paulo e diversas outras cidades da Região Sudeste estão
passando por uma grave crise hídrica. Diante desse problema
complexo e de grandes proporções, cada um de nós pode
contribuir para ajudar a evitar ou pelo menos adiar o
esgotamento dos reservatórios.
• A maior parte da
água disponível no
país se localiza na
Região Norte en-
quanto a maioria da
população se con-
centra na Região
Sudeste, onde há
reservas hídricas
bem mais modestas.
4
• Nas últimas décadas as cidades
cresceram muito e o consumo por pes-
soa também. Hoje, cada brasileiro con-
some em média 165 litros de água por
dia, enquanto a Organização Mundial da
Saúde (OMS) indica que um volume de
50 a 100 litros por dia é suficiente.
• O desmatamento avançou e as
regiões em volta dos mananciais
foram degradadas e invadidas, o que
impede que a água penetre no solo
para abastecer lençóis freáticos, rios
e represas.
PREPARANDO-SE
PARA A
EMERGÊNCIA
Interrupções no abasteci- que você pode verificar na
mento de água já se tor- sua conta de água. Acontece
naram parte do cotidiano e que o volume de água apre-
não há expectativa de volta sentado na conta é medido
à normalidade. É possível até em metros cúbicos (m3) e nor-
mesmo que alguns bairros malmente sabemos o volume
fiquem várias semanas sem das caixas d’água em litros
uma gota de água no encana- (L). A conversão de uma me-
mento. Então é preciso que dida para outra é fácil: como
residências, creches, escolas, 1 m3 é igual a 1.000 litros,
hospitais, presídios, empre- basta tirar três zeros. Então
sas e comércio estejam pre- uma caixa d’água de 500 litros
parados. tem ½ m3, uma caixa d’água
de 1.000 litros tem 1m3 e
Se o abastecimento fosse in- uma caixa d’água de 5.000
terrompido hoje, por quanto litros tem 5m3.
tempo sua casa, seu prédio
ou sua empresa conseguiriam Agora vem a conta. Se na sua
funcionar? Ou seja, quanto casa tem uma caixa d’água é
tempo dura a água da sua de 1.000 litros (1m3) e o seu
caixa? Em outras palavras, gasto médio mensal é 10
qual é o seu Período de Auto- metros cúbicos (m3) ou
nomia Hídrica (PAH)? 10.000 litros, o Período de
Autonomia Hídrica (PAH) é
Para saber isso, existe uma igual a 3 dias. Este é o tempo
fórmula simples. Basta dividir que a sua casa pode ficar sem
a capacidade da caixa d’água receber água da rua sem as
pelo consumo médio mensal torneiras secarem.
6
Para quem mora em aparta- CALCULANDO
SEU PERÍODO
mento a fórmula é a mesma. DE AUTONOMIA
HÍDRICA (PAH)
Basta dividir o valor total da
capacidade das caixas d’água
do prédio pelo consumo total
de todos os condôminos, con-
forme vem na conta.
7
Capítulo 3
PRÁTICAS
DE ECONOMIA
MÁXIMA Estamos vivendo uma situ-
ação de crise muito séria,
que implica num compro-
metimento substancial da
capacidade de resposta do
poder público, e ainda
assim precisamos nos hidra-
tar, alimentar e fazer
atividades diárias.
Em momentos assim,
podemos adotar nova rotina,
seja por consciência ou ne-
cessidade, mesmo que isso
cause desconforto, mesmo
que para isso seja preciso
tolerar situações que anteri-
ormente talvez não fossem
sequer imagináveis.
Água potável,
água da chuva
e água de reúso:
como utilizar?
8
O objetivo é ampliar ao máximo dústria gastam mais”. O boca-
o Período de Autonomia Hídrica a-boca pode ser um ótimo
(PAH) para que seja possível meio de informar quem ainda
resistir sem grandes transtornos não entendeu a gravidade da
até a volta do fornecimento de situação. Enquanto discussões
água. Existem três meios de não levam a nada, o relato
fazer isso: acabar com vazamen- de experiências exemplares
tos, reduzir o consumo de água é um método mais tranquilo
potável (aquela tratada e forne- de convencimento para que
cida pela Sabesp) e reutilizar. outras pessoas se disponham
a economizar o máximo que
A essa altura, medidas suaves puderem.
de economia pouco adiantarão.
Poupar radicalmente é impor- Neste capítulo estão listadas
tante tanto para adiar o colapso técnicas comprovadas de eco-
total das represas (quanto menos nomia, que podem ser ado-
água for retirada, mais tempo tadas imediatamente e não
vai demorar para secar comple- necessitam de nenhuma adap-
tamente) quanto para servir de tação em encanamentos ou
ensaio para o caso de realmente torneiras. São apenas novos
não haver água nenhuma. hábitos domésticos que todos
podemos -- devemos -- ado-
Muitos litros d’água são pou- tar no dia a dia. No Capítulo 4
pados com a mudança de al- falaremos das estratégias de
guns poucos hábitos. Não se sobrevivência para o caso do
apegue a desculpas do tipo sistema de fornecimento públi-
“meu vizinho está esbanjan- co entrar em colapso e a água
do” ou “o governo ou a in- acabar totalmente.
Observação: Precisa ser armazenada com segu- Observação: Água contaminada por micro-or-
rança para se manter boa até para o consumo. ganismos nocivos à saúde e/ou metais pesados
e outros contaminantes químicos é imprópria
para qualquer uso.
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Regra básica I: Evitar o con- É o caso de se perguntar:
sumo quando for possível a água que acabei de usar
precisa mesmo ir para o es-
Antes de abrir uma torneira, goto? Será que eu consigo
o chuveiro ou dar descarga, armazená-la num balde, bacia,
perguntar-se: preciso mesmo tanque para um segundo uso
de água para o que pretendo antes de jogá-la fora?
fazer? E se precisar, será que
eu consigo atender a esta ne- Por razões sanitárias, a única
cessidade com água não po- água de uso doméstico que
tável? deve ter obrigatoriamente
como destino imediato o
Regra básica II: Reutilizar! cano de esgoto é aquela que
teve contato com fezes. Até
Se por qualquer motivo real- mesmo a urina, se diluída em
mente for necessário usar 1 parte por 10, se torna um
água tratada, antes de deixar ótimo adubo para as plantas
que ela se perca pelo ralo, (jogue no solo e não nas
lembre que quase todo líqui- folhas). Outras “águas” po-
do pode ser reutilizado. dem ser facilmente reutili-
10
zadas, como mostraremos NO BANHEIRO
adiante, tais como: água do
banho, água de lavagem de
alimentos, água da máquina
de lavar, etc. 1. Banho com menos de 20
litros
Bacia, balde ou copo sempre!
No banheiro, na cozinha ou na Se o chuveiro que você usa
lavanderia, não deixe a água demora para esquentar é im-
escorrer pelo ralo. Lave tudo portante colocar um balde
sempre com uma bacia em- embaixo para recolher a água,
baixo da torneira para depois que pode estar fria mas é
reutilizar a água na descarga limpíssima e serve para lavar
ou na rega de plantas. roupas e louças (além de um
novo banho, esquentando
Regra básica III: Eliminar o conteúdo no fogão). Con-
vazamentos sidere também se acostu-
mar com banhos frios, que
Vale a pena fazer uma busca fazem bem à saúde e pou-
minuciosa em toda a tubu- pam essa etapa do “espera
lação e consertar imediata- enquanto esquenta”.
mente os vazamentos. Por
dia, uma torneira pingando Quando a água estiver na
pode perder 46 litros, um furo temperatura considerada
de milímetros no encanamen- adequada para o banho,
to pode desperdiçar 3.200 a vazão do chuveiro pode
litros e um vazamento de vál- ser reduzida para o mínimo
vula de descarga pode por a necessário e o balde de água
perder 150 litros de água! fria trocado por uma bacia
grande em que você possa
ficar em pé durante o banho
e continuar reservando água.
Com sabão e resíduos do seu
corpo, a água recolhida du-
rante o banho ainda servirá
para a descarga sanitária ou
para as plantas. Molhando-se
rapidamente e desligando a
torneira enquanto se ensa-
boa, poupa-se muito. A bacia
ajuda também a controlar o
tempo do banho: está cheia?
Acabou!
11
Vale experimentar tomar um
banho de caneca. As orien-
tações são as mesmas, mas o
chuveiro fica desligado. Você
usa um balde de água limpa
(que pode ser aquecida no
fogão) e vai jogando-a sobre o
corpo com a caneca.
As pessoas que têm algum
tipo de ferimento no pé devem
tomar o cuidado de dispensar
a primeira água (com que lavou
as partes íntimas) para evitar
contaminação e não colocar os
pés sobre a água utilizada por
outra pessoa.
3. Lavando louça
Quanto menos louça para
lavar, menos água se gasta.
Cada pessoa da família pode
1. Lavando frutas, ver-
usar sempre o mesmo copo.
Pratos ou facas que estiverem
duras e legumes praticamente limpos (usados
para cortar pão, por exem-
É possível higienizar hortifrú- plo) podem ser reutilizados.
tis com pouquíssima água, Limpe o máximo possível as
iniciando a limpeza com uma panelas, pratos e talheres
escova, bucha ou panos secos antes de iniciar a lavagem.
e esfregando em seguida com Água fervente do cozimento
bucha ou pano molhado em é ótima para isso. Depois de
água com hipoclorito de uso molhar levemente a louça
culinário, vinagre ou limão. (reaproveitando o líquido de
Depois de 1 hora, é só secar um utensílio para o outro) dis-
com um pano limpo. pense essa água apenas se
estiver oleosa. Em seguida,
2. Cozinhando use guardanapos de papel ou
filtros de café usados, bagaço
e cascas de laranja ou limão
Alimentos que serão cozi- ou até folhas de boldo para
dos ou comidos sem casca esfregar tudo. A crosta de
não precisam passar pela es- sujeira vai embora e quanto
terilização. Se o arroz ficar mais limpa estiver a louça an-
de molho por algumas horas tes de ser esfregada com bu-
e o feijão por pelo menos 12 cha e sabão, menos água será
horas, seus grãos hidratados necessária e mais fácil será
cozinharão com menos água e reutilizar essa água depois.
em menos tempo.
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Use uma bacia ou outro processo de lavar a louça. Se
recipiente de boca larga com for possível, salve a água que
cerca de 5 litros de capaci- foi usada jogando com uma
dade e coloque água sem caneca em um recipiente para
encher completamente. reutilizá-la.
Ensaboe primeiro os copos,
mergulhe na bacia e coloque Embalagens descartáveis en-
no escorredor. Faça o mesmo caminhadas para a reciclagem
com pratos, talheres e não precisam de limpeza pro-
panelas, nessa ordem. Despe- funda, mas deve-se eliminar
je a água da bacia num balde os vestígios de alimentos.
e reserve para outro uso. Basta enxaguar rapidamente
Limpe bem a bacia. Encha com água e utilizar posterior-
novamente com água limpa. mente essa água vitaminada
Mergulhe novamente toda para regar plantas. Ou lim-
a louça na água e recoloque par com guardanapo usado
no escorredor. A água que ou mesmo jornal. O uso de
resta está praticamente limpa. descartáveis é recomendado
Pode ser usada para lavar as apenas em casos extremos,
mãos ou reservada para o pois transfere o gasto de
primeiro enxágue da água para a fábrica que o pro-
próxima louça. duz e gera mais resíduos para
a cidade.
Para quem não tem uma bacia
para colocar dentro da pia da Máquina de lavar louça, se
cozinha, dá para encher a pia usada, deve ser em sua ca-
pela metade para o mesmo pacidade total.
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ÁREAS EXTERNAS das demais peças. Isso pode
ser feito recolhendo a água
Revolucione a maneira de que sobrar da lavagem em
lavar e usar roupas baldes, bacias e tanques
ou sai pela mangueira da
Assim como no caso das maquina de lavar ou
louças, quanto menos roupa tanquinho. Normalmente
para lavar e quanto mais uma lavadora de 5 quilos
organizada for a lavagem, consome 135 litros de água
menos água será consumida. a cada uso, mas se for feito
Dependendo da situação, dá desse modo, cerca de 60 li-
para reutilizar algumas vezes tros são suficientes. Seguindo
a mesma peça, como a roupa essa ordem, vale a pena
do dia anterior para ativi- enxaguar duas vezes, para
dades que sujam mais e não que as roupas que vêm no
demandam limpeza absoluta, final da fila passem por três
isto é: prática de exercícios, águas e ficam totalmente lim-
fazer faxina, brincadeiras de pas. Usar quantidade de sa-
criança e jardinagem. Roupas bão adequada evita excesso
de cama e toalhas de banho de água para o enxágue.
podem ter prazo de substi- Para tornar a lavagem mais
tuição alongado. Dê prefer- eficiente é bom esfregar com
ência a toalhas pequenas e sabão em pedra os locais
tecidos leves. onde há sujeira aparente;
deixar lençóis, toalhas,
No tanque, bacia ou balde fronhas e roupas brancas de
é importantíssimo fechar a molho por períodos mais lon-
torneira enquanto ensaboa, gos (até de um dia para o
esfrega ou enxágua peças. outro) e quando for possível
Acumule a roupa para la- quarar ao sol. A água que
var num só dia. Seja na mão sobra da lavagem com sabão
ou com máquina, a técnica de coco pode ser usada para
mais econômica é criar uma regar plantas. Se entrarem
ordem. Primeiro os lençóis, produtos químicos mais
roupas brancas e roupas de fortes, como amaciantes ou
baixo, depois as coloridas e alvejantes a base de cloro,
as que estão mais sujas. A deve ser usada apenas para
água com sabão da lavagem limpeza e descarga. Com a
dos lençóis, por exemplo, vantagem do sabão já estar
pode ser usada na lavagem incluído!
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Plantas fazem bem
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Lavar calçada, garagem e carro? Nããão!
A situação está crítica e toda a água deve ser usada para ne-
cessidades mais urgentes. Calçadas, garagens e carros em geral
não precisam de banho. Na atual situação, em vez de descuido,
carros sujos representam um símbolo de atitude colaborativa
frente ao drama da seca.
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Capítulo 4
ESTRATÉGIAS DE
SOBREVIVÊNCIA
AO COLAPSO
Tomara que você esteja lendo este manual antes de acontecer
uma situação extrema de falta absoluta de água. Aliás, tomara
que isso nunca aconteça, mas é preciso se prevenir. Veja o que
fazer se a torneira secar mesmo, a água da caixa também e não
houver certeza de quando o abastecimento retornará.
1. Guardar previamente
10 litros de água potável por
pessoa
Com essa quantidade é pos-
sível sobreviver com se-
gurança três dias. Armazene
também diversos recipientes
vazios com tampa, do tipo
garrafa PET, que serão úteis
para transportar água.
2. Priorizar o essencial
Use água potável quase exclu-
sivamente para beber e cozinhar.
Beba o quanto precisar para sa-
ciar a sede, pois precisamos de
cerca de 2 litros diários. Planeje
o preparo de alimentos para a
mínima quantidade possível de
água. Escove os dentes com
quase nada de creme dental e
a quantidade de água
correspondente a um
bochecho.
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3. Proteger os mais frágeis
Crianças, gestantes, idosos e
pessoas doentes ou com defi-
ciências ou necessidades es-
peciais devem ter prioridade
no acesso à água e até alguns
privilégios, como conseguir
alguns litros para a higiene
pessoal. Em situações ex-
tremas, a solidariedade deve
prevalecer.
ORIENTAÇÕES DE SAÚDE
Talvez o maior risco da crise hídrica seja o de epidemias e
piora geral na saúde pública. Fique atento a essas dicas
básicas e procure mais orientações médicas.
Além da dengue, mais doenças podem ter como causa a água parada
(como a chikungunya) e existem vários outros microorganismos trans-
mitidos pela picada de mosquitos.
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Capítulo 6
FONTES
ALTERNATIVAS
DE ÁGUA
É provável que em algum período o abastecimento público não
seja suficiente nem para atender às necessidades básicas da
população. Numa situação como esta, espera-se que água po-
tável seja distribuída em esquemas emergenciais pelo governo,
para garantir o mínimo para beber e cozinhar. Para manter
outras atividades, que em geral representam cerca de metade
do consumo doméstico, como descarga sanitária, limpeza e re-
gar plantas será necessário buscar fontes alternativas de água.
Veja abaixo algumas fontes de água possíveis para usos não
potáveis.
CISTERNA
Sistemas de captação direta de água da chuva não são novidade.
Existem há milênios e não demandam grandes adaptações no
imóvel para serem implantados. Coletar essa água antes que ela
caia no solo é uma solução que dá resultados imediatos, não re-
quer muito investimento e deveria ser uma medida permanente.
Mas é importante saber que a água de chuva só serve para usos
não potáveis. Além das residências, escolas, hospitais e empresas
também podem aproveitar essa água que literalmente cai do céu.
Antes de iniciar a construção de sua cisterna calcule o peso que
o reservatório terá quando estiver cheio de água (1 litro pesa 1
quilo) e avalie se a estrutura do imóvel suportará a carga extra. O
equipamento deve incluir um mecanismo de descarte da primeira
água (que lava o telhado e tem muitas impurezas) e filtro para
folhas e outros fragmentos. O sistema precisa ser totalmente ve-
dado à entrada de animais, principalmente mosquitos, para im-
pedir a proliferação da dengue e outras doenças. Existem modelos
de baixo custo que qualquer pessoa com um pouco de habilidade
pode construir. E existem empresas que projetam e executam cis-
ternas de maior porte sob medida.
(Veja o manual e mais informações no site www.cisternaja.com)
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CAMINHÃO-PIPA
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POÇOS
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ÁGUA DRENADA POR EDIFÍCIOS
Muitas construções, sobretu- A utilização da água do sub-
do condomínios residenciais solo também requer análise
e prédios de escritórios, têm laboratorial e autorização
andares subterrâneos que do DAEE (www.daee.sp.gov.br).
invadem o lençol freático Se o uso for autorizado, os
(camada com alto grau de prédios que estão nessa
umidade logo abaixo da condição podem instalar um
superfície). reservatório específico para
armazenar a água do lençol
Com isso, os subsolos são freático para uso descargas
constantemente inundados sanitárias, irrigação de jar-
com água que “brota” den- dins e limpeza das áreas co-
tro das garagens. Até hoje, a muns do próprio condomínio
solução para esse problema e até mesmo ceder parte
era bombear a água exceden- dessa água para vizinhos.
te para fora do edifício, para
a sarjeta. Sabe quando não Em hipótese alguma pode
está chovendo e corre água haver comunicação entre
transparente pelos cantos da o encanamento que leva
rua? Em geral o líquido foi a água potável e os canos
bombeado do lençol freático por onde passa a água de
por algum prédio do entorno. drenagem do subsolo para
Só que não estamos num evitar contaminação da água
período normal e é impor- potável fornecida pela rede
tante tentar aproveitar essa pública pela água do lençol
água para usos não potáveis. freático.
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NASCENTES
Existem muitas nascentes nas cidades e em seu entorno. Anti-
gamente, elas contribuíam para o abastecimento da população
nos vários chafarizes espalhados pela cidade. Com o crescimen-
to das cidades, os sistemas foram se tornando centralizados e a
norma passou a ser buscar água cada vez mais longe e construir
reservatórios cada vez maiores. Os usos locais foram desestimu-
lados e descontinuados. Está na hora de rever esse modelo,
pois a degradação ambiental chegou a tal ponto que mesmo as
grandes represas estão secando.
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Capítulo 7
Iniciativa do Instituto de
Cadê a água? Defesa do Consumidor que
www.socioambiental.org apresenta mapas do raciona-
mento, registra relatos de
Ferramenta que o Instituto falta d’água e inclui uma
Socioambiental (ISA) desen- campanha para pressionar a
volveu para informar sobre Sabesp por mais
a origem da água em cada transparência.
parte da cidade e registrar
onde está faltando.
Cisterna Já
www.cisternaja.com
A Rede das Águas
www.sosma.org.br/projeto/ Manual para construção de
rede-das-aguas minicisterna doméstica, di-
cas, soluções de dúvidas,
Programa da ONG SOS calendário de cursos e diver-
Mata Atlântica voltado à sas outras informações so-
mobilização dos cidadãos bre captação e uso de água
e monitoramento da quali- de chuva.
dade da água.
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A Conta da Água Water For Life
www.contadagua.org www.un.org/waterforlifedec-
ade
Cobertura Coletiva da Crise
Hídrica em São Paulo e no Site do projeto “Água para
Brasil a Vida” da Organização das
Nações Unidas (em inglês).
Rios e Ruas
www.rioseruas.com
195
condidos sob o asfalto.
Existe água em SP
www.facebook.com/exi-
steaguaemsp
Mapeamento de nascentes
urbanas em São Paulo.
Apoio:
Texto
Claudia Visoni e Zaba Moreau
Lay-out
Pedro Strelkow
Ilustrações
Miguel Young e Patricia Kalil
Aliança pela Água é uma coalizão de mais de 40 organizações e movimentos da sociedade civil
para enfrentamento do colapso hídrico em São Paulo durante o ano de 2015.
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