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A implicação na aprendizagem continua, que se deve basear na constituição numa

atitude adoptada de trabalho de vigilância critica e a (re)construção conceptual


permanente. Nesta adopção de abordagem introdutória ao estudo das ciências sociais,
cujo objectivo e de salientar que o conhecimento cientifico consiste num processo de
construção, que coloca em causa pre-noções e pre-conceitos sobre a realidade social.
Em ciência sociais o objecto, coloca a questão da analise da realidade social, como
ponto de partida, ponto essencial para garantir a objectividade e neutralidade a quem
investiga, sendo que este e elemento chave dessa realidade, dotado de subjectividade e
de conhecimento senso comum, pode conceber esta ideia para a sua investigação.
Equacionar também esta relação peculiar entre o investigador e o objecto de
investigação. O investigador não pode ser totalmente alheio, independente e neutro, em
relação aos fenómenos que estuda, pois participa neles sempre com os seus valores,
crenças e ideias, pelo que deve tentar integrar-se no contexto de estudo, fazendo parte
“natural” do cenário (Santos, 1999, 2002). Cientista social enfrenta assim, obstáculos,
como exemplo a familiaridade com social, senso comum, etnocentrismo, e a relação do
nós com os outros, que de acordo com as posições sociais que cada um ocupa na
sociedade. Enfrentar estes obstáculos, inevitavelmente tem de ser feito uma ruptura com
senso comum, a desconstrução de pre-noções que dificultam o desenvolvimento do
raciocino cientifico. Kirk e Miller, no seu texto “reability and validity in qualitative
research”(1986,p.10), objectividade é um conceito ambíguo e que ela poderia ser
definido, como sucede nas ciências naturais, em relação ao postulado epistemológico,
segundo “ tudo no universo pode, em principio ser explicado em termos de
causalidade”, assim a objectividade, refere-se a uma causalidade externa, conettada a
própria natureza e a uma verdade do mundo ainda por descobrir, ainda Kirk e Miller
(1986, p.10), a objectividade “ reposta-se a decisão de correr um risco intelectual, o
risco de ser refutado, ou seja a verdade não e considerada como um dado adquirido, e
mediado pelo sujeito-conhecedor, contudo também não e totalmente relativo, pois e
construída em interacção com mundo impirico, opondo-se a sua própria resistência as
concepções que eles respeitam. Ainda Van der Maren (Nov.1987,p.11), “ a
independência do processo (desde problemática ate a verificação/acção), equaciona no
âmbito dos prossupostos, ideologias, postulados, orientações teóricas e outros
apriorismos do investigador”, em resumo, os procedimentos nas metodologias
qualitativas diferem daqueles aos quais as metodologias quantitativas, recordem, no
sentido em que as primeiras operam por explicitação enquanto as segundas atuam por
redução. No que diz respeito as questões da investigação, dois recursos a ter em conta a
informação e o tempo, planear e definir rumos e sem conhecer rumos a investigação não
se pode dizer que venha alcançar bom porto, segundo Quivy. Mas não são só os
problemas, que o geral podemos considerar ser problemas, são objecto de investigação.
Existem outras interrogações, mais vulgares, cuja procura de uma explicação, analise e
pesquisa são susceptíveis de no elucidar acerca da sociedade em que estamos inseridos,
regras e modalidades de funcionamento. E recomendável a precoce constituição de um
corpo de perguntas ou de um conjunto de hipóteses, clareza na delimitação do objecto
de estudo, referencias para posterior definição caminhos a tomar na investigação, a
definição de uma estratégia de recolha de informação, orientada para perguntas e
hipóteses ainda que deixado algum espaço ao inesperado, a preocupação sobre a
definição rigorosa mas também clara das intenções, traduzidas num discurso simples. A
familiarização do objecto de estudo mostra-se que e muito vantajoso e que o trabalho e
compreender se enraíze na experiencia anterior do investigador. Uma vez delimitado
objectivo de estudo, definir claramente que a meta ou metas quer o investigador
alcançar. Retractar uma realidade social. Estudos exploratórios, proceder ao
reconhecimento de uma dada realidade pouco ou deficientemente estudada e levantar
hipóteses de entendimento dessa realidade, o estudos sociológicos ou descritivos,
descrição rigorosa e claramente um dado objecto de estudo na sua estrutura e no seu
funcionamento, a verificação de hipóteses causais, que partem as hipóteses para sua
verificação. Resumidamente são estudos natureza exploratória e sociodemográfica, que
criam terreno propicio a realidade de trabalhos de verificação de hipóteses pela massa
crítica de informação que coligem. A entrada no terreno, a observação nos locais, os
objectos e símbolos, observação das pessoas e as actividades e comportamentos, as
interacções verbais e as maneiras de fazer, de estar e de dizer, a observação de situações
e os ritmos de conhecimentos, como se diz a sua observação do quotidiano nas pessoas
que se inserem num determinado estudo. Segundo Bogdan e Biklen (1994, 113)), o
campo “…trata-se de locais onde sujeitos se entregam às suas tarefas quotidianas,
sendo este ambiente natural, por excelência, o objeto de estudo dos investigadores.” Os
procedimentos do método de campo, impõe-lhes que adquirem pertinência e o rigor, que
são diversificados e flexíveis. Numa poderá ser exaustivo, sobre a técnica de observação
no terreno, o investigador e o instrumento de pesquiza no terreno, a presença directa,
recolha de informação tem de ter em conta devera ser preparada de forma a auxiliar a
investigação. Contudo a flexibilidade das técnicas no trabalho de campo, e prolongada
aplicação exige normalmente conhecimento teórico profundo e uma solida preparação
metodológica. A interferência não e, simplesmente um obstáculo ao conhecimento, e
também um veiculo, não ignorar e uma condição de objectividade. Equacionar
expressamente as possibilidades e os limites de cada uma situação e de cada uma das
formas de interferência, ou seja, a cada umas das circunstâncias e de cada um dos
procedimentos de pesquisa. Na poderia de deixar de referir a triangulação aparece como
um conceito comum e importante na metodologia qualitativa e de estudos de caso.
Autores como Yin (1993), Hamel (1997), Stake (1994; 1999) e Flick (2004),
apresentam a triangulação como uma estratégia de validação, na medida em que torna
possível a combinação de metodologias para estudo do mesmo fenómeno. A
triangulação permite obter e cruzar varias fontes de informação, referentes ao
acontecimento, cujo objectivo é aumentar a fiabilidade da informação. Segundo Yin
(1993), uma pista importante é formular a mesma questão na análise de dados de
diferentes fontes; se todas as fontes indicarem as mesmas respostas, os dados foram
triangulados com sucesso (p. 69). Ainda de salientar que as pesquisas de terreno, as
respostas situam-se em três planos, intimamente ligados, no plano das técnicas, das
dimensões de análise a incluir no objecto de estudo, na interpretação das observações. A
estratégia requer ao investigador uma reflexão ponderada sobre os aspectos (transversais
sobre o objecto de estudo), como o seu carácter qualitativo/quantitativo, a fata de
sistematização como o método a investigar, o seu carácter mais ou menos holístico, a
importância do contexto, a investigação participante/não participante, a possibilidade de
generalizar os resultados, a necessidade de uma teoria prévia e o carácter interpretativo
constante. Ter em conta que é necessário registo e classificação da informação a partir
das múltiplas fontes de evidência; proceder à triangulação da informação para dar
resposta às questões propostas e, no final, filtrar criticamente a problemática estudada
com os elementos conceptuais teóricos que fundamentaram o estudo.

Bibliografia

Almeida, João Ferreira (Coord.) (1994). Introdução à Sociologia. Universidade Aberta.


Pp. 193-213

Bogdan, R. e Biklen. S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Porto


Editora.
Carmo, Hermano e Malheiro, Manuela Malheiro (1998). Metodologia da investigação.
Guia para auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta. Pp. 44-47

Deshaies, Bruno (1992). Metodologia da Investigação em Ciências Humanas. Lisboa:


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Flick, U. (2004). Introducción a la investigación cualitativa. Madrid: Morata

Lessard-Hébert, M.; Goyette, G. ; Boutin, G. (1994) Investigação qualitativa,


fundamentos e práticas. Lisboa: Instituto Piaget, pp. 65-90

Magano, Olga (2012). Texto de apoio à uc Introdução às Ciências Sociais,


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QUIVY, Raymond & CAMPENHAUDT, Luc Van (1992).Manual de investigação em


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Silva, Augusto Santos (1986), “A ruptura com o senso comum nas ciências sociais” in
Silva, Augusto Santos; Pinto, José Madureira (orgs), A Metodologia das ciências
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Silva, Augusto Santos e Pinto, José Madureira (ed.). Porto: Edições Afrontamento. Pp.
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Yin, R. (1993). Applications of case study research. Beverly Hills, CA: Sage
Publishing.

Yin, R. (2005). Estudo de Caso. Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman.

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