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NÚCLEO DE SAÚDE
CURSO DE NUTRIÇÃO
RECIFE/2019
IZABELLA CLEMENTINO DE OLIVEIRA TAVARES RABELO
FABIANA ALVES PAIVA
Recife, de de 2019.
NOTA:
Dedicamos este trabalho aos nossos filhos.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter nos dado saúde e força para superar as dificuldades. A esta
universidade, seu corpo docente, direção e administração, que oportunizaram a
janela pela qual hoje vislumbramos um horizonte superior, respaldado pela elevada
confiança no mérito e na ética aqui presentes. À nossa orientadora, Gabriela
Teixeira, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e
incentivos. Ao nosso amigo Nivaldo Vasco, por estar ao nossos lado. E também aos
nossos pais, familiares e amigos pelo amor, incentivo e apoio incondicional. E a
todos que, direta ou indiretamente, fizeram parte da nossa formação, o nosso muito
obrigada.
“Que seu remédio seja seu alimento, e que
seu alimento seja seu remédio”.
(Hipócrates)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09
2 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................10
2.1 Gestação...............................................................................................................10
2.2 Avaliação Nutricional na Gestação.......................................................................10
2.3 Edulcorantes.........................................................................................................11
3 DELINEAMENTO METODOLÓGICO....................................................................16
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................17
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................21
REFERÊNCIAS...........................................................................................................22
ANÁLISE DA SEGURANÇA DO USO DE EDULCORANTES
NA GESTAÇÃO
RESUMO
1
Professora da UNIBRA. Mestre em Nutrição. E-mail: gabiluciana@gmail.com.
ABSTRACT
The feeding of the pregnant woman is a factor of great importance for both the
mother and the formation of the fetus. Nutrition strategies for this group may include
sweeteners to meet established goals. There is a need to seek more information
about the most appropriate use of sweeteners in order to preserve the health of the
fetus during gestation, given the great increase in the intake of these sweeteners, in
some cases without indication or need. It is important to elucidate the subject, the
definition of non-caloric sweeteners, the types of existing sweeteners, and which
ones are regulated for sale in Brazil, what are their recommendations for safe intake
dosages. This research is about a narrative review reported in the databases:
PubMed, Scielo, official sites (Anvisa, ANS), booklets and books. The keywords
"sweetener", "sweetener", "gestation", "placenta", and "fetus" were used. isolated or
associated, being the reference population the pregnant women. Saccharin,
cyclamate, aspartame and sucralose sweeteners have been shown to suggest
transplacental effects, thus leading to risk of fetal development, ocular lesions and
abnormalities. Through this review it was evidenced that stevia and xylitol
sweeteners do not present risks in this phase of life, and can be used for the
pregnant women who need them.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 GESTAÇÃO
2.3 EDULCORANTE
Esse adoçante é reconhecido como seguro nos Estados Unidos desde de 2008, de
acordo com a FAO/OMS (BEHRENS, 2011).
No Brasil, a chegada dos adoçantes veio para suprir as necessidades dos
individuos com diabetes mellitus ou com problemas de controle de ingestão de
calorias. Naquele tempo, os produtos eram regulados como drogas e eram vendidos
em farmácia até os anos 80.
Porém, em 1988, houve uma nova reclassificação desses produtos,
aumentando seu uso para indivíduos em geral. Assim, com a nova legislação de
1998, os adoçantes foram regulamentados em todo o mercado nacional e passaram
a fazer parte da mesa da população brasileira, ao passo que a ideia ao culto do
corpo e dietas saudáveis trouxeram o crescimento para esse mercado, o que fez
com que os novos produtos dos setores com redução de açúcares e calorias
tomassem espaços em prateleiras de supermerados grandes e pequenos.
De forma geral, os adoçantes fazem parte de um grupo alimentar,
denominado pelo Ministério da Saúde – descrito nas Portaria 29 e 38 (1998) – como
“alimentos para fins específicos”, os quais são destinados a atender às
necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas.
Sendo necessária, ainda, uma alimentação adequada para um bom controle
metabólico. (ANVISA, 2008)
Sendo assim, a regulamentação brasileira do uso de edulcorantes é realizada
pelo Ministério da Saúde através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA, 2008). Os edulcorantes permitidos hoje no Brasil, com base em normas
internacionais sobre o uso de aditivos em alimentos, são aprovados sempre
apoiados em critérios de restrições, recomendações e sugestões do comitê
Conjunto de Especialistas Fao/Oms sobre Aditivos Alimentares (JECFA).
Os tipos de edulcorantes atualmente permitidos para comercialização no
Brasil são: sorbitol, manitol, isomaltitol, maltitol, lactitol, xilitol e eritritol, como
edulcorantes calóricos; e sacarina, ciclamato, aspartame, acessulfame K, sucralose,
esteviosídeo, neotame e taumatina, como não calóricos (DURAN et al., 2011).
A seguir, tabela fornecida pelo Inmetro referente ás dosagens indicadas,
calorias fornecidas e quantidade equivalente dos adoçante que serão aqui discutidos.
15
Quantidade Ingestão
Nome do equivalente a 1 Caloria Máxima/dia
Edulcorante colher de sopa s (mg/kg de
de açúcar (kcal/g) peso
corporal)
2 colheres de
Sorbitol 4 Não estabelecido
sopa
Fonte: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/adocantes.pdf
3 DELINEAMENTO METODOLÓGICO
16
RESULTADOS E DISCUSSÃO
SACARINA
Vitolo (2003, p. 46) cita que as gestantes devem restringir o uso de sacarina,
pois a placenta é permeável a essa substância, pode permanecer nos tecidos fetais
devido à menor capacidade do feto de excretá-la.
No mesmo sentido, a ADA (2004), reforça que alguns autores recomendam
restrição do consumo de sacarina por gestantes, devido à falta de informações
conclusivas sobre possíveis efeitos no desenvolvimento fetal, além das evidências
sobre seu efeito transplacentário e, eventualmente, sobre o sistema nervoso central
fetal.
Torloni et al (2007), menciona que preocupações quanto ao uso da sacarina
na gestação surgiram devido ao seu potencial carcinogênico (câncer de bexiga) em
algumas espécies animais, na segunda geração nascida após a exposição
intraútero. Porém, até o momento, essa associação não foi confirmada em humanos.
Apesar de os estudos indicarem que não existe associação em humanos entre a
exposição à sacarina durante a vida fetal e o surgimento de câncer até os 35 anos
de idade, argumenta-se que seria necessário prolongar a observação, uma vez que
o câncer de bexiga tende a se manifestar em adultos mais velhos. Apesar de ter sido
extensivamente estudada em humanos, existem poucas informações sobre o uso da
sacarina na gestação e seus efeitos sobre o feto.
Saunders et al (2010, p. 182) também fala de cautela na recomendação do
uso da sacarina, devido à falta de informações conclusivas sobre possíveis efeitos
no desenvolvimento fetal e crescimento infantil.
Estes achados sugerem que existem recomendações sobre a restrinção do
uso da sacarina devido ao efeito transplacentário, sobretudo pela falta de
informações conclusivas sobre o desenvolvimento fetal e o sistema nervoso.
Também há preocupação devido ao potencial carcinogênico (cancêr de bexiga) em
algumas espécies. Ainda assim, percebe-se que existem poucas informações sobre
a sacarina e seu uso na gestação e efeitos.
18
CICLAMATO
O efeito transplacentário foi confirmado para o ciclamato e seu metabólito ciclo-
hexilamina, os quais podem atravessar a placenta e provocar anomalias
cromossômicas. Tais dados foram observados por Cohen (1986), após a
administração de 5% de ciclamato na alimentação de cinco ratas gestantes, observou
fissuras nos grandes cromossomos. O efeito teratogênico foi descrito com o uso de
ciclamato administrado na alimentação de ratas na proporção de 5%, observando que
os embriões apresentavam lesões oculares além de forte diminuição da fertilidade. Os
dados foram considerados questionáveis, devido à falta de confirmação em outras
espécies. [Cohen (1986) apud SAUDERS et al (2010)]
Verificando experimentalmente os efeitos da ingestão dos edulcorantes, Matos
et al (2008), avaliou as alterações morfométricas (cariométricas) em placentas de 15
ratas. Três grupos foram avaliados e para um grupo foi administrado ciclamato de
sódio em dose única e diária de 60 mg/Kg de peso corpóreo, outro grupo tratado com
aspartame, com dose de 14 mg/Kg de peso corpóreo da substância, e o grupo
controle que recebeu, no mesmo período e pela mesma via, solução salina (cloreto de
sódio) a 0,9%. Os resultados mais relevantes foram relacionados ao o uso do
ciclamato, e envolveram diminuição do peso fetal e placentário, comprimento do
cordão umbilical como também alterações cariométricas da placenta, da camada
esponjosa placentária e das vilosidades placentárias.
Outro pesquisador analisou o efeito do ciclamato de sódio no pâncreas
exócrino fetal de dez ratos, com administração de ciclamato de sódio a 60 mg / kg de
peso corporal no grupo pesquisado, e adminstração de soro fisiológico 0,9% para o
grupo controle. Foram observadas, lesões oculares e anomalias, como também
diminuição de peso fetal, placentário e diminuição do cordão umbilical (Martins et al ,
2010).
O ciclamato tem efeito transplacentário comprovado por pesquisas
experimentais, pois revelou a diminuição do peso fetal, peso placentário e
comprimento do cordão umbilical comparado ao grupo controle, propondo também
retardo no desenvolvimento fetal, hipertrofia de células acinares e a lesão ocular,
esse último observado em 1986 por Cohen e novamente por Martins et al (2010).
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ASPARTAME
O uso do aspartame em indivíduos com fenilcetonúria deve ser contraindicado
e esta recomendação estende-se às gestantes. Torloni et al (2007), re laciona a
preocupação com as gestantes com o diagnóstico de fenilcetonúria (PKU -
homozigótico). O indivíduo com PKU tem uma deficiência da enzima hepática
fenilalanina-hidroxilase e é incapaz de converter a fenilalanina (aminoácido essencial)
em tirosina (aminoácido não essencial), o que resulta no acúmulo de fenilalanina,
potencialmente tóxica para o tecido cerebral. Também a fenilalanina circulante no
plasma materno atravessa facilmente a barreira placentária e tende a se acumular
nos tecidos fetais. Níveis plasmáticos maternos de fenilalanina de 60 mol/dL têm sido
associados a déficit intelectual nos neonatos (WAISBRE, 1990).
Matos et al (2008), em estudo em que foram avaliados as alterações
morfométricas (cariométricas) placentárias detectadas em 15 ratas, divididas em 3
grupos, em que um grupo tratado com ciclamato de sódio diária de 60 mg/Kg de
peso corpóreo. Um outro grupo tratado com aspartame receberam, no mesmo
período, dose única e diária de 14 mg/Kg de peso corpóreo da substância e o grupo
controle receberam, no mesmo período e pela mesma via, volume equivalente de
solução salina (cloreto de sódio) a 0,9%. E foram observados, em relação ao
aspartame, diminuição do peso fetal e placentário, comprimento do cordão umbilical
como também alterações cariométricas da placenta, da camada esponjosa
placentária e das vilosidades placentárias.
O aspartame também demonstra efeito transplacentário e os resultados desses
trabalhos sugerem, diminuição do peso fetal e placentário, comprimento do cordão
umbilical como também alterações cariométricas da placenta, da camada esponjosa
placentária e das vilosidades placentárias. Também dever haver o cuidado e atenção
com a gestante diagnosticada com fenilcetonúria, pelos seus efeitos já relatados
acima.
SUCRALOSE
Rodero et al (2010), em um experimento com dez ratas prenhas, em que elas
foram divididas em dois grupos, sendo o primeiro grupo tratado, a sucralose na
dose de 30mg/kg/dia, e o segundo grupo controle, com foi administrada uma
solução salina na mesma dose e pela mesma via, observou que houve diminuição
20
ESTEVIOSÍDIO
Apesar de ter o seu comsumo aumentado recentemente, os estudos com
população gestante ainda é escasso. As principais refrências sobre o tema
envolvem Gregersen et al (2004), que afirma que a estévia reduz a glicemia pós-
prandial de pacientes com DM tipo 2. Por isso, seu uso pode modificar o resultado
de testes de tolerância glicêmica, não sendo indicado o seu consumo quando em
rastreamento ou dagnóstico de diabetes gestacional.
Novamente na revisão de literatura, em que ADA (2008), cita que não há
evidências sobre a ação deletéria na gestação, porém, quando associada com
ciclamato, deve ser evitada por gestantes pelos efeitos já expostos deste
edulcorante.
A indústria alimentícia produz e diversifica continuamente as substâncias e
edulcorantes em alimentos para fins especiais ou visando atingir públicos
específicos, tornando os alimentos atrativos, principalmente pela redução do teor de
açúcares simples. Além dos edulcorantes apresentados nesta revisão, não foram
encontrados estudos que sugerissem efeitos deletérios no consumo de Xilitol
durante a gestação.
Os edulcorantes Acessulfame-K, manitol, sorbitol e taumatina, esta última
utilizada principalmente como realçador de sabor não foram objetos de estudo nesta
pesquisa.
21
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MANFRED K.; KATHLEEN M.; RUTH K. Low-calorie Sweeteners and Other Sugar
Substitutes: A Review of the Safety Issues. Comprehensive Reviews in Food
Scienceand Food Safety. 2006; 5(2):35-47.
RODERO A. B.; FERNANDO, B. F.; REINALDO, A. R.; ARIANA, A. M.; LUCA, S.R.;
LANDULFO, S. Jr. Efeitos da ingestão de sucralose nos pesos fetal e
placentário e no comprimento do cordão umbilical: estudo experimental.
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Faculdade de Medicina de São
José do Rio Preto, SP, Brasil. 2010. [Acesso em: 27 set. 2018]. Disponível em:
<http://bdtd.famerp.br/handle/tede/89>.
TORLONI, Maria Regina et al. O uso de adoçantes na gravidez: uma análise dos
produtos disponíveis no Brasil. Revista Brasileira de Ginecologia e
Obstetrícia. Rio de Janeiro, vol. 29, n. 5, maio 2007.