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Para maior precisão e diferenciação de estruturas anatômicas, os contrastes são

amplamente usados em exames de diagnóstico por imagem, contudo seu uso


indiscriminado pode favorecer o aparecimento de reações adversas no organismo. A
maior prevalência de efeitos adversos associados ao uso de contrastes, contudo, tanto
nos contrastes iodados, quanto à base de gadolínio, a maioria das reações adversas
foi classificada como leve, incluindo principalmente manifestações cutâneas.
A Tomografia surgiu na década de 70, sendo aprimorada para a visualização de
outros tecidos, o desenvolvimento de novos equipamentos de imagem vem
contribuindo com diagnóstico mais preciso, melhor qualidade e aumento da
expectativa de vida. A Ressonância Magnética (RM) é a propriedade física exibida por
núcleos de determinados elementos que, quando submetidos a um campo magnético
externo forte e excitados por ondas de Radiofrequência formam uma imagem.
Sobre as reações adversas destes compostos do organismo humano há mecanismos
destas reações que podem envolver a produção e/ou liberação de histamina,
serotonina, prostaglandinas, dentre outros sistemas enzimáticos, as reações ainda
podem ser do tipo agudas, ocorrendo minutos após a administração do contraste e
tardias, quando aparecem após minutos até sete dias após a administração.
Outras características que também afetam diretamente a segurança desses agentes
são: estrutura molecular iônica versus não-iônica para essas características de alguns
dos meios de contraste à base de Gd em uso atualmente. Pode-se dizer que a
estrutura molecular e a osmolalidade têm importância menor na questão de segurança
quando se compara o Gd aos contrastes iodados, devido ao menor volume de injeção
utilizado na RM.
Pacientes com história prévia de alergia a qualquer tipo de contraste intravenoso ou de
outras alergias podem se beneficiar do uso de esquema de medicação antes do
exame com costicosteróides e anti-histamínicos, devem ser seguidos mais de perto
durante a injeção do mesmo, bem como ficar em observação por mais tempo após a
injeção do contraste, normalmente a concentração total livre é muito baixa e é
eliminada com grande rapidez, possibilitando a manutenção de baixa concentração do
íon livre. De fato, em pacientes com função renal normal a taxa de dissociação é
menor do que a taxa de depuração, impedindo a ocorrência de qualquer fenômeno de
acúmulo.
Caso seja necessária a realização de RM com injeção de contraste nesses pacientes,
deve-se considerar que seja utilizado o menor volume possível e que eles sejam
submetidos a hemodiálise logo após o procedimento (o ideal seriam três seções de
hemodiálise em dias seguidos), e é importante diferenciar os agentes à base do
gadolínio daqueles à base de ferro e manganês, os quais têm indicações mais
restritas, apresentam outros tipos de complicações e são muito menos utilizados na
rotina diária dos serviços de RM em todo o mundo. De um modo geral, todos estes
compostos não são reativos, têm baixa ligação proteica e são excretados, não
metabolizados, na urina até 24 horas após a sua administração.
O mecanismo fisiopatológico das reações adversas é diferente e se trate de uma
reação imediata ou tardia. No caso das reações imediatas, múltiplos estímulos podem
desencadear a reação. Os primeiros contrastes eram hipertónicos ou seja um fluido
hiperosmolar, independentemente da sua composição, causa vasodilatação, aumento
da permeabilidade capilar, cárdio e nefrotoxicidades severas.
Relativamente às reações imediatas, 70% ocorrem nos primeiros 5 minutos após
administração e 96% das reações graves ou fatais manifestam -se nos primeiros 20
minutos. As reações imediatas são predominantemente mucocutâneas, de gravidade
ligeira e autolimitadas. As reações tardias são predominantemente rápidas e os
sintomas mais frequentes são cutâneos, principalmente exantemas (>50% das
reações tardias), prurido, cefaleias, náuseas, tonturas, febre e alterações intestinais.
Quanto à profilaxia que se pode realizar, considerando os diferentes mecanismos
fisiopatológicos que implicam abordagens diferentes, não existe um tratamento único
que previna o aparecimento de qualquer reação. Tal não significa que o tratamento
profilático não seja importante; em especial em doentes com reações prévias a
contrastes ou em doentes com fatores de risco. Em alguns casos, apesar de pré
-medicação e da tentativa de escolha de um tipo de contraste alternativo, pode ser
imprescindível a realização de um exame com um meio ao qual o doente já fez
reações. Nestes casos, pode -se optar pela dessensibilização ou eliminação.
Diferentes pesquisas indicam que o índice de reações adversas aumenta cerca de três
a cinco vezes na presença de fatores como história de reação prévia ao contraste
iodado, alergias diversas e asma e um fator que apresentou clara associação com a
ocorrência de extravasamento foi o material empregado para punção venosa
periférica. Usualmente, providencia-se o acesso venoso imediatamente antes do
exame.
Não exclui a necessidade de manter a equipe de trabalho sempre preparada para o
atendimento de urgências. Eventos graves são imprevisíveis e podem ocorrer mesmo
com uso de contraste não iônico, inclusive em pacientes de baixo risco, e estudos de
imagem alternativos que forneçam igual ou melhor informação diagnóstica devem ser
considerados antes da administração de contraste de diversos tipos em questão.
Sugere-se que os serviços de imagenologia conheçam os seus próprios índices de
eventos adversos ao meio radiofármaco e as condições em que eles ocorrem,
seguindo os mesmos critérios de inclusão e exclusão dos sujeitos de pesquisa que
poderiam ter seus resultados comparados entre si. Contudo, a maioria das reações
observadas é classificada como leve a moderada e somente poucas consideradas
graves. Ainda, os mecanismos envolvidos no desenvolvimento destes efeitos
permanecem desconhecidos, fato que promove e motiva o desenvolvimento de
pesquisas para maior conhecimento nesta área.

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