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Kellen Jacobsen Follador A MULHER NA VISÃO DO PATRIARCADO

BRASILEIRO: UMA HERANÇA OCIDENTAL

A MULHER NA VISÃO DO PATRIARCADO BRASILEIRO:


UMA HERANÇA OCIDENTAL

Kellen Jacobsen Follador

Resumo Abstract
A história da participação feminina na The history of feminine participation in
formação da sociedade foi durante séculos formation of the society for centuries was
deixada em segundo plano no mundo left in second place in the western world.
Ocidental. Esse artigo problematiza a visão This article discusses the masculine vision
masculina em relação às mulheres e in relation to the women and gives
destaca os papéis e imagens, que, para a prominence the parts and images that the
sociedade masculina patriarcal brasileira, masculine society patriarchal Brazilian
formavam a mulher ideal formed the ideal woman.
Palavras-Chave: História da Mulher. Papel Keywords: History of the Woman. Social
Social. Visão Masculina. Part. Masculine Vision.

Uma nova perspectiva: o gênero

Por muitos séculos as mulheres ficaram em segundo plano quando o assunto


relacionava-se à história e feitos da humanidade. Trancafiadas em castelos, palácios ou
simples moradias as mulheres não tinham vez na história escrita pelos homens. Vasconcelos
menciona que “reclusas no mundo doméstico, circunscritas ao silêncio do mundo privado,
elas não teriam uma história”1, visto que, somente o espaço público, destinado aos homens,
possuía importância. Era nesse espaço público que ocorriam os grandes acontecimentos da
humanidade, onde seus orquestradores eram homens na quase totalidade.
O ramo da história que trabalha com a história das mulheres é muito recente,
remontando à segunda metade do século XX. Anteriormente, no século XIX sob a égide
positivista, a história excluiu duplamente as mulheres. Primeiro porque a elas era
impossibilitado o acesso a uma educação profissionalizante que as levasse à produção de
conhecimento exercendo o ofício de historiadoras2. Em segundo lugar, pelo fato de que a

1
VASCONCELOS, Tânia Mara Pereira. A perspectiva de gênero redimensionando a disciplina histórica.
Revista Ártemis, n. 03, dez., 2005 (A), p. 02. Disponível em: <http://www.prodema.ufpb.br/revistaartemis>.
Acesso em: 15 de junho de 2007.
2
No século XIX era permitido às mulheres o acesso à educação, porém num nível de instrução que as
mantinham sob o jugo masculino.

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história positivista3 preconizava os grandes fatos desencadeados por líderes políticos e


militares, o que, novamente, afastava as mulheres da participação como agentes históricos4.
O interesse por uma história das mulheres surgiu aos poucos. Isso é devido a um lento
processo que põe em destaque no final do século XIX, principalmente para a antropologia
histórica, o papel da família como “célula fundamental”5 da sociedade.
A Escola dos Annales com suas várias propostas de métodos e pesquisas promoveu
um estímulo ao desenvolvimento de uma história das mulheres, decorrente de um dos
interesses da referida escola que era enfatizar a história do cotidiano, da vida privada e dos
grupos marginalizados pela história positivista6. Assim, segundo Peter Burke, a história das
mulheres oferece uma nova perspectiva sobre o passado, uma vez que, anteriormente, eram
invisíveis para os historiadores, sendo subestimado seu trabalho diário, sua influência política
e econômica7.
A partir da década de 1980 a contribuição feminina para a construção da história da
humanidade passou a ser destaque nas pesquisas acadêmicas. O conceito de gênero tornou-se
amplamente utilizado para caracterizar as relações entre homens e mulheres, partindo do
pressuposto de que a formulação de uma história das mulheres necessita obrigatoriamente dos
estudos acerca das inter-relações entre os dois sexos8.
A categoria gênero se reporta a uma construção social que delimita os papéis
desempenhados por cada um dos sexos na sociedade. Não é algo taxativo, que dependa da
questão biológica entre os sexos, porque uma pessoa pode ter determinado sexo e adotar para
si o gênero “oposto”.

3
No século XIX a história política era considerada mais real ou mais séria do que o estudo da sociedade e
cultura.
4
VASCONCELOS, 2005 (A). Op. cit. p. 02.
5
DUBY. Georges & PERROT, Michelle. História das Mulheres no Ocidente. Porto: Afrontamento. São Paulo:
Ebradil, 1991, v. 1.
6
A Escola dos Annales surgiu na década de 1920, com os franceses Marc Bloch e Lucien Febvre que criticavam
os historiadores tradicionais e almejavam substituir a história política por uma “história mais ampla e mais
humana, que abrangeria todas as atividades humanas e estaria menos preocupada com a narrativa de eventos do
que com a análise das estruturas”. Bloch e Febvre fundaram a revista Annales d’Histoire Économique et Sociale,
na qual faziam críticas aos historiadores tradicionais e divulgavam a nova forma de se fazer história. BURKE,
Peter. História e teoria social. São Paulo: Unesp, 2002, p. 30.
7
BURKE, P. História e teoria social. São Paulo: UNESP, 2002, p. 76.
8
VASCONCELOS, 2005 (A). Op. cit. p. 02.

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Assim, o gênero pode ser compreendido como uma convenção social, histórica e
cultural, baseada nas diferenças sexuais. Logo, está ligado às relações sociais criadas entre os
sexos. “Gênero é a construção sociológica, política e cultural do termo sexo”9.
Da mesma forma que a categoria gênero depende de um “acordo social” que delimita
os papéis desempenhados pelo gênero feminino e masculino, ela pode mudar dependendo do
período histórico e da sociedade na qual os estudos são elaborados. Portanto, Mergár destaca
que,
As relações de poder entre os gêneros, da mesma forma que os significados, os
valores, os costumes e os símbolos, divergem através das culturas. A religião, a
economia, as classes sociais, as raças e os momentos históricos estabelecem
significados que se consolidam e se relacionam integradamente e agindo em todos
os aspectos do dia-a-dia10

Igualmente, podemos perceber que o termo gênero reporta aos dois sexos e às relações
que são socialmente construídas entre eles. O termo, dessa forma, não se baseia unicamente
na questão biológica e “[...] não significa homem e mulher tal como nascem, mas tal como
[se] fazem, com diferentes poderes, diferentes comportamentos, diferentes sentimentos [...].
Conceitos de gêneros estruturam a percepção do mundo e de nós mesmos, organizam concreta
e simbolicamente toda a sociedade”11.
A autora Rachel Soihet, acredita que os novos métodos e teorias auxiliam no
desenvolvimento das pesquisas historiográficas relacionadas à história das mulheres.
Porquanto é possível trabalhar com novas temáticas relacionadas ao espaço privado cotidiano
como: a sexualidade, a maternidade e a família12. Em relação às temáticas abordadas pelo
estudo de gênero, Nader acredita que após a década de 1970 as discussões acadêmicas deram
ênfase às pesquisas que denotavam a “libertação feminina do jugo que lhe foi imposto pela
sociedade durante milênios”, destacando não só aspectos da vida social da mulher, mas
também temas vinculados à saúde, ao sexo, à maternidade, casamento, divórcio, profissão,

9
MERGÁR, Arion. A representação social do gênero feminino nos autos criminais na Província do Espírito
Santo (1853-1870). 2006. 160 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em História Social das
Relações Políticas, Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Vitória,
2006, p. 79.
10
Idem, p. 79.
11
Ibidem, p. 80.
12
SOIHET, Rachel. História das Mulheres. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Org.).
Domínios da História. Ensaios de Teoria e Metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

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salário, escolaridade, movimento feminista, enfim, uma série de assuntos que envolvem o
gênero feminino13.

A mulher sob o prisma ocidental masculino

Ao longo da história, a imagem do feminino esteve ligada a ambigüidades. Os


homens, aqueles a quem cabiam os relatos à posteridade, expressavam seus sentimentos e
opiniões de forma dupla, ora demonstrando amor e admiração às mulheres, ora demonstrando
ódio e repulsa. O olhar masculino reservava às mulheres imagens diferentes, sendo em
determinados momentos um ser frágil, vitimizado e santo, e, em outros, uma mulher forte,
perigosa e pecadora. Essas características levaram a dois papéis14 impostos às mulheres: o de
Eva, que servia para denegrir a imagem da mulher por ele maculada; e o de Maria, santa mãe
zelosa e obediente, que deveria ser alcançado por toda mulher honrada.
Delumeau destaca que durante milênios a mulher foi associada às forças da natureza
devido à fertilidade e ao seu papel na reprodução da espécie. Ela provocava medo no homem
por causa de acontecimentos que eram inexplicáveis, como a maternidade. Esse medo
provocado pelo desconhecido levou o homem a manter a mulher sob seu controle, garantindo
sua superioridade em relação a ela. No ocidente cristão medieval, a mulher passaria a ser
associada ao demônio e essa diabolização se remete à descendência de Eva, símbolo do
pecado e tentação15.
Porém, também ocorreu na Idade Média o fortalecimento do culto à Virgem Maria e o
destaque para suas qualidades. Desde o final do século XI, os religiosos esforçavam-se para
transformar este ser diabólico numa fonte do bem. Mas, a imagem das descendentes de Eva,
pecadoras e sedutoras, ainda predominava nesse período. O culto à Virgem ganhou destaque a
partir do século XII, onde Maria representava o ideal de mulher pura, assexuada, capaz de
conceber sem pecar. Um ideal que deveria ser seguido pelas demais mulheres em detrimento
da herança deixada por Eva, pois, enquanto essa carregava o castigo na sua sexualidade,

13
NADER, Maria Beatriz. A condição masculina na sociedade. Dimensões – Revista de História da Ufes.
Vitória: Ufes, n. 14, 2002, p. 462.
14
Para Peter Burke (Op. cit. p. 71), o conceito de papel social é um dos mais importantes em Sociologia. Esse
conceito é definido com base nos padrões ou normas de comportamento que se esperam daquele que ocupa
determinada posição na estrutura social.
15
DELUMEAU, Jean. História do medo no Ocidente: 1300-1800. São Paulo: Cia. das Letras, 1990.

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Maria trazia a redenção às mulheres mostrando que era possível cumprir o papel de
procriadora, sem exercer o desejo carnal.16.
Logo, é nítido que no Ocidente a imagem das mulheres ora foi diabolizada, ora
santificada, e, a expressão diabólica compunha a noção de uma natureza sexuada selvagem,
rebelde, má, cuja domesticação resultaria na imagem da “boa”, da “verdadeira” mulher. Os
discursos fundadores dessas concepções em torno do feminino vão de Aristóteles a Paulo de
Tarso, passando por inumeráveis caminhos discursivos e temporalidades diversas, entre o
medievo, com as teorias de Santo Agostinho, e, a modernidade, com os discursos de
Rousseau17.
Somente no século XVIII é que a mulher foi reconhecida como a “guardiã da
infância”, mas, tal reconhecimento encontrou algumas barreiras, porquanto não era tarefa fácil
convencer a sociedade de que a mulher, considerada perigosa, poderia se tornar responsável
pelo cuidado com as crianças. A imagem da mulher demoníaca deu espaço para a imagem de
Maria. Anteriormente considerada imperfeita no cumprimento de suas tarefas, a mulher
passou a desempenhar um papel adequado às funções delegadas por Deus, como a tarefa de
ser boa mãe e esposa18.
Reconhecida como “guardiã da infância”, a mulher, mais do que nunca, tinha um
exemplo a seguir, o de Maria. Aquelas que transgredissem o modelo “esposa-mãe-dona-de-
casa-assexuada” eram consideradas desviantes do perfil, do papel social, que a sociedade
espera. Essas mulheres desviantes eram julgadas e culpabilizadas pela sociedade na qual
viviam simplesmente por não quererem ou não poder se encaixar no molde mariano. A
prostituta, por exemplo, era considerada um “anti-modelo” da mulher-mãe, apesar de os
homens que elaboravam tais modelos a considerarem como um “mal necessário”. Assim, na
edificação de um exemplo ideal de mulher, as desviantes seriam associadas à imagem da
prostituta.
Conforme Mergár, o ideal de mulher que subordina sua sexualidade à maternidade, em
contraposição àquelas dotadas de erotismo, perigosas, dadas como criminosas, loucas,
prostitutas, foi nos séculos XIX e parte do XX assegurado pela visão dominante e afirmado
16
VASCONCELOS, Vânia Nara Pereira. Visões sobre as mulheres na sociedade Ocidental. Revista Ártemis, n.
03 dez/2005 (B), p. 06. Disponível em: <http://www.prodema.ufpb.br/revistaartemis>. Acesso em: 15 de jun.
2007.
17
SWAIN, Tania Navarro. Feminismo e representações sociais: a invenção das mulheres nas revistas
“femininas”. História: Questões & Debates. Curitiba: UFPR, n. 34, 2001, p. 16.
18
VASCONCELOS, 2005 (B). Op. cit. p. 08.

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por autoridades, como filósofos, médicos e juristas, dando, assim, um respaldo científico para
aquilo que já existia no passado explicado por um ideário cristão19.

A mulher sob o prisma patriarcal brasileiro

Levando em consideração que o Brasil foi colonizado por ocidentais, podemos


concluir que os homens no Brasil possuíam os mesmos conceitos, em relação à mulher, que os
moradores do velho continente. Assim, desde o período colonial a exigência de submissão,
recato e docilidade foi imposta às mulheres. Essas exigências levavam à formação de um
estereótipo que relegava o sexo feminino ao âmbito do lar, onde sua tarefa seria a de cuidar da
casa, dos filhos e do marido, e, sendo sempre totalmente submissa a ele.
Ratificando as proposições de Souza acreditamos que poderes absolutos eram
destinados ao homem, chefe e senhor da família na sociedade patriarcal brasileira, enquanto
que às mulheres era destinada a obrigatoriedade da reclusão ao lar, com sua vida doméstica
junto da criadagem escrava20. No período colonial as mulheres não podiam freqüentar escolas,
ficando dessa forma excluídas do âmbito da educação formal, destinada apenas aos homens.
Em contrapartida eram treinadas para uma vida reclusa, onde o casamento, a administração da
casa, a criação dos filhos eram seus maiores deveres, além de ter que "tolerar as relações
extra-matrimoniais dos maridos com as escravas”21.
Logicamente que as exceções existiam e as mulheres mais humildes não podiam
“desfrutar” desse papel social que via como ideal para a mulher a vida reclusa em seu lar.
Precisavam trabalhar e, desta forma, adentravam ao espaço público, reservado aos homens,
pois, o sustento da família em muitos casos era tarefa delas. Afora essas exceções, não
podiam sair desacompanhadas e sua passagem pelos espaços públicos só era bem aceita se
relacionada às atividades da Igreja, como missas, novenas e procissões, o que para as jovens
daquela época era uma forma de lazer.

19
MERGÁR. Op. cit. p. 83.
20
SOUZA, Alinaldo Faria de. Entre a reclusão e o enfrentamento: a realidade da condição feminina no Espírito
Santo a partir dos autos criminais (1845-1870): desmistificando estereótipos. 2007. 143 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em História Social das Relações Políticas, Universidade Federal do
Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Vitória, 2007, p. 69.
21
SOUZA, Eros de; BALDWIN, John R. A construção social dos papéis sexuais femininos. Psicologia, reflexão
e crítica. v. 13, n.03, 2000, p. 03. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/psicologia/revista>. Acesso em: 15 jun.
2007.

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Toda essa vigilância em torno da mulher era necessária para se resguardar a


virgindade, a fidelidade e a honra. Caso fosse solteira, a mulher era vigiada para que
mantivesse essa qualidade, pois de sua castidade e pureza dependia a honra de todos os
homens da família, ou seja, irmãos e pai. Quando casada a mulher era vigiada porque dela
também dependia a honra do marido, tanto no que dizia respeito à fidelidade e a legitimidade
da prole, quanto no que se referia à própria masculinidade do marido. Assim, cabia à mulher,
em parte, a responsabilidade pela manutenção da honra dos homens da família a qual
pertencia.
Durante o período colonial, as mulheres no Brasil não tiveram muito espaço para
expressar seus pensamentos e para gozar de algum lazer, senão as festividades relacionadas à
Igreja Católica. O controle exercido pelos homens sobre elas atingia todos os campos de suas
vidas, como o controle dentro de casa desde a infância, o controle ideológico mantido pelos
ideais de recato, respeito, humildade e pela falta de instrução; por fim, a escolha de um
marido que certamente manteria o mesmo controle sobre ela.
A educação feminina no período colonial era, geralmente, restrita aos cuidados com a
casa, marido e filhos. A mulher aprendia a costurar, bordar, cozinhar e, as mais abastadas, a
pintar e tocar algum instrumento. A leitura e escrita deveriam ser as mínimas possíveis, isso
dependemdo da rigorosidade do pai, que, em muitas vezes não permitia que as filhas
aprendessem a ler e escrever. A educação era ministrada somente aos homens, e, tanto as
mulheres brancas ricas e pobres, quanto as negras, fossem elas escravas, alforriadas ou
mestiças, não tinham acesso à instrução. Um ditado da época demonstra muito bem a opinião
masculina acerca da instrução feminina, onde menciona que “mulher que sabe muito é mulher
atrapalhada, para ser mãe de família, saiba pouco ou saiba nada”22.
O ditado popular menciona que a mulher ideal era aquela que “sabia pouco ou sabia
nada”. Podemos perceber a falta de conhecimento não somente relacionada à instrução
intelectual, mas também à instrução sexual que serviria para sua vida enquanto mulher e
esposa. Ribeiro menciona que, quando as mulheres se casavam, seguiam para a lua-de-mel
sem informações sobre sexo ou mesmo sobre o que ocorreria. O sexo ocorria às escuras,
sendo o corpo feminino coberto por um lençol que permitia apenas a visão dos órgãos

22
RIBEIRO, Arilda Inês Miranda. Mulheres educadas na colônia. In: LOPES, Eliane (Org.). 500 anos de
educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, p. 79.

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sexuais. O prazer sexual masculino ficava a cargo das negras escravas, e, à esposa era
proibido sentir tal prazer já que o sexo cabia somente à reprodução23.
Apesar de todos esses modelos e regras que as mulheres deveriam seguir para serem
qualificadas como honradas, existiam aquelas que não se encaixavam em tais modelos, fosse
por situações passageiras ou permanentes, ligadas ao modo de vida. Geralmente esses padrões
eram ditados para as mulheres brancas, pois as escravas, negras alforriadas e mestiças já eram
mal vistas pela sociedade, consideradas como mulheres sem honra. Porém, mesmo as
mulheres brancas nem sempre conseguiam manter esse ideal, como era o caso das mulheres
pobres. Elas precisavam trabalhar fora de seus lares e isso já as caracterizavam, na maioria
dos casos, como mulheres públicas.
Nesse contexto havia três classificações para as mulheres: honradas, desonradas e sem
honra. As mulheres desonradas eram aquelas que praticavam relações extra-conjugais,
perdiam a virgindade antes do casamento ou possuíam um comportamento desajustado
socialmente. Elas manchavam a honra da família ou de seus maridos e, por isso, eram
exemplarmente punidas pelos familiares ou condenadas ao ódio da sociedade. As mulheres
honradas eram aquelas que seguiam os padrões e normas que a sociedade impunha, seguindo
também o ideal de pureza mariano. Deveriam exaltar as virtudes de uma vida recatada e
submissa ao poder masculino, ora do pai, ora do marido. Por fim, as mulheres sem honra eram
aquelas, na maioria, ligadas direta ou indiretamente à prostituição, e, aquelas ligadas ao
submundo das ruas. As escravas, por exemplo, eram consideradas mulheres sem honra.
No geral, a existência dessas mulheres ligadas à prostituição era aceita na sociedade
pelas famílias ricas e pela Igreja, já que ambos segmentos viam-nas como uma forma de
proteger a sexualidade das virgens de boa família. Cabia ainda a essas mulheres a iniciação
sexual dos varões das famílias abastadas. A prostituição era, em muitos casos, a única forma
de algumas mulheres pobres e marginalizadas sobreviverem e sustentarem a família.
O sustento da família fez com que a mulher pobre no período colonail brasileiro
desempenhasse inúmeras funções, tidas muitas vezes como masculinas, como era o caso das
tropeiras e cocheiras. A grande maioria das mulheres pobres possuía atividades como
lavadeiras, cozinheiras, domésticas e vendedoras ambulantes, afirmando Nader que “a
sociedade brasileira, que se pautou no poder masculino, jamais prescindiu da mão-de-obra

23
Idem, p. 83.

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feminina”24. O trabalho feminino era muito importante no comércio de gêneros alimentícios


que invadia as ruas das cidades, onde eram vendidos bolos, doces, hortaliças, derivados do
leite, entre outras guloseimas preparadas pelas mulheres. Segundo Mergár, entre os séculos
XVIII e XIX o pequeno comércio fixo ou ambulante era atividade quase que exclusivamente
feminina. Essas atividades estavam ligadas às camadas inferiores da sociedade e aos escravos,
que muitas vezes iam à cidade vender os produtos advindos das fazendas de seus senhores25.
Como podemos perceber, as mulheres pobres, bem ou mau, podiam “desfrutar” de
uma liberdade impensada pelas mulheres de boa família. Essas últimas viviam sob a proteção
dos olhares masculinos e enclausuradas em suas casas. O enclausuramento foi amenizado com
o fim da colonização quando o Brasil passou por um leve processo de urbanização após a
chegada da Família Real.
A vinda da Família Real portuguesa para sua mais rica colônia proporcionou algumas
mudanças, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Como salienta Manoel, a abertura
comercial para um mercado mundial proporcionou a “penetração do capitalismo e a
gravitação do universo do neocolonialismo” possibilitando a percepção de novas perspectivas
para o universo feminino, como uma maior participação social26.
Conforme Souza, com a vinda da Família Real também foram verificadas mudanças
em relação aos costumes familiares. A clausura do lar para as mulheres estava com seus dias
contados. Elas passaram a freqüentar os espaços públicos, como as ruas, os teatros, os bailes e
os salões de beleza. Com o tempo, surgiu uma rede de estabelecimentos, principalmente lojas,
que possuíam como maior clientela as senhoras integrantes da elite imperial27.
Já em meados do século XIX, durante a era Imperial, as mulheres lutaram para ampliar
seus papéis na sociedade. O patriarcalismo e sua disciplina rígida excluíram as mulheres da
cena social, porém nesse período já era aceito o fato de mulheres transitarem pelas ruas das
cidades a fazer compras, passeios ou mesmo a trabalho. Logo, “pôde-se ver avanços na luta
por direitos no campo do trabalho, da educação e da política”, setores antes destinados
exclusivamente aos homens28.

24
NADER, Maria Beatriz. Op. cit., p. 197.
25
MERGÁR. Op. Cit. p. 97.
26
MANOEL, Ivan Aparecido. Igreja e educação feminina (1859-1919): uma fase do conservadorismo. São
Paulo: Unesp, 1995, p. 22.
27
SOUZA. Op. cit., p. 82.
28
SOUZA; BALDWIN. Op. cit., p. 03.

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O século XIX trouxe mudanças para as mulheres, tanto na Europa quanto na América.
Foi um século no qual, em países mais desenvolvidos, elas buscaram seus direitos e tentaram
igualá-los aos dos homens. No Brasil o patriarcalismo ainda era forte, porque mesmo com sua
Independência as características principais da sociedade se mantiveram, isto é, o
patriarcalismo baseado num meio de produção escravocrata. Segundo Souza, a maior
transformação ocorreu “[...] na década de 1870, quando mudanças socioeconômicas foram
minando as bases do patriarcalismo”29.
Na educação também podemos verificar algumas alterações. As mulheres da elite
tiveram mais acesso à instrução, que era ministrada em suas próprias residências, e, nesse
momento aceita como lago positivo pelos homens. Entendia-se por instrução feminina a
dança, o aprendizado de piano, a escrita e a leitura. Livros eram escritos especialmente para
esse público, não exigindo de suas leitoras um esforço de reflexão e compreensão30. Assim,
traziam temas que não levantavam nenhuma discussão acerca da sociedade, mas, abordavam
principalmente o amor, já que, o grande desejo da maioria dessas mulheres era o de se
casarem. Na verdade, as mulheres deveriam ser educadas e não instruídas, e, esse fato é
notável pelos aprendizados destinados a elas, que não tinham nenhum teor de análise crítica
da sociedade ou conteúdos científicos. Em relação às mudanças Cerdeira destaca que,

Ela não mais permanece reclusa à casa-grande, freqüentando festas, teatros e indo à Igreja, o
que possibilita um aumento em seus contatos sociais. Sua instrução geral, porém, permanece
desvalorizada, uma vez que a sociedade espera que ela seja educada e não instruída. À sua
educação doméstica acrescenta-se o cuidado com a conversação, para torná-la mais agradável
nos eventos sociais31.

Como mencionado, as mulheres recebiam uma determinada educação para aquilo que
a sociedade esperava delas. Como destacado por Hahner “o sistema escolar brasileiro
exprimia o consenso social sobre o papel da mulher. Ensinava-se a ela só o que fosse
considerado necessário para viver em sociedade”32. Agora elas precisavam falar bem em
público, ter familiaridade com algumas artes como a dança, a música e até mesmo outro
idioma, no intuito de serem companhias agradáveis aos seus maridos e às pessoas com quem

29
SOUZA. Op. cit., p. 82.
30
SOUZA. Op. cit., p. 80.
31
MERGÁR. Op. cit., p. 93.
32
HAHNER. June E. Emancipação do sexo feminino: a luta pelos direitos da mulher no Brasil (1850-1940).
Florianópolis: Mulheres, 2003, p. 73.

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ele mantinha relações de amizade ou negócios. Isso ocorria principalmente quando


freqüentavam ambientes públicos elitistas, como bailes e teatros.
Apesar dessas mudanças, as mulheres da elite continuavam limitadas porque não
possuíam nem autonomia, nem igualdade perante os homens, já que, a estrutura social,
cultural e econômica era apanágio masculino. As limitações eram mais exacerbadas em
relação às mulheres menos privilegiadas que se mantinham na ignorância por não poderem
desfrutar dos mesmos privilégios que suas colegas da elite. As mulheres pobres, quando
possível, freqüentavam as escolas normais, que não possuíam boa qualidade, e cursavam ao
máximo o ensino primário. O ensino era privilégio de poucos e a maioria da população
brasileira era composta por analfabetos33.
A primeira lei referente à educação feminina, que data de 1827, menciona que as
meninas podiam freqüentar a escola somente até o nível elementar, sendo-lhes vedado o
ingresso nas instituições de ensino superior. Dava-se destaque às prendas domésticas, como a
costura, em detrimento da escrita e aritmética que, aliás, era diferente da aritmética ensinada
aos meninos.
A partir da segunda metade do século XIX, a instrução tornou-se mais acessível às
mulheres que tiveram a oportunidade de cursar o ensino primário e secundário. Com uma
maior instrução elas podiam se dedicar ao magistério, reafirmando a “idéia de que a mulher
seria por natureza uma educadora”34. As escolas normais destinadas a formar professores
primários preparavam-nas para a carreira de ensino e permitiam que elas continuassem a
investir em sua educação. O magistério era visto pela sociedade como uma profissão honrada,
destinado apenas às “mulheres dignas”35. Por sua vez, Franco acredita que devido a sua
doçura, paciência e compreensão a mulher passou a representar o modelo ideal para o
exercício do magistério, visto que, o homem com o autoritarismo típico à época era
inadequado, porquanto, amedrontaria as crianças36.

CONCLUSÃO

33
SOUZA.Op. cit., p. 82.
34
FRANCO, Sebastião Pimentel. As escolas femininas de formação para o magistério no Espírito Santo:
Primeira República. Dimensões – Revista de História da Ufes. Vitória: Ufes, n. 16, 2004, p. 312.
35
HAHNER. Op. cit., p. 78-79.
36
FRANCO, Sebastião Pimentel. Do privado ao público: o papel da escolarização na ampliação de espaços
sociais para a mulher na Primeira República. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 2001, p. 85.

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O século XIX trouxe mudanças, que, na verdade, não se estenderam a todas as


mulheres, pois as mais beneficiadas foram àquelas ligadas à elite. As mudanças foram
verificadas no que se refere a uma maior liberdade para freqüentar locais públicos e em um
maior acesso à educação, uma vez que, agora lhes era permitido e esperado que soubessem ler
e escrever. Para as mulheres das camadas inferiores pouca coisa mudou nesse século.
Continuavam a ser encaradas, na maioria, como mulheres desonradas ou sem honra,
decorrência em muitos casos dos meios que utilizavam para sobreviver. A maioria das
mulheres brasileiras teria de esperar a chegada do século XX para alcançarem um maior
reconhecimento da sociedade por sua participação na construção do país.
No início do século XX não faltaram vozes para reclamar publicamente o
inconformismo que as mulheres sentiam por causa das restrições que lhes eram impostas por
aqueles que governavam o país, isto é, os homens. Desejavam uma maior participação na
economia, na política e principalmente almejavam serem reconhecidas como cidadãs, sendo
livres e tendo os mesmos direitos que aqueles que séculos antes se declaravam donos e
senhores de suas vidas. Essas pioneiras reivindicavam: “nós queremos a liberdade [...] ou pelo
menos a sua igualdade com o homem, o nosso déspota, o nosso tirano”37.

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