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Perspectiva
Nesta segunda unidade, estudaremos a fundo uma das mais importantes Teorias da
Administração, a Teoria Comportamental, também conhecida como Teoria Behaviorista e Escola
das Relações Humanas. Nesta teoria, entenderemos melhor como e por que surgiram os
primeiros estudos sobre comportamento organizacional, qualidade de vida no trabalho,
liderança e motivação.
Objetivos
Conteúdo programático
Aula 02: Teoria comportamental e o início dos estudos sobre motivação organizacional
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed. São Paulo: Makron,
2002.
MAYO, Elton. The human problems of an industrial civilization. New York: The Macmillan
Company, 1933
MAXIMIANO, A.C.A. Teoria Geral da Administração. 4º ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MONTANA, Patrick J; CHARNOV, Bruce H. Administração. 2ª Edição. São Paulo, Saraiva, 2006.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 11º Edição. São Paulo: Person Prendce
Hall, 2005.
STONER, James A.F.; FREEMAN, Edward R. Administração.5ª Edição. Rio de Janeiro, LTC, 1999.
WILLIAMS, Chuck. Adm: Você está nessa? 1º Edição. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
Aula 1 – Escola das relações humanas
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a ser trabalhado.
Definindo comportamento
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A experiência de Hawthorne
Como Chiavenato (2002) explica, a Experiência de Hawthorne foi realizada em 1927, pelo
Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos, em uma fábrica da Western Electric
Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne e sua finalidade era determinar a relação
entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários medida por meio da produção. A
experiência durou mais de quatro anos no total e envolveu direta e indiretamente cerca de 22
mil pessoas, especialmente funcionários e ex-funcionários da fábrica.
A experiência foi coordenada por Elton Mayo e sua equipe de pesquisadores. A pesquisa que
Mayo desenvolveu foi tão importante que nos anos posteriores embasou todos os estudos sobre
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) que começaram a ser conduzidos na área organizacional.
Conforme Mayo (1933), apud Chiavenato (2002), com o intuito de analisar o efeito da
iluminação sobre o desempenho dos operários, foram escolhidos dois grupos distintos que
faziam o mesmo trabalho e em condições idênticas: um grupo de observação trabalhava sobre
intensidade de luz variável, enquanto o grupo de controle tinha intensidade constante.
Esperava-se uma queda na produção, mas o resultado foi o oposto, a produção na verdade
aumentou. Chiavenato (2002) explica que desta forma, comprovou-se a preponderância do
fator psicológico sobre o fator fisiológico: em outras palavras, o estado emocional dos
trabalhadores gerava maior impacto na produtividade do que fatores físicos.
Segundo Chiavenato (2002), foi criado um grupo de observação: cinco funcionárias montavam
os relés, enquanto uma sexta fornecia as peças para abastecer o trabalho. O equipamento de
trabalho era idêntico ao utilizado no departamento, apenas incluindo um plano inclinado com
um contador de peças que marcava a produção em uma fita perfurada.
A produção foi o índice de comparação entre o grupo experimental (as cinco funcionárias) e o
grupo controle (a funcionária que trabalhava sozinha). O grupo experimental tinha um
supervisor, como no grupo de controle, além de um observador que permanecia na sala. Elas
foram convidadas para participar na pesquisa e esclarecidas quanto aos seus objetivos:
determinar o efeito de certas mudanças nas condições de trabalho (período de descanso,
lanches, redução no horário de trabalho, etc.). Eram informadas dos resultados e as
modificações eram antes submetidas à sua aprovação. A pesquisa foi dividida em 12 períodos.
Como Mayo (1933) explica, cada período funcionou da seguinte forma:
2° período: (cinco semanas de duração). O grupo experimental foi isolado na sala de provas,
mantendo-se as condições e o horário de trabalho normais e medindo-se o ritmo de produção.
5° período: os intervalos de descanso foram aumentados para dez minutos cada, verificando- se
novo aumento de produção.
7° período: voltou-se a dois intervalos de dez minutos, em cada período, servindo-se um lanche
leve. A produção aumentou novamente.
8° período: O grupo experimental passou a trabalhar até às 16h30min e não até às 17h, como o
grupo de controle. Houve acentuado aumento na produção.
10° período: O grupo experimental voltou a trabalhar até às 17 horas. A produção aumentou
consideravelmente.
11° período: Estabeleceu-se a semana de cinco dias, com sábado livre. A produção diária do
grupo experimental continuou a subir.
12° período: (doze semanas de duração). Voltou-se às mesmas condições do 3° período, tirando-
se todos os benefícios dados, com a aceitação das funcionárias. Inesperadamente a produção
atingiu um índice jamais alcançado anteriormente (3.000 unidades semanais por funcionária).
Nesta fase, como Mayo (1933) explica, foi percebido que o aumento de produção se deu porque
as funcionárias sentiam-se bem trabalhando no novo sistema, porque possuíam maior
autonomia e uma supervisão bem mais branda do que tinham antes da experiência começar.
Isto reforça novamente a ideia da importância do componente psicológico no rendimento dos
funcionários.
Entre 1928 e 1930 foram entrevistados cerca de 21.126 empregados. Em 1931 adotou-se a
técnica da entrevista não diretiva, onde o operário pode falar livremente, sem que o
entrevistador desvie o assunto ou tente impor um roteiro prévio. O Programa de Entrevista
revelou a existência da Organização Informal dos Operários, que tinha como principal objetivo
proteger os funcionários dos abusos e ameaças da alta administração. Na organização, como
Mayo (1933) observou, os operários se mantinham unidos e criaram fortes laços de lealdade,
que normalmente não funcionavam a favor da empresa.
4ª Fase: Sala de Montagem de Terminais
Para analisar a relação entre a Organização Informal dos Operários e a Organização Formal da
Fábrica, Mayo (1933) descreve que foi escolhido um grupo experimental para trabalhar em uma
sala especial com condições de trabalho idênticas às do departamento. Um observador ficava
dentro da sala e um entrevistador fora entrevistando o grupo. O sistema de pagamento era
baseado na produção do grupo.
Como Chiavenato (2002) explica, o observador pôde notar que os operários dentro da sala
usavam uma série de técnicas para determinar quando o trabalho havia atingido o nível
necessário, e assim que isso ocorria, eles reduziam o ritmo de suas atividades, poupando
esforços. Este “trabalho de equipe”, como Mayo observou, gerou um alto grau de
comprometimento com o grupo e solidariedade entre os funcionários. Outro ponto interessante
é que o próprio grupo encontrava formas simbólicas de punir aqueles que prejudicassem os
outros (produzindo pouco ou muito).
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e) As relações humanas: são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre as pessoas
e o grupo de forma que haja um ambiente onde cada pessoa é encorajada a exprimir-se livre e
sadiamente. Cada indivíduo procura ajustar-se às demais pessoas do grupo para que seja
compreendido e tenha participação ativa, a fim de atender seus interesses e aspirações;
Assim, concluiu-se que, motivado pela organização mediante a satisfação de suas necessidades,
o indivíduo não focaliza o "salário ou benefícios financeiros" como ponto central. Contudo, a
remuneração não deixa de ser um componente importante no ciclo motivacional.
Aula 2 – Teoria comportamental e o início dos
estudos sobre motivação organizacional
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Motivação organizacional
Atualmente, as organizações vêm enfatizando cada vez mais o assunto sobre motivação
pessoal. Em razão do destaque deste tema na literatura administrativa, existem diversas
conceituações e aplicações da motivação no ambiente de trabalho:
Montana e Charnov (1999) destacam que motivação é o processo de estimular um
indivíduo para que tome ações que irão preencher uma necessidade ou realizar uma
meta desejada. Para Limongi-França (2002), a motivação é o contínuo processo de
satisfação de necessidades individuais de forma que se não houvesse necessidades
individuais, não seria possível falar sobre motivação humana.
Para Chiavenato (2004), a motivação é pessoal, mas pode ser influenciada por objetivos
e interesses coletivos, de modo que as pessoas buscam algo que possa satisfazer suas
vontades e que contribua de alguma forma para a realização de seus desejos. E
justamente por isso, fica difícil motivar pessoas.
Deste modo, para que exista um clima bom e motivacional dentro de uma organização,
os colaboradores precisam estar motivados; quando existe a motivação nos funcionários
de uma empresa, o clima é bom e amigável o ambiente é positivo e ainda existe a
satisfação e a colaboração de todos. Para que a motivação seja gerada, ou ao menos
estimulada nas organizações, certos fatores interferem positivamente neste processo:
a) Salários;
b) Autoestima e reconhecimento;
c) Relacionamento entre os colaboradores;
d) Promoções, treinamentos e capacitações;
e) Benefícios;
f) Segurança;
g) Condições de estrutura física e ferramentas nos locais de trabalho.
Ciclo motivacional
Para Chiavenato (2002), o primeiro passa a ser dado para conhecer o ser humano é o
conhecimento do que ocorre por trás do comportamento das pessoas. Para o autor, o
comportamento das pessoas pode ser explicado pelo ciclo motivacional, que é um
processo pelo qual as necessidades condicionam o comportamento. Como novas
necessidades sempre surgem, em tese sempre haveria mudanças comportamentais.
Este processo, segundo Chiavenato (2002), leva a um comportamento ou ação que tem
por objetivo aliviar um estágio de transtorno. Caso haja eficácia nesse comportamento,
o indivíduo encontrará a satisfação da necessidade, o organismo volta ao estado de
equilíbrio anterior, à sua forma de ajustamento ao ambiente.
Na visão do autor, caso esta satisfação não seja suprida, podem ocorrer frustrações, que
se expressam por meio da agressividade, descontentamento, tensão emocional,
depressão, autoagressão que seria por via psicológica ou ainda, por meio de tensão
nervosa, insônia, perda de apetite, alteração cardíaca ou digestiva constituindo a via
fisiológica.
O autor observa que ocorre ainda a existência de um terceiro elemento, que é a
compensação ou transferência que ocorre quando se substitui uma necessidade
impossível de ser satisfeita por outra complementar, transferindo assim a necessidade
para outro objetivo, pessoas ou situação.
Chiavenato (2002) ainda ressalta que no ciclo motivacional, a necessidade é satisfeita à
medida que o ciclo se repete com a aprendizagem e a repetição, de modo que os
comportamentos tornam-se gradativamente mais eficaz na satisfação de certas
necessidades.
Assim, entende-se que uma vez satisfeita a necessidade, esta deixa de ser motivadora
do comportamento, já que não causa tensão ou desconforto. O autor ainda ressalta que
a satisfação de algumas necessidades é temporal e passageira. Portanto, a motivação
humana é um ciclo periódico e orientado por diferentes conjuntos de necessidades.
Pode-se ter um melhor entendimento sobre todo o processo do ciclo motivacional na
figura abaixo:
Fonte: CHIAVENATO (2002, p. 231)
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o conteúdo a ser trabalhado.
Assim, de acordo com Montana e Charnov (2006), os fatores motivacionais têm uma
contribuição direta na influência da qualidade de vida das pessoas, e consequentemente
na qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelos mesmos. Além de desenvolver
um compromisso sólido e de responsabilidade, ocasionando um relacionamento
frutífero e produtivo com a organização, vindo a satisfação os interesses de ambas as
partes, ou seja, criando valores; empresa motivada, colaborador satisfeito e clientes
beneficiados. O colaborador motivado dentro das organizações além de trabalhar com
excelência, ainda produz um clima de trabalho em que as pessoas se sentem bem e há
intenção social na equipe.
a) Fatores motivadores de satisfação: trabalho em si, responsabilidade, realização,
reconhecimento, promoção, crescimento.
b) Fatores higiênicos: política de administração da organização, segurança no emprego
e vida social.