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ESCOLA SUPERIOR DE

GESTÃO, CIÊNCIAS E
TECNOLOGIAS

2º Ano
Curso: Psicologia Clínica
Cadeira: Neuropsicologia
Docente: Adianez Garcia Alfonso

LINGUAGEM
DOENÇAS FREQUENTES E CAUSAS

DISCENTES:
Antónia Angela
Edivânia Bila
Fayzah Sidat
Firdoos Aslam
Shani Utenga
Shannaya Jumá
ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO.......................................................................................2
METODOLOGIA....................................................................................3
2. DISARTRIA..........................................................................................3
CAUSAS DA DISARTRIA........................................................................3
COMO É QUE A DISARTRIA DIFERE DA AFASIA?..................................5
3.MUTISMO SELECTIVO...........................................................................5
CAUSAS DO MUTISMO SELECTIVO.......................................................6
4.PRESERVAÇÃO E ESTEREOTÍPIA VERBAL.............................................6
5.AFASIA.................................................................................................7
TIPOS DE AFASIA.................................................................................7
Afasia global.....................................................................................8
Afasia de broca (não fluente)...........................................................9
Afasia de Wernicke (fluente)............................................................9
6. ALEXIA..............................................................................................10
POSSÍVEIS CAUSAS DA ALEXIA..........................................................11
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................12
1.INTRODUÇÃO

O processo da linguagem refere-se à maneira como o ser humano


utiliza as palavras para comunicar ideias, pensamentos e emoções, e
de que modo estas são compreendidas e processadas. A AMERICAN
SPEECH AND HEARING ASSOCIATION a define como um complexo e dinâmico
sistema de símbolos utilizado de diferentes formas para o pensamento
e comunicação.
A linguagem constitui um claro exemplo de função cerebral superior e
seu desenvlovimento sustenta-se em uma estrututura anatômica e
funcional determinada geneticamente, e no estímulo verbal oferecido
pelo meio. A linguagem envolve bases biológicas dependentes dos
aspetos anatomofuncionais que refere-se ao processo complexo
mantido por uma rede de neurônios distríbuida em diferentes regiões
cerebrais. Isto é, a linguagem é uma capacidade humana cuja
localização encontra-se em diferentes regiões no cérebro, e as suas
lesões podem provocar doenças que dificultam ou impossibilitam a
comunicação.
Em suma, o presente trabalho procura explicar de forma clara, como é
que a linguagem ocorre e de que modo as lesões cerebrais afectam
esta capacidade, nomeadamente, as doenças que surgem após lesões
no cérebro.

“A linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela


seu pensamento, seus sentimentos, com a qual influencia e é
influenciado, a base da sociedade humana. É uma criação social
de cada um e de todos os grupos humanos.”
METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho, houve a recorrência a recursos como:
livros, artigos na internet e vídeos informativos.

2. DISARTRIA

A Disartria é uma doença motora que gera a incapacidade de articular


correctamente as palavras, devido as alterações do sistema fonador.
Ela pode ser definida como a dificuldade de utilizar os músculos da
fala, ou então a fraqueza destes. Em suma, a disartria é uma
perturbação da linguagem causada pela fraqueza muscular que é
causada pela lesão cerebral, que dificulta a fala e à dificuldade que
outros têm de compreender o que um indivíduo com disartria diz.
O indivíduo pode ter dificuldades em mandar “mensagens” do cérebro
para os músculos para mexer, chamado de apraxia, ou ter dificuldades a
compreender o que outros dizem, e até exprimir os seus pensamentos
através da fala, chamado de afasia.

CAUSAS DA DISARTRIA
Pode ser causada por danos no tronco cerebral ou às fibras nervosas
que ligam o córtex cerebral ao tronco cerebral. Entre os possíveis
danos estão:

 Acidente vascular cerebral (AVC);


 Traumatismo crânio encefálico;
 Parkinson;
 Hidrocefalia
 Narcóticos ou tranquilizantes;
 Tumores cerebrais;
 Esclerose múltipla;
 Infecções;
 Paralisia cerebral.

Embora isto, é importante saber o que acontece no cérebro para que


ocorra a disartria, então, como é que ocorre?
A disartria é causada por danos nas áreas cerebrais que são
importantes para a parte motora da linguagem, A disartria pode vir em
diferentes tipos, das quais temos:

 Disartria flácida:
A distartria flácida ocorre devido à lesão aos nervos cranianos ou
lesões no mesencéfalo.

 Disartria espástica:
Ocorre com a lesão nas regiões motoras no córtex em ambas partes
do cérebro.

 Disartria hipocinética:
Ocorre devido à doença de Parkinson.

 Disartria ataxica:
Aparece quando há danos nas vias que conectam o cerebelo a
outras regiões do cérebro.

COMO É QUE A DISARTRIA


DIFERE DA AFASIA?
Tanto a afasia como a disartria afectam a
produção de linguagem, contudo, a disatria
é diferente da afasia uma vez que na afasia
a
1. TAC (Tomografia axial
computorizada) do cérebro de alguém
com disartria espástica

TAC – cérebro normal

pessoa pode ter capacidade limitada de compreender fala, de


encontrar as palavras... Um indivíduo com disartria tem problemas
sobretudo com a execução motora da linguagem: movimentos de
articulação, ou até problemas de mémoria que afectam a linguagem.

3.MUTISMO
SELECTIVO

O mustismo selectivo
caracteriza-se por uma
ausência de resposta verbal ou oral por parte do doente. Isto acontece
mais às crianças e é caracterizado pela incapacidade da criança em
falar em certos locais, como por exemplo, nas escolas, ou com
algumas pessoas, exemplo pessoas que não pertencem a família
imediata.
Crianças e adolescentes que tem mutismo seletivo têm medo de falar
e ter interações sociais onde existe expectativa que este comunique
ou tenha que falar. Muitas crianças com mutismo seletivo possuem
grande dificuldade em responder ou iniciar um diálogo de maneira não
verbal, e consequentemente, a interação social pode estar
comprometida em muitas crianças quando são confrontadas por
outras.
O DSM-IV-TR (2000) o define como:
1. Consistência no fracasso de comunicar em situações sociais
específicas (onde há expectativa que este fale, como na escola)
apesar de falar em outras ocasiões;
2. O distúrbio interfere com a realização escolar ou outro;
3. A duração do distúrbio dura mais que 1 mês (não limitada a 1
mês de escola);
4. O fracasso na comunicação não advém da falta de inteligência ou
comforto na linguagem necessária para aquela situação social;
5. O distúrbio não está inserida como um distúrbio de comunicação
(gaguez) e não ocorre exclusivamente durante uma perturbação
persuasiva de desenvolvimento, esquizofrenia ou outra doença
psicótica.

CAUSAS DO MUTISMO SELECTIVO


Porque é que as crianças desenvolvem o mutismo selectivo?Na maioria
das crianças com mutismo selectivo, existe uma pré-disposição para a
ansiedade. Em outras palavras, eles estão geneticamente pré-
dispostos a ter ansiedade. Na maior parte, se não todas, as
características distinctas do comportamento de crianças com mutismo
selectivo possuem uma menor capacidade de excitabilidade na
amígdala.
Ou seja, quando estes encontram-se perante
um cenário de medo, a amígdala recebe um
sinal de potencial perigo (que vem do sistema
nervoso simpático) e desencadeia uma série de reações para proteger
o indíviduo, como a ausência de resposta.
A causa disto pode estar ligada a genética (mal formações nos vasos
no cérebro), ou devido a problemas graves de ansiedade.
NOTA: No mutismo selectivo, o principal neurotransmissor que
afectado é a seratonina embora a dopamina e a norepenifrina também
estão envolvidos. A área mais afectado é a área do lobo pré-frontal em
scans do cérebro.

4.PRESERVAÇÃO E ESTEREOTÍPIA
VERBAL

Isto refere-se ao distúrbio de linguagem em que o doente responde de


maneira mecânica sem sentido, com traços estereotipados. Isto ocorre
devido a lesões cerebrais.
Isto ocorre frequentemente nos esquizofrénicos. Porem ocorre também
de forma orgânica devido a danos cerebrais como é o caso na
demência pré senil de Pick e no parkinsonismo.
Consiste na repetição automática de uma palavra, som ou silaba
durante a fala que não se enquadra nem faz sentido na frase.

5.AFASIA

Conceito: Afasia é a incapacidade de compreender ou formular


linguagem devido à lesão em partes específicos do cérebro. É uma
disfunção da linguagem que pode envolver deficiência na
compreensão ou expressão de palavras ou equivalentes não verbais da
palavra. Resulta da lesão nos centros da linguagem localizados no
córtex cerebral e núcleos da base, ou das vias de substância branca
que os conectam.
A Afasia é mais comum como sendo resultado de lesões cerebrais
como o AVC, embora também possa aparecer através de infecções,
traumas cranianos ou tumores cerebrais.
A afasia pode ser tão severa que estabelecer comunicação com o
paciente pode ser quase impossível. Esta pode afetar sobretudo um
único aspeto da linguagem, como a capacidade de formular frases ou a
capacidade de ler. Contudo, a afasia aparece com mais frequência na
forma do comprometimento de diversos aspetos da linguagem e não
apenas um, havendo uma limitação na troca de informação. Esta
doença em particular apresenta ramificações uma vez que a
linguagem é uma capacidade que não se encontra localizada somente
numa parte específica do cérebro, podendo after como foi dito antes a
leitura, a compreensão, a expressão ou múltiplos aspetos da
linguagem.

TIPOS DE AFASIA

Existem vários tipos de afasia que correspondem à localização da


lesão cerebral no caso individual. As variedades destes são:

 Afasia Global;
 Afasia de Broca;
 Mistura transcortical de afasia;
 Afasia de Wernicke;
 Afasia de condução;
 Afasia anómica;
 Afasia transcortical sensorial.
Afasia global

A afasia global é a forma mais severa de afasia e está presente em


pacientes que conseguem produzir poucas palavras
reconhecíveis e conseguem compreender pouco ou nada do que
é dito. Indivíduos com afasia global não conseguem ler ou
escrever, contudo, mantêm as suas capacidades cognitivas e
intelectuais intactas.

CAUSAS: A afasia global é causada por lesões às múltiplas áreas


de processamento da linguagem no cérebro, incluíndo a área de
Broca e Wernicke. Estas duas áreas são especialmente
importantes para a compreensão da linguagem, acesso ao
vocabulário, utilização da gramática e a produção de palavras e frases.
Afasia de broca (não fluente)

Individuos com afasia de broca tem dificuldade a falar fluentemente,


mas retêm relativamente bem a sua capacidade compreensão. Esta
afasia é conhecida com afasia não-fluente ou expressiva.
As pessoas com esta afasia tem dificuldades em produzir frases
gramaticais e a sua fala está limitada a menos de 4 palavras. A
compreensão destes é melhor com frases gramaticamente
estruturadas de forma simples, como por exemplo: “A Ana deu balões
ao Paulo” – é fácil de compreender em relação a “ Os balões foram
dados à Ana pelo Paulo”.
Esta afasia resulta de lesões no hemisfério esquerdo inferior, mais
frequente depois de um AVC.

Afasia de Wernicke (fluente)


Nesta forma de afasia, os indivíduos têm uma capacidade limitada de
identificar o significado das palavras e frases ditas mas, por outro lado,
conseguem formar frases ou falar bem. Nisto, quer-se dizer que, estes
indivíduos quando falam, muitas vezes não se apercebem dos seus
erros na fala e muitas vezes falam coisas que não tem muito sentido
pois não relacionam significado às suas palavras.
Isto acontece porque o dano cerebral que ocorre foi numa área que é
importante para a compreensão do significado das palavras. Tal lesão
inclui: região temporal esquerda posterior do cérebro, que pertencem
à área de Wernicke.
6. ALEXIA

A Alexia é caracterizado pela perda parcial ou total da capacidade de


leitura, devido a algum tipo de lesão cerebral.Trata-se, portanto, de
uma afetação secundária, ou seja, derivada de outra alteração, que
pode até ser interpretada como sintoma disso, o sujeito perde a
capacidade de entender as palavras escritas.
Existem diferentes subtipos de alexia, mas todos têm em comum um
sintoma em particular: o paciente afectado não consegue ler
normalmente, a sua leitura é lenta ou impossível e tem dificuldade na
compreensão da leitura. Embora a alexia implique perda da
capacidade de leitura, ela nem sempre aparece da mesma maneira e
também pode haver outros problemas ou iniciar com déficits
diferentes. Entre os principais tipos podemos encontrar:

 Alexia pura ou sem agrafia:


É a total impossibilidade de reconhecimento visual de letras ou
palavras, embora o sujeito possa escrever corretamente (apesar de
não conseguir entender o que ele escreveu). Também chamado de
cegueira por palavras. Esta alexia ocorre devido à obstrução da
artéria cerebral posterior esquerda numa pessoa destra.
Uma das coisas mais fascinantes de pessoas com alexia pura é a
sua capacidade de escrever mensagens compridas e com
significado mas não conseguir ler o que escreveu mas percebe
palavras ditas.

 Alexia central ou com agrafia:


Como no caso anterior, encontramos a impossibilidade no
reconhecimento de palavras escritas, mas também em sua
produção. Em outras palavras, nesse caso, descobrimos que o
sujeito não sabe ler nem escrever.

 Alexia anterior ou com afasia:


Também chamada de alexia frontal, estamos diante de uma
circunstância em que não apenas ocorrem alterações no nível da
leitura, mas também na produção da fala. Nesse caso, a lesão
geralmente é produzida em um nível mais frontal, sendo sua
funcionalidade semelhante à de um indivíduo com afasia de Broca.

POSSÍVEIS CAUSAS DA ALEXIA


Deve-se lembrar também que a lesão pode aparecer em diferentes
locais do sistema nervoso, Entre as principais causas de aparecimento
de alexia, podemos encontrar os seguintes eventos.

 AVC:
Uma das principais causas da alexia é sofrendo de algum tipo de
derrame (bloqueio do vaso sanguíneo que impede o sangue de
atingir determinadas áreas) ou hemorragia (ruptura do vaso).
Dependendo das áreas afetadas, a morte do tecido cerebral pode
causar perda da capacidade de leitura.

 Trauma cranioencefálico:
Outra razão clássica para o aparecimento de alexia é o facto de ter
sofrido algum tipo de lesão cerebral traumática. Acidentes de
trânsito, acidentes de trabalho ou agressões são algumas das
causas que causam o aparecimento de algum tipo de alexia.

 Demências e outros distúrbios neurodegenerativos:


A alexia pode aparecer durante toda a deterioração gerada por
algum tipo de demência, como a doença de Alzheimer ou outros
distúrbios semelhantes. Dependendo do distúrbio, a dificuldade, a
piora e a incapacidade de ler podem aparecer em diferentes
estágios da doença.

 Tumor cerebral
Outra causa possível da alexia é encontrada no aparecimento de
tumores cerebrais que afectam, comprimem as áreas do cérebro e
as fibras nervosas envolvidas no processo de leitura.
 Infecções cerebrais
Alexia também pode aparecer antes de certos processos infecciosos
que acabam afetando o cérebro. Alguns típicos são meningite ou
encefalite.

BIBLIOGRAFIA

American Association of Speech and Hearing Articles


Duffy, JR (2005). Motor speech disorders: substrates, differential
diagnosis, and management (2nd edition). St. Louis, MO: Mosby-Year
Book, Inc.
https://www.aphasia.org/aphasia-resources/dysarthria/
https://www.britannica.com/science/speech-disorder/Major-types-of-
speech-disorders#ref583891
https://www.sciencedirect.com/topics/neuroscience/alexia
https://selectivemutismcenter.org/whatisselectivemutism/
https://www.asha.org/public/speech/disorders/Selective-Mutism/

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