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Trindade
Trindade
TRINDADE
Definição da doutrina
Antes de tudo é preciso definir o que é a doutrina da Trindade, pois até
mesmo muitos cristãos se perdem nesse quesito. Por "Trindade" não queremos dizer
que acreditamos em três deuses, pois para nós há somente um Deus (Isaías 43:10). Ao
invés disso, queremos dizer que na Divindade há três pessoas: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Pode parecer um paradoxo, mas Deus é três e um simultaneamente.
Precisamos fazer distinção entre o termo "pessoa" e "natureza". As pessoas em Deus
são três, mas uma só é a natureza, que consiste na onipotência, onisciência,
onipresença etc. Vários exemplos foram apresentados para exemplificar esse caso;
porém, o triângulo equilátero é o que mais se aproxima desse conceito. Acompanhe:
O triângulo é indivisível, assim como Deus (simbolizado por toda a figura).
Todavia, cada lado é distinto do outro e, contudo, formam a mesma figura, que só
existe com os três lados iguais; assim, tomando a analogia, o Pai não é o Filho, o Filho
não é o Espírito Santo e vice e versa; porém, eles constituem o mesmo Deus. A
individualidade pessoal é mantida, bem como a unidade. Assim, Deus não é somente
o Pai, nem somente o Filho, e nem tampouco somente o Espírito Santo. Deus é o Pai,
o Filho e o Espírito Santo.
Negam a doutrina da Trindade, alegando que é de origem pagã e que tal
palavra não aparece na Bíblia. Somente Jeová é o Deus verdadeiro. Ele não é
onipresente, ou seja, não pode estar em vários lugares ao mesmo tempo, pois sendo
uma pessoa, possui um corpo de forma específica, que precisa de um lugar para
morar. Assim, ele está confinado no céu. Para exercer seu comando sobre o universo,
ele usa seu poder, seu Espírito Santo", que é sua "força ativa". Sua onisciência é
seletiva, ou seja, Jeová não sabe o futuro de todas as coisas, a menos que ele queira.
Explicam isso da seguinte forma: Um rádio pode captar qualquer onda, porém, é
preciso sintonizá-lo na estação certa. Assim, se Jeová quiser saber se alguém será fiel
a ele ou não, deverá "sintonizar" na "estação" dessa pessoa.
origem pagã, uma vez que os pagãos cultuavam suas tríades de deuses, também não
faz sentido, pois a concepção dos pagãos em nada se assemelha à doutrina
trinitariana. Enquanto os pagãos são politeístas, ou seja, crêem na existência de vários
deuses, sendo sua trindade mais um conjunto de deuses em seu panteão, nós,
cristãos, somos essencialmente monoteístas, pois cremos que há um só Deus (Isaías
43:10), que subsiste em três "pessoas": Pai, Filho e Espírito Santo. Não são três deuses,
posto que só há um Deus. Assim, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são ao mesmo
tempo três pessoas distintas e um só Deus. O termo "triunidade" resume melhor essa
concepção bíblica de Deus. É bom também lembrar que a Bíblia não é o único livro
que fala de um dilúvio universal. A literatura pagã também contém relatos sobre um
dilúvio. Isso, evidentemente, não faz do dilúvio uma concepção pagã; tampouco a
doutrina da Trindade deveria ser vista da mesma forma.
homem tem a Jesus como seu Criador, logo, o homem carrega Sua imagem, pois
Jesus é Deus, uma vez que "à imagem de Deus" o homem foi criado. Já em Jó 33:4,
Eliú declara: "O Espírito de Deus me fez". Afinal de contas, quem fez o homem? A
Bíblia diz: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou". E
quem é esse Deus? Resposta: Pai, Filho e Espírito Santo. É digno de nota que há
outros textos em que Deus fala no plural: Gênesis 3:22; 11:7-9; Isaías 6:8. Alguns
dizem tratar-se de plural de majestade, ou seja, é uma forma de expressão onde o
indivíduo fala do plural que não revela necessariamente uma pluralidade
participativa. Todavia, isso não funciona em Gênesis 1:26, 27, pois outros textos
bíblicos deixam claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o homem; logo, não
está em jogo nenhum plural de majestade, mas um ato criativo de Deus: Pai, Filho e
Espírito Santo. Os demais textos, portanto, devem ser interpretados seguindo-se essa
mesma linha de raciocínio.
b) Lucas 3:22 — No batismo do Filho, lá estão o Espírito Santo e o Pai; como sempre,
inseparáveis. Essa é uma das razões pelas quais o batismo cristão deve ser ministrado
em nome das três pessoas.
c) João 14:26 — Jesus fala do Espírito Santo, que será enviado pelo Pai, em seu
próprio nome, isto é, de Cristo.
e) 1ª Pedro 1:1, 2 — Pedro fala aos escolhidos, que foram eleitos segundo a
presciência do Pai, santificados pelo Espírito e aspergidos com o sangue de Jesus
Cristo.
f) Outros versículos — Romanos 8:14-17; 15:16, 30; 1ª Coríntios 2:10-16; 6:1-20; 12:4-6;
2ª Coríntios 1:21, 22; Efésios 1:3-14; 4:4-6; 2ª Tessalonicenses 2:13, 14; Tito 3:4-6; Judas
20, 21; Apocalipse 1:4, 5 (compare com 4:5) etc. É digno de nota que se o Filho fosse
uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", os dois não poderiam assumir o
primeiro lugar em algumas das passagens bíblicas acima citadas. Aliás, o que uma
"força ativa" estaria fazendo no meio de duas pessoas? As TJ objetam dizendo que
mencionar as três Pessoas juntas, não indica que sejam a mesma coisa, pois Abraão,
Isaque e Jacó (Mateus 22:32), bem como Pedro, Tiago e João (Mateus 17:1) sempre são
citados juntos; contudo, isso não os torna um. O que as TJ não perceberam foi o
seguinte: Abraão, Isaque e Jacó tinham algo em comum: o patriarcado. Já Pedro,
Tiago e João tinham em comum o apostolado. E o que o Pai, o Filho e o Espírito Santo
têm em comum? Resposta: a natureza divina, ou simplesmente, a divindade.
Jesus Cristo
Avaliação bíblica
A cristologia das TJ é uma ressurreição do arianismo, que surgiu com Ário
(256-336), um sacerdote do século IV, da cidade de Alexandria, no Egito. Ário
afirmou que Jesus Cristo era uma criatura, baseando principalmente em Provérbios
8:22 e 1ª Coríntios 1:24. O primeiro é uma poesia, onde a sabedoria diz ter sido
"criada" por Deus. O segundo diz que Jesus Cristo é a sabedoria de Deus. Assim,
concluiu Ário, se Jesus é a sabedoria de Deus, então ele foi criado. O problema de
Ário foi o seguinte: ele utilizava uma tradução do que hoje conhecemos como Antigo
Testamento, escrito originalmente em hebraico, para o idioma grego. O texto hebraico
traz em Provérbios 8:22 o verbo qanáni (possuir); contudo, o texto grego adotado por
Ário verteu qanáni por bará, que significa "criar". Quando S. Jerônimo fez a Vulgata,
tradução do hebraico para o latim, traduziu corretamente qanáni por possédit me
(possuiu-me). A pergunta que se levanta é: qual é o termo correto – criar ou possuir?
A resposta é óbvia: possuir. Basta um pouco de raciocínio para perceber isso. Veja:
Deus é eterno, de eternidade a eternidade. Como ele é imutável, o que ele é hoje,
sempre foi e sempre será. Assim, não há variação em Deus. Então, se Deus é
poderoso, ele é poderoso de eternidade a eternidade. Nunca houve um momento em
ele não tenha possuído poder. Ele não poderia ter criado seu poder, pois isso
significaria que um dia ele não o teve. Ora, o mesmo se dá com a sabedoria de Deus.
Se dissermos que Deus criou sua sabedoria, chegaremos à conclusão que um dia
Deus não teve sabedoria. Daí, vem a pergunta: com que grau de inteligência Deus
percebeu que não tinha sabedoria e que precisaria criá-la? Assim, diante dessa
conclusão ilógica, afirmamos à luz da Bíblia: Deus é sábio de eternidade a eternidade.
Seus atributos são tão eternos quanto ele, pois Deus é o mesmo ontem, hoje e
eternamente. Diante disso, a leitura correta do Provérbios 8:22 deve ser: "O SENHOR
me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas". Para concluir, é
preciso dizer que não se pode afirmar categoricamente que o texto de Provérbio 8:22
faça referência a Jesus Cristo. O texto simplesmente apresenta a sabedoria de Deus
num estilo poético e, em poesia, tudo pode acontecer: a sabedoria grita, ama, trabalha
etc. Seja como for, Provérbios 8:22 não pode ser usado para afirmar que Jesus é uma
criatura. Ao contrário, a Bíblia o apresenta como Criador de todas as coisas (João 1:3;
Colossenses 1:16,17; Hebreus 1:10 com 3:4).
Enquanto que em Daniel 10:13 Miguel é chamado de "um dos mais destacados
príncipes" (TNM), o que nos leva a concluir que ele não é o principal, o primaz, em
Colossenses 1:18 se diz que Jesus tem a primazia.
Mateus 4:10, 11 e Marcos 1:25-27 apresentam Jesus Cristo repreendendo Satanás; mas
em Judas 9 está escrito que Miguel não se atreveu a censurá-lo, ao invés, entregou
para Deus tal responsabilidade. Jesus tem, portanto, diferente de Miguel, a
autoridade absoluta sobre Satã.
Já que Deus disse em Isaías 43:10 que antes dele Deus nenhum se formou e
que depois dele, Deus nenhum haverá, fica evidente que existe somente um Deus.
Tudo o que for além disso é uma falsa deidade. Assim, Jesus não poderia ser um deus
à parte. Além do mais, se Jeová fosse o Deus e Jesus "um deus" (como verte a TNM o
texto de João 1:1), então teríamos dois deuses: um maior (Jeová) e o outro menor
Alguns grupos, como as TJ, se perdem na terminologia das Escrituras, dando
significados errôneos a certos termos aplicados a Jesus Cristo, como por exemplo:
primogênito, unigênito, princípio da criação e Filho de Deus. Tal equívoco se dá
devido ao fato de desconhecerem regras de uma boa hermenêutica (interpretação)
bíblica, e assim, separam esses termos de seu contexto imediato ou local e o geral,
bem como histórico e gramatical, e querem que afirmem aquilo que originalmente
não significavam no texto bíblico. Eis alguns exemplos:
Primogênito (Colossenses 1:15) — Longe de significar nesse texto "primeiro criado"
ou "o primeiro de uma série", o termo "primogênito" é um título que indica
preeminência ou primazia, apontando assim para a soberania de Cristo sobre a
criação, pois segundo os versículos seguintes, ele criou todas as coisas; não podendo
ser, portanto, uma criatura (veja 2.1.3. – letra c). Outro ponto importante é que esse
texto de Colossenses é uma aplicação do Salmo 89:27, que é messiânico.
Originalmente foi aplicado ao rei Davi, que era o caçula de sua família (Salmo 89:20);
no entanto, segundo esse salmo, Deus o colocaria como "primogênito", e explica o
porquê: "O mais excelso dos reis da terra", que equivale ao título "rei dos reis"
(Apocalipse 17:14). Que a idéia de soberania está implícita, basta conferir 1º Samuel
10:1, onde Samuel diz a Davi que Deus o ungiu para ser o líder ou chefe de Israel.
Assim, o termo primogênito fala da posição soberana de Cristo sobre tudo e todos, e
não que ele seja o primeiro de um série.
Unigênito (João 3:16) — Este título fala da singularidade de Jesus Cristo, o eterno
Filho de Deus. Ele é único, não há ninguém semelhante a ele (Judas 4). Essa palavra é
composta por mono (único) + genus (tipo, espécie). A ênfase, portanto, está na
primeira parte: único , o que implica na idéia de singularidade, tal como acontece
com Hebreus 11:17. Neste texto, Isaque é chamado de unigênito de Abraão. Ora,
sabemos que Abraão não tinha apenas a Isaque como filho, não podendo ser ele, a
rigor, o único filho. Aliás, Ismael era o primogênito. Isso mostra, portanto, que o
termo "unigênito" abarca outros significados. Em que sentido, então, Isaque era o
unigênito? Porque ele era o único e singular filho de Abraão. A idéia de um
relacionamento íntimo e diferencial entre pai e filho está implícita na passagem; logo,
não está em questão a ordem de nascimento de Isaque, mas sua posição diante do
pai, sua singularidade. O mesmo se dá com Cristo em relação ao Pai. Sendo, então,
"primogênito" e "unigênito", torna-se o "herdeiro de todas as coisas", sustentando, ele
mesmo, "todas as coisas pela palavra do seu poder" (Hebreus 1:2, 3).
Princípio da criação (Apocalipse 3:14) — A palavra grega arché, traduzida por
princípio em muitas traduções da Bíblia, também significa "governador", "soberano",
"origem". Assim, já que diversas passagens bíblicas atestam a eternidade de Cristo,
posto ser ele o criador e sustentador de todas as coisas (Colossenses 1:16, 17; Hebreus
1:3), fica evidente que entender arché como o "primeiro de uma série", nesse caso em
particular, seria pedir demais. Se ele criou todas as coisas e as sustenta, o termo
"origem" cai como uma luva no contexto imediato e mais amplo. É assim que o termo
princípio deve ser entendido em Apocalipse 3:14. Essa é, aliás, a forma traduzida pela
versão espanhola La Bíblia de Estudio "Dios Habla Hoy". É bom também lembrar que
Os textos apresentados a seguir são bastante usados pelos antitrinitários para
apoiar a idéia de que Jesus não era Deus, pois declarou que o Pai era maior do que ele
(João 14:28); que acerca do dia e hora de sua vinda, somente o Pai sabe (Marcos
13:32); além disso, dizem que se ele orava ao Pai (João 17:1), não poderia ser o próprio
Pai (esta sentença, aliás, os trinitários jamais afirmaram). Esses equívocos decorrem
do fato de desacreditarem de outra grande "riqueza insondável do Cristo" (Efésios
3:8), ou seja, a sua Encarnação: o Verbo, que era Deus, "se fez carne e habitou entre
nós" (João 1:14). A doutrina da Encarnação é tão complexa quanto a doutrina da
Trindade. Mais uma vez vale ressaltar que por mais que tentemos, o ser finito jamais
poderá compreender com perfeição o Ser Infinito, mesmo quando este assume nossa
finitude. Ao assumir a natureza humana, tornando-se "Filho do Homem", Jesus
Cristo assumiu a posição de "servo" (Filipenses 2:6 e 7). Tornou-se "menor" que os
anjos, sem se tornar inferior a eles (Hebreus 2:9). Assim, sua humanidade, como a
nossa, era limitada; mas, por outro lado, ele ainda era 100% Deus, ou seja, ilimitado. E
aí está o grande problema: como compreender que numa única pessoa pudesse haver
duas naturezas opostas naturalmente entre si? Ao mesmo tempo em que dizia "o Pai
é maior do que eu" (João 14:28), também afirmava "Eu o Pai somos um" (João 10:30).
Como resolver essa questão? A coisa não é tão fácil assim. Se alguém achar a resposta
a essa pergunta, também terá descoberto como Deus veio a existir (aliás, ele nunca
veio a existir, pois ele foi, é e sempre será) e explicará satisfatoriamente a Triunidade
Divina. O que precisamos é recorrer ao testemunho das Escrituras para ver o que ela
tem a nos dizer sobre isso, mesmo que indiretamente. Uma passagem reveladora é a
de Mateus 8:23-27. Durante uma tempestade, o texto relata que Jesus dormia, mas,
Deus não dorme. Desesperados, os discípulos acordaram-no, clamando por socorro.
Nesse momento, Jesus acorda, repreende o vento e o mar, e ambos se aquietam. Ora,
o homem não tem esse poder. Segundo os Salmos 65:5-7; 89:9 e 107: 29, somente
Deus, como criador, tem poder sobre as forças da natureza, e Jesus revelou tal poder
(Hebreus 1:3). Percebe-se, portanto, nessa Escritura, a plena humanidade e divindade
de Jesus Cristo. Ele tornou-se humano, sem deixar de ser Deus. Era Deus, assim como
o Pai e o Espírito Santo, mas também era verdadeiro homem. Alguns objetam
afirmando que Moisés abriu o Mar Vermelho, e nem por isso era Deus (Êxodo 14). O
mesmo se deu na travessia do rio Jordão, sob o comando de Josué (Josué 3). Mas,
quem foi que disse que Moisés abriu o Mar Vermelho? Segundo o livro de Êxodo,
Deus mandou Moisés erguer um bastão e estendê-lo sobre o mar (14:16), e no
versículo 21 diz que foi o próprio Deus, por meio dum forte vento, que fez o mar
retroceder. O Salmo 114 poeticamente mostra que os acontecimentos ocorridos tanto
no Mar Vermelho, quanto no rio Jordão, foram promovidos pelo senhor do vento e
do mar: Deus. Assim, precisamos ler os textos abaixo tendo em vista o ensinamento
bíblico da dupla natureza de Cristo.
1. João 14:28 — Quando Jesus disse "o Pai é maior do que eu", subentende-se a sua
posição de servo, de humilhação à qual ele se submeteu voluntariamente, nada tendo
haver com sua essência, sua natureza divina (Filipenses 2:6-8; Atos 8:33; 2 Coríntios
8:9). Nessa posição, segundo a Bíblia, Jesus também era menor que os anjos (Hebreus
2:6-9), pois em relação aos humanos, os anjos são "maiores em força e poder" (2ª
Pedro 2:11). Sendo menor que os anjos, Jesus podia dizer — sem prejuízo para sua
natureza divina — que o Pai era maior do que ele.
natureza que o Pai, que ambos sejam de fato um, mas que Jesus apenas frisava sua
unidade de propósito e pensamento com o Pai. A base bíblica apresentada é a de João
17:11, 21, 22, onde Jesus em oração pede que todos os seus discípulos sejam um,
assim como ele e o Pai são um. Argumentam que isso não significa que os discípulos
serão a mesma pessoa ou que possuirão a natureza divina. Mais uma fez enfatizamos
que a idéia de serem os dois, Pai e Filho, a mesma pessoa, jamais estará em questão.
Quanto à idéia de unidade de propósito e pensamento, dizemos que esta está
presente em ambas as passagens. Todavia, segundo o contexto de João 10:30, há
muito mais incluído do que simplesmente "unidade de propósito e pensamento".
Acompanhe os seguintes raciocínios...
1º — Nesse capítulo, Jesus fala diversas vezes de suas ovelhas. No versículo 28 ele
diz que dá a essas ovelhas a "vida eterna" e que elas jamais seriam destruídas (ou
pereceriam). Pergunta-se: Poderia uma criatura, por mais importante que fosse ,
conceder a outras criaturas a vida eterna e a indestrutibilidade? Não é somente Deus,
o Eterno, a fonte da vida? (Salmo 36:9; Atos 17:27, 28). Contudo, Jesus disse de si
mesmo: "Eu sou a ressurreição e a vida" (João 11:25). Disse mais: "Eu sou o caminho,
a verdade e a vida" (João 14:6). Seria pedantismo demais para um arcanjo, uma
criatura, mesmo que fosse "o segundo maior personagem do universo", afirmar tudo
isso; porém, não o seria para aquele que, junto com o Pai e o Espírito Santo, vive e
reina para sempre. Portanto, pelos versículos precedentes a João 10:30, fica claro que,
se o Pai e o Filho são fontes da vida, então Jesus foi além da "unidade de propósito e
pensamento" ao dizer "Eu e o Pai somos um". Vale a pena lembrar que, por mais que
nos esforcemos, jamais conseguiremos ser a ressurreição, a verdade e a vida. Assim,
devemos nos contentar com nossa "unidade de propósito e pensamento" para com
Deus. Já Jesus Cristo, além do que temos (e num grau mais elevado e incomparável),
também possui "toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9).
2º — Diante da frase "Eu e o Pai somos um", a reação dos judeus foi imediata:
acusaram a Jesus de blasfêmia, pois, sendo homem, fazia-se Deus a si mesmo (João
10:33). Eles entenderam exatamente o que Jesus queria dizer com aquele "um". Não
faria sentido acusá-lo de blasfêmia pelo simples fato de expressar com a palavra "um"
uma "unidade de propósito e pensamento". Na Tradução do Novo Mundo, João 10:33
é vertido assim: "Nós te apedrejamos, não por uma obra excelente, mas por
blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um homem, te fazes um deus". A frase mal
traduzida "te fazes um deus" tenta suavizar a força das palavras de Jesus, que
evidentemente igualou-se ao Pai. Ademais, a acusação de blasfêmia só faria sentido
para os judeus se Jesus se fizesse igual a Deus, o Pai, e não a "um deus", termo mais
do que genérico nessa péssima tradução. É importante ressaltar que numa outra
ocasião Jesus falou aos judeus dizendo: "Meu Pai tem estado trabalhando até agora e
eu estou trabalhando" (João 5:17 – TNM). Diante disso, alguns dos judeus queriam
matá-lo, e uma das razões apresentadas foi a de que ele chamava Deus de Pai,
"fazendo-se igual a Deus" (João 5:18 – TNM). Percebe-se, portanto, que em ambas as
passagens (João 10:29-33 e 5:17, 18) as declarações de Jesus sempre são entendidas
como afirmações de igualdade com o Pai, ou seja, ele afirma fazer aquilo do qual
somente o Ser Supremo é capaz (compare com Marcos 2:5-11). Assim, se Jesus não
fosse tudo aquilo que afirmou ser, direta ou indiretamente, não passaria de um
impostor, mentiroso e megalomaníaco.
6. Espírito Santo
a) É Deus, como o Pai e o Filho (Atos 5:3:4). Compare com Atos 16:31, 34.
a) Mateus 3:11 – João Batista disse que Jesus batizaria com o Espírito Santo, assim
como ele batizava em água; portanto, assim como a água não é pessoa, tampouco
seria o Espírito Santo. Refutação: É possível se batizado numa Pessoa, sem que ela
perca sua identidade pessoal.
Romanos 6:3 (batizados em Cristo/batizados em sua morte)
b) 2ª Coríntios 6:6 – O Espírito Santo é incluído entre várias outras qualidades, o que
indicaria que não se trata duma pessoa (Efésios 5:18; Atos 6:3; 11:24 e 13:52)
c) Atos 2:4 – Os 120 discípulos ficaram cheios duma "força ativa" não duma pessoa.
Refutação:
Efésios 1:23 diz que Deus "preenche todas as coisas", o que concorda com Atos 2:4.
Romanos 8:11 diz o Espírito Santo mora ou reside em nós, assim como Efésios 3:17
diz que Cristo reside em nossos corações, da mesma forma que João 14:23 também
fala da habitação em nós tanto do Pai, quanto do Filho. Nada disso faz com que o Pai
e o Filho deixem de ser pessoas.
d) Atos 13:12 – O fato de a Bíblia dizer que o Espírito Santo fala, isso não prova sua
personalidade, pois outros textos mostram que isso era feito através de seres
humanos ou de anjos.
Refutação:
Atos 3:21 mostra que Deus não falou diretamente, mas por meio da boca dos seus
profetas, assim como se diz do Espírito Santo (Atos 28:25).
Comparar Mateus 10:19, 20 com Lucas 21:14, 15 e Jeremias 1:7-9.
e) Lucas 7:45, Romanos 5:14, 21, Gênesis 4:7 – Estes textos mostram que coisas
abstratas, como a sabedoria, o pecado e a morte são personificados; o mesmo se dá
com o Espírito Santo.
f) Atos 7: 55, 56 – Estevão só viu o Pai e o Filho, não diz ter visto o Espírito Santo.
Refutação: Estevão não podia ter visto o Espírito Santo pelo fato deste estar na terra
cumprindo a sua missão, uma vez que fora enviado pelo Filho, que por sua vez fora
enviado pelo Pai. Jesus disse que a menos que Ele próprio fosse embora, o Espírito
Santo não viria. Assim sendo, quando Jesus voltou ao céu, enviou o Espírito, razão
pela qual Estevão não poderia tê-lo visto. (Ver João 16:7, 8).
7. A fórmula batismal
Afirma-se que "Pai", "Filho" e "Espírito Santo" são apenas "títulos", não "nomes
próprios", mas que Jesus é "um nome próprio". Refutação: Se fizéssemos distinção
entre "nome" e "título" na Bíblia, não poderíamos entender os nomes bíblicos, porque
seus nomes eram seus títulos. Em Gênesis 29:32, por exemplo, "Rubem" (nome
próprio) literalmente quer dizer "um filho", mas "filho" é um título segundo o
Unicistas. Jesus (nome próprio) significa "Salvador" (Mateus 1:21), o qual também é
um título.
Ensina-se que em Mateus 28:19 se usa a palavra "nome" (singular) e não "nomes"
(plural). Refutação: A Bíblia muitas vezes usa a palavra "nome" (singular) para
referir-se a mais de uma pessoa. Veja este exemplo: Gênesis 5:2 ¾ "Homem e mulher
os criou, e os abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia em que foram
criados". Veja também Gênesis 11:4 e 48: 6, 16.
Alega-se que os apóstolos nunca batizaram "em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo", mas somente "em nome de Jesus".
exemplo: "E, pondo-os perante eles, os argüíram: Com que poder, ou em nome (= na
autoridade ou da parte) de quem fizestes isto?" (Atos 4:7). Veja também João 16:23-26;
1ª Coríntios 1"13-15 e Colossenses 3:17. Assim, a frase "em nome de" não tem nada
que ver com uma fórmula mágica que alguém diz durante cada ação. Quando a
Bíblia diz que alguns foram batizados "em nome do Senhor Jesus Cristo" (Atos 2:38;
8:16; 19:5), não quer dizer que os apóstolos literalmente recitaram a frase: "Eu te
batizo em nome do Senhor Jesus Cristo" , antes, porém, que as pessoas foram
batizadas em obediência à ordem de Jesus, isto é, de acordo com o ensino de Jesus.