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Transcrição da entrevista

Entrevistada: Débora (coordenadora do grupo SOMIC – paróquia São Francisco)

Entrevista dia 09/03/2020 às 17:00

Nome, idade e profissão

Débora: meu nome é Francisca Débora de Sousa, tenho 25 anos e sou professora da
educação infantil.

Você vem de família católica?

Débora: sim, meus pais e meus avôs são todos católicos.

Quantos de sua família participam ativamente da igreja?

Débora: ativamente só eu mesma, tem os outros que participam das missas, mas que
participa de pastoral, de grupo é só eu.

Há evangélicos na sua família?

Débora: não.

Como foi sua trajetória dentro da igreja até chegar à coordenação do grupo?

Débora: eu iniciei é... fiz Primeira Eucaristia né, aí me mantive afastada por um tempo.
Aí depois com 13 anos eu comecei no grupo nesse grupo que eu ainda to hoje. Eu vou
contar como fui convidada e tudo: foi um colega meu de escola que fez o convite na
sala de aula, que ele já participava do grupo, e aí ele convidou para todo mundo eu me
senti interessada e vim. Eu não tinha nem noção do que era né, sobre o que era o grupo,
eu só queria participar de alguma coisa da igreja, aí eu vim com 13 anos comecei a
participar do grupo. E aí depois com 15 anos fiz a crisma e continuei sempre no grupo,
depois me afastei uma época quando eu tava na faculdade, mas retornei e já retornei de
novo como coordenadora.

Foi batizada com que idade?

Débora: eu era bebê, não sei bem a idade. E a crisma com 15 anos.

Confessa-se com que frequência?

Débora: acho que umas 4 vezes durante o ano.

É dizimista?

Débora: Sou, mais no momento não tô contribuindo, dei uma pausa por questões
financeiras mesmo, mas eu vou retornar, se Deus quiser.

O que é SOMIC?
Débora: SOMIC significa Somos Missionários de Cristo, a sigla em si. É um grupo
formado por jovens, a coordenação também é composta pelos jovens, e é um grupo de
apoio para as pastorais, movimentos e para as comunidades, é um grupo mais de
animação e missionário principalmente missionário.

Como surgiu, onde e quando? Mais ou menos a historia do grupo.

Débora: o grupo ele iniciou com a infância missionária, e aí como as crianças da


Infância Missionária estavam crescendo e não queriam sair do grupo, então resolveram
criar um outro grupo que eles pudessem continuar né. Da infância missionária não tem
mais nenhum, já tão todos adultos, com suas famílias e tudo, tem apenas alguns que
ainda frequentam o grupo mas não participam ativamente, porque como é uma coisa que
vem desde a infância deles eles não conseguem sair, tem apego com o grupo, eles
visitam, participam de alguns encontros e tudo, convivem com os outros participantes
atuais, mas não participam mais ativamente. E eu também não era dessa infância, entrei
no grupo já depois, quando já era formado mesmo, e aí se sentiu essa necessidade né, de
se formar um grupo para as crianças que fossem saindo da infância missionária
permanecer em um grupo. E aí foi feito uma votação dentro do grupo pra escolher o
nome, e aí foi escolhido esse nome, SOMIC, Somos Missionários de Cristo e desde
então foram entrando várias pessoas, se formando no grupo, crescendo, virando adulto
mesmo, saindo e entrando novos participantes. Esse grupo começou no ano de 2003,
mas assim, a coordenadora mesmo do grupo, a fundadora do grupo, ela disse que foi em
2003, mas tem outros participantes que era da infância que diz que foi em 2005, mas
ficou essa duvida né, mas como a coordenadora disse que foi 2003, então vamos dizer
que foi 2003 mesmo que o grupo começou, o SOMIC mesmo. Surgiu aqui na paróquia
mesmo e só tem esse grupo, não é assim como a PJ e vários outros grupos, é um grupo
único, não tem como formar outro SOMIC em outro canto. Às vezes a gente até vai pras
missões nas comunidades e as pessoas da comunidade ficam pedindo para criar um
grupo desse lá, só que não, a gente anima os grupos que já existem, entendeu? Se tiver
um grupo de jovens a gente dar uma força sabe, da aquela animação na comunidade pra
que eles continuem, não criar outros né.

Como você conheceu o grupo?

Débora: foi como já falei né, foi um convite de um colega de sala.

Como chegou a coordenação?

Débora: acho que foi pelos anos que eu tava no grupo, eu comecei com 13 anos e
quando eu já tava com meus 17 anos por aí, eu já tava assim meio à frente do grupo, aí
18,19 teve as épocas sabe, porque a coordenação não é composta só por uma pessoa, e
tempos em tempos vai trocando, fica um, fica outro, volta. No meu caso eu fiquei a
frente um tempo e saí, e aí até que hoje eu tô na coordenação juntamente com mais 3
pessoas, e aí tem a fundadora né também que tá sempre nos orientando, que a gente tá
sempre indo até ela, às vezes quando o grupo tá meio assim balançado a gente vai lá, a
gente conversa ela tá sempre apoiando o grupo. Mas quem resolve as coisas, quem vai
reunião, faz parte do conselho, da liturgia tudo é a gente da coordenação, só mais nesses
casos mais específicos que a gente recorre a ela.
Qual a importância do grupo dentro da paróquia?

Débora: como é um grupo de jovens né, eu enxergo assim como a força da Paróquia, a
juventude que às vezes é tão afastada. A gente faz missões, missões nas comunidades,
animando as comunidade, participa dos noitários, a gente participa da liturgia na missa,
a gente faz eventos como a Paixão de Cristo, a gente faz a encenação da Paixão de
Cristo, que é composto a maioria é do SOMIC e também da PJ, participamos do coral
também da igreja, do coral dos jovens, alguns do SOMIC e alguns da PJ, sempre nessa
parceria né, dividindo às vezes na festa na festa do Padroeiro, às vezes não sempre né,
na festa do Padroeiro a gente participa, ajuda na organização da festa, todas essas
questões, festa junina tudo a gente tá envolvido, tá participando, tá ajudando a paróquia
de alguma forma.

São mais ou menos quantos no grupo?

Débora: assim né, no grupo se a gente for levar pela base mesmo é uma faixa de 30, só
que assim pra vir pras reuniões, que participa da liturgia e tudo já diminui a metade, mas
se a gente fizer um evento vem mais de 30, até os que não são do grupo, mas ativamente
é na faixa de 15,20 por aí, e fora os que já saíram mais ainda são agregados, saiu mas
não saiu, tem também os pais, que quando a gente vai pras missões sempre tem o
acompanhamento dos pais, alguns pais acompanham o grupo.

Qual a faixa etária mais ou menos?

Débora: é de 12 anos até quando quiser, eu já tenho 25 né, aí tira por aí, eu sou um das
mais velhas né, mas tem uns da minha da minha idade também, aí é bem diferenciado,
mas começa dos 12.

Como os outros grupos veem o SOMIC?

Débora: Eu imagino que a gente como grupo de jovens é visto como uma parceria, pelo
menos eu com a Janice a gente sempre buscar essa parceria, às vezes podem até surgir
conflitos por serem jovens né, mas a gente sempre tenta buscar a parceria entre os dois
grupos. Às vezes a gente realiza apresentações, a gente junta os dois grupos pra se
unirem mais, então acho que como apoio, e as outras pastorais sempre estão buscando a
gente, às vezes pra fazer uma liturgia assim diferente, fazer uma apresentação, eles
buscam a gente, eu acho que eles vem a gente como apoio na igreja.

Qual a missão do grupo?

Débora: a missão do grupo é evangelização, fazer missão e apoiar os grupos já


existentes da Paróquia e principalmente das comunidades. Do ano passado pra cá é que
a gente não fez muitas missões nas comunidades, mas a gente também faz missões
diocesanas, participa das missões diocesanas, não o grupo todo, mas algumas pessoas
vão.

Qual a importância dos jovens para o grupo?

Débora: é de suma importância, é um grupo formado por jovens e a gente tenta acolher
todos os jovens que buscam, às vezes até que não é do grupo, mas que a gente conhece
assim da comunidade daqui, que a gente vê que tá passando por alguma situação, a
gente tenta ajudar de alguma forma, acho que a juventude é muito importante.

Como é o trabalho do grupo com jovens? Como são as reuniões do grupo?

Débora: pronto, as reuniões são assim: o grupo ele é dividido em dois grupos, dois
subgrupos, porque é muita gente e aí a gente acaba dividindo em dois, aí a coordenação
se divide, fica uma pessoa para um lado e outra para o outro lado. E as reuniões são
feitas por eles mesmos, pelos jovens que participam, não é tipo eu vou fazer uma
reunião e como coordenadora vou preparar tudo para os jovens, não, são eles mesmos
do grupo que se reúnem. A gente tem todo um roteiro, tem a oração, a contextualização
bíblica, aí traz um tema para discutir, aí traz uma dinâmica, ou se a gente quiser fazer
uma reunião mais espiritual só com oração, ou rezar um terço, que a gente também reza
muito terço, ou fazer uma formação só sobre missão, ou também a gente gosta muito de
coisas diferentes, umas reuniões em um lugar diferente, tipo na exposição, não acontece
só aqui, a gente faz na exposição, a gente faz no seminário, às vezes a gente pede para
fazer no seminário, lá na capela do santíssimo, faz um momento espiritual, de adoração,
bem diferenciado e são eles mesmos que preparam, a gente só orienta né, dá ideias
também, mas é tudo é um só, são todos eles que trazem as ideias.

Vocês tem um dia específico pros encontros?

Débora: sim, a gente se reúne aos sábados às 17:30.

Quais seriam os grandes obstáculos para a evangelização dos jovens hoje?

Débora: Eu acho que o grande obstáculo são os próprios jovens que colocam, às vezes
o missionário ele bate na porta, às vezes um convite, faz o convite, mas o jovem tá tão
acomodado, tá tão no seu lugar que ele não quer sair, ele não quer a reunião, às vezes as
pessoas do próprio grupo tão desanimadas, às vezes tem as pessoas do grupo que passa
dias, semanas sem vir pras reuniões, aí quando a gente se depara com essa situação a
gente vai na casa deles, conversa, chama de volta né, porque a gente não quer perder os
que a gente já tem, a gente presa muito pelos que a gente já tem. E o objetivo assim não
é tá buscando mais e mais pra participar do grupo, mas é só animar aquele jovem pra ele
participar de alguma coisa, às vezes não é do grupo, as vezes não tem aquele carisma de
participar do SOMIC, mas a gente tem a PJ, tem também a catequese, pra ser catequista,
tem um grupo agora da perseverança que é dos meninos que saíram da crisma, então
tem vários lugares que eles podem se encaixar né, a gente tenta só buscar, às vezes
também durante a paixão de Cristo que vem muitos jovens, às vezes tem uns que não
são do grupo, que vem só pra participar da paixão de cristo a gente tenta cativar né,
para que eles permaneçam de alguma forma participando.

O que é um jovem cristão hoje?

Débora: Eu acho que o jovem cristão é aquele que se preocupa com os outros jovens e
com os outros em si né, é que eu percebo muito dos meninos do grupo essa preocupação
com a sociedade principalmente nas questões dessas doenças psicológicas né, eles se
preocupam muito em relação a isso, às vezes a gente tem um jovem que tá passando por
alguma dificuldade e a gente se comove, a gente reza dentro do grupo e a gente também
busca ajudar de alguma forma, faz uma visita, faz uma reunião porque às vezes a gente
faz reunião nas casas também. Então o jovem cristão hoje em dia é o preocupado, não
aquele jovem que vive para se divertir assim, é um jovem que se preocupa com o que tá
acontecendo na sociedade, eu acho que é isso, que tem essa visão, mas que também
busca a diversão né, principalmente pela animação é que a gente consegue cativar os
outros e consegue construir algo através dessa animação que a gente tem.

O que é ser um jovem católico hoje?

Débora: acho que eu já respondi no jovem cristão.

O que é que faz o SOMIC ser diferente dos demais?

Débora: primeira coisa que é um grupo único, não tem outras SOMIC né, acho que isso
é uma diferença. Outra coisa são as gerações dentro do grupo que vem desde 2003 pra
cá né, faz 17 anos e aí então foram crescendo várias gerações dentro do grupo e a gente
vê a mudança na vida daquelas pessoas que passaram do grupo, hoje são pessoas
casadas que continuam na igreja, que tem os seus empregos, ou seja, são pessoas que
tiveram bom rumo na vida, eu acredito que o grupo tem uma grande influência nisso,
porque eu sei que o grupo me já me influenciou muito na minha vida, em questão de
trabalho mesmo, porque era uma pessoa muito tímida e a parir do grupo foi que eu
comecei a me desenvolver mais, conversar mais, saber me expressar, e isso me ajudou
muito até no meu trabalho, nos meus estudos, tudo. Então eu acho que isso faz a
diferença no grupo, talvez não seja uma diferença dos outros grupos, talvez os outros
grupos também fazem esses tipos de coisa né, a diferença é porque é essa geração né, já
existe há muito tempo e aí deu pra gente perceber o que ele ocasionou na vida das
pessoas né. Eu que participo a muito tempo e ainda to, dá para mim ter sua visão do que
aconteceu.

Quais os principais valores do grupo para os jovens?

Débora: isso é basicamente o que eu já falei mesmo né.

Você estuda ou trabalha?

Débora: sim, eu estudo e trabalho. Eu terminei a faculdade de pedagogia em 2017 e


agora como já tá com muito tempo que eu não estudo eu tô fazendo um pré vestibular
para mim tentar fazer a faculdade de psicologia que era o que eu sempre quis mesmo e
trabalho em uma escola.

Como você faz a evangelização no trabalho, escola ou universidade? Você tem essa
preocupação de falar do grupo fora daqui?

Débora: sabe que não!? Porque no meu trabalho agora a maioria é evangélica e eu
gosto muito de ter esse respeito. E onde eu estudo eu comecei agora, então não tenho
nem contato ainda com as pessoas lá, tá só com duas aulas que eu fui, na segunda aula
que foi sábado agora eu entrei na sala quase que eu saí porque eu não tava conhecendo
ninguém, a sorte é que tem 3 pessoas do grupo.

Dentro da igreja o grupo já enfrentou adversidades?


Débora: sim, acho que todo o grupo né, mas questões mesmo do grupo de afastamento
das pessoas, de ter uma recaída na quantidade de pessoas no grupo, de ter só uma tem
umas 10 pessoas segurando o grupo mesmo pra ir pras celebrações, pra participar da
liturgia, pra participar dos eventos e aí essa quantidade era pouco, mas eram fortes,
segurou o grupo e até que aumentou mais a quantidade e continuar na qualidade.

Como é o relacionamento de vocês com o pároco daqui? Quem é o padre daqui?

Débora: é o padre José Wilson. É muito boa, ele nos apoia sempre quando a gente
precisa de alguma coisa ele apoia, na paixão de cristo ele sempre apoia agente em
questões financeiras, em questões mesmo de aconselhamento, ele sempre tá presente.
Ele admira muito o grupo também e sempre os párocos que vem eles tem essa visão
com o grupo né, eles veem que é um grupo forte, que é um grupo que merece o apoio
né. E com relação ao bispo, ele reconhece também o grupo e ele vê sabe, ele sempre se
admira, principalmente quando é na época das festas aqui né, de São Francisco e que ele
vem, que ele vê mais a gente, a quantidade, que nas festas aparece gente até que não tá
mais no grupo, mas que ainda tá, que tá mas que não tá, que vem só pra ajudar, aí é
muita gente, passa dos 30 e a gente sempre ajuda na procissão, é do nada, acho que todo
mundo sabe e nem precisa avisar que é pra vir, todo mundo já vem e se reúne, organiza,
organiza a procissão e o bispo até comenta né, às vezes olha que grupo forte, que grupo
animado, que organiza, só jovens né. E o padre também fala pra ele, eu ajudo na
coordenação das missões em relação ao forania I, eu e uma moça da Paróquia São José,
aí o padre até coloca pro bispo, olha aqui a gente tá até na diocese. E também a gente
sempre tá participando das missões diocesanas, o grupo é bastante reconhecido nas
missões, inclusive sempre colocam o SOMIC assim como uma força né nas missões, o
SOMIC é um grupo forte, sempre manda missionários bons, que sempre faz o trabalho
direito né, que dá conta, mesmo quando a gente manda uma pessoa que nunca foi para
missão diocesana a gente já manda preparado e que já tenha participado de muitas
missões aqui, nunca teve reclamação, acho que e agente é bem reconhecido na diocese.

Pois é só isso mesmo viu, obrigada.

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