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No dia 07 de junho de 2021, às 8hs da manhã, minha mãe foi chamada à casa de

Ammir, que era esposo de sua filha falecida em abril, Cristiane. O mesmo fez uma série
de perguntas à minha mãe a partir de relatos que teria ouvido de Gilcélio, marido de
Cristina, um dia antes, no domingo, enquanto trabalhavam em uma padaria. Dentre as
coisas ditas por Gilcélio, segundo o mesmo que poderia provar “caso elas quisessem
chamar, pois não tem medo de ninguém”, a de que tivesse “cuidado com os papéis
que o Emanuel vai levar para tu assinar porque ele quer a guarda do Matheus para
ficar com o dinheiro”, que “vão ficar com o dinheiro e vão fazer compras e jogar lá na
tua sala” etc. Por várias vezes, segundo Ammir, referiu-se à minha mãe como “aquela
velha” e à minha irmã, Érika, como “aquela nega véa”. No mesmo dia, à tarde, fui à
casa de minha mãe e Cristina estava na cozinha da casa em que mora (que é de
propriedade de minha mãe), que dá para a rua (o quarto fica ao final), e perguntei-lhe,
educadamente: “que história foi essa que o Gilcélio foi dizer para o Ammir que eu ia
querer a guarda de Matheus?” Onde foi que foi dito isso?”. Ela indagou: “O gilcélio
disse? Não, não foi bem assim. Entra aqui que eu vou te contar”. Ao que eu respondi:
“não, não vou entrar não. Cristina, é bom parar com essas conversas, a mãe já está
fragilizada por dois lutos, saúde debilitada, vamos parar com essas conversas”. Nesse
exato instante, ela já começou a gritar, pois a mesma não sabe conversar
educadamente. Gritou que era mentira, que podia chamar ele, e fui dizendo que ela
não precisava gritar porque estava ao meu lado, mas isso não foi suficiente para que
ela falasse de modo civilizado. Foi aí que eu disse que iria fazer um BO porque temia
que ela fosse inventar coisas para Gilcélio, aumentando o que estava sendo dito, e ele
fosse atrás de confusão, ao que ela respondeu, gritando e batendo na parede: “pode
ir, pode ir, vá”. Nisso, foi dizendo várias vezes, aos gritos: “seu viado incubado, pode
ir”, no claro intuito de me ridicularizar frente aos vizinhos. Respondi-lhe que “não era
incubado” e que tinha muito orgulho de minha sexualidade. À medida em que seus
primeiros gritos foram dados, minha mãe e minha irmã saíram, assim como vários
vizinhos, e tentaram saber o que era e viram Cristina gritando cada vez mais alto. Sua
filha, do quarto, gritava para que ELA parasse com ela confusão, que ela, Tainara, não
aguentava mais tanta confusão feita por eles, seus pais, que por onde já passaram
(Timbó, Pajuçara, Jereissate) se envolveram em diversas confusões com vizinhos.
Registre-se que nesse dia, 07 de junho, a mesma já estava sem falar com minha mãe e
irmã havia mais de uma semana, tendo, inclusive, feito uma pequena confusão com as
duas no dia seguinte ao enterro de minha outra irmã, no dia 30 de abril. Quano minha
mãe e minha irmã saíram, então, ela continuou a gritar, a dizer que a vida de minha
mãe e de minha irmã falecida era “fofocar dela na janela” (referindo-se à janela do
final da casa), gritando ainda mais quando minha mãe estava ali. Disse que não queria
confusão e nem saber mais de fofocas envolvendo meu nome. Entramos para a casa
de minha e Cristina continuou a gritar por pelo menos mais meia hora, sem ser
possível entender o que ela estava dizendo. No dia seguinte, pela manhã, fiz um BO
eletrônico porque temia o que seu marido e ela pudessem vir a fazer, e providenciei a
troca da fechadura do portão da casa de minha mãe, uma vez que ela tinha a chave e
temia qualquer empreitada vingativa. Na quarta-feira, dia 09 de julho, fui visitar a
minha mãe, na parte da tarde, e quando estava entrando no carro, Gilcélio ia
chegando do trabalho e disse com todas as letras: “Emanuel, quando a Tainara ficar
boa vou quebrar a tua cara no meio da rua”. Perguntei-lhe se estava me ameaçando e
ele repetiu: “quando a Tainara fica boa a gente se acerta e vou quebrar sua cara”.
Minha irmã, Erica, estava na calçada, assim como minha mãe e ouviram tudo. Sua filha,
Tainara, gritou de dentro da casa pedindo para que ELE parasse de confusão, mas
Cristina, vendo tudo, bebia um copo de água e estava sorrindo da situação, num claro
tom de deboche. Eu respondi a ele que não queria conversa com ele, que a conversa
seria na frente do delegado, e ele disse: “pode ir, viado tem que ir mesmo à
delegacia”. Fui embora da casa de minha mãe. No outro dia, 10 de junho, registrei BO
presencialmente na delegacia de Maracanaú e informei ao escrivão que queria dar
prosseguimento à ação. Entre esse dia e o dia da intimação de Gilcélio devem ter
passado entre cinco e seis semanas. Nesse tempo, fui algumas poucas vezes à casa de
minha mãe e nada se deu, nem mesmo lançar meu olhar para a casa que ela mora o
fiz, estacionando meu carro mais longe do portão da casa dela. Apesar disso, seu
marido, todas as vezes que passou pela minha irmã Erica desferiu cuspes em sua
direção, em claro tom intimidatório e racista, chegando mesmo a jogar a bicicleta pra
cima dela quando a viu em uma rua do bairro. Numa segunda a noite, vendo que Erika
estava conversando com vizinhas, Cristina começou a gritar da sua casa alto, com
palavras de baixo calão contra Erika, para que as vizinhas escutassem. Uma delas
afirma ter escutado seu marido dizer algo como “já falei para tu dar ... nela”, o que fez
Erika pensar se tratar de uma “surra”. Pois bem, no dia em que a intimação chegou à
sua casa, Gilcélio foi à delegacia saber do que se tratava e, ao saber do escrivão o
assunto, confirmou a ameaça (o que fez depois no próprio depoimento dado), mas
disse ter sido porque eu havia chamado Cristina de “vagabunda”, o que não
aconteceu, tendo sido eu o ofendido, diversas vezes, por ela e reiteradamente
ameaçado por ele. Chegando o dia dos depoimentos, na delegacia, foi numa terça, no
final de julho (pode se ver no processo do TCO), fui informado de que a alegação dela
iria ser remetida à delegacia da mulher. Dei meu depoimento, assim como Erika, e
fomos para casa. No sábado seguinte, chegando à casa de minha mãe com ela no
carro, Gilcélio, que ia no final da rua trabalhar, ao ver-me deu a volta e parou na
calçada, na porta de sua casa, e chamou Cristina. Ela perguntou-lhe: “que é?” e ele,
rindo em tom de ironia, disse: “nada não, só olhar aqui mesmo”, e deu uma risada, no
objetivo claro de me intimidar. Nada falei. E desde o dia 07 de junho, quando fui falar
com ela, não lhe dirigi mais a palavra, não olhei para a frente de sua casa e não
procurei saber nada que diga respeito a eles. Minha mãe, contudo, tem sofrido com
receio dos perigos que os dois oferecem a nós, preferindo vir à minha casa para que
não se encontre ou cruze com eles. Como a casa é de minha mãe, como não cometi
nenhum crime de que sou acusado (chama-la de vagabunda) e nem ofereci/ofereço
perigo a ninguém, peço a revogação do item da distância de 100 metros, uma vez que
a mesma mora em terreno que pertence à minha mãe.

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