Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Universidade Save
Maxixe
2019
1. Introdução
1.4. Metodologia
2.1. Conceituação
De acordo com Laufer e Tucker (1987), o planeamento pode ser definido como um
processo de tomada de decisão realizado para antecipar uma desejada acção futura
utilizando, para isto, meios eficazes para concretizá-la.
Segundo Ackoff (1970), o planeamento é algo que fazemos antes de agir, isto é, a
tomada antecipada de decisões. Destaca ele, ainda, a necessidade do planeamento de um
empreendimento, ao afirmar que o planeamento é necessário quando a consecução do
estado futuro que desejamos envolve um conjunto de decisões interdependentes, isto é, um
sistema de decisões.
Já Formoso (1991), entende que o planeamento é um processo gerência de tomada
de decisão, no qual se envolve o estabelecimento de metas e a determinação de meios para
atingi-los, sendo efectivo quando o mesmo possui um controle.
É importante ressaltar que o planeamento ocupa uma posição central nas funções do
gerente. Suas responsabilidades podem variar de acordo com a filosofia organizacional e
com as contingências, mas o planeamento invariavelmente permanece um ingrediente
essencial de seus deveres (LAUFER E TUCKER, 1987).
Além disso, segundo Laufer e Tucker (1987) o planeamento e o controle são duas
actividades indissociáveis e integradas em um mesmo ciclo. O planeamento é a conexão
entre o controle da produção e a estruturação do trabalho. Sem ele, não se pode garantir que
o trabalho designado está sendo executado para cumprir os objectivos da obra (BALLARD
E HOWELL, 2003).
Desta forma, segundo Araújo e Meira (1998), para que os objectivos de uma
empresa sejam alcançados, dentro da máxima eficiência, é indispensável que a empresa
obtenha harmonia entre os recursos físicos e financeiros, através do planeamento racional,
para se obter uma definição precisa dos recursos necessários, compatíveis com os prazos e
custos. Vale salientar que deficiências na administração da produção podem ocasionar falta
ou excesso de mão-de-obra e materiais, atrasos e interrupções na produção.
De acordo com Lustosa et al. (2008), relacionar estes aspectos traz como
consequência o aumento da importância de aperfeiçoamento dos sistemas de produção.
Assim, na busca por excelência, percebe-se a influência das três funções do PCP: o
planeamento, a programação e o controle - principais macros actividades. Ao comandar,
coordenar e controlar o processo produtivo, tais funções são indispensáveis para a
sobrevivência da empresa (RESENDE e SACOMANO, 2000).
Segundo Formoso (2002), apesar de ter trazido benefícios, o TQM atende apenas de
forma parcial às necessidades das empresas. Os conceitos, princípios e ferramentas desse
método não contemplam, com a devida profundidade, a eficiência do sistema de produção.
Desta forma, nos anos 90, como solução para o problema supracitado, um novo
referencial teórico foi construído para a gestão de processos na construção civil com o
objectivo de adaptar alguns conceitos e princípios gerais da área de Gestão da Produção às
peculiaridades do sector. Esse conceito é denominado de Lean Construction (Construção
Enxuta), por se basear no paradigma da Lean Production (Produção Enxuta), que se
contrapõe ao paradigma da produção em massa (Mass Production), cujas raízes estão no
Taylorismo e Fordismo (NOBRE, 2008).
Essas ideias, porém, surgiram no Japão nos anos 50, a partir de duas filosofias
básicas, o próprio TQM e o sistema do Just in Time (JIT). A aplicação de maior sucesso
dessa combinação ocorreu no Sistema de Produção da Toyota, no Japão (SHINGO, 1996).
Nascido na indústria automotivo, apenas recentemente se iniciou um movimento para
estender esse conceito a outros sectores da actividade económica.
Os princípios da Construção Enxuta podem ser introduzidos nas empresas
construtoras por meio de técnicas e ferramentas de gestão e o planeamento e controle da
produção é uma delas. Nos últimos anos, alguns importantes avanços nos PCP das
empresas de construção têm sido apresentados pela bibliografia da área, principalmente
através da aplicação do método Last Planner (planeamento de curto prazo) de controlo de
produção (KUREK et al., 2005).
Uma vez estabelecido como a obra será realizada em cada uma de suas etapas e, o
que, e quanto será executado a cada período de tempo considerado, a próxima fase da
programação determina os recursos financeiros necessários para o cumprimento da
programação física. Esta fase é chamada de programação de distribuição de recursos, que é
concretizada por intermédio do Cronograma Financeiro (Queiroz, 2011).
O cronograma financeiro surge através dos dados do orçamento (preços das etapas
construtivas) e do cronograma físico (percentuais de etapas de execução prevista para cada
mês). Este cronograma não conterá barras designativas dos prazos, mas sim, os valores
financeiros correspondentes aos percentuais mensais.
Desta forma, é possível ter uma visão ampla das possibilidades, tanto para a solução
de problemas, como para medidas de melhoria ao longo da obra, podendo estabelecer
empreitadas, por exemplo, com os valores e prazos máximos possíveis para negociar.
Segundo Machado (2003), o controle pode ser realizado em três dimensões: física,
económica e financeira.
Vale ressaltar que no tocante à obra, o planeamento deve ser mais preciso e rápido,
já que a execução da mesma deverá acontecer em um prazo mínimo. A ocorrência de
algum descuido, por parte do gestor, poderá acarretar um gasto financeiro superior ao
programado, além de correr o risco de extensão do prazo estabelecido inicialmente para o
término da obra.