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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FACED


DEPARTAMENTO DE ENSINO E CURRÍCULO – DEC

Docente: Máximo Daniel Lamela Adó


E-mail para contato: maximo.lamela@ufrgs.br
Período letivo: 2020.1
Disciplina: EDU02437 – Docência e Pesquisa: Aula, Método, Educador.
Periodicidade: Semanal

PLANO DE ENSINO
1 – Súmula. A disciplina estuda, investiga e debate questões conceituais, situações
didáticas e formações curriculares, que envolvem o fazer e o pensar docentes, em sua
complexidade contemporânea. Atenta, principalmente, para as unidades analíticas de
aula, método (como trabalho de pensamento e de escrita-leitura) e educador, em suas
relações e dinamicidade histórica, social e cultural. Agencia novas relações com a
profissão de professor, que produzam a diferença autoral, no conjunto dos espaços-
tempos educativos e na transformação de si próprio.

2 – Objetivos. Objetivos. A disciplina visa: a) considerar as experiências docentes e


discentes de pesquisa, problematizando-as e analisando os seus efeitos, desde diferentes
perspectivas de pensamento; b) estudar e avaliar diversas conceitualizações operatórias
sobre a docência e a pesquisa educacional, enquanto construções marcadas por
interpretações de verdades, apropriações de certezas e relações de poder-saber-
subjetividade; c) introduzir e desenvolver práticas de pesquisa-docência, como linhas
conectadas e criadoras do novo; d) questionar e investigar a escola, a aula, a didática, o
currículo, o planejamento, o exercício e a avaliação da docência, como práticas marcadas
pela diferença, pela multiplicidade e pela heterogeneidade culturais; e) vivenciar
traduções curriculares e didáticas de elaboração, desenvolvimento e expressão de projetos
de pesquisa que produzam experiências transformadoras; f) fornecer aos professores-
pesquisadores a capacidade de colocar sua docência em perspectiva, postando-se em um
vértice que os torna partícipes e autores das experiências curriculares e didáticas, levando-
os a se assumirem como tradutores-intérpretes; g) problematizar processos de
subjetivação constitutivos do sujeito professor.

4 – Procedimentos/Metodologia.
O desenvolvimento dos Temas/Conteúdos Programáticos acontece via um aporte
metodológico matizado por exposições, traduções, resenhas, apresentações, leituras
dirigidas, descrições da rede de histórias que constituem o sujeito-professor e as
implicações para as práticas pedagógicas; elaboração de projetos de pesquisa e de
docência, exercícios de estilo. Discussões e debates de perspectivas históricas,
teorizações contemporâneas e implicações da emergência da escola e dos processos de
escolarização. Análise conceitual sobre culturas, currículo e docência, relacionados a
concepções contemporâneas de currículo, cultura e sociedade, práticas culturais em
espaços escolares e não-escolares. Ressignificação dos processos didáticos. Estudo de
métodos de criação, ferramentas metodológicas e sua pertinência, adequação e reinvenção
no Ensino Fundamental e Médio. Exercícios e experimentações de docência, utilizando
métodos estudados, em intersecção com temas do seu curso ou área de formação, por
meio de: aula expositiva e dialogada, seminários, oficinas, trabalhos em grupo, painel,
estudo de caso, aulas públicas, ensino com pesquisas, modos de utilização possíveis e
análise do material utilizado, etc. Serão usadas diversas mídias, como fotografia, música,
vídeo, DVD, CD, televisão, filmes, videoclipes. Problematização das investigações
realizadas sobre currículo, didática e planejamento, em face dos desafios contemporâneos
da Educação.

Experiência de Aprendizagem
Entre os procedimentos de ensino, destacam-se: estudo de artigos, periódicos, livros,
dissertações, teses, monografias; discussão livre e semi-dirigida; ação investigativa nas
escolas; realização de entrevistas critico-clinicas com professores e estudantes em
escolas, seminários, exposições, painéis e leituras comentadas; análise de filmes e
documentários; traduções, resenhas, sínteses; performances; uso de formas de expressão
e de formas de conteúdo acadêmico-científicas e literárias; refinamento da oralidade;
exercícios analíticos de crítico-escrileitura.

Critérios de avaliação.
Elaboração de textos, apresentação ao grupo, escrita de textos e de pareceres,
comparecimento, amizade intelectual, produção autoral, gosto filosófico, gosto literário e
rigor conceitual na avaliação.
Descrição. A avaliação vincula-se ao fazer existir mais do que ao processo de julgar.
Logo, tem a ver com o comprometimento e o prazer de cada participante nos encontros;
produtividade de práticas de estudo, crítica, leitura, escritura; qualidade de teorizações e
problematizações; experimentações com formas de conteúdo e formas de expressão, em
traduções do plano de pensamento, conceptos, afectos e perceptos; presença qualificada
nas aulas e atividades; produção de relatório das ações investigativas; elaboração de
artigos acadêmico-científicos sobre pesquisas desenvolvidas; pensamento fundamentado
em planos teóricos explícitos; escritura dotada de clareza, imaginação, estruturação
linguística e um nível de apresentação adequado a produções de Graduação; exercício da
oralidade com traços de enunciação e não somente marcada pelos enunciados/conceitos
estudados.
Momentos. Serão três momentos avaliativos, correlatos a cada Conteúdo Programático.
Os instrumentos de avaliação constarão de: (a) exposições, seminários, painéis, oficinas,
leituras comentadas, traduções, resenhas, sínteses; (b) provas: oral e/ou escrita; (c) textos
acadêmico-científicos (sistemáticos), como artigos, ensaios ou estudos, que abordem
temáticas novas ou estabelecidas; (d) textos literários (assistemáticos), como: drama em
prosa, poesia filosófica, prosa rítmica, poesia, canto, música, ditirambos, sátiras, paródias,
alegorias, parábolas, imagens, tropos, simbolismos, metáforas, provérbios, máximas,
fragmentos, aforismos, HQs, fanfictions, etc.
Critérios. Os critérios para avaliação variam de acordo com o tipo de texto/produção: (a)
Se a produção for do tipo acadêmico-científico, constarão de: intersecção com conceitos,
ressonância dos temas e da perspectiva; consistência conceitual e rigor na argumentação;
riqueza no uso de autores, ideias, posições, problemas; interlocução com a produção atual
do pensamento em Educação; algo do próprio pensar, por meio de novos arranjos,
montagens, composições, que reinterrogam e operam, sem aplicar ou exemplificar, ou
seja, pensam. (b) Se a produção for do tipo literário, os critérios passarão a ser os
seguintes: o texto é singular, instigante, novo, que transmite no prazer de ler o desejo de
escrever? desloca valores estabelecidos? descodifica formas de conteúdo e de expressão
correntes? permite pensar a diferença que o ilimita? esgarça identidades, moral,
experiência utilitária? desprende-se do estereótipo e do já-dito? não é fruto do
espontaneísmo vazio, da criatividade solta, do esteticismo estéril, põe em jogo uma
pluralidade de códigos, pratica fantasias de crítico-escrileitura?
Atividade de Recuperação Previstas. Ao discente que apresentar desempenho
acadêmico insatisfatório (Conceito D em qualquer uma das avaliações propostas) é
assegurada a realização de atividades de recuperação, conforme disposto no Artigo 47 da
Resolução 11/2013 do CEPE.

Prazo de Divulgação dos Resultados das Avaliações


A cada vez que forem realizadas avaliações, a divulgação ocorrerá uma semana depois.

Referências

ADÓ, Máximo Daniel Lamela; CORAZZA, Sandra Mara. A escrita sociográfica como
didática transcriadora e produtora de presença. ETD - Educação Temática Digital,
Campinas, SP, v. 17, n. 2, p. 271-288, ago. 2015. ISSN 1676-2592. Disponível em: <
http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8635647>. Acesso em:
27 ago. 2015.
AQUINO, Julio Groppa. Da autoridade pedagógica à amizade intelectual: uma
plataforma para o éthos docente. São Paulo: Cortez, 2014.
CORAZZA, S. M.; ADÓ, M. D. L.; OLINI, P. (Orgs.). Caderno de notas 9: panorama
de pesquisa em escrileituras: Observatório da Educação. Porto Alegre: UFRGS; Doisa,
2016.
CORAZZA, Sandra Mara. Currículo e Didática da Tradução: vontade, criação e
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em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-
62362016000401313&lng=pt&nrm=iso>.
CORAZZA, Sandra Mara. Didática da tradução, transcriação do currículo (uma
escrileitura da diferença). Pro-Posições, Campinas, v. 26, n. 1, p. 105-122, abr. 2015.
CORAZZA. S. M. O que se transcria em educação? Porto Alegre: UFRGS; Doisa,
2013.
COSTA, M.V. (Org.) Caminhos investigativos: novos olhares na pesquisa em educação.
Rio de Janeiro: DP, 2002.
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
73072015000100105&lng=pt&nrm=iso >.
hooks, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. Tradução
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KASTRUP, Virgínia. Políticas cognitivas na formação do professor e o problema do
devir-mestre. Educ. Soc. [online]. 2005, vol.26, n.93, pp.1273-1288. ISSN 0101-
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MUNHOZ, Angélica Vier; ADÓ, Máximo Daniel Lamela. Criação poética e currículo
da diferença. Pro-Posições, [S.l.], v. 28, p. 147-159, mar. 2018. ISSN 1982-6248.
Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8651753
SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Pedagogia dos monstros: os prazeres e os perigos da
confusão de fronteiras. Tradução Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica,
2000.

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