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BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 58
PROFESSOR-AUTOR ............................................................................................................................. 65
MÓDULO I – CONCEITOS DE STAKEHOLDERS
E COMUNICAÇÃO
Definição de stakeholders
A primeira abordagem de stakeholders aconteceu por volta de 1933, quando a General Eletric
Company realizou a identificação dos seus stakeholders como sendo os acionistas, os clientes, o
público e os empregados (Preston, 1990).
Robert Freeman, que é considerado o “pai da definição de stakeholders”, afirma que os stakeholders
são pessoas, grupos de pessoas ou organizações que afetam ou são afetados pelo sucesso oriundo dos
objetivos de uma organização, e que são vitais para a sobrevivência e o sucesso delas (Freeman, 2004).
No entanto, uma das definições modernas mais conhecidas é a do PMI (Project Management Institute),
um dos órgãos mais respeitados em gerenciamento de projetos no mundo. Segundo o PMI, stakeholder
é um ser humano, grupo de pessoas ou uma organização que pode afetar, ser afetada ou sentir-se afetada
por uma decisão, atividade ou resultado oriundo de um projeto. Esses stakeholders podem ser internos
ou externos ao projeto, e podem estar envolvidos ativamente ou passivamente, ou ainda não estar ciente
do projeto (PMI, 2018).
Em outras palavras, um stakeholder é um ser humano que – individualmente, em grupo ou
dentro de organizações – afeta ou é afetado por um projeto de uma maneira positiva ou negativa, e
que tem um poder alto ou baixo que poderá ser utilizado a favor ou contra o projeto de acordo com
a maneira que ele é afetado. Se ele é a favor, irá defender o projeto; se é contra, irá tentar afetar o
projeto negativamente.
Mitchell, Agle e Wood propuseram, em 1997, o “Modelo de saliência de stakeholders”. Nesse
modelo, os stakeholders são identificados e classificados a partir de três atributos: poder, legitimidade
e urgência. A combinação deles faz com que surjam sete categorias distintas em que eles podem ser
classificados. Na figura 1, a seguir, veja quais são elas:
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Já os stakeholders que possuem os três atributos são denominados stakeholders “definitivos”,
e é de muito bom tom que os seus interesses sejam priorizados e atendidos em relação aos outros
stakeholders.
Conhecer o tipo de saliência que possui um stakeholder, que está relacionado com o grau de
prioridade dado nesse caso, é fundamental para que ele esteja alinhado com o projeto.
Outro modelo para a classificação de stakeholders que é muito utilizado é a Matriz de poder
‘versus’ interesse, que pode ser vista na figura 2. Nela, os stakeholders podem ser classificados em
quatro tipos: membros da rede (interesse favorável e poder baixo); desacelerador (interesse contrário
e poder baixo); bloqueadores (interesse contrário e poder alto) e aliados (interesse favorável e poder
alto).
Como pudemos ver, stakeholders estão presentes em qualquer projeto, de forma que gerenciá-
los é um fator-chave para que possamos ter a chance de sucesso.
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Conceitos e importância da comunicação em projetos
Define-se comunicação como a troca de informações entre indivíduos para um entendimento
comum de uma mensagem ou informação. Tal troca de informações pode ser intencional ou
involuntária, e as informações podem ser expressas na forma de ideias ou emoções. (PMI, 2018)
A seguir, na figura 10, podemos ver o modelo de comunicação:
A comunicação se inicia com o emissor, que é responsável por emitir a mensagem para o receptor.
A codificação é o momento em que os pensamentos e as ideias são codificados em algum tipo de
linguagem pelo emissor. Em seguida, elas são transmitidas por um canal de comunicação (meio), que é
o instrumento ou a forma utilizada para realização da comunicação. Ao chegar no receptor, a mensagem
é decodificada em pensamentos e ideias por ele, que dá um feedback ou resposta em seguida, virando o
emissor, e o emissor original, por sua vez, vira receptor nesse momento.
Esse meio de comunicação é sujeito a barreiras ou ruídos, que são fatores que podem
comprometer o conteúdo da mensagem. Existem quatro tipos de barreiras de comunicação:
barreiras pessoais – também chamada de anteparo de comunicação, é criada a partir de
crenças do ser humano que incluem a sua cultura, os seus valores, preconceitos e a sua
classe social;
barreiras físicas – estão relacionadas com fatores físicos, como som alto, lugares
desconfortáveis, falhas mecânicas como falta de luz e conversas paralelas;
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barreiras semânticas – estão relacionadas com o uso de palavras indevidas entre receptor e
emissor, como gírias e sotaques e jargões específicos de uma profissão, e
barreiras fisiológicas – ocorrem por conta das disfunções corporais, como deficiência
auditiva, deficiência visual e distúrbios da fala.
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Modelo de riqueza dos canais
Nesse modelo, os canais são classificados de acordo com a capacidade de agilizar a
comunicação. Os canais que mais pobres servem para mensagens rotineiras e normais, enquanto os
canais mais ricos serão importantes para mensagens não rotineiras e urgentes. A seguir, estão listados
os canais do mais pobre para o mais rico:
relatórios em geral;
memos e cartas;
discursos gravados;
e-mail;
groupwares;
voicemail;
discursos ao vivo;
conversas telefônicas;
videoconferências e
conversa cara a cara.
Reparem que o canal mais rico de comunicação é a conversa presencial entre as partes.
Como pudemos ver, comunicação é algo muito complexo e essencial para que as informações
fluam sem barreiras entre os stakeholders de um projeto.
Embora o método que mais evita o impacto de barreiras de comunicação seja a comunicação
interativa, nem sempre ela é possível de acontecer. O gerente de projetos deve utilizar os três
métodos no seu projeto de acordo com a situação apresentada.
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Tecnologias da comunicação
Nos dias atuais, é praticamente impossível a maior parte das comunicações não acontecer por
meio do uso da tecnologia. A escolha de uma tecnologia de comunicação pode ser influenciada
pelos seguintes fatores:
urgência – a urgência da necessidade da informação;
disponibilidade e confiabilidade da tecnologia – a tecnologia utilizada deve ser compatível,
disponível e acessível para todos os stakeholders do projeto;
facilidade de uso – a escolha de tecnologias de comunicações deve ser adequada para que
todos os stakeholders possam utilizá-la;
ambiente do projeto – qual vai ser o ambiente em que a tecnologia irá atuar e
confidencialidade das informações – se as informações que serão comunicadas são
confidenciais e se serão necessárias medidas de proteção adicionais.
Como pudemos ver, colocar em prática as estratégias definidas no planejamento é uma ação
complexa. O efetivo planejamento dessas estratégias é fator preponderante para minimizar essa
complexidade.
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empatia – saber considerar as opiniões e motivações dos outros;
assertividade – expressar-se de uma maneira cordial e sincera;
cordialidade – tratar bem as pessoas vai facilitar a criação de bons relacionamentos e
ética – assumir uma postura de senso de justiça e respeito.
Inteligência emocional
A inteligência emocional está relacionada ao reconhecimento e à avaliação dos próprios
sentimentos, como também os dos outros, sabendo lidar com ambos. (Goleman, 2001).
É essencial que se faça um uso inteligente das emoções para que elas trabalhem ao seu favor.
Para isso, existem quatro grupos de habilidades, que são as capacidades de:
perceber e expressar emoções;
gerar sentimentos para facilitar pensamentos;
entender as emoções manifestadas e
controlar as emoções.
Ela é de extrema importância no âmbito organizacional, tendo em vista que as emoções podem
afetar, positiva ou negativamente, as relações no ambiente de trabalho. Agora, vamos conhecer algumas
ferramentas que auxiliam muito o gerente de projetos na comunicação interpessoal.
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Janela de Johari
É um instrumento que faz uma análise da maneira que uma pessoa se relaciona com outras
em ambiências diversas. O termo “Johari” foi obtido a partir da junção dos dois nomes dos seus
dois autores, Joseph Luft e Harry Ingham. Ela consiste em um quadro composto de quatro partes,
que pode ser visto na figura 11 a seguir:
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A área III (oculta ou fechada) constitui o íntimo da pessoa que não é transparente para os
outros. As pessoas desse quadrante têm medo de que o grupo venha a saber dos seus sentimentos e,
com isso, possa lhes atingir de alguma maneira.
A área IV (desconhecida) constitui um tipo de informação ou característica desconhecida
tanto pela própria pessoa. As pessoas desse quadrante têm muita dificuldade para receber feedback
e transmitir informações. Com um grau de autoconhecimento baixo, essa pessoa possui dificuldade
em se relacionar ou responder às diferentes situações e personalidades que a vida coloca à sua frente.
Ela dá uma sensação de estar “escondendo o jogo”, o que faz com que não crie empatia e construa
vínculos com os outros.
Paradoxo de Abilene
O termo “Paradoxo de Abilene” foi criado por Jerry B. Harvey, especialista em gestão e
professor na George Washington University, em 1974, para descrever uma situação cotidiana para
a maioria das pessoas – situação que só trazia prejuízos aos envolvidos.
Ele versa sobre uma situação em que os membros de um grupo – em muitos casos, a maioria
e, até mesmo, o líder do grupo – sentem-se indiretamente obrigados a concordar com uma ação ou
decisão, por crer que essa é a vontade do grupo. Dessa forma, em busca de aprovação ou mesmo
temendo alguma censura ou repressão, esse membro acaba agindo de forma a contrariar as suas
vontades ou convicções, apenas para evitar um possível confronto ou ruptura.
A maioria dos profissionais, ao menos no início carreira, já vivenciou experiências em que,
mesmo tendo certeza de que algo estava ou daria errado, sentiu-se obrigado a compactuar com a
estratégia do seu líder ou da sua empresa por temer um possível confronto.
Mesmo na nossa vida pessoal, certamente, todos nós já vivenciamos por diversas vezes esse
tipo de situação, na qual, para agradar outrem, demonstramos concordar ou nos interessar por algo
com o qual na realidade não concordávamos.
Para ilustrar a teoria, ele narra no seu artigo intitulado “The Abilene Paradox: the
management of agreement” (em tradução livre ao português, “O paradoxo de Abilene: a gestão da
aceitação”), de 1974, uma experiência em que, em uma tarde quente de verão, reunido com a sua
esposa e os seus sogros na cidadezinha de Coleman (Texas, EUA), o sogro, na tentativa de agradá-
los, sugeriu um passeio à Abilene (Texas, EUA), distante cerca de 85 km.
Após a sua esposa demonstrar interesse pela ideia do pai, ele se viu obrigado a aceitar o passeio,
desde que a sua sogra também tivesse interesse. E claro, a sogra, para não contrariar aos demais,
disse que tinha, sim, interesse em ir. Dessa forma, os quatro foram à Abilene.
Não bastasse a viagem demorada, em meio à poeira, ao sol e calor da estrada, chegaram a uma
cafeteria em que lhes foi servida uma péssima comida.
Quatro horas depois, já de volta à casa dos seus sogros, em Coleman, na tentativa de ser
educado, ele expressa a todos que gostara do passeio, no que, prontamente, a sua sogra rebate
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dizendo que só fora para agradar aos demais, seguida pelos demais, que exaustos e já irritados,
começam, um a um, a expor os seus reais sentimentos sobre o fato de terem ido contrariados,
inclusive o seu sogro, o mentor da ideia, evidenciando que todos aceitaram o passeio, mesmo que
contrariados, apenas para agradar os demais. Ou seja, um fracasso anunciado.
Uma situação que todos acreditavam que não seria agradável, mas tiveram medo de contestar
o que pensavam ser a vontade do grupo. Certamente, se não fosse o receio de todos em contestar a
suposta vontade do grupo, poderiam ter-se livrado de um passeio que já nasceu condenado ao fracasso.
Paradoxo de Abilene é, justamente, esse tipo de situação, na qual inúmeros ou até todos os
membros do grupo se vêm forçados a embarcar em uma furada, simplesmente por crerem ser essa
a vontade do grupo e temerem contestá-la.
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Agora, vamos ver sugestões de como o gerente de projetos deve se comunicar com cada um
dos perfis segundo Gomes (2010):
a) Analítico
Tenha controle sobre os seus gestos e sobre a maneira de falar.
Não se aproxime muito deste indivíduo e nem pensar em tocá-lo.
Utilize gestos comedidos e, mesmo assim, se forem realmente necessários.
Construa frases com uma linguagem correta e que tenham uma ordem lógica.
Expressões que agradam as pessoas deste quadrante: "examine", "analise", "fatos",
"dados", "realidade", "provas".
b) Experimental
Utilize a sua voz com ênfase verbal mais do que seu corpo para comunicar-se.
Não o obrigue a olhar para você ou para o que você deseja mostrar. Deixe-o fazer isso
espontaneamente.
Relacione, antes, outras alternativas de abordagem e respostas ao indivíduo.
Expressões que agradam as pessoas desse quadrante são: "ouça", "imagine", "suponha",
"ideias", "possibilidades", "intuição".
c) Controlador
Utilize o seu corpo para transmitir as ideias em vez de uma comunicação puramente
verbal.
Utilize gráficos, tabelas, figuras e quadros sinóticos, etc.
Busque fazer ele explicar o seu ponto de vista.
Expressões que agradam as pessoas desse quadrante são: "olhe", "veja bem", "sugiro
atenção", "organizado", "sequenciamento", "disciplinado".
d) Relacional
Utilize o seu corpo para revelar os seus sentimentos.
Fale próximo dele e o toque sempre que for possível.
Explore o ritmo e a velocidade da sua voz.
Expressões que agradam as pessoas desse quadrante são: "sinta", "confie", "impressões",
"emoções", "sentimentos".
Ficou interessado em saber qual o seu perfil dominante? Você pode fazer um teste gratuito
para descobri-lo em: https://personalidades.mobi/Dominancia_Cerebral/ (último acesso em
dezembro de 2018).
Como pudemos ver, desenvolver habilidades interpessoais é algo fundamental para que as
pessoas consigam trabalhar em equipe e, com isso, atinjam os objetivos dos projetos.
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Comunicação não verbal
A comunicação não verbal consiste em mensagens enviadas ou recebidas na comunicação
verbal, não por meio de palavras, mas por meio de gestos, postura do corpo, tom da voz, e até de
objetos, roupas e distribuição do espaço. Segundo Pease, 93% da comunicação verbal é feita por
meio da linguagem corporal, que linguagem possui mais significação do que mensagens verbais.
Existe um estudo desenvolvido por Mehrabian, chamado de regra dos 7%-38%-55%, que
generalizou que as palavras utilizadas em uma comunicação equivalem a apenas 7% do
entendimento da mensagem pelo receptor. Os outros 93% estão divididos entre o tom de voz e a
linguagem corporal. O primeiro equivale a 38% e está relacionado com a velocidade, o tom e o
volume que imprimimos ao falar. Já a comunicação não verbal equivale 55% desse entendimento
e está relacionada às expressões faciais e até ao modo como nos movimentamos.
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Existem quatro campos de estudo da comunicação não verbal (Sichmann, 2012):
cinésica – estabelecida pelo movimento do corpo e pelos gestos, posturas e expressões
faciais;
proxêmica – utilização do espaço físico;
paralinguagem – modificação das características sonoras da voz e
características físicas – forma e aparência do corpo.
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ele está dizendo a verdade ou não tem certeza do que está falando. Se, ao falar o tempo necessário
para executar a tarefa, o funcionário mostrar as mãos para cima, significa que pode haver dúvidas
em relação ao que está falando. Caso leve as mãos à boca, coce o nariz ou esfregue os olhos,
possivelmente está mentindo em relação ao prazo necessário. Se suspirar ao falar, talvez esteja
ansioso, e é preciso analisar melhor se está falando a verdade.
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Por outro lado, caso a empresa não tenha o pessoal necessário e capacitado para o projeto,
deverão ser contratados recursos externos. Nesse sentido, ao entrevistar o candidato, é possível
identificar a personalidade, se é o ideal para trabalhar no projeto, alocá-lo na função mais apropriada
e tratá-lo com uma linguagem adequada ao seu perfil.
Por fim, no gerenciamento dos membros da equipe, a comunicação não verbal se torna uma
grande aliada, principalmente no gerenciamento de conflitos e mudanças.
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assertividade, por exemplo, salas de tamanho adequado à quantidade de participantes, que acomodem
as pessoas confortavelmente, com refrigeração adequada e banheiros limpos.
Também é importante que os participantes possam ver um ao outro. Para grupos pequenos,
as mesas de reunião funcionam bem. Para grupos de tamanho médio, as mesas em forma de “U”
são mais adequadas. Para grupos maiores, as “ilhas” melhor se adequam.
Na análise quantitativa dos riscos, a comunicação não verbal pode novamente ser útil para
identificar se o entrevistado está respondendo com propriedade ou com dúvida, por exemplo, se
puxar ou coçar as orelhas, é possível que esteja indeciso. Se alisar os cabelos, pode estar inseguro e,
se esfregar os olhos, é possível que esteja com dúvida.
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Existem oito dicas de linguagem corporal que aumentam o poder de persuasão de um gerente
de projetos. Vejamos (Gasparini, 2016):
1. Faça gestos que convençam – os gestos devem mostrar que você acredita nas suas palavras.
Utilize os seus braços para isso.
2. Cuide da articulação das palavras – articule bem as palavras, mantendo o som estável.
Isso vai passar confiança para o seu receptor.
3. Sorria sem exagerar – sorrir funciona como uma maneira de demonstrar que você não
tem nenhuma intenção agressiva na conversa. No entanto, cuidado com exageros para
que “o tiro não saia pela culatra”.
4. Mostre a palma das mãos e faça o “gesto do abraço” – esses gestos transmitem sinceridade
e segurança para a outra pessoa.
5. Use a expressividade dos seus olhos – utilize o seu olhar para transmitir os seus
sentimentos para o receptor.
6. Explore o poder dos “gestos de ensino” – uma boa maneira de ser convincente é se
comunicar como se fosse um professor. Os chamados “gestos de ensino” são utilizados
em sala de aula, por exemplo, levantar as mãos e contar números com os dedos.
7. Elimine pausas com “hum”, “né” e “é” – fazer pausas audíveis, como “hum”, “né” ou “é”,
passa insegurança para o receptor. Evite-as.
8. Pratique o espelhamento – imitar algumas posturas corporais do seu receptor faz com que
ele, inconscientemente, comece a pensar que existe algo agradável em você.
Como pudemos ver, existem várias ferramentas que auxiliam o gerente do projeto na sua
comunicação interpessoal.
Comunicação assertiva
Um dos maiores desafios do ser humano hoje é ter a capacidade de uma comunicação
assertiva. Isso consiste em conseguir se expressar, afirmar-se, colocando o que se sente e pensa sem
ser agressivo, sempre respeitando a si e aos outros, independente de certo ou errado. Quando essa
assertividade não ocorre, acaba gerando conflitos, mal-entendidos e prejuízos, já que não é só o que
dizemos mas também como nos portamos diante das situações (Gelis, 2013).
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A ferramenta comunicação assertiva visa mostrar as diferenças entre os estilos de comunicação
existentes (agressivo, passivo, passivo-agressivo e respeitoso-assertivo), com o objetivo de aplicá-los
de modo a melhorar e otimizar o diálogo. Existem os seguintes tipos de comportamentos nas
comunicações (Portal de Gestão, 2010):
a) Passivo – normalmente, sente-se inferior aos outros e, por isso, evita o conflito
concordando com ambas as partes que estão em uma discussão. Como raramente
conseguem o que querem, ficam em silêncio. No entanto, quando lidamos, por exemplo,
com alguém agressivo, esse estilo de comunicação pode ser adequado, já que provocar um
conflito não vai produzir efeito algum.
b) Agressivo – Esse comunicador quer vencer sempre e se preocupa mais com os seus
objetivos do que com os dos outros, o que, muitas vezes, faz as pessoas à sua volta ficarem
alienadas. No entanto, em situações de crise, eles são bastante eficazes.
c) Assertivo – A sua principal característica é o respeito pelas partes envolvidas. Ele escuta
a outra pessoa, apresenta o seu ponto de vista de forma honesta e negocia as expectativas.
Com essa atitude, ganha o respeito de todos.
A seguir, vejamos uma situação e o exemplo das reações das pessoas nos três tipos de
comportamentos:
Um casal está jantando em um restaurante bem-conceituado. O Sr. José pediu um filé bem-
passado. Ao servirem, ele percebeu que o filé estava malpassado – uma situação muito comum de
acontecer.
Como ele agiria em cada um dos comportamentos?
Comportamento passivo
Quando o garçom indaga se o prato está bom, ele diz que está tudo ótimo. Depois que ele se
afasta, ele diz para a esposa: “Esse filé está muito malpassado e uma porcaria. Eu pedi bem-passado.
Nunca mais voltaremos aqui”. Ao sair do restaurante, a sua autoestima fica lá embaixo e ele se
arrepende de não ter falado a verdade.
Comportamento agressivo
Ele responde ao garçom de uma forma grosseira: “Você é surdo ou o que? Qual foi a parte de
que eu queria um filé bem-passado que você não entendeu? Traga-me agora o que eu pedi”. A sua
atitude humilhou o garçom, e a sua esposa ficou constrangida até o final do jantar.
Comportamento assertivo
Ele responde ao garçom de uma forma polida: “Meu caro, acho que houve algum engano,
pois eu pedi um filé bem-passado e veio um malpassado. Você poderia fazer a gentileza de trocar?”.
O garçom se desculpa e troca o prato. Ambos ficaram satisfeitos.
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Vamos ver outro exemplo?
Joana divide o apartamento com três amigas. Uma noite, enquanto se arrumavam para sair
com os seus namorados, uma das amigas indaga se pode usar um colar de pérolas caro que ela
acabou de ganhar de seu pai e que tem um significado muito grande.
Como ele agiria em cada um dos comportamentos?
Comportamento passivo
Ela, com receio de magoar a amiga, empresta o colar. Quando a amiga sai, ela passa a ter
medo de que o colar seja danificado ou até perdido. Ela se desvalorizou e vai passar a noite toda
preocupada até a sua amiga retornar.
Comportamento agressivo
Ela fica indignada e responde: “Que absurdo! Você não se manca não? Não empresto esse
colar de jeito nenhum!”. Ela humilhou a sua amiga e, daí em diante, o relacionamento ficou bem
complicado.
Comportamento assertivo
Ela fala da importância do colar para ela e, gentilmente, oferece à amiga outras opções de
colares para ela escolher. A sua amiga escolhe um outro colar também muito bonito e as duas ficam
felizes pela sinceridade da Joana.
Agora, um último exemplo que acredito seja bem comum em muitos casais:
O casal Silva está com problemas porque ela está muito obesa e necessita fazer um regime.
Ele é insistente com esse assunto e ainda compartilha isso com os seus amigos. Ela já está bem
chateada com essa situação, já que tem tentado diminuir o peso, mas sem efeito algum.
Como ela agiria em cada um dos comportamentos?
Comportamento passivo
Fica calada e pede desculpas por ser assim. Essa atitude faz com que ela se sinta culpada, com
cada vez mais ira do marido e, dessa forma, a briga fica ainda pior.
Comportamento agressivo
Ela responde: “Você também não é lá essas coisas”. Com os amigos dele, diz: “Vocês sabiam
que, de noite, ele dorme sempre no sofá e que não comparece como deveria comparecer?”. Essa
atitude só piorou as coisas entre eles.
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Comportamento assertivo
A Sra. Silva fala com ele: “Realmente, eu preciso perder peso, você tem razão. O fato é que
não estou conseguindo sozinha. Você me ajuda?”. Prontamente, ele aceita e eles se abraçam. Bem
melhor, não?
O Portal da Educação cita 8 dicas para que possamos ter uma situação assertiva. São elas:
1. Saiba o que você vai falar – tenha certeza de que você conhece o conteúdo que vai abordar
na sua fala. Caso contrário, vai perder a credibilidade.
2. Seja direto – evite rodeios e vá direto ao ponto, mas tomando cuidado para não parecer
agressivo.
3. Preste atenção no outro – demonstre que está atento ao que a outra pessoa está falando
e, mesmo que discorde, espere ela terminar para expor os seus argumentos.
4. Cuidado com a sua compreensão – certifique-se de que a pessoa está captando o que você
pretende comunicar e está acompanhando o seu raciocínio.
5. Cuidado com a linguagem usada – tenha atenção com a fala ou escrita. Termos
rebuscados, gírias e abreviaturas são grandes vilões para afetar a sua comunicação assertiva.
6. Aposte no bom humor – comunique-se com bom humor. Estudos comprovam que esse
fato mantém a atenção dos ouvintes. No entanto, tome cuidado para não exagerar no
senso de humor.
7. Use a emoção em seu favor – comunique-se com entusiasmo. Isso vai demonstrar ao
receptor que você acredita no que está falando.
8. Preste atenção à linguagem corporal – não foque apenas na fala ou na escrita. O seu corpo
também demonstra o que você diz. Fique atento a isso.
No módulo 2, iremos conhecer melhor cada um dos processos que compõem essa importante
área de conhecimento.
Como pudemos ver até aqui, gerenciar os stakeholders é algo que acontece desde o início do
projeto, e o seu bom planejamento e controle são essenciais para a efetividade dessa gerência.
Mapa da empatia
O Design Thinking – ferramenta dos dias atuais para obter as expectativas dos clientes para
novos produtos – integra o que é desejável, do ponto de vista humano, ao que é viável tecnológica
e economicamente (Brown et al., 2010).
Nesse cenário, uma das ferramentas mais importantes é o mapa de empatia, que ajuda a criar
“pontos de vistas” que ajudam no entendimento dos problemas e das necessidades das pessoas. Ela
também tem sido muito utilizada na gestão de stakeholders de projetos para conseguir o engajamento
dos mesmos (Bratsberg, 2012).
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As oito áreas que são comumente cobertas em um mapa da empatia são:
1. O que a pessoa vê – o que a pessoa está percebendo em seu ambiente circundante?
2. O que a pessoa diz – o que a pessoa está, especificamente, dizendo? Quais são as palavras
ou frases que a pessoa utiliza continuamente?
3. O que a pessoa faz – o que a pessoa está fazendo? Quais atividades ele ou ela gosta?
Quais são as coisas que ela faz diariamente?
4. O que a pessoa pensa – o que a pessoa está pensando atualmente? Os seus pensamentos
são os mesmos que as suas palavras?
5. O que a pessoa sente – o que a pessoa está sentindo? Como o ambiente afeta os seus
sentimentos? Como a pessoa lida com os seus sentimentos?
6. O que a pessoa ouve – o que a pessoa está ouvindo? Que sons ou palavras a pessoa está
percebendo?
7. Quais são as suas dores ou desafios – quais são os desafios que a pessoa está enfrentando?
Há algum que é doloroso enfrentar?
8. Ganhos – o que a pessoa está tentando fazer? Como ela mensura sucesso? Que resultados
ela está tentando alcançar? (Bratsberg, 2012).
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Como pudemos ver, liderar uma mudança organizacional é uma tarefa complexa e deve ser
feita com muita parcimônia para que os efeitos não sejam nocivos a todo o processo.
Aqui, terminamos o módulo 1, no qual contextualizamos as definições de stakeholders e a sua
gerência, e como eles se relacionam com a estratégia de uma organização.
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MÓDULO II – PROCESSOS DE GERENCIAMENTO
DE STAKEHOLDERS EM PROJETOS
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A seguir, na figura 5, podemos ver o fluxo desse processo:
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Todas as entradas da figura fornecem informações sobre stakeholders relacionados com o
projeto. Já a saída desse processo é um documento chamado registro de partes interessadas e que,
normalmente, contém:
informações de identificação como nome, posição e dados de contato;
informações para classificação (expectativas e influência no projeto) e
classificação, que pode ser:
interno ou externo, e
aliado, bloqueador, membro da rede ou desacelerador.
É importante que ressaltemos que as atividades desse processo devem ocorrer durante todo o
projeto, e não só no seu início. Durante o projeto, surgem novos stakeholders, e stakeholders
existentes deixam de atuar no projeto. Além disso, eles podem mudar de interesses e envolvimento.
(PMI, 2018)
Vamos imaginar que você quer fazer um treinamento de fundamentos gerenciamento de
projetos on-line. Tente identificar os stakeholders desse projeto, classificando-os com base nos
quadrantes da figura 2.
Agora que você identificou, segue um exemplo de matriz de stakeholders para esse projeto,
contendo um exemplo de cada uma das classificações possíveis:
Como pudemos ver, a identificação dos stakeholders é essencial para o bom fluxo da sua gestão
e deve abranger todos os que forem ligados, direta ou indiretamente, a um projeto.
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Planejamento do engajamento dos stakeholders
O processo planejar o engajamento dos ‘stakeholders’ é responsável pela criação de estratégias
para engajar as partes interessadas do projeto, com base nas suas expectativas e interesses, e também
no seu potencial impacto no projeto.
Um benefício bem importante desse processo é o fornecimento de um plano de ação para
interagir com eficácia com os stakeholders. Ele acontece periodicamente ao longo do projeto,
conforme for necessário. A questão-chave desse processo é conseguir identificar a estratégia
adequada para atuar com esses stakeholders, de forma que fatores como a personalidade e as suas
expectativas devem ser levadas em conta.
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A seguir, na figura 6, podemos ver o fluxo deste processo:
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Uma ferramenta muito utilizada nesse processo é a matriz de avaliação do nível de
engajamento das partes interessadas. Essa matriz possui as seguintes classificações:
Desinformado – sem conhecimento do projeto e impactos potenciais.
Resistente – cientes dos impactos potenciais do projeto, mas resistentes a quaisquer
mudanças que possam ocorrer como resultado do trabalho ou dos resultados do projeto.
Essas partes interessadas não apoiarão o trabalho ou as saídas do projeto.
Neutro – cientes do projeto, mas não apoiam nem resistem.
Apoiador – cientes do projeto e dos impactos potenciais e apoiadores do trabalho ou de
seus resultados.
Líderes – cientes dos impactos potenciais do projeto e engajados para garantir o seu êxito.
grau de envolvimento do
desconhecedor resistente neutro apoiador líder
stakeholder
stakeholder A A D
stakeholder B A D
stakeholder C A D
A: atual
D: desejável
Fonte: adaptado de PMI (2018, p. 522)
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Um exemplo de preenchimento dessa matriz de stakeholders com essas novas colunas seria:
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A seguir, na figura 7, podemos ver o fluxo do processo:
Nesse momento do ciclo de vida, o plano de gerenciamento do projeto já foi aprovado e está
em execução. Desse modo, o plano de engajamento das partes interessadas está em ação.
As saídas desse processo são ações relacionadas com qualquer alteração feitas na classificação
das partes interessadas e são:
engajamento apropriado nas etapas do projeto;
gerenciamento das suas expectativas;
abordagem de riscos ou preocupações potenciais relacionadas ao gerenciamento de partes
interessadas e
solução das questões identificadas.
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As ações descritas acima visam ajudar a garantir que os stakeholders entendam claramente o
objetivo do projeto e como sua contribuição aprimorará o êxito do projeto.
Uma forma muito eficaz de atuar no engajamento dos stakeholders é a tríade retórica.
Aristóteles introduziu essa tríade em sua obra Retórica e, até hoje, ela é utilizada como uma excelente
ferramenta de persuasão. Por causa disso, ela também é chamada de tríade aristotélica.
A seguir, a figura 8 mostra a tríade:
Vamos conhecer o que significa cada um dos três vértices (Seehorn, 2017):
Ethos – é o convencimento da mudança por meio do caráter e da confiança que você
inspira. Demonstrar o seu conhecimento sobre o assunto confiança na execução da
mudança irá passar tranquilidade para todos.
Pathos – é o convencimento da mudança por meio de apelos às necessidades emocionais e
psicológicas. Desenvolver a empatia e apelar para as emoções ou valores do público, mas
tomando cuidado para não parecer manipulador, caso contrário, perderá a sua
credibilidade com ele.
Logos – é o convencimento da mudança por meio da razão, da lógica e dos dados. Para
isso, é importante ter informações claras, diretas e bem-documentadas para que se consiga
influenciar o público.
Como pudemos ver, colocar em prática as estratégias definidas no planejamento é uma ação
complexa. O efetivo planejamento dessas estratégias é fator preponderante para minimizar essa
complexidade.
40
Monitoramento do engajamento dos stakeholders
O processo monitorar o engajamento dos ‘stakeholders’ tem a função de monitorar como estão
as relações dos stakeholders do projeto e adaptar, se necessário, as ações para engajá-los no projeto.
Tal processo é realizado ao longo do projeto e traz como benefício importante manter ou
incrementar a estratégia de atuação conforme o projeto vai sendo executado.
A seguir, na figura 9, podemos ver o fluxo desse processo:
Nesse momento, o plano de engajamento das partes interessadas está em ação, sendo
necessário um monitoramento e controle para que ele se mantenha adequado para o momento atual
do projeto.
41
O gerente do projeto deve monitorar, constantemente, o engajamento dos stakeholders para
se inteirar se ele está ocorrendo da maneira esperada. Se necessário for, deve identificar quais
estratégias devem ser modificadas a fim de melhorar esse engajamento e relação com o projeto.
Como pudemos ver, colocar em prática as estratégias definidas no planejamento é uma ação
complexa. O efetivo planejamento dessas estratégias é fator preponderante para minimizar essa
complexidade.
Aqui, terminamos o módulo 2, no qual conhecemos os processos que formam a área de
conhecimento de gerenciamento dos stakeholders do PMI.
42
MÓDULO III – PROCESSOS DE
GERENCIAMENTO DAS COMUNICAÇÕES
Neste módulo, vamos conhecer conceitos e entender por que a comunicação é importante
no gerenciamento de projetos. Desse modo, conheceremos os requisitos de comunicação, bem
como os métodos e a tecnologia de comunicações. A seguir, veremos as habilidades interpessoais
para se tornar um bom comunicador e, finalmente, versaremos sobre a comunicação assertiva.
44
Algumas melhores práticas para esse processo são:
usar o método 6W2H adaptado para análise:
What? (Qual é a informação?)
Why? (Qual o seu propósito?)
Who? (Quem é o responsável pelo envio da informação?)
Who? (Quem vai receber a informação)
When? (Qual a periodicidade de envio da informação?)
Where? (Onde a informação ficará armazenada?)
How? (Como será enviada a informação?)
How much? (Quanto custa o envio da informação?)
adaptar a comunicação à cultura organizacional;
validar o plano com as partes interessadas antes de coloca-lo em prática;
determinar como será dado o feedback e resolvido os conflitos;
usar modelos e boas práticas já validados na organização;
preparar plano de comunicações e revisar sempre.
Com base na matriz de stakeholders criada no módulo 2, desenhe uma matriz de comunicação
para o projeto do curso on-line de fundamentos de gerenciamento de projetos.
45
Um exemplo dessa matriz de comunicação seria:
Gerenciar comunicações
O processo de gerenciamento das comunicações faz parte do grupo de processos de Execução
segundo o PMI. Ele tem o objetivo de garantir que a coleta, criação, distribuição, armazenamento,
recuperação, gerenciamento, monitoramento e disposição final e das informações do projeto tenha
sido feita de forma adequada.
O principal benefício desse processo é o de possibilitar um fluxo de informações eficiente e eficaz
entre a equipe do projeto e as partes interessadas. Com esse intuito, o gerente do projeto deve:
manter todos com o mesmo objetivo;
responder todas as necessidades de informação que não foram planejadas e
assegurar que ninguém fique sem informação.
46
A seguir, na figura 15, podemos ver o fluxo deste processo:
47
Gerenciamento de reuniões
Uma das ferramentas de comunicação mais utilizada nesse processo são as reuniões e, por
conseguinte, é necessário que se adotem medidas para garantir que elas cumpram os seus objetivos
intencionados com eficácia e eficiência. A esse conjunto de ações, chamamos de gerenciamento das
reuniões.
Segundo o PMI (2018), os seguintes passos devem ser tomados no planejamento de uma
reunião:
preparar e distribuir a pauta, definindo os objetivos da reunião;
garantir que as reuniões comecem e terminem no horário publicado;
garantir que os participantes apropriados sejam convidados e compareçam;
permanecer no tema;
administrar expectativas, problemas e conflitos durante a reunião;
registrar todas as acoes e os respectivos responsáveis pela sua conclusão.
Existem quatro passos para se conduzir uma reunião produtiva. São eles:
1. Objetivo da reunião
Cada tipo de reunião necessita de um formato específico, dependendo do objetivo que se
quer alcançar. Vejamos, alguns dos principais modelos:
Informar algo – ela será mais trabalhada no sentido de você, como condutor, transmitir
a mensagem para os participantes, mas deve abrir espaço para a interatividade e o
feedback.
Buscar a solução para um problema – aqui, é imprescindível que você garanta que as
pessoas venham preparadas e já com propostas. Para tanto, o objetivo deve ser muito
bem estabelecido desde o início, já que há uma grande chance de dispersão.
Apresentar resultados – nesse formato, você pode tanto estar apresentando resultados
alcançados pela equipe, quanto a equipe apresentar os seus resultados, individualmente
ou em grupo. Fique atento ao controle efetivo do tempo dos participantes nas
apresentações.
Apresentar uma proposta ou um projeto – o importante é que você leve um
planejamento muito bem elaborado e já vá preparado para responder as possíveis
críticas e questionamentos.
Tomar uma decisão – aqui, muitas vezes, você já sabe a resposta, mas leva a sua equipe
a buscar e propor soluções.
48
2. Público convidado
Saber escolher pessoas-chave e entender as expectativas do grupo faz uma grande diferença no
desenvolvimento da reunião. Uma dica é: escolha cerca de três participantes (que sejam estratégicos para
seu objetivo), antes da realização da reunião e tenha uma conversa informal sobre o tema. Perceba o
impacto, as suas emoções e o seu entusiasmo. Movimente previamente esse interesse e essas pessoas serão
um importante alicerce para obtenção do comprometimento do grupo.
Outra preocupação que você deve ter em reuniões são com os “sabotadores de reuniões”,
ou seja, pessoas que acabam contribuindo para que a reunião se torne improdutiva. Vejamos
alguns exemplos:
pessimista – aquele colega que sempre diz que nada dará certo;
cochichador – aquele que faz conversas paralelas durante a reunião;
prolixo – aquele que não consegue chegar a conclusão alguma;
exibido – aquele que utiliza o tempo da reunião para se autopromover e
dorminhoco – é aquele que fica dormindo durante a reunião e vira motivo de chacota dos
presentes.
Equipes virtuais
São grupos de pessoas guiadas por um objetivo comum que interagem por meio de tarefas
interdependentes, sem estarem próximas fisicamente e utilizando fortemente tecnologias de
comunicação.
O problema dessas equipes está na falta de troca de informações ricas e negociações flexíveis
que ocorrem mais naturalmente em contatos presenciais. Além disso, quando os membros da
equipe não possuem histórico de colaboração, fica ainda mais difícil o entendimento comum e a
coesão do grupo devido à ausência de interações informais (Cramton, 2001).
Estudos de caso conduzidos por mostram que as equipes virtuais carecem das atividades
informais, extracurriculares, que melhoram o entrosamento dos seus integrantes, tendo participação
importante na formação do senso se equipe (o team-building) (Geber e Beverly, 1995).
49
Outra dificuldade encontrada em equipes virtuais reside na interação entre membros
multifuncionais, ou seja, membros provenientes de diferentes categorias profissionais, cada qual
com seu jargão próprio. A multiplicidade de formações dos membros em equipes virtuais pode dar
margem a diversas interpretações de um mesmo documento, conforme a formação de cada um. Na
interação presencial, essas dificuldades podem ser minimizadas por meio de reuniões frequentes que
vão suavizando as diferenças.
As lacunas de comunicação, mais frequentes em equipes virtuais, dão espaço também para
que falsas premissas sejam assumidas pelos membros, causando problemas de coordenação nos
projetos. A construção da confiança é também importante por diminuir a necessidade de
monitoração da aderência dos componentes da equipe aos objetivos do projeto, já que os
projetos distribuídos requerem uma maior carga de monitoração por parte de todos os
stakeholders (Scuder, 2006).
Dirigir e administrar equipes virtuais é um grande desafio de comunicação, porque todos
enfrentam dificuldades em desenvolver uma relação de confiança, coesão e identidade da equipe
devido ao fato de existir um isolamento físico entre todos.
Como pudemos ver, gerenciar as comunicações é colocar em prática o plano de
gerenciamento das comunicações.
Monitorar as comunicações
O processo de monitoramento das comunicações faz parte do grupo de processos de
monitoramento e controle, segundo o PMI. O seu objetivo é o garantir que as necessidades de
informação demandadas pelas partes interessadas do projeto sejam atendidas.
O principal benefício desse processo é o fluxo otimizado de informações, conforme definido
no plano de gerenciamento das comunicações e no plano de engajamento das partes interessadas.
50
A seguir, na figura 16, podemos ver o fluxo desse processo:
Tal processo também determina se as ações de comunicações planejadas tiveram o efeito que
se desejava e, se for o caso, fazer alguma ação corretiva.
As ferramentas apresentadas aqui são de grande valia para que um gerente de projetos consiga se
tornar um comunicador cada vez mais eficiente. Com isso, terminamos o módulo 3, no qual
conhecemos conceitos e ferramentas que mostram a importância da comunicação em projetos.
51
MÓDULO IV – ASPECTOS E PROCESSOS DE
MUDANÇA
Para que a gestão da mudança tenha sucesso, é importante buscar mapear, adequadamente,
todos os procedimentos atuais da empresa, sejam eles culturais, relacionados com as lideranças ou
de capital humano. Essa análise deve englobar todo o ambiente da empresa bem como a cultura
dos colaboradores. Outro ponto a ser considerado são as vantagens que surgirão com a mudança,
para que, com isso, as pessoas entendam a real necessidade da sua implantação. Também é
necessário investigar quais serão os impactos da transformação com bastante atenção para que as
estratégias sejam concretizadas da melhor maneira possível.
Apesar de ser importante para o crescimento de qualquer negócio, como em qualquer outra
situação, implementar mudanças não é nada simples. Geralmente, o movimento de mudança
enfrenta resistência dentro das organizações pelos stakeholders – item que veremos no item 4 deste
módulo. Dessa forma, a gestão da mudança se faz necessária porque é composta por processos,
ferramentas e técnicas que ajudarão os indivíduos da mesma a se adaptarem ao novo.
Para que haja o engajamento desses indivíduos, é fundamental a presença de um líder em um
projeto de gestão de mudança que vai desempenhar o papel de direcionar os demais, ou seja, deverá
atuar como uma extensão do patrocínio junto às outras áreas.
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Como pudemos ver, um processo de mudança é algo complexo nas organizações modernas
e, por isso, deve ser feita com muito cuidado sob pena de criar conflitos muitas vezes irreversíveis.
Diante do exposto, é importante que exista uma liderança eficaz no processo de mudança
organizacional. Existem quatro princípios importantes para que isso aconteça (Macedo, 2005):
pessoal – cada pessoa tem um estilo de comportamento que deriva dos seus valores, das
suas crenças e habilidades;
interpessoal – a confiança ocorre de acordo com a qualidade da confiabilidade que as
pessoas têm uma com as outras;
gerencial – as pessoas têm a capacidade de resolver problemas e de tomar vantagens das
oportunidades, e
organizacional – envolvem muitos componentes para atender às necessidades das pessoas
relacionadas com a organização.
Um fluxo de resistência individual à mudança é composto por sete estágios que se integram
entre si, como podemos ver na figura 3 (Hernandez e Caldas, 2001):
55
Figura 3 – Fluxo de resistência individual à mudança
56
O tempo é um fator preponderante para o sucesso de uma mudança organizacional. As
pessoas precisam entender as mudanças e se sentir importantes no processo de transição.
Como pudemos ver, monitorar as comunicações é buscar uma garantia de que as
comunicações estão fluindo de acordo com o que foi planejado. Aqui, terminamos o módulo 4, no
qual conhecemos os processos que compõem a área de conhecimento de Gerenciamento das
Comunicações do PMI.
57
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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
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da Tecnologia da Informação, Brasília: 2015. Disponível em:
https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/bitstream/123456789/1449/1/Elcio%20Gomes%20Pereira%20
Martins.pdf Acesso em: 25 jul. 2018.
Nessa dissertação de mestrado, o autor faz a aplicação de um questionário de mensuração
de engajamento de stakeholders chamado UWES, em uma amostra de projetos do setor
bancário.
ALVES Lourenço, Vânia; QUEDA Bueno da Silva, Fábio. Gerenciamento das comunicações em
projetos de software: o problema da efetividade das comunicações. Dissertação (Mestrado). Programa
de Pós-Graduação em Ciência da Computação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife,
2011. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1398 Acesso em: 25 jul.
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Esse trabalho analisa a influência de fatores humanos para que comunicações em projetos
de software sejam efetivas.
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GALASSI, Carlos P. O gerenciamento da comunicação na visão de um coordenador de projetos.
MBA em Gerenciamento de Projetos, Fundação Getulio Vargas, Salvador, 2011. Disponível em
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea000998.pdf Acesso em: 25 jul. 2018.
Esse trabalho demostra como os conceitos, os processos e as ferramentas do gerenciamento
da comunicação de projetos contidas no Guia PMBOK® podem ser aplicados de forma
prática na coordenação de um empreendimento imobiliário.
64
PROFESSOR-AUTOR
Marcantonio Fabra
Doutorando em Gerenciamento de Projetos pela FUNIBER
(Florianópolis) e doutorando em Administração pela UNAM (Argentina),
mestre em Logística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-Rio). Graduou-se em Informática também pela PUC-Rio. Possui o
MBA em Gerência de Projetos pela Fundação Getulio Vargas (FGV-RJ), é
certificado como PMP (Project Management Professional) pelo PMI (Project
Management Institute) e master em Project Management pela George Washington University pela
ESI. Atualmente, é sócio-diretor da Acreditar Empreendimentos, onde atua em consultoria em
Gerenciamento de Projetos e em palestras e treinamentos sobre o tema. Já acumulou mais de 20
anos de experiência como gerente de projetos de TI e na implantação de escritório de projetos em
empresas de grande porte. Além disso, é professor em diversas universidades e instituições de ensino,
com mais de 30 anos de experiência acadêmica.
Publicações e prêmios
recebeu, em 2012, o prêmio de Excelência em Educação do Centro Técnico-Científico
da PUC-RJ, tendo sido eleito pelos alunos como um dos 10 melhores professores do
Centro de 2007 a 2011;
recebeu, em 2017, o prêmio de 25 anos de serviços prestados com excelência na docência
da PUC-RJ;
foi homenageado diversas vezes como patrono ou paraninfo de turmas de formandos da
PUC-RJ e de turmas do MBA de Gerenciamento de Projetos da FGV, e
é co-autor dos livros Gerenciamento de Projetos (ISBN:8522507090) da série CADEMP,
publicado pela Editora FGV no ano de 2009 e PMO – escritórios de projetos, programas
e portfólio na prática (ISBN: 9788574525013), publicado pela Editora Brasport no ano
de 2012.
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