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A Teoria Celular afirma que uma célula provém sempre de outra preexistente. Assim, a
explicaçã o para a diversidade da estrutura celular relaciona-se com a histó ria e a origem de vida na
Terra. Os fó sseis mais antigos datam de há cerca de 3500 milhõ es de anos e revelam que as primeiras
células eram procarió ticas, muito simples, sem membranas internas e com DNA nã o encerrado num
invó lucro nuclear. Fó sseis mais recentes, datados de há cerca de 1400 milhõ es de anos, sã o de
eucariontes unicelulares, pois apresentam dimensõ es superiores à s das células procarió ticas e maior
complexidade. Pensa-se que representam o limite superior entre a transiçã o da procariota a
eucariota.
As primeiras células encontradas no registo fó ssil, devem ter surgido num período que
oscila entre os 3800 milhõ es e os 2800 milhõ es de anos, e assemelham-se aos atuais procariontes,
representados pelas bactérias e pelas cianobactérias. Os dados fornecidos pelos fó sseis e a
simplicidade estrutural e funcional das células procarió ticas constituem os dois principais
argumentos que sustentam a hipó tese dos seres procariontes terem estado na origem da grande
diversidade de vida na Terra.
Atualmente é praticamente consensual que todos os seres vivos podem ser agrupados em
dois grandes grupos: os procariontes e os eucariontes. O principal critério de distinçã o entre estes
dois grupos é a organizaçã o celular. As células podem ser classificadas em procarió ticas, constituindo
os procariontes, como as bactérias, ou eucarió ticas (animais ou vegetais), constituindo os
eucariontes, como o Homem. Os procariontes apresentam uma organizaçã o mais simples que os
eucariontes, que apresentam um elevado grau de sucesso e colonizam todo o tipo de habitats.
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Biologia – 11º Ano
Tema III -Evolução Biológica
A aná lise de fó sseis permite apenas supor que os eucariontes terã o surgido a partir de um ancestral
procarionte e ocorrendo um sucessivo aumento de complexidade estrutural do mesmo; nã o há
indícios do modo como esta evoluçã o ocorreu.
Fundamentalmente, há dois modelos que tentam explicar a origem dos seres eucariontes: o modelo
autogénico ou autogenético e o modelo endossimbió tico.
Modelo autogénico
A célula procarió tica terá sofrido sucessivas invaginaçõ es da membrana plasmá tica com posterior
especializaçã o dando origem aos diferentes organitos.
O nú cleo ter-se-á formado por invaginaçõ es da membrana que envolveram a molécula de DNA que
existia livremente na célula. Outras membranas evoluíram no sentido de produzir organelos
semelhantes ao retículo endoplasmá tico.
Posteriormente, as mitocô ndrias e os cloroplastos, ter-se-ã o formado através de invaginaçõ es que
rodearam porçõ es do DNA que abandonaram o nú cleo assim formado.
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Segundo a hipó tese endossimbió tica, procariontes de maiores dimensõ es poderiam ter endocitado
procariontes de menores dimensõ es que, apó s resistirem à digestã o intracelular, passariam a
estabelecer uma relaçã o de simbiose está vel. Numa primeira fase, eram endocitados
endossimbiontes capazes de realizar eficientemente a respiraçã o celular aeró bia (procariontes
heterotró ficos aeró bios), de tal forma, que teriam permitido a evoluçã o no sentido de originarem as
atuais mitocô ndrias dos atuais seres eucariontes unicelulares. Numa fase seguinte, teriam sido
endocitados procariontes autotró ficos fotossintéticos (cianobactérias) que evoluíram para os plastos
existentes nas algas e nas plantas.
Este modelo defende que o sistema endomembranar terá surgido de invaginaçõ es da membrana
plasmá tica. O nú cleo parece ter sido formado a partir de uma dessas invaginaçõ es da membrana
plasmá tica, uma vez que estando o DNA circular das células procarió ticas ligado à membrana
plasmá tica, é prová vel que tenha ocorrido o encerramento do mesmo num saco intracelular,
formando um nú cleo primordial.
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Todas as células eucarió ticas apresentam mitocô ndrias. Apenas as células eucarió ticas vegetais
apresentam cloroplastos. Por isso, provavelmente primeiro terá ocorrido uma simbiose com células
com bactérias aeró bias (que evoluíram futuramente para mitocô ndrias) e, posteriormente, algumas
células estabeleceram simbiose com bactérias percursoras dos cloroplastos.
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O modelo endossimbió tico explica de forma satisfató ria a origem das mitocô ndrias e dos
cloroplastos, mas nã o consegue explicar a origem do nú cleo. De forma inversa, o modelo autogénico
explica satisfatoriamente a origem do nú cleo mas nã o explica com coerência a origem dos organelos
mitocô ndrias e cloroplastos. A associaçã o dos dois modelos procura colmatar os pontos fracos de um
dos modelos com os pontos fortes do outro e admite que na evoluçã o dos procariontes terã o
ocorrido fenó menos dos dois tipos.
2. A origem da multicelularidade
Com a evoluçã o para a estrutura eucarió tica, as células aumentaram de tamanho e também as suas
potencialidades metabó licas. Contudo, verifica-se que à medida que o tamanho aumenta, a relaçã o
entre a á rea e o volume diminui, isto é, a á rea aumenta menos do que o volume.
Por isso, apesar do aumento de volume, o aumento de superfície correspondente continuava a ser
insuficiente para as células conseguirem realizar com eficá cia as trocas com o meio (entrada de
nutrientes e oxigénio e eliminaçã o de substâ ncias de excreçã o). Por outro lado, um grande aumento
de volume implicaria uma elevada taxa metabó lica para poder suportar a organizaçã o e o
funcionamento de células de tã o grandes dimensõ es, o que seria condicionado pela diminuiçã o da
superfície de trocas com o meio. Assim, o aumento do volume das células determinou a divisã o
celular, o que implicou que o crescimento fosse feito à custa da multiplicaçã o do nú mero de células e
nã o do seu volume. Assim se originou a multicelularidade.
As células nã o podem aumentar indefinidamente de tamanho. Há duas soluçõ es para este problema:
1) Reduzir o metabolismo celular (menos metabolismo implica menor necessidade de fazer trocas com o
meio);
2) Multicelularidade.
O aumento do tamanho da célula leva à diminuiçã o da razã o entre a á rea de superfície e o volume.
Isto significa que:
Quando há um aumento de volume, aumenta também o metabolismo, mas a célula nã o pode contar com um
aumento equivalente na eficácia das trocas com o meio externo, uma vez que a superfície nã o aumenta na
mesma proporçã o;
Quanto maior for a célula, menor é a superfície da membrana por unidade de volume de citoplasma capaz
de realizar trocas com o meio externo;
Cada unidade de á rea de membrana plasmá tica tem de realizar trocas com o exterior para um volume
muito maior de citoplasma;
Acima de um tamanho crítico, as trocas entre a célula e o meio nã o ocorrem com a rapidez necessá ria para a
vida da célula.
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A multicelularidade mais simples consiste em grupos de células que, apó s a divisã o celular,
permanecem juntas – formaçã o de coló nias. As células agrupadas, no entanto, especializaram-se em
funçõ es distintas, mantendo-se interligadas e interdependentes – diferenciaçã o celular. Este
processo evolutivo levou à formaçã o de tecidos, à organizaçã o destes em ó rgã os que, por sua vez, se
organizam em sistemas, que no seu conjunto constituem um organismo multicelular.
Vantagens da multicelularidade
Aumento de tamanho sem comprometer a eficá cia das trocas com o meio externo;
Maior especializaçã o com proporcional eficá cia na utilizaçã o da energia;
Maior independência em relaçã o ao meio ambiente com manutençã o das condiçõ es do
meio interno;
Grande diversidade de formas e de funcionalidades que possibilitou a adaptaçã o a
diferentes ambientes.
3. Mecanismos de Evoluçã o
A perspetiva evolutiva que foi sendo descrita desde os seres procariontes até aos organismos
multicelulares mantém-se como ideia central na explicaçã o da diversidade da vida e marca a forma
como os bió logos observam e explicam o mundo natural.
Fixismo
A primeira tentativa de explicaçã o da biodiversidade dos seres vivos foi o fixismo. Esta teoria admitia
que as espécies surgiram tal como hoje as conhecemos e nã o sofreram transformaçõ es ao longo da
sua existência. Esta visã o das espécies prevaleceu e, em alguns casos, ainda prevalece fortemente
apoiada por princípios religiosos.
Existem três correntes fixistas que têm comum o facto de defenderem que as espécies sã o unidades
fixas e imutá veis que, num mundo igualmente está tico, surgiram independentemente umas das
outras.
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Tema III -Evolução Biológica
Criacionismo - admitia que as espécies foram originadas por criaçã o divina e, como tal, sã o
perfeitas e está veis, mantendo-se fixas ao longo do tempo.
Hipó tese da geraçã o espontâ nea – referia que os seres vivos surgem por geraçã o
espontâ nea, a partir de matéria inanimada, por açã o de um princípio ativo que atuava sobre a
matéria.
Hipó tese catastró fica ou das criaçõ es sucessivas – alguns dos seguidores de Cuvier
extremaram as ideias deste, admitindo que as catá strofes eram globais, verdadeiros holocaustos que
destruíam por completo a fauna e flora do planeta. Posteriormente dava-se o repovoamento da Terra
em novos atos de criaçã o.
Tal como Cuvier, Lineu foi um defensor do fixismo, apesar dos seus trabalhos terem contribuído para
o desenvolvimento do evolucionismo.
Evolucionismo
A classificaçã o dos seres vivos iniciada por Lineu revelou semelhanças entre os seres
vivos, sugerindo relaçõ es de parentesco e uma possível origem comum, levando a que fossem
questionadas as ideias fixistas.
O estudo dos fó sseis permitiu verificar que algumas espécies encontradas nã o
correspondiam a espécies atuais e que por vezes existiam fó sseis diferentes em estratos
consecutivos.
As primeiras ideias evolucionistas surgiram em França com Buffon e Maupertuis. Buffon
(1707-1788) foi o primeiro a sugerir abertamente que espécies relacionadas teriam um ancestral
comum. Maupertuis (1698-1759) defendeu as ideias evolucionistas ou transformistas e acreditava
que os seres vivos resultavam de uma seleçã o provocada pelo ambiente.
Charles Lyell concluiu que as leis naturais sã o constantes no espaço e no tempo.
No século XIX começou, em oposiçã o, a ser defendido o evolucionismo, que considerava que as
espécies se modificavam ao longo do tempo, se iam alterando de forma lenta e gradual originando
novas espécies. Os evolucionistas admitem a existência de mudanças progressivas nos seres vivos a
partir de ancestrais comuns, e sã o essas mudanças que, ao longo do tempo geoló gico, vã o dar origem
às diferentes espécies.
Mecanismos de evoluçã o
A confirmaçã o da Teoria do Uniformitarismo de Hutton, por Lyell, embora relacionada com a
geologia, como já referimos, mostrou ser de fundamental importâ ncia para as bases do
evolucionismo, mas faltavam os modelos explicativos do processo da evoluçã o.
A ideia que a diversidade dos seres vivos resultar de um processo lento e gradual é defendida, apó s
Lyell, por muitos naturalistas mas há dois desses cientistas que marcaram a diferença: Lamarck
(1744-1829) e Charles Darwin (1809-1882).
3.1 Lamarckismo
As ideias de Lamarck, para explicar a existência da evoluçã o, podem resumir-se em dois princípios
fundamentais:
Lei do uso e do desuso - Se um ó rgã o é muito utilizado desenvolve-se, tornando-se mais
forte, vigoroso ou de maior tamanho. Nos animais que nã o passaram o limite do seu
desenvolvimento o uso mais frequente e continuo de um ó rgã o fortalece, desenvolve e aumenta
gradualmente esse ó rgã o. Por outro lado, a nã o utilizaçã o permanente de qualquer ó rgã o causa o seu
enfraquecimento e deteorizaçã o e diminui progressivamente a sua capacidade para funcionar, até
que finalmente desaparece.
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A adaptaçã o é progressiva e um organismo pode desenvolver qualquer adaptaçã o, desde que seja
necessá ria, caminhando assim para a perfeiçã o em interaçã o com os fatores ambientais.
Em síntese, segundo Lamarck, a evoluçã o ocorre em vá rias etapas: alteraçõ es ambientais criam
novas necessidades nos seres vivos adquirem novos comportamentos que levam ao
desenvolvimento (uso) ou atrofia (desuso) dos ó rgã os as novas características sã o transmitidas à
descendência.
Criticas ao Lamarckismo
Aspetos como “necessidade de adaptaçã o” ou “procura de
perfeiçã o” nã o se conseguem testar. O Lamarckismo foi muito
contestado pois considerava que a evoluçã o tinha uma finalidade e
que os seres vivos tinham o desígnio de melhorarem e de adaptarem
ao meio.
A lei do uso e do desuso nã o explicava todas as
modificaçõ es observadas nos seres vivos;
As modificaçõ es provenientes do uso e desuso dos ó rgã os
sã o adaptaçõ es individuais, visto que na reproduçã o sexuada apenas
as alteraçõ es no DNA transportadas nos gâmetas sã o transmitidas
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aos descendentes.
Mesmo estando enganado quanto à s suas interpretaçõ es, Lamarck merece ser respeitado, pois foi o
primeiro cientista a questionar o fixismo e defender ideias sobre a evoluçã o.
3.2 Darwinismo
Darwin, durante a sua viagem no Beagle como naturalista, observou a distribuiçã o de organismos em
diferentes habitats e as suas relaçõ es com as formaçõ es geoló gicas, o que contribuiu para
fundamentar a sua teoria. Observou que adaptaçõ es idênticas podem levar a uma evoluçã o
convergente.
Foi durante a sua viagem a bordo do Beagle que Darwin recolheu a maior parte dos dados em que se
baseou para propor a sua Teoria da Seleçã o Natural. Contudo, para além dos dados recolhidos na
viagem, Charles Darwin também foi inspirados por dados vindos da Geologia, pelos trabalhos de
Thomas Malthus e por outras observaçõ es que fez relativas à seleçã o de indivíduos para apuramento
de raças.
Podemos agrupar os dados que fundamentam a Teoria da Seleçã o Natural nas seguintes categorias:
1. Dados da Geologia
Nos Andes, Darwin pode observar a existência de fó sseis marinhos (conchas), entã o,
provavelmente, deve ter concluído e por influencia de Lyell que se a Terra está em mudanças
constantes e graduais, o mesmo deveria ocorrer com os seres vivos.
Na América do Sul, Darwin encontrou fó sseis de grandes mamíferos que já nã o existem hoje,
contrariando a ideia de que as espécies sã o imutá veis. Mas o que mais lhe chamou a atençã o foi o
facto de estas espécies extintas serem muito semelhantes a espécies que na altura existiam na
América do Sul, sugerindo algum grau de parentesco entre elas.
Conclusã o: A vida sobre a Terra teria experimentado ao longo dos anos mudanças lentas e graduais.
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2. Dados de Biogeografia
Os dados biogeográ ficos dizem respeito a um conjunto de dados que Darwin recolheu nas ilhas
Galá pagos, nomeadamente no que respeita à s espécies de tartarugas e tentilhõ es.
Darwin encontra nas ilhas Galá pagos uma grande variedade de espécies de tentilhõ es muito
semelhantes entre si, tal como aconteceu com as espécies de tartarugas, o que o terá levado a pensar
que seriam descendentes do mesmo ancestral comum que depois se especializou em funçã o das
condiçõ es do meio.
Além disso, a relaçã o entre a forma do bico das espécies e o tipo de alimentaçã o de cada uma veio
reforçar que o ambiente desempenha um papel muito importante na seleçã o dos indivíduos que nele
se encontram melhor adaptados.
Conclusã o: Darwin conclui que as ilhas terã o sido povoadas a partir do continente americano, tendo
as características particulares de cada ilha condicionado a evoluçã o de cada espécie levando à sua
diferenciaçã o.
Esq. – Geochelone nigra. Apresenta pescoço alto e carapaça plana. Vive em ilhas á ridas e
alimenta-se de catos altos.
Dir. – Geochelone elephantopus. A sua carapaça é mais curva e o pescoço mais curto. Vive
em ilhas com abundâ ncia de á gua e vegetaçã o verde rastejante abundante, de que se
alimenta.
.
3. Crescimento das populaçõ es
Alguns dos fatores responsá veis pela limitaçã o do crescimento das populaçõ es seriam, segundo
Darwin:
Nem todos os animais de uma populaçã o se reproduzem;
Falta de alimento e condiçõ es ambientais adversas que condicionam o desenvolvimento,
reproduçã o e sobrevivência dos animais;
Luta pela sobrevivência pode levar à morte de alguns indivíduos devido à competiçã o,
parasitismo ou predaçã o;
Doenças que afetam as populaçõ es.
Conclusã o: Assim, Darwin concluiu que existem no ambiente fatores muito importantes que podem
condicionar de forma significativa o desenvolvimento das espécies.
Conclusã o: Se o Homem efetua uma seleçã o artificial criando novas espécies com novas
características, entã o também a Natureza deve selecionar através dos fatores ambientais (Seleçã o
Natural).
5. Variabilidade intraespecífica
Darwin verificou que existe uma grande variabilidade intrínseca a todos os indivíduos da mesma
espécie. Existem pequenas variaçõ es que fazem dos indivíduos ú nicos sem por isso deixarem de ser
da mesma espécie.
Conclusã o: Estas pequenas variaçõ es sã o o ponto de partida para a seleçã o artificial e, de acordo com
Darwin, para a seleçã o natural.
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A tabela que se segue resume cada um dos dados que fundamentaram a teoria de Darwin
MECANISMO DE EVOLUÇÃO SEGUNDO DARWIN
Segundo Darwin, a evoluçã o ocorre devido a variaçõ es que surgem nos indivíduos e que os
tornam mais ou menos aptos na luta pela sobrevivência. Os menos aptos, isto é, os indivíduos com
variaçõ es desfavorá veis, sã o eliminados por açã o da *seleçã o natural. Os mais aptos vivem durante
mais tempo e reproduzem-se mais, transmitindo, assim, as suas características à descendência. Há,
pois, uma reprodução diferencial.
Ocorria deste modo, ao longo de vá rias geraçõ es, uma lenta acumulaçã o de determinadas
características mais vantajosas para o ambiente em que a populaçã o se encontrava, podendo assim
originar-se uma nova espécie.
*Seleçã o natural: o meio seleciona os indivíduos que possuem características favorá veis, sendo que
estes têm mais hipó teses de deixar descendentes, e a frequência dessas características aumenta na
populaçã o. Os indivíduos que possuem características desfavorá veis sã o eliminados
progressivamente.
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corroboravam a ideia de uma evoluçã o lenta e gradual, já que existiam poucos fó sseis com formas de
transiçã o entre espécies diferentes em que uma, por evoluçã o, tivesse originado a outra.
Lamarckismo Darwinismo
O meio cria necessidades que induzem mudanças O meio exerce uma seleçã o natural que favorece
nos há bitos e nas formas dos indivíduos. os indivíduos portadores das características mais
apropriadas para um determinado ambiente e
num determinado tempo.
As novas características conseguem-se pelo uso ou No seio de uma populaçã o certos indivíduos
desuso repetido de um ó rgã o ou parte do corpo. apresentam características que lhes conferem
uma melhor adaptaçã o em relaçã o aos outros.
As características adquiridas sã o transmitidas aos Os mais aptos vivem mais tempo, reproduzem-se
descendentes. mais e transmitem as suas características aos
descendentes.
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Dados da Paleontologia
O estudo dos fó sseis revela, por um lado, que no passado existiram na Terra seres vivos muito
diferentes do que os que existem na atualidade e, por outro lado, permitem inferir que muitos dos
seres vivos que hoje habitam o planeta tiveram uma origem que se encontra relacionada. De facto, ao
estudar os fó sseis confirma-se a presença de espécies extintas, o que contraria a ideia de
imutabilidade das espécies (ex: dinossauros, amonites e trilobites).
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As formas sintéticas também sã o chamadas formas de transiçã o porque terã o sido a transiçã o de um
grupo para outros grupos de organismos. Estas formas permitem documentar que os organismos
que hoje se conhecem nã o sã o totalmente independentes uns dos outros quanto à origem.
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Estruturas como estas, designadas estruturas homó logas, que evidenciam uma origem embrioló gica
semelhante, revelam que os seres que as apresentam tiveram uma origem comum a partir a partir do
mesmo grupo ancestral que ocupou diferentes habitats e que por isso foi sujeito a diferentes seleçõ es
naturais, sendo em cada caso selecionados os seres portadores das características mais vantajosas.
Ocorreu assim uma evoluçã o divergente.
Por outro lado, muitos seres vivos sem ancestral comum e distinta origem embrioló gica possuem
estruturas, por exemplo, as asas de uma borboleta e de uma ave, que desempenham as mesmas
funçõ es sem apresentar uma organizaçã o estrutural semelhante. Estas estruturas aná logas revelam
uma evoluçã o convergente resultante de uma seleçã o natural que em ambientes semelhantes
favoreceu os portadores destas estruturas, independentemente do grupo a que pertenciam.
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Dados da Citologia
A teoria celular defende que todos os seres vivos sã o constituídos por células. A célula é a unidade
estrutura e funcional de todos os seres vivos, com vias metabó licas idênticas em seres vivos muito
diferentes. Isto indica uma origem comum para todos os seres vivos a partir de células ancestrais.
Dados da embriologia
O estudo comparado de embriõ es releva semelhanças nas primeiras etapas do seu desenvolvimento
e estruturas comuns em embriõ es de diferentes grupos.
Os vertebrados nos primeiros está dios de desenvolvimento embrioná rio apresentam-se na forma de
embriõ es muito semelhantes, que se vã o tornando progressivamente diferentes á medida que
decorre o desenvolvimento, o que indica que estes seres vivos terã o evoluído a partir de um
ancestral comum.
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permite que se estabeleçam filogenias, onde se põ e a hipó tese de que a partir de uma molécula de
DNA ancestral comum, por diferentes mutaçõ es, surgiram diferentes genes e, consequentemente, a
sequência dos aminoá cidos é diferente, originando diferentes moléculas.
Outra forma de estimar a proximidade entre espécies é analisando o DNA, através da hibridaçã o
do mesmo. Nesta técnica, misturam-se cadeias de DNA desenroladas de espécies diferentes e espera-
se que ocorra o emparelhamento.
Outra forma de estabelecer um grau de parentesco entre diferentes grupos de animais sã o a partir
de dados soroló gicos que se baseiam-se nas reaçõ es específicas entre antigenes e anticorpos, através
da interpretaçã o dos mecanismos de aglutinaçã o.
5.
Neodarwinismo
No século XX foi construída uma visã o unificadora entre o darwinismo e os dados da Genética, cujo
resultado foi o aparecimento da Teoria Sintética da Evoluçã o (neodarwinismo) que engloba duas
ideias fundamentais: variabilidade genética e seleçã o natural.
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Os indivíduos portadores dos conjuntos génicos mais favorá veis (determinantes de características
vantajosas) sobrevivem mais tempo e originam maior descendência (reproduçã o diferencial),
tornando mais frequentes os seus genes. Quando as características do meio alteram, o conjunto
génico mais favorá vel pode deixar de o ser no novo ambiente. Em termos globais, há genes que se
tornam mais frequentes, enquanto que outros vã o sendo progressivamente eliminados.
Define-se fundo genético como o conjunto de todos os genes presentes numa populaçã o num dado
momento. Apesar de a seleçã o natural atuar sobre o fenó tipo dos indivíduos de uma populaçã o, os
bió logos definem evoluçã o como uma alteraçã o no fundo genético das populaçõ es
As modificaçõ es que ocorrem no fundo genético da populaçã o, e nã o as modificaçõ es que ocorrem
nos indivíduos, determinam a evoluçã o. A populaçã o é a unidade evolutiva.
Existem vá rios fatores que podem atuar sobre o fundo genético de uma populaçã o: seleçã o natural,
mutaçõ es, seleçã o artificial, cruzamento nã o aleató rio, fluxo genético e deriva genética.
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O
neodarwinismo explica a evoluçã o das populaçõ es:
Numa populaçã o existem sempre indivíduos com variaçõ es diferentes;
Essas variaçõ es resultam, essencialmente, das mutaçõ es e das recombinaçõ es génicas que
surgem no decorrer da reproduçã o;
As mutaçõ es e as recombinaçõ es génicas, para serem hereditá rias e se transmitirem à
descendência, têm que fazer parte do patrimó nio genético das células reprodutoras ou das células da
via germinal. As mutaçõ es somá ticas nã o se transmitem à descendência;
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Exemplo:
No início do século XX, como o objetivo de controlar uma praga de citrinos, foi utilizado um inseticida
contendo cianeto. Posteriormente, estudos genéticos efetuados em insetos sobreviventes revelaram
a presença de um gene que lhes possibilita a decomposiçã o do cianeto em compostos inofensivos.
Pouco tempo depois, verificou-se que toda a populaçã o era resistente ao inseticida.
Explique, de acordo com o Neodarwinismo, a evoluçã o da populaçã o de insetos, relativamente à
resistência ao inseticida.
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