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O que importa realmente são as variações e não a quantidade absoluta do que vc faz.
Então não faz nenhum sentido vc criticar alguém que come chocolate todo dia em dieta, se
vc desconhece o que essa pessoa comia antes. Imagine um cara usando 30-50mg dia de
oxandrolona por dia, aí vc todo orgulhoso de ser um abuser vai pensar; "que ciclo de
merda". Aí que está o erro, vc ignora que houve uma mudança de um cara natural para um
cara que agora está em doses suprafisiológicas de um esteroide anabólico (mesmo que
baixas aparentemente, estão bem acima do fisiológico, um aumento de ~5x nos níveis de
androgênios no organismo). Claro que os ganhos não serão tão grandes como nos ciclos
usuais da internet (~10-20x aumento nos níveis de androgênios), mas mesmo usando
doses assim é possível ter ganhos em 2 meses que um natural levaria ~1 ano para
conquistar, assim como vc pode ganhar o dobro num ciclo mais forte que um natural
levaria 2 anos pra conquistar (ganhos temporários em geral), com o agravante de lidar
com colaterais e um crash hormonal pós-ciclo muito mais agressivo quando usa doses
mais altas, o que por sua vez torna muito difícil manter boa parte dos ganhos do ciclo pelo
tempo em que seu eixo hormonal ficará suprimido (~3-6 meses) e pela grande queda dos
níveis de androgênios pós-ciclo. No fim das contas os ganhos líquidos de um ciclo com
doses maiores não são muito diferentes de um ciclo com doses menores, que por sua vez
tem vantagem de facilitar a adaptação do organismo e uma recuperação mais rápida do
eixo.
Com dieta e treino acontece algo semelhante. Se você pega uma pessoa que tem uma
dieta desorganizada e que come lixo em todas as refeições, cortar isso pela metade e
adicionar alimentos de qualidade com um déficit calórico, isso já vai ser suficiente para
provocar grandes mudanças no físico dessa pessoa e fazer ela perder peso, mesmo que
ela continue a comer lixo em algumas refeições. Se essa pessoa era sedentária e passa a
treinar, então vc tem mais um grande potencial para mudar o físico desse indivíduo devido
a uma melhora no perfil hormonal e metabólico gerados pelas adaptações do treinamento.
Então não tem nenhuma surpresa se um indivíduo consegue emagrecer comendo
McDonalds. Claro que pessoas que já sofreram grandes mudanças no físico com
treinamento e dieta terão muito mais dificuldade de obter resultados, justamente pelo
processo de adaptação crônico do organismo, de forma que é muito difícil vc provocar
variações de treinamento e dieta que melhorem sua condição drasticamente numa fase
avançada. Isso se torna mais difícil conforme o tempo de dieta, a quantidade calórica, o
nível e quantidade de treinamento, e também o quanto de peso vc ganhou ou perdeu
nesse tempo (variações de peso muito rápidas são as piores, pela instabilidade).
Alguns dos principais hormônios que sofrem variações com treinamento e dieta são
insulina, leptina e hormônios da tireoide. A leptina é um hormônio secretado pelo tecido
adiposo responsável pelo controle da saciedade e controle do peso corporal. Quando vc
perde muito peso os níveis de leptina caem, o que faz com que vc sinta mais fome, e com
o ganho de peso ocorre o inverso. Ou seja, quanto maior a quantidade de tecido adiposo,
maior será a quantidade de leptina produzida e secretada (Friedman, 1998). A taxa
metabólica (níveis de T3) tb sofre uma redução com a perda de peso em dietas restritas
em carboidratos, o que faz com que um indivíduo que já tenha perdido muito peso e esteja
em uma dieta de baixa caloria, fique estagnado. O treinamento e a dieta hipocalórica
aumentam a sensibilidade à insulina, enquanto uma dieta hipercalórica diminui a
sensibilidade à insulina, e quando vc está ganhando peso e dá aquela estagnada, ao
aumentar muito as calorias da dieta a tendência é ganhar muito mais gordura que massa
muscular. Por isso também que logo que vc sai de uma dieta restrita em carboidratos, vc
consegue recuperar boa parte do peso sem ganhar gordura, aumentando retenção de
água e massa muscular, pela retenção maior de glicogênio e sensibilidade à insulina, que
favorece a síntese proteica e reduz a lipogênese (ganho de gordura está associado á
maior resistência à insulina).
A melhora do metabolismo depende das alterações que vc provoca com treinamento, dieta
e hormônios, mas vc precisa entender que seu corpo sempre deseja o equilíbrio
(homeostase), então nem sempre é possível atingir seu objetivo aumentando as drogas,
comendo 500kcal por dia ou fazendo 3 horas de cardio. Agora alguém usando 500mg de
androgênios por semana pode ter resultados muito melhores que alguém usando 5x essa
dose, simplesmente porque está fazendo as variações de treinamento, dieta e hormônios
da forma mais eficiente para otimizar seu metabolismo. As doses altas funcionam bem no
contexto certo de treinamento, dieta, genética e estrutura física do indivíduo. Assim
também muitas pessoas terão resultados melhores na perda de peso comendo mais
calorias e fazendo muito menos aeróbico, porque o que importa realmente para
potencializar mudanças no metabolismo são as variações impostas no momento certo, e
não a quantidade absoluta do que vc faz. Agora se vc perguntar novamente porque eu
como Nutella pós-treino em uma dieta contest, então vc não entendeu o que está escrito
nesse texto, e ignora o meu e o seu contexto.
Termogênicos
Problema do uso de termogênicos em cutting é que seu efeito é temporário, e ao cessar o
uso parecem gerar algum tipo de supercompensação pelo organismo (ganho de gordura).
Um exemplo disso são os agonistas beta-adrenérgicos, como clembuterol, efedrina e
albuterol. A principal via de ação dessas drogas são os receptores beta 2 adrenérgicos,
onde as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) exercem seus efeitos de queima de
gordura no tecido adiposo. Como a maioria deve saber esses receptores acabam sendo
dessensibilizados (saturação) com o uso prolongado dessas drogas, e é necessário
interromper o uso ou adicionar alguma droga que faça suprarregulação desses receptores
beta adrenérgicos (cetotifeno, T3). O que acontece após o uso, é que com a saturação
desses receptores, as catecolaminas secretadas pela medula adrenal, principalmente pelo
estímulo do exercício, não conseguem exercer de forma eficiente seus efeitos lipolíticos no
tecido adiposo e no músculo. As catecolaminas estimuladas pela atividade física são
responsáveis por elevar a taxa metabólica, e a atenuação de seus efeitos após o uso de
drogas termogênicas tende a reduzir a taxa metabólica, e com isso favorecer a síntese de
ácidos graxos (ganho de gordura). Não é questão de dizer que termogênicos não
funcionam, e sim que seus efeitos no geral são temporários, e resultados duradouros e
sólidos são alcançados pelas adaptações metabólicas geradas pelo treinamento e dieta, e
por sinal termogênicos interferem negativamente nessas adaptações do treinamento. Claro
que se você parar de treinar e se alimentar bem vai ter um prejuízo muito maior do que
interromper o uso de um termogênico, e é basicamente isso que acontece com as pessoas
que procuram a pílula mágica, após interromper o uso voltam a engordar pois não mantém
o principal, treino e dieta, e sem isso você não vai á lugar nenhum. Eu evito termogênicos
sempre que possível, é a última variável que uso para atingir um objetivo temporário.
Horário Carboidratos
Carboidratos de Manhã são bons e carboidratos de noite são vilões ?
Esse é um dos maiores mitos e uma das citações mais injustas e mal compreendidas da
nutrição moderna.
Fica mais claro para quem tem uma noção melhor de fisiologia humana entender o porquê
tem algo de errado ai.
De maneira geral as pessoas falam que é importante o café da manha ter carboidratos
para te dar energia para o dia,porém não acontece isso quando você come carboidratos
fisiologicamente falando.
De manhã ao acordar,em um indivíduo sadio,que tem o seu pico matinal correto de cortisol
e teve uma boa noite de sono,ele vai estar totalmente energizado e concentrado e
USANDO GORDURA COMO FONTE DE COMBUSTÍVEL.
(insulina baixa = maior concentração e disposição)
Quando esse individuo come carboidrato ao acordar,ele está alterando toda sua forma
natural de picos hormonais e sua neuroquímica.Ao invés de ele ficar energizado ele vai
diminuir demasiadamente seu cortisol,pelo pico de insulina ( QUEBRANDO QUALQUER
CHANCE DE QUEIMAR GORDURA) e vai ficar indisposto.
Alguns indivíduos bem sensíveis à insulina podem comer carboidrato de manhã de
maneira controlada sem alterar demasiadamente seus hormônios e catecolaminas porém
é uma minoria.
A premissa que carboidratos a noite são vilões é que eles engordariam e alterariam a
liberação de hormônio do crescimento( fato sim que + GLICEMIA E INSULINA = - GH ).
Mas fisiologicamente essa preocupação não deve ser tão grande.
O carboidrato só vai te engordar se você não usar ele como energia ou se o seu glicogênio
já estiver cheio,e repondo ele a noite o individuo está REPARANDO o estoque de
glicogênio e não engordando,isso claro se ele não repôs o glicogênio durante o dia
comendo carboidratos.
A questão do hormônio do crescimento é valida para pessoas que tem uma demasiada
resistência a insulina,onde ao comerem muito carboidrato liberaram muita insulina e essa
não ira baixar no período onde o hormônio é secretado no sono.
A insulina tem seu pico por pouco tempo (1 hora+- ) e em indivíduos saudáveis a glicemia
baixa em tempo certo para o hormônio do crescimento conseguir ser secretado.
Outro ponto importante é que o carboidrato próximo da hora de dormir aumenta a
serotonina.( + serotonina é convertida em melatonina = MELHORA DO SONO )
A maneira inteligente de se fazer dieta é usar CARBOIDRATOS como REPOSITOR de
energia em horas chaves do dia e usar GORDURA como ENERGIA
Quando o organismo entra nesse “shift” metabólico maravilhas acontecem em termos de
composição corporal e bem estar.
MANIPULAÇÃO DE MACRONUTRIENTES NA
DIETA E EFEITOS METABÓLICOS DA INSULINA
(DUDU)
VB, IG, frutose, gorduras saturadas e colesterol
Muito se fala em considerar a importância do valor biológico (VB) das proteínas, controlar
o índice glicêmico (IG) e a quantidade de frutose dos carboidratos, restringir a quantidade
de colesterol e gorduras saturadas na dieta. No entanto, o padrão de recomendação
desses macronutrientes pode ser alterado de acordo com o contexto da dieta e também do
metabolismo do indivíduo. Pode-se dizer que as recomendações nutricionais baseadas na
IDR (ingestão dietética de referência) podem ser úteis para maior parte da população se o
objetivo é apenas prevenir deficiências, manter boa saúde e um crescimento adequado,
desde que também consideremos que esse indivíduo não está acima do peso com objetivo
de emagrecimento por exemplo, pois ao alterar sua dieta seguir a IDR pode ser de pouca
utilidade e ineficiente.
Aqui no entanto vou focar em indivíduos que não apenas desejam perder peso, mas
otimizar sua composição corporal, seja com objetivo de ganhar massa muscular, seja com
objetivo de perder gordura. Em ambas as situações o que se deseja é manter ou ganhar
massa magra e perder ou manter o percentual de gordura controlado, mantendo boa
saúde.
Em uma dieta hipercalórica, rica em carboidratos normalmente, o VB biológico das
proteínas tem pouca relevância (no sentido que você não precisa se preocupar em comer
grandes quantias de proteína de alto VB), enquanto o consumo de frutose, alimentos com
alto IG e gorduras saturadas tende a ter um menor impacto na saúde ou na perda de peso
em dietas hipocalóricas pobre em carboidratos, como dieta cetogênica. Vou explicar cada
um desses pontos mais detalhadamente, mas posso adiantar que a insulina é um
hormônio chave para entender essas diferenças entre mudança na proporção de
macronutrientes, ingestão calórica e mudanças no perfil metabólico do indivíduo.
A insulina é um hormônio anabólico por excelência, ela favorece a síntese de proteínas e
lipídios (triglicerídeos, colesterol), aumenta a captação de glicose pelas células, também
diminui a degradação de proteínas e inibe a lipólise (quebra triglicerídeos em ácidos
graxos e glicerol), inibe também a oxidação de ácidos graxos (queima de gordura). Sendo
assim, um maior consumo de carboidratos na dieta acaba por ter um efeito poupador de
proteína e gordura, tanto por ser usado prioritariamente como fonte de energia pelo
organismo, como também por elevar os níveis de insulina. A redução dos carboidratos da
dieta e consequentemente a redução dos níveis de insulina acabam por levar a um
aumento da degradação de triglicerídeos e proteínas, assim como reduzir os processos de
síntese dos mesmos. Delineado esse quadro, podemos entender melhor agora porque a
aplicabilidade de certos conceitos (VB e IG), assim como a restrição e aumento de
determinados macronutrientes tem impactos deferentes em contextos de dieta
diferenciados, como é o caso da frutose e das gorduras saturadas.
VALOR BIOLÓGICO:
Proteínas de alto VB só fazem realmente diferença em pessoas subnutridas, dietas pobres
em proteínas ou em atletas/indivíduos com alta restrição calórica. Os dados sobre VB são
obtidos justamente nessas condições. “Qualidade da proteína é medida sob condições de
baixa ingestão porque a aplicação primária de qualidade da proteína tem a ver com
garantir nutrição adequada para as pessoas que não têm comida suficiente” (Lyle
McDonald). Se você está num saldo calórico positivo, em uma dieta rica em carboidratos,
seu corpo irá degradar menos proteínas, e isso se chama efeito poupador de proteína dos
carboidratos. Absorção de proteínas de baixo VB é facilitada em uma situação assim. Isso
significa que você não precisa se preocupar em comer grandes quantidade de carne, ovos
ou proteínas em pó em uma fase de ganho de massa, que é uma ideia equivocada quando
se pensa em ganhar massa muscular, porque associa apenas proteína ao anabolismo.
Esse tipo ideia ingênua ignora a interação entre nutrientes e as condições metabólicas do
organismo.
ÍNDICE GLICÊMICO:
Alimentos de alto IG elevam a glicemia e consequentemente a secreção de insulina, no
entanto atribui-se ao IG de 49% a 79% da variabilidade da resposta insulinêmica pós-
prandial. Sendo assim, a utilização do índice glicêmico como preditor da insulinemia requer
cautela. Além do IG é importante considerar a quantidade de alimento no impacto da
glicemia pós-prandial, que é considerado pelo conceito de carga glicêmica (CG), que
representa o produto do IG do alimento e do seu conteúdo de carboidrato (CG = (IG x
quantidade de carboidrato) / 100). Assim, um alimento como a melancia, que tem um alto
IG (72), tem uma baixa CG, pelo baixo conteúdo de carboidratos na porção. Logo a
resposta insulinêmica da pela CG é mais relevante que o conceito de IG, quando se avalia
um alimento isoladamente. Uma avaliação exaustiva de ensaios de intervenção humanos
não encontrou nenhuma diferença significativa na perda de peso média entre dietas de
baixo e alto índice glicêmico. Em conclusão, o atual corpo de evidências de pesquisa não
indica que alimentos com baixo IG são superiores aos alimentos com alto IG em relação
ao tratamento da obesidade. Alguns alimentos com alto IG (como a melancia, batata
inglesa) também possuem baixa carga glicêmica (o que remete a uma menor resposta à
insulina), enquanto alguns alimentos de baixo IG (leite, feijão cozido, iogurte) elevam a
resposta à insulina. Co-ingestão de proteínas e gorduras pode tanto baixar o IG da
refeição, como, potencializar a resposta à insulina, dependendo também da combinação e
modo de preparo da refeição. De qualquer forma, não podemos ignorar que em uma dieta
para ganho de peso, o IG dos alimentos pode ser relevante, principalmente quando
consideremos o saldo calórico total e a resposta à insulina individual
(sensibilidade/resistência à insulina). Além do que a escolha dos alimentos em relação ao
IG pode ter impactos diferentes na saúde, principalmente de diabéticos.
FRUTOSE:
Boa parte dos malefícios à saúde associados à frutose não podem ser dissociados de
dietas ricas em carboidratos (normalmente hipercalóricas), uma vez que o metabolismo da
frutose é controlado em parte por glicose, e observar também que boa parte da frutose na
dieta ocidental está associada ao consumo de sacarose e xarope de milho, contido nos
alimentos (doces, refrigerantes). Em particular, o efeito da adição de frutose vs glicose a
uma dieta cuja composição já é elevada em carboidratos é sensivelmente diferente
daquele em que existe poucos carboidratos no total de calorias. Efeitos específicos de
frutose provavelmente representam efeitos cinéticos – produção mais rápida de produtos
intermediários a partir de frutose – mas estes podem também depender das condições
individuais, relacionados a idade ou genética (mulheres pós-menopausa, homens
hiperinsulinêmicos e diabéticos tipo 2). Outro ponto importante na regulação do
metabolismo da glicose e da frutose é o papel da insulina, já que esse hormônio tem
importante papel na no aumento da expressão de enzimas lipogênicas e armazenamento
de gordura. Em uma dieta pobre em carboidratos baixos níveis de insulina aumentam a
lipólise (quebra de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol) e oxidação de gorduras, e
também aumentam a gliconeogênese (formação de glicose à partir de aminoácidos,
glicerol ou lactato). Hipertrigliceridemia induzida por carboidratos e seu outro lado da
moeda, redução dos triglicerídeos pela restrição de carboidratos na dieta, são fenômenos
bem estabelecidos. O efeito é geralmente atribuído ao aumento do fluxo de insulina, que
inibe a lipólise e a redução em glicerol-3-fosfato para fornecer substrato para a síntese. Os
efeitos de se comparar frutose e glicose nos níveis de triglicerídeos fazem sentido, desde
que isso seja no contexto de uma dieta rica em carboidratos, já que a velocidade e
regulação de ambas as vias são diferenciadas apesar de convergirem em um mesmo
ponto, as trioses fosfato DHAP e gliceraldeído.
GORDURAS SATURADAS E COLESTEROL:
Geralmente o maior problema na ingestão de colesterol no sangue tem a ver com a
ingestão de gordura saturada. Os ácidos graxos saturados aumentam e os ácidos graxos
poliinsaturados (ômega 3 e ômega 6) diminuem a concentração de colesterol no plasma,
sendo que o ácido graxo monoinsaturado (ácido oléico) e o ácido esteárico saturado são
neutros. No entanto, é preciso esclarecer que biossíntese do colesterol ocorre no citosol
da célula à partir do acetil-Coa (o intermediário comum do metabolismo dos carboidratos,
proteínas e lipídios). Isso acontece em uma situação em que os níveis energéticos estão
normais (razão ATP/ADP normal), e quando existe uma boa oferta de carboidratos na
dieta. A insulina é o principal hormônio regulador da síntese de colesterol, pois ativa a
enzima HMG-CoA redutase (enzima limitante para a biossíntese do colesterol), enquanto o
glucagon e os glicocorticoides a inibem. Com a redução do saldo calórico e dos
carboidratos a tendência é uma redução dos níveis de insulina e ATP, o que favorece a
redução da síntese de colesterol e ácidos graxos e favorece a formação de corpos
cetônicos (também formado à partir do acetil-CoA). Alguns estudos parecem indicar que
dieta cetogênica (30% de proteína, 8% de carboidratos e 61% de gordura) não tem um
efeito deletério sobre o perfil de risco de DCV (doença cardiovascular) e pode melhorar os
distúrbios lipídicos característicos de dislipidemia aterogênica. Em uma dieta low carb uma
maior ingestão de gorduras saturadas não seria problema, principalmente com déficit
calórico e prática de atividade física. O impacto negativo das gorduras saturadas no perfil
lipídico está associado principalmente à quantidade de carboidratos ingerida na dieta, e
claro que isso tende a piorar em uma situação com saldo calórico positivo, ganho de peso,
e maior resistência à insulina.
Como vimos, a insulina e os carboidratos tem um papel determinante na forma em que se
manipula os macronutrientes e a relação dessa manipulação com o perfil metabólico do
indivíduo, e quando o objetivo é otimizar composição corporal e manter ou melhorar a
saúde é preciso considerar que a escolha dos alimentos é fundamental. Podemos ver
claramente porque a preocupação de uma ingestão de proteínas de alto VB é muito mais
relevante numa dieta hipocalórica do que hipercalórica, o mesmo valendo para
suplementos proteicos e aminoácidos (whey,BCAA, glutamina, HMB etc), mesmo que eu
não considere a ingestão desses suplementos relevantes, mesmo em low carb na maioria
das situações. Podemos ver também que a preocupação com o consumo de frutose,
gorduras saturadas e alimentos de alto IG é fundamental em dietas hipercalóricas ricas em
carboidratos, e muito menos relevante em dietas hipocalóricas pobre em carboidratos, pois
os efeitos do consumo de carboidratos e da insulina modificam os efeitos dos nutrientes no
metabolismo, pois atuam regulando a síntese de triglicerídeos, colesterol, a lipólise e a
oxidação de gordura.
abraços, Dudu Haluch
REFERÊNCIAS:
Bioquímica Ilustrada, Harvey & Ferrier, 5ª edição.
Valor biológico das proteínas no contexto da dieta (DUDU)
CARBOIDRATOS na DIETA: frutose, IG e sensibilidade à insulina (DUDU)
FRUTOSE no contexto da DIETA (DUDU)
COLESTEROL E O CONTEXTO DA DIETA (DUDU)
Cafeína,
Embora a esteja relacionada como uma droga que melhora a performance, e também
beneficia outros aspectos da saúde,
A Cafeína tem um efeito como suplemento para aumentar o desempenho atlético. Ela
parece atuar de duas formas quanto ao aumento de força, primeiro quanto a percepção do
grau de carga externa e segundo quanto ao aumento de capacidade de desenvolver força.
Uma experiência feita com atletas recreacionais/competidores, citada pelo International
Journal of Sport Nutrition, utilizou 10 atletas corredores e triatletas para completar uma
triagem de 6 exercícios e pedalagem em bicicleta ergométrica.
Uma hora antes do teste metade dos atletas receberam uma dosagem de 6MG de cafeína
por 2.2 pounds (1kg) de peso corporal e a outra metade recebeu glicose. Apos isto foi
pedido aos sujeitos que pedalassem em diferentes níveis de percepção de esforço. Foi
utilizada a escala de esforço percebido de Borg, com uma escala que varia de 1-21.
Um computador acoplado a cada cicloergômetro, mostrou a força aplicada por cada atleta
no pedal.
O resultado foi que o grupo experimental que recebeu a cafeína teve uma capacidade de
resistência e força superior ao grupo controle. Concluiu - se que a cafeína aumenta tanto a
força como a resistência para treinamentos atléticos.
Mostrou-se também que atletas de resistência melhoravam seus desempenhos com uma
ingestão de 250mg de cafeína, uma hora antes do exercício e mais 250mg nos primeiros
90 minutos de exercícios. Alguns estudos determinaram que corredores que completavam
a maratona em 2horas sem cafeína, podiam reduzir os seus tempos em 10' , com o uso da
cafeína.
Outro fator importante da cafeína que ja se tem relacionado com o uso da mesma, é que
se obtém uma melhoria na qualidade de raciocínio e capacidade de aprendizagem, que
por meio destes estudos o café já é incluído na merenda de diversas escolas do Japão e
devera ser em breve em escolas do RJ.
Pesquisa desenvolvida por médicos do instituto de Psiquiatria de Londres chegou a
conclusão de que o café melhora a capacidade de raciocínio e memorização em torno de
4% a 5%. Isto devido a liberação de noradrenalina, estimulada pelo café.
A noradrenalina é um poderoso neurotransmissor e quando se usa o cérebro para
concentrar-se ou estudar, a sua secreção aumenta entre os neurônios.
A cafeína também esta sendo utilizada no tratamento de drogados. O hospital John
Hopkins dos EUA, está utilizando pastilhas de cafeína na recuperação de drogados, o café
dilata os brônquios por relaxar determinados músculos, isto faz com que a respiração seja
facilita. Este é um dos motivos por que os fumantes tem o ímpeto de tomarem um café
após fumarem, pois o cigarro é bronquioconstritor, aumentando a resistência da entrada
do ar nos pulmões de duas a cinco vezes, e por esta mesma razão o cafe se torna
benéfico para asmáticos.
Os viciados tanto em cigarros como em drogas e álcool quando utilizam o café usam
menos drogas do que sem o mesmo devido ao fato de que a molécula de cafeína ajusta-
se aos receptores cerebrais dessas drogas, ocupando o seu lugar, fisicamente falando, o
desejo de consumir estas drogas diminuía.
Pesquisa publicada no Archives of International Medicine, concluiu que mais de 86.000
enfermeiras, que tomavam de 2 a 3 xícaras de cafe pela manha, tinham menos
probabilidade de suicídios do que as que não tomavam café.
Outra questão muito importante é que o café contém mais de cem substâncias em sua
composição, e há indícios de que muitas delas contenham princípios medicinais
importante.
Possíveis consequências do excesso de café ou cafeína.
Aumento da pressão sanguínea - mais de 5 xícaras ao dia de café podem aumentar a
pressão em cinco pontos ou mais, em pessoas suscetíveis. O uso moderado não altera a
pressão sanguínea.
Colesterol e risco cardiovascular - o uso excessivo do café pode aumentar o colesterol
LDL e os triglicerídeos.
Câncer - há sugestões que o uso excessivo pode causar câncer pancreático.
Osteoporose - o café é antagônico ao cálcio, favorecendo a incidência de osteoporose
especialmente em mulheres pós-menopausa. Sugere-se que a cada xícara de cafe, torne-
se uma de leite para compensar.
Desidratação - o café é diurético mas a ideia de que ele seria desidratante é um MITO.
Mulheres grávidas - em animais de laboratório foram encontrados defeitos congênitos
nascimento dos que foram tratados com excesso de cafeína. Isto é não esta comprovado
em humanos, mas alguns estudos sugerem que o peso de nascimentos de bebes, em que
as mães consumiam mais de 150mg de cafeína ao dia, era abaixo do normal.