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Seminário Teológico Batista do Mato Grosso

Aluna: Rilza Rodrigues Pacheco Meira, 3º Ano


Disciplina: Exegese do Novo Testamento

Resenha: Exegese do Novo Testamento a partir do Método


Histórico-Gramatical

Resenha apresentada para a disciplina de


Exegese do Novo testamento, no curso Livre em
Teologia, do Seminário Teológico Batista do
Mato Grosso – STBMT.

Diretora. Irany Oliveira de Freitas Souza

Cuiabá-MT, Março de 2020


KUNZ, Claiton André. Artigo da Revista Batista Pioneira, v.4, n.1, Junho de 2004.
Exegese do Novo Testamento a partir do Método Histórico Gramatical.

O presente artigo tem como finalidade apresentar um método de estudo e


exegese do Novo Testamento a partir do método histórico gramatical, sendo
composto por vários passos, (texto, contexto, análise e síntese, e seus respectivos
desdobramento); tenta descobrir a finalidade do autor através das palavras escritas
no texto, para tanto busca varias maneiras, como fatores histórico, culturais,
linguístico, etc.
É dirigido a comunidade acadêmica, o mesmo apresenta indicações gerais
e não é um trabalho definitivo, deixando em aberto a sua ampliação, de modo a
aceitar a colaboração de conhecimento acerca do assunto, uma vez que pouco
estudos são apresentados de forma sistemática. Acredita-se que o artigo colaborou
em muito para os estudiosos da Bíblia, principalmente para os seminaristas do curso
de teologia.
O autor utiliza citações de vários autores, incluindo até mesmo aqueles que
não identificam com o seu método, isto é devido a vários passos da exegese serem
comum a diversos métodos, desta forma pode-se ter várias opções na escolha de
material de pesquisa.
Kunz relata que o estudo exegético requer conhecimento linguístico,
histórico, cultural e geográfico da passagem bíblica. Descreve citação da escritora
Martines para dizer que o método tem por objetivo encontrar o significado de um
texto com base no contexto histórico em que foi inserido sendo interpretado com
regras gramaticas e semântica igual a exegese de outros estudos literários. Também
sita a escritora Miller para dizer sobre os três estágios do método, sendo
Observação (o que o texto diz), interpretação (o que quer dizer o texto), aplicação (o
que o texto quer dizer para nós).
O autor argumenta que o momento inicial do método está relacionado ao
conhecimento do texto que será estudado, para tanto sugere algumas atitudes:
primeiramente é necessário ter uma visão geral, para tanto sugere fazer várias
perguntas sobre o texto, como por exemplo quem? O que? Que sucede? Quando?
Quais os resultados? Etc., bem como descobrir palavras chaves, comparações,
repetições, ilustrações, etc., buscando olhar o texto na visão do autor, do
destinatário, de outro personagem etc.
Considera-se de extrema importância este primeiro período, pois é um
momento de encontro inicial como o material a ser estudado, onde a curiosidade de
saber informações a respeito do novo, do obscuro são grande, assim percebemos
que um interrogatório se faz necessário para conhecimento geral do terreno a ser
explorado.
Num segundo momento, o autor fala sobre a delimitação do texto, que será
considerado uma unidade textual, tendo consciência do limite do início e do término
do texto em análise, o resultado disto é denominado de perícope, evitando a
quebra da unidade textual e mantendo assuntos diferente na mesma perícope, para
tanto o autor cita critérios para evitar tais problemas como por exemplo, tempo,
espaço, personagens, ação de partida, etc.
Este momento percebe-se ser de grande importância para que o
pesquisador fique atento quanto a abrangência da compreensão do texto de forma
que a mensagem seja levada numa totalidade, não excedendo e nem deixando de
fora elemento que possa comprometer a entrega da mensagem para o ouvinte.
Outro ponto abordado por Kunz, é quanto a crítica textual, afirma que seu
objetivo é restaurar o texto original, levando a utilizar os manuscritos gregos e
antigas traduções.
Com relação a esta abordagem, percebe-se grandes dificuldades por parte
dos estudantes de teologia, tendo em vista ser uma língua estranha a ser
assimilada; acredita-se que terá muito trabalhos futuros para que possa dominar a
tradução dos manuscritos gregos, porém no momento é mais viável realizar estudos
de comparações com outras versões bíblicas e gradativamente ir assimilando a
língua grega. Percebe-se que fazer critica textual é após muita prática de estudo.
Um dos itens apresentado pelo autor é o contexto, que por sua vez dividem
em histórico, literário e cultural, no primeiro ele relata a necessidade de familiarizar
com o conteúdo histórico geral, abrindo assim um questionário de perguntas para o
texto, como por exemplo, quem é o autor, ocasião, lugar, destinatário, etc.
No segundo, o autor afirma a necessidade de familiarizar com o contexto
imediato (anterior e posterior) e o contexto maior, de forma que o texto estudado se
localiza de forma natural dentro de seu contexto. O autor utiliza a analise do escritor
Gordon Fee, para dizer que para considerar o contexto literário é preciso apreender
a seguir o argumento do autor, como sendo uma resposta ao problema descrito e
descoberto no estudo do contexto histórico.
Em relação ao contexto cultural, o autor salienta que a falta de sua
consideração é um dos problemas mais graves na interpretação bíblica, levando ao
entendimento equivocada do significado do texto. É necessário observar a politica,
religião, economia, leis, agricultura, vestimentas, vida doméstica, geografia,
organização militar e estrutura social da época, etc.
Foi muito bom à explanação da questão contextual, principalmente por saber
da relação delas, principalmente pelo fato do contexto cultural como sendo uma
resposta à problemática ocorrida e descoberta no contexto histórico, por isto deve-se
ficar atentos na observação das reações das pessoas que viveram neste período, na
forma delas reagiram com tais resposta.
Diante disto, ficou bem claro a necessidade de saber o que aconteceu antes
e depois da passagem em estudos e também o motivo que levou o autor disser isto
ou aquilo no texto.
Com relação ao estudo da analise léxica, pode-se entender o significado do
uso da palavra tanto no livro, como na bíblica, como também fora dela se possível.
Observa-se a grande contribuição do autor no que diz respeito ao uso de
determinada palavra no seu contexto, evitando erros na interpretação e levando
mensagem bíblica de forma distorcida.
Quanto à análise morfológica, percebe-se que trata da forma como as
palavras são formadas, envolve os estudos dos substantivos, pronomes, adjetivos,
etc., pois a flexão delas refletem no seu significado. Na análise estilística, é onde o
autor dos textos bíblicos procura das maior expressividade e colorido em seus
textos, são as denominadas figuras de linguagem.
Já na analise sintática, o autor comenta sobre a análise e disposição das
palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases
entre si, analisa as diversas classes gramaticas como sujeito, verbos, adjetivos,
advérbios, etc, e conexões entre elas.
Verifica-se a necessidade de ter uma compreensão clara e segura do
português, da gramatical, para o entendimento dos textos bíblicos, que com
certeza conduzirá a maior grau de fidelidade e segurança para o pregador,
contribuindo e muito no momento de levar a mensagem para o ouvinte que terá
mais facilidade em assimilar o seu teor.
O autor relata que na analise literária os textos devem ser interpretados
levando em consideração a sua forma literária. Observa-se que o pesquisador deve
saber realizar a análise literária no texto em estudo, diferenciando o seu estilo, como
por exemplo uma parábola deve ser lido de forma diferente de uma carta, esta por
sua vez é diferente de uma profecia, de um salmo, de um provérbio, história de
milagres, etc..
Quanto a analise teológica, observa-se que o interprete ao deparar com
algum tema teológico no texto pode buscar auxilio na própria bíblia e em outras
fontes segura com a finalidade a fim de ter uma maior compreensão.
Kunz, define o que é uma síntese, afirma ser um resumo de tudo que foi
estudado na exegese, para tanto três aspectos devem ser levado em conta, sendo
através da relação das palavras chaves do texto em questão com outros textos,
referencias com acontecimentos nos evangelhos, comparar a mensagem do autor
com outra passagem e analisar referencias de contrastes, podendo ser elaborado
um esboço ou gráficos para correlacionar o estudos e ter uma visão geral da
passagem.
O autor fala sobre a atualização do texto bíblico estudado, mostrando que o
seu trabalho é aplicar o ensinamento a situação de vida cotidiana da pessoa que
esta ouvindo.
Quanto à aplicação da mensagem, constata-se que seu o objetivo é a
mudança de vida. O autor menciona algumas considerações que podem ser útil
durante o processo da exegese, como por exemplo, ir anotando os elementos que
podem ser aplicados, verificar se apresenta algum exemplo a ser seguido, ou erro a
ser evitado, se apresenta alguma ordem a ser obedecida ou pecado a ser
abandonados. Deve-se ter sempre em mente que uma boa interpretação leva
consequentemente a uma boa aplicação, por isto vale a pena gastar tempo no
processo exegético para poder salvar almas para Jesus e também lembrar sempre
que somos parte integrante deste processo de mudança de vida.
Enfim, o artigo do autor Claiton André Kunz é excelente para leitura,
apresenta linguagem acessível, de fácil compreensão e boa explicação dos temas
em tela. Os temas abordados contribui-se para o aprendizado, pois fornece
sugestão objetiva e úteis como por exemplo erros a evitar e descoberta a fazer na
realização do estudo exegético.
O autor fornece uma vasta bibliografia do assunto, que será um instrumento
de grande valia para seminaristas apreender a elaborar seus sermões.
O autor aborda com clareza as etapas do método histórico gramatical, que
contribui bastante para evitar interpretações equivocadas e negligenciada do texto,
como por exemplo excluir o seu contexto levando muitos a interpretar com suas
próprias suposições. Outra contribuição é quanto a delimitação do texto, evitando
a quebra da unidade textual e mantendo assuntos diferente na mesma.
Indica-se a leitura do artigo, pois contribui bastante na difícil tarefa de extrair
do texto a ideia central, apesar de acreditar ser muito trabalhoso e acarreta vasto
tempo na sua elaboração e confecção de todas as etapas do método antes de
cada sermão a pregar, porém o domínio de uma boa metodologia e a aplicação dos
passos sempre que possível ajudarão a dominar os textos bíblico cada vez mais.

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