Você está na página 1de 8

História de Karl Marx

Karl Heinrich Marx, nasceu em 5 de maio de 1818 na cidade de Tréveris,


em 1835 se ingressou na Universidade de Bonn para cursar Direito, mas em 1836
transferiu-se para a Universidade de Berlim onde conheceu Hegel que tinha a
filosofia hegeliana, que condenava o estado e a religião, em seguida trocou o curso
de Direito por Filosofia e anos mais tarde foi impedido de lecionar por concordar
com os pensamentos de Hegel.
Karl Marx foi um filósofo e revolucionário socialista, sua influência veio
das bases da Doutrina Comunista e sua filosofia atinge diretamente áreas do
conhecimento como filosofia, sociologia economia e história. Seu principal objetivo
era entender as mudanças sociais no decorrer da Revolução Industrial e quanto ao
crescimento das fábricas e desigualdade social.
Em 1843, se casou com Jenny e tiveram 7 filhos, Mudou-se para Colônia
conheceu Engels, que foi um grande amigo até sua morte, virando diretor do Jornal
Gazeta Renana, Karl veio a falecer em 14 de março de 1883 em Londres com
problemas respiratórios.

Contexto Histórico

“Para entender o marxismo é preciso antes de tudo situá-lo em seu


contexto histórico.” (MANDEL, Ernesto). As transformações do pensamento
humano que aconteciam no tempo em que Marx viveu foram fortes
influências nos seus pensamentos.
Os questionamentos que embasam as ideias de Marx são fomentados
a partir do século XVI, com o surgimento do Capitalismo e Revolução
Francesa. Esse cenário caracteriza um momento de muitas dúvidas e
questionamentos em relação aos valores que eram pregados ao povo até o
momento.
É necessário destacar também que o século XIX é marcado pelas
influências da luta de classes, onde ascendia os combates políticos e sociais
e concebia um campo fértil para proposições revolucionárias. Marx passou
sua infância na Renânia,uma região da Alemanha que foi mais afetada pelas
influências da Revolução Francesa do que outra parte.
A revolução burguesa a partir de 1820 e a Unificação Alemã na
década de 1830 também marcam o contexto histórico da época. Hegel era o
pensador mais debatido na época e Marx também debatia seus
pensamentos.
Nesse contexto inicia-se a percepção de que o crescimento industrial
da Europa, liderado pela Inglaterra dava espaço para os salários miseráveis,
a extensa jornada de trabalho, a exploração da mão-de-obra feminina e
infantil em larga escala, o desemprego e as péssimas condições de trabalho.
Ainda, houveram as constantes perseguições do governo de Bruxelas
e da Prússia, que tiveram o poder de expulsar Marx da França, conferindo os
subsídios necessários para consolidar seus estudos da Teoria do Estado;

O Capital

O Capital é a obra mais importante e conhecida de Karl Marx. Trata-se de


uma detalhada investigação do autor acerca do funcionamento das relações
econômicas. O livro é dividido em quatro volumes:

● Livro I - o processo de produção do capital (publicado originalmente


em 1867);
● Livro II - o processo de circulação do capital (publicado originalmente
em 1885);
● Livro III - o processo global da produção capitalista (publicado
originalmente em 1894);
● Livro IV - Teorias da Mais Valia (1905).

Marx viveu apenas para ver o primeiro livro publicado, os outros dois
foram publicados por Friedrich Engels, amigo e colaborador de Marx. Seu objetivo
era, como explicitado no Prefácio ao Volume I, "revelar a lei econômica do
movimento da sociedade moderna". Ele defendia que o capitalismo como sistema
era um modo de produção historicamente transitório cujas contradições internas o
levariam à queda, sendo inevitavelmente substituído.
O raciocínio contido no Capital destoava da grande maioria dos outros
tratados econômicos de sua época, por privilegiar um ponto de vista dedicado à
visão do trabalhador proletário em detrimento do grande produtor capitalista. Marx,
porém, havia deixado claro em trabalhos anteriores, especialmente no Manifesto
Comunista, que não via o capitalismo como um regime danoso e antagônico às
suas ideias, mas apenas como um processo temporário no seu raciocínio
econômico.
Marx estudou e argumentou com os pensamentos de muitos filósofos,
como Demócrito, filósofo grego do período pré-socrático, que foi base para sua tese
de doutorado. Feuerbach também foi fundamental para o desenvolvimento de suas
obras, tanto que Marx possui uma obra chamada “Teses sobre Feuerbach”. Essa
obra foi publicada por Engels, são onze curtas notas filosóficas escritas por Karl
Marx, de onde surgiu uma frase muito marcante na teoria marxista: “Os filósofos têm
apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é
transformá-lo.” (MARX, 1845)
Com isso ele diz que a ciência que se limita a estudar o mundo como ele
é, se torna um reflexo da estrutura dominante. Karl Marx afirma que a ciência deve
ser transformadora do espaço.
Para entender O Capital é preciso é compreender duas linhas de
pensamento principais de ver o mundo:
● Materialismo: Afirma que a única coisa da qual se pode afirmar a
existência é a matéria, e todos os fenômenos são o resultado de
interações materiais.
● Idealismo: A realidade apresenta uma natureza essencialmente
espiritual, sendo a matéria uma manifestação ilusória, aparente,
incompleta, ou mera imitação imperfeita de uma matriz original
constituída de formas ideais inteligíveis e intangíveis.

Suas ideias vão mostrar a necessidade que o homem possui de unir as


duas vertentes de pensamento. Marx explica que a sua cabeça não pensa sozinha,
ele afirma que as necessidades materiais são causadas pela sociedade em que
você vive, ou seja, os pensamentos giram em torno dos meios de produção, e com
isso conclui que a estrutura do pensamento é material.
A estrutura de pensamento materialista pode ser analisada em dois tipos
de fenômenos:

● A Superestrutura: Base ideológica (direto, religião, filosofias,


ideologias), é fruto necessário das relações de produção, são coisas
que vão exceder o material.
● A infraestrutura: Base material, fundamentada no sistema econômico
e nas relações materiais que vão existir, o seu elemento principal é o
processo de produção.
Dentro da infraestrutura surge talvez o tema central da obra, que são as
relações de produção. Para Marx o trabalho no materialismo histórico é uma
atividade de transformação, e essa transformação vai ser exercida em cima de um
objeto através dos meios ou instrumentos de produção
No mundo contemporâneo a produção individual de bens é rara, na
maioria dos casos as pessoas trabalham em conjunto, ou seja, os processos de
produção de um bem material são cooperativos. Visto isso podemos definir dois
tipos de cooperações:

● Simples: O detentor do meio de produção depende da mão de obra


de outras pessoas, mas sozinho ele conhece todo o processo
necessário.
● Complexa: Os trabalhadores são setorizados, eles têm consciência
somente de uma parte específica da produção, sendo limitados a
conhecer somente uma parte do bem produzido.

Marx vai explicar que esses sistemas produção vão alienar o proletariado,
e essa alienação raramente vai ser enxergada. Quando mais evoluído o sistema de
produção, mais setorizações vão existir e mais alienado vai estar o trabalhador.
Marx diz que as condições de exploração vão se aplicar ao assalariado,
porque as condições de trabalho não são necessariamente de livre escolha, ele
explica que a mão de obra é extremamente abundante e a oferta de empregos
acaba sendo limitada, gerando consequentemente uma desvalorização do trabalho.
Dentro destes conceitos se encaixam a mais valia e a luta de classes:
● Mais valia: Força de trabalho, tempo de realização e lucro obtido; Conceito da
economia política marxista em que o valor do trabalho e o salário recebido
pelo trabalhador denota desigualdade; Desvalorização do trabalho;
● Luta de classes:Esse conflito discutido, entre o burguês (detentor dos meios
de produção) e o trabalhador (Proletariado) gera a luta de classes. Marx
afirma que só vamos compreender o mundo como ele é a partir da luta de
classes. Para ele a detenção dos meios de produção no capitalista iria ser
cada vez mais concentrada, e devido a isso ele acreditava que a revolução
do proletariado estava perto de acontecer.
Para ele os detentores do meio de produção no capitalismo vão ser cada vez
menores, a riqueza vai se concentrar em minorias, no capitalismo o capital se
concentra, e devido a isso ele acreditava que a revolução do proletariado iria
acontecer, isso não aconteceu porque hoje um proletariado pode ser rico, mesmo
não sendo detentor do meio de produção. Para Marx, a luta de classes só acabaria
quando o sistema capitalista for banido e desaparecem as classes sociais;

O Manifesto Comunista

A obra “O Manifesto Comunista” foi publicada em 21 de fevereiro de 1848 por


Karl Marx e Friedrich Engels. É considerado um dos tratados políticos de maior
influência, a obra possui uma linguagem simples e de fácil compreensão, ideal para
quem busca entender as idéias de Marx.
Tudo se inicia em 1840 quando a Liga dos Justos que tinha sido fundada por
artesãos, entra em crise devido a dificuldade de estabelecer as ideias que a regiam.
Foi então que em 1845 Marx e Engels são convidados a fazerem parte da liga, a
partir daí a liga passaria a se chamar Liga dos Comunistas. Com a necessidade de
pensar no novo papel da Liga e seu alinhamento com os ideais comunistas, surgiu o
Manifesto Comunista.
Nesta época da criação da obra, era evidente a desigualdade social entre os
burgueses e o proletariado, pois quem trabalhava não lucrava e aqueles que nunca
trabalhavam eram que tinham todo o lucro.
O primeiro capítulo da obra relata as diferenças e sua evolução entre
burgueses e proletários, mostrava o menosprezo que as classes menos favorecidas
sofriam. No segundo capítulo mostra a relação entre os partidos e os proletários
ressaltando seus pontos em comum, além de trazer uma explicação de como agir
de acordo com o regime comunista, este que apoiava a extinção das propriedades
privadas. O terceiro capítulo vem trazer críticas ao socialismo reacionário,
socialismo conservador e o socialismo e comunismo crítico utópico.
Frases

“A história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes.”

● Banir capitalismo;;
● Opressores x Oprimidos;
● Resultado: Transformação ou destruição das classes.

“Horrorizai-vos porque queremos abolir a propriedade privada. Mas em vossa


sociedade a propriedade privada já está abolida para nove décimos de seus
membros.“

● Igualdade;
● Poucos têm muito e muitos têm pouco.

“A ditadura do proletariado constitui-se na transição para atingir uma


sociedade sem classes.“

● Ditadura;
● Proletariado;
● “Ditadura da maioria”;
● Socialismo para Comunismo.

“Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os


bolsos, o mais que possa. E o que temos a fazer não é divagar acerca da sua
vontade, mas investigar o seu poder, os limites desse poder e o caráter desses
limites.“

“Os que, no regime capitalista, trabalham não lucram e os que lucram não
trabalham.“

“A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a


valorização do mundo das coisas.“

REFERÊNCIAS
Capitalismo. Disponível em:
<https://www.mundovestibular.com.br/articles/3193/1/CAPITALISMO/Paacutegina1.
html>. Acessado em: 16/04/2019.

Do que trata o Manifesto Comunista?. Disponível em:


<https://super.abril.com.br/cultura/manifesto-comunista/>. Acessado em:
17/04/2019;

Karl Marx. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/karl-marx/>. Acessado


em: 16/04/2019

Manifesto Comunista. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/sociologia/manifesto-comunista/>. Acessado em:
16/04/2019;

Manifesto Comunista. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_Comunista>. Acessado em: 17/04/2019;

Marx, o Manifesto de 1848 e a Revolução. Disponível em:


<https://www.terra.com.br/noticias/educacao/historia/marx-o-manifesto-de-1848-e-a-
revolucao,415a2a91cb69f4986613d88339577e1a9r2k5fih.html>. Acessado em:
17/04/2019;

MARX, Karl. A origem do capital. 3ª ed. São Paulo, 1981.


O Manifesto Comunista. Disponível em: <https://www.estudopratico.com.br/o-
manifesto-comunista/>. Acessado em: 17/04/2019;

O que é materialismo dialético. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/socialismo-cientifico>. Acessado em: 13/04/2019;

SILVA, G.B. O tempo de Karl Marx: as bases filosóficas da concepção


materialista da história. Boletim Historiar, n. 05, set./out. 2014, p. 03-17.

Socialismo Científico. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/socialismo-


cientifico>. Acessado em: 13/04/2019;

Você também pode gostar