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. 2
II.
INTRODUÇÃO ....................................................................................
. 3
III. O MODELO DE NOSSOS
GRUPOS .................................................. 4
IV. NUCLEAÇÃO E INICIAÇÃO- A PU COMO
PROCESSO ............. 9
4.1
Nucleação......................................................................................................10
4.2
Iniciação ................................................................................................ 11
V. FATORES QUE CONDICIONAM O
PROCESSO ....................... ..... 17
5.1 Fatores externos ..........................................................................
......... 17
5.2 Fatores
internos .................................................................................... 20
VI
ATIVIDADES ......................................................................................
21
6.1
Nucleação.............................................................................................
22
6.2
Iniciação ..............................................................................................
26
VII
AVALIAÇÃO ...................................................................................... 31
7.1 Quem
avalia ................................................................................. ........ 31
7.2 Condicionantes para uma boa
avaliação .............................................. 31
7.3 Sugestões de instrumentos de trabalho ............................................
.... 32
VII.
CONCLUSÃ
O ..................
......................
......................
....................
34
Roteiro de Nucleação
e Iniciação da
Pastoral Universitária
I. Apresentação
Brasília, 25 de junho de
1999-07-06
P n
0527/99
“O Espírito do Senhor está sobre mim. Ele me escolheu para anunciar a
Boa Nova aos pobres e me mandou anunciar a liberdade aos presos, dar
vista aos cegos, pôr em liberdade os que estão sendo maltratados e anunciar
o ano que o Senhor vai salvar o seu povo. (Lc 4, 18-20)”.
Aos Universitários(as) Cristãos(ãs):
Apraz-me apresentar-lhes este Roteiro de Nucleação e Iniciação.
II. Introdução
3.1 Síntese Histórica
Compreendemos a Pastoral Universitária de Linha Diocesana como uma
presença eclesial no mundo universitário. Diocesana, porque a realidade da
Igreja Particular é seu lugar vital, lugar de motivação e de ação primária;
eclesial, porque se insere na iniciativa evangelizadora da diocese, sendo parte
integrante de sua Pastoral de Conjunto.
Trata-se de uma experiência que nasce com a rearticulação dos
Universitários católicos no Concílio de Jovens de Lins — SP, em 1977.
Naquele momento, na busca de resgatar a experiência da Juventude
Universitária Católica, os universitários presentes, que já estavam organizados
em grupos nas Universidades, procuraram um rosto próprio.
Em seu primeiro período (entre 1977 e 1986), essa articulação procurou
agrupar genericamente as várias experiências espalhadas pelo país. Com a
caminhada, as diferenças foram se tornando cada vez mais fortes, inclusive
com o surgimento de Movimentos em seu interior. Em 1986, o VI Encontro
Nacional optou por constituir uma PU Nacional Pluralista, reconhecendo os
diferentes carismas em seu interior. É nesse momento que surge o que
chamamos, hoje, de Pastoral Universitária Diocesana. Fundamentalmente,
essa experiência procurou retomar, com criatividade, a continuidade dos
princípios da JUC, como, por exemplo, a metodologia (Ver — Julgar --
Agir — Celebrar e a Revisão de Vida) e a evangélica Opção Preferencial
pelos Pobres.
Em 1987, a PU de Linha Diocesana fez seu primeiro Encontro Nacional.
Nesses doze anos, as experiências foram se somando e sendo sistematizadas.
Hoje, nós nos compreendemos como COMUNIDADES PROFÉTICAS NO
MEIO UNIVERSITÁRIO, presença da Igreja com um rosto fortemente laical,
que procura viver os sinais do Reino através de pequenas comunidades e,
como tal, existem em função da missão de anunciar profeticamente os seus
valores (do Reino) no meio universitário.O objetivo fundamental é
evangelizar o mundo universitário, buscando impregnar o ambiente
acadêmico dos valores que nós, cristãos/ãs, professamos (ética, justiça,
verdade, solidariedade, fraternidade), buscando propagação do
Evangelho no cotidiano do ensino superior.
A PU como processo
Chegar a um grupo/comunidade, com as características descritas no
capítulo anterior, não é fácil. Na verdade, é preciso percorrer um caminho,
desenvolver um processo que leve um grupo a afirmar sua decisão de ser
comunidade cristã.
O ser cristão é, fundamentalmente, tomar uma decisão de seguir o
MESTRE e, no caminho, ir aperfeiçoando a maneira de segui-lO. Os
exemplos bíblicos dos seguidores de Jesus no Novo Testamento indicam que
não basta tomar a decisão.
Como Pedro, somos tentados a negar (Cf Mc 14, 66-72);
como Tomé, somos tentados a não crer (Cf Jo 20, 24-29);
e, como todos, temos dificuldades em compreender a
mensagem de Jesus (Cf At 1, 1-6).
Ao longo dos anos, fomos sistematizando nossa experiência, lançando
mão dos dados da realidade, da história e da herança que recebemos.
Chegamos a algumas conclusões. Entre elas, a de que o processo é complexo,
não é linear e está sempre intimamente ligado à realidade onde se insere o
grupo e à realidade existencial de cada pessoa que dele participa. Sabemos,
também, que nossa maneira de percorrer o caminho da experiência cristã não
é única nem exclusiva, mas particular. Ela reflete nossas opções e nossos
objetivos como estudantes universitários cristãos.
Hoje, compreendemos nosso processo como sendo constituído por três
etapas: NUCLEAÇÃO, INICIAÇÃO e CONSOLIDAÇÃO. Numa analogia
que temos usado bastante, falamos também dos três momentos, como ocorre
na relação entre dois jovens: primeiramente, há a paquera, a troca de olhares, a
busca de oportunidades de encontro, o encanto da sedução... Esse é o
momento da NUCLEAÇÃO. Aceito o primeiro convite— ou
paquera —, inicia-se o namoro, a descoberta do outro. E o momento de
conhecer-se e dar-se. O momento do namoro, identifica-se com a
INICIAÇÃO. A última etapa, que corresponde ao casamento, refere-se à
CONSOLIDAÇÃO.
A partir de agora, abordaremos as duas primeiras.
4.1 Nucleação
O termo indica o ato de construir um núcleo, demarcando seus limites e
seu formato. Para nós, significa os primeiros passos visando à estruturação do
grupo/comunidade.
4.1.1 Motivação
A NUCLEAÇÃO é a partida para concretizar nossa ação evangelizadora em
seu sentido mais pleno: fazer crescer a comunidade dos discípulos que
confessam Jesus Cristo como Senhor.
A motivação inicial é a fé: a certeza de que a proposta de Jesus é
algo que vale a pena ser vivido, algo que outras pessoas
merecem conhecer.
A nucleação motiva a experiência da vida comunitária: outras
pessoas merecem vivenciar a alegria de ter em quem confiar,
com quem partilhar, de quem receber a alegria de experimentar,
mesmo que fragilmente, os sinais do Reino, pois precisam disso.
A nucleação motiva, ainda, a consciência de que o trabalho émuito
e os operários são poucos e, por isso, precisamos de mais gente
para anunciar a Boa Nova ao mundo.
É o encontro com Jesus Cristo, que se revela para nós na vida acadêmica
e na partilha comunitária, experienciada no grupo e testemunhada no
cotidiano, que nos leva a irradiar a proposta da PU aos universitários.
4.1.2 Sensibilizar e Provocar
Na etapa da NUCLEAÇÃO, agindo com ou sem intencionalidade declarada,
queremos sensibilizar nossos colegas para o fato de que existe uma proposta
de vida que possibilita uma vivência integradora do ser humano em todas as
suas dimensões (inclusive a transcendente) em busca de felicidade, que tal
proposta considera o caráter particular do ser universitário, além de ser vivida
desde o ambiente acadêmico.
é preciso saber não insistir, não “forçar a barra” de quem, muitas vezes,
atende a um convite por pura educação;
O fato é que devemos ter presente que o mundo universitário não está isento
das dinâmicas sociais e participa delas num processo de mútua influência.
Assim, no nosso esforço de compreender o universo dos estudantes, temas
como globalização, políticas
Sugerimos algumas atividades para serem executadas nos processos de
NUCLEAÇÃO e INICIAÇÃO. Propositalmente, há alternativas para um
mesmo objetivo e há vazios. Esperamos que isso estimule a criatividade de
vocês
6.1. Nucleação
Critérios de
O quê ? Para quê? Como? Quando? avaliação
1.Promoção de Despertar o Número de
eventos na interesse dos Escolhendo o O participantes do
universidade estudantes para tema. planejamento evento.
(Debates / a PU, utilizando do grupo Nível de
Seminários sua linguagem. Formando (semestral, conhecimento
sobre temas de Sensibilizar os equipe para anual, etc.) da PU que se
interesse dos estudantes para estruturar o deverá provoca
universitários – as questões da encontro / contemplar o A qualidade
ética, realidade atividade. período ideal de do evento
universidade e universitária. acordo com (palestras,
conhecimento, Promover Buscando cada realidade. organização,
aborto, espaços de parcerias com dinâmica e
afetividade e integração dos outros atores / Em períodos infra-estrutura).
sexualidade, estudantes. Instituições para que sejam
etc., jogos, Promover a promoção do adequados ao
atividades maior evento calendário
culturais...) participação (universidade, universitário.
estudantil na cáritas, DCE’S,
vida CA’S).
universitária
Dar a Elaborando o
conhecer nossos planejamento.
interesses e Escolhendo os
propostas. palestrantes.
Convidar as Providenciando
pessoas que se infra-estrutura.
interessam pela Divulgando o
PU para uma encontro ?
reunião. atividade.
Critérios de
avaliação
O quê? Para quê? Como? Quando?
2. Material Formando No início do Receptividade
informativo Divulgar a equipes. período letivo. pela
sobra a PU “Boa Nova” do Em datas comunidade.
(folders, vídeo, Senhor. Utilizando os siginificativas Nível de
home-page, meios eficazes da vida diálogo que se
faixas, cartazes, Despertar o para se atingir os acadêmica consegue gerar
murais, boletins, interesse pela estudantes com (olinpíadas, com os
panfletos, etc) PU. uma linguagem semanas, estudantes.
Apresentar a criativa na universitárias, Número de
PU. elaboração do etc.) pessoas que se
material. Antecedendo interessam pela
as atividades da PU.
Buscando locais PU.
estratégicos para Percebendo o
divulgação do interesse das
material (locais pessoas pela
freqúentados pelos PU.
universitários:
bibliotecas,
jornais de
circulação no
meio universitário,
secretarias de
cursos, horários de
rádios
universitárias,
paróquias
freqúentadas por
universitários,
etc.)
Definindo
critérios e
objetivos da
comunicação.
Critérios de
O quê? Para quê? Como? Quando? avaliação
3. Participação Buscar Divulgando o De acordo Nível de
nos eventos da espaços de evento. com os convites participação no
vida encontro e Definindo com oferecidos. evento.
universitária diálogo entre os antecipação, o Espaços de
(jogos estudantes. sentido da mostrar a cara
universitários, Apresentar-se participação da da PU(ser
noites culturais, como uma nova PU no evento. presença)
corais, festas, maneira de se Participando Testemunho.
celebrações, Igreja. como estudante
debates). universitário
Critérios de
O quê? Para quê? Como? Quando? avaliação
4. Conversas Estabelecer Através do Aproveitando Interesse que a
informais. contato mais bate-papo na os momentos e pessoa
personalizado e sala de aula, nos espaços demonstra pela
contínuo com barzinhos, festas, adequados no PU.
os estudantes, etc. cotidiano. Diálogo com
facilitando uma os estudantes.
comunicação
mais fluida e a
criação de
laços.
Desenvolver
um trabalho
pedagógico de
encantamento
dos estudantes
pela PU.
Ouvir as
motivações
pessoais dos
estudantes.
5. Entrar em Participar da Através de Ao ser Número de
contato com as Pastoral correspondência. convidado para pessoas que
dioceses, orgânica da Estando as atividades. demonstrem
coordenadores Igraja local. presente nas Buscando interesse pela
de pastorais, Dialogar e instâncias conhecer o PU.
paróquias e trocar representativas calendário dos Número de
PdU. experiências. da Ig. Local. outros realizações de
Mostrar a Divulgação de organismos atividades em
existência da materiais da PU. pastorais. conjunto.
PU. Participando
Despertar das atividades
consciência como DNJ, CF...
sobre o meio
universitário.
Realizar
atividades em
conjunto.
6. Trabalho Acolher e dar Organizando Início do Surgir o
com assistência ao standers / painéis semestre. contato com a
vestibulandos e universitário. de informação PU.
calouros. Proporcionar sobre a PU. Nível de
um ponto de Divulgando conhecimento
referência. nas salas de aula. da proposta da
Divulgar a Criando PU.
PU. espaços de
hospedagem
para os
estudantes.
Critérios de
O quê? Para quê? Como? Quando? avaliação
7. EDUC/EUC Proporcionar Divulgando o De acordo Qualidade do
espaços de encontro. com o evento.
convivência e Viabilizando planejamento Nível de
reflexão para infra-estrutura. do grupo, o participante e
os estudantes. Trabalho em calendário da aproveitamento.
Apresentar a equipe. Universidade e Nível de
PU como Escolhendo da Igreja. engajamento na
espaço de palestrantes. PU.
vivência cristã Entrando em Repercussão
da realidade contato com as externa.
acadêmica. pessoas que já
Preparar o participaram
pós-encontro desses eventos ou
(seguimento). já os
assessoraram.
Leitura do
Projeto dos
EDUCs: uma
proprosta de
trabalho
8. ERPU/EBPU Proporcionar Definindo De acordo Nível de
conhecimento critérios / espaços com o interesse do
da PU a partir de participação calendário da convidado
de uma dos convidados. PU regional. demonstrado
vivência em De acordo depois do
um espaço com o nível de encontro.
orgânico e interesse pela Nível d
inter-cidades. PU do acolhimento ao
convidado. convidado.
Naqueles que
não forem
deliberativos.
6.2 Iniciação
6.2.1 Uma proposta de itinerário
A proposta segue o esquema dos quatro aspectos referenciais para os
grupos: dinâmica comunitária, espiritualidade, ação evangelizadora e relação
com a Universidade. No total, são onze temas que podem ou não equivaler a
onze reuniões. Ou seja, é melhor falarmos em onze momentos que precisam
ser trabalhados de acordo com a realidade (tamanho, disponibilidade e
necessidades) do grupo. Sugerimos uma dinâmica de trabalho para os quatro
primeiros temas. Ressaltamos que a sua aplicação deve considerar sempre a
realidade particular do grupo.
6.2.1.1 Dinâmica Comunitária
a) IDENTIDADE - QUEM SOMOS NÓS?
Dinâmica: O coordenador distribui aos participantes um cartão de
cartolina e pede que cada um escreva seu nome completo. Depois, que conte a
história do seu nome: como foi escolhido, que comente se gosta do nome,
como gosta de ser chamado, se existe (ou existiu) algum fato interessante
relacionado com o seu nome, se tem apelido, se gosta dele, que relembre
alguma história de sua família...
Reflexão bíblica: Relembramos as seguintes leituras da Bíblia:
“Moisés, Moísés! Eis-me aqui, respondeu ele”. (Ex 3,4)
“Samuel! Samuel! — Falai, respondeu o menino, vosso servo
escuta!” (I Sam 3,4)
“Passando ao mar da Catiléia, viu Simão e André, seu irmão, que
lançavam as redes ao mar. Jesus disse-lhes: Vinde após mim, eu vos
farei pescadores de homens. Eles, no mesmo instante, deixaram as
redes e seguiram-no” (Mc 1, 16-18)
“Saulo, Saulo, por que me persegues? Saulo disse: Quem
és, Senhor? Respondeu ele: Eu sou Jesus a quem tu persegues. Então,
trêmulo e atônito, disse ele: Que queres que eu faça?
E agora?
E na universidade, você já prestou atenção no nome dos seus
amigos e amigas?
Você conhece a história deles?
Que tal conversar com eles durante a semana?
b) INTEGRAÇÃO GRUPAL
Dinâmica: Pedir a todos os participantes que façam um círculo. Em
seguida, pedir para que, dois a dois, fiquem de costas uns para os outros e
dêem-se as mãos. Lançar o desafio para voltarem a estar de frente uns para os
outros sem quebrar a corrente (as mãos devem permanecer seguras todo o
tempo). Ao final da dinâmica, pedir para cada um narrar como se sentiu: se
participou da tomada de decisão ou deixou-se guiar pelos demais, se lhe
pareceu difícil ou fácil a tarefa, como interagiu com as outras pessoas...
Reflexão bíblica: “Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes
poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo o mal e toda
enfermidade. Eis o nome dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado
Pedro, depois André, seu irmão. Felipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o
publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. Simão, o cananeu e Judas
Iscariotes, que foi o traidor” (Mt 10, 2-4).
E agora?
Você gostaria de fazer parte de um grupo de cristãos?
Quais são as suas expectativas?
c) INTEGRAÇÃO GRUPAL
Dinâmica: Pedir para os participantes se reunirem em duplas e, em
silêncio, responderem ao questionário abaixo, tentando fazê-lo apenas através
da observação. A seguir, pedir para as duplas analisarem as respostas
buscando confrontar as imagens, que cada um formulou do/a companheiro/a,
com a realidade. Ao final, discutir com todo o grupo sobre o tema das
“imagens” tão presentes na sociedade e nos grupos de jovens (em que ajuda e
em que dificulta o relacionamento humano).
Olha para a/o tua/teu companheira/o e adivinha:
Qual é o seu filme preferido?
Na sua opinião, qual é a sua comida preferida?
Qual é o seu tipo de música predileto?
Você acha que ela/ele gostaria de:
SIM NÃO
Viajar.
Ir à Igreja.
Ter um carro próprio.
Viver em outro país.
Ver esportes.
Ter filhos e filhas.
Ler muitos livros.
Tua/teu companheira/o é de que cidade e estado?
Reflexão bíblica: “Então Deus disse: Façamos o homem à nossa
imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos
céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os
répteis, que se arrastam sobre a terra. Deus criou o homem à sua imagem;
criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher” (Gn 1, 26-27).
E agora?
Que atitudes devemos manter no nosso grupo?
É possível comprometermo-nos em apresentar a nossa verdadeira
dimensão e também de buscar conhecer o outro na sua essência?
É possível caminharmos juntos num processo comunitário que nos
permite. ao mesmo tempo, descobrirmo-nos e descobrir o/a outro/a,
buscando complementarmo-nos uns aos outros e desenvolver ao
máximo as nossas potencialidades?
d) VIDA COMUNITÁRIA: UMA PROPOSTA CRISTÃ
Dinâmica: Uma pessoa se coloca como voluntária. Sua tarefa será
tentar entrar no grupo. Sem que ela saiba, pedir ao restante do grupo para não
deixá-la entrar. Marcar um tempo de três minutos. Depois, os participantes
partilham como se sentiu o que queria entrar e não podia, e os que não o
deixaram entrar.
Reflexão bíblica: Preservavam eles na doutrina dos apóstolos, nas
reuniões em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se
apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos muitos prodígios e
milagres em Jerusalém, e o temor estava em seus corações...
E agora?
Por que Jesus elege um grupo para desenvolver junto com Ele a sua
missão?
Para Deus é importante a vida em grupo? Por quê?
Existem muitos grupos em nossa sociedade? Quais?
Qual a diferença entre um grupo cristão e os demais grupos?
6.2.1.2 Espiritualidade
a) SIM AO CHAMADO DE DEUS
Oração Inicial: Salmo 138.
Dinâmica: Leitura da música Deus chama a gente pra um momento
novo... Cada integrante deve receber uma cópia da música e, depois,
completar a seguinte frase DEUS CHAMA A GENTE PRA....
Reflexão bíblica: O chamado a Jeremias (Jr. 1,4-10).
E agora?
b) VIVER SEGUNDO O ESPÍRITO
Rm 12, 1ss;
Texto base: Fiéis no cotidiano de Luís Roberto Benedetti, no
documento: Dia de oração Latino-Americano, X Comitê
Latino-Americano do MIEC-JECI.
c) A VIDA CRISTÃ COMO LUGAR DE SEGUIMENTO DE JESUS
At 2,42;
d) A ESPIRITUALIDADE DO SABER
Ver texto de Luís Fernando Crespo no documento do Encontro
Latino-Americano de PU.
6.2.1.3 Ação Evangelizadora
a) A MISSÃO DA PU É FORMAR COMUNIDADES
Música: Brincar de Viver (Guilherme Arantes).
h) CONHECENDO A PU: SUA HISTÓRIA, ESTRUTURA E ME-
TODOLOGIA
Subsídios da PU.
6.2.1.4 Relação com a Universidade
a) SER UNIVERSITÁRIO HOJE
Partilha: textos sobre a situação da universidade ou alguma
dinâmica de
análise da realidade.
b) A UNIVERSIDADE COMO TERRA DE MISSÃO
Elaborar um pequeno instrumento de pesquisa da realidade, com base
nos indicadores utilizados na pesquisa apresentada no EIRC.
c) CIDADANIA ESTUDANTIL
Fragmentos do texto do Boletim Internacional.
6.2.1.5 Dicas importantes
Ao final de todo o processo, sugerimos uma celebração em que, em
conjunto com outros grupos e/ou convidados especiais, se façam:
Memória de momentos importantes;
Renovação do compromisso batismal;
Escolha do símbolo e do nome para o grupo.
É importante relembrar que nosso processo de formação prima pela
relação teoria/prática. Para que se possa vivificar essa busca de práxis,
recomendamos que, em seu decorrer, o grupo possa fazer algumas
experiências educativas. Como exemplo, citamos:
Vida comunitária: os componentes saírem juntos para assistir a um
filme, ou ir a um barzinho, ou para a casa de alguém, para um bate-papo
informal, a fim de haver maior integração. O grupo não pode ficar limitado
apenas ao espaço da reunião semanal ou quinzenal, é preciso criar uma
dinâmica de grupo, de pessoas que se querem e que compartilham um mesmo
ideal e uma mesma fé.
Espiritualidade: que o grupo possa fazer um dia de oração ou um retiro
ou uma celebração. É preciso ir criando espaços comunitários de celebração
da fé. É preciso ir educando os universitários na oração pessoal, cultivando o
prazer do encontro com Deus.
Ação evangelizadora: é preciso criar espaços de ação para o grupo. Podem
ser ações assistencialistas, mas é importante que sejam dotadas de um caráter
pedagógico. O encontro pessoal com o pobre, o necessitado ajuda no encontro
com Deus. Também, nesse momento, reconhecer a realidade eclesial e social
em que o grupo está inserido.
Relação com a Universidade: podem ser gerados encontros com outros
atores como o ME, grupos de culturas, conversas com professores que ajudem
a descobrir a realidade da Universidade e a missão como cristãos.
VII Avaliação
Avaliar significa rever o caminho percorrido. A avaliação é uma etapa
que propicia os avanços do grupo, porque nos permite lançar um olhar crítico,
suscitando sugestões para corrigir os equívocos e reafirmar princípios e
atividades positivas. Ela é fundamental na vida dos grupos; ela lembra a
atitude de Deus diante da criação (“Deus viu as coisas que fez e disse que
eram boas” Gn 1, 10). Assim, esse ato não deve estar relacionado com uma
perspectiva de punição, exclusão ou a simples classificação.
A proposta de avaliação para a Pastoral Universitária precisa ser
contínua, isto é, não nos restringirmos a determinados momentos de
operacionalização de nossos projetos, do que decorreria uma visão frag-
mentada, parcializada de nossa ação no mundo da Universidade, além de que,
para criarmos uma cultura avaliativa, é necessário que esta passe a ser uma
prática cotidiana na caminhada.
7.1 Quem avalia
Devemos ter bastante consciência de que a eficiência da avaliação é
proporcional à sua abrangência, tanto dos pontos a serem avaliados, quanto
dos sujeitos que a protagonizam. Chamamos de avaliadores tanto os que
elaboram e coordenam o processo, como aqueles que emitem juízo de valor
sobre os temas propostos.
a) Nucleados/iniciantes — apesar de não serem os coordenadores do
processo avaliativo, os nucleados/iniciantes têm importante papel. Como
destinatários e/ou interlocutores diretos, eles serão os mais indicados para
emitirem juízo de valor.
b) Nucleadores/acompanhantes — como coordenadores do processo,
eles farão, na verdade, uma auto-avaliação das idéias propostas e executadas e
do seu próprio comportamento.
c) Sujeitos externos — são os atingidos apenas indiretamente pelo
processo: o público universitário em geral, o da diocese, os colegas mais
próximos que não se envolvem... E importante considerar a opinião deles,
mesmo que seu não-envolvimento prejudique o conhecimento sobre 05
detalhes do processo. Também como sujeitos externos, contamos com algum
especialista de fora (da PU de outra cidade ou de outra Pastoral da mesma
diocese) cuja análise é importante, à medida que conseguimos observar
pequenos detalhes que podem ser encobertos por nossa proximidade extrema
com o processo.
7.2 Condicionantes para uma boa avaliação
Chamamos a atenção para a importância de alguns condicionantes
essenciais para uma boa avaliação:
É preciso que o processo avaliativo seja preparado, elaborando-se
antecipadamente os critérios que irão confrontar-se com os resultados e um
cronograma de aplicação da avaliação.
É preciso que tenhamos um bom instrumento de trabalho, indicando,
por exemplo, quais os dados que vamos recolher (pontos a serem abordados) e
de que maneira vamos fazê-lo. O instrumento de trabalho irá, inclusive,
traduzir se nossa avaliação vai considerar dados objetivos e subjetivos e se
queremos uma avaliação quantitativa e/ou qualitativa.
É fundamental que se faça um bom registro do material captado e das
análises feitas. A memória histórica servirá para o futuro imediato do
grupo, o futuro de grupos que virão, grupos de outras cidades; enfim,
para uma análise histórica da própria PU.
Uma condição mais subjetiva, porém, não menos importante, é a
predisposição que temos ao iniciarmos um processo de avaliação.
Pedimos apenas que não seja a de punição, correção ou outra coisa do
gênero. Essa é a hora de lembrarmos que a avaliação é, na verdade,
aquilo que está por trás de nossa dinâmica de crescimento cristão (a
RdV), ou seja, que possui uma profunda inspiração na fé num Deus
que é, sobretudo, misericordioso.
7.3 Sugestões de instrumentos de trabalho
Hoje, podemos encontrar uma bibliografia relativamente farta sobre
avaliação. Há, inclusive, trabalhos de tese sobre o tema. Mesmo as cartilhas de
dinâmicas para trabalhos em grupo trazem sugestões de fichas, etc. A intenção
é oferecermos um exemplo de como isso pode ir se adaptando à PU.
Observem, contudo, que os dois exemplos que apresentamos a seguir são
incompletos e genéricos. Incompletos, porque ainda haverá outros itens que
poderão ser pesquisados; genéricos, porque está dirigido a todas as realidades
e a nenhuma em especial. É fundamental que, ao elaborarmos um projeto de
NUCLEAÇÃO/INICIAÇÃO, elaboremos junto o instrumento para a
avaliação.
7.3.1 Para o processo de NUCLEAÇÃO
A)Dados Objetivos:
a) Data e local dos eventos que tiveram o objetivo direto de nuclear.
b) Tema, pauta e metodologia.
c) Número de inscritos/participantes.
d) Custos financeiros (é importante incluirmos tudo o que gastamos,
principalmente o que vem da contribuição direta dos estudantes).
e) Responsáveis diretos e indiretos pela organização.
B) Sobre a preparação do evento:
a) Número e origem das pessoas envolvidas na preparação.
b) Como foi o trabalho de preparação? Houve planejamento e um plano
escrito? Se, sim, como foi a execução do cronograma operacional ? Qual foi o
envolvimento da Igreja local?
c) Como foi o processo de divulgação do evento? Quais os canais e
linguagem utilizada? Que impacto esse processo teve sobre o público (quantos
se inscreveram/participaram em função desse trabalho)?
d) Qual o nível de preocupação com a questão financeira?
C) Sobre o evento:
a) Que avaliação fizeram os participantes em relação:
a tema(s) abordado(s);
a assessor(es)/Palestrante(s);
à dinâmica e metodologia;
à infra-estrutura;
a presenças/ausências.
b) Quais as dificuldades encontradas pela equipe de
organização em relação:
a envolvimento dos participantes;
à infra-estrutura;
à capacidade de coordenação das atividades.
D) Sobre o pós-evento:
a) Houve repercussão na cidade/universidade/diocese?
b) Houve avaliação sistemática ou só a final?
c) Quantas pessoas explicitaram o interesse pela PU após o
evento?
d) Quais as repercussões que houve no grupo de PU ou na equipe
que preparou e executou o evento?
7.3.2 Sobre o processo de INICIAÇÃO
O instrumento que segue poderá ser adaptado para servir como ficha de
acompanhamento contínuo (avaliação durante) do processo, de maneira que,
ao seu final, tenhamos uma visão evolutiva do mesmo.
A) Dados objetivos:
a) Quantas pessoas começaram o processo de INICIAÇAO
h) Quantas concluíram o processo?
c) Quantas e quais as atividades desenvolvidas?
d) Quantas pessoas se envolveram diretamente como acompanhantes?
B) Sobre o planejamento:
a) Como se originou o processo (motivação)?
b) Houve elaboração de um plano? Com que nível de detalhes?
c) Houve preparação individual para o acompanhamento do processo?
d) Foram indicados responsáveis diretos pelo acompanhamento do
processo?
C) Sobre a execução:
a) Houve co-responsabilidade do grupo no acompanhamento do
processo?
b) Qual o nível de preparação de cada atividade?
c) Quais as dinâmicas mais utilizadas? Quais as que deram certo? E as
que não deram?
c) Que material (subsídio escrito) foi utilizado?
d) Qual o nível de envolvimento dos iniciantes na preparação e execução
das atividades?
e) Houve processo de avaliação sistemática (no decorrer da
INICIAÇÃO)?
f) Que fatos podem ser aponados como indicativos concretos do avanço
dos iniciantes?
g) O que não foi feito no processo?
h) Qual a manifestação dos iniciantes quanto ao trabalho realizado
(atividades)?
i) Qual a reação dos iniciantes diante da proposta da PU?
j) Qual o grau de criatividade desenvolvida no processo?
k) O que foi percebido de novo ou original no processo?
l) Qual o momento ou fato que indicou o término do processo?
VIII Conclusão
Esperamos que este ROTEIRO possa servir de inspiração a todos
aqueles que quiserem fomentar grupos de Pastoral Universitária em sua
Universidade seja ela federal, estadual, comunitária, confessional ou não.
Ele é fruto de muito trabalho, discussões, estudo, noites em claro,
dedicação.
Não citamos nomes, pois foram muitas as mãos que o escreveram, como
bem exemplifica a capa.
A Pastoral Universitária tem possibilidade de existir mais claramente
depois desse ROTEIRO DE NUCLEAÇÃO E INICIAÇÃO, que é parte
essencial do material que integra o KIT PU e pode ser solicitado para:
Secretaria Nacional da Pastoral Universitária
Caixa Postal 02067
70259-970 — Brasília — DF
Fone: 313-8300
E-mail: cnb-b@cnbb.org.br
1996.
A moral cristã, baseada no Novo Testamento, é acentuadamente um convite
para a felicidade. A palavra “FELIZ” aparece 55 vezes, com as quais
devemos somar expressões afins como alegria (chara), 140 vezes; júbilo
(agalliasis), 16 vezes; alegrar—se (euphainein), 16 vezes; alegria irradiante
(hilaros), 2 vezes; com prazer (asmenos), 2 vezes; ter prazer (oninasthai), 1
vez. Ao todo, a noção de felicidade é mencionada 231 vezes. Para um
maior aprofundameinto consultar: PLÉ, A. “Por Dever ou Por Prazer?”
S. Paulo: Ed. Paulinas, 1984.