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Capítulo 3

ANATOMIA E FISIOLOGIA II

SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é um tecido originário de um folheto embrionário denominado como
ectoderme, mais precisamente de uma área diferenciada deste folheto embrionário, a placa
neural. A placa neural , aproximadamente na 3 semana de gestação, se fecha, formando um tubo
longitudinal ( tubo neural ) que na sua região anterior, sofre uma dilatação que dará origem a uma
parte fundamental do Sistema Nervoso, o Encéfalo. Nos pontos de encontro ou fechamento das
extremidades da placa neural, no recém formado tubo neural, forma-se a crista neural (ou cauda
equina) que dá origem a componentes que a neuro-anatomia nomina como elementos periféricos
e componentes celulares gliais, a serem compreendidos mais adiante.

Classificações
O Sistema nervoso pode ser classificado de várias formas, sendo a classificação mais comum
aquela que divide o sistema nervoso em:
a) central(SNC), aquele que está contido no interior do chamado "estojo axial" ou canal vertebral e
crânio.
b) periférico (SNP), aquele que é encontrado fora deste estojo ósseo, mas sim se relaciona com o
esqueleto apendicular,sendo os nervos (axônios) e gânglios (formações de corpos neuronais
ganglionares dispersas em regiões do corpo ou mesmo dispostas ao longo da coluna vertebral,
como os gânglios sensitivos).
No entanto podemos dividir o sistema nervoso funcionalmente em SOMÁTICO OU VIDA DE
RELAÇÃO, que lembra o sistema nervoso que atua em todas as relações que são percebidas por
nossa consciência; e em VISCERAL OU VIDA VEGETATIVA aquele interage de forma
inconsciente, no controle e na percepção do meio interno e vísceras. Tanto o SOMÁTICO quanto
o VEGETATIVO, possuem componentes aferentes (sensitivos) e eferentes (motores).
Sistema Nervoso Somático (Vida de Relação)
a) Eferente (Neurônios e axônios motores, contação muscular esquelética e o movimento) SNC --
SNP
b) Aferentes (Neurônios e axônios sensitivos, tato, dor e etc... ) SNP -- SNC
Sistema Nervoso Visceral ou Vegetativo
a) Aferente- SISTEMA NERVOSO VISCERAL AFERENTE (SNP – SNC)
Ex. Percebe informações de paredes de vísceras, como dilatações, aumento da pressão ou
relaxamentos...
b) Eferente- SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNC-SNP)
Simpático. Ex: Aumenta os batimentos do coração. Parasimpático Ex: Diminui os batimentos do
coração.
O SNC (sistema nervoso central) recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a
tomada de decisões e o envio de ordens. O SNP (sistema nervoso periférico) carrega informações
dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos
efetores (músculos e glândulas). O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde
ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco
cefálico, que se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado cranialmente;
e PONTE, situada entre ambos.
Proteção do Sistema Nervoso Central
Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, protegendo o
encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula - também denominada raque) e por
membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (a externa),
aracnóide (a do meio) e pia-máter (a interna). Entre as meninges aracnóides e pia-máter há um
espaço preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor.

O Sistema Nervoso Central, (encéfalo e medula espinhal) está contido em um estojo ósseo,
denominado estojo axial, constituído pelo crânio que abriga o encéfalo e a coluna vertebral,
formada por vértebras dos segmentos, cervical, torácica ou dorsal e lombar que contém em sua
luz (o canal vertebral ou forame vertebral) a medula espinhal até a primeira vértebra lombar. Já na
região lombo-sacral este canal, abriga a cauda eqüina e o filum terminale.

Meninges
Sistema nervoso central é protegido por três envoltórios formados por tecido conjuntivo,
denominados, como meninges sendo estas na ordem do interior para o exterior:
1 Piamáter (A colada mais intimamente ao sistema nervoso é impossível de ser totalmente
removida sem remover consigo o próprio tecido nervoso)
2 Aracnóide (Situada entre a Pia e Duramáter, é provida de trabéculas que permite a circulação do
líquor)
3 Duramáter (Trata-se do envoltório mais externo e mais forte, que em conjunto com a Aracnóide
é denominada como paquimeninge.)
* O conjunto, piamáter e aracnóide é denominado leptomeninge.
O líquor é produzido nos plexos coróides no interior dos ventrículos encefálicos e é absorvido em
nível das granulações aracnóideas, junto ao seio venoso. Protege o sistema nervoso, de acordo
com as leis de Pacoal (Absorve os impactos) e Arquimedes (Empuxo-Flutuação). O líquor é
renovado três vezes por dia, de 8 em 8 horas.

Medula Vertebral (Medula Espinhal)


A medula em um corte transversal demonstra o esquema conhecido como "H" Medular.
Etimologicamente, medula significa miolo e indica tudo o que está dentro. A medula espinhal é
assim denominada por estar dentro do canal espinhal ou vertebral. A medula é uma massa
alongada, cilindróide, de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral, sem ocupá- lo
completamente e ligeiramente achatada ânteroposteriormente. Tem calibre não- uniforme, por
possuir duas dilatações, as intumescências cervical e lombar, de onde partem maior número de
nervos através dos plexos braquial e lombossacral , para inervar os membros superiores e
inferiores, respectivamente, contudo inerva áreas motoras e sensoriais de todo o corpo, exceto as
áreas inervadas pelos nervos cranianos. Na sua extremidade rostral, é contínua com o tronco
cerebral (bulbo) aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital. Termina ao nível
do disco intervertebral entre a primeira e a segunda vértebras lombares. A medula termina
afilando- se e forma o cone medular que continua com o filamento terminal- delgado filamento
meníngeo composto da pia-máter e fibras gliais. Algumas estruturas são de extrema importância
na fixação da medula, como o ligamento coccígeo que se fixa no cóccix, a prória ligação com o
bulbo, os ligamentos denticulados, a emergência dos nervos espinhais e a continuidade da dura-
máter com o epineuro que envolve os nervos.

Premissas:
• Corno Anterior (ventral): Neurônio Eferente
• Corno Posterior(dorsal): Neurônio Aferente (Sensitivo)
• Raiz Anterior: Eferente
• Raiz Posterior: Aferente

A medula espinhal recebe impulsos sensoriais de receptores e envia impulsos motores a


efetuadores tanto somáticos quanto viscerais. Ela pode atuar em reflexos dependente ou
independentemente do encéfalo. Este órgão é a parte mais simples do Sistema Nervoso Central
tanto ontogenético (embriológico), quanto filogeneticamente (evolutivamente). Daí o fato de a
maioria das conexões encefálicas com o Sistema Nervoso Periférico ocorrer via medula.

Tecido Nervoso
No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância cinzenta é formada
pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da
medula, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais
internamente. A unidade funcional e estrutural do sistema nervoso é o neurónio ou célula nervosa.
São os neurónios que fazem a ligação entre as células receptaras dos diversos órgãos sensoriais
e as células efectoras, nomeadamente músculos e glândulas. Os neurónios são células muito
especializadas que apresentam um ou mais prolongamentos, ao longo dos quais se desloca um
sinal eléctrico. Podem ser classificados, com base no sentido em que conduzem impulsos
relativamente ao sistema nervoso central, em: neurónios sensoriais ou aferentes - os que
transmitem impulsos do exterior para o sistema nervoso central; neurónios motores ou eferentes -
os que transmitem impulsos do sistema nervoso central para o exterior; neurónios de conexão - os
que conduzem impulsos entre os outros dois tipos de neurónios.
É composto basicamente por dois tipos celulares:
Os neurônios:
que são a unidade fundamental do tecido nervoso, cuja função é receber processar e enviar
informações; estes, após o nascimento geralmente não se dividem, os que morrem, seja
naturalmente ou por efeitos de toxinas ou traumatismos, jamais serão substituídos.
Células gliais: (neuróglia)
que são as células que ocupam os espaços entre os neurônios, com função de sustentação,
revestimento, modulação da atividade neuronal e defesa; diferente dos neurônios, essas células
mantém a capacidade de mitose. Os neurônios são compostos basicamente por três estruturas,
corpo celular, dendritos e axônio.
CORPO CELULAR: contem núcleo e citoplasma, ou pericário (termo usado como sinônimo de
corpo celular), onde estão contidos ribossomas, retículo endoplasmático granular e agranular e
aparelho de Golgi. Centro metabólico do neurônio, este tem como função sintetizar todas as
proteínas neuronais e realizar a maioria dos processos de degradação e renovação de
constituintes celulares. Do corpo celular partem prolongamentos: dendritos (que assim como o
pericário, recebem estímulos) e axônios.
DENDRITOS: geralmente curtos, possuem os mesmos constituintes citoplasmáticos do pericário.
Traduzem os estímulos recebidos em alterações do potencial de repouso da membrana, que
envolvem entrada e saída de determinados íons, causando pequenas despolarizações
(excitatória) ou hiperpolarizações (inibitória). Os potenciais gerados nos dendritos se propagam
em direção ao corpo e, neste, em direção ao cone de implantação do axônio.
AXÔNIO: prolongamento longo e fino, que pode medir de milímetros a mais de um metro,
originado do corpo ou de um dendrito principal, partir de uma região denominada cone de
implantação. Possui membrana plasmática (axolema) e citoplasma (axoplasma). O axônio é capaz
de gerar alteração de potencial de membrana (despolarização de grande amplitude) denominada
potencial de ação ou impulso nervoso, e conduzi-lo até a terminação axônica, local onde ocorre a
comunicação com outros axônios ou células efetuadoras. O local onde é gerado o impulso é
chamado zona de gatilho. Esta especialização de membrana é devido à presença de canais de
sódio e potássio, que ficam fechados no potencial de repouso, mas que se abrem quando
despolarizações os atingem.
Os neurônios são classificados em:
I-Multipolares: possuem vários dendritos e um axônio; conduzem potenciais graduáveis ao
pericário, e este em direção à zona de gatilho, onde é gerado o potencial de ação.
2-Bipolares: possuem um dendrito e um axônio.
3-Pseudo-unipolares: corpos celulares localizados em gânglios sensitivos, de onde parte apenas
um prolongamento que logo se divide em dois ramos, o periférico (que se dirige à periferia,
formando terminações nervosas sensitivas) e o central (que se dirige ao sistema nervoso central,
estabelecendo contato com outros neurônios).
Como os axônios não possuem ribossomos, toda a proteína necessária à manutenção destes
deriva do pericário (fluxo anterógrado), e para que haja a renovação dos componentes das
terminações é necessário um fluxo oposto, em direção ao corpo (fluxo retrógrado); e esse fluxo de
substâncias e organelas através do axoplasma é denominado fluxo axoplasmático.
Neurônios como células excitáveis:
São células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com células efetuadoras (céls.
musculares e secretoras) usando basicamente uma linguagem elétrica, as alterações do potencial
de membrana. A membrana celular separa o meio intracelular, onde predominam íons com cargas
negativas e potássio (K+), do meio extracelular, onde predominam cargas positivas, potássio
(Na+), cálcio (Ca+) e o cloro (Cl-). Essa diferença de cargas entre o meio interno e o meio externo
estabelecem um potencial elétrico de membrana, que em geral nos neurônios, quando em
repouso, é de aproximadamente -70mv. Na membrana estão presentes canais iônicos seletivos,
que se abrem ou fecham, permitindo a passagem de íons de acordo com o gradiente de
concentração.

Impulso Nervoso: Natureza e Propagação da Mensagem Nervosa


As fibras nervosas têm a propriedade de propagar impulsos muito rapidamente, em todo o seu
comprimento, e de transmiti-los à célula nervosa que se lhe segue, através de contactos
conhecidos por sinapses. Estas podem existir entre dois neurônios, entre célula sensorial e
neurônio ou entre neurônio e órgão efetor. Ao nível dos músculos, a sinapse toma o nome de
placa motora. O impulso entra no neurônio pelas dendrites, passa ao corpo celular e deste para o
axônio, que o envia para o neurônio seguinte. No estado de repouso, o neurônio encontra-se
polarizado. O interior está carregado mais negativamente que o exterior. O estímulo altera a
permeabilidade da membrana no ponto excitado aos iões Na+ e K+. Os iões sódio (Na+)
penetram no interior do axónio, ficando, este, carregado positivamente no ponto da estimularão.
Os iões potássio (K+) saem para o exterior, provocando uma alteração na distribuição das cargas.
Posteriormente são devolvidos ao interior mediante uma bomba de sódio e potássio que, ao
mesmo tempo, expulsa para o exterior os íons Na+. Deste modo é restabelecido o potencial de
repouso. A entrada inicial de íons Na+ provoca a abertura de canais para esses ions nos
segmentos adjacentes, de modo que o processo se repete e o impulso nervoso se transmite
através de todo o neurônio. Em alguns casos, a união dos neurônios é tão estreita que a onda de
despolarização passa diretamente do axônio de um neurônio a uma dendrite do neurônio
seguinte. Neste caso, toma a designação de sinapse elétrica. Na maioria dos casos ocorre uma
sinapse química. Nesta, o sinal elétrico que chega à terminação axônica provoca a libertação de
neurotransmissores, os mensageiros químicos, existentes em vesículas que atravessam a fenda
sináptica. Estes vão unir-se aos receptores específicos, localizados na membrana pós-sináptica,
provocando uma alteração elétrica na membrana da dendrite.
Podemos, então, concluir que a transmissão do impulso implica a transformação de um sinal
eléctrico num sinal químico que, posteriormente, é transformado num outro sinal eléctrico. A
indução do impulso nervoso nas fibras mielínicas e amielínicas diferem na sua velocidade, sendo
maior nas mielínicas. Este facto deve-se ao tipo de condução saltatoria, verificado ao nível das
fibras mielínicas, nas quais o impulso nervoso é transmitido, aos saltos, de um nódulo de Ranvier
ao outro, ao longo da fibra (axônios).
Sinapses:
Através de suas terminações, os neurônios entram em contrato e transmitem impulsos a outros
neurônios e às células efetuadoras; estes locais de contato são denominados, respectivamente,
sinapses interneuronais e sinapses ou junções neuroefetuadoras. Estas podem ser de dois tipos,
elétricas e químicas. Sinapses elétricas: são exclusivamente interneuronais e raras em
vertebrados. A comunicação entre dois neurônios se dá através de canais iônicos presentes em
cada uma das membranas em contato, que permitem a passagem direta de pequenas moléculas
do citoplasma de uma das células para o da outra. Ao contrário das sinapses químicas, estas não
são polarizadas, ou seja, a comunicação se faz nos dois sentidos. Sinapses químicas: ocorre na
maioria das sinapses interneuronais e em todas as sinapses neuroefetuadoras. Esta comunicação
depende da liberação de uma substância química chamada neurotransmissor, que está presente
no elemento pré-sináptico armazenado em vesículas sinápticas. As vesículas podem ser vesículas
agranulares; vesículas granulares pequenas; vesículas granulares grandes ou vesículas opacas
grandes; o tipo predominante presente no elemento pré-sináptico depende do neurotransmissor
que o caracteriza.
Sinapses Químicas Interneuronais:
Geralmente ocorre entre uma terminação axônica e qualquer outra parte de outro neurônio,
formando sinapses axodendríticas (entre o axônio de um neurônio com o dendrito de outro),
axossomáticas (entre o axônio de um neurônio e o corpo de outro) ou axoaxônicas (entre
axônios). Porém, é possível que o elemento pré-sináptico seja um dendrito ou um pericário,
gerando sinapses dendrodendríticas, somatossomáticas, somatoaxônicas etc.

Quando o axônio é o elemento pré-sináptico, os contatos ocorrem através de botões sinápticos,


que ficam na sua extremidade ou através de varicosidades, quesão terminaçõesaxônicas onde se
acumulam as vesículas sinápticas. Uma sinapse química interneuronal apresenta sempre um
elemento pré-sináptico (que armazena e libera o neurotransmissor, ex. botão sináptico), um
elemento pós-sináptico (que contém o receptor para o neurotransmissor) e uma fenda sináptica
(que separa as duas membranas). Na membrana pré-sináptica estão contidas estruturas
protéicas, que em conjunto formam a densidade pré-sináptica. Esta se dispõe como uma malha
onde, de forma organizada, se encaixam as vesículas sinápticas. Assim, mais rapidamente elas
fundirão com a membrana pré-sináptica, liberando o neurotransmissor pelo processo de
exocitose. O local da fenda onde ocorre a liberação do neurotransmissor é chamado zona ativa,
que direcionando as sinapses. Assim como na membrana pré-sináptica, na membrana pós-
sináptica também há a densidade pós-sináptica. Nela também estão contidos os receptores
específicos para os neurotransmissores; quando ocorre esta união, chamamos de transmissão
sináptica.
Sinapses químicas neuroefetuadoras: também chamadas junções neuroefetuadoras, envolvem
os axônios dos nervos periféricos e uma célula efetuadora não neuronal. Estas podem ser:
-junção neuroefetuadora somática: se fazem com células estriadas esqueléticas apresentando
as placas motoras, onde o elemento pré-sináptico é uma terminação axônica de um neurônio
motor somático, cujo corpo se localiza na medula espinhal ou no tronco encefálico. São sinapses
direcionadas, pois contém zonas ativas em cada botão sináptico.
-junção neuroefetuadora visceral: é o contato de células musculares lisas ou cardíacas ou
glandulares com terminações nervosas de neurônios do sistema nervoso autônomo simpático e
parassimpático, cujos corpos se encontram nos gânglios autonômicos. Não são direcionadas por
não apresentarem zonas ativas.
Transmissão sináptica:
Quando um impulso nervoso atinge a membrana pré-sináptica ocorre uma alteração no seu
potencial, abrindo os canais de cálcio que permitem a sua entrada na célula, aumentando assim,
a quantidade deste íon no seu interior. Este aumento estimula a liberação do neurotransmissor na
fenda sináptica, que atinge os receptores da célula pós-sináptica. Estes receptores podem ser
canais iônicos que se abrem quando em contato com o neurotransmissor, permitindo a entrada ou
saída de determinados íons. A movimentação de íons, tanto para dentro, quanto para fora, causa
alterações no potencial de membrana (no caso de entrada de sódio uma despolarização, e
quando há entrada de cloro, uma hiperpolarização). Quando o receptor não for um canal iônico, a
sua combinação com o neurotransmissor gera uma nova molécula chamada de segundo
mensageiro, que causará modificações na célula pós sináptica.

Após o contato com o receptor, é necessário que o neurotransmissor seja removido da fenda
sináptica para que não haja excitação ou inibição por tempo muito prolongado. Essa remoção
pode ser feita por ação enzimática ou por recaptação pela membrana pré-sináptica; e uma vez
dentro da terminação nervosa, o neurotransmissor pode ser reutilizado ou inativado.
Neurotransmissores : A maioria dos neurotransmissores situa-se em três categorias:
aminoácidos, aminas e peptídeos. Os neurotransmissores peptídeos constituem-se de grandes
moléculas armazenadas e liberadas em grânulos secretores. A síntese dos neurotransmissores
peptídicos ocorre no retículo endoplasmático rugoso do soma. Após serem sintetizados, são
clivados no complexo de golgi, transformando-se em neurotransmissores ativos, que são
secretados em grânulos secretores e transportados ao terminal axonal (transporte anterógrado)
para serem liberados na fenda sináptica.
• endorfinas e encefalinas: bloqueiam a dor, agindo naturalmente no corpo como analgésicos.
• dopamina: neurotransmissor inibitório derivado da tirosina. Produz sensações de satisfação e
prazer. Os neurônios dopaminérgicos podem ser divididos em três subgrupos com diferentes
funções. O primeiro grupo regula os movimentos: uma deficiência de dopamina neste sistema
provoca a doença de Parkinson, caracterizada por tremuras, inflexibilidade, e outras desordens
motoras, e em fases avançadas pode verificar-se demência.
• Serotonina: neurotransmissor derivado do triptofano regula o humor, o sono, a atividade sexual,
o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à
dor, atividade motora e funções cognitivas. Atualmente vem sendo intimamente relacionada aos
transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados
antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância no espaço
entre um neurônio e outro. Tem efeito inibidor da conduta e modulador geral da atividade psíquica.
Influi sobre quase todas as funções cerebrais, inibindo-a de forma direta ou estimulando o sistema
GABA.
• GABA (ácido gama-aminobutirico): principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ele está
presente em quase todas as regiões do cérebro, embora sua concentração varie conforme a
região. Está envolvido com os processos de ansiedade. Seu efeito ansiolítico seria fruto de
alterações provocadas em diversas estruturas do sistema límbico, inclusive a amígdala e o
hipocampo. A inibição da síntese do GABA ou o bloqueio de seus neurotransmissores no SNC,
resultam em estimulação intensa, manifestada através de convulsões generalizadas.
• Ácido glutâmico ou glutamato: principal neurotransmissor estimulador do SNC. A sua ativação
aumenta a sensibilidade aos estímulos dos outros neurotransmissores.
Neuroglia (Células Gliais): são as células mais frequentes do tecido nervoso, que se relacionam
com os neurônios. No sistema nervoso central, a neuroglia apresenta quatro tipos celulares:
Astrócitos: têm a forma de estrela, com inúmeros prolongamentos; em grande quantidade,
apresentam-se sob duas formas: astrócitos protoplasmáticos, localizados na substância cinzenta;
e astrócitos fibrosos localizados na substância branca. Têm como funções sustentação e
isolamento de neurônios, controle dos níveis de potássio extra neuronal e armazenamento de
glicogênio no SNC.
Oligodendrócitos: em conjunto com os astrócitos, denominam-se macróglia. São células
menores que as primeiras, com poucos prolongamentos. Organizam-se em dois tipos:
oligodendrócito satélite (junto ao pericário e dendritos) e oligodendrócito fascicular (junto às fibras
nervosas), sendo os últimos responsáveis pela formação da bainha de mielina em axônios no
SNC.
Microgliócitos: células pequenas com poucos prolongamentos, presentes tanto na substância
branca, como na substância cinzenta, com principal função de fagocitose.
Células ependimárias: com disposições epitelial e geralmente ciliadas, revestem as paredes dos
ventrículos cerebrais, do aqueduto cerebral e do canal da medula espinhal. Em conjunto com os
microgliócitos, formam a micróglia.
No SNP, a neuroglia compreende dois tipos celulares: as células satélites, que envolvem os
pericários dos neurônios dos gânglios sensitivos e do sistema nervoso autônomo; e as células de
Schwann que circundam os axônios formando a bainha de mielina e o neurilema e que têm
importante função na regeneração das fibras nervosas.
Fibras nervosas: geralmente são formadas por um neurônio e seus envoltórios, onde
predominam as bainhas de mielina; neste caso, são denominadas fibras nervosas mielínicas. Ao
contrário denominam-se fibras nervosas amielínicas. No SNC a bainha de mielina é formada por
oligodendrócitos e no SNP pelas cel. De Schwann. No SNC a área onde há basicamente apenas
fibras nervosas mielínicas e neuroglia é denominada substância branca; e a região onde estão
presentes corpos dos neurônios, fibras amielínicas e neuroglia denominam-se substância
cinzenta. No SNC as fibras reunidas formam fascículos e no SNP formam os nervos.
No SNP, o axônio, ao longo de seu comprimento, é envolvido por cel. de Schwann (em axônios
motores e na maioria dos sensitivos, formam-se duas bainhas, a de mielina mais interna e o
neurilema mais externamente), que se interrompem em intervalos regulares chamados nódulos de
Ranvier (onde se encontram os canais de sódio e potássio), e os espaços situados entre eles são
denominados internódulos. Na terminação do axônio, a bainha de mielina desaparece, porém
permanece o neurilema. No SNC não há formação de neurilema. A bainha de mielina funciona
como um isolante e, portanto permite a condução mais rápida do impulso nervoso, que em
conseqüência dos nódulos de Ranvier, é saltitante.
O processo de formação da bainha de mielina se dá em etapas:
1°-em cada célula. de Schwann forma-se um sulco que contém o axônio.
2°-fechamento do sulco com a formação de uma dupla membrana denominada mesaxônio.
3°-o mesaxônio enrola-se várias vezes em volta do axônio expulsando o citoplasma entre as
voltas. Ocorre a oposição das faces citoplasmáticas da membrana, formando a linha densa
principal.
4°-as faces externas do mesaxônio se encontram e formam a linha densa menor; e o restante da
cel. de Schwann forma o neurilema.
No SNP há fibras do sistema nervos autônomo e algumas sensitivas que são envolvidas por cel.
de Schwann sem que haja a formação de mielina. Fibras amielínicas conduzem mais lentamente
o impulso nervoso devido à pequena distância entre os canais sensíveis à voltagem.
Na figura abaixo, um axônio recebe a circundação de uma célula de schwan, formando assim a
bainha de mielina. Nervos: são fibras nervosas motoras e sensitivas que se associam com fibras
colágenas. Podem ser mielínicos e conter em seu interior fibras amielínicas. Ao nível das
terminações nervosas sensoriais livres, das placas motoras e das terminações autonômicas, as
fibras perdem seus envoltórios e não são protegidas como ocorre ao longo dos nervos, podendo
sofrer fatores lesivos.

Estrutura do Nervo
Um nervo contém feixes de fibras nervosas, (utiliza-se o termo fibra nervosa para designar o
axónio ou as dendrites) envolvidas por uma membrana conjuntiva resistente. Cada feixe é, por
sua vez, envolvido por uma bainha conjuntivo; entre os feixes existe tecido conjuntivo que encerra
vasos sanguíneos. Os nervos apresentam cor branca porque são formados por fibras mielínicas.

“Todo neurônio motor de vida de relação (somático) está contido no sistema nervoso central.”
O aforismo acima faz menção ao possível comprimento de um axônio, considerando que o
neurônio de um nervo motor, capaz de mover os dedos dos pés, está contido no corno anterior da
medula. Desta forma o seu axônio alcança os músculos dos pés através dos nervos. Assim um
neurônio em sua totalidade, considerando o comprimento de seu axônio, até a placa motora pode
medir tranquilamente um metro e vinte centímetros.
O sistema nervoso periférico é constituído, principalmente pelos nervos, que são representantes
dos axônios (fibras motoras) ou dos dendritos (fibras sensitivas). São as fibras nervosas dos
nervos que fazem a ligação dos diversos tecidos do organismo com o sistema nervoso central. É
composto pelos nervos espinhais e cranianos. Para a percepção da sensibilidade, na extremidade
de cada fibra sensitiva há um dispositivo captador que é denominado receptor e uma expansão
que a coloca em relação com o elemento que reage ao impulso motor, este elemento na grande
maioria dos casos é uma fibra muscular podendo ser também uma célula glandular. A estes
elementos dá-se o nome de efetor. Portanto, o sistema nervoso periférico é constituído por fibras
que ligam o sistema nervoso central ao receptor, no caso da transmissão de impulsos sensitivos;
ou ao efetor, quando o impulso é motor. Os grupos: os nervos espinhais e cranianos. As fibras que
constituem os nervos são em geral mielínicas com neurilema. São três as bainhas conjuntivas que
entram na constituição de um nervo: epineuro (envolve todo o nervo e emite septos para seu
interior), perineuro (envolve os feixes de fibras nervosas), endoneuro (trama delicada de tecido
conjuntivo frouxo que envolve cada fibra nervosa). As bainhas conjuntivas conferem grande
resistência aos nervos sendo mais espessas nos nervos superficiais, pois estes são mais
expostos aos traumatismos. Durante o seu trajeto os nervos podem se bifurcar ou se
anastomosar. Neste caso não há bifurcação ou anastomose de fibras nervosas, mas apenas um
reagrupamento de fibras que passa a constituir dois nervos ou que se destacam de um nervo para
seguir outro. A medula espinhal é segmentada de acordo com a emergência de raízes nervosas
laterais. Estas raízes emergem dos cornos anterior e posterior de cada lado da medula e de cada
lado as raízes ventrais e dorsais se anastomosam formando um tronco único. Este é misto, pois é
formado por fibras aferentes e eferentes, oriundas dos cornos posteriores e anteriores.
Os nervos espinhais se originam na medula e os cranianos no encéfalo.

Nervos Cranianos: (12 pares)

I. Olfatório VII. Facial

II. Óptico VIII. Vestíbulococlear

III. Oculomotor IX. Glossofaríngeo

IV. Troclear X. Vago

* Os motores (puros) são os que movimentam o olho, a língua e acessoriamente os músculos


látero-posteriores do pescoço. São eles o 3 (oculomotor), o 4 (troclear), o 6 (abducente), o 11
(acessório) e o 12 (hipoglosso). Os sensitivos (puros) destinam-se aos órgãos dos sentidos e por
isso são chamados sensoriais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral
(dor, temperatura e tato). Os sensoriais são o 1 (olfatório), o 2 (óptico) e 8 (vestibulococlear). Os
mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro: 5 (trigêmeo), 7 (facial), 9 (glossofaríngeo)
e o 10 (vago).

Nervos Espinhais (31 pares)


São aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela inervação do
tronco, dos membros superiores e partes da cabeça. São ao todo 31 pares, 33 se contados os
dois pares de nervos coccídeos vestigiais, que correspondem aos 31 segmentos medulares
existentes. São, pois, 8 pares de nervos cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais, 1 coccígeo.
Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal e ventral, as quais se ligam,
respectivamente, aos sulcos laterais posterior e laterais anterior da medula através de filamentos
radiculares.

ENCÉFALO
Para recordar...
"A placa neural, aproximadamente na 3ª semana de gestação, se fecha, formando um tubo
longitudinal (tubo neural) que na sua região anterior, sofre uma dilatação que dará origem a uma
parte fundamental do Sistema Nervoso, o Encéfalo."
"O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo),
cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO,
situado cranialmente; e PONTE...”

TELENCÉFALO
O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes,
situam-se as sedes da memória e dos nervos sensitivos e motores. Entre os hemisférios, estão os
VENTRÍCULOS CEREBRAIS (ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos ainda com um
quarto ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do tronco encefálico. São reservatórios do
LÍQUIDO CÉFALO-RAQUIDIANO, (LÍQÜOR), participando na nutrição, proteção e excreção do
sistema nervoso. Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para permitir que o
cérebro esteja suficientemente compacto para caber na calota craniana, que não acompanha o
seu crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua superfície fica "exposta", o
restante permanece por entre os sulcos.
O CÉREBRO APRESENTA DOIS HEMISFÉRIOS. AMBOS TÊM REENTRÂNCIA E SALIÊNCIAS:

É o órgão onde se radicam a sensibilidade consciente, a mobilidade voluntária e a inteligência; por


este motivo é considerado como o centro nervoso mais importante de todo o sistema. Apresenta
um profundo sulco que chega até o corpo caloso e o divide em dois hemisférios simétricos
(esquerdo e direito). O córtex cerebral constitui o nível superior na organização hierárquica do
sistema nervoso; se encontra repregada apresentando pregas ou circunvoluções e figuras ou
canais. O córtex cerebral não é homogêneo, encontrando-se diferenças na espessura total, nas
das diferentes capas e na conformação celular fibrilar. O cérebro contém os centros nervosos
relacionados com os sentidos, a memória, o pensamento e a inteligência. O cérebro coordena
também as ações voluntárias desenvolvidas pelo indivíduo, além de comandar atos inconscientes.

Observando a figura de um cérebro, você vê que ele se divide em duas partes ou hemisférios
cerebrais: um direito, outro esquerdo. Repare também nas reentrâncias e saliências que o cérebro
apresenta: elas são denominadas circunvoluções cerebrais.
1. Hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui apenas três camadas
celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral.
2. córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; apresenta duas ou três
camadas celulares.
3. Neocortex: córtex mais complexo; separa-se do córtex olfativo mediante um sulco chamado
fissura rinal; apresenta muitas camadas celulares e várias áreas sensoriais e motoras. As áreas
motoras estão intimamente envolvidas com o controle do movimento voluntário.

ESTRUTURA DE NEURÔNIOS
Para explicar isso, divide-se o grupo de estruturas de neurônios, conhecido pelo nome de córtex,
em quatro áreas altamente especializadas. Cada uma destas áreas tem uma maneira de
perceber, selecionar e processar as informações necessárias unicamente para cumprir sua tarefa
específica. Benziger desenha o cérebro com forma oval e o divide (com uma linha vertical e outra
horizontal que passam pelo centro) em quatro partes: Lobo posterior esquerdo. Especializado em
desenvolver sequências e processos etapa por etapa. É o especialista das rotinas. Sempre que
fazemos uma tarefa sequenciada é esta a parte que domina, por exemplo, ao fazer uma conta
com muitos números, fabricar objetos ou prestar serviços.
Também é a parte que rotula e guarda as palavras. O meio cientifico e industrial o explora ao
máximo para produzir alimentos, casas, roupa e tudo que se relaciona a processos
automatizados.
As pessoas que têm esta área como líder são detalhistas, organizadas, preferem os
procedimentos sujeitos a regras bem definidas e são grandes produtores de bens ou serviços.
Lobo posterior direito. É o especialista em perceber as relações harmônicas do mundo ao redor.
Isto é, percebe através dos sentidos as partes do mundo cujos dados são úteis para chegar à
harmonia e criá-la quando não existe. São as pessoas que, ao receber uma mensagem,
percebem com maior facilidade o tom e os gestos do que as palavras que estão escutando. Esta
área lidera as pessoas solidárias, que criam laços de boa vontade, ealdade e confiança com sua
família, seu grupo de amigos, seus companheiros de trabalho e a sociedade em geral. São
pessoas sensíveis e com alta noção de pertencer a um grupo.
Lobo frontal direito. Percebe padrões e relações abstratas. Por exemplo, ao ver um rosto, é a
parte que desenha a caricatura. E também é o grande especialista em detectar as "tendências".
Percebe mudanças e usa a imaginação para criar novas respostas, produtos, serviços ou
estratégias. Também é o responsável por gestos e a linguagem corporal. Portanto, as pessoas
que têm esta parte como líder gesticulam e precisam mover seu corpo quando estão falando. São
pessoas sensíveis, criativas, visionárias e inovadoras.
Lobo frontal esquerdo. Tem maior habilidade para a análise lógica e é eficaz quando se trata de
calcular, avaliar e diagnosticar porque "vê" a estrutura. Isto é, é a parte que sustenta, estimula ou
impede alguma coisa. Portanto, sabe focalizar as metas e avaliar os resultados de uma ação. São
as pessoas que preferem falar apenas para comunicar alguma coisa: uma ordem, uma conclusão
ou a pergunta exata. As pessoas que têm esta área como líder não hesitam em tomar as decisões
necessárias. São lógicas, dirigentes natos, sabem negociar e debater.

O DIENCÉFALO (tálamo e hipotálamo)


Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam
pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta
localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação retransmissora de
impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às
regiões apropriadas do cérebro onde eles devem ser processados. O tálamo também está
relacionado com alterações no comportamento emocional; que decorre, não só da própria
atividade, mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as
emoções). O Sistema Límbico é um grupo de estruturas que inclui hipotálamo, tálamo, amígdala,
hipocampo, os corpos mamilares e o giro do cíngulo. Todas estas áreas são muito importantes
para a emoção e reações emocionais. O hipocampo também é importante para a memória e o
aprendizado.

O CEREBELO
Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para o controle dos
movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões com o cérebro e a medula
espinhal). Como o cérebro, também está dividido em dois hemisférios. Porém, ao contrário dos
hemisférios cerebrais, o lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os movimentos do lado
esquerdo do corpo, enquanto o lado direito, com os movimentos do lado direito do corpo. O
cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos os estímulos
enviados aos músculos. A partir das informações do córtex motor sobre os movimentos
musculares que pretende executar e de informações proprioceptivas que recebe diretamente do
corpo (articulações, músculos, áreas de pressão do corpo, aparelho vestibular e olhos), avalia o
movimento realmente executado. Após a comparação entre desempenho e aquilo que se teve em
vista realizar, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para que o desempenho real
seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos,
equilíbrio, postura e tônus muscular.

O TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao
cerebelo. Possui três funções gerais;
(1) recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça;
(2) contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões
encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo do
cérebro controla os movimentos do lado direito do corpo; lado direito de cérebro controla os
movimentos do lado esquerdo do corpo);
(3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou
menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras
nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico).
Além destas 3 funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções
motoras e sensitivas específicas.
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao
cerebelo. Possui três funções gerais:
(1) recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça;
(2) contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões
encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal;
(3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou
menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras
nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico).
Além destas 3 funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções
motoras e sensitivas específicas. Na constituição do tronco encefálico entram corpos de neurônios
que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua vez, se agrupam em feixes
denominados tratos, fascículos ou lemniscos. Estes elementos da estrutura interna do tronco
encefálico podem estar relacionados com relevos ou depressões de sua superfície. Muitos dos
núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos
nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico. O
tronco encefálico se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado
cranialmente; e PONTE, situada entre ambos.
BULBO
O bulbo, bulbo raquídeo ou ainda medula oblonga, é a parte menor e mais caudal do tronco
encefálico. Derivando do mielencéfalo embrionário, o bulbo é contínuo, em sua parte inferior, com
a medula espinhal e, na superior com a ponte. O bulbo forma, deste modo, uma zona transicional
conectando a região menos diferenciada do sistema nervoso central, que é a medula espinhal,
com as regiões mais diferenciadas do encéfalo. Relaciona-se com a respiração.
A PONTE OU PROTUBERÂNCIA
Localiza-se abaixo do cérebro, diante do cerebelo e acima do bulbo. Como o próprio nome indica,
a ponte serve de passagem de impulsos nervosos que vão ao cérebro. “A ponte está também
relacionada com reflexos associados às emoções, como o riso e as lágrimas.”
Derivada da parte basal do metencéfalo embrionário, a ponte fica situada entre o bulbo e o
mesencéfalo. Sua característica mais marcante é uma grande massa ovóide na superfície ventral
do tronco encefálico: a ponte basal. Os núcleos pontinos da ponte basal transmitem informação,
oriunda do córtex cerebral, para o cerebelo e estes feixes de fibras proporcionam uma estriação
transversal à ponte basal. Estas fibras convergem de cada lado para formar um volumoso feixe, o
pedúnculo cerebelar médio. A região do tronco encefálico compreendida entre a ponte basal e o
assoalho do IV ventrículo é chamada de tegumento pontino. Este é contínuo rostralmente como
tegumento mesencefálico. Embora diversos núcleos associados a vários nervos encefálicos
fiquem localizados no tegumento pontino, o nervo trigêmeo (V par) é o único a emergir da ponte,
considera¬se como limite entre a ponte e o braço da ponte (pedúnculo cerebelar médio) o ponto
de emergência deste nervo. Esta emergência se faz por duas raízes, uma maior ou raiz sensitiva
e outra menor ou raiz motora. Percorrendo longitudinalmente a superfície ventral da ponte existe
um sulco, o sulco basilar, que geralmente aloja a artéria basilar. A parte dorsal da ponte não
apresenta linha de demarcação com a parte dorsal da porção aberta do bulbo, constituindo ambas
o assoalho do IV ventrículo.

Córtex Cerebral
Funções:
• Pensamento
• Movimento voluntário
• Linguagem
• Julgamento
• Percepção

Cerebelo
Funções:
• Movimento
• Equilíbrio
• Postura
• Tônus muscular

Tronco Encefálico
Funções:
• Respiração
• Ritmo dos batimentos cardíacos
• Pressão Arterial

Mesencéfalo
Funções:
• Visão
• Audição
• Movimento dos Olhos
• Movimento do corpo

Exercícios:
1) Qual é a função do sistema nervoso?
2) Como ocorre a formação do encéfalo?
3) Existe uma classificação para o sistema nervoo, como pode ser classificado, onde atua e quais
funções no organismo?
4) Qual a função do sistema nervoso somático eferente?
5) Qual a função do sistema nervoso somático aferente?
6) Quando uma pessoa esta num processo do relaxamento, ou amento de pressão, ou dilatação
de artérias isto é um sinal que qual parte do sistema nervoso visceral está atuado?
7) No batimento cardíaco acelerado ou diminuição dos batimentos cardiaco, quais são as partes
do sistema nervoso estão atuando?
8) Quais são as estruturas esqueléticas que protegem o sistema nervoso central?
9) Qual é o nome das célular nervosas e quais são as suas funções no sistema nervoso central?
10) Cano é o corpo celular do tecido nervoso e atuam para qual finalidade?
11) Qual a importância da sinapse para o SNV?

SISTEMA URINÁRIO

CONCEITO:
É um conjunto de órgãos responsáveis pela filtração do sangue produzindo urina e controlando o
equilíbrio hídrico (líquidos) do corpo.

CONSTITUIÇÃO:
O sistema urinário é composto por dois rins, dois ureteres dispostos em seus correspondentes
rins, uma bexiga urinária e uma uretra.

RIM:
É um órgão responsável pela filtração do sangue e pela produção de urina situado na região
dorsal do corpo, atrás do peritônio e anterior aos músculos lombares.
Morfologia externa:
FORMA: grão de feijão
FACES: anterior e posterior
MARGENS: lateral e medial (hilo renal - pedículo renal)
POLOS: superior (glândula supra-renal ou adrenal) e inferior
HILO RENAL: É uma fenda situada na margem medial do rim onde encontramos os elementos do
pedículo renal.
PEDICULO RENAL:
Artéria renal
Veia renal
Pelve renal
Nervos e vasos linfáticos
Morfologia interna:
SEIO RENAL: É a cavidade do rim projetada a partir do hilo renal e também entre as colunas e os
cálices renais.
PARÊNQUIMA (OU TECIDO) RENAL:
CÓRTEX: camada externa.
COLUNA RENAL: córtex que se projeta entre as pirâmides.
MEDULA RENAL (pirâmides e raios medulares): camada interna.
CÁLICES: São estruturas em forma de taça que estão em contato com as pirâmides renais e
coletam a urina produzida no tecido renal.
Cálices maiores
Cálices menores
PELVE RENAL: É uma estrutura mais alargada surgida da confluência dos cálices ou é uma
dilatação do ureter.

SEGMENTAÇÃO RENAL: É a divisão do rim em áreas de acordo com a distribuição arterial.


FILTRAÇÃO URINÁRIA:
O sangue chega ao rim pela artéria renal, originada na artéria aorta abdominal, e, após circular
pelo órgão, volta à veia cava abdominal pela veia renal. Os rins recebem cerca de um quarto do
sangue corporal por minuto, ou seja, filtram todo o sangue em poucos minutos, num processo
contínuo.
A artéria renal se ramifica muito no interior do órgão, formando enovelados de capilares
denominados glomérulos. Cada glomérulo fica abrigado numa cápsula néfrica, formando o
corpúsculo renal que continua pelos túbulos néfricos. Esta cápsula e túbulos forma um néfron.
O néfron é microscópico, tubular e apresenta em uma extremidade uma expansão em forma de
taça, a chamada cápsula néfrica, que segue pelo túbulo proximal, alça néfrica, túbulo distal e
ducto coletor.
O conjunto dos ramos descendente e ascendente dos túbulos forma a medula do rim, enquanto
os corpúsculos e partes dos túbulos formam o córtex renal.
O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão faz com
que parte do plasma passe para a cápsula renal, no processo denominado filtração.
O filtrado glomerular passa para o túbulo proximal, onde ocorre reabsorção ativa de sódio e
remoção de cloro. Em seguida, passando pela alça néfrica e túbulo distal, o filtrado perde quase
toda a água, que retorna à veia renal. Além disso, ao longo dos túbulos néfricos, ocorre também a
reabsorção ativa de aminoácidos, glicose e vitaminas.
Desse modo, essas substâncias não são mais encontradas na urina lançada no duto coletor. Nos
dutos coletores ocorre mais reabsorção de água e, passando por eles, a urina produzida pelos
néfrons passa para a pelve renal e ureter, que desemboca na bexiga urinária. Da bexiga, a urina é
eliminada para o meio externo pela uretra.

URETERES:
São órgãos tubulares, musculares que levam a urina dos rins para a bexiga.
TRAJETO: Tem um trajeto retroperitonial, chegando à bexiga pela face posterior.
BEXIGA URINÁRIA:
É um órgão cavitário situado na cavidade pélvica onde é armazenada a urina.
FORMA:
Vazia: em forma de pera
Cheia: em forma de bola
Morfologia externa:
Faces: Superior, infero-laterais e posterior (fundo)
Ápice
Colo
Corpo
Morfologia interna:
Trigono vesical: É formado pela região entre os Óstios dos ureteres e o Óstio interno da uretra.
Músculo detrusor: Envolve toda a bexiga (ao se contrair esvazia a bexiga).
URETRA:
É um órgão tubular, muscular que serve para eliminação da urina.

Exercícios
1) O sistema urinário tem qual finalidade para o organismo humano?
2) Como é composto o sistema urinário?
3) O pendículo renal é composto por quem e qual a sua importância no processo de filtração
sanguínea?
4) Para qual finalidade os cálices tem para o sistema renal?
5) Qual é a função dos néfrons?
6) Como é o processo de formação da urina?

SISTEMA GENITAL

SISTEMA GENITAL FEMININO


O sistema genital feminino é o conjunto de órgãos responsáveis pela reprodução na mulher.
Esse sistema é composto por órgãos gametógenos (produtores de gametas) e órgãos
gametóforos (por onde transitam os gametas), além de um órgão que proporciona o
desenvolvimento de um novo ser vivo.

Órgãos Genitais Femininos


Os órgãos genitais femininos são inicialmente divididos em:
Internos:
Ovários, tubas uterinas, útero e vagina;
Externos (Pudento):
Monte do púbis, lábios maiores do pudento, lábios menores do pudento, estruturas eréteis e
glândulas vestibulares.
Posteriormente a esta divisão, os órgãos são classificados e distribuídos de acordo com suas
respectivas funções:
OVÁRIOS: órgãos responsáveis pela produção de gametas (óvulos).
TUBAS UTERINAS: vias condutoras dos gametas.
ÚTERO: órgão que abriga o novo ser vivo.
VAGINA: órgão de cópula, via do parto (normal).
GLÂNDULAS ANEXAS: Glândulas vestibulares maiores e glândulas vestibulares menores.
As secreções dessas glândulas tornam as estruturas úmidas e propícias para a relação sexual.
ESTRUTURAS ERÉTEIS: CLITÓRIS e BULBO DO VESTÍBULO
Apresentam formação por tecido especial (erétil) que se enche de sangue, proporcionando assim,
aumento de seu volume.
ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS: no conjunto também são chamados de PUDENTO FEMININO.
São: Monte do púbis, lábios maiores do pudento, lábios menores do pudento, Clitóris, Bulbo do
vestíbulo e Glândulas vestibulares.

OVÁRIOS
Os ovários localizam-se na cavidade pélvica entre a bexiga e o reto, na escavação reto-uterina.
Esses órgãos produzem os óvulos e também hormônios, que por sua vez controlam o
desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e atuam sobre o útero nos mecanismos de
implantação do óvulo fecundado e início do desenvolvimento do embrião.
Os ovários fixam-se pelo mesovário à face posterior do ligamento largo do útero, porém, esses
órgãos não são revestidos pelo peritônio. Por estarem fixados à face posterior do ligamento largo
do útero, os ovários acompanham o útero na gravidez.
São órgãos que, antes da primeira ovulação (expulsão do óvulo pela superfície do ovário),
apresentam-se lisos e rosados, mas após isso, tornam-se branco-acinzentados e rugosos; isso
ocorre decorrente das cicatrizes deixadas pelas consecutivas ovulações. Os ovários também
tendem a diminuir de tamanho na fase senil.

TUBAS UTERINAS
São as estruturas responsáveis pelo transporte dos óvulos do ovário para a cavidade do útero.
Essas estruturas estão incluídas na borda superior do ligamento largo do útero, localizando-se
entre a bexiga e o reto. É interessante salientar que as tubas uterinas, por estarem incluídas no
ligamento largo do útero, acompanham o útero na gravidez.
Nas tubas uterinas há o óstio uterino da tuba, que é uma abertura na extremidade medial da tuba
que se comunica com a cavidade uterina e o óstio abdominal da tuba que é uma abertura na
extremidade lateral da tuba que se comunica com a cavidade peritonial para captação do óvulo
liberado pelo ovário.
As tubas uterinas são subdivididas em quatro partes:
UTERINA: na parede do útero;
ISTMO: parte estreita sucessiva a parte uterina;
AMPOLA: parte pouco mais dilatada, onde geralmente ocorre a fecundação;
INFUNDÍBULO: estrutura em forma de funil, onde há o óstio abdominal da tuba. Possui também
as fímbrias (franjas irregulares) que auxiliam na captação do óvulo.

ÚTERO
O útero é o órgão em que o embrião aloja-se e desenvolve-se até seu nascimento. Está localizado
entre a bexiga e o reto.
Esse órgão é envolvido pelo ligamento largo do útero, que é uma prega transversal formada pelo
peritônio que, após recobrir a bexiga, reflete-se do assoalho e paredes laterais da pelve sobre o
útero. O ligamento largo do útero divide a cavidade pélvica em:
ESCAVAÇÃO VÉSICOUTERINA: compartimento anterior disposto entre a bexiga e o reto;
ESCAVAÇÃO RETOUTERINA: compartimento posterior disposto entre o útero e o reto.
Como principais meios de fixação do útero há o ligamento largo do útero e o ligamento redondo
do útero. Vale destacar que o ligamento largo do útero, devido a sua disposição, acompanha o
útero quando esse aumenta de volume no período gestacional.
Nesse órgão, que apresenta a forma de pêra invertida, mas pode ter sua forma variada, assim
como o tamanho, posição e a estrutura, é possível observar as seguintes subdivisões:
FUNDO DO ÚTERO: região acima dos óstios das tubas uterinas;
CORPO DO ÚTERO: região que se comunica de cada lado com as tubas uterinas através dos
óstios das tubas uterinas;
ISTMO: região estreita e curta, inferior ao corpo do útero;
COLO DO ÚTERO: região que faz projeção na vagina comunicando-se com ela através do óstio
do útero.
O útero também apresenta três camadas;
Endométrio (interna) : região que é preparada para a implantação do óvulo fecundado, sendo
assim, sofre modificações com a fase do ciclo menstrual, uterino ou na gravidez;
Miométrio (média) : camada constituída por fibras musculares lisas; é também a camada mais
espessa, sendo responsável pelas contrações (devido ao músculo liso);
Perimétrio ou externa : constituída pelo peritônio, envolvendo externamente o útero.
É importante destacar que, o endométrio, mensalmente, prepara-se para receber o óvulo
fecundado, como dito anteriormente, dessa forma, ocorre aumento de seu volume comformação
muitas redes capilares. Caso não ocorra a fecundação, essa camada do endométrio sofre
descamação, com hemorragia; logo, a eliminação sangüínea ocorre pela vagina. Esse fenômeno
recebe o nome de menstruação.

VAGINA
É o órgão feminino da cópula, além disso, é uma via para a menstruação e também permite a
passagem do feto no parto.
A vagina comunica-se superiormente com a cavidade do útero através do óstio do útero e
inferiormente abre-se no vestíbulo da vagina através do óstio da vagina, o que possibilita sua
comunicação com o meio externo.
O canal do parto é composto pela vagina e pela cavidade do útero. Esse canal possibilita a
passagem do feto no momento do nascimento.
Nas mulheres virgens, o óstio da vagina é parcialmente fechado pelo hímem, que é uma
membrana pouco espessa de tecido conjuntivo, forrada por mucosa interna e externamente, além
de possuir pequena vascularização. Sua abertura é em forma de meia-lua. As carúnculas
himenais são os restos de fragmentos após a ruptura do hímem.
Há ainda uma estrutura denominada fórnice da vagina, que é uma parte em contato com a região
do colo do útero. Cabe ressaltar que nessa região pode haver alojamento de espermatozoides.
ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS
Os órgãos genitais externos femininos, no conjunto, também são chamados de pudento feminino.
Monte do Púbis
Órgão genital externo. É uma elevação mediana, localizada anteriormente à sínfese púbica e há
principalmente em sua composição, tecido adiposo.
Após a puberdade apresenta pêlos espessos que se dispõem de forma característica.
Lábios Maiores do pudento
São estruturas alongadas sob a forma de duas pregas cutâneas.
Nos lábios maiores há a rima do pudendo, que é uma fenda delimitada por essas pregas.
Apresentam-se cobertos por pêlos e com bastante pigmentação após a puberdade. As faces
internas dos lábios maiores são lisas e sem pêlos.
Lábios Menores do pudento
São duas pregas cutâneas pequenas, localizadas medialmente aos lábios maiores. Os lábios
menores se fundem na região mais anterior. O espaço entre essas pequenas pregas chama-se
vestíbulo da vagina. No vestíbulo da vagina encontram-se as seguintes estruturas:
Óstio externo da uretra;
Óstio da vagina;
Orifícios dos ductos das glândulas vestibulares. Convém ressaltar que a pele que recobre esses
lábios é lisa, úmida e vermelha.
Glândulas Vestibulares Maiores
As glândulas vestibulares maiores são em número de duas, dispostas profundamente, abrindo
seus ductos nas proximidades do vestíbulo da vagina. Essas glândulas secretam um muco
durante a relação sexual que tem por função lubrificar a porção inferior da vagina.
Glândulas Vestibulares Menores
As glândulas vestibulares menores apresentam-se em número variável. Seus ductos
desembocam na região do vestíbulo da vagina. As glândulas, de modo geral, produzem secreção
no início da cópula para que as estruturas tornem-se úmidas e propícias à relação sexual.
Estruturas Eréteis
São estruturas compostas por tecido erétil, que se dilatam como resultado do ingurgitamento
sanguíneo. Como estruturas eréteis femininas, há o clitóris, que apresenta duas extremidades
fixadas ao ísquio e ao púbis, os ramos do clitóris. Os ramos do clitóris unem-se para formar o
corpo do clitóris, que por sua vez estende-se e forma a glande do clitóris.
É interessante salientar que somente a glande do clitóris é visível. Ela está localizada na região de
fusão dos lábios menores. Essa estrutura é muito sensível e está ligada à excitabilidade sexual
feminina.
Outra estrutura erétil é o bulbo do vestíbulo, que é composto por duas massas de tecido erétil,
alongadas e dispostas como uma ferradura ao redor do óstio da vagina, porém, não são visíveis,
pois são recobertas pelos músculos bulbo-esponjosos. Quando essa estrutura está preenchida
por sangue, dilata-se gerando maior contato entre o pênis e o óstio da vagina.
Mamas
As mamas são consideradas anexos da pele, mas têm importantes relações funcionais com os
órgãos da reprodução e seus hormônios.
Esses órgãos localizam-se ventralmente aos músculos peitoral maior, serrátil anterior e oblíquo
externo, entre as camadas superficial e profunda da tela subcutânea.
As mamas são constituídas por:
PARÊNQUIMA: constituído pela glândula mamária, que apresenta 15 a 20 lobos piramidais, onde
os ápices dispõem-se no sentido da superfície enquanto as bases dispõem-se para a parte
profunda da mama. O corpo da mama é o conjunto desses lobos;
ESTROMA: constituído por tecido conjuntivo envolvendo cada lobo e o corpo mamário de modo
geral. Apresenta ainda em sua constituição, tecido conjuntivo denso e tecido adiposo, sendo que
esse último está relacionado com o tamanho e a forma das mamas;
PELE: é fina, além disso, apresenta glândulas sebáceas e sudoríparas.
As mamas apresentam forma cônica, porém, variável, pois sua forma é influenciada pela
quantidade de tecido adiposo e também pelo estado funcional (gestação e lactação), quando, por
exemplo, na fase final da gestação, sofre aumento de volume, podendo haver algum enrijecimento
decorrente da atuação dos hormônios femininos.
Esses órgãos começam a se desenvolver na puberdade e, com o passar do tempo, devido à
perda de elasticidade das estruturas de sustentação do estroma, tornam-se pedunculados.
As mamas apresentam ainda a papila mamária, que é uma projeção onde os 15 a 20 ductos
lactíferos de cada lobo, desembocam. Essa papila possui constituição dada por fibras musculares
lisas, além de serem bastante inervadas. A área mais escura, onde há glândulas sudoríparas e
sebáceas com formação de pequenos trabéculos, é a aréola mamária.
SISTEMA GENITAL MASCULINO
O sistema genital masculino é formado por:
• Testículos;
• Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra;
• Pênis;
• Escroto;
• Glândulas anexas: próstata, glândulas seminais, glândulas bulbouretrais e glândulas uretrais.

Testículos:
Cada testículo é composto por um emaranhado de tubos, os ductos seminíferos Esses ductos são
formados pelas células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a
formação dos espermatozoides. Em meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais
produzem os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo
desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários:
• Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo pubiano.
• Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
• Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do
tamanho das fibras musculares.
• Ampliam a laringe e torna mais grave a voz.
• Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a
osteoporose.

Epidídimos:
São dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os espermatozoides são
armazenados.

Canais deferentes:
São dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e unem-se ao ducto
ejaculatório, onde desembocam as glândulas seminais.

Glândulas seminais:
São responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto ejaculatório que,
juntamente com o líquido prostático e espermatozoides, entrarão na composição do sêmen.
O líquido das glândulas seminais age como fonte de energia para os espermatozoides e é
constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não proteico, cloretos,
colina (álcool de cadeia aberta considerado como integrante do complexo vitamínico B) e
prostaglandinas (hormônios produzidos em numerosos tecidos do corpo. Algumas
prostaglandinas atuam na contração da musculatura lisa do útero na dismenorréia – cólica
menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo vasodilatação em artérias do cérebro, o que
talvez justifique as cefaleias – dores de cabeça – da enxaqueca. São formados a partir de ácidos
graxos insaturados e podem ter a sua síntese interrompida por analgésicos e anti-inflamatórios).

Próstata:
Órgão localizado abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que neutralizam a
acidez da urina e ativa os espermatozoides.

Glândulas Bulbo Uretrais


Sua secreção transparente é lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos
espermatozoides. Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato sexual.

Pênis:
É considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois tipos de
tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra).
Na extremidade do pênis encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a
abertura da uretra. Com a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de
estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-
se rijo, com considerável aumento do tamanho (ereção). O prepúcio deve ser puxado e
higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada,
com forte odor, que consiste principalmente em células epiteliais descamadas que se acumulam
debaixo do prepúcio). Quando a glande não consegue ser exposta devido ao estreitamento do
prepúcio, diz-se que a pessoa tem fimose.

Uretra
É comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da bexiga se
contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum sêmen entre na
bexiga. Todos os espermatozoides não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum
tempo.

Escroto:
Os espermatozoides não podem se desenvolver adequadamente na temperatura normal do corpo
(36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro do Escroto, que tem
a função de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma
temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.
EXERCÍCIOS
1) Quais são os órgãos sexuais femininos e como são divididos?
2) Cada órgão tem uma função, quais são as finalidades de cada órgão reprodutor masculino?
3) Os óvulos saem dos ovários e vão para o útero através de qual estrutura?
4) Como ocorre a menstruação?
5) O útero é composto por três camadas, quais são elas e qual é a finalidade de cada uma?
6) Qual a finalidade da vagina?
7) Como é constituído as mamas?
8) Quais são as estruturas que constituem o sistema genital masculino?
9) Explique a trajetória do espermatozóide até a saída do organismo masculino.
10) Por que a mulher tem maior propensão a desenvolver infecção urinária que o homem?

SISTEMA ENDÓCRINO
O sistema endócrino é constituído por um grupo de órgãos (algumas vezes referidos como
glândulas de secreção interna) cuja função principal é produzir e secretar hormônios diretamente
no interior da corrente sanguínea. Os hormônios atuam como mensageiros para coordenar
atividades de várias partes do corpo.

GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
Os principais órgãos do sistema endócrino* são o hipotálamo, a hipófise, a tireoide, as
paratireoides, os testículos e os ovários. Durante a gravidez, a placenta também atua como uma
glândula endócrina além de suas outras funções. O hipotálamo secreta vários hormônios que
estimulam a hipófise: alguns desencadeiam a liberação de hormônios hipofisários e outros a
suprimem. Algumas vezes, a hipófise é denominada glândula mestra por controlar muitas funções
de outras glândulas endócrinas. Alguns hormônios hipofisários produzem efeitos diretos, enquanto
outros simplesmente controlam a velocidade com que outros órgãos endócrinos secretam seus
hormônios. A hipófise controla a velocidade de secreção de seus próprios hormônios através de
um circuito de retroalimentação (feedback) no qual as concentrações séricas (sanguíneas) de
outros hormônios endócrinos a estimulam a acelerar ou a alentecer sua função. Nem todas as
glândulas endócrinas são controladas pela hipófise. Algumas respondem de modo direto ou
indireto às concentrações de substâncias presentes no sangue:
- As células pancreáticas secretoras de insulina respondem à glicose e aos ácidos graxos.
- As células paratireoides respondem ao cálcio e ao fosfato.
- A medula adrenal (parte da glândula adrenal) responde à estimulação direta do sistema nervoso
parassimpático. Muitos órgãos secretam hormônios ou substâncias similares aos hormônios, mas,
geralmente, eles não são considerados parte do sistema endócrino. Alguns desses órgãos
produzem substâncias que atuam somente na área próxima de sua liberação, enquanto outros
não secretam seus produtos na corrente sanguínea. Por exemplo, o cérebro produz muitos
hormônios cujos efeitos são limitados basicamente ao sistema nervoso.

GRUPO PRINCIPAL GRUPO SECUNDÁRIO

HIPÓFISE
CORPO PINEAL
PARAGÂNGLIOS
TIREÓIDES
(corpos para-aóticos, glômus e glômus coccígeo)
TIMO
PLACENTA
SUPRA-RENAIS
MAMAS OU SEIOS
PÂNCREAS
TESTÍCULOS E OVÁRIOS

HORMÔNIOS
Os hormônios são substâncias liberadas na corrente sanguínea por uma glândula ou órgão e que
afetam a atividade de células de um outro local. Em sua maioria, os hormônios são proteínas
compostas de cadeias de aminoácidos de comprimento variável. Outros são esteroides,
substâncias gordurosas derivadas do colesterol. Quantidades muito pequenas de hormônios
podem desencadear respostas muito grandes no organismo. Os hormônios ligam-se aos
receptores localizados sobre a superfície da célula ou no seu interior. A ligação de um hormônio a
um receptor acelera, reduz ou altera a função celular de outra maneira. Em última instância, os
hormônios controlam a função de órgãos inteiros. Eles controlam o crescimento e o
desenvolvimento, a reprodução e as características sexuais. Eles influenciam a maneira como o
organismo utiliza e armazena a energia. Além disso, os hormônios controlam o volume de líquido
e as concentrações de sal e de açúcar no sangue. Alguns hormônios afetam somente um ou dois
órgãos, enquanto outros afetam todo o organismo. Por exemplo, o hormônio estimulante da
tireoide é produzido na hipófise e afeta apenas a tireoide. Em contraste, o hormônio tireoidiano é
produzido na tireoide, mas afeta células de todo o organismo. A insulina, produzida pelas células
das ilhotas pancreáticas, afeta o metabolismo da glicose, das proteínas e das gorduras em todo o
organismo.

CONTROLES ENDÓCRINOS
Quando as glândulas endócrinas funcionam mal, as concentrações séricas dos hormônios podem
tornar-se anormalmente altas ou baixas, alterando as funções orgânicas. Para controlar as
funções endócrinas, a secreção de cada hormônio deve ser regulada dentro de limites precisos. O
organismo precisa detectar a cada momento a necessidade de uma maior ou menor quantidade
de um determinado hormônio. O hipotálamo e a hipófise secretam seus hormônios quando
detectam que a concentração sérica de outro hormônio por eles controlado encontra-se muito alta
ou muito baixa. Os hormônios hipofisários então circulam na corrente sanguínea para estimular a
atividade de suas glândulas alvo. Quando a concentração sérica do hormônio alvo é a adequada,
o hipotálamo e a hipófise deixam de produzir hormônios, uma vez que eles detectam que não há
mais necessidade de estimulação. Este sistema de retroalimentação regula todas as glândulas
que se encontram sob controle hipofisário.

PRINCIPAIS HORMÔNIOS

Supra- Ajuda na regulamentação do equilíbrio do sal e da água


Aldosterona
renaias através de sua retenção e da excreção do potássio

Hormônio
FAz com que os rins retenham água e juntamente com
antidiurética Hipófise
aldosterona, ajuda no controle da pressão arterial
(vasopressina)

Produz efeitos disseminados por todo o organismo: em


especial, tem uma ação antiinflamatória: mantém a
Corticosteróide Supra-renais
concentração sérica de açucar, a pressão arterial e a força
muscular; auxilia no controle do equilibrio do sal e da água

Controla a produção e a secreção de hormônio do córtex


Corticotropina Hipófise
adrenal

Eritropietina Rins Estimula a produção de eritrócitos

Controla o desenvolvimento das característivas sexuais e do


Estrogênios Ovários
sistema reprodutivo feminino

Glucagon Pâncreas Aumenta a concentração sérica de açucar

Hormônio do Hipófise Controla o crescimento e o desenvolvimento; promove a


crescimento produção de proteínas
Reduz a concentração sérica de açuca; afeta o metabolismo
Insulina Pâncreas
da glicose, das proteinas e da gordura em todo corpo

Controla as funções reproodutoras, como a produção de


Hormônio espermatozóides e de sêmem, a maturação dos óvulos e os
luteinizante e ciclos menstruais; controlam as características sexuais
Hipófise
hormônio masculinas e femininas (ex.: a distribuição de pêlos, a
folicuestimulante formação dos músculos, a textura e a espessura da pela, a
voz e talvez os traços da personalidade)

Produz concentração de musculatura uterina e dos


Ocitocina Hipófise
condutos das gândulas mamárias

Paratormônio
Controla a formação ossea e a excreção do cálcio e do
(hormônio Paratireoídeo
fósforo
paratireoídeo)

Prepara o revestimento do útero para a implementação de


Progesterona Ovários um ovo fertilizado e prepara as glândulas mamárias para a
secreção de leite

Inicia e mantem a produção de leite das glândulas


Prolactina Hiófise
mamárias

Renina e
Rins Controlam a pressão arterial
angiotensina

Hormônio Regula o crescimento, a maturação e a velocidade do


Tireóide
tireoidiano metabolismo

Hormônio
Estimula a produção e a secreção de hormônios pela
estimulante da Hipófise
tireóide
tireóide

HIPÓFISE
Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenóide chamada Sela Turca nos
seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e possui duas partes: o lobo
anterior (adenohipófise) e o lobo posterior (neurohipófise).
1 - Hipófise | 2 - Glândula Pineal | 3 - Hipotálamo
EXERCÍCIOS
1) Para que serve os hormônios?
2) Qual é a finalidade das glândulas endócrinas?
3) Quais são os órgãos presentes no sistema endócrino?
4) Qual é a atuação de cada órgão no sistema endócrino?
5) Qual é a relação entre os hormônios e o sistema endócrino?
6) Onde cada hormônio atua no funcionamento do nosso organismo?

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1. DANGELO, V.G., FATINNI, C.A., Anatomia Básica dos Sistemas Orgânicos. São Paulo: Editora
Atheneu. 2002.
2. TORTORA, G.J. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Porto Alegre/RS:
Editora Artmed. 2000.
3. GUYTON, A. C; HALL, J. E. Fisiologia humana e Mecanismos das Doenças. 6⁰ ed. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan. 1997.
4. MACHADO, A., Neuroanatomia Funcional. São Paulo: Editora Atheneu. 1993.
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