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Material Teórico
Aspectos da Filosofia Moderna e Iluminismo
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Aspectos da Filosofia Moderna e
Iluminismo
• Introdução
• Contexto Histórico
• A Revolução Científica
• O racionalismo cartesiano
• O empirismo inglês
• O Iluminismo
• O criticismo Kantiano
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Agora, leiam o Conteúdo Teórico. Ele é a base para suas reflexões, traz conceitos que
precisam ser aprendidos e questões que devem ser objetos de nossa reflexão.
Para auxiliar a aprendizagem, vejam e ouçam a Apresentação Narrada. É uma apresentação
em PowerPoint comentada pelo professor. Nela, está um resumo dos principais conceitos
trabalhados nesta unidade. Servirá de reforço para a leitura já realizada do texto completo.
Após estarem bem seguros do conteúdo, realizem a Atividade de Sistematização. São
questões de múltipla escolha referentes ao tema, com correção automática pelo sistema.
Vocês podem também participar dos Fóruns de DISCUSSÃO, que permitem um diálogo
com o tutor e com os colegas para sanar dúvidas, estabelecer uma discussão ou mesmo
dar sugestões.
Vocês encontrarão, também, além das Referências utilizadas para elaboração do material
didático, uma sugestão de Material Complementar que vem acrescentar novas informações.
Lembro ainda que é muito importante que vocês realizem todas as atividades propostas
dentro dos prazos estabelecidos, pois além de reforçar a aprendizagem, elas possuem
atribuição de pontos para compor a média final dessa disciplina. Evitem acumular o estudo
dos conteúdos e das atividades para não terem problemas no final do semestre.
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Contextualização
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Unidade: Aspectos da Filosofia Moderna e Iluminismo
1. Introdução
2. Contexto Histórico
Ideias Chave
• Predomínio do capitalismo comercial, que vai comercializar especiarias do Oriente e também ser
responsável pela era das grandes “descobertas” marítimas.
• Centralização do poder do Estado nas mãos de um rei.
• Criação de um sistema colonial, principalmente na América.
• Desenvolvimento progressivo do trabalho assalariado.
• Diminuição da importância e poder da Igreja Católica e das ideias religiosas.
• Grande produção artística e intelectual não religiosa (MOTA, 1986).
É nesse contexto histórico que vai surgir e se desenvolver a filosofia moderna e o Iluminismo.
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3. As características do pensamento moderno
Informação
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Unidade: Aspectos da Filosofia Moderna e Iluminismo
4. A Revolução Científica
Um dos elementos que vai causar um grande impacto e transformações na maneira de pensar
e no modo de ver o mundo foi a Revolução Científica do século XVII.
A Revolução Científica foi um movimento de ideias que compreende, mais ou menos,
o intervalo entre a publicação do livro Das revoluções dos corpos celestes (1543) de Nicolau
Copérnico até a obra de Isaac Newton, Princípios matemáticos de filosofia natural publicada pela
primeira vez em 1687 (REALE; ANTISERI, 2003). As características principais desse movimento
estão na obra de Galileu, no século XVII, e encontra os seus pressupostos filosóficos nas ideias
de Descartes e Bacon.
A Revolução Científica deve ser compreendida como a expressão do nascimento da nova
ordem burguesa. As invenções e as descobertas são inseparáveis da nova ciência, pois para
o desenvolvimento do capitalismo, a burguesia necessita de um conhecimento que investigue
as forças da natureza a fim de usá-las em seu próprio interesse e benefício. A ciência deixa de
ser uma serva da teologia, deixa de ser um saber contemplativo para, em união com a técnica,
poder servir a nova classe social (ARANHA; MARTINS, 2007).
Pense
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A nova teoria não apenas retirou a terra do centro do universo, mas também acabou com
uma teoria que hierarquizava os espaços dividindo-os em “mundo superior dos Céus” e o
“mundo inferior da Terra”. Galileu geometrizou o universo igualando todos os espaços. Ao
descobrir a Via Láctea, contrapôs à ideia de um mundo fechado e finito, da antiga cosmologia,
a ideia de um universo infinito (ARANHA; MARTINS, 2007). A questão, no entanto, não era
apenas científica, era também política. Era uma luta entre duas concepções de mundo: a da
Igreja Católica e a da ciência. Galileu foi obrigado a se retratar publicamente, a renunciar sua
teoria e foi recolhido à prisão domiciliar.
Atenção
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Unidade: Aspectos da Filosofia Moderna e Iluminismo
5. O racionalismo cartesiano
René Descartes (1596-1650) foi também conhecido pelo nome latino de Cartesius ou Cartésio,
daí seu pensamento ser conhecido como cartesiano. É considerado o pai da filosofia moderna
e do racionalismo moderno. Nas obras Discurso do método e Meditações metafísicas, trata
do problema do conhecimento.
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Tratam-se de regras simples para se chegar a qualquer tipo de saber científico e por isso
constitui um modelo de conhecimento.
Não há nenhuma área do saber que se mantenha em pé, pois o alicerce em que está baseado
revela-se frágil demais. Nada resiste ao poder corrosivo da dúvida. A dúvida é transformada
em método. Descartes diz nas Meditações metafísicas: “suponho que todas as coisas que vejo
são falsas (...), creio que o corpo, a figura, a extensão, o movimento e o lugar não são nada mais
do que invenções do meu espírito. Então, o que poderá ser reputado verdadeiro?” (Apud REALE;
ANTISERI, 2003, p. 363). A dúvida, nesse caso, quer levar à verdade, por isso é chamada de
dúvida metódica.
5.4 O racionalismo
Com Descartes, temos uma valorização da ra¬zão e da racionalidade. Com ele, estabelece-
se o princípio do sujeito pensante (racional) como fundamento de todas as evidências. Acentua-
se o caráter absoluto e universal da razão que, partindo do cogito, e só com suas próprias
forças, descobre todas as verdades possíveis (ARANHA; MARTINS, 2007). Daí a importância
de um método de pensamento como garantia de que as representações e imagens da razão
correspondam de fato aos objetos a que se referem e que são exteriores a ela.
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Unidade: Aspectos da Filosofia Moderna e Iluminismo
6. O empirismo inglês
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Os ídolos do foro. Escreve Bacon: “há também ídolos que, por assim dizer, dependem de
contato ou dos contatos recíprocos do gênero humano, nós os chamamos ídolos do foro” (Apud
REALE; ANTISERI, 2003, p. 336). A relação entre os homens ocorre por meio da linguagem e
das palavras, mas os nomes são colocados nas coisas segundo a compreensão popular e basta
isso para perturbar o intelecto. Por causa das palavras, os homens são assim, muitas vezes,
arrastados a inúmeras e inúteis controvérsias e fantasias.
Os ídolos do teatro “penetraram no espírito humano por meio das diversas doutrinas
filosóficas (...). Pois todos os sistemas filosóficos foram acatados ou cogitados como fábulas
preparadas para serem representadas no palco, boas para construir mundos de ficção e de
teatro” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 337). Encontramos muitas fábulas teatrais não
somente nas filosofias, mas também em muitos princípios ditos científicos que se afirmaram
pela tradição, fé cega ou desleixo das pessoas.
A teoria dos ídolos de Bacon pode ser considerada como antecessora do moderno conceito de
ideologia (falsa consciência), desenvolvido principalmente por Karl Marx (REALE; ANTISERI,
2003). Os ídolos eram aparências ou preconceitos que criavam obstáculos para o verdadeiro
conhecimento e que podiam ter como origem o indivíduo e a sociedade. A ideia da sociedade
como fonte de erros do conhecimento abriu a possibilidade posteriormente para uma abordagem
sociológica do próprio conhecimento.
6.3 O empirismo
Para Bacon, em Novum Organum, a observação e a experimentação são elementos
fundamentais no processo de conhecimento. “Ministro e intérprete da natureza, o homem
faz e entende o que observa da ordem da natureza, com a observação das coisas ou com a
obra da mente; ele não sabe nem pode nada mais do que isso” (Apud REALE; ANTISERI,
2003, p. 333).
Bacon na obra Novum Organum também valoriza a experiência como parte importante
no conhecimento. Segundo ele, o procedimento da pesquisa é composto de duas partes: “a
primeira consiste em extrair e fazer surgir os axiomas da experiência, a segunda em deduzir e
derivar novos experimentos dos axiomas” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 341). A teoria
deve, então, nascer da experiência e novas experiências nascerem da teoria.
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Unidade: Aspectos da Filosofia Moderna e Iluminismo
7. O Iluminismo
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7.2 A crítica às superstições religiosas
O Iluminismo é um movimento laico em relação aos mitos e às superstições religiosas. A
atitude cética e até irreverente é traço característico do iluminismo, filosofia que pode ser
vista como parte do processo de secularização do pensamento (REALE; ANTISERI,
2003). Embora se tenha desenvolvido um viés materialista e ateu no interior do iluminismo
francês, a filosofia iluminista é filosofia do deísmo, que é a religião racional e natural que
admite a existência de Deus.
Como diria Voltaire, “para mim é evidente que existe um Ser necessário, eterno, supremo e
inteligente – e isso (...) não é verdade de fé, mas sim de razão” (Apud REALE; ANTISERI, 2003,
p. 671). E, é claro, que se são somente essas as verdades religiosas que a razão pode aceitar,
então, as doutrinas, os ritos, as histórias sagradas e as instituições das religiões são frutos das
superstições, do medo e da ignorância dos homens.
7.4 A enciclopédia
O empreendimento mais representativo do iluminismo francês é a obra coletiva chamada
Enciclopédia. Os colaboradores mais destacados foram Diderot e D’Alembert e também Voltaire,
Condillac, D’Holbach, Montesquieu, Rousseau e outros.
A Enciclopédia foi uma grande obra política e social, um instrumento de difusão da
cultura crítica, que pretendia romper com o saber tradicional anterior e que se abriu para a
história, para a sociedade e para o saber técnico-científico (REALE; ANTISERI, 2003).
Vejamos os objetivos que inspiravam essa grande obra. No verbete “Enciclopédia” da
própria obra, podemos ler: “O objetivo de uma enciclopédia é unificar os conhecimentos
espalhados sobre a face da terra e expor o sistema e transmiti-lo aos que virão depois de
nós, para que as obras dos séculos passados não fiquem inúteis para os séculos posteriores (...).
Percebemos que a Enciclopédia só podia ser tentada em um século filosófico e que esse século
havia chegado” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 695).
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Unidade: Aspectos da Filosofia Moderna e Iluminismo
8. O criticismo Kantiano
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Kant se depara com dificuldades insolúveis ao questionar as realidades da metafísica,
como a existência de Deus, a imortalidade da alma, a liberdade, a infinitude do universo. Para
Kant, todo conhecimento é constituído pela forma a priori do intelecto e pela matéria fornecida
pela experiência sensível. Os objetos da metafísica não podem preencher essa segunda
exigência; não temos experiência sensível de Deus, por exemplo. Decorre dessa constatação a
impossibilidade do conhecimento metafísico, portanto, devemos nos abster de afirmar ou negar
qualquer coisa a respeito dessas realidades. Trata-se de um agnosticismo (etimologicamente,
a, “não”, e gnosis, “conhecimento”). Somos agnósticos quando consideramos a razão incapaz
de afirmar ou negar a existência de Deus. O agnosticismo não se confunde com o ateísmo, pelo
qual negamos afirmativamente que Deus exista (ARANHA; MARTINS, 2007).
Tal como Copérnico, que disse que não é o Sol que gira em torno da Terra, mas é o contrário,
a terra que gira em torno do sol, também Kant afirmou que o conhecimento não reflete o
objeto exterior, mas é o próprio intelecto que constrói o objeto do seu saber. Nesse sentido,
Kant realizou uma revolução copernicana no campo da teoria do conhecimento (ARANHA;
MARTINS, 2007).
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Unidade: Aspectos da Filosofia Moderna e Iluminismo
Material Complementar
Descartes
Para conhecer um pouco mais sobre o filósofo acesse o site:
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/discurso.pdf
http://www.unicamp.br/~chibeni/public/descreal.pdf
Assista ao vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=Hg15BZfgVgo
Bacon
Para conhecer um pouco mais sobre o filósofo acesse o site:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000047.pdf
Kant
Para conhecer um pouco mais sobre o filósofo acesse o site:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000016.pdf
ftp://ftp.cle.unicamp.br/pub/kant-e-prints/vol.2,n.5,2003.pdf
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Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à
Filosofia, 3. ed. revista. São Paulo: Moderna, 2007.
ARRUDA, José Jobson de A. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Ática, 1974.
MOTA, Carlos Guilherme. História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Moderna, 1986.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: do humanismo a Kant, 6. ed. São
Paulo: Paulus, 2003, vol. 2.
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Unidade: Aspectos da Filosofia Moderna e Iluminismo
Anotações
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