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1. CONCEITO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL
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geológicos, certos desenvolvimentos na área agrícola ou florestal, objetos de
arte e móveis, artefatos industriais (ferramentas, instrumentos, maquinaria,
edifícios etc.). O “patrimônio imaterial” pode assumir diferentes formas:
canções, costumes, danças, tradições gastronómicas, jogos, mitos, contos e
lendas, pequenas descrições, histórias, técnicas de captura e know-how,
documentos e arquivos (incluindo audiovisual).
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o passado, com nosso presente e com o futuro. Nosso objetivo com esta
disciplina é aprofundar o conheciento de “Patrimônio Artístico”, e analisar todas
as formas de preserva-lo e expô-lo ao conhecimento público.
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2. PATRIMÔNIO CULTURAL TANGÍVEL E INTANGÍVEL
Além disso, a herança cultural não se limita apenas aos objetos materiais
que podemos ver e tocar. Também consiste de elementos imateriais: tradições,
história oral, artes cênicas, práticas sociais, artesanato tradicional,
representações, rituais, conhecimentos e habilidades transmitidos de geração
em geração dentro de uma comunidade.
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uma espátula. O imperador Tibério admirava profundamente a escultura e
ordenou que ela fosse removida da vista pública e colocada em seu palácio
particular. O povo romano levantou-se e obrigou-o a devolver o Apoxyomenos
à sua localização anterior, onde todos podiam admirá-lo.
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3. A CULTURA COMO HERANÇA
Leonardo era um pintor italiano muito famoso, e é por isso que a Mona Lisa
é obviamente parte da herança cultural italiana. Quando Leonardo foi para a
França, para trabalhar na corte do rei Francisco I, ele provavelmente trouxe a
Mona Lisa com ele. Parece que, em 1518, o rei Francisco I adquiriu a Mona
Lisa, que, portanto, acabou nas coleções reais francesas: é por isso que
obviamente também faz parte da herança nacional da França. Esta pintura foi
definida como a mais conhecida, a mais visitada, a mais descrita e a mais
parodiada obra de arte do mundo: desta forma, como tal, pertence à herança
cultural de toda a humanidade.
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A Mona Lisa de Leonardo da Vinci, tinta a óleo sobre painel, executada entre 1503 a 1505,
uma das obras de arte mais visitadas, pertencente ao Museu do Louvre. Fonte da imagem:
https://fr.wikipedia.org/wiki/Art#/media/File:Mona_Lisa,_by_Leonardo_da_Vinci,_from_C2RMF_
retouched.jpg (acesso: 25/07/2018).
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4. CONCEITO DE PATRIMÔNIOS HISTÓRICO, NATURAL E CULTURAL
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(2) Patrimônio natural ou do meio ambiente: é o conjunto de eventos
monumentais da natureza, com reconhecido valor universal pela beleza que
apresentam, especialmente do ponto de vista da fruição estética ou física,
geralmente destinados à visitação e ao turismo, ou ainda de elevado valor para
as pesquisas científicas.
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Entretanto, preservar esses objetos muitas vezes exige um serviço muito
especializado de restauração, e apresenta altos riscos para a existência dos
mesmos, sujeitos ao toque dos turistas, aos efeitos da iluminação especial que
necessitam para a visualização nos museus e locais de exposição, a
manipulação por mãos inexperientes e os perigos dos próprios locais de
conservação e exibição, sujeitos a variações ambientais de temperatura e
umidade, além da possibilidade do ataque de insetos e roedores.
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5. PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL E PRESERVAÇÃO
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O Festival Holi ou Festival das Cores – reconhecido como patrimônio imaterial da humanidade
– é um festival realizado na Índia todos os anos, entre fevereiro e março, que comemora a
chegada da Primavera. Neste dia, as pessoas atiram tintas das mais diversas cores umas às
outras, com muita bebida, comida e música. Essa brincadeira começa quando crianças atiram
as tintas nos pais e irmãos sendo que, no final, todas as demais pessoas estão completamente
pintadas e coloridas. Fonte da imagem: https://timesofindia.indiatimes.com/travel/destinations/offbeat-places-
to-celebrate-holi-2018-in-india/as63024539.cms (acesso: 01/08/2018).
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encontradas em tipos específicos de museus, ou na posse de colecionadores
particulares.
Pode incluir uma cidade inteira, um ambiente natural com forte identificação
pela paisagem diferenciada, sítios arqueológicos ou geológicos e marítimos, e
outros formatos naturais ou da indústria humana que resultam da prática e da
intervenção do homem. De certa forma pode-se dizer que todo esse acervo faz
parte do patrimônio da humanidade, isto é, integra um conjunto de elementos
relacionados com a produção de artefatos concebidos para possibilitar a
sobrevivência histórica e o conforto do homem, impregnados com a sua
imaginação e criatividade, e orientados por direcionamentos ideológicos e
simbólicos destinados a consolidar todos os aspectos imateriais e expressivos
que orientam os comportamentos das sociedades e ajudam a estruturar o meio
ambiente social.
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6. HISTÓRICO E TIPOLOGIA DA PRESERVAÇÃO
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Mundial Cultural e Natural, estabelecendo parâmetros de preservação cultural
e ambiental, e determinou regras de preservação adequadas, além de
implantar o conceito de “Bens Culturais da Humanidade”, criando também
critérios de tombamento de bens culturais e naturais para diversas partes do
mundo, entre os países membros da organização, e difundiu o preceito que os
bens culturais devem ser protegidos como parte dos direitos humanos básicos
Segundo GOMBRICH (2015), a convenção de Haia para Proteção dos Bens
Culturais em caso de Guerra existe desde 1954. Em termos de preservação, a
cultura incorpora dois aspectos distintos:
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patrimônio imobiliário e patrimônio mobiliário. O legado imóvel envolve os
edifícios, e suas instalações que também podem incorporar artefatos de arte,
como colunas de sustentação, vitrais e afrescos, os monumentos e bustos de
homenagem. Geralmente os edifícios preservados de culturas antigas
incorporam em seus espaços várias obras de arte utilizadas na decoração de
seus interiores, ou destinadas ao culto de divindades e entidades que faziam
parte da crença dos povos.
1. Arquivística;
2. Conservação (património cultural);
3. Conservação arqueológica;
4. Conservação arquitetônica;
5. Conservação de arte;
6. Museologia;
7. Preservação de filmes;
8. Preservação de registro fonográfico
9. Preservação digital.
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7. ARTE TÉCNICA: CONCEITO E FINALIDADE
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Restauradora trabalhando na restauração de uma escultura antiga. O papel da restauração é
recuperar e preservar o patrimônio cultural em benefício das gerações presentes e futuras. O
restaurador contribui para a compreensão da propriedade cultural em relação ao seu
significado estético e histórico e sua integridade física. Fonte da imagem: http://anais-
lechat.com/ (acesso: 06/08/2018).
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importante ferramenta de pesquisa; é prática comum entre os conservadores
profissionais documentar tratamentos com fotografias e relatórios escritos.
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8. HISTÓRIA DA ARTE TÉCNICA E ARQUEOLOGIA
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habilidades extremamente refinadas na confecção de objetos cerâmicos, como
vasos, utensílios domésticos, urnas funerárias etc.
Exemplares de Cerâmica Marajoara antiga. A cerâmica marajoara é considerada uma das mais
belas e sofisticadas quando comparada com as cerâmicas das Américas, considerando suas
formas e contornos, suas motivações variadas, seu rico simbolismo e sua versatilidade
inusitada. Através da arquiometria e do método de datação C-14, os arqueólogos chegaram a
propor que a cultura Marajoara teria surgido por volta do ano 1100 aC. Segundo BARROS
(2018), estas conclusões foram divulgadas pelo professor Mário Ferreira Simões e sua equipe
de antropólogos pertencentes ao Museu Emílio Goeldi em Belém do Pará. Fonte da imagem:
http://ocantodobemtevi.blogspot.com/2007/04/povos-da-amaznia-cermicas-marajoara.html
(acesso: 28/07/2018).
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A existência ou não de fontes textuais antigas permitiu uma divisão
cronológica das especialidades arqueológicas em três grandes períodos:
Arqueologia da pré-história – sem fontes textuais –; Arqueologia do início da
civilização – culturas que ainda não tinham fontes textuais, mas que são
citadas nas histórias dos povos da época e que chegam a nós através da
oralidade; e a Arqueologia dos períodos históricos – culturas que já contavam
com a existência de fontes textuais –. Há também especializações
arqueológicas feitas de acordo com o tipo de artefatos em estudo (cerâmica,
pintura, escultura, arquitetura etc.), ou a partir da análise da matéria-prima
usada na confecção dos artefatos estudados (pedra, barro, vidro, osso, pele,
tecido, papiro etc.).
A arqueologia a partir dos anos 1960 foi dotada de novos meios técnicos e
conceituais para estudar as sociedades do passado. O progresso na física
nuclear passou a permitir o uso de equipamentos e ferramentas de datação
como o radiocarbono, o estrôncio, o argônio e o potássio. O desenvolvimento
de técnicas espectrofotométricas também possibilitou a aquisição de
informações quantitativas e qualitativas que são particularmente relevantes
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para o estudo de objetos e obras de arte. Por exemplo, a origem de uma
cerâmica, pigmento ou minério usado na confecção de artefatos pode ser
determinado com extrema precisão.
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9. ARQUEOMETRIA: CIÊNCIA APLICADA A HISTÓRIA DA ARTE TÉCNICA
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absolutamente impossível no caso das pinturas murais. Nessa época, não
havia escolha a não ser usar amostragens retiradas das obras, o que era muito
prejudicial para os trabalhos analisados. Hoje, ao contrário, com emprego da
arquiometria, são os pesquisadores que estão indo para os sítios arqueológicos
e lugares de pesquisa. O desenvolvimento de novas ferramentas móveis agora
possibilita aos pesquisadores analisar os trabalhos in loco, seja em uma
caverna ou espaço natural, em um museu ou em uma residência particular.
Além disso, a carga dos processos usados antes estava inclinada para uma
abordagem mais leve. Agora está dando lugar a ferramentas de análise
portáteis desenvolvidas nos centros de pesquisa arquiométrica, que podem
caber em uma mala e serem transportadas por um pesquisador, para realizar
análises de maior profundidade. Isso permite reduzir a manipulação de obras e,
sobretudo, no caso de sítios arqueológicos, ir aos locais mais remotos.
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Segundo BRANDI (2016), essas técnicas permitiram a descoberta de várias
“retrabalhos” (mascarando ou destacando personagens, objetos ou corpos e
sua posição repintados sobre a obra original) e outras alterações feitas pelos
artistas em seu trabalho no momento de sua criação, e que permanecem
invisíveis a olho nu. Pesquisadores da Universidade de Liège, na Bélgica,
estão trabalhando no desenvolvimento de técnicas ainda mais inovadoras que
podem eventualmente permitir a análise de trabalhos em três dimensões
através do uso de ferramentas mais poderosas e mais leves, que poderão ser
operadas a partir de um aplicativo de celular.
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10. CURADORIA E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO
As exposições de arte, desde a escolha das coleções que serão expostas, o plano de exibição,
divulgação e coordenação de todas as atividades envolvidas fazem parte das atribuições de
um curador. Fonte da imagem: http://www.jeremiebaldocchi.fr/peintre/salon-artexpo-new-york-
usa/ (acesso: 06/08/2018).
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Em instituições maiores, a principal função do curador é a de um
especialista em assuntos e temas das diversas épocas da produção artística,
com a expectativa de que ele conduzirá pesquisas originais sobre os artefatos
e orientará a organização em sua coleta. Tais instituições podem ter múltiplos
curadores, cada um com a responsabilidade completa por uma área de coleta
específica (por exemplo, curador de arte antiga, curador de gravuras e
desenhos, curador de esculturas e objetos de arte etc.); e frequentemente essa
equipe de curadores opera sob a direção de um curador geral.
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11. PRINCIPAIS ATIVIDADES DA CURADORIA
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curadores também podem ter familiaridade com um tipo específico de arte, um
tipo de história ou uma determinada região do mundo. Eles oferecem
avaliações para aqueles que querem saber mais sobre o valor de um objeto
específico, mas também são responsáveis por avaliar as doações que o museu
recebeu para fins de seguro.
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importante que os curadores tenham conhecimento do atual mercado de
arrecadação para sua área de especialização e estejam cientes das práticas e
leis éticas vigentes que podem afetar a coleta de obras para a sua
organização. O aumento da complexidade de muitos museus e organizações
culturais levou à emergência de programas profissionais de ensino em áreas
como da história da arte técnica, estudos de museus, gestão de artes e
curadoria e prática curatorial.
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12. ARTE TÉCNICA, CURADORIA, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO
Processo de restauração da obra “Madonna del Cardellino”, óleo sobre tela de Rafael Sanzio
(realizada em 1506), que precisou de dez anos para ser restaurada. Fonte da imagem:
http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL835508-7084,00-
OBRAPRIMA+DE+RAFAEL+E+EXIBIDA+APOS+ANOS+DE+RESTAURACAO.html (acesso:
08/08/2018).
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Mais e mais restauradores e galerias de arte estão confiando no trabalho
desses profissionais, para identificar os problemas e tentar resolvê-los,
propondo soluções em relação à conservação ou ao uso de novos materiais
para restaurar artefatos de arte. Novas técnicas tornam possível buscar a
origem de certas alterações para melhor entendê-las e enfrentá-las. Segundo
WITTOCX (2018: 97) "Os cientistas também têm acesso a modelagem para
considerar os efeitos que as condições de conservação poderiam ter em um
trabalho em relação à sua evolução, e para desenvolver as técnicas de
restauração a serem utilizadas”.
Esses profissionais não autenticam uma obra de arte em si, mas ajudam os
restauradores e os especialistas a identificar os erros cometidos por possíveis
falsificadores através da análise de técnicas artísticas, pigmentos ou materiais
básicos usados, e através da aplicação de várias ferramentas e técnicas
bastante avançadas. O uso dessas novas técnicas e tecnologias desenvolvidas
pelos cientistas e historiadores da arte técnica parecem prevalecer em áreas
como História da Arte e Arqueologia da Arte. As principais áreas de
conservação, restauração e preservação das obras de arte são: Arquitetura;
Pintura em Tela; Pintura em Madeira; Afrescos (Pintura Mural); Pinturas em
Marfim; e Pinturas em Papel.
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13. CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA ARQUITETURA
Prédio do Fórum da Roma Antiga – que representava o centro do poder do Império Romano –
localizado e preservado no Vale do Palatino e do Capitólio, em Roma, Itália. Fonte da imagem:
http://www.cota.com.br/blog/forum-romano-e-palatino-o-centro-de-poder-da-roma-antiga/
(acesso: 08/08/2018).
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Os construtores da Idade Média tratavam o trabalho arquitetônico de seus
antepassados com uma absoluta falta de admiração. Cada nova capela gótica
construída seguia seu próprio estilo e muitas construções antigas desse
período, inclusive os edifícios românicos, foram reformados e conformados ao
estilo gótico. Com o Renascimento na Europa, cresceu um novo respeito pela
antiguidade clássica e um novo interesse em suas formas arquitetônicas. No
final do século XVIII, o conhecimento da arqueologia havia se tornado uma
realização aceita pelo homem instruído. O próprio projeto arquitetônico tornou-
se uma questão de respeito pela forma original. Os prédios antigos em toda
parte começaram a ser "restaurados" especialmente no estilo dos períodos em
que foram construídos.
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força, e, no século XX, grupos preservacionistas em todo o mundo passaram a
dedicar seus esforços à conservação arquitetônica.
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Outra mudança social é o rápido aumento da mobilidade através,
especialmente, do automóvel que trouxe estradas melhores e um incentivo
para usá-las. Centros urbanos antigos, após séculos de vida essencialmente
doméstica, começaram a ser abandonados em favor da expansão viária dos
subúrbios. Este acréscimo periférico das cidades é aliado à sua decadência
central como comunidades. Como um resultado universal, a expansão do anel
viário estimula um processo constante de alargamento da estrada, pelo qual
muitas áreas históricas intermediárias foram completamente erodidas.
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14. CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE PINTURA EM MADEIRA
De um modo geral, a maioria das pinturas pode ser dividida em (1) pinturas
de cavalete, em tela ou em um suporte sólido, geralmente de madeira; (2)
pintura mural, ou muralista; (3) pinturas em papel e (4) pinturas em marfim. O
conservador das pinturas visa, sobretudo, uma “verdadeira conservação”, isto
é, a preservação dos objetos em condições que, tanto quanto possível,
impedirão a deterioração do material, e vão atrasar o máximo possível o
momento em que uma nova restauração seja necessária. A escolha correta
das condições de exibição e armazenamento é, portanto, de primeira
importância. Idealmente, cada tipo de pintura requer suas próprias condições
especiais para máxima segurança, dependendo de seu tipo de confecção.
Neste capítulo, vamos analisar a preservação da pintura em madeira.
Retábulo (“Pintura de Louvores”) de Jan Van Eyck, realizado entre 1430 1432, têmpera e óleo
sobre madeira, 3,5x4,6m. Pertence ao Museu de Belas Artes de Ghent, na Bélgica. Fonte da
imagem: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/19/Retable_de_l%27Agneau_mystique_%281%29.jpg
(acesso: 08/08/2018).
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de ar condicionado em que a umidade relativa é mantida o máximo possível no
que é geralmente aceito como sendo o nível mais razoável; ou seja, em cerca
de 55%. É normal, pelos padrões modernos, aceitar como inevitável alguma
curvatura convexa permanente.
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15. CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE PINTURA EM TELA
Este método, embora menos comum hoje em dia ainda, ainda é usado,
especialmente na Itália e França. Tem a vantagem de que o calor e a umidade
ajudam a achatar a tinta levantada (fazendo-a voltar ao lugar) e as
deformações e rasgos locais na tela. Outro método, introduzido depois de
meados do século XIX, usa uma mistura de resina de cera termoplástica.
Originalmente executado com ferros aquecidos esse processo aumentou em
popularidade pela introdução, por volta de 1950, da chamada “mesa quente a
vácuo”, que repuxa a tela para o lugar original.
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sistemas de umidificação abaixo da superfície da mesa perfurada. Estas
características tornam possível aplicar humidade controlada, calor e pressão
suave para realizar uma variedade de tratamentos, incluindo realinhamento e
reparação de rasgos, redução de deformações da superfície da pintura e a
introdução de adesivos de consolidação para voltar a ligar a tinta na tela.
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pigmentos usados notavelmente para a pintura de lagos no paisagismo, que
consistia em vegetais corantes dissolvidos em materiais inertes translúcidos,
muitas vezes desbotavam facilmente.
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Na maioria dos casos, um verniz descolorido pode ser removido com
segurança usando misturas de solventes orgânicos ou outros agentes de
limpeza, mas o processo é muito delicado e pode causar danos físicos e
estéticos significativos, podendo prejudicar a pintura original quando isso é feito
de forma inadequada.
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qualquer tratamento futuro. Todo esse trabalho precisa ser supervisionado
pelos curadores e especialistas em história da arte técnica.
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16. PINTURAS MURAIS: CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO
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A “Útlima Ceia” de Leonardo da Vinci, depois da restauração. Fonte da imagem:
http://leonardodavinci.cc/a-ultima-ceia/ - (acesso: 08/08/2018).
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para cada uma possam diferir muito em detalhes. Nesse tipo de pintura,
pigmentos misturados apenas na água são pintados diretamente sobre uma
camada recém preparada de gesso de cal úmido. Os pigmentos estão
permanentemente ligados ao gesso como resultado de uma alteração química,
à medida que o cal fresco se torna carbonato de cálcio após secagem.
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Um aquecimento mais contínuo e uniforme da parede pode ajustar essa
situação, desde que o ar ambiente não seja seco tão rapidamente que ocorra
uma “eflorescência” (a formação de sais). Por fim, os danos provocados pela
infiltração de telhados, canos entupidos e canalização defeituosa são
facilmente interrompidos pela reparação desses sistemas. A manutenção
consciente é o melhor tratamento preventivo.
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também podem descolorir certos pigmentos tradicionalmente encontrados em
pinturas da Renascença, como chumbo branco ou vermelho, malaquita e
azurita. Em face de tais danos causados pela umidade e poluição, o
conservador trabalha para deter os agentes causadores da deterioração e, em
seguida, passa a estabilizar as inseguranças, como lascas de estuque ou
lascas de tinta e manchas. Muitos novos tratamentos de conservação foram
desenvolvidos na segunda metade do século XX: cataplasmas químicos,
tecnologia de gel e resinas de troca iônica permitiram avanços nos métodos de
limpeza, redução de depósitos de sal e técnicas de consolidação.
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significado contextual. A comunidade de conservação de arte – incluindo
historiadores de arte técnica e especialistas em preservação –, geralmente
defende que os murais e pinturas murais são física e esteticamente
dependentes de seu contexto arquitetônico.
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17. CONSERVAÇÃO DE PINTURAS EM MARFIM
O marfim entrou em uso popular como suporte de pintura nos séculos XVIII
e XIX, como parte de tradições de pintura em miniatura baseadas em grande
parte na Europa e nos Estados Unidos. O material naturalmente translúcido foi
bem adaptado às técnicas luminosas da pintura de retratos. Derivado das
presas e grandes dentes de elefantes, morsas e baleias, o marfim é composto
de componentes orgânicos e inorgânicos da dentina. No entanto, suas
qualidades porosas e higroscópicas o tornam vulnerável a muitos agentes de
deterioração. Além disso, esse tipo de pintura não é mais praticado, o que
valoriza muito mais a preservação dos artefatos existentes.
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18. PINTURAS EM PAPEL: CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO
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esforços não são apenas uma panacéia e não devem ser usados em lugar de
um monitoramento prudente. A quantidade total de luz deve ser considerada
com base no tempo e intensidade, porque os danos devidos à luz são
cumulativos e irreversíveis.
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19. MUSEOLOGIA, MUSEOGRAFIA, CURADORIA E GESTÃO DE
EXPOSIÇÕES
Sua definição completa, e ainda atual, foi proposta em 1981 por Georges
Henri Riviere (1993: 151). “A Museologia é uma ciência aplicada ao museu e
consiste em um conjunto de princípios técnicos e práticos destinados à
administração de todas as atividades dos museus”. Segundo RIVERE (1993), o
domínio da museologia engloba reflexões sobre o papel do museu na
sociedade, investigação e conservação, formas de apresentação, animação e
divulgação da arquitetura criada para fins museológicos e arquitetura
semelhante a museus (adaptada para os museus), investigações dos sítios e
seleção dos objetos a serem obtidos, bem como da tipologia e deontologia
(ética) das práticas museológicas.
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política cultural e social pan-museológica (ideológica) da UNESCO, que
considera o museu como um dos instrumentos mais relevantes para a
educação não formalizada. Por outro lado, a museologia está se tornando o
domínio de artistas que aplicam suas experiências e teorias para construir seus
próprios projetos, frequentemente baseados na exposição de suas obras,
inclusive contemporâneas como intervenções e instalações, praticadas em
museus. Cabe ao curador gerir as exposições de demais atividades apoiadas
na inter-relação entre a museologia e a museografia, através das seguintes
metodologias:
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Onde esta exposição se enquadra na experiência do museu do visitante? O
que o visitante espera ganhar? Outro fator é pesquisar o interesse dos
potenciais visitantes da exposição sobre o tema da exposição. Qual é o nível
de conhecimento deles? Quais são os seus interesses? Quais são as suas
perguntas? Muitas vezes o curador monta mesas ao lado da entrada de um
museu e faz apenas essas perguntas, e quanto mais casual melhor for a
abordagem melhor. Ter algumas pranchetas e pessoal para essas
investigações é essencial para obter informações decisivas sobre a eficiência
do que a exposição está tentando comunicar, e também para organizar um
museu "centrado no visitante" (KOTLER, 2017).
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elétricas, cada um precisará de um número ou uma identificação. Já existem
softwares específicos para isso à disposição dos museus.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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científica e contida é possível quando os tratamentos e exames técnicos são
realizados.
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tornou possível descobrir detalhes como esses. Trabalhando em colaboração
com curadores de museus, historiadores de arte e de arte técnica, e cientistas
conservacionistas, é possível ao restaurador interpretar evidências históricas e
descobertas analíticas para realizar o tratamento de conservação mais
criterioso possível, tanto para a preservação de longo prazo das pinturas
quanto para torná-la visualmente atraentes para o espectador que visita as
exposições, para aprecia-las e conhecer a sua história.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Júlio et. al. Restauração do patrimônio histórico. São Paulo, SESI
SENAI, 2018.
CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de Arte. São Paulo, Martins Fontes, 2015.
DEL CASTILLO, Sonia Salcedo. Arte de Expor. Curadoria como Expoesis. São
Paulo, Nau, 2015.
WITTOCX, Eva et. al. The Transhistorical Museum: Mapping The Field. EUA,
Valiz, 2018.
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