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«O Eupalinos Moderno»
Teoria e Prática da Arquitectura
Religiosa em Portugal
1550-1640
Volume I
Da «Ordinatio» ao «Decorum»
Faculdade de Letras
Universidade de Coimbra
2006
Dissertação de Doutoramento em Letras,
área de História, especialidade em História da Arte,
apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
sob a orientação do Professor Doutor Pedro Dias
Era de Mégara e chamava-se Eupalinos.
De bom grado me falava da sua arte, de todas as diligências e
conhecimentos que requeria, até que compreendesse tudo quanto, a seu
lado, ia observando. Via, sobretudo, o seu assombroso engenho. Através
dele parecia falar o poder de Orfeu. Aos montes de pedras e vigas que nos
rodeavam, precedia-os o seu destino monumental e, a um comando seu, os
materiais pareciam destinados ao local singular que lhe tinha sido
assinalado pelo destino favorável aos deuses! Que maravilha o seu
discurso aos oficiais. Dava-lhes ordens e números, guardando para si os
despojos das suas meditações nocturnas.
Agradecimentos
I
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
II
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Introdução
III
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
IV
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
V
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
VI
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
VII
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
VIII
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
IX
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
X
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XI
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XII
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XIII
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XIV
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XV
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XVI
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XVII
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XVIII
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XIX
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XX
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XXI
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XXII
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XXIII
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XXIV
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XXV
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XXVI
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XXVII
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
XXVIII
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Abreviaturas
XXIX
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Historiografia Artística,
Periodização
e Problemática
Estilística
1
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
2
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
3
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1
Vergílio Correia, «A arquitectura em Portugal no século XVI», Biblos, pág. 73.
2
Vergílio Correia, «A arquitectura em Portugal no século XVI», pág. 77.
3
Cfr. Vergílio Correia, «A arquitectura em Portugal no século XVI», pág. 80.
4
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
5
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
6
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
7
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
8
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
12
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã entre as especiarias e os diamantes 1521-1706, pág. 3.
13
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 172.
14
Horta Correia, «A arquitectura – maneirismo e estilo chão», História da Arte em Portugal, pág. 93.
9
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
15
Horta Correia, «A arquitectura...», pág. 93.
16
Horta Correia, «A arquitectura...», pág. 94-95.
17
Horta Correia, «A arquitectura....», pág. 96.
10
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
18
Horta Correia, «A arquitectura...», pág. 114.
19
Horta Correia, «A arquitectura...», pág. 128.
20
Horta Correia, Arquitectura Portuguesa. Renascimento, Maneirismo e Estilo Chão, pág. 13-14.
21
Horta Correia, Arquitectura..., pág. 15.
11
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
22
Horta Correia, Arquitectura..., pág. 42-45.
23
Paulo Pereira, «A ‘traça’ como único princípio – reflexão acerca da permanência do Gótico na Cultura
Arquitectónica dos séculos XVI e XVII», Estudos de Arte e História – homenagem a Artur Nobre de
Gusmão, pág. 190.
12
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Filippo Terzi e, claro está, São Vicente de Fora. Coloca assim fora do
«estilo chão» toda a grande arquitectura que se desenvolverá na primeira
metade de Seiscentos.
Insiste-se que a «arquitectura chã» deve ser compreendida num
«eixo de permanências e de longa duração». Explica esta linha de
continuidade partindo de um entendimento historiográfico de «longa
duração» de uma tipologia que vem do Gótico, atravessa o Renascimento,
o Maneirismo e o «Classicismo monumental desornamentado» até ao
período da Restauração, vertente «secundária (se pensarmos a partir de um
centro de gravidade vanguardista) e anónima (produzidas por mestres quase
ou totalmente desconhecidos), e de cultura gótica». De acordo com estes
princípios, recorda que o Maneirismo é, em alguns casos específicos, neo-
medieval face às normas renascentistas o que é concordante com a
expressão de que «muita da arquitectura portuguesa de quinhentos e
seiscentos (...) exprime uma relação de continuidade evidente com o
período medieval ou tardo-medieval, essencialmente por razões de natureza
empírica e de cultura prática dos mestres disponíveis. Estas razões e as
outras encontram-se e adaptam-se mutuamente».
13
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
14
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
28
Varela Gomes, A confissão de Cyrillo..., pág. 30-32.
15
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
29
The Art of Art History: a Critical Anthology, pág. 577.
30
Dictionary of Architecture, pág. 96-97.
16
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
31
John Summerson, The Classical Language of Architecture, pág. 7-8.
32
John Summerson, The Classicial Language..., pág. 9.
33
Cfr. Tatarkiewicz, Historia de la estética, Tomo I, pág. 55.
17
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
34
Sobre Vasari veja-se capítulo neste trabalho.
18
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
35
Antonio Pinelli, La Bella Maniera, pág. 51-52.
19
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
36
John Shearman, Mannerism, pág. 70.
20
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
37
Eugenio Battisti, «Historia del concepto de Manierismo en arquitectura», Historia de la Arquitectura.
Antologia Critica, pág. 239.
21
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22
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«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Por sua vez, também ligada a esta matriz maneirista está o apego por
um determinado formulário ornamental de raiz nórdica que se impõe no
ambiente cortesão e em Coimbra com a família Ruão e no noroeste
português durante todo o século XVII, caracterizado por George Kubler por
«flamenguismo». Se o modelo arquitectónico régio suprimiu grande parte
da estrutura ornamental proposta por Jerónimo de Ruão em favor de uma
leitura mais clara das superfícies arquitectónicas – embora continuando
presente essencialmente na matriz geométrica das tarjas arquitectónicas,
estuques ou superfícies retabulares – ao centro e especialmente a norte do
país, essa mesma linguagem aplicada aos caixotões das abóbadas e às
fachadas dos edifícios promoveu um verdadeiro gosto de carácter regional
oposto á severidade da arquitectura régia, sempre aplicado a planimetrias
também elas «italianizantes».
27
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
sebástico não existe nenhum edifício nem nenhum texto escrito que
demonstre a existência em Portugal de um conhecimento efectivo e
consciente da estética clássica transalpina. As experiências renascentistas
da primeira metade do século XVI não passaram de devaneios eruditos e
experimentalistas sem continuidade e muito pouco conformes com a
arquitectura italiana coeva. O próprio D. João III teria condições ideais
para, por exemplo, adaptar às novas catedrais um modelo «clássico» mas,
manifestamente, não o quis ou não o pode desenvolver.
Em segundo lugar, o uso da nomenclatura «anti-clássico» ou
«aclássico» para a definição das «igrejas-salão» joaninas 41 pressupõe essa
anterior consciência e prática do «clássico», no primeiro caso como reacção
e no segundo como suspensão. Ora, tal não aconteceu e, nesta medida, em
termos teóricos é uma impossibilidade «nacionalizar» o classicismo
quando o seu modelo só aparece de forma consciente e concreta a partir dos
finais do século XVI. Em terceiro lugar, a penetração tardia de uma
arquitectura de pendor «clássico» – que não da consciência de modernidade
da figura do arquitecto e a prática do «debuxo» – encontrou nas escolhas
tipológicas arquitectónicas uma condicionante real para a sua introdução
em território nacional.
De facto, Miguel de Arruda parece ser a figura fulcral por detrás dos
modelos da «igreja-salão» pensados a partir dos finais da década de 40 e
edificados durante este período. A par desta tipologia, os jesuítas
encontram na «church-box» um modelo alternativo para os seus templos
antes de se impor uma matriz de raiz italiana de planta em cruz latina com
transepto e capela-mor. É um dado concreto que as planimetrias
renascentistas projectadas na primeira metade do século XVI não se
impuseram como modelo oficial e nacional – a escala «humana» dos
modelos não foi tida em conta na dignidade monumental que se pretendia
para as novas catedrais. Se pensarmos nas duas grandes propostas para o
templo cristão imediatamente anteriores a São Vicente de Fora, os
projectos não concretizados para São Sebastião e Santo Antão, em Lisboa,
pouco tinham a ver com o modelo «clássico».
41
Usado por exemplo em Horta Correia, Arquitectura Portuguesa..., pág. 46.
28
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
42
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 43-44.
29
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Não cremos que George Kubler tenha formulado esta tese apenas
tendo em conta este aspecto de simples desconstrução formal. A
perspectiva kubleriana, chamando à razão a arquitectura militar – de
Paciotto a Arruda – pretende com este facto justificar a característica
«desornamental» da arquitectura ibérica pela visão, apego e prática dos
profissionais da arquitectura à defesa de uma geometria pura. Ou seja,
dentro das teorias humanistas em que o «paradigma vitruviano» do
arquitecto se revela, em último grau, no seu conhecimento da essência da
arquitectura como «número», como projecto teórico posto em prática pelas
leis da matemática aplicada. Esteja ou não consciente esta perspectiva,
fosse ou não praticada uma arquitectura dita «chã» decorrente do
43
Mario Perniola, A estética do século XX, pág. 69.
30
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
31
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
32
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
De Pedreiro a Arquitecto
33
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34
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44
A terminologia grega transita para a linguagem latina em três variantes distintas, como «architecton»,
«architector» expressão mais rara e de época mais tardia, e «architectus», de sentido mais lato.
45
Louis Callebat, «Architecte: histoire d’un mot», Histoire de l’Architecte, pág. 11.
46
Cfr. Louis Callebat, «Architecte: histoire d’un mot», pág. 12.
35
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
47
W. Tatarkiewicz, Historia de la estética, Tomo I, pág. 280.
48
E. Panofsky, «A história da teoria das proporções humanas como reflexo da história dos estilos», O
significado das artes visuais, pág. 53.
36
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
49
Rudolf e Margot Wittkower, Nascidos bajo el siglo de Saturno, pág. 14.
50
Lionello Venturi, História da crítica de arte, pág. 55.
51
Veja-se F. E. Peters, Termos filosóficos gregos, pág. 143-146.
52
Aristóteles insiste no factor intelectual da arte e no facto de não dispensar regras gerais e
conhecimentos específicos, concebendo-a de maneira dinâmica, atribuindo maior importância ao acto de
produção que ao objecto produzido. Acerca do conceito de «mimesis» consulte-se, a título de exemplo,
Valeriano Bozal, Mimesis. Las imágenes y las cosas, pág. 65-95.
53
Lionello Venturi, História da crítica..., pág. 56.
37
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
54
Moshe Barash, Teorías del arte. De Platón a Winckelmann, pág. 33. Esta ideia não impediu artistas
como Teodoro de Samos de fundir o seu autoretrato em bronze, o que pode apontar para uma consciência
do seu valor e personalidade. A outro nível, ainda hoje é impossível avaliar se as assinaturas que
encontrámos na cerâmica grega representam uma consciência de autoria. Cfr. Rudolf e Margot
Wittkower, Nascidos bajo el siglo..., pág. 14.
55
Ernst Kris e Otto Kurz, Lenda, mito e magia na imagem do artista, pág. 44.
56
Rudolf e Margot Wittkower, Nascidos bajo el siglo..., pág. 14.
57
Cfr. Rudolf e Margot Wittkower, Nascidos bajo el siglo…, pág. 16.
38
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
58
Ernst Kris e Otto Kurz, Lenda, mito e magia…, pág. 31.
59
Cfr. Ernst Kris e Otto Kurz, Lenda, mito e magia…, pág. 44-45.
60
Moshe Barasch, Teorías del arte..., pág. 40-41.
61
Lionello Venturi, História da crítica..., pág. 56.
62
A historiografia artística discute se Vitrúvio seria verdadeiramente um arquitecto de profissão ou uma
espécie de funcionário dedicado a assuntos teóricos, pertencente ao campo dos «scribae» e ligado ao
poder político e governativo.
39
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
63
Vitrúvio, De arquitectura, Livro I, Cap. 1, pág. 59. Em todas as citações de Vitrúvio, utiliza-se e
traduz-se a partir da versão castelhana de Los diez libros de Arquitectura de Jose Luis Oliver Domingo.
64
Vitrúvio, De arquitectura, pág. 64.
40
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
41
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
42
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
43
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
71
Juan Esteban Lorente, Tratado de iconografia, pág. 28.
72
Gèrard Ringon, Histoire du métier d’architecture en France, pág. 15-16. O manuscrito «Le songe de
Gauzon», datado de 1180, relata o sonho do abade Baume de Gauzon que, inflamado pela aparição de
São Pedro, comanda as obras da terceira igreja de Cluny.
73
Cfr. Gèrard Ringon, Histoire du métier…, pág. 18.
74
Citado em Gèrard Ringon, Histoire du métier…, pág. 18-19.
44
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
75
Consulte-se Juan Esteban Lorente, Tratado ..., pág. 22-23.
76
Otto von Simson, A Catedral Gótica, pág. 33.
77
Kimpel citado em Gèrard Ringon, Histoire du métier..., pág. 23-24.
45
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46
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
82
Contrariamente à posição tradicional que aponta para o desconhecimento de Vitrúvio durante a Idade
Média, basta lembrar que entre os séculos X e XV os beneditinos copiaram, pelo menos, 55 vezes o texto
vitruviano. Não seria difícil a Honnecourt encontrar na abadia beneditina da sua terra natal um desses
exemplares. São visíveis as influência vitruvianas nas formas geométricas das figuras e animais e nas
receitas técnicas essenciais que apontam para a fundação e levantamento das paredes, no capítulo 1º do
Livro III. Cfr. Jean Gimpel, «Villard de Honnecourt, arquitecto e ingeniero», pág. 33.
83
Moshe Barasch, Teorías del arte..., pág. 77.
84
Cfr. W. Tatarkiewtz, Historia de la estetica, Tomo II, pág. 161.
85
Opinião expressa por Moshe Barasch, Teorías del arte..., pág. 77.
47
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
86
Roland Bechmann, «Los debujos técnicos del cuaderno de Villard de Honnecourt», pág. 47. Por sua
vez, Moshe Barasch, Teorias del arte..., pág. 77, considera que a falta de rigor geométrico denuncia que o
texto não se destinava a uma futura execução de qualquer obra específica mas apenas a uma recolha de
notas várias, provavelmente com o objectivo de preparar iniciados.
87
Otto von Simson, A Catedral…, pág. 39.
88
Erwin Panofsky, O significado nas artes..., pág. 60.
89
Spiro Kostof, «The Architect of the Middle Ages, East and West», pág. 86.
90
Giovanni Coppola, «L’architecte et le project de construction au bas moyen âge», pág. 60-61.
48
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
49
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
50
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
51
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
101
Giovanni Coppolla, «L’architecte et le project de construction au bas moyen âge», pág. 51.
102
Gèrard Ringon, Histoire du métier…, pág. 22.
103
P. O. Kristeller, El pensamiento renacentista y las artes, pág. 190.
104
W. Tatarkiewcz, Historia de la estetica, Tomo II, pág. 174.
105
Cfr. P. O. Kristeller, El pensamiento renascentista..., pág. 190-191.
106
W. Tatarkiewcz, Historia de la estetica, Tomo II, pág. 203.
52
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
107
Cfr. W. Tatarkiewcz, Historia de la estetica, Tomo II, pág. 174.
108
Reproduzido em Historia de la Arquitectura..., pág. 176.
109
O regimento de Regensburg de 1456 aponta claramente o facto de que o mestre não deveria receber
dinheiro do aprendiz pela instrução.
110
Historia de la Arquitectura…, pág. 176-177.
53
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
111
Cfr. Rudolf e Margot Wittkower, Nascidos bajo el signo…, pág. 20.
112
Spiro Kostof, «The Architect in the Middle Ages, East and West», pág. 92.
54
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
55
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
56
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
121
Vitrúvio, De arquitectura, pág. 64.
122
Citado por Rudolf e Margot Wittkower, Nascidos bajo el signo..., pág. 25.
57
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
pintores do século XIV, seus conhecidos» 123. Como afirma Anthony Blunt,
«no que se refere à pretensão de conhecimento de outras matérias da
ciência, é provável que a rivalidade que existia entre arquitectos e pintores
empurrasse estes últimos a uma maior audácia. Vitrúvio tinha exigido do
arquitecto que estivesse familiarizado com diferentes formas de saber. A
partir de Ghiberti, os escritores renascentistas repetem a mesma exigência»
incorporando as mesmas disciplinas «vitruvianas» na sua lista de
conhecimentos indispensáveis 124. O paradigma vitruviano é assim
adaptado a outras expressões artísticas e ajuda a promover a consciência
por parte do artista das suas faculdades. Mas será através do trabalho
teórico de Leon Battista Alberti que a «autoritas» vitruviana encontrará a
sua tradução plena.
123
Lionello Venturi, História da crítica..., pág. 85.
124
Anthony Blunt, La teoría de las artes en Itália (del 1450 a 1600), pág. 67.
125
Rudolf e Margot Wittkower, Nascidos bajo el signo…, pág. 26.
126
Sobre as questões e fontes da estética albertiana consulte-se, a título de exemplo, W. Tatarkiewtz,
História de la estetica, Tomo III, pág. 100-114.
58
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
59
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
131
C. Wilkinson, «The new professionalism in the Renaissance», The Architect. Chapters in the History
of the Profession, pág. 126.
132
Cfr. Giulio Carlo Argan, Renacimiento y Barroco..., pág. 190.
60
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
sete artes liberais por causa da sua certeza imediata actividade exigente de
grande saber e grande talento, pela qual nós temos a mais alta estima» 133.
Assim, a aproximação às artes liberais faz-se pela presença, no
conhecimento da arte da arquitectura, de um saber especulativo, assente na
geometria e na aritmética, princípios fundadores dessa mesma arte.
133
Chastel citado por Gérard Ringon, Histoire du métier..., pág. 31.
134
Consulte-se Giulio Carlo Argan, Classico e anti-clássico. O Renascimento de Brunelleschi a Bruegel,
pág. 58-60.
61
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
humano» 135 e tudo isto lhes é relevado e confirmado por Vitrúvio. Mas a
profunda reverência do Renascimento em relação às proporções é vista «ao
contrário da Idade Média, não como um expediente técnico, mas como a
realização de um postulado metafísico» ou especulativo e, nesta
perspectiva, «os conhecimentos artísticos desenvolveram as proporções
para lá das proporções medievais» 136. Logo, «assumir o papel de
intelectual significa, para o artista, reivindicar nova dignidade pessoal mas
também reconhecer a arte como valor das novas classes de poder ; a
tratadística tem, portanto, um papel a desempenhar» como uma «via de
colóquio com a história e a antiguidade, define um código que responde às
novas linguagens artísticas» conclui Manfredo Tafuri 137.
62
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
139
Leopold Ettlinger, «The emergence of the Italian Architect during the fifteenth century», pág. 121.
140
Catherine Wilkinson, «The new professionalism in the Renaissance», pág. 135.
141
Giulio Carlo Argan, Renacimiento y Barroco…, pág. 35.
63
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
142
Denker Nesselrath, «Bramante e l’ordine corinzio», L’emploi des ordres dans l’architecture à la
Renaissance, pág. 89.
143
Eugenio Battisti, Renascimento e Maneirismo, pág. 212.
64
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
144
Lionello Venturi, História da crítica..., pág. 104.
145
Moshe Barasch, Teorías del arte..., pág. 173-174.
146
Citado em Renacimiento en Europa, edição de Joaquim Garriga, pág. 273.
65
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
na natureza» 147. Será exactamente com esta definição que Vasari irá
contribuir decisivamente para a caracterização da arte de uma época que se
vê a si própria como capaz de superar a Natureza, o modelo mimético da
Arte.
147
Cfr. Moshe Barasch, Teorías del arte…, pág. 179-180.
148
W. Tatarkiewtz, História de la estetica, Tomo III, pág. 250.
149
Sobre estas questões consulte-se, a título de exemplo, E. Panofsky, Idea..., pág. 64-66.
150
Citado em Moshe Barasch, La teoría del arte..., pág. 245.
66
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
151
Nicolau Pevsner, Las academias de arte, pág. 37.
67
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
152
Coloca-se de parte toda a problemática em torno da inscrição «academia leonardi vinci» e o relato da
reunião particular entre Leonardo e vários estudiosos, revelado por Luca Pacioli. Refira-se ainda uma
gravura de Agostino Veneciano com a inscrição «Academia de Baccio Bandinelli em Roma – 1531» que
Nicolau Pevsner não vê igualmente como um grupo verdadeiramente organizado. Cfr. Pevsner, Las
academias..., pág. 39-41.
68
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
153
P. O. Kristeller, El pensamiento renacentista…, pág.197-198.
154
Cfr Nicolau Pevsner, Las academias..., pág. 57.
155
Anthony Blunt, La teoría de las artes..., pág. 73.
69
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
70
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
71
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
problemas com os juizes e que não é necessário apenas mostrar a sua mais valia, explique o projecto ao
patrão, seguindo neste sentido a opinião de Alberti.
163
Catherine Wilkinson, «The new professionalism in the Renaissance», pág. 137-138.
164
Cfr. Catherine Wilkinson, «The new professionalism in the Renaissance», pág. 124-125.
165
Citado em Historia de la Arquitectura..., pág. 261.
166
Domingos Tavares, Philibert Delorme, profissão de arquitecto, pág. 81.
72
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
167
Sobre Diego de Sagredo, consulte-se o capítulo a ele dedicado neste trabalho.
168
Cfr. Fernando Marías, El largo siglo XVI. Los usos artísticos del Renacimiento Español, pág. 497.
169
Martin González, El artista en la sociedad española del siglo XVII, pág. 55.
73
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
170
Agustín Bustamante e Fernando Marías, «As medidas de Diego de Sagredo», Sagredo.Medidas del
Romano, pág. 75-76.
171
Citado em Fernando Marías, «Las iglesias de planta central en España», L’ Église dans l’Architecture
de la Renaissance, pág. 133.
74
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
172
Fernando Marías, El largo Siglo XVI..., pág. 503.
173
Fernando Marías, El largo Siglo XVI..., pág. 455.
174
Fernando Marías, El largo Siglo XVI..., pág. 496.
75
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
175
Martín González, «Formas de representación en la arquitectura clasicista española del siglo
XVI»,Herrera y el Clasicismo, pág. 22.
176
Consulte-se Alfredo Morales, Hernan Ruiz “el Jovem”, pág. 129-159.
177
Fernando Marías, El largo Siglo XVI... , pág. 455-456.
76
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
178
Juan de Arphe y Villafañe, De Varia Commensuracion para la Escultura y Arquitectura, fl. 2.
77
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Não deixa se ser curioso, como veremos, que João Baptista Lavanha,
no seu escrito sobre a arquitectura naval, redigido nos finais do século XVI,
faça uma muito original crítica aos arquitectos que se ficam pelo domínio
da «traça», descurando os conhecimentos técnico-práticos da sua profissão
– uma clara inversão da circunstância tradicional.
179
Martin Gonzalez, El artista en la sociedad..., pág. 61.
180
Rafael Moreira defende a tese de que na génese da criação da Academia espanhola está a viagem de
Filipe II, acompanhado por Herrera, a Portugal inspirando-se na lição régia de matemática, cosmografia e
naútica, dentro da tradição portuguesa de ensino que recuava, pelo menos, a Pedro Nunes. Consulte-se
Rafael Moreira, «A aula de arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia das Matemáticas de Madrid», II
Simpósio Luso-espanhol de História da Arte, pág. 65-77.
181
Cfr. Ignacio Gonzalez Tascón, «La formación de los técnicos», Felipe II. Los ingenios y las máquinas,
pág. 49.
78
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
182
Cfr. Fernando Marías, El largo Siglo XVI..., pág. 473.
79
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
2.2.1. O Pedreiro
2.2.1.1. Aprendizagem
183
AUC, Notas do tabelião António Martins, Livro 72, fls. 47vº-48vº. Publicado por António de Oliveira,
«Estrutura social de Coimbra no século XVI», A Sociedade e a Cultura de Coimbra no Renascimento,
pág. 86-87.
184
ADP, Fundo Notarial, 1º Cartório, 3ª Série, Livro nº 124, fls. 145-147. Publicado em Carlos Ruão,
«Juizes do ofício de pedraria da cidade do Porto (1548-1628)», Museu, pág. 24-26.
80
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
ditos quatro anos e mo dous mil res em dro de contado he ferramta como he
uso e costume se dar a semelhantes aprendizes» para que possam exercer a
sua profissão, isto para além dos 600 reais, a meio da sua colaboração com
o mestre, «pera ajuda de hu ferragoulo querendo o elle trazer». Uma vez
mais se faz alusão ao facto de o tio ficar com a responsabilidade de resgatar
o sobrinho em caso de abandono contratual bem como ao facto de, em caso
de casamento do aprendiz, se manterem todas as suas regalias no que toca
ao direito de ter «cama en que durma e lhe dar estoupa de linho lavada»
para nela se recolher.
185
ANTT, Cartório Notarial de Lisboa, nº 9/A, Livro 55, fls. 55vº-57vº. Citado mas não publicado em
Vítor Serrão, «Documentos e protocolos notariais de Lisboa referentes a artes e artistas portugueses
(1563-1650)», Boletim da Assembleia Distrital de Lisboa, pág. 19.
81
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
82
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
83
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
2.2.1.2. Examinação
191
Cfr. Fernando Marías, El Largo Siglo XVI..., pág. 455-456.
192
«Que nenhum official mecanico ponha tenda nesta cidade sem primeiro ser examinado
Foy acordado que nenhum official mecanico ponha tenda de seu officio nesta cidade ou em seu
termo sem primeiro ser examinado pelos examinadores de seu officio e sem a carta de examinação ser
confirmada pela Camara e o que o contro fezer ou lhe for prouado do tronco onde estaraa quatro dias
pagaraa dous mil rs a metade para as obras da cidade, e a outra para quem o accusar». Livro dos
Regimentos..., pág. 234.
84
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
primeira prova 193 e qualquer oficial de fora da cidade e seu termo, caso não
apresentasse a devida carta de examinação, devia sofrer uma reavaliação,
registando-se seguidamente a consequente autorização camarária 194.
Atente-se que todo e qualquer exame dependia da avaliação de dois «juizes
do ofício», na presença de um escrivão 195.
193
«Que não examinem dahi a seis meses os q não achare sufficietes
Foy acordado que quando algum official de qualquer officio se poser a examinar se não souber
fazer como deue as peças de sua examinação dahi a seis meses o não tornarão a examinar e passados os
ditos seis meses então se poderaa poer outra vez a examinação e sendo apto lhe passarão sua carta, e
não o sendo o tornarão outra uez a mandar aprender outros seis meses e assi o forão tantas vezes
quantas acharem que não sabe fazer como deue o que se contem em seu exame e os examinadores que
assi não fezerem, e antes do dito tempo o tornarem a examinar pagarão dous mil rs a metade para a
cidade e a outra para quem os acusar e se algus officios particularmente teuerem per seus regimetos que
o dito exame se torne a fazer antes dos ditos seis meses guardarsea o que assi for ordenado pelos taes
regimetos». Livro dos Regimentos..., pág. 239.
194
«Que os officiaes que forem examinadores fora desta cidade se tornem nella a examinar
Foy acordado que nenhum official mecanico q fora desta cidade for examinado seia ousado
poer tenda sem de nouo ser examinado pelos examinadores de seu officio que nesta cidade para isso são
eleitos, e sem sua carta de examinação ser trazida aa Camara para nella ser registrada como se faz aos
que de nouo nesta cidade se examinão e poendo tenda sem assi de novo se examinar encorreraa nas
penas dos officiaes que poem tenda sem serem examinados atras declarados». Livro dos Regimentos...,
pág. 241. Esta norma encontra eco na nova carta de examinação que foi passada a Pedro Gonçalves, de
Aveiro, a 26 de Setembro de 1612, em Coimbra. Cfr. AMC, Registo, nº 13, fl. 102.
195
«Que os examinadores não examine persi soos senão juntos
Foy acordado q nenhum dos examinadores de qualqr officio q seia examine per si soo official
algum senão sendo ambos juntos cõ o escriuão de seu cargo e qualquer dos examinadores que o cõtrº
fezer pagara dous mil rs a metade para a cidade e a outra para quem o accusar e a tal examinação não
seraa valiosa». O Livro dos Regimentos..., pág. 239-240.
196
Livro dos Regimetos..., pág. 105-106.
85
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Item deue saber dar seus terços aa cal segundo a obra que fezer e
segundo for a cal mais forte ou menos forte:
Item ha de saber muj fazer hua chimine e dar lhe seu conto cõ sua
regoa e prumo segundo sua largura e altura:
Item ha de saber fazer hu portal de tijolo e hua janela e hua
cantareira e fechar tudo como a cada obra pertence e tudo mto bem
acabado e feito segundo se então vsar:
Item sabera bem talhar e fazer hua beira e sobrebeira como deue
fazer qualquer boõ official:
E sendo caso que o que se quiser examinar de aluenaria souber
laurar hu peitoril de pedra e huas sedas e huas couceiras, e hus boulhões e
hu cunhal por serem peças q pertencem a aluenaria 197 podera ser
examinado das ditas peças cõ a dita aluenaria. E não o sabendo laurar
sera examinado somente de aluenaria».
O regimento inclui ainda um exame de taipeiros, tendo estes de estar
habilitados a saber fazer um «cunhal de tijolo e huã taipa cõ seu formigão
e hu alicerce bem fundado e daraa rezão da terra e da tempera della».
Desta forma, declara-se que o oficial que quiser realizar o seu exame
de «pedreiro de pedraria», ou seja, no ramo da cantaria deverá em
primeiro lugar demonstrar o seu saber através da realização de uma escada
com o seu «mainel» 198, um portal quadrangular com seu «sobrearco
capialçado» 199 e uma coluna em estilo Dórico – com a sua base e capitel –
a partir de modelos de barro. Tudo isto diz respeito a peças de cantaria
básicas – portais, janelas, escadas e colunas.
Por sua vez, do exame no campo da alvenaria faz parte a
demonstração do conhecimento do terreno para fundamento da obra, o
lançamento dos respectivos alicerces e o lavrar de uma fiada de «cabeça 200
bem lagrimada e igoalada» rebocada e caiada. Para além de ter que fazer
uma chaminé, portal e janela de tijolo, deverá saber telhar uma beirada –
«beira e sobrebeira» – de telhado. Refere-se, em complemento, a
possibilidade de se realizar um exame suplementar se o oficial tiver alguma
experiência com algumas peças de cantaria.
197
Há aqui um erro na redacção do texto, pois as peças referidas pertencem ao campo da cantaria, seja o
lavrar de um cunhal, peitoril ou mesmo de uma «couceira» sobre as ombreiras da porta, à maneira de
degrau.
198
O termo «mainel» é aplicado aos «pilaretes» que dividem as janelas verticalmente em duas ou mais
luzes mas é também, como é o caso, aplicado para «corrimão».
199
De «capialço», ou seja, corte oblíquo na parte superior da porta ou janela para dar mais luz ao interior.
200
Referente a «cabeçaria», as pedras de alicerce grosseiramente aparelhadas.
86
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
201
No caso concreto da examinação, as comparações com a vizinha Castela parecem não apontar para o
mesmo caminho. Apesar de Fernando Marías, El Largo Siglo XVI..., pág. 458, admitir que não está
absolutamente claro que aos aprendizes espanhóis se lhes exija um exame institucionalizado, o mesmo
autor faz o reparo de que desde os Reis Católicos existem algumas prescrições a esse respeito - para os
pintores - e que as ordenanças municipais de 1543 de Madrid também se ocuparam em nomear
examinadores anuais sob pena de o examinado não poder exercer o seu ofício. Tudo isto leva-o a concluir
que a aprendizagem oficialmente institucionalizada não seria necessária para se ser pedreiro e que temos
que vê-la como produto da oficina ou do sistema familiar à qual os mestres os dariam, eles próprios, por
aptos.
202
Já publicadas em Carlos Ruão, «Juízes do Ofício de Pedraria da Cidade do Porto (1548-1628)», pág.
7-29.
203
AMC, Registo, nº 3, fl. 141.
204
AMC, Registo, nº 3, fl. 164.
87
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
rebocar e telhar um valadio» 205 ; Mateus Gomes poderá «fazer paredes até
dez palmos de altura e vinte chã telhados e a fazer fornos para cozer» 206 ;
Manuel Pires especializa-se em «alvenaria chã e guarnecer e caniçar e
fazer algerozes de tijolo e telha e portais de pedraria e janelas» 207.
205
AMC, Registo, nº 3, fl. 165vº.
206
AMC, Registo, nº 3, fl. 217.
207
AMC, Registo, nº 3, fl. 291vº.
208
Veja-se AMC, Registo, nº 18, fls. 270-270vº.
209
AMC, Registo, nº 19, fls. 41-41vº.
88
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
210
Consulte-se Franz-Paul Langhans, As Corporações dos Ofícios Mecânicos. Subsídios para a sua
história, Vol. I pág. 258-286.
211
Franz-Paul Langhans, As Corporações dos Ofícios Mecânicos..., pág. 261.
212
Cfr. Franz-Paul Langhans, As Corporações dos Ofícios Mecânicos..., pág. 263.
89
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
213
Tomamos em linha de conta o Regimento e Compremisso da bandeira do bem aventurado São Joseph
dos offiçios dos carpinteiros e Pedreiros desta Cidade de Lisboa copiado do original antigo anno de
1684 que colige toda a documentação anterior, publicado em Franz-Paul Langhans, As Corporações dos
Ofícios Mecânicos. Subsídios para a sua História, Vol. I, pág. 258-286.
214
Cfr. Franz-Paul Langhans, As Corporações dos Ofícios Mecânicos..., pág. 259.
215
«Que os Ivizes dos officiaes mecanicos fação suas eleições per Janeiro de cada hum anno
Foi acordado que os juizes dos officiaes mecanicos fação a eleição de outros juizes e
examinadores de seus officios no mes de janeiro de cada hum anno, e dentro do dito mes virão os que
forem eleitos aa Camara tomar juramento, onde serão assentados no liuro da veração pera todos
juntamete começarem a fazer suas diligencias no principio do anno, como a cidade faz nos mais officios
que são de sua eleição, que todos se fazem no mes de Janeiro e porem os que per regimento ou costume
antigo teuerem de elegerem seus officiaes em outro tempo do anno guardarão seu regimento e costume,
não parecendo melhor aa cidade fazerem a dita eleição no mês de Janeiro». Livro dos Regimentos...,
pág. 233.
216
«Que os que sairem por juizes hum anno o não seião dahi a tres
Foy acordado que os juizes examinadores q sairem hum anno não siruão o mesmo cargo dahi a
tres annos cõtados do dia em q acabarem seu anno, saluo se em algum officio houuer tão poucos
90
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
officiaes que seia necessario tornar aos mesmos antes do tempo e o mesmo se guardaraa nos escriuães
de cada officio, saluo se não houuer outro do dito officio que saiba escreuer, porque então serviraa ate
outra eleição em que o aja e o que dito he assi acerca dos juizes examinadores e escriuão, se estenderaa
nos officios que per seus regimetos não teuerem outra cousa em particular e a eleição q doutra manrª se
fezer não serea valiosa». Livro dos Regimentos..., pág. 238-239.
217
«Que os examinadores não examine persi soos senão juntos
Foy acordado q nenhum dos examinadores de qualqr officio q seia examine per si soo official
algum senão sendo ambos juntos cõ o escriuão de seu cargo e qualquer dos examinadores que o cõtrº
fezer pagara dous mil rs a metade para a cidade e a outra para quem o accusar e a tal examinação não
seraa valiosa». Livro dos Regimentos..., pág. 239-240.
218
«Que os examinadores não examine seus paretes ou criados
Foy acordado que nenhum examinador examine seu filho, parete, cunhado, ou criado e quando
qualqr dos sobreditos se quiser examinar faraa petição a Camaraa para lhe ser dado hum dos juizes do
anno passado qual aa cidade bem parecer para o examinar em lugar do examinador suspeito e qualquer
dos examinadores q o contrº fezer pagaraa dous mil rs a metade para as obras da cidade e a outra para
quem o accusar e a tal examinação não seraa valiosa». Cfr. Livro dos Regimentos..., pág. 240.
219
«Que os Juizes dos officios mecanicos visitem as tendas dos officiaes
Foy acordado que todos os Juizes, ou veedores dos officiaes mecanicos seião obrigados visitar
as tendas de seus officiaes e fazer correição cõ o escriuão de seu cargo de trinta em trinta dias, ou de
quinze em quinze se per seu regimento o tiuerem assi ordenado, e cada uez que necessario for e as obras
que acharem que não são feitas como deue as trarão aa Camara, ou as leuarão aos almotacees das
execuções para se fazer nellas execução conforme as posturas da cidade e todas as vezes que a dita
diligencia fezerem, virão a esta Camara dar conta de como a fezerão e do que acharem para se saber o
que irão fazer saber ao vereador das execuções que tem o pelouro dellas e os que assi não fezerem
pagarão do tronco dez cruzados, a metade para as obras da cidade, e a outra para quem os accusar».
Livro dos Regimentos..., pág. 233-234.
220
Cfr. Franz-Paul Langhans, As Corporações dos Ofícios Mecânicos..., pág. 267.
91
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Cidade do Porto
221
AHMP, Vereações, nº 37, fl. 20. Publicada em Carlos Ruão, «Juizes do Ofício de Pedraria da cidade
do Porto», pág. 27.
92
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Cidade de Coimbra
93
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
94
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
223
Publicado em E. Rosenthal, El Palacio de Carlos V en Granada, pág. 312-313.
95
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
governo, como tudo consta das perguntas que se lhe fizeram e quanto ao
seu ministério de cantaria, faz o necessário, e nada mais».
«Item. Não levará mais hum pedrº por um dia de jornall dandolhe de
comer de trinta rs
E não lhe dando de comer levará çimqueta rs secos
E mais aguçarlheão a ferrameta, segdo costume
Item. Hum obreiro equanto não for êjeminado, não levara mais de
jornall por hum dia de trimta rs
E damdolhe de comer, não levara mais de vinte rs» 224.
224
A L. Carvalho, «Os mesteres de Guimarães», pág. 56.
96
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
225
Pedro Dias, «Os artistas e a organização do trabalho nos estaleiros portugueses de arquitectura, na
época dos Descobrimentos», pág. 534.
97
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
98
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
99
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
229
Reproduzido em Pedro Dias, A Arquitectura dos Portugueses em Marrocos. 1415-1769, pág. 57.
230
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 50-51.
100
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
231
No centro da planta diz-se: «Sñor. Estas duas naves, que sua alteza manda que se forrem, levam
quatrucentas hoytenta peças de tavoas e doze lõguuras de tavoas, sendo de xii palmos de cõprido que sã
de bordos ha tres tauoas quada bordo ceto L bordos he mais leuã ambalas naves de cordões noveta he
oito cordões grosos seguudo os outros da nave do meo que ha mister xxxii bordos dãdo tres peças quada
bordo: ha qui nesta higreja fiquam duas quapelas pera forar he hua delas ha mister madeirada de nouo
he mais hua esteira do quoro que parece da higreja, por que ha outra esta jaa forrada he os frades
quiserã que todo fora em receita he o juiz nã quis dezedo que sua alteza nã mãdaua mais que as duas
naves». Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 34-36.
232
Reproduzido em Rafael Moreira, A arquitectura do renascimento no sul de Portugal. A encomenda
régia entre o Moderno e o Romano, apêndice documental, pág. 37.
101
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
102
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
dado que alguns eram do parecer que a «ygreja se podera fazer alguo mays
pequena sem yr contra a ordem do debuxo» – o bispo defende que a fábrica
se poderá fazer «do mesmo tamanho que esta no debuxo, vystas as medidas
delle» enquanto que se confirma a existência de um desenho em alçado
quando se refere parecer «inconveniente haver tantas janelas» em terras de
temperaturas baixas. Planimetria e altimetria faziam parte dos «debuxos»
propostos para um dos novos edifícios diocesanos joaninos.
Mesmo as obras a realizar no espaço ultramarino, como o regimento
joanino de 1549 que o fidalgo Tomé de Sousa recebe com o objectivo de
fundar e fortificar a cidade de Salvador, declara que seria segundo «as
traças e amostras» que consigo leva 236.
Como bem viu Beatriz Bueno, «no reinado de D. João III a prática de
utilização do desenho, na concepção e orientação das obras, parece
consolidada, sobretudo num momento em que as encomendas régias
passaram a pautar-se no gosto ao Romano, sendo essencial para o estudo
das medidas e proporções. O fato de desconhecermos a existência de
desenhos arquitectónicos do período nos impede de assegurar o grau de
rigor e precisão empregados na sua confecção. No entanto, é possível
formular a hipótese que a presença da escala gráfica (o petipé) e, portanto,
das medidas no próprio debuxo, assim como a familiaridade com a sintaxe
clássica mais erudita, os encaminhasse para precisão, em busca das
proporções harmônicas» 237.
236
Beatriz Bueno, «De quanto serve a Ciência do Desenho no serviço das obras de el-rei», pág. 277.
237
Cfr. Beatriz Bueno, «De quanto serve a Ciência do Desenho no serviço das obras de el-rei», pág. 275-
276.
103
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
104
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Como bem conclui Paulo Varela Gomes, esta obra insere-se numa
vasta tendência europeia, menos «romana» e mais nacionalista, de
240
Cfr. Paulo Varela Gomes, Arquitectura, Religião e Política em Portugal no século XVII..., pág. 219.
241
BN, Reservados, códice 5116.
105
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
242
Paulo Varela Gomes, Arquitectura, Religião e Política em Portugal no século XVII..., pág. 214.
106
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
107
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
108
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
109
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
248
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 50-51.
249
Com a morte de Manuel Pires em 1570, Afonso Álvares não só é nomeado Mestre de Obras da
Comarca do Alentejo como o ordenado de 10.000 reais como também mestre das obras da «água da
cidade de Évora», pelo qual receberá 8.000 reais ano. Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 13.
110
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
111
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
250
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 72-73.
112
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
113
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
2.2.3. O Arquitecto
251
Sobre João de Ruão ver capítulo neste trabalho.
114
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
115
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
253
Beatriz Bueno, «De quanto serve a Ciência do Desenho no serviço das obras de el-rei», pág. 268.
116
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
254
Citado em Beatriz Bueno, «De quanto serve a Ciência do Desenho no serviço das obras de el-rei», pág.
269.
255
BN, códice 3675, fl. 10vº.
256
A palavra «forteficador» encontra-se riscada.
257
BN, códice 3675, fl. 11.
258
Cfr. João da Gama Pimentel, «O Livro Primeiro da Architectura Naval, de João Baptista Lavanha»,
pág. 266-267.
117
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
118
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
119
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
260
Beatriz Bueno, »De quanto serve a Ciência do Desenho no serviço das obras de el-rei», pág. 278.
120
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
261
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo III, pág. 97-98.
121
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
que deve servir de «engenheiro geral e não de Arquiteto por ser este o
cargo de que lhe faço merce» 262. Todavia, se se mantém no topo da
hierarquia – colectando anualmente 260.000 reais – diz-se expressamente
que o engenheiro-mor não terá qualquer jurisdição em matérias do foro da
arquitectura civil.
262
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo III, pág. 147.
263
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo III, pág. 187.
264
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 390-391.
265
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 381.
122
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Para administrar todo este vasto património geográfico foi criado por
D. João III um órgão judicial, com poderes apartados do Desembargo do
Paço, a Mesa da Consciência e Ordens com regimento a partir de 1558 e
posteriormente reformado em 1608. Dado o imenso território e o necessário
controlo para o gerir, administrar e supervisionar, os monarcas não
deixaram de apontar um arquitecto régio que supervisionasse todas as obras
que correspondiam aos respectivos mestrados. Todavia, esta nomeação só
se tornará efectiva a partir do período filipino. Com responsabilidades
directas pelas construções religiosas e civis, quer do campo da arquitectura
quer da engenharia, foi criado o cargo de Mestre de Obras das Ordens de
Avis e Santiago que, apesar de ter estado aglutinado com o do mestrado de
266
Sobre esta matéria consulte-se Veríssimo Serrão, História de Portugal, Vol. IV, pág. 292-298.
123
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Cristo nas mãos de Filippo Terzi passa, a partir de 1597, a contar com um
profissional único:
267
Cfr, Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo III, pág. 130.
124
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
268
Diga-se que o alvará de nomeação do arquitecto italiano não menciona a quantia atribuída mas o da
sua substituição e os subsequentes referem a soma de 80.000 reais. Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário...,
Tomo III, pág. 96.
269
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 357.
125
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
126
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Tercio, per cujo fallecimento vagou» 271. O seu usufruto valia ao arquitecto
60.000 reais por ano e se para Nicolau de Frias será um prémio merecido e
provavelmente desejado, a partir daí manter-se-á na família, passando de
pai para filho e funcionando como o patamar mais elevado a que os Frias –
profissionais eruditos e especialistas em projectos e desenho arquitectónico
– ascendem geracionalmente, mantendo-se o ordenado e o estatuto de
mestre arquitecto das moradias régias.
127
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
273
Freire de Oliveira, Elementos..., Tomo IX, pág. 530.
128
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
A Tratadística e o Ensino da
Arquitectura
129
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
130
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
3.1.1. O Vitruvianismo
274
Dora Wiebenson, Los Tratados de Arquitectura..., pág.11.
131
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
275
Erik Forssman, Dórico, Jónico e Coríntio na arquitectura dos séculos XVI-XVIII, pág. 95.
276
Erik Forssman, Dórico, Jónico e Corintio..., pág. 96.
277
Comentário de Lucia Stadter em Dora Wiebenson, Los Tratados de Arquitectura..., pág. 53.
132
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
133
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
134
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
formas arquitectónicas» 282. Anthony Blunt, por sua vez, destaca a sua
paixão pela Antiguidade e não deixa de considerar que, de alguma maneira,
as suas ideias são parentes às teses albertianas na medida em que, tal como
ele, é anti-medieval e defende a disposição regular na arquitectura e a
importância do urbanismo, concretamente na amplitude das praças das
cidades 283.
Filarete parece transpor para o seu tratado as concepções florentinas
de um Michelozzo. O paradigma vitruviano encontra-se na sua formulação
e ilustração das três ordens arquitectónicas ou «ragioni da chiese, o voui
dire tempij, secondo dice Vitruvio»: o severo Dórico, o Coríntio decorativo
e diligente e o Iónico, ao qual atribui uma qualidade inferior em relação aos
modelos anteriores 284. Todavia, só esta última ordem arquitectónica é
representada com um correcto capitel fazendo expressa referência à origem
bizantina dos cânones proporcionais do corpo humano. «Deve salientar-se
que no tratado de Filarete, (argumento aprofundado e verificável nos seus
edifícios), a distinção teórica entre as diferentes qualità de colunas não
constitui uma definitiva diferença morfológica, quando se fala em diferença
de proporções (como mais tarde em Francesco di Giorgio) e não sem
resíduos medievalistas e discordância entre rigidez teórica e liberdade
prática» 285.
282
Citado em Dora Wiebenson, Los Tratados de Arquitectura..., pág. 49.
283
Anthony Blunt, La teoria de las artes..., pág. 57-60.
284
Resultando, muito provavelmente, de convições medievais. Cfr. John Onians, Bearers of meaning. The
classical orders in Antiquity, The Middle Ages and the Renaissance, pág. 164.
285
Arnaldo Bruschi, «L’Antico e il processo di identificazione degli ordini nella seconda metà del
Quattrocento», L’emploi des orders dans l’architecture a la Renaissance, pág. 25.
286
Cfr. Gustina Scaglia, «The development of Francesco di Giorgio’s Treatises in Siena», Les Traités de
l’Architecture de la Renaisasance, pág. 91.
135
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
287
Consulte-se Arnaldo Bruschi, «L’Antico e il processo di identificazione degli ordini nella seconda
metà del Quattrocento», pág. 35-36.
288
Cfr. Dora Wiebenson, Los Tratados de Arquitectura..., pág. 52.
289
Sobre esta matéria veja-se F. Paolo Fiore, «Gli ordini nell’architettura di Francesco di Giorgio»,
L’emploi des Ordres a la Renaissance, pág. 59-67.
290
Arnaldo Bruschi, «L’Antico e il processo di identificazione degli ordini nella seconda metà del
Quattrocento», pág. 37.
136
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
291
Arnaldo Bruschi, «L’Antico e il processo di identificazione degli ordini nella seconda metà del
Quattrocento», pág. 39-40.
292
John Onians, Bearers of meaning…, pág. 224.
137
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
293
Cfr. Arnaldo Bruschi, «L’Antico e il processo di identificazione degli ordini nella seconda metà del
Quattrocento», pág. 41.
294
Arnaldo Bruschi, «L’Antico e il processo di identificazione degli ordini nella seconda metà del
Quattrocento», pág. 13.
138
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Sylvie Deswarte, «Francisco de Hollanda et les études vitruviennes en Italie», A Introdução da Arte da
295
139
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
140
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
299
Manfredo Tafuri, «Tratadística, tipologia, modelos», pág. 207.
300
Arnaldo Bruschi, «L’Antico e il processo di identificazione degli ordini nella seconda metà del
Quattrocento», pág. 41.
141
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
142
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
305
J. Ackerman, Palladio, pág. 131.
306
J. Ackerman, Palladio, pág. 149.
143
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
3.1.2. O «Serlianismo»
144
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
145
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
307
Sabine Frommel, Sebastiano Serlio. Architetto, pág. 14, aponta mesmo relações entre os «arcos
triunfais» de Genga para Urbino em 1509-10 e a futura «cena satírica» serliana.
308
Cfr. Sabine Frommel, Sebastiano Serlio. Architetto, pág. 16-23.
146
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Veneza foi acompanhado, entre outros, por Tiziano e Serlio e que este
último estabeleceu ligações de amizade com a própria corte dos Gonzaga
em Mântua.
A sua amizade com Baldassare Peruzzi e a relação íntima entre os
dois fica bem patente no facto de, quando em 1536 mestre Peruzzi falece,
grande parte do seu espólio artístico ter sido legado a Serlio, segundo os
relatos de Vasari e Cellini. O próprio Peruzzi tinha a intenção de redigir
uma obra monumental que incluiria um estudo profundo das ruínas
romanas e esses manuscritos – que Serlio posteriormente vendeu a Jacopo
Strada – poderão ter sido a base dos próprios textos serlianos, segundo nos
diz Vasari 309. Anthony Blunt considera que o sucesso de Serlio, ao nível
teórico e prático, deve muito mais às influências «peruzzianas» e
venezianas do que a Bramante dado que demonstra que a sua visão acerca
da arquitectura não é «puramente clássica. Embora admirasse Bramante, o
seu verdadeiro mestre em Roma foi Peruzzi, que era menos vitruviano na
sua actividade e que se fazia notar mais pela ingeniosidade dos seus planos
do que pela exactidão dos seus alçados» 310.
309
Consulte-se Julius Schlosser, La literatura artistica, pág. 350.
310
Anthony Blunt, Arte y arquitectura en Francia..., pág. 78-79.
311
Sobre estes assuntos consulte-se Sabine Frommel, Sebastiano Serlio..., pág. 27-32.
147
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Mas a sua personalidade artística não era bastante forte para impor um
estilo no país adoptivo. Muitos arquitectos, sobretudo nas províncias,
utilizavam o seu tratado como um dicionário, por assim dizer, mas se por
um lado utilizavam muitas palavras soltas, não sabiam como combiná-las
para formar uma frase» 312. É importante considerar que nem Du Cerceau
nem Delorme o citam nos seus trabalhos teóricos e só mesmo Philander, no
seu comentário ao texto vitruviano, reconhece a seu valor, chegando a
incluir no seu livro desenhos de portais muito próximos dos serlianos 313.
Aliás, tirando os livros III e IV, todos os outros escritos foram redigidos e
alguns editados no período francês. Se por um lado, Serlio não muda o seu
discurso no que concerne à teoria italiana sobre as ordens e as proporções
modernas, o autor não deixa de considerar alguns pressupostos do próprio
gosto francês, bem visíveis no Livro VI e mesmo no Libro Estraordinario,
onde ao lado de colunas clássicas se encontram motivos retirados da
tradição gótica francesa e lombarda.
148
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
316
Giulio Carlo Argan, Clássico anticlássico..., pág. 342.
317
Citado em Renacimiento en Europa, pág. 367.
149
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
150
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
318
Sebastiano Serlio, Tercero y Quarto Libro de Architectura, Livro IV, fl. IIII, segundo a tradução de
Villalpando, Toledo, 1552.
151
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
152
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
321
Um excelente resumo sobre estas questões encontra-se em John Onians, Bearers of meaning..., pág.
263-286.
322
Sebastiano Serlio, Tercero e Quarto Libro d’Architectura, Livro IV, fl. IIII-V.
153
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
323
Cfr. John Onians, Bearers of meaning…, pág. 264-265.
324
Serlio chega a considerar que os arquitectos que não seguem Vitrúvio são heréticos, mas não deixa de
dizer que o texto vitruviano é limitado em muitas questões, como quando discorre acerca do Arco de Tito,
em Roma. Cfr. Anthony Blunt, La teoria de las artes…, pág. 154. Referindo-se, por exemplo, ao teatro de
Marcelo, afirma: «Não me parece que um arquitecto moderno, servindo-se do exemplo de um edifício
qualquer que seja, justifique o seu pecado (e por pecar entendo infringir as regras de Vitrúvio). Se este
154
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
arquitecto licencioso não justifica que se faça o mesmo pois, salvo se a razão não nos dita o contrário,
devemos seguir sempre o ensinamento de Vitrúvio como regra e guia infalível». Cfr. Livro III, capítulo 4.
325
Sobre este assunto, consulte-se John Onians, Bearers of meaning…, pág. 280-282.
326
Giulio Carlo Argan, Clássico anticlássico..., pág. 351.
155
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
327
Manfredo Tafuri, «El mito naturalista en la arquitectura del siglo XVI», Historia de la Arquitectura.
Antologia Critica, pág. 243.
328
Giulio Carlo Argan, Clássico anticlássico..., pág. 353.
156
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
França
329
Mario Carpo, La maschera e il modello..., pág. 17.
330
Para ele a «regra» tem um significado teórico ligado à transcrição em termos proporcionais de um
objecto (arquitectónico) representado em escala variável. Cfr. Mario Carpo, La maschera e il modello...,
pág. 22-23.
157
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Espanha
331
Anthony Blunt, Arte e Arquitectura en Francia..., pág. 83.
158
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
332
Cfr. Fernando Marías, El Largo Siglo..., pág. 428-429.
333
Veja-se capítulo neste trabalho.
334
Fernando Marías, El Largo Siglo..., pág. 568-569.
159
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
160
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
337
Citado em Fernando Marías, El Largo Siglo..., pág. 561.
338
Cfr. Fernando Marías, El Largo Siglo..., pág. 562.
161
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
162
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
342
Consulte-se Mandroux-França, «L’image ornamentale et la litterature artistique importées du Xve au
XVIIIe siècle: um patrimoine meconnu des biblioteques et musées portugais», Boletim da Biblioteca
Municipal do Porto, pág. 148.
343
Cfr. Mandroux-França, «L’image ornamentale et la litterature artistique importées du Xve au XVIIIe
siècle: um patrimoine meconnu des biblioteques et musées portugais», pág. 149.
344
Mandroux-França, «L’image ornamentale et la litterature artistique importées du Xve au XVIIIe
siècle: um patrimoine meconnu des biblioteques et musées portugais», pág. 152.
163
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Diego de Sagredo
Medidas del Romano, agora nuevamente impressas, e añadidas
de muchas pieças y figuras muy necessarias a los Officiales que
quierem seguir las formaciones de las Basas, Colunnas, Capiteles, y
otras pieças de los edificios antiguos. En Lisbona por Luiz Rodriguez,
1541.
Sebastiano Serlio
Dell’ Archittetura Libri VII. In Vicenza, per Iacomo de Francheschi.
1618.
164
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Pietro Cataneo
I quattro primi libri di Archittetura. In Venegia in Casa de Figliovoli
di Aldo. 1554.
Albrecht Durer
De Vrbibus, Arcibus, Castellisque condendis, ac muniendis rationes
aliquod praesenti bellorum necessitati accommodatissimae : nunc recens è
Lingua Germanica in Latinam traductae. Parisiis ex Officina Christiani
Wecheli, 1535.
Antonio Labacco
Libro appartenente a l’Archittetura: nel qual si figurano alcune
notabili Antiquita di Roma. Impresso en Roma in casa dell’ Autore
negl’ani del Signore 1557.
Samuel Marolois
Fortification, ou Architecture Militaire, tant offensive que defensive.
1615. Hagae Comitis, ex Offic. Henrici Hondii. Premiere et Second Partie.
Vicenzo Scamozzi
L’Idea della Architettura Vniversale, divisa in X. Libri. Parte prima
contiene Libri 1. 2. e 3. Parte Seconda contiene il Lib. 6. 7. e 8. In Venetia.
1615. per Giorgio Valentino.
165
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Vitrúvio
De Architectura Libri, ad Augustum Caesarem accuratissimi
conscripti ... Adjectus etiam Sexti Iulii Frontini de Aquaeductibus Vrbis
Romae Libellus. Item ex Libro Nicolai Cusani Cardin. De Staticis
Exeperimentis fragmentum Argentorati in Officina Knoblochiana per
Giorgium Machaeropioeum. 1554.
345
Joaquim Teixeira de Carvalho, A Livraria do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, pág. 97.
166
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
346
Cfr. Joaquim Teixeira de Carvalho, A Livraria do Mosteiro..., pág. 98-99.
167
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
168
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
348
Rafael Moreira, A arquitectura do Renascimento no Sul de Portugal..., pág. 287.
349
Albino de Almeida Matos, Oração de sapiência de Hilário Moreira, citado em Pedro Dias, «Aspectos
da recepção das correntes estilísticas em Coimbra durante o Século XVI», A Sociedade e a Cultura de
Coimbra no Renascimento, pág. 121.
350
Maria Pinto Alvelos, Oração de sapiência de Pedro Fernandes em louvor de todas as Artes e
Ciências, citado em Pedro Dias, «Aspectos da recepção das correntes estilísticas em Coimbra durante o
Século XVI», pág. 121.
169
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
351
Cfr. Rafael Moreira, A arquitectura do Renascimento no sul de Portugal..., pág. 236.
352
Cfr. Sylvie Deswarte-Rosa, «Espoirs et désespoir de l’infant D. Luis», pág. 246.
353
Sylvie Deswarte-Rosa, «Espoirs et désespoir de l’infant D. Luis», pág. 264-265.
354
Tal como este afirma na introdução ao «De Crepusculis liber unus». Cfr. Sylvie Deswarte, «Francisco
de Hollanda et les études vitruviennes en Italie», pág. 238. Segundo Rafael Moreira, é provável que Pedro
Nunes tivesse usado a edição latina de 1522, sendo posteriormente o seu texto levado por Juan de Herrera
para Madrid, devendo tratar-se do «pedro nuñez lusitano de arquitectura» segundo consta na lista
bibliográfica de Francisco de Mora, seu discípulo.
355
Cfr. Henrique Leitão, «Pedro Nunes, Leitor de textos antigos e modernos», Pedro Nunes e Damião de
Góis. Dois rostos do Humanismo português, pág. 45.
170
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Não há que duvidar que estas matérias são, com toda a propriedade,
as principais motivadoras de uma tradução, assuntos que interessavam quer
ao infante quer ao cosmógrafo régio.
Será numa perspectiva global da geometria como fonte disciplinar –
e não tendo em conta razões específicamente declinadas da arquitectura
«antiga» – que levam Pedro Nunes a colocar a par da Cosmografia e da
Astronomia, a Arquitectura na listagem das disciplinas algébricas inserta
no seu Livro de Álgebra.
356
A menção à tradução albertiana é feita pelo seu biógrafo em 1593. A tradução do texto sobre
aquedutos pode reportar-se ao trabalho de hidráulica de Julio Frontino. Pode ser a obra que Juan de
Herrera levou para Espanha se a identificarmos com o «de la coserbación de los aquedutos en português»
que de novo aparece no rol de Francisco de Mora, segundo afirma Rafael Moreira, «A aula de
arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de Matemáticas de Madrid», pág. 73.
171
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
172
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
173
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
174
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Fernando Marías e Agustin Bustamante, «Las medidas de Diego de Sagredo», Sagredo. Medidas del
361
175
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
362
Fernando Marías e Agustín Bustamante, «Las medidas de Diego de Sagredo», pág. 12-19.
363
Consulte-se Fernando Marías e Agustín Bustamante, «Las medidas de Diego de Sagredo», pág. 8-9.
176
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
177
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
178
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
parte das medidas do «vitrúvio» de Cesar Cesarino. Consulte-se Fernando Marías e Agustin Bustamante,
«Las medidas de Diego de Sagredo», pág. 95-124.
369
Diego de Sagredo, Medidas..., pág. 121.
370
Entre outras, Sagredo refere algumas regras «clássicas» como as correcções ópticas, a redução
dimensional das colunas quando sobrepostas, os portais de proporção dupla.
179
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
371
Cfr. Fernando Marías e Agustin Bustamante, «Las medidas de Diego de Sagredo», pág. 33-35. Rafael
Moreira avança a hipótese de Diogo de Torralva poder ter sido consultor técnico do livreiro, tendo em
conta a «adaptação dos desenhos e tradução dos acréscimos para castelhano».
372
Fernando Marías e Agustin Bustamante, «Las medidas de Diego de Sagredo», pág. 35. A edição de
Juan de Ayala de 1549, o mesmo que editará Sebastiano Serlio, segue a edição lisboeta e não a original
toledana.
373
Fernando Marías e Agustin Bustamante, «Las medidas de Diego de Sagredo», pág. 50.
180
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
374
Fernando Marías e Agustin Bustamante, «Las medidas de Diego de Sagredo», pág. 51-52.
375
Jorge Segurado, Da igreja manuelina da Misericórdia de Lisboa, estampa xxi.
376
Rafael Moreira, «Arquitectura», pág. 345.
181
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
377
Pedro Dias, Visitações da Ordem de Cristo de 1507 a 1510. Aspectos artísticos, pág. 43.
378
Comentário em Fernando Marías e Agustin Bustamante, «Las medidas de Diego de Sagredo», pág. 74-
75.
182
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
183
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
berço em volta Redonda com seus arquos somente em direito dos botareus
da dita crasta, os quaes mouerão das Represas asy como vã ordenados no
dito debuxo, e averã suas çimalhas a Roda de que as ditas abobadas ã de
mouer dambas as partes e serão dalgua boa moldura lavradas que be
pareça ao Romano e terão de sacada hu pallmo e dalto hu pallmo e tres
dedos, e o asento dellas sera por çima do ponto dos arcos e na outra parte
no mesmo direito dos ditos arcos serã lavrados dallgua boa obra chã ao
Romano, e terã de largo dous pallmos e dalto meo pallmo e as quatro
capelas que se ã de fazer nas quatro engas da dita crasta, serão pelo theor
e ordenança do debuxo com sua cruzarja ao Romano, com sua talha muy
ordenada e a chave prjncipal serã tres palmos e meo, e as outras de tres
pallmos».
184
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
185
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
386
Veja-se Marie Therese Mandroux-França, «L’image ornamentale et la litterature artistique importées
du Xve au XVIIIe siècle: um patrimoine meconnu des biblioteques et musées portugais», pág. 149.
387
Citado em Sylvie Deswarte, Les enluminures de la «Leitura Nova». 1504-1552, pág. 143.
388
Confira capítulo neste trabalho.
186
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
389
Cfr. Sylvie Deswarte, «Francisco de Holanda et les études vitruviennes en Italie», pág. 273-274.
187
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
188
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
390
Horta Correia, Arquitectura Portuguesa..., pág. 34.
189
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
391
O seu uso em grande escala por Palladio e a fortuna do «Palladianismo» levou a que a historiografia
inglesa o designe por «motivo palladiano»
392
Cfr. George Kubler, Arquitectura portuguesa chã..., pág. 16 a 26.
190
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
191
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
192
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
393
Sobre Francesco da Cremona consulte-se o pioneiro estudo de Rafael Moreira, «D. Miguel da Silva e
as origens da arquitectura do Renascimento em Portugal», Mundo da Arte, pág. 5-23.
193
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
194
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
195
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
396
Os dados fundamentais sobre Gonçalo Baião foram publicados em Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo
I, pág. 92-97. O autor considera ser provável que seja o mesmo que cerca de 1555 é tesoureiro-mor da
casa de Ceuta.
397
Rafael Moreira colocou a hipótese de ser ele o «certo home engenhoso, natural da cidade do porto q
andara muito em França e Itália» e que D. Manuel enviara aos Açores com o desenhador Duarte
D’Armas em 1501.
196
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
197
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
402
Sobre Francisco de Holanda veja-se capítulo neste trabalho.
403
Cfr. Rafael Moreira, «A aula de arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de Matemáticas de
Madrid», pág. 67.
198
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
199
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
200
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
408
Sobre estas questões consulte-se Luis de Albuquerque, «As inovações da náutica portuguesa no século
XVI», Presença de Portugal no Mundo, pág. 391-407.
409
Silva Dias, Os descobrimentos e a problemática..., pág. 113.
201
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
410
Consulte-se Luís de Albuquerque, Fragmentos de Euclides numa versão portuguesa do século XVI,
pág. 2-5.
411
Henrique Leitão, «Pedro Nunes, Leitor de textos antigos e modernos», pág. 39.
412
Luís de Albuquerque, Fragmentos de Euclides..., pág. 8.
202
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
203
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
204
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
haja a dita lição, que durará de dia de São Lucas atee vespora de São
João, porque o mais tempo do anno lhe ficam em ferias pera nelle
continuar com as outras obrigações de seu cargo conteudas neste
Regimento. Na qual lição lhe declarará as cousas seguintes:
A declaração de alguns circulos da sphera, e pera que lhe hão de
seruir.
Insinarlhesha muito materialmente qual seja a figura do universo e
como se faz o diurno mouimento do primeiro mobil e o do sol e o da lua, e
lhes dará as regras importantes pera o conhecimento das luas e marés.
Declararselhesha a fabrica e uso da carta de marear, exercitandoos
muito nella e assy no uso do astrolabio, insinandolhes a tomar o sol e
como ham de usar do Regimento e fazer certa a sua conta da declinação
pera saberem ao meo dia a altura que tem.
Declararselhesha o uso da balestilha e quadrante pera de noite
tomarem a altura da estrella, e como devem fazer sua conta e saberem a
altura do Polo que tem, pera com mais certeza fazerem suas operações.
Instruilosha no Nordestar e Noroestar das agulhas, pera com
facilidade saberem fazer esta obseruação em qualquer parage que
estiuerem, e aduertillosha no uso do Relogio do sol.
Auendo algus de boa habilidade e que se auentagem dos outros, a
estes taes lerá o tratado da sphera e o uso do estrolabio de laminas e de
outros instrumentos necessarios, dandolhes o modo como fação muytas
obseruançias necessarias a esta arte, pera como mais sufficientes serem
aos outros preferidos, e a seu exemplo procurarem outros de se igualare
com elles.
205
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
418
Cfr. Francisco Contente Domingues, «Pedro Nunes e a arte de nagevar», Pedro Nunes e Damião de
Góis. Dois rostos do Humanismo português, pág. 106.
419
Rafael Moreira, «A aula de arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de Matemáticas de Madrid»,
pág. 66.
206
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
420
Rafael Moreira, «A aula de arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de Matemáticas de Madrid»,
pág. 68-69.
421
Rafael Moreira, «A aula de arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de Matemáticas de Madrid»,
pág. 67.
207
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
422
Cfr. Rafael Moreira, «A aula de arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de Matemáticas de
Madrid », pág. 68.
423
Rafael Moreira, «A aula de arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de Matemáticas de Madrid»,
pág. 70.
208
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Um outro equívoco que se pretende tomar por aquilo que não foi diz
respeito à «aula de esfera» que funcionava no Colégio de Santo Antão de
Lisboa. Tem-se feito alguma confusão entre o ensino ministrado na
instituição jesuíta e o facto de dela terem saído alguns posteriores
especialistas no campo da arquitectura, especificamente no da arquitectura
militar, como o italiano Baccio di Filicaia e sobretudo Luís Serrão
Pimentel.
A «aula de esfera», criada na segunda metade do século XVI e a
funcionar já em pleno em 1590, teve nos seus primeiros momentos um
programa de estudo muito próximo do ministrado na Corte pelo
cosmógrafo-mor. Luís de Albuquerque destaca o facto de os professores
mais antigos do curso se aproximarem do «plano de estudos prescrito para
os pilotos, muito embora procurassem, como regra geral, dar maior
extensão e profundidade às suas lições. É este claramente o caso do curso
professado pelo Pe Francisco da Costa: a parte das suas lições dedicadas à
arte de navegação abarca todos os tópicos referidos no regimento do
cosmógrafo-mor (elementos de cosmografia ; regras de astronomia naútica
; construção de carta de marear ; uso do astrolábio, do quadrante e da
balestilha ; agulha de marear ; etc.), mas com desenvolvimento e
comentários críticos que seriam decerto considerados dispensáveis num
ensino só para pilotos» 425. Não obstante, a orientação da aula foi-se
direccionando, com o decorrer dos anos, para um conhecimento mais
«especulativo» das matemáticas, portanto, mais genérico e de
características menos práticas.
Destinava-se, em boa verdade, a uma formação extensa na qual
participavam vários campos do saber que compreendiam, pegando no
exemplo do plano curricular do padre Francisco da Costa (1595-c.1602) a
Astrologia, a Arte de Navegar, a Geografia, a Hidrografia, a Cosmologia e
o uso e fabrico do globo astronómico. Que o curso, durante os últimos anos
de Quinhentos e a primeira metade do século XVII, nada tem que ver
directamente com o ensino da arquitectura prova-o inclusive o programa do
424
Consulte-se o programa em Filipe II. Los ingenios y las maquinas, pág. 49.
425
Luís de Albuquerque, A «Aula de Esfera» do Colégio de Santo Antão no Século XVII, pág. 9.
209
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
célebre padre jesuíta João Delgado – professor da aula entre 1600 e 1612 e
que chegou a representar funções de supervisão de obras arquitectónicas –
constituído por dois grupos distintos: lições de Cosmografia e de Teórica
dos Planetas e lições de Astrologia 426.
426
Consulte-se o programa em Luís de Albuquerque, A «Aula de Esfera»..., pág. 29-30.
427
Luís de Albuquerque, A «Aula de Esfera»..., pág. 21-22.
428
O manuscrito encontra-se na Biblioteca da Ajuda, ms. 46-VIII-23.
429
Luís de Albuquerque, A «Aula de Esfera»..., pág. 22.
210
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
211
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
212
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
213
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Diogo ____________________ Mateus do Couto _______ André Ribeiro ________ João Nunes
Marques 1616 Tinoco Tinoco
1594 1629 1631
214
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
215
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
431
Cfr. Rafael Moreira, «A aula de arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de Matemáticas de
Madrid », pág.66.
432
Contrariamente à opinião de Rafael Moreira que assevera que «nenhuma obrigação existia, pois, de
aprendizagem teórica, nem mesmo estudar arquitectura civil (que só mais tarde aparece, com as reformas
do tempo da restauração): pelo contrário, uma das condições requeridas era o conhecimento e experiência
prévias, a suficiência, na arte da arquitectura». Cfr. Rafael Moreira, «A aula de arquitectura do Paço da
Ribeira e a Academia de Matemáticas de Madrid », pág. 66.
216
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
433
Rui Carita, O regimento de fortificação de D. Sebastião (1572) e a carta da Madeira de Bartolomeu
João (1645), pág. 131.
434
A este respeito, recordem-se as palavras que D. João da Silva dedicou ao cosmógrafo-mor aquando de
uma acusação por parte de Leonardo Turriani de aquele ter preferido Lavanha para o cargo de
engenheiro-mor: «No me passa por pensamiento tener a juan bautista por hombre que tenga mas que la
theoria ni entiendo que se podria fiar del fabrica». Mesmo que se acredite na vasta erudição do
cosmógrafo-mor no campo da arquitectura, ele não desempenhava as funções de arquitecto régio. Seria,
portanto, necessário que ao «aprendiz» fosse posto à disposição uma transição entre a teoria e a prática
que apenas um arquitecto régio poderia fornecer. Veja-se BNM, Cartas de D. Juan da Silva, Códice nº
6198, fl. 28. Inédito.
217
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
435
Sobre o tratado de Mateus do Couto veja-se capítulo neste trabalho.
218
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
219
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
436
De grande qualidade de desenho, o escrito seiscentista apresenta vários tipos de navios – Nau, Batel,
Navio de 80 a 500 toneladas e Caravela – e respectivos componentes construtivos com breve referências
em nota.
437
Rafael Moreira, «Tratados de Arquitectura», Dicionário de Arte Barroca, pág. 492.
220
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
221
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
438
Uma biografia resumida de Holanda encontra-se em Sylvie Deswarte, «Francisco de Holanda, teórico
entre o renascimento e o maneirismo», História da Arte em Portugal, pág. 12-16.
439
Cfr. Sylvie Deswarte, «Francisco de Holanda, téorico entre o renascimento e o maneirismo», pág. 14.
222
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
223
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
440
Francisco de Holanda, Da Pintura Antiga, edição de José Feliciano Alves, pág. 32-33.
224
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
441
Cfr. Francisco de Holanda, Da Pintura..., pág. 34-35.
442
Cfr. Sylvie Deswarte, «Francisco de Hollanda et les études vitruviennes en Italie», pág. 237-238 e 254.
443
Francisco de Holanda, Da Pintura..., pág. 73.
225
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
dos seus membros; e M. Vitrúvio nos seus preceitos afirma como o desenho
e a razão da pintura é ao arquitecto grandemente necessária, tanto que
sem ela não dá perfeição à sua arte de edificar. E a arquitectura eu a
comparo e lhe chamo pintura encorporada em matérias grossas e para
mais próprio me parece a embasamento, ou próprios degraus de seu
assento e pés.
E estimo eu em muito a arquitectura, tanto que a tenho por uma
digníssima e antiga ciência, e assim mesmo lhe chamo a varanda e
passadiço, por onde a celestial arte da pintura passeia por sua recreação e
desenfadamento, feita de colunas coríntias sobre a ordem jónica»444.
444
Francisco de Holanda, Da Pintura..., pág. 81-82.
226
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
445
Francisco de Holanda, Da Pintura..., pág. 34.
446
Cfr. Francisco de Holanda, Da Pintura..., pág. 82.
447
Rafael Moreira, «Novos dados sobre Francisco de Holanda», Sintria, pág. 630.
227
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
448
Cfr. Rafael Moreira «Novos dados sobre Francisco de Holanda», pág. 632-632.
449
Sylvie Deswarte, «Francisco de Hollanda et les études vitruviennes en Italie», pág. 260.
450
Francisco de Holanda, Da Pintura..., pág. 84.
451
Veja-se o Anexo II em Sylvie Deswarte, «Francisco de Hollanda et les études vitruviennes en Italie»,
pág. 273-277.
452
Sylvie Deswarte, «Francisco de Hollanda et les études vitruviennes en Italie» pág. 264-265.
228
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
453
Sylvie Deswarte, «Francisco de Hollanda et les études vitruviennes en Italie», pág. 268.
454
Francisco de Holanda, Diálogos em Roma, edição de José Feliciano Alves, pág. 91.
455
Cfr. Francisco de Holanda, Da Pintura..., pág. 83.
456
Cfr. Sylvie Deswarte, «Francisco de Hollanda et les études vitruviennes en Italie», pág. 254.
229
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
quão desonrada do que lhe muito importa» 457. Deliciosa é a imagem onde
se vê como um jogador de xadrez que analisa melhor as situações quando
está, não a participar no jogo, mas aparte da partida.
457
Francisco de Holanda, Da fábrica que falece à cidade de Lisboa, edição de José Feliciano Alves, pág.
11-12.
458
Cfr. Francisco de Holanda, Da fábrica..., pág. 19-20.
230
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
231
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
arquitectura, nem para lhe escolher o mestre (como homem havido por
inútil), sendo tudo isto meu ofício: ao menos não se esqueça disto que digo,
nem da pintura dos retábulos e imagens» que Holanda não se digna
debuxar por legar «a outrém que o melhor saiba fazer» 461. Não restam
dúvidas do ostracismo a que foi votado e de que a sua proposta para São
Sebastião era, a todos os títulos, antagónica ao modelo projectado por
Afonso Álvares, provavelmente na linha das catedrais «joaninas» e nunca
concluído.
Cabe destacar a sua proposta arquitectónica para a Capela do
Santíssimo Sacramento – uma vez mais inspirada na arquitectura que bem
conheceu em Roma – de planta centralizada e onde se concebe um percurso
unitário desde o exterior até à própria custódia que reproduz basicamente o
alçado exterior do edifício, magnificamente ilustrado em quatro espantosos
desenhos, que aconselha ser «de obra e pedras ilustradas, e de ouro, e
prata, e pintura, e arquitectura, a mais escolhida e eminente que haja na
Igreja de Deus (e se não, não se faça): a qual fique em sua gloriosa e vossa
memória em quanto o mundo durar, e também Capela dos Reis que depois
virão», tal como o fizeram D. Manuel e D. João III em Belém 462.
3.2.5.1.6. Conclusão
232
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
e isto em tempo que todos quase queriam zombar disso, sendo eu moço e
servindo ao Infante Dom Fernando e ao sereníssimo Cardeal Dom Afonso,
meu senhor.
E o conhecer isto me fez desejar de ir ver Roma e quando dela
tornei, não conhecia esta terra, como quer que não achei pedreiro nem
pintor que não dissesse que o antigo (a que eles chamam modo de Itália)
que esse levava a tudo; e achei-os a todos tão senhores disso, que não
ficou nenhuma lembrança de mim» 463.
463
Francisco de Holanda, Da Pintura ..., pág. 41.
233
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
464
BN, Reservados, códice 3675.
465
Rafael Moreira, «Um tratado português de arquitectura do século XVI. 1576-1579», Universo
Urbanístico Português 1415-1822, pág. 360.
466
D. Lourenço de Almada nasceu em 1555 em Condeixa, deve ter realizado estudos em Coimbra,
frequentou o ambiente cortesão e combateu em Alcácer Quibir onde ficou cativo, sendo posteriormente
resgatado. Faleceu em 1597 e está sepultado na capela-mor da igreja de São Marcos, Coimbra. Cfr.
Rafael Moreira, «Um tratado português de arquitectura do século XVI. 1576-1579», pág. 365-368.
467
Cfr. Rafael Moreira, «Um tratado português de arquitectura do século XVI. 1576-1579», pág. 368.
234
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
468
Rafael Moreira, «Um tratado português de arquitectura do século XVI: 1576-1579», pág. 372.
469
Sobre os argumentos de Rafael Moreira consulte-se «Um tratado português de arquitectura do século
XVI. 1576-1579», pág. 370-379. De referir que, no último fólio do manuscrito, existe uma referência a
um Lopo Roiz – «Este lliuro é do sñor Llopo roiz» que poderá tratar-se de um seu familiar.
235
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
470
BN, códice 3675, fl. 4. Todos os excertos têm leitura nossa.
236
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
237
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
238
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
239
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
477
Sobre as propriedades da cal diz-nos Vitrúvio no Livro II, Capítulo 5º: «Explicadas as diversas classes
de areia, devemos ocupar-nos agora, com o mesmo cuidado, sobre a cal que se obtém pela calcinação de
pedra branca ou sílice. A cal que resulte de pedra dura e compacta será muito útil na construção e a que
resulte de pedra mais porosa será melhor para os rebocos. Quando a cal está pronta, mistura-se com
areia da pedreira, em proporção de três partes de areia e uma de cal, mas se se tratar de areia do rio ou
de mar misturam-se duas partes de areia por uma de cal. Assim se fará uma exacta e justa proporção.
Consegue-se uma mistura de maior qualidade se se juntar á areia do rio ou do mar uma terceira parte de
barro moído. Portanto, quando se junta água e areia á cal, consegue-se consolidar a obra e a razão
parece ser que, como todas as substâncias, as pedras também estão compostas pelos quatro elementos
básicos: as que possuem ar são brandas, as que possuem mais água resultam ser mais dúcteis por causa
da sua humidade, as que têm mais terra são duras e as que têm mais fogo são quebradiças.
Consequentemente, se antes de as submeter ao fogo colocamos algumas destas pedras pulverizadas e
misturadas com areia, não adquirem solidez nem se poderá manter em pé a construção. Mas, postas ao
fogo no forno, vão perdendo a força da sua solidez ordinária, tomadas pelo calor intenso do fogo ;
abrasadas as suas virtualidades, ficarão com os seus poros patentes e tornar-se-ão esponjosas. Em
conclusão, uma vez consumidos a água e o ar, inerente a estas pedras, no seu interior possuirão um
calor latente e subsistente; molhando-as na água, antes de receberem a força do fogo, ao ir penetrando a
humidade na porosidade de suas pequenas aberturas, começam a aquecer e, deste modo, ao refrescá-las,
sai o calor do interior da cakl. Por isso, quando as pedras se colocam no forno, ao fim de algum tempo
não mantém o mesmo peso e quando as voltamos a pesar, tirando-as do forno, embora mantendo as
mesmas dimensões, descobrimos que perderam quase uma terça parte do seu peso, pois o seu elemento
líquido foi depurado pelo fogo. Portanto, quando a cal mantém abertos os seus poros, se mistura
facilmente com a areia, une-se conjuntamente e, ao secar, alcança a solidez dos edifícios se a
misturarmos com pedras de cimentar».
478
BN, códice 3675, fls. 18-20.
240
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
241
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
gasta emtre este dous estremos em duas partes yguais cõvem a saber numa
destas partes sera ho bom fabrycar e fazemdose na houtra sera pergoyzo
pera ho ydefisyo como agora declaararemos estas duas partes comesara
quamdo ho dia for mayor e a outra parte comesara quamdo ho dia for
menos e as outras duas ficarão yuntas no meo e no tempo q ho soll amdar
nestas duas partes do meo sera bom para se fabrycar em llyxa hou em
quallquer outra tera q estever asemtada em sua alltura».
Se esta regra é indicada para os edifícios que se fizerem de pedra e
cal, no «capitolo q trata do tempo cõvenyemte para se poder fabricar de
tera» 481 o autor defende que se deve seguir no mesmo sentido dado que
nesta altura «esta ha tra em esposysão para fazer preza hua com a houtra»
e se «deyxara melhor cavar e melhor asemtar».
481
BN, códice 3675, fl. 22.
482
BN, códice 3675, fl. 25.
242
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
483
BN, códice 3675, fl. 10-11.
243
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
3.2.5.2.1.5. Conclusão
484
A palavra «forteficador» encontra-se riscada.
485
BN, códice 3675, fls. 10-13.
244
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
486
Rafael Moreira, «A arquitectura militar do renascimento em Portugal», pág. 289-290.
487
Citações retiradas de Rafael Moreia, «Um tratado português de arquitectura do século XVI. 1576-
1579», pág. 389-390.
245
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
246
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
problemática das cidades fortificadas nos seus modelos ideais, algo muito
tido em conta neste tipo de escritos.
Num plano mais genérico, estão também ausentes todas as questões
especulativas e estilísticas respeitantes à arquitectura quinhentista e
sintetizadas na problemática da ordem arquitectónica como definidora
estrutural e mesmo decorativa do edifício bem como, a título de exemplo,
nenhuma referência existe em relação ao característico rusticado típico das
estruturas defensivas – algo ainda mais estranho quando toda esta
informação estava disponível nos textos italianos consultados, quer em
Cataneo, quer em Serlio.
247
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
248
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
490
Palavra que substitui texto riscado, inserta ao lado direito.
249
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
sey não saber nada, senão uer os engenhos dos Portugueses, 491 tão claros
e sutis quanto pode ser no extremo grao) andare botos por falta de liuros
desta arte compostos no idioma, e lingoaje Portugues, E a altura hé q
puderaa ser q este atriuimento meu de por 492 esta obra na praça (onde
huns reprehedem, outros mofão, e os discretos encobrem faltas, e cõ
palauras uirtuosas desculpao erros) occasião de outros escreuere, e
diulgare suas obras, das quaes, não tão somente (tenho pera mim)
resultaraa muito proueito a nação Portuguesa, mas tambe as estrangeiras.
E pois assi he e o prinçipal zello q me forçou a escreuer, foy pera proueito
cõmum, peço ao mordaz reprima a lingoa, e a applique a boa parte pera
cõ a aiuda do alto e immeso sor e fauor dos studiosos poder tirar a lux
outra obra q trago antre as mãos, que creo, não seraa menos proueitosa q
esta, aos q quisere cõ studo espicular a operação della, e não as mal
limadas palauras minhas».
250
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
493
Rafael Moreira, «Um tratado português de arquitectura do século XVI. 1576-1579», pág. 393.
251
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
494
Uma das proposições fora da sequência, entre a proposição 7 e a proposição 8.
495
Vitruvio, I Dieci Libri dell’Architettura. Tradotti e commentati da Daniele Barbaro, fol. 349.
252
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
253
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
498
Riscada a palavra «maior».
254
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
255
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
256
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
3.2.5.2.2.4. Conclusão
257
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
3.2.5.3.1. Introdução
499
BN, códice 12956. O manuscrito encontra-se assinado e datado: «Gomes Freyre. Paris, 26 de
Setembro 1814» e por António de Sousa Falcão em Lisboa, a 26 de Janeiro de 1834. Outras informações
em A ciência do Desenho. A ilustração na Colecção de Códices da Biblioteca Nacional, pág. 88.
500
Paulo Varela Gomes, Arquitectura, Religião e Política em Portugal no século XVII..., pág. 206.
258
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Para o Toscano, Vignola refere que a coluna sem pedestal deve ter
dezassete partes e meia, uma delas será o módulo e cada módulo deve ser
501
Filippo Terzi, «Manual de Arquitectura», fls. 5vº-9vº.
259
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
260
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
502
Cfr. Vignola, Breve tratado das cinco ordens de arquitectura, pág. 94, segundo a tradução comentada
de José da Costa Sequeira.
261
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
262
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
503
Usamos como referência para o tratado de Vignola a numeração da edição francesa do arquitecto
Leveil.
263
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
504
Contam-se cinco filhos, Luís, Tomás, Antónia, Maria e Filipa. Um resumo da biografia de Lavanha
encontra-se em António Paulo Ubieto Artur, «Aportações à biografia de João Baptista Lavanha», Revista
da Universidade de Coimbra, pág. 396-397.
505
BNM, Cartas de D. Juan da Silva, códice nº 6198, fl. 28. Inédito.
264
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
506
Publicado por Avelino Teixeira da Mota, «Os regimentos do cosmografo-mor de 1559 e 1592 e as
origens do ensino náutico em Portugal», pág. 63.
507
Sobre este assunto veja-se António Paulo Ubieto Artur, «Aportações à biografia de João Baptista
Lavanha», pág. 400-401 e 404.
265
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
508
Teixeira da Mota, «Os regimentos do cosmografo-mor de 1559 e 1592 e as origens do ensino náutico
em Portugal», pág. 13-14.
509
Cfr. Teixeira da Mota, «Os regimentos do cosmografo-mor de 1559 e 1592 e as origens do ensino
náutico em Portugal», pág. 44.
266
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Entre 1599 e 1618 está de novo fora do país. Volta a Madrid, realiza
uma viagem à Flandres com o objectivo de recolher informações e realizar
510
Publicado em Teixeira da Mota, «Os regimentos do cosmografo-mor de 1559 e 1592 e as origens do
ensino náutico em Portugal», pág. 32-33.
511
Cfr. Teixeira da Mota, «Os regimentos do cosmografo-mor de 1559 e 1592 e as origens do ensino
náutico em Portugal», pág. 68.
512
Veja-se Teixeira da Mota, «Os regimentos do cosmografo-mor de 1559 e 1592 e as origens do ensino
náutico em Portugal», pág. 30-31.
267
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
513
Consulte-se António Paulo Ubieto Artur, «Aportações à biografia de João Baptista Lavanha», pág.
401-402.
514
Sobre este trabalho consulte-se George Kubler, A arquitectura portuguesa chã..., pág. 112-116.
268
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
269
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
516
Cfr. Francisco Contente Domingues, «Experiência e Conhecimento na construção naval portuguesa do
século XVI: os tratados de Fernando Oliveira», pág. 362.
517
Excerto da Ars Nautica citado em Francisco Contente Domingues, «Experiência e Conhecimento na
construção naval portuguesa do século XVI: os tratados de Fernando Oliveira», pág. 358.
518
Francisco Contente Domingues, «Experiência e Conhecimento na construção naval portuguesa do
século XVI: os tratados de Fernando Oliveira», pág. 360.
270
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
271
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
521
João da Gama Pimentel Barata, «O Livro Primeiro da Architectura Naval, de João Baptista Lavanha»,
pág. 223.
522
Todas as citações são retiradas da transcrição de João da Gama Pimentel Barata, «O Livro Primeiro da
Architectura Naval, de João Baptista Lavanha», pág. 264-270.
272
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
273
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
274
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
275
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
276
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
525
Os autores são, de forma evidente, os tradutores e comentadores de Vitrúvio como Cesar Cesariano,
Danielle Barbaro ou o francês Philander a par dos tratadistas Alberti, Serlio, Labacco, Pietro Cataneo,
Palladio, Vignola, Delorme e Jacques Androuet du Cerceau.
277
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
278
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
279
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
3.2.5.4.5. Conclusão
280
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
3.2.5.5.1. Introdução
526
BN, códice 946. Aparece já referenciado em Rafael Moreira, «Tratados de arquitectura», Dicionário
de Arte Barroca, pág. 492.
527
Mateus do Couto, Tractado de architectura que leo o mestre e archito Mattheus do Couto o velho no
anno de 1631, fl. 70.
528
No campo puramente especulativo, uma das explicações poderá relacionar-se, directamente, com a
própria docência e organização das lições apresentadas.
529
Publicado por Rui Carita, O regimento de fortificação de D. Sebastião..., pág. 131.
281
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Livro I
Cap 1º 531
Cap 2º - Em q se define que couza he Architectura
Cap 3º - Que partes deue ter o Architecto
Cap 4º - Em q se declara que couza he edificar e que couza seja edificio
Cap 5º - Qual deue ser o sitio para edificar Cidades, villas, ou lugares ; e
porque indícios conheceremos sua bondade
Cap 6º - Como as Colunas são os principaes ornatos dos edificios
Cap 7º - Sobre a Coluna Toscana
Cap 8º - As ordem Dorica
Cap 9º - Que trata da occazião q houue para inuentarem os Triglifos, e as
Gottas, e esculturas dos Frizo
Cap 10º - Da ordem Ionica
Cap 11º - Da ordem Corinthia
Cap 12º - Da ordem Composita
Cap 13º - De alguas aduertencias sobre estes cinco generos
Cap 14º - Sobre as grossuras das paredes dos Templos e mais edificios e
alturas
Livro II
282
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Livro III
Livro IV
532
Este capítulo não existe.
283
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
533
Rafael Moreira, «Arquitectura», pág. 492 considera que Mateus do Couto utiliza a tradução albertiana
castelhana, concretamente «Los Diez Libros de Arquitectura», publicada em Madrid no ano de 1582.
284
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
285
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
286
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
287
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
540
Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fl. 30.
541
Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fl. 32.
542
Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fl. 35.
288
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
289
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
545
Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fl. 40.
546
Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fl. 41.
547
Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fls. 44-45.
290
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
291
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
que são menos sadios, neste cazo sou de parecer que os façamos altos
porque o ar que entrar primeiro quebre a sua furia nas paredes oppostas a
essas Ianellas, que sempre deuem de ter mais altura, que a largura e a
menos deue ser a diagonal». Estas considerações acerca da salubridade
abarcam não só a crítica aos «vapores pestilenciais» que se formam nos
espaços fechados – fazendo uso demonstrativo de algumas histórias
recolhidas por Alberti – como ao excesso de exposição ao calor, prejudicial
ao homem e ao edifício: «O sol cria todas as couzas nisto não há duuida, e
onde elle não entra me parece a mim que não pode hauer saude perfeita:
Tambem hauemos de considerar que aonde elle aquenta demaziadamente,
tambem falta a mesma saude» 548.
548
Veja-se Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fls. 49-51.
549
Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fls. 51-53.
550
Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fls. 53-54.
292
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
293
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
294
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
295
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
296
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
559
Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fls. 72-73.
560
Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fl. 73.
561
Consulte-se Mateus do Couto, Tractado de architectura..., fls. 42-44.
297
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
298
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
3.2.5.5.6. Conclusão
299
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
300
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
566
Esta nota foi já publicada em Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo III, pág. 233-234.
301
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
302
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
567
Rafael Moreira, «Tratados de arquitectura», pág. 492.
303
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
304
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
571
Gaspar Coelho foi já objecto de um cuidado estudo científico por parte de Carla Gonçalves, A obra do
escultor e ensamblador maneirista Gastar Coelho «mestre que foy desta arte principal nestes tempos,
neste Reyno».
572
Francisco Ferreira Neves, «D. Brites de Lara e Meneses, fundadora e padroeira do Convento de Nossa
Senhora do Carmo, em Aveiro», Arquivo Distrital de Aveiro, pág. 230.
573
Sobre esta obra veja-se capítulo neste trabalho.
305
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
574
Diogo Barbosa Machado, Bibliotheca Lusitana, Tomo III, pág. 624.
575
Manuel Inácio Pestana, «Pero Vaz Pereira, arquitecto seiscentista de Portalegre. Tentativa cronológica
e questões a propósito», A Cidade. Revista Cultural de Portalere, pág.154.
306
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
576
ACB, Manuscrito 137, fls.303-303vº. Publicado por José Teixeira, O Paço Ducal de Vila Viçosa, pág.
86.
577
ANTT, Chancelaria da Ordem de Cristo, livº 36, fl. 301vº. Publicado por Sousa Viterbo,
Dicionário..., Vol. II, pág. 249.
307
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Sé de Elvas
308
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
alvo e negro e de primorosa execução: «Ouue no ditto thesro tres mil r’s de
q S: exª lhe fez me pra fazer hua chumine nas suas Cazas per pertarija do
Secretro» – 29 de Outubro de 1611 582. Partindo do sistema tradicional, com
um friso de mármore negro, inclui o brasão dos Bragança emoldurado por
quadratura marmórea ladeada por volutas e fogaréus e remate superior
concheado.
Pero Vaz estendeu o seu trabalho por toda a região. Perto de Évora, a
igreja de Santa Maria de Machede – do árabe «madchas» que significa
lugar santo – foi edificada no período manuelino e sagrada em 1521,
segundo lavra a inscrição do portal axial 584. A 17 de Maio de 1604 585 era
contratado o mestre Pedro Francisco para reconstruir integralmente a igreja
segundo o «rascumho e modello feito por pero vaz pereira arqujteto do
duque de barguamsa».
582
ACB, Livro das Mercês de D. Teodósio II, ms. 133, fl. 303. José Teixeira, O Paço Ducal..., pág. 86.
583
Proposta de Vítor Serrão, História da Arte em Portugal. O Renascimento e o Maneirismo, pág. 270.
584
Cfr. Inventário Artístico de Portugal. Concelho de Évora, pág. 376-377. A inscrição do portal da
igreja inclui algumas incorrecções cronológicas tomando a data de fundação 1221, quando na realidade se
deu em 1521 e apontando 1624 para a reconstrução quando a data acertada é em 1604, segundo prova
cabalmente o contrato.
585
ADE, Cartório Notarial de Évora, Livro 349, fls. 8-10. Citado mas não publicado em Túlio Espanca,
«Nova Miscelânea», A Cidade de Évora, pág. 105.
309
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Em Vila Viçosa, Pero Vaz Pereira trabalhou foi durante alguns anos
irmão da Misericórdia e chegou a projectar para a edilidade a designada
«Fonte Grande» da vila alentejana construída por Pedro Álvares Moniz,
uma espécie de estrutura em «loggia» formada por quatro colunas.
A 19 de Dezembro de 1618 586, nas casas da câmara «pareseo
presente pº allures monis mestre das obras do comvemto do mestrado do
comvemto davis mor na villa destremos e dise q comforme a arematasão q
tinha feito diamte dele dito juiz e vreadores da obra da fomte desta vila» se
comprometia a seguir a «trasa e modello de po vaz e apomtamentos q o dito
po vaz deu». A fábrica minuciosamente descrita pelas notas do «arquiteteco
das obras do do duque nosõr» teria em conta os moldes por este realizados
e contava com duas fazes – os trabalhos de cota negativa, que teriam de
estar concluídos até Junho de 1619 e o assentamento da obra de pedraria da
fonte até ao mês de Outubro do dito ano.
586
ADE, Cartório de Vila Viçosa, Livro 63, fls. 96-106vº. Citado mas não publicado em Túlio Espanca,
«Nova Miscelânea», pág. 106.
587
Cfr. Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Portalegre, pág. 71.
588
Segundo Vitorino d’Almada, Elementos para um dicionário de geografia e história portuguesa –
Concelho de Alvas, Tomo II, pág. 61, citado em Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Portalegre,
pág. 70.
310
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
A Persistência da Memória:
o modelo nacional da
«igreja-salão»
311
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
312
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
313
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
590
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 31.
591
Horta Correia, Arquitectura Portuguesa..., pág. 50.
314
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
592
Fernando Marías, El largo siglo XVI..., pág. 111.
593
Antonio Bonet Correa, Figuras, modelos e imágines en los tratadistas españoles, pág. 108.
594
Veja-se Fernando Marías, El largo siglo XVI..., pág. 139-140.
315
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
595
Cfr. Bonet Correa, Figuras, modelos e imágenes..., pág. 111.
596
Bonet Correa, Figuras, modelos e imágenes..., pág. 125.
316
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
597
Paulo Pereira, «A ‘traça’ como único princípio – reflexão acerca da permanência do Gótico na Cultura
Arquitectónica dos Séculos XVI e XVII», pág. 198.
598
Consulte-se Horta Correia, Arquitectura Portuguesa..., pág. 42-46.
317
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
599
Cfr. Rafael Moreira, «Arquitectura: renascimento e classicismo», pág. 357.
600
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 35. A excepção á regra é São Pedro de
Alaejos, na província de Valhadolid.
601
Esta posição é já avançada por Horta Correia e assumida na totalidade por Rafael Moreira,
«Arquitectura: renascimento e classicismo», pág. 356.
318
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
319
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
604
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo III, pág. 136-137.
605
Consulte-se Rodrigues Mourinho, A catedral de Miranda do Douro, pág. 9-14.
606
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo III, pág. 170-171.
320
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
quaes pagarão pelos preços que se comumete vederem na tera», bem como
«lhe sejão dadas a ele e aos hoficiaes que na dita obra trabalharem casas
daluguer, em que se posam agasalhar». Francisco Velasques era natural da
cidade de Toro e encontrava-se ligado a uma importante família de mestres
de pedraria dessa região, documentado a partir da década de 40 607. Se em
1566 era sagrado o altar-mor da catedral, em 1572 o mestre de pedraria
surge como autor de um projecto para a reforma de São Salvador de Grijó,
perto da cidade do Porto. Todavia, não abandonou a empreitada pois vem a
falecer e a ser sepultado em Miranda do Douro no ano de 1576.
607
Cfr. Carlos Ruão, A Arquitectura Maneirista..., pág. 239.
608
BN, 14 Tomos das obras do Senhor Manuel Severim de Faria, códice 7642, fls. 221-222. Destaca-se
ainda o sacrário do altar-mor onde se conservam relíquias oferecidas pela rainha D. Catarina.
609
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 40-41.
321
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
4.4.2. Sé de Portalegre
610
Consulte-se Manuel Inácio Pestana, «Pero Vaz Pereira, arquitecto seiscentista de Portalegre. Tentativa
cronológica e questões a propósito», pág. 155.
611
Cfr. Carla Alexandra Gonçalves, A obra do escultor e ensamblador maneirista Gastar Coelho, pág.
32.
612
Cfr. George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 39.
322
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
A fachada foi já relacionada por Paulo Varela Gomes 613 com um dos
projectos de Rafael para o revestimento frontal de São Pedro de Roma de
1518, reproduzido no Livro IV de Sebastiano Serlio, editado pela primeira
vez em 1547. De facto, dos três modelos edificados é a mais legível em
termos modernos incorporando, tal como em Miranda do Douro, duas
torres avançadas à fachada. O anacronismo gótico é, contudo, visível na
desproporção do sistema pilastral-contraforte e em todo o peso dos alçados
laterais. No interior, os cinco tramos apresentam um modelo mais
elaborado e goticizante de abobadamento mas as capelas laterais da nave e
a capela-mor introduzem já abóbadas de caixotões maneiristas,
profusamente decoradas com elementos geométricos, obra certamente
posterior à década de 70. Inclui ainda uma cúpula hemisférica
correspondendo ao tramo central do transepto.
4.4.3. Sé de Leiria
613
Paulo Varela Gomes, «As Fachadas de Igrejas Alentejanas entre o Século XVI e XVIII», Penélope,
pág. 25.
614
ANTT, Corpo Cronológico, parte 1ª, maço 86, doc. 90. Publicado em Sousa Viterbo, Dicionário...,
Tomo II, pág. XX-XXI.
323
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
que tem dos edificios do Senhor Deos, ao qual praza asi por esta obra
como por todas as outras tam santas que faaz lhe dar muita vida e saude e
em fim a sua gloria amen».
Deste modo, pedia o bispo ao monarca que se tratasse com
celeridade dos «debuxos do alto» e dos «apontamentos» da fábrica, depois
de ter sido aprovada a planta. O frade, que se queixava da velhice que o
limitava no seguimento dos trabalhos não assistiu certamente a grandes
progressos, na medida em que renunciará ao cargo, sendo substituído por
D. Gaspar do Casal (1557-1579), época fulcral no avanço do projecto
aprovado anteriormente. Não obstante, deixou certamente prontos os
alicerces da obra, dado o rápido avanço da empreitada pelas décadas de 60
e 70 tendo sido Leiria o primeiro dos novos templos a ficar concluído na
sua generalidade.
324
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
616
Luciano Coelho Cristino, «A igreja de Santo Agostinho de Leiria», pág. 13.
617
Consulte-se Saúl António Gomes, «Oficinas artísticas no bispado de Leiria nos séculos XV a XVIII»,
Actas do VI Simpósio luso-espanhol de História da Arte, pág. 252-254.
325
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
que foi incluído numa altura em que a igreja estaria ainda em condições de
modificar a sua tipologia – refira-se que o duplo-quadrado apenas se
consubstancia quando se prolonga dimensionalmente pelo meio das capelas
maior e co-laterais.
Esta modificação poderá ter sido introduzida depois da chegada de
Trento de frei Gaspar do Casal em 1564. Referimo-nos à marcação do
transepto com um tramo de cinco abobadamentos – onde os dois cantos
repetem as proporções da nave central – e à capela-mor e respectivas
capelas laterais, marcadas por uma linguagem claramente distinta quer em
termos estéticos quer no seu modelo. Sabe-se que o tramo central do
transepto inclui a data de 1571 o que pode apontar para a cronologia
intermédia da aplicação do novo remate do templo.
326
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
618
Horta Correia, Arquitectura Portuguesa..., pág. 50. O mesmo autor inclui dentro dos modelos
regionais a tipologia da igreja de três naves com quatro e cinco tramos sem transepto como a igrejas de
Santa Maria da Graça de Setúbal e Santa Catarina dos Livreiros de Lisboa.
619
Cfr. Reinaldo dos Santos, «Miguel de Arruda e a igreja de Santo Antão», A Cidade de Évora, pág. 5.
327
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
couas pera tirar a dita area ele as mandara tapar a sua custa» 620. O
templo foi sagrado em 1563 mas apenas cinco anos depois foi
profundamente danificado por um abalo de terra, obrigando à reconstrução
até 1577 do abobadamento sob a supervisão do mestre de pedraria Brás
Godinho 621.
620
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo II, pág. 308.
621
Inventário Artístico de Portugal. Cidade de Évora, pág. 208.
622
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo II, pág. 309.
623
Cfr. George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 41.
624
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 497-498.
328
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
outra obra nem seruiço algum os oficiaes e seruidores que na obra da dita
igreja trabalharem nem nos que trouxer na dita vila dEstremoz no careto,
llauramento e arranco da pedraria, que se laurar pera a dita obra, nem as
caretas que nela seruirem, antes lhe serão dadas da dita vila de Veyros
cada vez que as pedir as caretas que mais ouer mister e lhe forem
necesarias pera seruiço da dita obra paguandoas elle pelo preço da terra»
e pedindo aos responsáveis camarários que ponham à disposição do mestre
pedreiro tudo o que for necessário para a fábrica. A data de 1595, esculpida
sobre o arco da capela-mor, deverá coincidir com a conclusão da obra.
625
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 437-439.
626
Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Évora, pág. 75.
627
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 43.
329
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
628
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 43.
629
Geroge Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 43.
630
Citado em George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 34.
330
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
631
Vítor Serrão, Santarém, pág. 63-64.
331
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
5.6. Conclusão
*
Todavia, duas questões relacionadas com a «igreja-salão» merecem
ser objecto de análise crítica – a tese kubleriana que relaciona directamente
o Escorial e as «igrejas-salão» portuguesas, bem como os seus mentores, e
o suposto abandono ou regressão das «ideias clássicas» nos últimos anos do
período joanino.
Kubler declarou que «o equivalente das igrejas-salão é o Escorial» e
apontava Portugal como pioneiro na prática do «estilo desornamentado». A
332
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
632
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 44.
333
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
aclássico» 633 e Rafael Moreira, indo mais longe, afirmava que o «estilo
chão» tornado vivo através desta tipologia «representa a nacionalização do
classicismo» considerando, ao mesmo tempo, que Miguel de Arruda – a
principal figura por detrás da sua prática – «não compreendia o clássico
como valor absoluto». Pretende ver esta tipologia como uma «arte nua e
avessa a experiências vanguardistas, em clara reacção contra as modas
estrangeiras: um estilo que se pretende inserido numa tradição nacional em
vez de em ruptura com ela, embora não hesitasse em se apropriar quanto
queria das soluções clássicas» 634.
Exposto desta forma, este raciocínio só faz sentido se, por um lado, a
tipologia gótico-manuelina tivesse sido preterida em favor dos modelos
«clássicos» e, posteriormente a uma tomada de consciência do «clássico»,
se voltasse atrás num movimento também ele consciente e reactivo. Ora,
esta posição é uma impossibilidade na medida em que a nova arquitectura
de raiz italiana é na década de 40, a todos os títulos, ainda experimental e
periférica, não entendida na sua totalidade nem praticada de forma
generalizada – os modelos mais disponíveis seriam a igreja da Graça de
Évora, porventura Nossa Senhora da Conceição de Tomar ou a igreja
colegial da Graça de Coimbra, estes últimos apenas concluídos na década
de 50, portanto, posteriores à opção pela «igreja-salão». Muito dificilmente
se pode observar uma consciência «classicista» partindo dos exemplos
realmente edificados neste período. Atrevemo-nos a dizer que nenhum
destes modelos alcançados pelos mestres construtores à época podia
satisfizer as exigências de monumentalidade e dignidade – e por extensão,
de «gosto» – da Corte joanina para as novas catedrais.
Todavia, é muito importante não confundir a prática da arquitectura
renascentista com duas outras ideias já plenamente visíveis nos finais do
período joanino: a prática do «debuxo» e a consciência do paradigma
vitruviano incorporado na «figura do arquitecto», fruto do ambiente
humanista. Nenhum destes factores é condicionador da consciência tardia
da arquitectura de pendor «classicista» em Portugal.
*
Esta argumentação não procura, contudo, branquear a importância e
o sucesso da «igreja-salão» entre as décadas de 40 a 70. A sua fortuna é
bem visível durante este período e, claramente, esta tipologia é a preferida
no ambiente cortesão dos finais do período joanino e durante o período
sebástico. Deve igualmente ressalvar-se a especificidade do modelo
português na sua evolução e a sua originalidade. Portugal encontrou na re-
invenção da «igreja-salão» uma tipologia arquitectónica que possibilitava
633
Horta Correia, Arquitectura Portuguesa..., pág. 46.
634
Cfr. Rafael Moreira, «Arquitectura: renascimento e classicismo», pág. 356-357.
334
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
335
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
336
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
-Reforma e a
Arquitectura
337
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
338
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
339
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
637
Anthony Blunt, La teoria de las artes..., pág. 139.
638
Sobre este assunto veja-se Michael Mullett, A Contra-Reforma, pág. 42-44.
340
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
341
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
342
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
643
Citado em Renacimiento en Europa..., pág. 458.
644
Cfr. Julius Schlosser, La literatura…, pág. 368.
645
Anthony Blunt, La teoria de las artes en Italia..., pág. 124.
646
Arnold Hauser, História Social da Arte e da Cultura, Vol. III, pág. 167.
343
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
344
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
648
Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 2.
649
Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 4.
650
Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 6-7. Avisa-se ainda que ao construir-se qualquer templo, seja de
uma igreja ou catedral se deve atender primeiro à planta longitudinal mas «quando, por conselho do
arquitecto, o local exige outra forma de edifício que não possa ser assim, então que a estrutura da igreja
se faça de acordo com o modo prescrito por ele, depois de comprovado pelo juízo do bispo».
651
Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 7-8.
345
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
652
Cfr. Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 4.
653
Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 8.
654
Não deixa de referir às directivas imagéticas quando afirma que «agora, por decreto tridentino e pelas
constituições provinciais o bispo deve ter cuidado acerca das imagens sacras que pia e religiosamente
devem reproduzir-se, como também se propõe uma grave pena ou multa aos pintores e escultores para
que não se afastem das regras prescritas ao reproduzir aquelas coisas». Cfr. Carlo Borromeo,
Instrucciones..., pág. 38-39.
655
Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 11-12.
346
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
No que diz respeito ao interior, a este se deve aceder por três portas,
se a magnitude da planta o permitir, e numa igreja de cruz latina deve
compor-se por nave com capela-mor que «deve erguer-se na cabeça da
igreja em local mais elevado axialmente à porta principal» e que «a parte
posterior se oriente em linha recta a Oriente» ou então a Sul, caso seja de
todo impossível, destacando-se da nave com o elevar do pavimento 656.
No caso de ser «mester edificar numerosos altares e a igreja
construída em forma de cruz, que conste de ábside e tenha duas delas
como braços, pelo que um e outro braço serão locais aptamente
convenientes para se edificar altares, ao lado direito e ao lado esquerdo,
se houver espaço, de acordo com a medida da latitude abaixo
determinada». Assim, toda a igreja, seja de uma ou de três naves, deve
incluir uma capela-mor destacada e elevada em relação ao resto do corpo
do templo e «construir-se outras capelas com altares, para além dos dois
que se situam nos braços, e poderão edificar-se ao longo, de um e outro
lado da nave; a não ser que estejam demasiado próximas das que estão nos
braços, cada uma dessas capelas, do lado direito ou do lado esquerdo,
deve edificar-se de tal forma que onde haja mais do que uma nave, estejam
a meio da nave em cujo extremo se encontram. Mas se a igreja for de uma
só nave, construa-se ao centro do espaço entre a capela-mor e o ângulo da
igreja, de tal forma que diste da capela-mor pelo menos dois codos, a não
ser que o tipo de edifício exija um espaço maior por causa da gravidade da
carga que sustém e a forma da planta» 657. Refere ainda a necessidade de o
coro se encontrar fechado e isolado dos fiéis.
656
Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 15-16.
657
Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 21.
658
Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 85-86 e 91-111.
347
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
659
Carlo Borromeo, Instrucciones..., pág. 113.
660
Julius Schlosser, La literatura artistica..., pág. 369.
661
A edição de 1554 inclui apenas os primeiros quatro livros, sendo o livro terceiro mais reduzido, não
tratando dos templos antigos mas apenas do templo cristão.
348
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
O seu tratado na sua versão de 1567 inclui oito tomos reunindo toda
a tradição teórica italiana da época. Podemos dividir o seu texto em dois
grupos distintos: as propostas teóricas e ideais acerca da cidade, do palácio
e do templo cristão bem como do seu ornamento, e as questões práticas,
quer as relacionadas com os materiais de construção quer as que atendem
ao desenho arquitectónico.
662
Dora Wiebenson, Los tratados de arquitectura..., pág. 71-73.
349
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Começa por afirmar que o povo cristão deve «meter todo o esforço e
indústria na magnificência, riqueza e nas boas proporções dos templos»
pois, se os Romanos e Gregos e outros povos apostaram nestas condições
para glorificar os seus deuses, maior dever e responsabilidade têm os
cristãos, «tendo conhecido a verdadeira luz», tratar dos seus templos como
comemoração de Jesus Cristo. É no Capítulo XIII que o autor discorre
sobre «como o principal templo da cidade, querendo conservar o decoro
da religião cristã convém fazer-se de cruz, à semelhança de um corpo
humano bem proporcionado»: «Embora os antigos atribuíssem ao
principal templo da cidade forma tetragonal, quadrada, circular, oval,
octangular (...) temos para nós Cristãos, morto o filho de Deus sobre a
cruz, depois de tal morte, para comemoração da nossa redenção, querendo
conservar o decoro da religião cristã, convém e sempre em nosso débito
convirá também em forma de cruz fabricar o principal templo da cidade».
663
Pietro Cataneo, L’Architettura, fls. 74-75.
350
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
664
Cfr. George Kubler, A arquitectura portuguesa chã..., pág. 59.
665
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios jesuítas de Portugal: 1542-1754, pág. 883.
666
Citado em Arquitectura del Renacimiento en España. 1488-1599, pág. 349.
351
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
667
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., pág. 884.
668
Paulo Pereira, «A Arquitectura Jesuíta. Primeiras Fundações», Oceanos, pág. 104.
352
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
353
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
670
Giulio Carlo Argan, Renacimento y Barroco..., Vol. 2, pág. 252.
671
Cfr. Pevsner, Breve historia de la arquitectura europea, pág. 203.
354
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
672
Recorde-se que D. João III tinha já restaurado em Portugal uma das mais importantes e aterradoras
armas da Contra-Reforma, o Tribunal do Santo Ofício, em 1536. O cardeal-infante D. Henrique será a
personalidade central ligada à sua instalação a partir de 1541 nas mais importantes cidades portuguesas.
673
Veríssimo Serrão, História de Portugal, vol. IV, pág. 288-290.
674
Para um resumo do impacto da Contra-Reforma em Portugal consulte-se Maria de Lurdes Fernandes,
«Da reforma da Igreja à reforma dos cristãos: reformas, pastoral e espiritualidades», História Religiosa de
Portugal, Vol. 2, pág. 25-38.
355
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
356
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
676
Cfr. Flávio Gonçalves, História da Arte. Iconografia e Crítica, pág. 115.
677
Flávio Gonçalves, História da Arte. Iconografia..., pág. 123-126.
678
Vítor Serrão, A pintura maneirista em Portugal, pág. 114-115.
679
Flávio Gonçalves citado em Vítor Serrão, A pintura maneirista..., pág. 115.
357
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
680
Citado por João Francisco Marques, «As formas e os sentidos», História Religiosa de Portugal, Vol.
II, pág. 467-468.
681
Sobre Mateus do Couto veja-se capítulo neste trabalho.
358
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
359
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
682
Para além do interesse das respectivas instituições no restrito controlo das obras que edificavam,
existiam outras razões para a abundância de religiosos a praticar e mesmo teorizar acerca da arquitectura.
Uma delas foi sagazmente apontada por Lorenzo de San Nicolás no seu Arte y uso de Arquitectura,
publicado entre 1633-1664, e resultava do facto de disporem de tempo e comodidade para estudar, bem
como de livros. Esta situação é bem visível em Portugal onde as maiores livrarias de literatura artística se
ligam a instituições religiosas.
683
Foi um dos importantes professores da «Aula de Esfera» mas aparece igualmente documentado, não
como arquitecto, mas como supervisor de obras. Até 1607 teve a seu cargo a fábrica de Monte Olivete,
sendo à altura substituído pelo arquitecto Baltasar Álvares, e com a morte de Silvestre Jorge, aparece-nos
ligado ao colégio de Coimbra.
684
É o substituto do padre João Delgado e, contrariamente a este, tinha uma sólida formação artística
tendo riscado em 1605 o retábulo da Capela da Universidade de Coimbra. Veja-se Lopes de Almeida,
Artes e ofícios em documentos da Universidade, Vol. 1, pág. 33-34.
685
Biografado em primeira mão por Fausto Sanches Martins.
360
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
*
Dois modelos de «church-box»: igrejas do Espírito Santo de Évora e
São Roque de Lisboa.
361
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Antonio Alluarez pedir e ouuer mister pera com seus oficios e misteres
seruirem nas ditas obras e os que nela trouxer ocupados asi no aranco e
careto da pedraria e alluenaria que se pera as ditas obras arrancar e
acaretar lhe não serão tomados nem apenados pera outra obra nem
seruiço allguu nem lhe serão tomadas as caretas que nas ditas obras
seruirem».
362
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
363
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
luego manda dar 250$000 cada mes para la obra de la Iglesia, y para se
continuar el quarto que se haze al Architecto del Rey que haze estos
desseños, alabo el Padre Luiz el de la Iglesia dessa casa, desea verlo,
diximos le que lo pidiriamos, y por que lleva muchas vezes trabajo en
muchas cosas holgaríamos demostrarle gratitud en esta, si pareciesse a V.
P.».
Partindo desta fonte romana, Fausto Sanches Martins correctamente
concluiu – com consequências que não deixaram de causar algum espanto
pela sua absoluta novidade – que a planta inicial da igreja só poderia ter
sido riscada por Diogo de Torralva. Miguel de Arruda tinha falecido à três
anos, Torralva estava encarregado da emblemática obra tomarense e era, à
altura, «Mestre de Obras da Comarca do Alentejo» (1548-1566). Não
obstante, pouco ou nada deve ter observado o mestre português dado que
em Setembro desse mesmo ano era já falecido. A cerimónia oficial de
colocação da primeira pedra realizou-se a 4 de Outubro de 1567.
Como é apanágio em qualquer obra construtiva da época, em 1569
D. Henrique «ha ordenado com que nuestra iglesia se hagua com mucho
calor y mudado algunas cosas en la traça que tienen aora mas a preposito
nuestro» 699. Não deve entender-se que tenham sido impostas grandes
alterações ao risco inicial mas, em boa verdade, mudanças de pormenor
para aconchegar o edifício ao «modo nostro» tão caro aos jesuítas, como o
documento assim o indica.
699
Segundo carta do padre Serrão ao Geral romano, publicada em Sanches Martins, A arquitectura dos
primeiros colégios..., Vol. 2, pág. 51.
700
ADE, Cartório Notarial de Évora, Livro 178, fls. 88-90vº. Citado em Túlio Espanca, «Nova
Miscelânea», A Cidade de Évora, pág. 100. Leitura nossa.
701
Jerónimo Torres foi o construtor do contíguo Colégio da Purificação, segundo contrato redigido no
ano de 1577, «comforme a traça que Sua Alteza lhe te dado», obra que ainda se fazia pelo ano de 1582 e
pela qual recebera até aí 55.000 reais. Cfr. Túlio Espanca, «Nova Miscelânea», pág. 101.
702
Cfr. Fausto Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 230.
364
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
365
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
366
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
711
Cfr. Paulo Pereira, «A Arquitectura Jesuíta. Primeiras Fundações», pág. 107.
712
Cita-se o cronista anónimo da primeira metade do século XVIII, que segue quase literalmente o
cronista Baltasar Telles, segundo o texto publicado em História dos Mosteiros, Conventos e Casas
Religiosas da Cidade de Lisbôa, Vol. 1, pág. 220-221.
367
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
368
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Por sua vez, a 4 de Maio de 1569 717 escrevia para Roma o padre
Manuel Godinho, falando na qualidade de quem concorreu para a dita
mudança da planimetria e explicando-se: «Porque mi intento solamente
fué, ny el ánimo se me pudiera estender a más, que mudarse y cesar del
intento que se llevava de la iglesia ser de tres naves con sus pilares,
supuesto que de lo hecho en ella se no tenía deshazer cosa de importancia,
como a la verdad no fuera necesario, si del modo que la capilla maior
llevava se uvieron contentado, como el Provincial y Padres con el
architecto en principio asentaron hazerse y proceder la obra. Pero poco
después, por les descontentar el modo de la capilla mayor, que llevava dos
pilares mui gruesos y quatro arcos que dél nascían, dos uno de cada lado
para lo ancho de la iglesia, y los otros dos que venían a fechar en la
capilla mayor, juzgó el architecto, y pareció bien a todos, ser mui mejor y
más provechoso escusar aquellos dos pilares, en que aun no estava hecho
más de hasta diez palmos en alto, y darse otra forma a la capilla. Y con
este asiento se puso el arquitecto con orden del cardenal a rehazer la traça
que la iglesia llevava, reduziéndola a ser de una nave, para lo qual se vino
a resolver en ella ser necesario no deverse tener cuenta con lo hecho de
nuevo en las capillas, y perderse antes da hechura, especialmente porque,
estimándose lo que en ello se podría perder, que podría ser como hasta
600 cruzados, com la guanancia desta mudança de la obra para una nave
se aforravan aún más de dos mil cruzados, porque todos los materiales
buelvem a servir, acomodándose un poco algunos de los cantos o pedraría,
para com la demás, en que no se toca, venga toda a aprovecharse. Y asy
717
Publicada por Paulo F. Santos, «Contribuição ao estudo da arquitectura da Companhia de Jesus em
Portugal e no Brasil», pág. 520.
369
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
718
Carta publicada por Paulo F. Santos, «Contribuição ao estudo da arquitectura da Companhia de Jesus
em Portugal e no Brasil», pág. 521-522.
719
Missivas do Geral aos padres Miguel de Torres e Luís Gonçalves da Câmara. Cfr. Paulo F. Santos,
«Contribuição ao estudo da arquitectura da Companhia de Jesus em Portugal e no Brasil», pág. 522-523.
370
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
720
Francisco Dias era o «mestre de obras», embora tenha ingressado na Companhia de Jesus como
«architectus». Cfr. Paulo F. Santos, «Contribuição ao estudo da arquitectura da Companhia de Jesus em
Portugal e no Brasil», pág. 526. No que diz respeito a António Mendes, trata-se certamente do célebre
mestre que substituirá Miguel de Arruda em São Julião da Barra e que labora no último terço do século
XVI no círculo régio.
721
Acrescentando que «este hé o estado da obra, conforme ao qual diz bem o Pe Doutor (Miguel de
Torres) que agora não pode deixar já de ser a igreja de huma nave, e vay tam bem feita e parece tam
bem já agora, que a todos fará apetite de a fazerem ir muito depressa. E eu tinha intento de procurar que
no ano de setenta se acabasse e capela-mor e as outras que estão por começar, e inda espero que possa
ser assim com ajuda de N. Senhor e favor de V. V. R. R.» Cfr. Paulo F. Santos, «Contribuição ao estudo
da arquitectura da Companhia de Jesus em Portugal e no Brasil», pág. 525-526. Registe-se a resignação
do opositor padre Torres dado o avanço da empreitada.
371
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
722
História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 223.
372
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
723
História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 223.
724
Segundo Baltasar Telles citado em História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1,
pág. 224-225.
725
Publicado por Paulo F. Santos, «Contribuição ao estudo da arquitectura da Companhia de Jesus em
Portugal e no Brasil», pág. 529.
373
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Por sua vez, Paulo Pereira chama a atenção para dois aspectos
relevantes. Em primeiro lugar, a escolha de tal modelo «casava-se
inteiramente com o cliente e com o clima cultural da Contra-Reforma, que
descolava do humanismo renascentista e recuperava agora valores neo-
medievais. Aqui, este empirismo transformado numa atitude programática,
acabava de inventar uma nova tipologia para o templo católico». Por sua
vez, o «espaço interior articula-se por intermédio do eixo dos púlpitos,
denunciando a importância crescente da prédica no seio da renovação
católica e do papel por esta desempenhada na praxis da Companhia de
Jesus. As preocupações em tornar a nave num auditório estão assim bem
patentes neste programa. A retórica ganhava importância enquanto a
celebração religiosa ou de procissão podiam ser contempladas como um
espectáculo em si mesmo a partir das tribunas ou varandas da nave» 728.
Esta visão fá-lo dividir o templo em duas áreas perfeitamente delimitadas –
a capela-mor e capelas secundárias mais próximas como uma primeira
parte e uma outra ladeada pelos confessionários para trás dos púlpitos até à
entrada.
726
Cfr. Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 581-582.
727
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 65.
728
Paulo Pereira, «A Arquitectura Jesuíta. Primeiras Fundações», pág. 105.
374
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
729
Horta Correia, Arquitectura…, pág. 52-53.
730
Horta Correia, Arquitectura..., pág. 53.
731
Paulo Pereira, «A Arquitectura Jesuíta. Primeiras Fundações», pág. 105.
732
Segundo Paulo Pereira, «A Arquitectura Jesuíta. Primeiras Fundações», pág. 105.
375
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
733
Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo I, Vol. 2, pág. 418-419.
734
Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo I, Vol. 2, pág. 425.
735
Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 498.
376
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
736
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 501-502.
737
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 502.
738
Sobre este assunto consulte-se Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág.
503-512.
377
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
739
Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 516-523.
740
Os pedreiros Diogo Jorge e Francisco Gonçalves comprometiam-se a «lajear a igreja nova do dito
colégio», «desde as grandes grades até à porta principal com três fiadas de dois palmos, scilicet, uma
pelo meio e duas pelos lados ao longo do degrau dos edifícios vários todos da mesma largura e com
outras fiadas que atravessem em igual distância de modo que fique a igreja em quadrados e os vãos
deles». Obrigam-se a fazer «os alicerces das colunas do coro e alevantar sobre eles os dois pedestais das
mesmas colunas conforme o molde da traça», tendo o Reitor mandado «trazer à sua custa as duas pedras
378
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
para os dois pedestais das colunas». Concluiriam a obra até ao mês de Novembro por 100.000 reais e
recebiam à medida que fossem correndo com ela, para além dos 10.000 reais que colectaram à cabeça da
obra. A 28 de Outubro de 1590 já Francisco Gonçalves se comprometia a desentulhar toda a igreja «com
capela-mor». Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 525-531.
741
Como se adiantou em Carlos Ruão, Arquitectura Maneirista no Noroeste de Portugal. Italianismo e
«flamenguismo», pág. 177.
379
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
380
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
381
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
eixos do frontão, mas deixando espaço para que às pilastras nos cantos
correspondam acrotérios bolbosos.
746
Sobres esta questão e seus mais diversos aspectos veja-se Francisco Rodrigues, História da
Companhia de Jesus..., Tomo I, Vol. 1, pág. 412-420.
747
Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo I, Vol. 1, pág. 306-307.
748
Consulte-se Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 797-798. Francisco
Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo I, Vol. 1, pág. 422, refere já as mesmas datas,
especialmente à «nova planta», reportando-se a uma carta do padre Miguel de Torres: «A primeira planta
foi desenhada por um arquitecto do rei D. João, e depois de 1560, sob a direcção do mesmo arquitecto,
modificada vantajosamente acomodando-se melhor à boa ordem, disciplina e desafogo, que exigia uma
casa religiosa, destinada a recolher duzentas pessoas».
749
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc. 6, pág. 14.
382
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
*
O projecto edificado para o templo coimbrão foi, com toda a certeza,
delineado nos finais da década de 90 do século XVI. Não deixa de ser
estranho que a documentação romana nada nos diga acerca da autoria do
novo risco.
750
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc.7, pág. 14-15.
751
Ver documentação publicada em Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2,
doc. 8, pág. 15-16.
752
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc. 28, pág. 24.
753
Consulte-se Rui Pedro Lobo, Os colégios de Jesus, das Artes e de S. Jerónimo. Evolução e
transformação no espaço urbano, pág. 13-17.
383
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
754
Cfr. Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 533.
755
Consulte-se AUC, Colégio de Jesus, livros nº 7 e nº 13. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros
colégios..., Vol. 1, pág. 88.
756
Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. I, pág. 95 e 98-99.
384
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Março de 1617 757 o padre Araújo, de provecta idade, reitor de Santo Antão
e tido como perito em questões de arquitectura, suscitava algumas dúvidas
em relação ao projecto conimbricence e apresenta uma proposta para a
capela-mor acompanhado de um desenho de fraca qualidade, limitando-se a
debuxar duas colunas ornando a arcaria da capela-mor e que sustentam o
entablamento «que corre toda a igreja em roda».
Nas notas que o acompanham, o padre Araújo destacava algumas
especificidades: «Como essa igreja a de ser de abobada ou de Pedra ou
tijolo, e despoys engessada com cartões ou quadrados dourados, deve
Vossa Reverência ter nestas medidas alguma differente consideraçam
porque duvido se pode ter Tribunas pelos lados por rezam de aver de
começara abobada mays debayxo porque doutra maneyra não se ouvira
pregação e fara grande echo e por isso em Roma não fizeram a nossa
igreja na altura que pedia a arquitectura segundo ouvi».
«Também digo que se poder ser de aboboda he milhor e perpetuo
porque assim he o de Santa Cruz dessa cidade e o coro da igreja da nossa
casa professa de Sevilha, porque em fim traves envelhecem e apodrecem
ou rendem por tempo e ja huma deste coro deu sinal de si» 758.
757
AUC, Colégio de Jesus, dep. IV, sec. 1º, est. 25, tab. 2, nº 3. Citado mas não publicado em Sanches
Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 100-102.
758
Referia-se, certamente, à provisória igreja de madeira que existía antes do patronato da condessa de
Linhares ter permitido o início de uma igreja definitiva a partir de 1613.
385
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
759
Sanch\es Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. I, pág. 97-98.
760
Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 102-103 e 105.
761
O cabido conimbricense registava a 27 de Dezembro de 1639 o desejo dos jesuítas que «com auida de
ds querião mudar o Santisso Sacramto da Igreia Velha pa para a noua sabado q uem de tarde»,
convidando, na circunstância, os responsáveis diocesanos para a procissão. Cfr. Lopes de Almeida,
«Acordos do Cabido», Vol. XXVII-XXVIII, pág. 252-253.
762
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc. 32, pág. 27-28.
386
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
387
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
388
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Consulte-se carta documental publicada em Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios...,
767
389
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
junto de Santa Ana, cêrca dos Lázaros» e outros terrenos foram cedidos
pelo rei e pela cidade 768.
D. Sebastião tinha, de facto, passado provisão em 1578 para que o
senado da Câmara de Lisboa libertasse um pedaço de terreno no lugar do
Curral para construir a cerca conventual. Todavia, quer os habitantes quer
as religiosas de Santa Ana se opuseram, levando os jesuítas a protelar a
questão, não deixando mesmo assim de realizar a cerimónia de colocação
da primeira pedra em 11 de Maio de 1579. Se a intervenção de D.
Henrique, depois de Alcácer Quibir, conseguiu por água na fervura – pese
embora novas críticas da população – com a mudança política e a preciosa
ajuda do presidente camarário D. Pedro de Almeida, os inacianos
conseguiram finalmente demarcar os seus domínios 769.
390
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
773
Estas razões são enumeradas em carta de 3 de Agosto de 1579. Cfr. Sanches Martins, A arquitectura
dos primeiros colégios..., Vol. 2, pág. 82. Consulte-se igualmente Francisco Rodrigues, História da
Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 169-170. As querelas so terminaram com Filipe II, ao tempo
de D. Pedro de Almeida, quando o presidente da edilidade entregou e demarcou definitivamente os
terrenos pertencentes aos jesuítas.
774
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 343.
775
Carta publicada em Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc. 102, pág.
80-81.
776
O tema escolhido seria um Cristo Crucificado. Fausto Sanches Martins afirma que Valeriani vinha
com a intenção de modificar a traça mas não o admite abertamente, dizendo apenas que a sua visita deve
ter «redundado num fracasso». Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág.
347.
777
Segundo carta do padre Gouveia, citada já em Francisco Rodrigues, História da Companhia de
Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 171. Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1,
pág. 782.
391
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
778
Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 171-172.
779
A ela se refere já Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 172.
780
Carta publicada em Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc. nº 105,
pág. 82-83.
392
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
aca llevo, sin que ninguno delos superiores de alla la mude, como se
quexam» 781.
781
Missivas de 30 de Junho e 1 de Setembro de 1581 publicadas em Sanches Martins, A arquitectura dos
primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 351-352.
782
Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, pág. 83-84, doc. 106.
783
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 354.
784
Na curta entrada biográfica sobre Terzi, Sanches Martins declara que a 22 de Maio de 1586 o
arquitecto italiano fez emendas na traça elaborada por Silvestre Jorge mas não esclarece se se trata do
documento acima citado ou de um outro do mesmo mês, dado que não os faz publicar. Cfr. Sanches
Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 850.
785
Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 353.
786
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 354.
393
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
787
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc. nº 107, pág. 84.
788
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 358-359.
789
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc. nº 109, pág. 85.
394
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
que por não ter noticia dos termos en que aobra estaa», as mudanças
propostas seriam impossíveis de aplicar como «se mostrão em humas
linhas que mando pollas quaes parece a dita traça não caber no chão ou
sitio que pera ella temos, e não temos mais, as quais linhas me mandou
fazer o Padre Provincial». A ir avante, avisava Silvestre Jorge, seria
necessário desmanchar paredes, as escadarias para a «loggia» debaixo do
dormitório e tudo faria «anatomia no edeficio que já esta conglotinado e
firme».
395
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
791
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 363.
792
Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 174.
793
Cfr. Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 582.
794
Cfr. História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág.406.
396
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
795
A título de exemplo, e tomando a mesma fonte, Ayres de Carvalho, D. João V e a arte do seu tempo,
Vol. 2, pág. 38, falava na existência de uma igreja provisória de três naves com cobertura em madeira.
796
Sobre o Noviciado consulte-se biografia de Baltasar Álvares.
397
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
797
Curiosamente, D. Fernando de Noronha tinha já apreço pelos jesuítas quando pedia ao Geral romano
para que lhe concedessem uma capela em São Roque: «Estes dias passados pedi ao prouincial e padres
da Santa companhia de Jesu destes reinos de portugal me concedessem hua capella em São Roque de lxª
pera mandar passar a ella a ossada de meu sogro governador q foj do brasil. E porq nesta materia
escreuo largamente ao pe pero da fonseca pera q della de cõta a V. P., aqui não farej mais q dizer a V. P.
q toda a m. q neste negº me fizer a faz a que foj e será sempre deuotismo desta santa companhia e q
igualmente estimarei seruirse de mi como a merce q lhe peço. E por não parecer q com palauras quero
obrigar a me fazer o q doutra manra espero de merecer não passo daqui. Nosso Sõr de a V. P. muito de si
e lhe cumpra seus stos desejos de lxª a 2 de janro 1578». Reproduzida por Francisco Rodrigues, História
da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 573.
798
De facto, Mem de Sá falecia a 2 de Março de 1572, deixando os dois filhos como herdeiros mas no
mesmo ano, a 19 de Dezembro, morria o irmão, ficando D. Filipa com a pertença da totalidade da
herança. Cfr. Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 187.
799
ANTT, Jesuítas, caixa 16, maço 15, nº 45. Publicado em Sanches Martins, A arquitectura dos
primeiros colégios..., Vol 1, pág. 85-86 e Vol. 2, doc. 110. Citado já em Francisco Rodrigues, História da
Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 188. Este autor afirma que foi o prior do Lumiar, o
licenciado António de Albuquerque, confessor de D. Filipa, que lhe sugeriu a igreja de Santo Antão.
398
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
800
Publicado por Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 87-88 e Vol. 2,
doc. 111. Segundo Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 188-
189, o contrato foi actualizado em Outubro e aprovado pelo padre geral Aquaviva a 4 de Dezembro desse
mesmo ano.
801
Dado que a Companhia de Jesus não tinha coro nem canto, a condessa insistiu em que se contratassem
doze capelões que se encarregassem dessas funções durante as missas.
802
ANTT, Cartório dos Jesuítas, caixa 16, maço 9, nº 141. Citada em Sanches Martins, A arquitectura
dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 378-379.
399
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
muito a altura da capella maior mais que a de Nossa Senhora da Luz que e
fechada dalta» sendo da opinião que se trabalhe no cruzeiro e «deixem
estar a capella mor caldeandose o que lhe agora fizerão de novo». Sanches
Martins chamou a atenção para o facto de a patrona revelar ter
conhecimentos de arquitectura, como se comprova pelo discurso textual,
sendo que a referência à igreja da Luz se tratava de um conhecimento
directo já que vivia na sua quinta de Telheiras, devendo por isso frequentar
o templo projectado por Jerónimo de Ruão 803.
803
Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 378-379.
804
Cfr. Ayres de Carvalho, D. João V..., pág. 39.
805
ANTT, Cartório dos Jesuítas, maço 11, nº 92, fl. 1.
806
Ayres de Carvalho, «Novas revelações para a história do Barroco em Portugal», Belas Artes, pág. 23.
807
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 376.
808
ANTT, Cartório dos Jesuítas, caixa 16, maço 67, nº 35. Publicado por Sanches Martins, A
Arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc. 112, pág. 88-89. Leitura nossa.
400
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
809
ANTT, Cartório dos Jesuítas, caixa 16, maço 67, nº 90. Publicado em Sanches Martins, A
arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc. 113, pág. 89-91. Leitura nossa.
810
Designa uma porção de abobadamento de forma circular.
811
Refere-se ao composto de alvenaria das fundações.
401
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
E açim mais na alvenaria que ade fiçar sobre a pedraria da mea laramia
no que ade aver sento e vimte sete braças de alvenaria a presso de mil e
terzentos rs braça fas soma de sento e sessenta e simço mil e sem rs ___
______________________________________________________165.100
E acim mais a parede de limterna que fica sobre a mea laramia na qual
ade aver a dita abobeda de limterna onze braças e mea de alvenaria a
presso de mil e terzentos rs braca fas soma de quatorze mil e novesentos e
comcoenta rs____________________________________________ 14.950
E acim mais abobeda que fica no pe direito da mea laramia pª o servisso
das tirbunas no que ade aver sento e quatro braças de abobeda a presso de
quatro mil rs braca fas soma de quatro sentos e dezasseis mil rs__ 416.000
Soma as sete adesomis asima e tras deçlaradas das alvenarias que se amde
fazer dous çontos sento hoitenta e nove mil e hoito sentos e simçoenta rs
____________________________________________________ 2.189.850
Ase de fazer quatro arquos de pedraria que tem seis palmos de pe direito
cada hu delles e tem hu palmo de cabeça que fazem sete palmos de
pedraria laurada e bornida e ade aver he cada hu delles oitenta varas de
pedraria cõ sua muldura e fara de custo cada vara mil e quinentos rs
sendo a pedraria bornida cõforme a que esta feita e açentada que fas soma
cada hu dos arquos sento e vimte mil rs e todos quatro vem a fazer soma de
quatro sentos e hoitenta mil rs ____________________________ 480.000
E acim mais ade aver sobre estes arquos quarenta varas de alqiitrave e
outras tantas de frizo he outras tantas de simalha e val a alqiitrave cada
vara a dous mil rs q fas soma de oitenta mil rs _________________ 80.000
E acim mais ade aver quarenta varas de frizo que ade ir asentado sobre a
alquitrave e ade ser refendido o dito frizo fara de custo cada vara mil e
terzentos rs fas soma de simcoenta e dous mil rs _______________ 52.000
E assim mais a simalha que ade ir sobre este frizo que cão quarenta varas
a simco mil rs cada vara fas soma de duzentos mil rs __________ 200.000
E acim mais a çimalha que ade ir por cima das trebunas donde ade mover
a mea laramia as quais tem quarenta varas de comprido e o seu frizo outro
tanto e a alquitrave outro tanto que vem a ser conforme aquella que vai
sobre os arquos que fara de çusto terzentos e trimta e dous mil rs_ 332.000
E acim mais a pedraria da mea laramia que tem em toda ella seis sentas e
simçoenta varas de pedraria q leva a dita mea laramia a dous mil rs cada
vara fas soma de hu conto e terzentos mil rs _______________ 1.300.000
E acim mais as oito trebunas que amde ir no pe direito da mea laramia e
cada hua faz de custo conforme a pedraria que ade levar quarenta mil rs e
somão em todos oito terzentos e vinte mil rs __________________ 320.000
402
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
812
ANTT, Cartório dos Jesuítas, caixa 16, maço 67, nº 91. Publicado por Sanches Martins, A
arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 2, doc. 114, pág. 91-92. Leitura nossa.
403
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
E acim mais os dezeoito paineis que tem de conprido simquo varras e hua
de largo que em todos os dezeoito paineis ade aver quatro centas e
quatorze varras de pedraria a presso de trezentos rs varra fas soma de
sento e vinte quatro mil e duzentos rs _________________________ 124.2
E acim mais os ojto paineis pequenos e quadrados nos quais ade aver
quarenta varas de pedraria a presso de trezentos rs varra fas soma de doze
mil rs ____________________________________________________ 12.
E acim mais o arquo curzeiro que e neçecario fazerçe se se fizer abobeda
do corpo da igreia o qual arquo fara de custo sento e simçoenta mil rs _
_________________________________________________________150.
Ande custar as alvenarias que ande jr nos terssos das abobidas duzentos e
simcoenta mil rs pouquo mais ou menos ________________________ 250.
Somão as seis adisomis dous çontos e quinentos e hoitenta e quatro mil e
duzentos rs___________________________________________ 2.584.200
813
Segundo Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 190, «a morte
da condessa foi desastrosa para a construção do templo. Apenas ela fechou os olhos, surgiram daqui e
dalém demandas sôbre demandas, que embarguaram em todo ou em parte os rendimentos dos bens
deixados à igreja por testamento da fundadora, e impediram ou embaraçaram durante largo tempo, pela
falta de dinheiro, o avanço da obra. No reino teve o colégio de sustentar processos, como o do quarto
conde de Linhares, depois vice-rei da Índia, D. Miguel de Noronha, sobrinho do terceiro conde D.
Fernando, espôso de D. Filipa. No Brasil, pelas fazendas que lá herdara a condessa, houve que litigar em
demandas prolongadas com a Misericórdia da cidade do Salvador, e com o colégio que na Baía tinha a
Companhia de Jesus». Apenas em finais dos anos 30 chegam a acordo com a Misericórdia enquanto que
as duas casas jesuítas só se entenderiam em 1659.
814
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 388. Fausto Sanches Martins
narrou o longo episódio em torno da capela do inquisidor Manuel Álvares Tavares. Antes mesmo do
patrocínio da condessa de Linhares, no seu testamento de 12 de Junho de 1611, o poderoso inquisidor
manifestava o desejo que o seu féretro se «depozite na capella Mor entre os altares mores» logo «que
tanto se fizer a igreja nova» de Santo Antão deixando um legado de 500 cruzados. Ora, tal não se veio a
404
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
verificar, e os restos mortais foram depositados numa das capelas laterais do corpo da igreja. Não
obstante, os conflitos prosseguiram conduzindo à anulação do contrato em 1701. Cfr. pág. 389 a 392.
815
Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 387..
816
Cfr. Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1, pág. 389 e 393.
405
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
406
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
capella, cuja pedraria assim no tecto como nos lados foy toda de novo
bornida, lustrada e ornada de muytos e muy perfeytos embotidos,
revestindo-se os pilares que sustentam o arco que dá entrada à capella de
perfeytas almofadas de marmore de várias cores» 822.
822
História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 440.
823
Cfr. História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 417.
824
Sobre este episódio, consulte-se Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., Vol. 1,
pág. 405-407.
825
ANTT, Cartório dos Jesuítas, caixa 16, maço 67, nº 37.
826
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., pág. 801-802.
827
ANTT, Cartório Notarial dos Jesuítas, maço 11, nº 92, fl. 2.
407
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
828
Preveceu a opinião daqueles que defendiam um retábulo pétreo em desfavor de um de talha dourada.
Uma descrição aturada da peça retabular e seu sacrário encontra-se em História dos Mosteiros, Conventos
e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 442-447.
829
História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 428.
408
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
830
Cfr. História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 449-451.
831
Albrecht Haupt, A Arquitectura do Renascimento em Portugal, pág. 62-63.
409
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
410
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
só pera commodidade dos que andam por cima mas tambem de defender
que nam passe a agua quando chove ao pavimento da igreja» 832.
832
História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 415-417. Dedica-se depois à
descrição exterior da zona do cruzeiro que «pella parte de fora tem as paredes delle de cada parte quatro
grandes pilares, que se rematam com seo capytel, sobre o qual se segue huma bem lavrada obra com seo
alquitrave, friso e simalha, e sobre esta obra ham de assentar pedestaes, pyramedes e balaustes de pedra
na mesma forma que temos ditto haverem de ficar sobre a parede mestra do corpo da igreja.
No meyo do cryzeyro se vê a maquina exterior de seo zimborio revestido todo de pedra de
cantaria, e nelle oito grandes janelas que se terminam em arco acompanhadas de dous pilares por
banda, e assim vem a ficar cada huma entre quatro pilares, que por todos fazem o numero de trinta e
dous. E pella parte de fora nam tem até agora o zimborio outra obra havendo de ter ainda muyta que o
fará muy vistoso como pede a perfeyçam que nelle se vê pella parte de dentro». Cfr. pág. 417-418.
411
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
412
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
413
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Sobre cada huma das dittas portas tem lugar duas tribunas que
ficam olhando pera o cruzeyro, das quaes duas tem a mesma serventia de
que usam os que vam pera as tribunas do corpo da igreja, e sam da mesma
altura e com obra em tudo semelhante, nam tendo outra differença que
serem menos largas e por isso tem estas só sinco balaustes, tendo as outras
seys.
Por bayxo desta tribuna tem lugar outra de menor grandesa, e de
figura quoadrada. E a estas duas tribunas correspondem da parte da Via
Sacra outras duas em tudo iguaes, com que vem a ser oito as tribunas que
caem sobre o fermoso cruzeyro desta igreja» 835. O pavimento do cruzeiro
era ornado de pedraria branca, preta e vermelha.
835
Cfr. História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 429 e 433-434.
414
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
836
História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 435-436.
415
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
ditto lado, e por cima do qual se seguem base e pedestaes em que assentam
outros dous pilares lavrados com todo o primor e seos capiteys, que
correspondem no perfeyçam à que tem os dos pilares sobre que assenta o
arco que dá entrada à capella, e os dittos pilares acompanham a janela
que fica a plumo do nicho.
E sobre o arco que recolhe a sepultura da fundadora tem lugar hum
nicho muy perfeyto forrado de marmore vermelho que dá lugar a huma
imagem do Principe dos Apostolos Sam Pedro, lavrada em alvissimo
marmore de Genova, e sobre este nicho e a janela que assenta sobre cada
hum dos dittos lados se segue alquitrave, friso e cimalha resalteada, e
finalmente superior à ditta obra, que he toda de grande perfeyçam, se
segue finalmente a cimalha real, ou cornija, sustentada sobre seos
cachorros na mesma forma que vem do corpo da igreja e cruzeyro.
E à obra que contem o lado da capella-mor da parte do Evangelho
corresponde outra em tudo semelhante da parte da Epistola.
E sobre a cornija se começa a levantar a abobeda da capella-mor,
variada de marmores brancos, pretos e vermelhos» 837.
837
História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. 1, pág. 436-438.
416
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
838
Cfr. George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 89.
417
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
839
George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã..., pág. 89-90.
840
Horta Correia, «A arquitectura –Maneirismo e estilo chão», pág. 119-120.
841
Cfr. Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 2, pág. 406-409.
418
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
842
Manuel Pereira de Novaes, Anacrisis Historial, Vol. II, pág. 84-85.
843
Cfr. Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo I, Vol. 2, pág.409.
844
Cfr. Sanches Martins, O Colégio de São Lourenço (1570-1774), pág. 55.
845
Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus..., Tomo II, Vol. 1, pág. 177-179. Pelo que se
sabe só em Outubro de 1601 se iniciava a aula de moral, enquanto que os estudos latinistas tiveram que
esperar até 1630, pese embora as proibições camarárias.
846
ADP, Fundo Notarial, 2º Cartório, 1ª Série, Livro 17, fls. 98vº-99vº. Assinam como testemunhas os
pedreiros Francisco Dias e Francisco Gonçalves e o mestre de carpintaria Gonçalo António.
419
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
847
O mestre pedreiro receberá setecentos reais «por cada braça das paredes de dentro do dormitório e as
de fora, por serem mais grossas, setecentos e cinquenta réis» e «assim se obriga a dar as ditas paredes
muito bem guarnecidas, direitas á régua e muito bem branqueadas a toda a braça e ele, dito padre
Marco António, será obrigado a dar a ele mestre, no dito sítio para a dita obra, a cal, saibro e alvenaria
necessária». Caso não exista pedraria disponível e suficiente para a construção, «em casa como no monte,
o colégio será obrigado a pagar todos os carretos da dita pedra, alvenaria e saibro» que de fora vierem.
848
Cfr. Magalhães Basto, Apontamentos para um dicionário de artistas e artífices que trabalharam na
cidade do Porto do século XVI ao século XVIII, pág. 395. A 23 de Novembro de 1626, António João,
pedreiro, é contratado pela Câmara do Porto para reparos no «caminho que vai de Vila Nova para São
Nicolau». AHMP, Livro de Arrematações, 3º, fls. 207-208.
849
Sanches Martins, A arquitectura dos primeiros colégios..., pág. 744.
420
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
421
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
422
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
423
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
859
Cfr. Sanches Martins, O Colégio de São Lourenço..., pág. 250-253.
424
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
A Arquitectura e a
Engenharia Militar
425
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
426
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
427
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
861
Fernando Checa, «Los ingenieros del Renacimiento y la mentalidad clasicista», Herrera y el
Clasicismo, pág. 40.
862
Fernando Checa, «Los ingeniros del Renacimiento y la mentalidad clasicista», pág. 39-40.
428
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
863
Rafael Moreira, «O engenheiro-mór e a circulação das formas no Império Português», Portugal e
Flandres. Visões da Europa 1555-1680, pág. 98.
864
Consulte-se Fernando Checa, «Los ingenieros del Renacimiento y la problematica clasicista», pág. 35-
37.
429
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
430
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
431
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
La segunda es, la Arismetica, q sirue para dar cuenta del gasto que
para hazer la fabrica se ofrecera antes que se haga, o despues de hecha, y
en su construcion para las medidas de distancias y proporciones, y para
otras muchas cosas que en el discurso deste libro se veran.
La tercera, y mas principal para la fortificacion, es saber reconocer
bien el puesto donde se ha de hazer la fortaleza, o castillo. Serà difícil
saberlo dar a entender y enseñar el Ingeniero, si no huuiere estado en la
guerra en ocasiones, y cerca la persona de algun gran soldado; y assi este
vltimo requisito, es materia de los soldados viejos, de los que han
compeado en exercitos a la cara de los enemigos, escogiendo siempre
buena plaça de armas, de forma que estè a cauallero sobre la cãpaña, y
cortadas las auenidas que huuiere: y assi la persona, que tratare deste
ministerio, si le faltare esta experiencia, tendra necesidad de a compañarse
con vn soldado viejo, el dia que huuiere de edificar fortaleza, por muchos
respectos: y al contrario, el q fuere solamente soldado, sin Matematicas, ni
pratica de fabricas, tendra necesidad de acompañarse con el Matemático,
y hombre inteligente en la pratica: mas el Ingeniero que tuuiere lo vno y lo
otro, dara buena quenta de su fabrica, por saber la razon teorica, y
praticamente, que es lo propuesto al principio» 867.
867
Cristobal de Rojas, Teorica y practica de fortificacion, fl. 1-1vº.
432
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
433
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
869
Cristobal de Rojas aconselhava a que os baluartes tivessem esquinas curvas em vez de arestas vivas.
870
Ou seja, «restauro» ou «reconstrução».
871
Refere-se, evidentemente, a Alberti.
872
Cristobal de Rojas, Teorica y practica..., fl. 88vº.
434
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
873
Rojas fornece sumariamente algumas variantes de arcos, cerca de uma dezena, desde o arco de meio-
ponto, ao sarapainel até modelos mais complexos.
435
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
874
Rafael Moreira, «A arquitectura militar do renascimento em Portugal», pág. 281.
875
John Hale citado por Rafael Moreira, «A arquitectura militar», História da Arte em Portugal, Vol. 7,
pág. 146.
876
Cfr. Rafael Moreira e Miguel Soromenho, «Engenheiros militares italianos em Portugal. Séculos XV-
XVI», Architetti e Igegneri Militari all’ estero dal XV ao XVIII sicolo, pág. 112.
877
Proposto por Rafael Moreira, «A arquitectura militar», pág. 139.
436
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
437
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Miguel de Arruda
880
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 72-73.
438
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
881
Rafael Moreira, A arquitectura do Renascimento no sul de Portugal..., pág. 376.
882
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 67-68.
883
Segundo Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 69.
439
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
por ser tão pratico nestas cousas como sabeis: e quamto mais brevemente
esta oobra for feita, tamto mais meu serviço será; porque estamdo asy
estaa a muy grande perigo e não se pode descamsar niso" 884.
Para além dos projectos para Ceuta e Tânger (1543) e Moçambique
(1546), Rafael Moreira considera que o mestre português realizou neste
mesmo ano um outro para a Baia e o duplo baluarte de S. Jorge da Mina 885.
António Rodrigues
884
Citado em Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 71.
885
Rafael Moreira, «Arquitectura: Renascimento e Classicismo», pág. 356.
886
Sobre estas matérias consulte-se Joaquim Boiça, A Barra do Tejo. O Eixo São Julião/Bugio.
Navegabilidade, Defesa e Alumiamento, pág. 34-38.
887
Cfr. Rafael Moreira, «A arquitectura militar do renascimento em Portugal», pág. 302-303.
888
Cfr. Joaquim Boiça, A Barra do Tejo..., pág. 37.
889
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo II, pág. 385.
440
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
aquele cuidado e delligencia que cumpre a meu seruiço e atee quy tem
feyto nas cousas de que por my foy encarregado e me seruio e por lhe fazer
merce ey por bem e me praz que elle syrua daquy em diante de mestre de
todas minhas obras que se fizerem a custa de minha fazenda asy e da
maneira que o seruia miguel darruda per cujo falecimento o dito oficio
vagou», tendo por ordenado anual 60.000 reais. Entre 1565 e 1590 ocupará
um cargo que com o seu falecimento transita para o arquitecto italiano
Filippo Terzi.
441
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
890
Ver capítulo neste trabalho.
442
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
891
Rafael Moreira e Miguel Soromenho, «Engenheiros militares italianos em Portugal. Séculos XV-
XVI», pág. 110.
443
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
892
Sobre este particular veja-se Rafael Moreira, «Uma cidade ideal em mármore. Vila Viçosa, a primeira
corte ducal do Renascimento português», Monumentos, pág. 48-53.
893
Rafael Moreira e Miguel Soromenho, «Engenheiros militares italianos em Portugal. Séculos XV-
XVI», pág. 114.
444
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
aqui de Veneza o mandei buscar e asentei com elle se fosse a João pereira
(do qual tenho segundo recado para o mandar) e que alli se consertaria, e
porque na mesma carta me dizia da parte de Sua Alteza desse a despeza
necessaria a este engenheiro ate Portugal lhe dei cem cruzados para se hir
a França ao dito João Pereira, porque não tendo eu outro conhecimento
deste homem, nem comissão de Sua Alteza, o remette a João Pereira como
digo e se sair tal como cumpre não lhe quero tirar sua honra; pareceme
que sera nesse reino por todo fevereiro" 894.
A 10 de Março de 1567 era enviado aos Açores, à ilha de S. Miguel,
para examinar as obras de fortificações que era necessário realizar e para as
quais se mandou fazer lanço de 10.000 cruzados.
894
Sousa Viterbo, Dicionario..., Tomo I, pág. 98 - 99.
895
Sobre Terzi veja-se capítulo neste trabalho.
896
Cfr. Sylvie Deswarte-Rosa, «De l’emblema à l’espionnage: autor de D. Juan de Borja, embassadeur au
Portugal», pág. 165.
445
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Terzi entregou a Valladares, foi revelada por Joaquim Boiça 897 que vê
nesta iniciativa uma tomada de posição por parte do arquitecto favorável ao
partido «castelhano». O documento de 22-25 de Abril de 1580 é revelador
de tudo o que acima se diz: «En casa del guarda-mayor de la alfandega a
dicho al phelipe tercio que en la ribiera del pueblo abia de hazer dos
fuertes y a la punta desta alcantara outro y en samtos el viejo outro y al
otero mas aca un poco de las casas de sa. Dona Isabel outro y outro a sam
pablo y outro mas al varadero de las naos y outro al cais de la piedra y me
afirmam que al cais de la madera outro todos estos no son mas que de
tierra y madera para plantar artilleria la quall tienen muy poca.
Ayer me fue dada la traça que aqui ynbio a vuestra sa. que hallo
phelipo tercio por mas acertada para cabeça seca debe se tener tam mal
fundamento que no le acertam manera de firmeza; y al cabo vuestra sa. lo
a dicho todo» 898.
Sabe-se também que a 22 de Julho de 1580, na companhia de G. B.
Antonelli, foi a Setúbal reunir-se com o Duque de Alba e, nesta
circunstância, deve tê-lo informado acerca da defesa da barra de Lisboa. O
poderoso chefe castelhano descreve-o como «hombre de mucho servicio».
446
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
a Madrid não foi de toda vã» 901. Mesmo em Lisboa, o arquitecto era
visitado regularmente pelo arquiduque Alberto. A 16 de Abril de 1588 902
afirmava que o governante «veio aos meus aposentos do palácio para ver
os modelos das fortalezas e fábricas que se fazem no Reino».
447
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
907
Urbino, f. 276, carta 445. Publicado em Trindade Coelho e Guido Battelli, Filippo Terzi..., pág. 56-58.
908
Cfr. Matos Reis, Filippo Terzi à luz dos documentos. A fortaleza de Santiago da Barra em Viana do
Castelo, pág. 8.
909
Segundo carta de 12 de Agosto de 1589 publicado por Trindade Coelho e Guido Battelli, Filippo
Terzi..., pág. 60-62.
910
Segundo André Falcão de Rezende, Archivo Bibliografico, citado por Sousa Viterbo, Dicionário...,
Tomo III, pág. 96.
911
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo III, pág. 98.
448
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
912
Rafael Moreira e Miguel Soromenho, «Engenheiros militares italianos em Portugal. Séculos XV-
XVI», pág. 120.
913
Sobre esta matéria consulte-se Joaquim Boiça, A Barra do Tejo..., pág. 38-40.
914
Joaquim Boiça, A Barra do Tejo..., pág. 39.
915
Sousa Viterbo, Dicionário..., pág. 154 - 157.
449
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
450
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
916
Veja-se Rafael Moreira e Miguel Soromenho, «Engenheiros militares italianos em Portugal. Séculos
XV-XVI», pág. 119.
917
Cfr. Joaquim Boiça e Maria de Fátima Barros, O Forte e Farol do Bugio..., pág. 58.
918
Cfr. Joaquim Boiça e Maria de Fàtima Barros, O Forte e o Farol do Bugio..., pág. 43.
919
O palácio do Viso del Marquez teve como projectista inicial o arquitecto Gio Battista Castello, o
Bergamasco, que optou por uma solução entre o palácio urbano e a casa de campo, próxima de modelos
quatrocentistas. Articulada a partir de um pátio central e quatro torres, tem um aspecto fortificado,
desenvolvendo as ordens dórica e jónica com frontões miguelangelescos rectos e curvos. Todo o seu
aspecto respira ar italiano, incluindo decorações em estuque à maneira genovesa. Cfr. Arquitectura del
Renacimiento en España..., pág. 376-377.
920
Consulte-se Alicia Cámara Muñoz, «O papel de la arquitectura militar y de los ingenieros», Felipe II y
el arte de su tiempo, pág. 390-391.
451
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
452
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
del fundamento e qual esta ganado enteramente de baxa mar y por algunas
partes mas y lo que falta de suplu ala altura de 25 palmos de plea mar es
poco, haviamos de poner nombre al castilho como es costumbre y
pensandole llamar santiago por açertarse a hazer aquel prinçipio y
cerimonia vispera de san lorenzo se le puso el mismo nombre».
O arquitecto italiano deve mesmo ao mestre espanhol Gaspar Roiz a
continuidade do seu debuxo dado que este último ignorou, em 1600, um
novo projecto de Turriani, aprovado pelo rei. O desenho de Casale não
deixou de ser redimensionado em 1602 quando Gaspar Ruiz apresenta uma
solução menos dispendiosa. A luta intestina entre Casale – através de Ruiz
– e Turriani foi vitoriosa para o primeiro que viu a fortificação prosseguir,
grosso modo, de acordo com os seus planos 925.
A fábrica prolonga-se pela primeira metade de Seiscentos sob a
direcção de Gaspar Ruiz, Jerónimo Jorge e António Simões até 1643 mas
será apenas com a vigência de João Turriani – que introduziu pequenas
modificações sem desvirtuar os planos do arquitecto italiano – que se
aproxima da sua conclusão, encontrando-se em trabalhos de acabamentos
em 1657 – sendo a capela datável da década seguinte 926.
925
Cfr. Joaquim Boiça e Maria de Fátima Barros, O Forte e Farol do Bugio..., pág. 83.
926
Consulte-se Joaquim Boiça e Maria de Fátima Barros, O Forte e Farol do Bugio..., pág. 65-112.
927
Existem desenhos seus no códice da Biblioteca Nacional de Madrid.
928
Cfr. Rafael Moreira, «Arquitectura», pág. 351. O autor aponta igualmente Jerónimo de Ruão como
outro provável autor, valendo-se do facto de aí habitar à época.
929
Cfr. Rafael Moreira, «Arquitectura», pág. 348.
453
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Cartuxa de Évora
930
De Casale são os fl. 60 (corte transversal), fl. 58 (planta geral, rubricada), fl. 57 (Estado avançado de
elaboração da planta), fl. 59 (projecto de conjunto completo), fl. 55 (esquiço da entrada), fl. 61 (cela do
claustro principal). De Francisco de Mora são os fl. 52 (corte transversal), fl. 51 (planta geral), fl.53
(planta ao nível dos telhados) e fl. 54 (planta e corte de uma cela). Devemos ter em conta as plantas dos
fls. 4 e 177 que representam a casa-mãe de Santa Cruz de Jerusalem em Roma, que poderiam ter servido
de modelo. Cfr. Rafael Moreira, «Arquitectura», pág. 349-350.
931
Cfr. Vítor Serrão, «Um desenho de Fernão Gomes para o Mosteiro da Scala Coeli de Évora»,
Monumentos, nº 10, pág. 33.
454
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
de cavalo marinho, pedras de moldes, bem como outras peças, quer para as
obras que se faziam, quer para o serviço da comunidade monacal» 932. Toda
esta informação se insere no inventário das oferendas do arcebispo aos
religiosos e mantém-se durante vários anos.
De facto, a ligação de Nicolau de Frias à casa de Bragança e ao
arcebispado de Évora está bem documentada durante as décadas de 80 e 90.
Em 1583 recebia importantes somas sobre «traças» feitas para o Palácio
Ducal de Vila Viçosa enquanto que em 1588 é o responsável pelo debuxo
do monumental sepulcro para as celebrações da Semana Santa na Sé de
Évora. Por sua vez, estava de novo na cidade alentejana quando a 16 de
Dezembro de 1594 redige missiva acerca das plantas de Inquisição933.
Neste particular, a presença do arquitecto régio poderá ser maximamente
relevante se tivermos em conta um problema que foi recentemente
lembrado por Miguel Soromenho, isto é, «a inequívoca diferença entre o
projecto final do Pe. Casale e a fachada actual, o que tem sido explicado de
forma expedita, por parte da historiografia tradicional, pelas campanhas
tardo-seiscentistas» 934. Voltaremos a esta questão adiante.
932
BPE, Inventário de tudo o que o Arcebispo tem dado aos padres catuxos do Mosteiro de escala coeli
desta cidade de evora, asi dinheiro, pam, como movel, e outras cousas, códice CVII/1-28. Citado por
Vítor Serrão, «Um desenho de Fernão Gomes para o Mosteiro da Scala Coeli de Évora», pág. 33.
933
Sobre todas estas questões consulte-se biografia de Nicolau de Frias.
934
Miguel Soromenho, «As possíveis fontes tipológicas da fachada da Igreja», Monumentos, nº 10, pág.
9.
935
Cfr. Vítor Serrão, «Um desenho de Fernão Gomes para o Mosteiro da Scala Coeli de Évora», pág. 33.
936
Cfr. Miguel Soromenho, «As possíveis fontes tipológicas da fachada da Igreja», pág. 10.
455
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
937
Vítor Serrão, «Um desenho de Fernão Gomes para o Mosteiro da Scala Coeli de Évora», pág. 33. O
historiador coloca a hipótese de a traça do designado Claustro das Capelas poder ser de sua autoria.
938
Cfr. Inventário Artístico de Portugal. Concelho de Évora, pág. 308.
939
Cfr. Miguel Soromenho, «As possíveis fontes tipológicas da fachada da Igreja», pág. 11.
456
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
457
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
942
Consulte-se Saul Gomes, «Manuel Gomes, pintor da Leiria maneirista», Jornal de Leiria, 18 Agosto
de 1989; «A Capela de S. Miguel de Leiria em Obras por 1578», O Mensageiro, 5 de Fevereiro de 1990,
e «Nótula sobre o barroco em Leiria», O Mensageiro 22 de Novembro e 13 de Dezembro de 1990.
943
Cfr. Wolfgang Lotz, Architettura in Italia (1500-1600), pág. 81.
944
Bouza Álvarez, Portugal no tempo dos Filipes. Política, Cultura, Representações (1580-1668), pág.
30. Segundo o Livro do registro de todas as cartas que ElRey nosso senhor escreve aos cinquo
governadores do Reyno de Portugal desde que tomarão o governo e o señor Cardeal Archique sahio da
cidade de Lisboa, Biblioteca da Casa Cadaval, KVII-27-795.
458
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
945
Consulte-se Rafael Moreira e Miguel Soromenho, «Engenheiros italianos militares em Portugal.
Séculos XV-XVI», pág. 120-121.
946
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo III, pág. 146.
947
Segundo afirmam Rafael Moreira e Miguel Soromenho, «Engenheiros militares italianos em
Portugal», pág. 121.
948
Cfr. Rafael Moreira, «O engenheiro-mór e a circulação das formas no Império Português», pág.103. O
historiador considera que, em relação a Leonardo Turriani, «na verdade, nenhuma obra construída pode
até hoje ser atribuída com segurança ao engenheiro-mor. A sua permanência portuguesa de mais de 30
anos salda-se por uns quantos pareceres técnicos (sobre sondagens na barra do Tejo e Sado, sobre a
defesa de Lisboa, Peniche e Arquim, sobre o abastecimento de água à capital, etc.) e intervenções
polémicas como a que teve em 1627 contra o engenheiro Alexandre Massai a respeito da muralha de
Lagos, no Algarve».
949
ANTT, Chancelaria de D. Filipe II, Doações, livro 7, fl. 140vº. Publicado por Sousa Viterbo,
Dicionário..., Tomo III, pág. 147.
459
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
460
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
954
BNM, códice 6189, fl. 69-69vº.
955
BNM, códice 6189, fl. 107.
956
Joaquim Boiça, A Barra do Tejo..., pág. 18-20. Segundo este autor, a razão estaria do lado dos críticos
de Turriani concluindo que o «que se verificou na altura, no canal de S. Julião foi um episódio do
fenómeno, que é cíclico, de deposição e sequente libertação das areias retidas no fundo rochoso dos
cachopos», mal avaliado pelo italiano.
461
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
957
Consulte-se Joaquim Boiça e Maria de Fátima Barros, O Forte e Farol do Bugio..., pág. 80-83.
958
Joaquim Boiça, A Barra do Tejo..., pág. 41.
959
Freire de Oliveira, Elementos..., Tomo II, pág. 375.
462
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
960
Cfr. Freire de Oliveira, Elementos..., Tomo II, pág. 563.
961
Freire de Oliveira, Elementos..., Tomo II, pág. 573.
962
Freire de Oliveira, Elementos..., Tomo II, pág. 575.
963
Freire de Oliveira, Elementos..., Tomo III, pág. 172.
964
Segundo Rafael Moreira, «O torreão do Paço da Ribeira», Mundo da Arte, pág. 45-48.
463
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
965
Transcrito para português por frei Francisco de São Tomás, encontrando-se na Academia das Ciências.
O original foi transcrito no tomo V da Colección de Documentos Inéditos para la Historia de España.
966
O manuscrito da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra encontra-se traduzido por José Manuel
de Azevedo, Leonardo Torriani, Descrição e história do Reino das Ilhas Canárias. Existe também em no
Arquivo de Simancas umas Memórias, Discursos, Pareceres e outras informações avulsas das Canárias.
464
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
465
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
970
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 377-378.
971
Pedro Dias, História da Arte Portuguesa no Mundo. O espaço do Altântico, pág. 363.
972
Pedro Dias, História da Arte Portuguesa no Mundo..., pág. 449.
973
Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 378-379.
974
Cfr. Pedro Dias, História da Arte Portuguesa no Mundo..., pág. 333-343.
466
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
467
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
singella guarneçida, a dous mil rs, e a braça de panos de chamine oitocentos rs, e por cada braça de
emcaiamto comforme ha traça mil e duzentos rs, e a braca de frontal de emcaiamto comforme ha traca mil
e duzentos rs, e a braca de frontal de forcado se lhe pagara a quinhentos e corenta rs».
980
Fernando Portugal e Alfredo de Matos, Lisboa em 1758. Memórias paroquiais de Lisboa, pág. 320.
981
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 256.
982
ANTT, Chancelaria de D. Filipe II, Doações, livro 6, fl. 317. Publicado por Sousa Viterbo,
Dicionário..., Tomo I, pág. 367.
468
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Do pouco que se pode aferir da sua biografia fica-se a saber que fez
fortuna no Brasil. Se em 1646 Jorge de Melo e D. João da Costa, do
Conselho de Guerra, aconselhavam a que se enviem para a sua defesa
«Diogo Paez e ao engenheiro Ponsué», no ano seguinte o monarca decide
enviar o arquitecto militar para a Baía «em hua embarcação ligeira que
parte com hum auiso que se não pode deter», não obstante admitir ser
necessário «hauer aly engenheiro de mayor sufficiencia», esperando por
isso as propostas do Conselho 988.
983
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo I, pág. 376.
984
ANTT, Chancelaria de D. Filipe III, Doações, livro 30, fl. 183. Publicado por Sousa Viterbo,
Dicionário..., Tomo. II, pág. 236.
985
ANTT, Chancelaria de D. Filipe III, Doações, livro 22, fl. 223. Publicado por Sousa Viterbo,
Dicionário..., Tomo II, pág. 236-237.
986
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo III, pág. 34.
987
ANTT, Chancelaria de D. João IV. Doações, livro 16, fl. 215vº. Publicado por Sousa Viterbo,
Dicionário..., Tomo III, pág. 237.
988
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo. III, pág. 236-237.
469
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
470
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Um veículo-outro:
A Gravura e a Arquitectura
de pendor «flamengo»
471
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
472
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
989
Pirro Ligorio, Livro das antiguidades grotescas citado em Renacimiento en Europa, pág. 444. É
interessante que o célebre escultor Benvenuto Cellini não concordava com esta designação afirmando no
seu diário que «os estudiosos encontraram-nos em locais agora cavernosos, pois que se foi alçando o
terreno da antiguidade aos nossos dias e ficaram por debaixo. E porque em Roma se chamam a tais
lugares grutas, daqui lhe vem o nome de grotescos. Mas não é este o seu nome. Se é certo que os antigos
se compraziam em compor monstros formados com cabras, vacas e cavalos, por originarem estas
misturas chamaram-lhes monstros, e também os antigos faziam com as suas folhagens esta classe de
monstros, e monstros é o seu verdadeiro nome e não grotescos». B. Cellini, Mi Vida, pág. 63.
990
A bíblia sobre este assunto é o magnífico estudo de Nicole Dacos, La découverte de la Domus Áurea
et la formation des grotesques a la Renaissance. Para Portugal, a primeira síntese acerca do grotesco
deve-se a João Miguel Lameiras, O elogio do fantástico na pintura de grotesco em Portugal. 1521-1656.
473
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
991
Consulte-se Philipe Morel, Les Grotesques. Les figures de l’imaginaire dans la peinture italienne de la
fin de la Renaissence, pág. 23-24.
992
Como considerava cerca de 1621 Teofilo Gallaccini: «O abuso do ornato dana a bondade dos
edifícios e é a razão da má arquitectura, principalmente quando se exagera e se rompe a regra dos
Antigos. O ornato exagerado é próximo dos costumes bárbaros, leva a coisas grotescas e à fantasia de
ourives ou pintores. É errado desproporcionar arquitraves e colunas, romper as arquitraves, os frisos,
para ornamentar os vãos». Cfr. História de la Arquitectura. Antologia Critica, pág. 261.
474
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Pierre Coek van Aelst, Cornelis Bos ou Cornelis Floris que partem do
grotesco italiano, reinterpretam-no e divulgam-no por toda a Europa.
475
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
476
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
995
Sylvie Deswarte, Les enluminers de la Leitura Nova…, pág. 113.
996
Sylvie Deswarte, Les enluminures de la Leitura Nova…, pág. 85-87.
477
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
997
Cfr. José Pacheco, A divina arte negra e o livro português, pág. 119 e 147.
998
Actualmente na Biblioteca Municipal do Porto, reservados, cota Y-14-16. Um outro exemplo
encontra-se depositado na Biblioteca Nacional e pertencia à livraria do Convento da Graça de Lisboa
478
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
479
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1001
Veja-se José Pacheco, A divina arte negra..., pág. 213.
1002
André Chastel, La grottesque, pág. 43.
480
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1003
Madeleine Van de Winckel, «Hans Vredeman de Vries», Les traités de l’architecture de la
Renaissance, pág. 453.
1004
Jurgen Zimmer, «Hans Vredeman de Vries», Teoria da arquitectura do Renascimento aos nossos
dias, pág. 500.
1005
Cfr. Jurgen Zimmer, «Hans Vredeman de Vries», pág. 500.
1006
Sobre este assunto consulte-se Rudolf II and Prague. The Imperial Court and Residential City as the
cultural and spiritual heart of central Europe, pág. 29-45.
481
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1007
Jaroslava Housenblasová e Michal Sronek, Urbs Aurea. Prague of Emperor Rudolf II, pág. 122-123.
1008
Primeiro fez publicar as ordens Dorica, Ionica, e Corinthia, Composita enquanto que a Tuscana surge
apenas em 1578. Cfr. Jurgen Zimmer, «Hans Vredeman de Vries», pág. 502.
1009
Cfr. Jurgen Zimmer, «Hans Vredeman de Vries», pág. 500-502. Dora Wiebenson, Los tratados de
arquitectura..., pág. 170 chama a atenção para um «certo localismo evidente, por exemplo, no grande
interesse pela construção naval e na representação de ordens e detalhes renascentistas na arquitectura
local».
482
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1010
Cfr. Jurgen Zimmer, «Hans Vredeman de Vries», pág. 502.
1011
Cfr. Dora Wiebenson, Los tratados de arquitectura..., pág. 214-215.
1012
Conclui Jurgen Zimmer, «Hans Vredeman de Vries», pág. 502.
483
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
484
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1015
Horta Correia, «A arquitectura – maneirismo e estilo chão», pág. 117.
485
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1016
George Kubler, A arquitectura portuguesa chã..., pág. 110.
486
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1017
Krista de Jonge, «Encontros portugueses. A arte da festa em Portugal e nos Países Baixos
meridionais, no século XVI», Portugal e Flandres. Visões da Europa 1550-1680, pág. 87.
1018
Cfr. Krista de Jonge, «Encontros portugueses. A arte da festa em Portugal e nos Países Baixos
meridionais, no século XVI», pág. 82.
487
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
488
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1020
Cfr. George Kubler, A arquitectura portuguesa chã..., pág. 122.
1021
George Kubler, A arquitectura portuguesa chã..., pág. 113.
1022
Cfr. George Kubler, A arquitectura portuguesa chã..., pág. 122.
489
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1023
Krista de Jonge, «Encontros portugueses. A arte da festa em Portugal e nos Países Baixos
meridionais, no século XVI e início do século XVII», pág. 89-90.
490
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
A circunstância do
«Portugal Filipino»
491
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
492
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1024
Segundo Fernando Checa em Arquitectura del renacimiento..., pág. 268.
493
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
494
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
495
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1031
A biblia sobre estas matérias continua a ser a obra de Agustin Bustamante Garcia, La arquitectura
clasicista del foco vallisoletano (1561-1640). Sobre Francisco de Mora consulte-se pág. 395-421.
1032
Fernando Marías, El Largo Siglo XVI..., pág. 556.
496
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1033
Consulte-se, a título de exemplo, Concepción Ferrero Maeso, Francisco de Praves (1586-1637), pág.
105-170.
1034
Citado em Fernando Marías, «Las iglesias de planta central en España», L’ Église dans l’Architecture
de la Renaissance, pág. 134.
497
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1035
Ceballos citado por Fernando Checa, Arquitectura del renacimiento..., pág. 350.
1036
Cfr. Fernando Checa, Arquitectura del renacimiento..., pág. 354.
1037
Fernando Checa, Arquitectura del renacimiento..., pág. 359.
498
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1038
Cfr. Alfredo J. Morales, Hernan Ruiz..., pág. 129-159.
499
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
500
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
para o alinhavar das primeiras ideias acerca do que reformar nos paços
régios e do como e onde planificar o templo vicentino. É neste sentido que
deve ser lida a informação que nos fornece frei Marcos da Cruz no seu
Catálogo dos Priores do Mosteiro de São Vicente, datado de 1626:
«Lançada a pra pedra fundamental se comessou com mto. fervor a
trabalhar na obra, que a Mag. De Del Rey Philippe ueyo uer depois duas
uezes, pegandosse mto delle, por ser debuxo, q elle madara fazer por Juan
de Herrera, seu architecto, aprovado, por Philippe 3o (Terzi) e outros
grandes arquitectos, e que por ele q tinha muito bom voto nestas materias»
1039
. Colocando de lado o problema interpretativo das vírgulas, este
«debuxo» seria um projecto geral do edifício, certamente a planimetria
inicial e não o projecto final e altimétrico pormenorizado do templo. Para
além desta referência não existe nenhuma outra que anuncie Juan de
Herrera como projectista de São Vicente de Fora em documento português
ou castelhano, mesmo naqueles que eram enviados a Madrid para serem
aprovados pelo monarca. Em resposta a este mutismo documental, as várias
informações que referem Filippo Terzi como autor do risco do templo e a
inarticulação da própria igreja com o ortodoxo estilo «herreriano» dão-nos
uma resposta cabal. O projecto global de São Vicente de Fora foi delineado
por Filippo Terzi e edificado no terreno por Baltasar Álvares, mesmo após
a morte do arquitecto italiano.
1039
Citado em Ayres de Carvalho, As obras de Santa Engrácia..., pág. 80.
1040
Consulte-se Agustin Bustamente e Fernando Marías, «Francisco de Mora y la arquitectura
portuguesa», II Simpósio Luso-Espanhol de História da Arte, pág. 299.
501
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1041
Consulte-se Rafael Moreira, «A aula de arquitectura do Paço da Ribeira e a Academia de
Matemáticas de Madrid», As relações artísticas entre Portugal e Espanha na época dos Descobrimentos,
pág. 70-74.
1042
Cfr. Sousa Viterbo, Dicionário..., Tomo II, pág. 391-392.
1043
Cfr. Ayres de Carvalho, D. João V..., Vol. II, pág. 27-28.
1044
Rafael Moreira, «O torreão do Paço da Ribeira», pág. 45-46 refere que os dois desenhos existentes no
Arquivo Geral de Simancas referentes à «Planta de la torrezilla q esta al cano dela Galeria del Palascio
de Lisboa» incluem inscrições que não são de Terzi e que parecem ser de Francisco de Mora. Todavia
estas plantas deverão ser anteriores ao momento da visita de Mora acima documentada.
1045
BA, 51-VIII-19, fls. 73vº-74. Cfr. Miguel Soromenho, «Classicismo, italianismo e estilo chão. O
ciclo filipino», História da Arte Portuguesa, Vol. 2, pág. 381.
502
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
503
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Duas pistas bem mais visíveis passam pelas figuras dos marqueses de
Castelo Rodrigo e do conde de Portalegre.
D. João da Silva, conde de Portalegre, forneceu debuxos da «castra
doloris» erguida no Escorial a Nicolau de Frias que neles se baseou para
fazer construir igual monumento fúnebre em Belém, na celebração das
exéquias de Filipe II. Por seu turno, os Castelo Rodrigo fizeram edificar o
seu palácio em zona nobre da cidade de Lisboa inspirados nos alcáceres
castelhanos e citaram o modelo escurialense na cripta que guardaram para
si e fizeram construir na igreja de São Bento da Saúde. Não será por acaso
que Teodósio de Frias foi o arquitecto escolhido para riscar a obra – tal
como certamente projectou a cripta para o Sacramento de Alcântara 1049.
1047
Cfr. Paulo Varela Gomes, Arquitectura, Religião e Política em Portugal no Século XVII..., pág. 58-
63.
1048
Paulo Varela Gomes, Arquitectura, Religião e Política em Portugal no Século XVII..., pág. 65.
1049
Sobre este assunto veja-se capítulo neste trabalho.
504
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1050
Citado em Santiago Sebastián, Contrarreforma y Barroco, pág. 239.
1051
Manual para los prelados descalços de Nuestra Senõra del Carmen, fl. 16.
505
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1052
Manual para los prelados..., fl. 16vº.
1053
Cfr. Agustin Bustamante Garcia, La arquitectura clasicista del foco vallisoletano..., pág. 418-421.
1054
Consulte-se Ramón Guerra de la Veja, Madrid de los Austrias, pág. 84-87. Recorde-se que o actual
estado interior resulta desvirtuado pela profusa decoração barroca setecentista.
506
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
507
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1057
Cfr. História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas..., Vol. II, pág. 86.
508
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
509
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1060
Inventário Artístico de Portugal. Concelho de Évora, pág. 314.
1061
1614 é também a data que se escopra num florão da abóbada. Cfr. Inventário Artístico de Portugal.
Cidade de Évora, pág. 315.
1062
ADE, Cartório Notarial de Évora, Livro 421, fl. 81vº. Citado mas não publicado em súmula
documental de Vítor Serrão em Túlio Espanca, «Nova Miscelânea», A Cidade de Évora, pág. 106.
Contrariamente à paginação aqui apontada, só existe o primeiro fólio da lavra documental, tendo sido
visivelmente arrancados do actual livro notarial os fólios subsequentes.
1063
Pedro Álvares Moniz foi o construtor da Fonte Grande de Vila Viçosa, segundo traças de Pero Vaz
Pereira em 1618 e reformou a capela e embasamento do retábulo de S. Manços ou das Relíquias da Sé de
Évora em 1622, pela qual colecta 13.000 reais.
510
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1064
José Eduardo Horta Correia, Arquitectura Portuguesa..., pág. 62.
1065
José Eduardo Horta Correia, «A arquitectura – maneirismo e estilo chão» pág. 126 - 127.
1066
Cfr. António de Vasconcelos, Os colégios universitários..., pág. 264.
1067
AUC, Colégio de São José dos Marianos, Livro nº 7, documento avulso.
511
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
quatro vestimetas e quatro frontais das cores e ffeitio que ho reitor e mais
padres do dito collegio ordenare», «e por detras do xpõ que esta na dita
capella pora hum retabollo com seu resplandor dourado».
1068
AUC, Colégio de São José dos Marianos, Livro nº 7, documento avolso.
1069
Segundo registo de 31 de Março de 1659. Cfr. AUC, Colégio de São José dos Marianos, Livro 4, fl.
390.
1070
AUC, Colégio de São José dos Marianos, Livro nº 7, documento avulso. Assinam como testemunhas
os pedreiros de Celas, Luís Pinheiro e Miguel Mendes.
512
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
513
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
pilastras, tendo de cada lado, uma capela rasgada por arco de volta perfeita.
A abóbada de cinco tramos com lunetas cobre o nave, sendo que os dois
primeiros tramos correspondem ao coro-alto suportado por arco abatido.
No cruzeiro, cúpula e retabulária nos braços do transepto. A fachada
desenvolve a tripla arcaria de acesso à galilé e é rematada por frontão
triangular.
1074
AHMP, Livro de Vereações, nº 41, fls. 208vº - 209.
1075
AHMP, Livro de Vereações, nº 41, fls. 211vº - 213.
1076
Inventário Artístico de Portugal. Cidade do Porto, pág.185-187.
514
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
515
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1080
Como se afirma em documento coevo. Cfr. Alexandre Alves, «O frontespício e as torres da catedral
de Viseu», pág. 264.
1081
Como adiantamos em Carlos Ruão, «A Arquitectura da Sé Catedral de Viseu», Monumentos, pág. 17.
1082
Cfr. Lopes de Almeida, Artes e ofícios em documentos da Universidade, Vol. III, pág. 169-173.
1083
Os dois mestres pedreiros tinham, a 2 de Fevereiro de 1644, celebrado um contrato de parceria, mas a
preferência do Cabido por Manuel Fernandes levou David Álvares a interpor uma acusação contra a Sé
dizendo que tinha sido ele o autor do lança mais baixo, exactamente dos ditos 900.000 reais. Todavia, o
próprio Manuel Fernandes predispôs-se a pagar à sua custa tudo a que o Cabido pudesse ser condenado,
segundo um documento por si próprio redigido a 26 de Abril de 1646 e publicado por Alexandre Alves,
«Artistas e artífices nas dioceses de Lamego e Viseu», Beira Alta, pág. 525-526.
516
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
1084
Segundo Alexandre Alves, A Sé-Catedral de Santa Maria de Viseu, pág. 68-69.
1085
Foi objecto de estudo por Alfonso Rodriguez Ceballos, «Juan Moreno y la Arquitectura Protobarroca
en Salamanca», Archivo Español de Arte, Vol. XLIX, Madrid, 1977.
517
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
518
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
Índice do Volume I
519
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
520
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
521
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
522
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
523
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
524
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
525
«O Eupalinos Moderno». Teoria e Prática da Arquitectura Religiosa em Portugal
526