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Questões de Direitos Reais

1.Qual a estratégia deve ser adotada em nome de Luiz Faria e sua


mulher a fim de garantir a propriedade do bem se é que é cabível
alguma modalidade de usucapião? Explique e fundamente sua
resposta.

Resposta – Tratando-se de posse precária, onde Luiz Faria e sua esposa


adquiriram a chácara de forma violenta, sendo que conforme se observa
no caso concreto invadiram derrubaram cercas e expulsaram o caseiro,
sendo assim, por esses motivos não cabimento de qualquer modalidade
de usucapião, uma vez que os princípios fundamentais para a aquisição
da propriedade, conforme dispõe o artigo 1.239 e 1.208 do CC/2002, é a
posse de boa-fé. Caberá a Luiz em contestação na ação de Reintegração
de Posse, que lhe move Pedro Gonçalves, apresentar no conjunto
probatório alegações que comprovem sua posse conforme prescreve os
artigos 1.196 e seguintes do CC/2002.

2.Nesta hipótese cabe alguma (ou mais de uma) modalidade de


usucapião? Explique e fundamente.

Resposta – Sim, é cabível a ação de Usucapião Especial Urbano ou ação


de Usucapião Familiar. Com base nos artigos 1.240, 1.240-A e seguintes
do CC/2002, artigo 18 da CF/1988 e artigo 9º do Estatuto da Cidade Lei
10.257/2001, Jair Menezes poderá ajuizar ação de usucapião especial
em face de José da Silva, uma vez que estão presentes todos os
requisitos para aquisição da posse através dessa modalidade de
usucapião. É certo que uma das características da posse neste caso é a
metragem do imóvel o qual não ultrapassa 250m², sem interrupção, sem
a oposição por parte de José da Silva, sendo que é sua única moradia.
Neste caso, Jair Menezes tem o “animus domini” sobre o imóvel, onde ali
utilizou para sua moradia.
3.Se cabe a reintegração por liminar ou se ela perderá a
propriedade em razão da prescrição aquisitiva? E se ela terá que
indenizar as benfeitorias implementadas por Severino em seu
imóvel. Explique e fundamente.

Resposta – Considerando que a posse de Severino se deu em 2010 e o


retorno de Juma para o Brasil aconteceu em 2020, Juma não poderá
requerer por tutela em medida de liminar, uma vez que a posse de
Severino ultrapassa 1 ano e dia, conforme o Código de Processo Civil de
2015 que manteve a ideia das ações de força nova (intentadas em
dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho) sendo que essas possam
ser aviadas sob o rito das possessórias. Portanto, a presente ação de
reintegração de posse deverá seguir o procedimento comum do CPC. Em
relação as benfeitorias realizadas pelo possuidor, conforme determina o
artigo 1.220 do CC/2002, ao possuidor de má-fé serão ressarcidas
somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção
pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. Juma não
perderá a propriedade em razão da prescrição aquisitiva, haja vista que
o meio utilizado por Severino para aquisição da propriedade foi de forma
violenta e as escondidas, sem o conhecimento da Juma.

4.Qual ação de usucapião cabível? Explique e fundamente.

Resposta - Considerando que o terreno contém metragem de 240m² em


área urbana, sendo este proveniente de posse mansa e pacífica, sem
qualquer oposição de terceiros interessados e levando em conta o lapso
temporal de 9 (nove) anos e meio, Norberto detém todos os requisitos
para ajuizar ação de Usucapião Especial Urbano, em face de Cândido
Gonçalves, nos termos do artigo 1.240 do CC/2002.

5.Tem João direito a constranger Maurício a lhe dar passagem


forçada, de modo a continuar a usar o caminho existente no
terreno de Mauricio?

Resposta – Não, João não tem direito de constrangem Maurício, visto que,
está expressamente descrito no artigo 1.285 do CC/2002 que “o dono do
prédio que não tive acesso a via pública, nascente ou porto, pode,
mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe
dar passagem (...), portanto, não é o caso em questão, haja visto que o
imóvel de João dispõe de acesso próprio à via pública, não sendo
encravado ao imóvel de Maurício.

Independentemente da resposta ao item anterior, pode João


ingressar em juízo para que seja reconhecida aquisição de direito
real de servidão de passagem, por meio de usucapião?

Resposta – Não obstante a isso, João não tem direito a ingressar com
ação de Usucapião, visto que, a suposta passagem não está sujeito a
prescrição aquisitiva, sendo assim, inadmissível o direito de João.

6.Cabe pedido de liminar? Fundamente.

Resposta – Não cabe pedido de liminar na ação de reintegração de posse


ajuizada por Matusalém visto que o lapso temporal da posse de Josué é
de cerca de 2 (dois) anos, sabendo-se que o interregno tempo é de ano e
dia, segundo disciplina o artigo 523 do CC/2002 combinado com artigo
924 do CPC/2015. Sendo assim, a possibilidade de liminar torna-se
inviável o deferimento considerando o prazo do esbulho.

Na contestação, Josué poderia requerer a indenização pelas


benfeitorias realizadas?

Resposta – Considerando que a posse foi clandestina, precária e de má-


fé, não há indenização pelas

Qual seria o prazo necessário para que pudesse arguir a


usucapião em seu favor e qual a sua espécie?

Resposta –

7.Como advogado dos filhos do casal morto, o que você faria?


Fundamente.

Resposta –
8.Considerando a situação hipotética apresentada, analise se
algum dos dois fundamentos deduzidos por Caio em sua defesa
são possíveis, empregando os argumentos jurídicos apropriados e
a fundamentação legal pertinente ao caso.

Resposta – Conforme disposto no artigo 102 do Código Civil, o artigo 191,


parágrafo único, e o artigo 183, §3º, ambos da Constituição Federal de
1988, bem como, segundo a Súmula 340 di Supremo Tribunal Federal, os
bens públicos em geral jamais serão objeto de usucapião, nem moveis,
nem imóveis, sejam de uso comum do povo, de uso especial ou
dominicais. Nesta esteira, a anuência verbal do Poder Público no tocante
à ocupação do imóvel não repercute sobre a esfera jurídica do Poder
Público, uma que os contratos verbais com a Administração Pública são
nulos e sem nenhum efeito, nos termos do artigo 60, parágrafo único, da
Lei 8.666/93. Todavia, importante ressaltar que um dos atributos dos
bens públicos, qual seja, a sua imprescritibilidade, de modo que os bens
públicos não se sujeitam à prescrição aquisitiva de direitos. Sendo assim,
a pretensão de usucapião de um bem público deve ser rejeitada, pelos
fundamentos supracitados. prescrição aquisitiva de direitos.

9.Que modalidade de usucapião seria esta (e que rito) fora


adotado: Fundamente.

Resposta – Pedro deverá ajuizar ação de usucapião extraordinário, com


fundamentos no artigo 1.238 do CC/2002. O CPC/2015, passa a inserir
a ação de usucapião para o rito comum.

O que Nadir pode alegar na contestação em sua defesa?


Fundamente.

Resposta – Nadir, poderá alegar em sua defesa que a posse de Pedro


não foi de forma ininterrupta, que havia sido feito oposição a ocupação
do imóvel e que Pedro não tinha animus de dano da residência.
10.Neste sentido a decisão do Juiz é correta? Explique e
fundamente.

Resposta – A decisão do juiz não é correta, visto que o princípio da


fungibilidade poderá ser arguida neste caso, conforme preceitua o artigo
554 do CPC/2015, que diz: “a propositura de uma ação possessória em
vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a
proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam
provados.

11. Neste caso pode os herdeiros de Luiz Carlos intentar ação de


usucapião? Explique.

Resposta – O registro do título translativo não transfere a propriedade


quando tiver por título um negócio jurídico nulo, com fundamentos no
artigo 1.268, §2º do CC/2002. Invalidade dos registros imobiliários das
escrituras de venda e revenda com seus correlatos cancelamentos.
Adquirentes de boa-fé que não podem ser havidos como donos do imóvel,
conforme preceitua artigo 1.45, §2º do CC/2002. O negócio é nulo
quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam a sociedade.
Assim, quando o interesse público é lesado, a sociedade o repele,
fulminando-o de nulidade, evitando que venha a produzir os efeitos
esperados pelo agente. Portanto, se o negócio é nulo, não torna efeito a
posse dos herdeiros, não sendo possível intentar ação de usucapião.

12. Com base no que dispõe o atual Código Civil e Código de


Processo Civil em vigor, seria possível o uso de força para a
legitima defesa da posse?

Resposta - Sim, com base no artigo 1.210, §1º do CC/2002, onde


ressalta que o agente possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-
se, ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo. Os atos
de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à
manutenção, ou restituição da posse. Nessa esteira, o CPC/2015 em seu
artigo 188, I, ressalta-se que não constituem atos ilícitos; I – os
praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido.

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