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extracontratual 3 anos
Direito Civil Contratos Noções gerais sobre contratos
Origem: STJ
Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade contratual, aplica-se a regra geral (art. 205
CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando se tratar de responsabilidade
extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para
fins de prazo prescricional, o termo “reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva,
abrangendo apenas os casos de indenização decorrente de responsabilidade civil extracontratual.
• Responsabilidade civil extracontratual: 3 anos. • Responsabilidade contratual: 10 anos. STJ. 2ª
Seção. EREsp 1280825/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018.
A certidão de parcelamento fiscal é suficiente para suprir a exigência prevista no inciso III do art.
71 da Lei nº 8.245/91 (Lei de Locações) para efeito do ajuizamento de ação renovatória de
locação empresarial. STJ. 3ª Turma. REsp 1698814-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 26/06/2018 (Info 629).
Origem: STJ
Pessoa celebrou contrato de mútuo feneratício com instituição financeira. Por algum motivo (ex:
nulidade, ato ilícito, abusividade etc.) o mutuário ingressou com ação judicial pedindo a resolução
do contrato e a restituição das parcelas pagas. Se esta ação for julgada procedente, o mutuário
terá direito de receber os valores pagos acrescidos de juros remuneratórios no mesmo percentual
que era previsto no contrato para ser cobrado pelo banco mutuante? NÃO. O mutuário que
celebrar contrato de mútuo feneratício com a instituição financeira mutuante, não tem direito de
pedir repetição do indébito com os mesmos índices e taxas de encargos previstos no contrato.
Tese aplicável a todo contrato de mútuo feneratício celebrado com instituição financeira
mutuante: “Descabimento da repetição do indébito com os mesmos encargos do contrato”. STJ.
2ª Seção. REsp 1552434-GO, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 13/06/2018
(recurso repetitivo) (Info 628).
Origem: STJ
Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de
seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica
formada. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 25/04/2018, DJe 07/05/2018 (Info 624).
Origem: STJ
Nos contratos de compra e venda de imóveis, a falta de registro da incorporação imobiliária não
compromete os direitos transferidos ao promissário comprador, os quais podem ter efeitos
perante terceiros. A ausência do registro da incorporação não torna nulo o contrato de compra e
venda. O descumprimento, pela incorporadora, da obrigação prevista no art. 32 da Lei nº
4.591/64, consistente no registro do memorial de incorporação no Cartório de Imóveis e dos
demais documentos nele arrolados, não implica a nulidade ou anulabilidade do contrato de
promessa de compra e venda de unidade condominial. Assim, a promessa de compra e venda,
ainda que não registrada, é oponível ao próprio vendedor ou a terceiros, haja vista que tal efeito
não deriva da publicidade do registro, mas da própria lei. STJ. 3ª Turma. REsp 1490802/DF, Rel.
Min. Moura Ribeiro, julgado em 17/04/2018.
Origem: STJ
Não é abusiva a cláusula contratual que prevê a possibilidade de não renovação automática do
seguro de vida em grupo por qualquer dos contratantes, desde que haja prévia notificação da
outra parte. À exceção dos contratos de seguro de vida individuais, contratados em caráter
vitalício ou plurianual, nos quais há a formação de reserva matemática de benefícios a conceder,
as demais modalidades são geridas sob o regime financeiro de repartição simples, de modo que
os prêmios arrecadados do grupo de segurados ao longo do período de vigência do contrato
destinam-se ao pagamento dos sinistros ocorridos naquele período. Dessa forma, nos contratos
de seguro de vida em grupo não há direito à renovação da apólice sem a concordância da
seguradora ou à restituição dos prêmios pagos em contraprestação à cobertura do risco no
período delimitado no contrato. Vale ressaltar que a seguradora pode decidir não mais renovar o
contrato de seguro de vida, mesmo que não comprove que houve desequilíbrio atuarial-
financeiro. Trata-se de um verdadeiro direito potestativo. STJ. 2ª Seção. REsp 1569627-RS, Rel.
Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 22/02/2018 (Info 622).
A aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo INSS não confere ao segurado o
direito automático de receber indenização de seguro contratado com empresa privada, sendo
imprescindível a realização de perícia médica para atestar o grau de incapacidade e o correto
enquadramento na cobertura contratada. STJ. 2ª Seção. EREsp 1508190-SC, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 08/11/2017 (Info 616).
Origem: STJ
Se a locação residencial foi celebrada por escrito e com prazo igual ou superior a 30 meses,
quando chegar ao fim o prazo estipulado, termina o contrato e o locador poderá pedir a retomada
do imóvel sem a necessidade de apresentar qualquer justificativa. Diz-se, assim, que o locador
pode fazer a chamada “denúncia vazia”. Isso está previsto no art. 46 da Lei nº 8.245/91. Vale
ressaltar, contudo, que não é cabível a denúncia vazia quando o prazo de 30 meses, exigido pelo
art. 46 da Lei nº 8.245/91, é atingido com as sucessivas prorrogações do contrato de locação de
imóvel residencial urbano. Em outras palavras, o art. 46 da Lei nº 8.245/91 somente admite a
denúncia vazia se um único instrumento escrito de locação estipular o prazo igual ou superior a
30 meses, não sendo possível contar as sucessivas prorrogações dos períodos locatícios
(accessio temporis) para se atingir esse prazo de 30 meses. Ex: o contrato de locação foi
celebrado por 12 meses; depois foi prorrogado mais duas vezes, totalizando 36 meses; não se
aplica o art. 46 porque o período mínimo de 30 meses foi alcançado com prorrogações. STJ. 3ª
Turma. REsp 1364668-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 07/11/2017 (Info
615).
A instituição arbitral, por ser simples administradora do procedimento arbitral, não possui
interesse processual nem legitimidade para integrar o polo passivo da ação que busca a sua
anulação. STJ. 3ª Turma. REsp 1433940-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
26/09/2017 (Info 613).
Se a pessoa somente foi reconhecida como filha após a alienação ter acontecido, ela não
poderá pleitear a anulação com base no art. 496 do Código Civil
Direito Civil Contratos Compra e venda
Origem: STJ
O reconhecimento de paternidade post mortem não invalida a alteração de contrato social com a
transferência de todas as cotas societárias realizada pelo genitor a outro descendente. STJ. 4ª
Turma. REsp 1356431-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 8/8/2017 (Info 611).
O saneamento de vício redibitório limitador do uso, gozo e fruição da área de terraço na cobertura
de imóvel objeto de negócio jurídico de compra e venda – que garante o seu uso de acordo com a
destinação e impede a diminuição do valor –, afasta o pleito de abatimento do preço. João
comprou apartamento no último andar do edifício, estando previsto no contrato que ele poderia
fazer construções na cobertura. Por ter comprado a cobertura, ele pagou 25% a mais.Ocorre que,
depois que o prédio ficou pronto, João não pode realizar nenhuma construção na cobertura
porque isso foi negado pelo Município sob o argumento de que o prédio já teria alcançado o limite
máximo de altura previsto para aquela localidade.Diante disso, João ajuizou ação de abatimento
de preço contra a construtora. Três anos após o ajuizamento, houve uma mudança nas regras
municipais e o limite de altura dos prédios naquela localidade aumentou. Com isso, passou a ser
permitido que ele construísse na cobertura. João não terá mais direito ao abatimento do preço.
STJ. 4ª Turma.REsp 1478254-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 8/8/2017 (Info 610).
É trienal o prazo de prescrição para fiador que pagou integralmente dívida objeto de contrato de
locaçãopleitear o ressarcimento dos valores despendidos contra os locatários inadimplentes. O
termo inicial deste prazo é a data em que houve o pagamento do débito pelo fiador, considerando
que é a partir daí que ocorre a sub-rogação, e, via de consequência, inaugura-se ao fiador a
possibilidade de demandar judicialmente a satisfação de seu direito. STJ. 3ª Turma. REsp
1432999-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/5/2017 (Info 605).
Aplica-se a prescrição ânua do art. 206, § 1º, II, "b", do Código Civil para a ação proposta pelo
mutuário/segurado para recebimento da indenização do seguro adjeto a contrato de mútuo
habitacional (SFH). O termo inicial da prescrição conta-se da data da ciência inequívoca da
incapacidade do segurado (Súmula 278 do STJ). STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1420961/SP, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/05/2017.
Origem: STJ
Origem: STJ
O direito autoral não pode proteger as ideias em si, mas apenas as formas de expressá-las. Isso
porque as ideias constituem patrimônio comum da humanidade. Assim, não há proteção autoral a
ideia de fazer uma determinada espécie de contrato, por mais inovadora e original que seja. No
máximo, o texto das cláusulas pode ser protegido. A Lei de Direitos Autorais não pode tolher a
criatividade e a livre iniciativa, nem o avanço das relações comerciais e da ciência jurídica, que
ficaria estagnada com o direito de exclusividade de certos tipos contratuais. Assim, a criação de
nova espécie de seguro não possui a proteção da Lei de Direitos Autorais. STJ. 3ª Turma. REsp
1627606/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 02/05/2017 (Info 603).
A mora do comprador, na ação ajuizada pelo vendedor com o intuito de recuperação da coisa
vendida com cláusula de reserva de domínio, pode ser comprovada por meio de notificação
extrajudicial enviada pelo Cartório de Títulos e Documentos (RTD). Assim, em caso de cláusula
de reserva de domínio, existem três formas pelas quais o vendedor (credor) poderá comprovar a
mora do comprador (devedor): a) mediante protesto do título; b) por meio de interpelação judicial;
c) por notificação extrajudicial enviada pelo Cartório de Títulos e Documentos. STJ. 3ª
Turma.REsp 1629000-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 601).
Origem: STJ
A decretação de falência do locatário, sem a denúncia da locação, nos termos do art. 119, VII, da
Lei nº 11.101/2005, não altera a responsabilidade dos fiadores junto ao locador. Art. 119. Nas
relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes regras: VII – a falência do
locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o administrador judicial
pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato; STJ. 3ª Turma. REsp 1.634.048-MG, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 602).
O seguro de RC D&O (Directors and Officers Insurance) não abrange operações de diretores,
administradores ou conselheiros qualificadas como insider trading. O RC D&O é um tipo de
seguro feito por grandes executivos (exs: CEOs) por meio do qual a seguradora assume os
custos caso eles sejam responsabilizados por algum ato culposo praticado durante a gestão da
empresa. O insider trading ocorre quando uma pessoa (insider), por força do exercício
profissional, possui informações relevantes sobre a empresa e utiliza tais dados para negociar as
ações dessa companhia antes que essas informações sejam reveladas ao público em geral. O
administrador que praticou insider trading não tem direito à cobertura securitária do seguro RC
D&O por dois motivos: 1) o insider trading não é um ato culposo, mas sim doloso (fraudulento); 2)
o insider trading não configura ato de gestão, mas sim um ato pessoal do administrador com o
objetivo de gerar proveitos financeiros próprios, em detrimento dos interesses da companhia.
STJ. 3ª Turma. REsp 1601555-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/2/2017
(Info 598).
A fiança limitada decorre da lei e do contrato, de modo que o fiador não pode ser compelido a
pagar valor superior ao que foi avençado, devendo responder tão somente até o limite da garantia
por ele assumida, o que afasta sua responsabilização em relação aos acessórios da dívida
principal e aos honorários advocatícios, que deverão ser cobrados apenas do devedor afiançado.
Por se tratar de contrato benéfico, as disposições relativas à fiança devem ser interpretadas de
forma restritiva (art. 819 do CC), razão pela qual, nos casos em que ela é limitada (art. 822), a
responsabilidade do fiador não pode superar os limites nela indicados. Ex: indivíduo outorgou
fiança limitada a R$ 30 mil; significa que ele não terá obrigação de pagar o que superar esta
quantia, mesmo que esse valor a maior seja decorrente das custas processuais e honorários
advocatícios. STJ. 3ª Turma. REsp 1482565-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
6/12/2016 (Info 595).
No seguro de automóvel celebrado por uma empresa com a seguradora, é devida a indenização
securitária se o condutor do veículo (funcionário da empresa segurada) estava embriagado? • Em
regra: NÃO. • Exceção: será devido o pagamento da indenização se a empresa segurada
conseguir provar que o acidente ocorreria mesmo que o condutor não estivesse embriagado. Não
é devida a indenização securitária decorrente de contrato de seguro de automóvel quando o
causador do sinistro – preposto da empresa segurada – estiver em estado de embriaguez, salvo
se o segurado demonstrar que o infortúnio ocorreria independentemente dessa circunstância.
STJ. 3ª Turma. REsp 1485717-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 22/11/2016
(Info 594).
O imóvel da Caixa Econômica Federal vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação, como está
afetado à prestação de um serviço público, deve ser tratado como bem público, sendo, pois,
imprescritível (insuscetível de usucapião). STJ. 3ª Turma. REsp 1448026-PE, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 17/11/2016 (Info 594).
Termo inicial do prazo para purgação da mora Na ação de despejo por falta de pagamento, o
locatário ou o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 dias, contado
da citação, o pagamento do débito atualizado mediante depósito judicial (art. 62, II, da Lei nº
8.245/91). A partir de quando começa a ser contado este prazo que o requerido possui para
purgar a mora? O que o art. 62, II, da Lei quer dizer quando fala "contado da citação"? O prazo de
15 dias para purgação da mora deve ser contado a partir da juntada aos autos do mandado de
citação ou aviso de recebimento devidamente cumprido. Não cabimento de purgação
complementar da mora caso os valores tenham sido contestados pelo locatário A contestação de
parte do débito na ação de despejo por falta de pagamento é incompatível com a intimação do
locatário para fins de complementação do depósito em relação às parcelas tidas por ele como
indevidas. Não se deve intimar o locatário para efetuar a purgação complementar da mora (art.
62, III, da Lei nº 8.245/91) se houve manifestação contrária de sua parte, em contestação, quanto
à intenção de efetuar o pagamento das parcelas não depositadas. Em outras palavras, se o
locatário, regularmente citado, contesta parte da dívida, não cabe a sua intimação para
complementar o depósito de emenda da mora e pagar tais parcelas. STJ. 3ª Turma. REsp
1624005-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 25/10/2016 (Info 593).
Em regra, mesmo que o proprietário do veículo segurado tenha dado termo de quitação ou
renúncia ao causador do sinistro, a seguradora continuará tendo direito de ajuizar ação regressiva
contra o autor do dano e de ser ressarcida pelas despesas que efetuou com o reparo ou
substituição do bem sinistrado. Ex: o segurado combina com o causador do dano que este irá
pagar apenas o valor da franquia do seguro, em troca de um termo de quitação. A seguradora
paga, então, os prejuízos e poderá cobrar do causador do dano porque ela tem direito à sub-
rogação por força de lei (art. 786, CC) e este acordo não é eficaz perante ela (art. 786, § 2º).
Exceção: a seguradora não terá direito de regresso contra o autor do dano caso este demonstre
que indenizou realmente o segurado pelos prejuízos sofridos, na justa expectativa de que
estivesse quitando, integralmente, os danos provocados por sua conduta. Neste caso, protege-se
o terceiro de boa-fé e a seguradora poderá cobrar do segurado com base na proibição do
enriquecimento ilícito. Ex: o causador do dano paga todas as despesas do segurado e recebe um
termo de quitação; de má-fé, o segurado, mesmo já tendo sido indenizado, aciona o seguro para
consertar seu carro. Se a seguradora ajuizar ação regressiva contra o causador do dano, ele
poderá provar que pagou integralmente as despesas e, neste caso, a ação será julgada
improcedente. Protege-se a boa-fé do terceiro. STJ. 3ª Turma. REsp 1533886-DF, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016 (Info 591).
A franquia não é um contrato de consumo (regido pelo CDC), mas, mesmo assim, é um contrato
de adesão. Segundo o art. 4º, § 2º da Lei nº 9.307/96, nos contratos de adesão, a cláusula
compromissória só terá eficácia se o aderente: • tomar a iniciativa de instituir a arbitragem; ou •
concordar, expressamente, com a sua instituição, por escrito, em documento anexo ou em
negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula. Todos os contratos de
adesão, mesmo aqueles que não consubstanciam relações de consumo, como os contratos de
franquia, devem observar o disposto no art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. Assim, é possível a
instituição de cláusula compromissória em contrato de franquia, desde que observados os
requisitos do art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. STJ. 3ª Turma. REsp 1602076-SP, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 15/9/2016 (Info 591).
O Poder Judiciário pode decretar a nulidade de cláusula arbitral (compromissória) sem que essa
questão tenha sido apreciada anteriormente pelo próprio árbitro? Regra: Não. Segundo o art. 8º,
parágrafo único da Lei de Arbitragem (Lei nº 9.307/96), antes de judicializar a questão, a parte
que deseja arguir a nulidade da cláusula arbitral deve formular esse pedido ao próprio árbitro.
Exceção: compromissos arbitrais patológicos. O Poder Judiciário pode, nos casos em que prima
facie é identificado um compromisso arbitral "patológico", isto é, claramente ilegal, declarar a
nulidade dessa cláusula, independentemente do estado em que se encontre o procedimento
arbitral. STJ. 3ª Turma. REsp 1602076-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016 (Info
591).
Não é possível a revisão de cláusulas contratuais em ação de exigir contas (ação de prestação de
contas). STJ. 2ª Seção. REsp 1497831-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. para
acórdão Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 592).
Origem: STJ
É de cinco anos o prazo mínimo para a duração de contrato de arrendamento rural em que ocorra
pecuária de gado bovino, independentemente da maior ou menor escala da atividade exploratória
ou da extensão da área a que se refira o contrato. STJ. 3ª Turma. REsp 1336293-RS, Rel. Min.
João Otávio de Noronha, julgado em 24/5/2016 (Info 584).
O direito de preferência para a aquisição do imóvel arrendado, previsto no art. 92, § 3º, do
Estatuto da Terra, não é aplicável à empresa rural de grande porte (arrendatária rural). STJ. 3ª
Turma. REsp 1447082-TO, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 10/5/2016 (Info
583).
No caso de contrato de seguro de automóvel, havendo perda total, a seguradora deverá indenizar
o segurado com base na tabela vigente na data do sinistro, e não na data do efetivo pagamento
(liquidação do sinistro). É abusiva a cláusula de contrato de seguro de automóvel que, na
ocorrência de perda total do veículo, estabelece a data do efetivo pagamento (liquidação do
sinistro) como parâmetro do cálculo da indenização securitária a ser paga conforme o valor médio
de mercado do bem, em vez da data do sinistro. STJ. 3ª Turma. REsp 1546163-GO, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 5/5/2016 (Info 583).
O fato de o beneficiário de seguro de vida ter sido reformado pelo Exército em razão de
incapacidade total para sua atividade habitual (serviço militar) não implica, por si só, o direito à
percepção de indenização securitária em seu grau máximo quando a apólice de seguro estipula
que esse grau máximo é devido no caso de invalidez total permanente para qualquer atividade
laboral. STJ. 3ª Turma. REsp 1318639-MS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em
26/4/2016 (Info 582).
O prazo decadencial para herdeiro do cônjuge prejudicado pleitear a anulação da fiança firmada
sem a devida outorga conjugal é de dois anos, contado a partir do falecimento do consorte que
não concordou com a referida garantia. STJ. 4ª Turma. REsp 1273639-SP, Rel. Luis Felipe
Salomão, julgado em 10/3/2016 (Info 581).
É nula cláusula contratual que fixa o preço do arrendamento rural em frutos ou produtos ou seu
equivalente em dinheiro, nos termos do art. 18, parágrafo único, do Decreto nº 59.566/66. Essa
nulidade não obsta que o credor proponha ação de cobrança, caso em que o valor devido deve
ser apurado, por arbitramento, em liquidação. Além disso, o contrato de arrendamento rural que
estabelece pagamento em quantidade de produtos pode ser usado como prova escrita para se
ajuizar ação monitória com a finalidade de determinar a entrega de coisa fungível, considerando
que é indício da relação jurídica material subjacente. STJ. 3ª Turma. REsp 1266975-MG, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 10/3/2016 (Info 580).
O valor estabelecido em ação revisional de aluguel de imóvel não residencial não tem sua
incidência limitada ao período compreendido entre a citação e o termo final do contrato original de
locação, devendo incidir até a efetiva entrega das chaves caso a locação venha a ser prorrogada
por prazo indeterminado em razão da permanência do locatário no imóvel (art. 56, parágrafo
único, da Lei nº 8.245/91). STJ. 3ª Turma. REsp 1566231-PE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 1º/3/2016 (Info 578).
Origem: STJ
A Lei nº 8.245/91 prevê que alguns processos envolvendo locações urbanas tramitam mesmo
durante as férias forenses e não se suspendem mesmo neste período (art. 58, I). São eles: a)
ações de despejo; b) ações de consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação; c)
ações revisionais de aluguel; d) ações renovatórias de locação. A ação de despejo cumulada com
ação de cobrança de alugueis irá tramitar durante as férias forenses? Não. A ação de despejo
enquadra-se no art. 58, I, mas a ação de cobrança não. Assim, a partir do momento em que o
autor ajuíza ambas, de forma cumulada, a situação não mais se amolda ao dispositivo legal
acima mencionado. Em suma, nos casos em que há cumulação da ação de despejo com a
cobrança de aluguéis, os prazos processuais (inclusive para recursos) ficam suspensos durante o
recesso forense. STJ. 3ª Turma. REsp 1414092-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 1º/3/2016 (Info 578).
É válida a cláusula compromissória que excepcione do juízo arbitral certas situações especiais a
serem submetidas ao Poder Judiciário. STJ. 4ª Turma. REsp 1331100-BA, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, Rel. para acórdão Min. Raul Araújo, julgado em 17/12/2015 (Info 577).
Na hipótese em que frustrados os públicos leilões promovidos pelo fiduciário para a alienação do
imóvel objeto de alienação fiduciária no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), a taxa
de ocupação será exigível do fiduciante em mora a partir da data na qual se considera extinta a
dívida (art. 27, § 5º, da Lei nº 9.514/97), e não desde a data da consolidação da propriedade em
nome do fiduciário (art. 27, caput, da Lei nº 9.514/97). STJ. 3ª Turma. REsp 1401233-RS, Rel.
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 17/11/2015 (Info 574).
Origem: STJ
Ainda que sem prévia ou concomitante rescisão do contrato de compra e venda com reserva de
domínio, o vendedor pode, ante o inadimplemento do comprador, pleitear a proteção possessória
sobre o bem móvel objeto da avença. STJ. 4ª Turma. REsp 1056837-RN, Rel. Min. Marco Buzzi,
julgado em 3/11/2015 (Info 573).
Ainda que o sinistro tenha ocasionado a perda total do bem, a indenização securitária deve ser
calculada com base no prejuízo real suportado pelo segurado, sendo o valor previsto na apólice,
salvo expressa disposição em contrário, mero teto indenizatório. A indenização a ser recebida
pelo segurado no caso de sinistro deve corresponder ao real prejuízo do interesse segurado. Há
de ser apurado por perícia técnica o alcance do dano. O limite máximo é o da garantia fixada na
apólice. Se os prejuízos forem menores do que o limite máximo fixado na apólice, o segurador só
está obrigado a pagar por aquilo que realmente aconteceu. STJ. 3ª Turma. REsp 1473828-RJ,
Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 27/10/2015 (Info 573).
Origem: STJ
O art. 32 da Lei nº 9.307/96 elenca hipóteses nas quais a sentença arbitral é nula. Essa nulidade
é declarada pelo Poder Judiciário. Verificando alguma das situações do art. 32, a parte
interessada poderá propor ação de declaração de nulidade da sentença arbitral. A ação de
declaração de nulidade deve ser proposta em, no máximo, 90 dias após o recebimento da
notificação da sentença arbitral. Imagine agora a seguinte situação: em fevereiro de 2014 foi
proferida sentença arbitral parcial; em abril de 2014, foi prolatada sentença arbitral final.
Suponhamos que a parte interessada deseja anular a sentença arbitral parcial. O prazo para a
ação anulatória começou a correr em fevereiro ou em abril? Em fevereiro. O prazo decadencial de
90 dias para o ajuizamento de ação anulatória (art. 33, § 1º, da Lei nº 9.307/96) em face de
sentença arbitral parcial conta-se a partir do trânsito em julgado desta (sentença parcial), e não
do trânsito em julgado da sentença arbitral final. Obs: neste julgado o STJ afirmou que, mesmo
antes da alteração promovida pela Lei 13.129/2015, era possível a prolação de sentença arbitral
parcial, especialmente na hipótese de as partes signatárias assim convencionarem. STJ. 3ª
Turma. REsp 1519041-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 1º/9/2015 (Info 568).
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Base de cálculo de multa em caso de cláusula com desconto de bonificação
Direito Civil Contratos Locação de bens imóveis urbanos
Origem: STJ
Na hipótese em que, na data de vencimento, o valor do aluguel seja cobrado com incidência de
desconto de bonificação, a multa prevista para o caso de atraso no pagamento deverá incidir
sobre o valor do aluguel com o referido desconto. STJ. 4ª Turma. REsp 832293-PR, Rel. Min.
Raul Araújo, julgado em 20/8/2015 (Info 572).
Origem: STJ
Na hipótese em que o segurado tenha contratado seguro de vida sem indicação de beneficiário e,
na data do óbito, esteja separado de fato e em união estável, o capital segurado deverá ser pago:
• metade aos herdeiros (segundo a ordem da vocação hereditária); e • a outra metade será
dividida entre a cônjuge não separada judicialmente e a companheira. Ex: João fez um contrato
de seguro de vida. Na apólice, contudo, não constou quem seriam os beneficiários que deveriam
receber a indenização quando o segurado morresse. O valor da indenização previsto no contrato
era de R$ 200 mil. Na época em que assinou o contrato de seguro, João era casado com Maria,
sob o regime da comunhão universal de bens, e tinha com ela 3 filhos. Ocorre que, ainda na
vigência do contrato, João deixou de viver com Maria e, apesar de não se divorciar nem se
separar judicialmente, passou muitos anos fora de casa e iniciou uma união estável com Antônia.
Determinado dia, João faleceu. Os 3 filhos (herdeiros) receberão R$ 100 mil; Maria receberá R$
50 mil; Antônia terá direito a R$ 50 mil. STJ. 3ª Turma. REsp 1401538-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, julgado em 4/8/2015 (Info 566).
No contrato de parceria agrícola, é possível a previsão de uma cláusula por meio da qual o
outorgado (que irá trabalhar a terra) renuncia ao direito às benfeitorias que realizar? NÃO. Nos
contratos agrários, é NULA a cláusula de renúncia à indenização pelas benfeitorias necessárias e
úteis. Os contratos de direito agrário são regidos tanto por elementos de direito privado, como por
normas de caráter público e social, de observância obrigatória e, por isso, irrenunciáveis, tendo
como finalidade principal a proteção daqueles que, pelo seu trabalho, tornam a terra produtiva e
dela extraem riquezas, conferindo efetividade à função social da propriedade. Apesar de sua
natureza privada e de ser regulado pelos princípios gerais que regem o direito comum, o contrato
agrário sofre repercussões de direito público em razão de sua importância para o Estado, do
protecionismo que se quer emprestar ao homem do campo, à função social da propriedade e ao
meio ambiente, fazendo com que a máxima do "pacta sunt servanda" não se opere em absoluto
nestes casos. A legislação dos contratos de parceria agrícola preconiza o direito à indenização
pelas benfeitorias como sendo uma cláusula obrigatória. Logo, não pode o contrato de parceria
agrícola prever a renúncia à indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis, sendo nula
qualquer disposição nesse sentido. STJ. 4ª Turma. REsp 1182967-RS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 9/6/2015 (Info 564).
Pedro faz um contrato de mútuo bancário, ou seja, toma dinheiro emprestado de um banco. João
aceita figurar no contrato como fiador. Depois de algum tempo, João vê que os juros bancários
são muito altos e, preocupado com eventual inadimplência, resolve ingressar, em nome próprio,
com uma ação contra o Banco pedindo a revisão do contrato sob a alegação de que os juros são
abusivos e, por isso, merecem ser reduzidos. João tem legitimidade para propor essa demanda?
NÃO. O fiador de mútuo bancário NÃO tem legitimidade para, exclusivamente e em nome próprio,
pleitear em juízo a revisão e o afastamento de cláusulas e encargos abusivos constantes do
contrato principal. O fiador até possui interesse de agir, mas falta-lhe LEGITIMAÇÃO, já que ele
não é titular do direito material que se pretende tutelar em juízo (não foi ele quem assinou o
contrato de mútuo). STJ. 3ª Turma. REsp 926792-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 14/4/2015 (Info 560).
O proprietário de um imóvel alugado vende este bem para outra pessoa. Se houver alugueis
atrasados, quem tem legitimidade para cobrá-los: o antigo ou o novo proprietário? Em regra, o
antigo. O antigo proprietário (alienante) tem legitimidade para cobrar os aluguéis que tenham
vencido em data anterior à alienação do imóvel. O novo proprietário (adquirente) só terá direito
sobre tais parcelas caso tenha ficado previsto no contrato de compra e venda do imóvel essa
cessão do crédito. STJ. 4ª Turma. REsp 1228266-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
10/3/2015 (Info 558).
Contrato de corretagem é o ajuste por meio do qual o corretor obriga-se a obter para uma pessoa
que o contrata (“cliente” ou “comitente”) um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas
(art. 722 do CC). O contrato de corretagem é informal, não precisando ser escrito (pode ser
verbal). De quem é a responsabilidade pelo pagamento da comissão de corretagem: do vendedor
ou do comprador? • Regra: a obrigação de pagar a comissão de corretagem é daquele que
efetivamente contrata o corretor (não importa se é o comprador ou o vendedor). • Exceção: o
contrato firmado entre as partes e o corretor poderá dispor em sentido contrário, ou seja, poderá
prever que comprador e vendedor irão dividir o pagamento, que só o vendedor irá pagar etc. A
remuneração do corretor, se não foi fixada no contrato nem na lei, será arbitrada segundo a
natureza do negócio e os usos locais. No dia-a-dia imobiliário, não havendo previsão contratual,
deverá ser pago ao corretor 6% sobre o valor do imóvel urbano vendido. STJ. 3ª Turma. REsp
1288450-AM, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 24/2/2015 (Info 556).
A análise acerca da legalidade da utilização da Tabela Price — mesmo que em abstrato — passa,
necessariamente, pela constatação da eventual capitalização de juros (ou incidência de juros
compostos, juros sobre juros ou anatocismo), que é questão de fato e não de direito, motivo pelo
qual não cabe ao STJ tal apreciação (Súmulas 5 e 7 do STJ). É exatamente por isso que, em
contratos cuja capitalização de juros seja vedada, é necessária a interpretação de cláusulas
contratuais e a produção de prova técnica para aferir a existência da cobrança de juros não
lineares, incompatíveis, portanto, com financiamentos celebrados no âmbito do Sistema
Financeiro da Habitação antes da vigência da Lei 11.977?2009, que acrescentou o art. 15-A à Lei
nº 4.380?1964. Em se verificando que matérias de fato ou eminentemente técnicas foram
tratadas como exclusivamente de direito, reconhece-se o cerceamento para que seja realizada a
prova pericial. STJ. Corte Especial. REsp 1124552-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Corte
Especial, julgado em 3/12/2014 (recurso repetitivo) (Info 554).
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Prevalência do valor atribuído pelo fisco para aplicação do art. 108 do CC
Direito Civil Contratos Compra e venda
Origem: STJ
A compra e venda de bens IMÓVEIS pode ser feita por meio de contrato particular ou é
necessário escritura pública? • Em regra: é necessário escritura pública (art. 108 do CC). •
Exceção: a compra e venda pode ser feita por contrato particular (ou seja, sem escritura pública)
se o valor do bem imóvel alienado for inferior a 30 salários-mínimos. Art. 108. Não dispondo a lei
em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Para fins do art. 108, deve-se
adotar o preço dado pelas partes ou o valor calculado pelo Fisco? O valor calculado pelo Fisco. O
art. 108 do CC fala em valor do imóvel (e não em preço do negócio). Assim, havendo disparidade
entre ambos, é o valor do imóvel calculado pelo Fisco que deve ser levado em conta para verificar
se será necessária ou não a elaboração da escritura pública. A avaliação feita pela Fazenda
Pública para fins de apuração do valor venal do imóvel é baseada em critérios objetivos, previstos
em lei, os quais admitem aos interessados o conhecimento das circunstâncias consideradas na
formação do quantum atribuído ao bem. Logo, trata-se de um critério objetivo e público que evita
a ocorrência de fraudes. Obs: está superado o Enunciado 289 das Jornadas de Direito Civil do
CJF. STJ. 4ª Turma. REsp 1099480-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 2/12/2014 (Info 562).
Origem: STJ
Origem: STJ
Determinada pessoa contratou um seguro de acidentes pessoais por meio do qual seus herdeiros
receberiam a indenização caso ela falecesse em decorrência de morte acidental. Se essa pessoa
falecer em decorrência de um AVC, seus herdeiros não terão direito a indenização. Isso porque o
óbito decorrente do AVC não pode ser caracterizado como morte acidental, sendo hipótese de
morte natural. A Resolução CNSP nº 117/2004 do Conselho Nacional de Seguros Privados traz a
definição do que seja acidente pessoal. A distinção básica entre a morte acidental e a morte
natural está no fato de que a primeira decorre de um evento diretamente externo, enquanto a
segunda é causada por um fator de natureza interna, como é o caso das doenças. Para que seus
herdeiros tivessem direito à indenização pela morte decorrente do AVC, essa pessoa deveria ter
feito um seguro de vida. STJ. 1ª Turma. REsp 1443115-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 21/10/2014 (Info 550).
Origem: STJ
Origem: STJ
O Ministério Público tem legitimidade ad causam para propor ação civil pública com a finalidade
de defender interesses coletivos e individuais homogêneos dos mutuários do Sistema Financeiro
da Habitação. O STJ entende que os temas relacionados com SFH possuem uma expressão para
a coletividade e o interesse em discussão é socialmente relevante. STJ. 3ª Turma. REsp
1114035-PR, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha,
julgado em 7/10/2014 (Info 552).
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Títulos de capitalização
Direito Civil Contratos Outros contratos
Origem: STJ
Origem: STJ
Origem: STJ
O art. 53 da Lei 8.245/91 estabelece que o locador de imóvel utilizado por hospitais somente
poderá fazer a denúncia do contrato se houver uma dos motivos elencados na lei. É a chamada
“denúncia cheia”. O STJ confere interpretação restritiva ao art. 53 e afirma que ele não protege o
local em que são desempenhadas as atividades administrativas de estabelecimentos de saúde.
Assim, pode haver denúncia vazia de contrato de locação de imóvel não residencial ocupado por
instituição de saúde apenas para o desempenho de atividades administrativas, como marcação
de consultas e captação de clientes, não se aplicando o benefício legal previsto no art. 53 da Lei
de Locações. STJ. 3ª Turma. REsp 1310960-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 4/9/2014 (Info 547).
Caso a sociedade empresária segurada, de forma negligente, deixe de evitar que empregado não
habilitado dirija o veículo objeto do seguro, ocorrerá a exclusão do dever de indenizar se
demonstrado que a falta de habilitação importou em incremento do risco. STJ. 3ª Turma. REsp
1412816-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/5/2014 (Info 542).
A quitação dada em escritura pública gera presunção relativa do pagamento, admitindo prova em
contrário que evidencie a invalidade do instrumento eivado de vício que o torne falso. Nos termos
do art. 215 do CC, a escritura lavrada em cartório tem fé pública, o que significa dizer que é
documento dotado de presunção de veracidade. Ocorre que essa presunção legal de que trata o
art. 215 do CC é relativa. Portanto, a quitação dada em escritura pública não é uma “verdade
indisputável” (absoluta), na medida em que admite a prova de que o pagamento não foi
efetivamente realizado, evidenciando, ao fim, a invalidade do instrumento em si, porque eivado de
vício que o torna falso. Assim, entende-se que a quitação dada em escritura pública presume o
pagamento, até que se prove o contrário. STJ. 3ª Turma. REsp 1438432-GO, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 22/4/2014 (Info 541).
Origem: STJ
Os trabalhadores demitidos sem justa causa têm direito a manter, pelo período máximo de 24
meses, o plano de saúde com as mesmas condições que gozavam durante o contrato de
trabalho, desde que assumam o pagamento integral da contribuição. O empregado, ao ser
demitido sem justa causa, deve ser expressamente comunicado pelo ex-empregador do seu
direito de permanecer no plano. Enquanto não for informado e não passar o prazo de opção, ele
não poderá ser desligado do plano. STJ. 3ª Turma. REsp 1237054-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 22/4/2014 (Info 542).
A seguradora de veículos não pode, sob a justificativa de não ter sido emitida a apólice de
seguro, negar-se a indenizar sinistro ocorrido após a contratação do seguro junto à corretora de
seguros se não houve recusa da proposta pela seguradora em um prazo razoável, mas apenas
muito tempo depois e exclusivamente em razão do sinistro. STJ. 4ª Turma. REsp 1306367-SP,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/3/2014 (Info 537).
Doação inoficiosa é a que invade a legítima dos herdeiros necessários. A pessoa que tenha
herdeiros necessários só pode doar até o limite máximo da metade de seu patrimônio,
considerando que a outra metade é a chamada “legítima” (art. 1.846 do CC) e pertence aos
herdeiros necessários. A doação inoficiosa é nula (art. 549 do CC) Ação cabível para se obter a
anulação: ação de nulidade de doação inoficiosa (ação de redução). Prazo da ação: 10 anos (art.
205 do CC) (STJ REsp 1049078/SP). Quando se inicia esse prazo: conta-se a partir do registro
do ato jurídico que se pretende anular. Quem pode propor: apenas os herdeiros necessários do
doador. Mesmo que o herdeiro necessário tenha cedido sua parte na herança, ele terá
legitimidade para a ação de anulação? SIM. O herdeiro que cede seus direitos hereditários
continua tendo legitimidade para pleitear a declaração de nulidade de doação inoficiosa realizada
pelo autor da herança em benefício de terceiros. STJ. 3ª Turma. REsp 1361983-SC, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 18/3/2014 (Info 539).
Ainda que a união estável esteja formalizada por meio de escritura pública, é válida a fiança
prestada por um dos conviventes sem a autorização do outro. STJ. 4ª Turma. REsp 1299866-DF,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/2/2014 (Info 535).
A seguradora que não exigiu exames médicos previamente à contratação não pode descumprir a
obrigação indenizatória sob a alegação de que houve omissão de informações pelo segurado
quanto à doença preexistente, salvo quando ficar provado que o contratante agiu de má-fé. STJ.
3ª Turma. AgRg no REsp 1286741-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
15/8/2013 (Info 529).
A ocorrência de “ferrugem asiática” na lavoura de soja não enseja, por si só, a resolução de
contrato de compra e venda de safra futura em razão de onerosidade excessiva. Isso porque o
advento dessa doença em lavoura de soja não constitui o fato extraordinário e imprevisível
exigido pelo art. 478 do CC/2002, que dispõe sobre a resolução do contrato por onerosidade
excessiva. STJ. 3ª Turma. REsp 866414-GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/6/2013
(Info 526).
Origem: STJ
A administradora de imóveis é parte legítima para figurar no polo passivo de ação que objetive
indenização por perdas e danos na hipótese em que a pretensão veiculada na petição inicial diga
respeito, não à mera cobrança de alugueres atrasados, mas sim à sua responsabilização civil
pela má administração do imóvel. A imobiliária deve indenizar o proprietário pelas perdas e danos
decorrentes da frustração de execução de alugueres e débitos relativos às cotas condominiais e
tributos inadimplidos na hipótese em que a referida frustração tenha sido ocasionada pela
aprovação deficitária dos cadastros do locatário e do seu respectivo fiador. STJ. 4ª Turma. REsp
1103658-RN, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/4/2013 (Info 519).
Evicção
Direito Civil Contratos Noções gerais sobre contratos
Origem: STJ
Para que o evicto possa exercer os direitos resultantes da evicção, na hipótese em que a perda
da coisa adquirida tenha sido determinada por decisão judicial, não é necessário o trânsito em
julgado da referida decisão. O direito que o evicto tem de cobrar indenização pela perda da coisa
evicta independe, para ser exercitado, de ele ter denunciado a lide ao alienante na ação em que
terceiro reivindicara a coisa. STJ. 4ª Turma. REsp 1332112-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 21/3/2013 (Info 519).
Ainda que o negócio jurídico de compra e venda de imóvel não se concretize em razão do
inadimplemento do comprador, é devida comissão de corretagem no caso em que o corretor
tenha intermediado o referido negócio jurídico, as partes interessadas tenham firmado contrato de
promessa de compra e venda e o promitente comprador tenha pagado o sinal. STJ. 3ª Turma.
REsp 1339642-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/3/2013 (Info 518).
A distribuição aos cooperados dos eventuais prejuízos da cooperativa deve ocorrer de forma
proporcional à fruição, por cada um deles, dos serviços prestados pela entidade, ainda que haja
alteração do estatuto por deliberação da Assembleia Geral Ordinária determinando que a
distribuição dos prejuízos seja realizada de forma igualitária. STJ. 3ª Turma. REsp 1303150-DF,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 5/3/2013 (Info 520).
O locador, ainda que não seja o proprietário do imóvel alugado, é parte legítima para a
propositura de ação de despejo fundada na prática de infração legal/contratual ou na falta de
pagamento de aluguéis. STJ. 3ª Turma. REsp 1196824-AL, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 19/2/2013 (Info 515).
Para que a venda de ascendente para descendente seja anulada (art. 496 do CC), é
imprescindível que o autor da ação anulatória comprove, no caso concreto, a efetiva ocorrência
de prejuízo aos herdeiros necessários, não se admitindo a alegação de prejuízo presumido. Isso
porque este negócio jurídico não é nulo (nulidade absoluta), mas sim meramente anulável
(nulidade relativa). Logo, não é possível ao magistrado reconhecer a procedência do pedido no
âmbito de ação anulatória da venda de ascendente a descendente com base apenas em
presunção de prejuízo decorrente do fato de o autor da ação anulatória ser absolutamente
incapaz quando da celebração do negócio por seus pais e irmão. STJ. 4ª Turma. REsp 1211531-
MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/2/2013 (Info 514).
O comprador de imóvel locado não tem direito a proceder à denúncia do contrato de locação
ainda vigente sob a alegação de que o contrato não teria sido objeto de averbação na matrícula
do imóvel se, no momento da celebração da compra e venda, tivera inequívoco conhecimento da
locação e concordara em respeitar seus termos. STJ. 3ª Turma. REsp 1269476-SP, Rel. Ministra
Nancy Andrighi, julgado em 5/2/2013 (Info 515).
A pessoa que tenha herdeiros necessários só pode doar até o limite máximo da metade de seu
patrimônio, considerando que a outra metade é a chamada “legítima” (art. 1.846 do CC) e
pertence aos herdeiros necessários. Doação inoficiosa é a que invade a legítima dos herdeiros
necessários, sendo vedada pelo ordenamento jurídico (art. 549 do CC). O excesso na doação
(invasão da legítima) é apurado levando-se em conta o valor do patrimônio do doador ao tempo
da doação, e não o patrimônio estimado no momento da abertura da sucessão do doador. STJ. 2ª
Seção. AR 3493-PE, Rel. Min. Massami Uyeda, Rel. p/ Acórdão Ministro Luis Felipe Salomão,
julgado em 12/12/2012 (Info 512).
Se a ação renovatória for julgada improcedente e, com isso, a locação comercial não for
renovada, o juiz determinará a desocupação do imóvel alugado (despejo) no prazo de 30 dias. O
termo inicial deste prazo é a data da intimação pessoal do locatário realizada por meio do
mandado de despejo. STJ. 3ª Turma. REsp 1307530-SP, Rel. originário Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, Rel. para acórdão Min. Sidnei Beneti, julgado em 11/12/2012 (Info 513).
A doença preexistente não informada no momento da contratação do seguro de vida não exime a
seguradora de honrar sua obrigação se o óbito decorrer de causa diversa da doença omitida.
STJ. 4ª Turma. REsp 765471-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgamento em 6/12/2012 (Info
512).
No contrato de aluguel, a mora é ex re, ou seja, independente de prévia notificação por se tratar
de obrigação positiva, líquida e com termo certo de vencimento. Assim, se o contrato especifica o
valor do aluguel e a data de pagamento, os juros de mora fluem a partir do vencimento das
prestações, e não a partir da citação do devedor na ação de execução. STJ. 4ª Turma. REsp
1264820-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 13/11/2012 (Info 509).
Origem: STJ
É nula a cláusula que determine a utilização compulsória da arbitragem em contrato que envolva
relação de consumo, ainda que de compra e venda de imóvel, salvo se houver posterior
concordância de ambas as partes. STJ. 3ª Turma. REsp 1169841-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 6/11/2012.
Origem: STJ
A negativa pura e simples da seguradora de contratar seguro de vida com pessoa que teve
doença grave no passado é ILÍCITA, violando a regra do art. 39, IX, do CDC. STJ. 3ª Turma.
REsp 1300116-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/10/2012 (Info 507).
Segundo a Lei de Arbitragem (art. 8º, parágrafo único, da Lei 9.307/96), se a parte quiser arguir a
nulidade da cláusula arbitral deverá formular esse pedido, em primeiro lugar, ao próprio árbitro,
sendo inadmissível que ajuíze diretamente ação anulatória. STJ. 3ª Turma. REsp 1302900-MG,
Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 9/10/2012.
Origem: STJ
Se houver transação e/ou moratória entre credor e devedor, sem a anuência do fiador, este não
responde pelas obrigações resultantes do pacto adicional (o fiador ficará desonerado). STJ. 4ª
Turma. REsp 1013436-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 11/9/2012 (Info 504).
O fato do contrato de seguro ser limitado aos casos de furto qualificado exigiria que fossem
detalhadamente explicadas ao contratante as diferenças entre uma e outra espécie de furto.
Como o consumidor é considerado vulnerável, presume-se que ele não possua esse
conhecimento. Desse modo, se essa distinção não foi expressamente explicada à empresa
contratante, conclui-se que houve uma falha no dever geral de informação, que é direito do
consumidor. Além disso, vale ressaltar que a contratante queria resguardar o seu patrimônio
contra possíveis desfalques, independentemente da sua modalidade, se decorrente de roubo ou
de furto, seja simples ou qualificado, tendo em conta que o segurado deve estar protegido contra
o fato e não contra determinado crime. Assim, esta cláusula é abusiva. STJ. 3ª Turma. REsp
1293006-SP, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 21/6/2012 (Info 500).
Se a apólice do seguro previa a cobertura apenas para furto e roubo, a seguradora não terá que
pagar indenização caso ocorra uma apropriação indébita, considerando que tal risco não estava
previsto no contrato de seguro, que é um contrato restritivo. STJ. 4ª Turma. REsp 1177479-PR,
Rel. originário Min. Luis Felipe Salomão, Rel. para o acórdão Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado
em 15/5/2012 (Info 497).
Se a seguradora indica ou credencia determinada oficina mecânica para que realize o conserto
do veículo do segurado, ela passa a ter responsabilidade objetiva e solidária pela qualidade dos
serviços executados no automóvel do consumidor. Ao fazer tal indicação, a seguradora, como
fornecedora de serviços, amplia a sua responsabilidade aos consertos realizados pela oficina
credenciada. STJ. 4ª Turma. REsp 827833-MG, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 24/4/2012 (Info
496).
A morte em decorrência de lesão no baço ocorrida durante cirurgia bariátrica deve ser reputada
como morte acidental (e não morte natural) para fins de seguro. STJ. 4ª Turma. REsp 1184189-
MS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 15/3/2012 (Info 493).
Origem: STJ
Origem: STJ
Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação
pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador
do dano.
Súmula 402-STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende danos morais, salvo
cláusula expressa de exclusão.
Origem: STJ
Súmula 332-STJ: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total
da garantia.
Súmula 268-STJ: O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não
responde pela execução do julgado.
Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao
qual não anuiu.
Súmula 335-STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das
benfeitorias e ao direito de retenção.
Origem: STF
Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral,
ainda que celebrados antes da sua edição. STJ. Corte Especial, DJe 1/8/2012.
Ver julgado